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MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Bons estudos.
Diante de tal contexto, você foi desafiado a explicar o problema térmico do quarto da Mariana.
Mariana mora em uma área urbana e seu quarto apresenta duas janelas, uma voltada para a
sala e outra para a varanda da residência. Em dias quentes, a Mariana transpira muito e usa um
ventilador para amenizar e em dias frios usa um cobertor de inverno.
1) Explique o fenômeno da transpiração, qual janela deve ser aberta no verão e a melhor
posição do ventilador.
2) Explique qual janela deve ser aberta no inverno e o princípio de proteção do cobertor.
elm = 1) Quando a temperatura circundante é elevada e tende a aumentar a temperatura interna do corpo
humano, a pessoa transpira, conduzindo fluxo de suor (água) nas superfícies externas do corpo para que, com a
evaporação desse líquido, calor seja retirado do corpo para o ar circundante.
No verão, a janela da varanda deve ser aberta para que haja constante renovação de ar e favoreça condição para
que a evaporação do líquido na superfície do corpo.
2) No inverno, se for abrir janela, melhor abrir a da sala, com intuito de evitar entrada de ar frio externo (mas é
bom diariamente abrir durante uns 15 min a janela da varanda para renovação de ar). O cobertor atua como um
isolante térmico, proporcionando maior diferença de temperatura entre o corpo e o ar circundante, reduzindo a
sensação de frio.
Padrão de resposta esperado
1) Explique o fenômeno da transpiração, qual janela deve ser aberta no verão e a melhor posição do ventilador.
A transpiração é a perda de água pelas células devido a uma elevação da temperatura do corpo. Este fenômeno é
essencial para manter a temperatura equilibrada devido a um aumento do metabolismo das células, tendo como
consequência a perda de água, que carrega o excesso de calor para fora do corpo. Nestas condições podemos
considerar o corpo humano com o sistema em estudo e o ambiente que circunda a vizinhança. Em dias de elevada
temperatura ambiente a vizinhança troca calor com o corpo humano, tendo a pele com a fronteira. O calor,
portanto, flui da vizinhança (ambiente externo) para dentro do sistema (o corpo). Como consequência tem-se a
elevação da temperatura interna e aumento do metabolismo das células, que, para manter o equilíbrio térmico,
perde água (com sais minerais solubilizados) que aflora para a pele na forma de suor.
Em dias quentes, a Mariana deve abrir de preferência a janela voltada para varanda, e ligar o ventilador
posicionando-o de forma a levar o ar mais frio da janela para o interior do quarto. Desta forma, o ar quente que
está circundando a pele (fronteira) e provocando a transpiração, trocará calor com o ar frio ambiente (vizinhança)
que está vindo da janela, culminado com uma sensação de alívio térmico. Pode-se ainda, aumentar a velocidade
do ventilador, isto provoca o afastamento, mais rápido do ar quente próximo da pele. Uma outra opção seria
posicionar o ventilador próximo da Mariana (sistema), pois isto provocaria um rápido afastamento do ar quente
próximo da pele, mas com uma sensação de alívio menos intensa.
2) Explique qual janela deve ser aberta no inverno e o princípio de proteção do cobertor.
No inverno, a Mariana deve abrir de preferência a janela voltada para a sala, pois o ar interno da sala estará a uma
temperatura mais próxima do ar do quarto, impedindo assim uma troca de calor efetiva entre o ambiente do
quarto (sistema) e o ambiente da sala (vizinhança).
Em condições de frio o corpo da Mariana (sistema) estará a uma temperatura maior que a do ambiente do quarto
(vizinhança), proporcionando assim uma troca de calor efetiva e ocasionando a sensação de frio. O cobertor, ao
ser usado sobre a pele (fronteira), impede que o corpo da Mariana troque calor com o ambiente do quarto,
retendo assim o calor no sistema e proporcionado uma sensação de conforto.
1.1 Infográfico
O esquema a seguir mostra as trocas de calor envolvidas entre sistema e vizinhança.
1.1 Conteúdo do livro
O calor é uma forma de transferência de energia entre sistema e vizinhança presente em todos os
momentos da nossa vida cotidiana, sua compreensão, portanto, é fundamental para entender desde
os processos biológicos até industriais.
Acompanhe um trecho do nosso livro texto "Termodinâmica", de Çengel e Boles". O livro está em
sua 7a edição e serve como base teórica para esta unidade de aprendizagem. Inicie a sua leitura a
partir do item "Formas de Energia".
Boa leitura.
ISBN 978-85-8055-200-3
CDU 621.43.016:536
CAPÍTULO 2
ENERGIA, TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA E
ANÁLISE GERAL DA ENERGIA 51
2–1 Introdução 52
2–2 Formas de energia 53 2–6 A primeira lei da termodinâmica 70
Uma interpretação física para a energia interna 55 Balanço de energia 71
Mais informações sobre a energia nuclear 56 Variação da energia de um sistema, ⌬Esistema 72
Energia mecânica 58 Mecanismos de transferência de energia, Eent e Esai 73
(2–1)
A termodinâmica nada afirma sobre o valor absoluto da energia total. Ela trata
apenas da variação da energia total, que é o mais importante para os problemas de
engenharia. Assim, é possível atribuir um valor zero (E 0) à energia total de um
sistema em algum ponto de referência conveniente. A variação da energia total de
um sistema não depende do ponto de referência escolhido. A diminuição da ener-
gia potencial de uma pedra em queda livre, por exemplo, só depende da diferença
de altura, e não do referencial escolhido.
Em uma análise termodinâmica, normalmente é útil considerar as diversas
formas de energia que constituem a energia total de um sistema em dois grupos:
macroscópico e microscópico. As formas macroscópicas de energia são aquelas
que um sistema possui como um todo, com relação a algum referencial exter-
no, como as energias cinética e potencial (Fig. 2–3). As formas microscópicas de
energia são aquelas relacionadas à estrutura molecular de um sistema e ao grau de
atividade molecular e são independentes de referenciais externos. A soma de todas FIGURA 2–3 A energia macroscópica
de um objeto muda com a velocidade e a
as formas microscópicas de energia é chamada de energia interna de um sistema
altura.
e é indicada por U.
O termo energia foi criado em 1807 por Thomas Young, e seu uso na ter-
modinâmica foi proposto em 1852 por Lord Kelvin. O termo energia interna e
seu símbolo U apareceram pela primeira vez nos trabalhos de Rudolph Clausius
e William Rankine na segunda metade do século XIX, e com o passar do tempo
substituíram os termos alternativos trabalho interior, trabalho interno e energia
intrínseca usados na época.
