Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURITIBA
2018
CARLOS KRASSOWSKI FILHO
CURITIBA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1 CONJUNTOS CONVEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1 DEFINIÇÕES E PROPRIEDADES BÁSICAS . . . . . . . . 12
1.2 ENVOLTÓRIO E COMBINAÇÕES CONVEXAS . . . . . . 16
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
INTRODUÇÃO
O conjunto ilustrado na figura que segue não é convexo pois existe parte
do segmento fora do conjunto.
Exemplo 1.1.6. O conjunto vazio é convexo. Supondo que o vazio não seja
convexo, então haverão dois pontos tais que o segmento definido por eles pode
estar parcialmente fora, no entanto não existem esses pontos pois o conjunto é
vazio, configurando um absurdo.
1. C + D = {c + d : c ∈ C, d ∈ D} é convexo.
Sabemos que
co(C)= B,
T
B∈I
α1 p1 + α2 p2 + ... + αn pn
λ 1 p1 + · · · + λ n pn ∈ B (1.1)
17
α1 + · · · + αn = 1 − αn+1
αi
Supondo 1 − αn+1 6 0, tomando λi =
= e α = αn+1 , então de (1.2),
1 − αn+1
α1 αn
!
(1 − αn+1 ) p1 + · · · + pn + αn+1 pn+1 ∈ B.
1 − αn+1 1 − αn+1
λi = 1, n ∈ Z+ }.
X
U = {λ1 p1 + · · · + λn pn : pi ∈ C, λi ∈ [0, 1],
x = α1 p 1 + · · · + αn p n ,
y = βn+1 pn+1 + · · · + βm pm
todo i e n + 1, . . . , m.
Os pontos do segmento xy podem ser escritos como
m
X m
X
λx + (1 − λ)y = λ αi pi + (1 − λ) βi pi
i=1 i=1
m
X
= (λαi + (1 − λ)βi )pi ,
i=1
Figura 7 – f (x) = x2
Exemplo 2.1.2. Como f (x) = x2 é convexa, então g(x) = −x2 é côncava para
todo x ∈ R.
O exemplo anterior ilustra que o fato de que uma função não ser convexa
não implica, necessariamente, que ela seja concava.
λ1 x1 λn xn
y= + ··· + , (2.2)
1 − λn+1 1 − λn+1
e observando que λ1 + · · · + λn = 1 − λn+1 implica em
λ1 λn
+ ··· + = 1,
1 − λn+1 1 − λn+1
da convexidade de f e da hipótese indutiva, segue que:
25
f (λx + (1 − λ)y) + g(λx + (1 − λ)y) ≤ λ(f (x) + g(x)) + (1 − λ)(f (y) + g(y))
.
27
ou de forma equivalente:
VI = {f − g : f e g convexas em I}.
√
Figura 11 – x2 convexa e x côncava.
Exemplo 2.1.14. A função f (x) = x1 tem uma peculiaridade visto que f −1 (x) =
f (x), ou seja, ela é a própria inversa.
Para x > 0, f (x) é decrescente e f 0 (x) não-decrescente, logo, a inversa é
convexa. Para x < 0, f (x) é côncava.
1
Figura 12 – f (x) = x e sua derivada.
Portanto, g ◦ f é convexa.
30
2
Exemplo 2.1.16. A função h(x) = ex é convexa, pois, tomando f (x) = x2 e
g(x) = ex , h(x) = g(f (x)) são satisfeitas as condições da Proposição (2.1.15).
f (x) − f (y)
Rf (x, y) := para x 6= y.
x−y
R(x, y) ≤ R(x, z)
y = λx + (1 − λ)z
⇒ y − z = λ(x − z)
y−z
⇒ λ=
x−z
z−y
⇒ λ=
z−x
Além disso,
z−y
(1 − λ) = 1 −
z−x
z − x − (z − y)
=
z−x
y−x
= .
z−x
Se f é convexa em I, então
z−x x−y
f (x) ≤ λf (y) + (1 − λ)f (z) = f (y) + f (z).
z−y z−y
Subtraindo f (x) em ambos os lados, tem-se:
z−x x−y
0≤ (f (y) − f (x)) + (f (z) − f (x)
z−y z−y
segue que
f (y) − f (x) f (z) − f (x)
0≤ ≤ ,
y−x z−x
logo, R(x, y) ≤ R(x, z).