A energia macroscópica de um sistema está relacionada ao movimento e à
influência de alguns efeitos externos como gravidade, magnetismo, eletricidade e
tensão superficial. A energia que um sistema possui como resultado de seu movi-
mento relativo a algum referencial é chamada de energia cinética (EC). Quando
todas as partes de um sistema se movem com a mesma velocidade, a energia ciné-
tica é expressa como
(2–2)
ec (2–3)
(2–4)
(2–5)
(2–6)
(2–7)
Vmed m• rAcVmed
D •
que é análoga a m rV. Aqui, r é a densidade do fluido, Ac é a seção transversal
Vapor E me
•
do escoamento e Vmed é a velocidade média do escoamento normal a Ac. Em todo
o livro, o ponto sobre um símbolo indica por unidade de tempo. Assim, o fluxo de
energia associado a um fluxo de massa é (Fig. 2–4)
FIGURA 2–4 Fluxos de massa e energia
associados ao escoamento de vapor em um Fluxo de energia: (kJ/s ou kW) (2–9)
duto de diâmetro interno D com velocidade
média Vmed. no qual é análogo a E me.
Capítulo 2 Energia, Transferência de Energia e Análise Geral da Energia 55
(2–15)
Superfície não se pode mais dissolver sal ou açúcar em um copo d’água, dizia-se que o corpo
de contato
estava saturado com calórico. Essa interpretação deu origem aos termos líquido
saturado e vapor saturado, ainda usados nos dias de hoje.
Corpo Corpo A teoria do calórico foi questionada logo após sua apresentação. Ela pro-
quente frio punha que o calor era uma substância que não podia ser criada ou destruída.
Calórico
Entretanto, sabia-se que o calor podia ser gerado indefinidamente esfregando
as mãos ou esfregando dois pedaços de madeira. Em 1798, o norte-americano
Benjamin Thompson, também conhecido como Conde Rumford (1754-1814),
mostrou em seus trabalhos que o calor pode ser gerado continuamente por meio
FIGURA 2–18 No início do século XIX, do atrito. A validade da teoria do calórico também foi desafiada por vários ou-
pensava-se que o calor era um fluido tros cientistas. Entretanto, foram os cuidadosos experimentos que o inglês Ja-
invisível, chamado de calórico, que mes P. Joule (1818-1889) publicou em 1843 que finalmente convenceram os
escoava dos corpos mais quentes para os céticos de que o calor não era uma substância, colocando assim a teoria do
corpos mais frios. calórico de lado. Embora a teoria do calórico tenha sido totalmente abandonada
na metade do século XIX, ela contribuiu bastante para o desenvolvimento da
termodinâmica e da transferência de calor.
Calor é transferido por meio de três mecanismos: condução, convecção e ra-
diação. A condução é a transferência de energia das partículas mais energéticas de
uma substância para as partículas menos energéticas como resultado da interação
entre as partículas. A convecção é a transferência de energia entre uma superfície
sólida e o fluido adjacente que está em movimento, e envolve os efeitos combina-
dos da condução e do movimento do fluido. A radiação é a transferência de ener-
gia devido à emissão de ondas eletromagnéticas (ou fótons). Uma visão geral dos
três mecanismos da transferência de calor é dada no final deste capítulo no quadro
Tópico de Interesse Especial.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 1.1
1.1 Dica do professor
O vídeo mostrará como trabalhar com a transferência de calor entre sistema e vizinhança e as
formas de transferência de calor.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/107cff60736b
6578db617179d3ac054c
6 min
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Na segunda latinha, temos uma temperatura de 15 graus para o conteúdo do seu interior; a vizinhança estando há
25 graus, temos o diferencial de temperatura de 10 graus, portanto, fluxo de calor da vizinhança para o sistema
devido ao sistema estar com temperatura inferior a da vizinhança.
Na terceira latinha, teremos o mesmo trânsito de calor da vizinhança para o sistema devido a uma diferença de
temperatura entre os mesmos; entretanto, como há uma diferença de temperatura de 10 graus a mais que na
segunda latinha, teremos uma transferência de calor maior na terceira latinha em relação a da segunda.
Podemos fazer uma mesma analogia agora
utilizando um sistema com temperatura maior do
que a vizinhança.
Na condução, a transferência ocorre devido a um contato direto entre superfícies sólidas. No caso, o bastão
está sendo aquecido: a sua extremidade direita está a uma temperatura maior em relação à temperatura de
sua extremidade esquerda, logo os átomos no interior do bastão, transferem energia na forma de calor de uma
extremidade a outra.
Na convecção, temos a presença de um fluido em movimento. A fonte de calor é a fogueira, que aquece o ar que
a circunda. Este ar aquecido troca calor com ar localizado acima, mais afastado da fogueira e está com
temperatura menor. Logo, teremos um fluxo de calor nessa região via convecção.
Na radiação, a transferência de calor irá ocorrer por ondas eletromagnéticas, portanto não há necessidade de
um meio material para a transferência de calor ocorrer.
1.1 Exercícios
1) Considere um automóvel viajando a uma velocidade constante ao longo de uma estrada.
Determine os sentidos de trânsito de calor, respectivamente, considerando os seguintes
sistemas: o radiador do carro, o motor do carro e as rodas do carro.
A err. O radiador não é aquecido
A) Entrando no sistema; entrando no sistema; entrando no sistema. pela vizinhança.
B) Entrando no sistema; saindo do sistema; entrando na vizinhança. B err. O radiador não é aquecido pela
vizinhança
D) Saindo do sistema; saindo da vizinhança; entrando no sistema. D err. O motor não é aquecido pela
vizinhança.
E) Saindo na vizinhança; saindo na vizinhança; entrando na vizinhança. E err. O radiador não é aquecido
pela vizinhança.
em 16mar, elm = Envio anáise em imagens abaixo. Favor indicar se estão corretas e, em caso de erro, apontar e
explicar o erro cometido.
Pergunta: A troca de calor por radiação não foi analisada, mas acho que o calor de radiação sairia do sistema nos
três casos, certo?
elm 01abr23 =
ex. 1 ; Aula 1.1 - Pós Gabarito.
Favor anular o exercício. Vou refutar apenas à justificativa da opção do Gabarito.
Gabarito C: "A água aquecida do radiador perde calor para o ar atmosférico, resfriando o motor do veículo. O
motor aquecido pela intensas explosões é resfriando pela água que vem do radiador. As rodas do carro são
aquecidas devido ao atrito com o solo e o ar."
Erros na justificativa:
- Água aquecida entra no radiador, transportando energia que entra no sistema radiador ( água quente vem da
vizinhança!, a vizinhança não é só o ar). Ao mesmo tempo radiador é resfriado pelo ar, energia sai do sistema
radiador, resultando em troca líquida zero (o radiador funciona com temperatura constante!)