Caso 3: y < z < x. Do fato de que z está entre x e y, tem-se que
z = λy + (1 − λ)x. com λ ∈ (0, 1). Analogamente é possível mostrar que
x−z
λ = x−y . Se f é convexa, segue que
x−z z−y
f (z) ≤ λf (y) + (1 − λ)f (x) = f (y) + f (x).
x−y x−y
33
x − y = λy + (1 − λ)z − y
= −(1 − λ)y + (1 − λ)z
= (1 − λ)(z − y),
e também que
x − z = λy + (1 − λ)z − z
= λy + z − λz − z
= −λ(z − y).
Assim, se
para todo x, y ∈ I.
segue que
disto
h
f (y + h) ≤ (f (x) − f (y)) + f (y)
x−y
h
f (y + h) − f (y) ≤ (f (x) − f (y))
x−y
f (y + h) − f (y) f (x) − f (y)
≤
h x−y
Como se desejava.
Demonstração. Será feito o uso da Proposição 2.2.1 como base desta demons-
tração.
Sejam x, y, z ∈ I. Sem perda de generalidade, considere z > x > y.
Por um lado,
Os extremos das desigualdades (2.5) são, por definição, Rf (x, y) e Rf (x, z).
Como Rf (x, y) ≤ Rf (x, z), segue da Proposição 2.2.1 que f é convexa.
f (w) − f (y)
f 0 (x) ≤
w−y
e fazendo w tender a y, tem-se
f (w) − f (y)
f 0 (x) ≤ w→y
lim ,
w−y
então, tem-se f 0 (x) ≤ f 0 (y). Portanto f 0 é não descrescente.
Reciprocamente, sejam x, y ∈ I e λ ∈ [0, 1]. Tomando z = λx + (1 − λ)y
fica evidente que x ≤ z ≤ y.
Nessas condições, pelo Teorema do Valor Médio para derivadas, existem
a ∈ (x, z) e b ∈ (z, y) de modo que
f (z) − f (x)
f 0 (a) = (2.6)
z−x
e
f (y) − f (z)
f 0 (b) = . (2.7)
y−z
39
f (z) − λf (x) − (1 − λ)f (y) = (λf (z) − λf (z)) + f (z) − λf (x) − (1 − λ)f (y)
= λf (z) − λf (x) + (1 − λ)f (z) − (1 − λ)f (y)
= λ(f (z) − f (x)) + (1 − λ)(f (z) − f (y))
(De (2.8) e (2.9)) = λ(1 − λ)(y − x)(f 0 (a) − f 0 (b))
≤ 0;
Z x
g(x) = f (t)dt
x0
com x0 ∈ I, é convexa.
A figura que segue ilustra o Corolário 2.3.1 em que f (x) = ln x (em preto)
representa uma função não decrescente e g(x) = x ln x − x (em vermelho), uma
primitiva.
1
f 0 (xi ) = . (2.11)
g 0 (y i)
1 1
≤
g 0 (y 1) g 0 (y 2)
f (x+h)−f (x)
f+0 := limh→0+ h , e
f (x+h)−f (x)
f−0 := limh→0− h
f (y)−f (x)
f−0 (x) ≤ f+0 (x) ≤ y−x ≤ f−0 (y) ≤ f+0 (y)
com x, y ∈ I e x < y.
• Média aritmética
x1 + · · · + xn
X̄ :=
n
• Média geométrica
√
Ḡ := n
x1 · · · xn
45
• Média harmônica
n
H̄ := 1 1
x1 + ··· + xn
• Média quadrática v
u 2
ux
t 1 + · · · + x2n
Q̄ :=
n
u1 un
v v
n 1 1
! u u
u u
ln ≤ ln tn
... t n
u1 + · · · + un u1 un
n √
1 ≤ x1 . . . xn
n
1
+ ··· +
x1 xn
H̄ ≤ Ḡ.
H̄ ≤ Ḡ ≤ X̄ ≤ Q̄.