- As rodas é aquecida pelo atrito com o solo (energia entra no sistema roda, vindo do solo que é vizinhança!) e é
resfriada pelo ar (energia sai do sistema roda), resultando em troca líquida zero (o roda funciona com
temperatura constante!).
2) O transporte de pessoas e mercadorias por via férrea é muito empregado mundialmente,
entretanto, deve-ser atentar para países que apresentam invernos com temperaturas muito
baixas, pois pode ocasionar o descarrilamento dos mesmos. Este fenômeno pode ser
explicado corretamente em:
A) Ocorrerá uma dilatação positiva dos trilhos, o que ocasiona uma aumento da distância entre
os mesmos.
B) Os trilhos são contraídos devido à perda de calor para o ambiente muito frio.
C) Ocorrerá um aumento de volume dos trilhos devido à absorção de calor pelos mesmos.
elm = seria melhor falar em contração dos dormentes, pois esta contração é que aproxima os trilhos,
podendo causar descarrilamento.
2 Gab B = As baixas temperaturas ocasionam intensas trocas de calor entre o ambiente e os trilhos. Usando os
trilhos como o sistema, ocorrerá uma perda brusca de calor pelo sistema para a vizinhança (ambiente) que
influencia diretamente na redução da distância entre os trilhos.
B) Entrando no sistema; saindo do sistema; entrando no sistema. 3 B err. O conteúdo tem que ser resfriado para
serem conservados por mais tempo.
C) Saindo do sistema; entrando na vizinhança; saindo do sistema. C err. O ambiente da sala é resfriado.
Infelizmente sua recomendação não ajuda, pois reitero que o enunciado é impreciso, portanto, malfeito. Por isso apresentei na resposta
anterior as várias análises possíveis. Vou mencionar apenas uma que invalida o exercício: Conteúdo no refrigerador com porta aberta tem
temperatura igual ao ar da sala, logo NÃO troca calor. Favor avaliar, apontar certo / errado e, no caso de erro, explicar o que está errado na
análise enviada na primeira mensagem (de 11/mar/2023).
elm 01abr23
ex. 3 ; Aula 1.1 - Pós Gabarito.
Pleito: anular o exercício.
Vou refutar apenas à justificativa da opção do Gabarito.
Gabarito A: "O refrigerador (vizinhança) retira calor do conteúdo (sistema) para mantê-los conservados por mais
tempo. O refrigerador (sistema) recebe calor do ambiente da sala (vizinhança) que estará em uma temperatura
maior. Todo o interior da sala (sistema) perderá calor para o meio ambiente externo (vizinhança), que estará em
uma temperatura inferior."
Erros na justificativa:
- Refrigerador (vizinhança) de porta aberta não consegue retirar calor do conteúdo (sistema) e o conteúdo fica à
mesma temperatura da sala (vizinhança). Assim no sistema conteúdo não entra nem sai calor.
- Refrigerador (sistema) de porta aberta resfria ar da sala (vizinhança) no evaporador, esquenta ar da sala
(vizinhança) no condensador e recebe trabalho elétrico, resultado líquido é aquecimento do ar da sala (calor sai do
sistema refrigerador).
4) Quando um ônibus espacial retorna à Terra, sua superfície torna-se muito quente, ficando
incandescente ao atravessar a atmosfera em alta velocidade. O ônibus torna-se quente e
incandescente porque:
A) O ar atmosférico, sendo a vizinhança, está a uma temperatura maior que o ônibus, que é o
sistema, ocorrendo a transferência de calor da vizinhança para o sistema.
B) O ônibus está muito quente e transfere calor para as partículas de ar, queimando as mesmas.
C) O ônibus espacial apresenta uma energia potencial muito grande em relação à superfície
terrestre.
E) O atrito como ar atmosférico gera muita energia, que na forma de calor aquece o ônibus e
torna-o incandescente.
4 A err. Este processo de transferência de calor é insuficiente para aquecer o ônibus de forma a deixá-lo
incandescente.
4 B err. Este processo de transferência de calor é insuficiente para aquecer o ônibus de forma a deixá-lo
incandescente.
4 C err. Este processo ocorre principalmente devido à energia cinética do ônibus, não apenas a energia potencial.
4 D err. Este processo de transferência de calor é insuficiente para aquecer o ônibus de forma a deixá-lo
incandescente.
4 Gab E = A massa do ônibus em alta velocidade gera energia cinética, ao chocar-se contra o ar atmosférico
ocorre uma súbita desaceleração devido ao atrito. Parte desta energia é dissipada na forma que calor que aquece
o ônibus espacial. Devido a intensidade da energia dissipada o ônibus torna-se incandescente.
5) Ao dirigir um veículo em dias de chuva, os motoristas enfrentam um problema comum, os
vidros do carro embaçam e tornam-se translúcidos, dificultando a visão e ocasionando riscos
iminentes de acidentes. Isto ocorre devido:
C) A água do lado de fora penetra pelo vidro e troca calor com as partículas internas,
condensando-as nos vidros do carro.
D) O ar no interior do veículo está a uma temperatura maior do que o ar do lado de fora, que ao
chocar-se contra o para-brisa condensam-se e ocasiona o embaçamento.
E) As partículas do lado de dentro transferem energia unicamente via radiação para as partículas
do lado de fora, condensando-se no para-brisa.
5 B err. O para-brisa funciona apenas como uma fronteira entre o lado de fora e de dentro e não transfere energia
para o lado de dentro.
5 Gab D = O ar interior ao veículo, sendo o sistema, está a uma temperatura maior do que o ar exterior, que é a
vizinhança, e o para-brisa funciona como fronteira. O sistema perde energia para a vizinhança. Quando as
partículas de ar do sistema perdem energia, as mesmas condensam-se no para-brisa.
O calor é uma forma de transferência de energia muito comum em nosso dia-a-dia. Vamos analisar
a importância do calor na parte mais gostosa das nossas residências, a cozinha. A geladeira e o
fogão são equipamentos fundamentais na cozinha, pois neles podemos, respectivamente,
acondicionar de forma adequada os nossos alimentos e cozinhá-los posteriormente para saciar a
nossa fome.
Veja a seguir alguns processos típicos de troca de calor nestes equipamentos para a carne (sempre
será o sistema).
1.1 Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Termodinâmica
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
LivrPt_Termo_Termodinamica_Cengel_Boles_AM
GH_ed7_2013_1035p_elm.pdf
Listas de videos com palestras, aulas e reportagens sobre energias renováveis, engenharia de energia e pesquisas realizadas no Núcleo
de Engenharia Térmica e Fluidos da USP de São Carlos.
Termodinâmica = Ciências Térmicas = 23 vídeos
https://www.youtube.com/watch?v=8bmAXMSRJD0&list=PL2ac0LjpjJckAagwcyhpSmSMPZS8G6mmx&pp=iAQB
Rodrigo Lisita Ribera. Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia, com período Sanduíche no Imperial
College London. Área termo-fluidos. Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia. Área termo-fluidos.
Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Uberlândia. Graduado em Engenharia Mecânica pela
Universidade Federal de Uberlândia. Professor de Engenharia Mecânica na Universidade Alves Faria Goiânia. Área termo-fluidos.
Professor titular de Engenharia Mecânica na UNIP-Goiânia Campus Flamboyant. Área termo-fluidos. Professor substituto de Engenharia
Mecânica da Universidade Federal de Goiás (2019-2020). Área termo-fluidos.
1.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRÉDITOS
EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Elmo Dutra
Gerente
Rodrigo Severo
Analista de Projetos
Fernanda Osório
Analistas Metodológicas
Daniela Stieh
Fernanda Zimpel
Designers Instrucionais
Bianca Basile Parracho
Cesar Felipe Ferreira
Daniela Polycarpy
Ezequiel Alves
Franciane de Freitas
Luciana Helmann
Marcelo Steffen
Designers Gráficos
Carol Becker
Kaka Silocchi
Juarez Menegassi
Marcio Castellan
Rafael Zago
Thais Gliosci
Vinicius Rafael Cárcamo
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Transferencia de calor
1.2 Apresentação
Seja bem-vindo!
A transferência de energia em forma de calor pode ocorrer desde os processos simples aos mais
complicados. Um simples banho que você toma diariamente envolve transferência de calor entre
água e corpo, resistência do chuveiro e água, água e ar e entre corpo e ar. Essas transferências de
calor sempre irão ocorrer de um corpo que possui mais calor para uma situação de menor calor, ou
seja, da situação com maior temperatura para a de menor. Esse processo acontece até que as
temperaturas dos sistemas se igualem. De forma genérica, a condução é a transferência de calor
entre dois corpos que estão em contato direto, sem intermediários, na transferência de calor. Já a
convecção é o modo de transferência de calor que necessita de um fluido em movimento para a
condução do calor, ocorre entre uma superfície sólida e um líquido ou gás adjacente que está em
movimento. A irradiação, por sua vez, é a energia térmica emitida pela matéria em forma de ondas
eletromagnéticas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as formas como podem ocorrer as transferências de
calor. Você vai estudar sobre as transferências por condução, convecção e irradiação. Por fim, você
conhecerá os mecanismos combinados de transferência de calor que ocorrem de forma simultânea
no cotidiano.
Bons estudos.
A temperatura interna de um iglu pode chegar a valores acima de 0 °C, enquanto a temperatura
externa está em 20 °C, 30 °C negativos.
Parece um tanto quanto contraditório a temperatura interna do iglu ser tão elevada, mas o gelo é
considerado um isolante térmico nas estruturas dos iglus, ou seja, é um mau condutor de energia
em forma de calor. Mas como isso é possível?
Suponha que você e um amigo viajaram para um país com temperaturas muito baixas, e durante
um passeio para conhecer iglus tenham de se proteger de uma tempestade de neve se abrigando
em um deles. Após algumas horas, a temperatura interna no iglu é de 7 °C e a temperatura
externa está em 28 °C negativos.
Com base na situação apresentada, explique como é possível a diferença de temperatura interna e
externa, entre o iglu e o ambiente externo, considerando que gelo é um isolante térmico e o interior
do iglu não possui fonte de calor por combustão nem energia elétrica, apenas você e seu amigo.
elm = As duas pessoas dentro do iglu geram calor (metabolismo humano em funcionamento) e como a parede do
Iglu é isolante térmico, com o passar do tempo, a dissipação do calor através dessa parede isolante ocorre por
condução com diferença de temperatura interna e externa (calor flui do lado interno, maior temperatura, para o
lado externo, menor temperatura). Q = k * espessura * Delta T.
Os iglus são construções de gelo e neve fofa que aprisionam uma massa de ar em seu interior e o próprio calor humano é a fonte de
energia que aquece o ambiente.
A energia em forma de calor que o corpo transfere para o ambiente pode ocorrer pelo mecanismo de convecção e radiação. A
transferência por convecção ocorre entre o corpo da pessoa e o fluido interno no ambiente que pode ser absolvido em baixas taxas pelos
blocos de gelo da estrutura do iglu. Como o gelo e a neve fofa são isolantes térmicos, esse processo de transferência do calor ocorre de
forma bem lenta, fazendo com que a transferência do calor do corpo para o ar aqueça o ambiente. Quando o ar é aquecido as correntes
de convecção naturais se formam por diferença de temperatura, fazendo com que o ar quente suba e o ar frio desça.
Já a irradiação térmica também ocorre transferindo calor para todos os materiais próximos ao seu corpo. A transferência de calor por
condução ocorre entre a parede de gelo e o ambiente externo. Nesse mecanismo, o contato direto conduz o calor para o ambiente que
está mais frio, ou seja, para fora do iglu.
1.2 Infográfico
Os ambientes domésticos são ótimos cenários para exemplificar os modos de transferência de
calor. Em dias frios ou quentes, é comum a utilização de aparelhos para aquecer ou resfriar os
ambientes. Os aparelhos como aquecedores, ar-condicionado e climatizadores são ótimos para
controlar a temperatura ambiente e proporcionar conforto térmico.
No Infográfico, você vai poder conferir os três modos de transferência de calor no contexto
doméstico em um dia frio, com a utilização de um aquecedor para esquentar o ambiente.
Condução - Superficie
interna transfere calor para
a superfície externa com
menos calor.
Convecção natural - O
aquecedor transfere
calor para o ambiente
Condução - Superficie através de fluido (ar).
interna transfere calor
para a superfície
externa com menos
calor.
Correntes
Convectivas- Ar
quente sobe e ar frio
desce (diferença de
densidade).
Condução - O
aquecedor transfere
calor para o gato por
contato direto.
Fonte de aquecimento.
1.2 Conteúdo do livro
Sempre que um sistema apresenta um gradiente de temperatura, ocorre o processo de
transferência de energia térmica em forma de calor. Esse fenômeno é simples de exemplificar por
meio de situações corriqueiras no cotidiano, como quando você cozinha um alimento, em que o
calor é transferido de um ponto com maior temperatura para o menor.
No capítulo Transferência de calor, do livro Termodinâmica avançada, você vai aprender sobre
mecanismos de troca de calor. Esse sistema será utilizado no decorrer do capítulo, para que você
entenda como ocorrem as transferências de calor por condução, convecção e irradiação, e ainda,
como as transferências podem ocorrer de forma simultânea com a combinação de mecanismos de
transferência de calor.
Boa leitura.