1
Demonstração. Tomando f (x) = xp , com p ∈ N e λi = n com i = 1, 2, . . . ,
como xp é convexa em [0, +∞), então então:
X¯−1 ≤ Ḡ ≤ X1 ≤ X2 ≤ · · · ≤ Xp .
p+1
Demonstração. Seja a função f (x) = x p , com p ∈ R+ . Como f 00 (x) =
p+1 1−p
p2 x
p ≥ 0 então f é convexa. Tomando λi = n1 e ui = xpi para i = 1, 2, . . . ,
então:
! p+1
u1 + · · · + un p 1 p+1 1 p+1
≤ u1 p + · · · + unp
n n n
!1 ! 1
u1 + · · · + un p 1 p
p+1
1 p+1
p
p+1
≤ u1 + · · · + un
n n n
v 1
u p
+ · · · + xpn xp+1 + · · · + xp+1
P +1
p x1
u
1 n
t
≤
n n
Xp ≤ Xp+1
No entanto,
v v
u p
p xM + · · · + xpM p
p nxM
u
u u
t
= t
= xM .
n n
Portanto, Xp ≤ xM
Lema 3.2.4. Seja f : R+ → R+ , tal que limp→∞ f (p) = 0 e seja k > 0, então
lim (k + f (p))1/p = 1.
p→∞
1
ln(k + f (p))
lim e p
= p→∞
1
lim · lim ln(k + f (p))
p→∞ p p→∞
=e
0 · ln(k + p→∞
lim f (p))
=e
= e0·ln k = 1.
Xp xM
lim
p→∞
= =1
xM xM
ou seja, mostrar que vale o limite
p 1
x
1
+ · · · + xpn p
lim =1
p→∞ nxpM
De fato, sem perda de generalidade, como há pelo menos um xi = xM ,
pode se considerar os primeiros k termos iguais a xM , tem-se que
50
p 1 1
+ · · · + xpn p k · xpM + xpk+1 + · · · + xpn p
x
1 = (3.1)
nxpM nxpM
!1 !p p1
kxpM
!p
1 p xk+1 xn
=
p + + ··· + (3.2)
n xM xM xM
!1 !p !p ! 1 .
1 p xk+1 xn p
= k+ + ··· + (3.3)
n xM xM
xi
Como 0 < xi < xM para i > k, então segue que 0 < xM < 1, logo
p p
xk+1
limp→∞ ( xxMi )p = 0. Tomando f (p) = xM + ··· + xn
xM segue que
lim f (p) = 0.
p→∞
p 1 !1
x
1
+ · · · + xpn p 1 p 1
lim
p→∞ p = p→∞
lim (k + f (p)) p ,
nxM n
1 =1
1 p
pelo fato de que limp→∞ n e pelo Lema 3.2.4, então
p 1 !1
x
1
+ · · · + xpn p 1 p
lim
p→∞ p = p→∞
lim · 1 = 1.
nxM n
como se desejava demonstrar.
X¯−1 ≤ Ḡ ≤ X1 ≤ X2 ≤ · · · ≤ Xp ≤ · · · ≤ xM ; e
lim Xp = xM .
p→∞
xm ≤ · · · ≤ X−p · · · ≤ X−1 ≤ Ḡ ≤ X1 ≤ · · · ≤ Xp ≤ · · · ≤ xM ; e
lim Xp = xm ; p→∞
lim Xp = xM .
p→−∞
−p 1
+ · · · + x−p
−p
x
1 n 1 1
X−p = = 1 = ,
n
up1 +···+upn p Up
n
1
com ui = xi para i = 1, 2, . . . , n.
Note que Up é uma sequência de p-médias de termos positivos, logo, pelo
Corolário 3.2.6 para p = 1, 2, . . . , n se satisfaz que:
• Up ≤ Up+1 ;
• Up ≤ uM e
• limp→∞ Up = uM .
• X−p ≥ X−(p+1) ;
• X−p ≥ xm e
• limp→∞ X−p = xm .
xp1 ln x1 + · · · + xpn ln xn
0 n
g (p) = p ,
x1 + · · · + xpn
n
aplicando em p = 0 temos
n ln x1 + · · · + ln xn 1 √
!