SUMÁRIO
Unidade 1
Unidade 2
Psicrometria.................................................................................................47
Josemere Both
Psicrometria: definições, conceitos e aplicações tecn ológicas...... .........48
Carta e propriedades psicrométricas .49
Princípio de funcionamento de equipamentos como
torres de resfriamentos, splits e climatizadores .......................... 61
Unidade 3
Unidade4
Introdução
A energia em forma de calor é um fenômeno comum, o qual podemos
presenciar todos os dias, como, por exemplo, quando sentimos as mu-
danças de temperatura no ambiente em que estamos, ou então quando
deixamos uma xícara de chá em temperatura ambiente.
Nessa última situação, a troca de energia em forma de calor com o
ambiente faz com que o chá quente transfira calor para o ambiente que
está mais frio. O processo de transferência de calor ocorrerá sempre do
meio mais quente para o mais frio, até que as temperaturas se igualem.
Na termodinâmica, o estudo de energia em forma de calor é definido
como a forma de energia que pode ser transferida de um sistema para
outro, em consequência da diferença de temperatura entre eles.
Neste capítulo, você vai estudar a energia em forma de calor e as
formas de transferência de calor, iniciando os estudos com uma revisão
do conceito de calor e o princípio elementar da transferência de calor.
Em seguida, você vai conhecer e entender os três mecanismos básicos de
transferência de calor — condução, convecção, irradiação — e aprender
a aplicar a Lei de Fourier relacionada à condução de calor.
Para concluir os estudos deste capítulo, você vai conhecer os meca-
nismos combinados de transferência de calor.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
Conteúdo do Livro da Aula 1.2 Transferência de Calor
Pleito: Substituir o livro utilizado (como para o presente curso seria difícil, pleito serve para
melhorar futuros cursos).
Justificativa:
Presença de erros / deficiências. Dificulta, desestimula o aprendizado. O aluno acaba tendo
recorrer a outra fonte, demandando tempo extra, escasso para aluno EAD.
Cito algumas deficiências:
- Usa termo IRRADiação em vez de RADiação. Toda a bibliografia mencionada no Conteúdo do
Livro (Ball, Bauer, Cengel, Welty) usa termo RADiação. Talvez não esteja errado, mas é incomum.
No dicionário Michaelis, radiação é mais abrangente, irradiação mais restritivo.
- Definição de caloria deficiente, incompleta (p. 2).
- Fig. 3 falta indicações 3a e 3b que aparecem no texto (p. 6).
- Erro de formatação na equação do fluxo de calor (p. 7).
- Equação de convecção com erro dimensional e/ou nomenclatura de qc (p. 11) - provavelmente
qc deveria ser taxa de calor medido em W (para manter coerência com q da condução e radiação).
- Confusão de unidade / nome de qc repetida no exemplo de convecção (p. 11 e 12).
- Erro de formatação na unidade de área (p. 12).
- Emprega termo emissividade em vez de absortividade (p. 13).
- Descreve Lei de Kirchhoff sem o cuidado de alertar para restrições em sua aplicação (p. 13).
- Apresenta uma equação de q (taxa líquida de transf. de calor) sem alertar / especificar as
condições do caso muito particular envolvido (p. 14).
- Exemplo confuso (1,4m2 e 30 gr C deve ser da pessoa...), usa letra minúscula para kelvin, erro na
temp. da parede no verão (p.14 e 15).
- Unidade errada de hc na equação de qc (p. 17).
- Erro na temperatura da sala e usa letra minúscula para kelvin na equação de q irrad (p.18).
Obs.1: Sugiro usar o cap. 1 de ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A. J. Transferência de calor e massa: uma
abordagem prática. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012 (inclusive faz parte da bibliografia do
Conteúdo do Livro).
Obs.2: Acho que os livros capa laranja da Sagah deveriam ser evitados, geralmente o conteúdo é
um apanhado de transcrições de livros melhores, porém, infelizmente, com qualidade pior
(provavelmente publicados com pouca ou sem revisão).
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados
(com explicação em caso de não confirmação).
por SÉRGIO DE OLIVEIRA MIGUEL (MENTOR) - terça, 14 mar 2023, 21:57
Suas sugestões e solicitação de correção foram enviadas ao fornecedor do material didático (SAGAH).
Radiação e Irradiação são conceitos diferentes, não podem ser utilizados indistintamente.
Relativamente à unidade de temperatura, todas as unidades de medidas devem ser escritas em letra
minúscula e, quando se referirem a uma pessoa, a abreviatura escrita em maiúscula: kelvin (K), newton
(N), joule (J), watt (W) etc.
2 Transferência de calor
Conceitualmente, uma caloria (1 cal) é a quantidade de calor necessária para fazer com
que 1 g de água tenha sua temperatura aumentada em 1 °C. Cada caloria corresponde
a 4,18 Jaules.
Por definição 1 cal é a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama de água de
14,5oC para 15,5oC, sob pressão de uma atmosfera (https://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/caloria.htm)
O ambiente
transfere calor
(energia) para a
Café quente água com gelo
transfere (perde) (água com gelo
calor (energia) ganha calor para
para o ambiente. o ambiente).
q ∝ m ∙ ΔT
q = m ∙ c ∙ ∆T
Onde:
q = quantidade de calor liberada ou absorvida de um sistema;
m = material presente no sistema;
c = capacidade de calor específico do material no sistema;
ΔT = variação de temperatura sofrida pelo material no sistema.
calor
a por condução de
Transferênci
Condução
A Cobertura
Cobertura Madeira (telhas)
(telhas) ∆x
Manta de Madeira
isolamento
térmico
qx ∆T
(Fluxo de calor) q”x = A = –K
∆x
Onde:
A = área da seção transversal normal na direção do fluxo de calor, m2 ou ft2;
K = condutividade térmica do material, W/mK ou kcal/hm°C ou Btu/hft °F;
ΔT/Δx = gradiente de temperatura na direção x, °C/m ou K/m, °F/ft.
∆T (T1 – T2)
=
∆x L
Átomos
Condução
Figura 4. Representação da condução de calor do meio com maior para o de menor calor.
Fonte: Adaptada de Fouad A. Saad/Shutterstock.com.
Considerando que uma parede de uma loja com aquecimento elétrico tem 8 m
de comprimento, 10 m de largura e 0,30 m de espessura, a parede é feita com uma
camada plana de concreto, cuja condutividade térmica é k = 0,85 W/mK. As tempe-
raturas das faces externa e interna da parede, medidas em uma noite, são 10° e 17 °C,
respectivamente, durante um período de 12 horas. A partir das condições descritas
acima, determine a taxa de perda de calor através da parede.
Iniciamos a resolução considerando que a transferência de calor através da parede
ocorre por condução, sendo a sua área A = 8 m x 10 m = 80 m2.
Dessa forma, aplicamos a Equação de Fourier da condução térmica e a taxa de
transferência de calor permanente através da parede é de:
( )
(T1 – T2) W (17 – 10) °C
(Taxa de Calor) qx = –KA = 0,85 (80 m2) = 1,587 kW
L mk 0,30 m
Material k (W/m.K)
Diamante 2.300
Prata 429
Cobre 401
Vidro 0,78
Tijolo 0,72
Ar (g) 0,026
Esse fenômeno pode ser visto na Figura 2, uma vez que o calor da panela
(superfície sólida) é transferido para as moléculas de água que estão em contato
direto com a superfície.
Com o contínuo fornecimento de calor, as moléculas terão certa quantidade
de energia e então migrarão para as posições do fluido em que a temperatura
Transferência de calor 11
é menor, transferindo calor para outras moléculas, ou seja, à medida que água
vai esquentando, ela começa a se movimentar cada vez mais, transferindo
calor para outras moléculas. A movimentação da água durante a fervura é a
movimentação do fluido de regiões mais quentes (fundo da panela) para as
mais frias (superfície).
O calor transferido em uma superfície sólida para um fluido, por convecção,
pode ser calculado da seguinte forma:
qc = hc · A · ΔT
Onde:
qc = fluxo de calor por convecção (W/m 2) ;
hc = coeficiente médio de transferência de calor por convecção, dependendo
da geometria da superfície, da velocidade e das propriedades do fluido (W/
m2 · K);
A = área de transmissão de calor (m2);
ΔT = diferença de temperaturas entre a da superfície Ts e a do fluido em
um dado local T∞, sendo que o fluxo de calor por convecção é considerado
positivo se o calor é transferido a partir da superfície (Ts > T∞) e negativo se
o calor é transferido para a superfície (T∞ > Ts).
qc = hc ∙ A ∙ ΔT
12 Transferência de calor
qc 100 W/m2
hc = = = 7,962 W/m2k
As ∙ (Ts – T∞) 0,1256 m2 ∙ (120 °C – 20 °C)
q = AS ∙ σ ∙ TS4
Onde:
Ts = temperatura da superfície (K);
As = área da superfície (m2);
σ = constante de Stefan-Boltzmann (σ = 5,6697 x 10 -8 W/m2K4).
q = ε ∙ AS ∙ σ ∙ TS4
qabs = αqinc
Onde:
qincidente = taxa de irradiação incidente na superfície;
α = absortividade da superfície.
q = ε ∙ AS ∙ σ ∙ (TS4 – T 4viz)
Sendo:
ε = superfície de emissividade;
As = área superficial;
Ts = temperatura termodinâmica da superfície;
Tviz = temperatura termodinâmica da vizinhança.
W
qinverno = ε ∙ AS ∙ σ ∙ (TS4 – T 4viz) = (0,95) ∙ (1,4 m2) ∙ (5,6697 × 10–8 m2 4 )
k
∙ [(30 °C + 273)4 – (10 °C + 273)4]k4
qinverno = 152 W
Transferência de calor 15
W
qverão = ε ∙ AS ∙ σ ∙ (TS4 – T 4viz) = (0,95) ∙ (1,4 m2) ∙ (5,6697 × 10–8 )
m2k4
qverão = 40,9 W
Para facilitar a aprendizagem deste capítulo, você pode fazer o resgate de alguns
conhecimentos que poderão esclarecer muitas dúvidas que possam surgir durante
seus estudos.
Como dica, você pode retomar os conhecimentos das três leis da termodinâmica.
Esses conhecimentos prévios retomados e ressentes em sua memória facilitarão a
construção do conhecimento abordado neste capítulo.
Mecanismos combinados de
transferência de calor
Discutimos até agora as três formas de transferência de calor de forma isolada,
mas as transferências por condução, convecção e irradiação podem acontecer
de forma única ou combinadas. Entretanto, as três formas de transferência não
16 Transferência de calor
18 Transferência de calor
W
qirrad = ε ∙ AS ∙ σ ∙ (TS4 – T 4viz) = (0,95) ∙ (1,72 m2) ∙ (5,67 × 10–8 )
m2k4
∙ [(28 °C + 273)4 – (10 °C + 273)4]k4
qirrad = 77,68 W
Leitura recomendada
MALISKA, C. R. Transferência de calor e mecânica dos fluídos computacional. 2. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2004.
Na Dica do Professor, você vai conhecer como os mecanismos de transferência de calor auxiliam na
manutenção da vida na Terra, além de ver como ocorrem às transferências de energia em forma de
calor, com alguns exemplos simples e reais.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/6ec066cbe8c2
07e64802b4ed158c92a5
5 min
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Vamos falar sobre a transferência de calor que mantém a vida no planeta Terra: a
irradiação de calor pelo sol.
O planeta Terra é um grande absorvedor de energia emitida pelo sol. Sua emissão em
proporções adequadas é que aquece e possibilita a vida nas mais diversas formas.
A energia emitida pelo sol chega ao
planeta na forma de ondas
eletromagnéticas em diferentes
comprimentos e frequências. As ondas
são do tipo infravermelho, luz visível e
raios ultravioleta.
As ondas ultravioletas são responsáveis
pelo bronzeamento da pele. No
amanhecer de todos os dias podemos
observar a chegada das ondas no
comprimento do visível.
E podemos sentir as ondas
infravermelho através do
calor recebido quando
estamos expostos ao sol.
Esta última é a maior
responsável pela
transferência de calor por
irradiação entre o Sol e a
Terra.
Os raios infravermelhos emitidos transferem
calor por irradiação, ou seja, o sol a uma
temperatura mais quente transmite energia em
forma de calor para superfície da terra através
das ondas eletromagnéticas. Essa transferência
só é possível porque as ondas eletromagnéticas
podem se propagar no vácuo, ou seja, na
ausência de matéria.
A transferência por irradiação transporta energia
térmica por ondas que não são visíveis a olho nu,
apenas sentida pela transferência de calor.
A quantidade de energia emitida pelas ondas
infravermelhas do sol não são absorvidas em sua
totalidade pela superfície da Terra: (1) Ao entrar
na atmosfera 6% são refletidas pela camada de
gases; (2) 20% são refletidas pelas nuvens; (3) 4%
refletidas pela superfície da terra; (4) 51% da
irradiação é absorvida pela superfície da Terra; (5)
19% absorvida pelas nuvens.
Podemos observar que mais da metade da energia
irradiada é absorvida pela Terra, viabilizando a
vida em vários segmentos.
Depois que a Terra absorve a energia irradiada,
ela reflete uma parte que fica aprisionada pelos
gases do efeito estufa, mantendo a Terra
aquecida quando o Sol não está irradiando calor,
como à noite ou e, dias de chuva.
Outros mecanismos de transferência de calor ocorrem depois que a terra é
aquecida, como a transferência por convecção e condução.