0
g (0) = = ln(x1 · · · xn ) = ln n x1 · · · xn . (3.5)
n n n
g(p) − g(0)
g 0 (0) = lim (3.6)
p→0 p−0
xp1 +···+xpn
x01 +···+x0n
ln n − ln n
= lim (3.7)
p→0
p
p
p
1 x 1 + · · · + x
g 0 (0) = lim ln n
(3.8)
p→0 p n
53
1 xp1 + · · · + xpn
√
lim ln = ln n x1 · · · xn
p→0 p n
p
1 x1 + · · · + xpn
lim ln √
e
p→0 p n =e ln n
x1 · · · xn
p 1
x + · · · + xpn p
ln 1 √
lim e n =eln n
x1 · · · xn
p→0
p 1
x + · · · + xpn p √
lim 1 = n x1 · · · xn .
p→0 n
X0 := lim Xp = Ḡ.
p→0
X−∞ := lim Xp = xm e
p→−∞
X∞ := p→∞
lim Xp = xM .
Z x
Vax (f ) = |f 0 (t)|dt
a
Note que Vax (f ) é não decrescente pois (Vax (f ))0 = |f 0 (x)| ≤ 0. Integrais
similares à do Teorema 8 são utilizadas em Cálculo Vetorial, por exemplo, para
calcular comprimentos de arcos, entretanto, neste contexto, apenas uma variável
é considerada no cálculo da variação total.
Supondo r(t) = (0, f (t)) uma curva parametrizada. O comprimento, S,
do arco r com t ∈ [a, x] é obtido a partir da integral:
56
Z x Z xq Z x
0
S= |r (t)|dt = 02 + (f 0 (t))2 dt = |f 0 (t)|dt = Vax (f (x))
a a a
Z 2 Z 0 Z 2
2
V−1 (x2 ) = |2x|dx = −2x dx + 2x dx = −x2 |0−1 + x2 |20 = 1 + 4 = 5.
−1 −1 0
Exemplo 4.1.2. Variação total de f (x) = x3 +2x2 em [−2, 1]. Ora, f é crescente
em [−2, −4 4
3 ] e em [0, 1] e descrescente em [− 3 , 0].
57
Z 1 Z 1
1 0
V−2 (f ) = |f (x)|dx = |3x2 + 4x|dx
−2 −2
Z −4 Z 0 Z 1
2 2
3x2 + 4xdx
3
= 3x + 4xdx + −3x − 4xdx +
−2 − 34 0
≈ 5, 37.
Exemplo 4.1.3. A variação total de f (x) = cos x em [0, 2π] é dada por:
Z 2π Z π Z 2π
| − sin x|dx = sin xdx − sin xdx = 4
0 0 π
Caso queira se obter a variação total de cos x em [0, x] com 0 ≤ x ≤ 2π,
é preciso analisar os casos:
Se 0 ≤ x ≤ π, tem-se que
58
Z x
V0x (f (x)) = | − sin t|dt = − cos t|x0 = 1 − cos x.
0
Se π ≤ x ≤ 2π, tem-se
Z x Z π Z x
V0x (f (x)) = |−sin t|dt = sin tdt+ − sin(t)dt = 2+cos t|xπ = 3+cos x.
0 0 π
sin( 1 ) se x 6= 0
x
f (x) =
0 se x = 0.
A função não tem variação total limitada no intervalo [−1, 1] por exemplo,
pois próximo de zero as oscilações da função faz a variação total tender ao
infinito.
Como mencionado no início do capítulo, uma função pode ser escrita como
diferença de funções convexas se sua derivada é de variação total limitada. Nesta
59
2. Calcular Vax (f 0 );
4. Calcular h = g − f ;
1 − cos x 0≤x<π
Vax (f 0 ) =
3
+ cos x π ≤ x < 2π.
60
Z x
Como Vax (f 0 ) é não-decrescente, g(x) = Vat (f 0 )dt é convexa.
0
x − sin x 0≤x<π
g(x) =
3x
+ sin x − 2π π ≤ x < 2π.
x − 2 sin x 0≤x<π
h(x) =
3x
− 2π π ≤ x < 2π.
1 − 2 cos x 0 ≤ x < π
h0 (x) =
3
π ≤ x < 2π,