A convecção ocorre pela troca de calor entre a terra quente e o ar atmosférico,
formando as correntes de ar convectivas, em que a movimentação de massa de
fluidos causa a transferência de calor.
Podemos utilizar como exemplo a mudança de
temperatura no ambiente durante a noite depois de um
dia ensolarado. Em uma praia, esse fenômeno é bem
presente: a brisa marítima é uma consequência da
diferença no tempo de aquecimento do solo e da água,
apesar de ambos estarem submetidos às mesmas
condições de irradiação solar.
Durante o dia. a areia é aquecida pelo sol mais
rapidamente e transfere calor para o ar, que fica mais
quente e sobe, deixando uma área de baixa pressão
provocando o deslocamento do ar da superfície do
mar, que está mais frio, para a costa da praia.
Já durante a noite, ocorre o processo inverso: como a água leva a mais tempo para esquentar durante o dia, ou seja,
absorver calor irradiação, também leva mais tempo para esfriar a noite, fazendo com que se forme uma brisa
terrestre, deslocando o ar mais frio da praia para alto-mar.
A outra transferência de calor é a condução. Essa transferência ocorre
com tudo que está em contato direto com a superfície da terra e
apresenta uma diferença de temperatura. O calor será transferido do
material mais quente para o mais frio. Essa transferência pode ocorrer
entre uma pedra e a terra, entra água e a terra, entre uma pessoa e a
terra, dentre muitas outras possibilidades.
1.2 Exercícios
1) No cozimento de um dado alimento em uma panela ocorrem transferências de calor entre a
chama do fogão, a panela, a água e o alimento. Considerando que não ocorra a combinação
de mecanismos, qual o mecanismo que predomina nas seguintes transferências de calor:
entre a chama do fogão e a panela, entre a panela aquecida e o alimento. entre a panela
aquecida e a água. Assinale a alternativa que corresponde a cada transferência de calor:.
2 Gab E = Ambas as situações transferência por convecção do ar e da água, pois a transferência de calor por
convecção envolve um fluido para fazer a transferência de calor, assim água e ar são os fluidos do meio.
3) Considere duas casas construídas com materiais diferentes nas dimensões de 15 m de
comprimento, 9 m de largura e 0,20 m de espessura. As duas casas têm as mesmas
dimensões, entretanto uma casa é constituída de paredes de tijolos e a outra é de madeira
de carvalho. Considerando que a temperatura interna das duas casas esteja em 22 °C, e, ao
anoitecer, a temperatura externa diminui para 15 °C, qual das duas casas manterá a
temperatura interna por mais tempo? Utilize k = 0,72 W/mK para o material tijolo e k=0,17
para o material madeira.
A) A casa com paredes de tijolo, pois o maior valor da condutividade térmica do material
obedece a Lei de Fourier da condução térmica do material.
D) A casa com paredes de tijolo, pois o maior valor da condutividade térmica do material isola de
forma mais eficaz o ambiente e a transferência do calor por condução ocorre de forma mais
lenta.
E) Os dois materiais transferem calor nas mesmas proporções. Como as duas casas têm o
mesmo tamanho, o material utilizado para a construção da casa não terá influência.
A) 314,44 W.
B) 300,10 W.
C) 310,06 W.
D) 341,47 W.
E) 354,71 W.
4 Gab E = Como não existem correntes de convecção natural no ar entre as placas utilizamos a transferência de
calor por condução, empregando a Lei de Fourier da condução térmica e para a situação de vácuo a Lei de Stefan-
Boltzmann da irradiação térmica, sendo:
elm = 01abr23
ex. 4 ; Aula 1.2 - Pós Gabarito.
Pleito: Anular o exercício. Vou refutar apenas à justificativa do Gabarito.
Gabarito E: usou dado de área (1m2) não existente no enunciado.
5) Calcule o fluxo de transferência de calor por convecção forçada, quando uma resistência de
secador de cabelo com área de 0,2 m2 está na temperatura de 90 °C e a temperatura
ambiente é de 30 °C. O fluxo de transferência será maior ou menor quando a temperatura
ambiente estiver em 20 °C? Considere de 100 W/m2K o coeficiente de transferência de
calor para o ar.
A) 1000 W/m2 quando a temperatura do ambiente está em 30 °C. Quando a temperatura cai
para 20 °C, a transferência de calor por convecção é menor.
B) 1600 W/m2 quando a temperatura do ambiente está em 30 °C. Quando a temperatura cai
para 20 °C, a transferência de calor por convecção é menor.
C) 1200 W/m2 quando a temperatura do ambiente está em 30 °C. Quando a temperatura cai
para 20 °C, a transferência de calor não muda.
D) 1200 W/m2 quando a temperatura do ambiente está em 30 °C. Quando a temperatura cai
para 20 °C, a transferência de calor por convecção é maior.
E) 1000 W/m2 quando a temperatura do ambiente está em 30 °C. Quando a temperatura cai
para 20 °C, a transferência de calor por convecção é maior.
elm = 01abr23
ex. 5 ; Aula 1.2 - Pós Gabarito.
Pleito: Anular o exercício. Vou refutar apenas à justificativa do Gabarito.
Gabarito D: Gabarito calculou taxa de calor e errou nas unidades.
Imagem de correções:
1.2 Na prática
Em processos industriais, a utilização da transferência de calor por convecção para resfriamento de
fluidos advindos deles é muito comum e crucial para a sua eficiência. O resfriamento permite o
reuso da água e diminui os danos ambientais.
Neste Na Prática, você vai conhecer o sistema de resfriamento de fluidos advindo de uma usina
nuclear, com a utilização de torres de resfriamento com transferência de calor por convecção
natural, entre a água quente vinda do resfriamento dos reatores e o ar. Você vai conhecer ainda a
refrigeração pelo processo de convecção forçada, que a maioria das empresas utilizam, por ser um
modelo mais compacto e eficiente.
Torre de resfriamento
hiperbólica
Usina nuclear com
torres de resfriamento
O ar quente que recebeu calor da água sai na superfície e o ar frio entra na base da torre, formando
um ciclo constante que renova o ar interno da estrutura incessantemente.
O ciclo de resfriamento por convecção forçada cessa quando a força externa que movimenta a
massa de ar para, ou seja, quando o ventilador é desligado. Consequentemente, a troca de calor
entre a água e o ar também cessa.
1.2 Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
5 min
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https://www.youtube.com/embed/SrYArZ84bRk
BAUER, W. Física para universitários: relatividade, oscilações, ondas e calor. Porto Alegre: AMGH,
2012.
CENGEL, Y. A. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. 4.ed. Porto Alegre:
AMGH, 2012.
SAGAH, 2018.
Sumário Resumido
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS 1
CAPÍTULO 2 EQUAÇÃO DE CONDUÇÃO DE CALOR 63
CAPÍTULO 3 CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE 135
CAPÍTULO 4 CONDUÇÃO DE CALOR TRANSIENTE 225
CAPÍTULO 5 MÉTODOS NUMERICOS EM CONDUÇÃO DE CALOR 295
CAPÍTULO 6 FUNDAMENTOS DE CONVECÇÃO 373
CAPÍTULO 7 CONVECÇÃO FORÇADA EXTERNA 417
CAPÍTULO 8 CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA 465
CAPÍTULO 9 CONVECÇÃO NATURAL 519
CAPÍTULO 10 EBULIÇÃO E CONDENSAÇÃO 581
CAPÍTULO 11 TROCADORES DE CALOR 629
CAPÍTULO 12 FUNDAMENTOS DE RADIAÇÃO TÉRMICA 683
CAPÍTULO 13 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO 731
CAPÍTULO 14 TRANSFERÊNCIA DE MASSA 795
APENDICE TABELAS E GRÁFICOS DE PROPRIEDADES (UNIDADES NO SI) 865
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 == INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS 1
1-1 Termodinamica e transferência de calor 2 === Areas de aplicação da transferência de calor 3 ===
Contexto histórico 3
1-2 Transferência de calor na engenharia 4 === Modelagem na engenharia 5
1-3 Calor e outras formas de energia 6 === Calor especifico de gás, liquido e sólido 7 Transferência de
energia 9
1-4 Primeira lei da termodinámica 11 === Balanço de energia para sistemas fechados (massa constante) 12
=== Balanço de energia para sistemas de escoamento em regime permanente 12 === Balanço de energia
em superficies 13
1-5 Mecanismos de transferência de calor 17
1-6 Condução 17 === Condutividade térmica 19 === Difusividade térmica 22
1-7 Convecção 25
1-8 Radiação 27
1-9 Mecanismos simultáneos de transferência de calor 30
1-10 Técnicas para solução de problemas 35 === Programas computacionais de engenharia 37 ===
Engineering Equation Solver (EES) 38 === Observação sobre algarismos significativos 39
Tópico de interesse especial: === Conforto térmico 40
Resumo 46 === Referências e sugestões de leitura 47 === Problemas 47
APÊNDICE
TABELAS E GRÁFICOS DE PROPRIEDADES === (UNIDADES NO SI) 865
TABELA A-1 Massa molar, constante de gás e calor específico de gás ideal de algumas substâncias 866
TABELA A-2 Propriedades nos pontos de ebulição e de congelamento 867
TABELA A-3 Propriedades dos metais sólidos 868
TABELA A-4 Propriedades de sólidos não metálicos 871
TABELA A-5 Propriedades dos materiais de construção 872
TABELA A-6 Propriedades de materiais isolantes 874
TABELA A-7 Propriedades dos alimentos comuns 875
TABELA A-8 Propriedades de diversos materiais 877
TABELA A-9 Propriedades da água saturada 878
TABELA A-10 Propriedades do refrigerante-134a saturado 879
TABELA A-11 Propriedades da amônia saturada 880
TABELA A-12 Propriedades do propano saturado 881
TABELA A-13 Propriedades dos líquidos 882
TABELA A-14 Propriedades dos metais líquidos 883 TABELA A-15 Propriedades do ar a 1 atm de pressão 884
TABELA A-16 Propriedades dos gases a 1 atm de pressão 885
TABELA A-17 Propriedades da atmosfera em altitudes ele vadas 887
TABELA A-18 Emissividades nas superfícies 888
TABELA A-19 Propriedades de radiação solar dos materiais 890
FIGURA A-20 Diagrama de Moody do fator de atrito para escoamento completamente desenvolvido em tubos
circulares 891
ÍNDICE 893
CAPÍTULO 1
OBJETIVOS === Ao término deste capítulo, você será capaz de:
Compreender como a termodinâmica e a transferência de calor estão relacionadas.
Distinguir a energia térmica de outras formas de energia e a transferência de calor de outras formas de
transferência de energia.
Fazer balanços gerais de energia e balanços de energia em superfícies. Entender os mecanismos básicos da
transferência de calor (condução, convecção e radiação térmica), a lei de Fourier da condução de calor, a lei de
Newton do resfriamento e a lei de Stefan-Boltzmann da radiação.
Identificar os mecanismos de transferência de calor que ocorrem de forma simultânea na prática.
Conscientizar-se dos custos associado às perdas de calor.
Solucionar os vários problemas de transferência de calor encontrados na prática.
Muitos utensílios domésticos são projetados, totalmente ou em parte, com base nos princípios de transferência de
calor. Alguns exemplos incluem fogões elétricos e a gás, aquecedores e ar-condicionados, geladeiras e freezers,
aquecedores de água, ferros de passar e, até mesmo, computadores, TVs e DVDS. Casas energeticamente eficientes
são projetadas para minimizar a perda de calor no inverno e o ganho de calor no verão. A transferência de calor
representa importante papel no projeto de muitos outros dispositivos, como radiadores de carro, coletores de
energia solar, diversos componentes de usinas elétricas e até naves espaciais (Fig. 1-3). A melhor espessura de
isolamento térmico para paredes e telhados, canos de água quente, vapor ou aquecedores de água é determinada
com base na análise da transferência de calor e das considerações econômicas.
FIGURA 1-3
Algumas áreas
de aplicação da
transferência de
calor.
Contexto histórico
O calor sempre foi percebido como algo que produz uma sensação de aquecimento, mas ninguém poderia imaginar
que sua natureza fosse um dos primeiros conceitos entendidos pela humanidade. Apenas na metade do século XIX,
alcançamos o verdadeiro entendimento físico sobre a natureza do calor, graças ao desenvolvimento da teoria
cinética, que entende as moléculas como pequenas bolas em movimento que têm, portanto, energia cinética. O
calor é, então, definido como a energia associada ao movimento aleatório de átomos e moléculas. Embora o
conceito de que, o calor é a manifestação do movimento no nível molecular (denominada força vital) tenha surgido
no século XVIII e início do XIX, essa visão, que prevaleceu até meados do século XIX, foi baseada na teoria do
calórico, proposta em 1789 pelo químico francês Antoine Lavoisier (1743-1794). Essa teoria defendia que o calor
era um tipo de substância semelhante ao fluido denominado calórico, que era sem massa, incolor, inodoro, insípido
e capaz de fluir de um corpo para outro (Fig. 1-4). Quando o calórico era adicionado a um corpo, sua temperatura
aumentava e, quando removido, sua temperatura diminuía. Quando um corpo não pudesse conter mais nenhum
calórico, assim como quando um copo com água não pode dissolver mais nenhuma quantidade de sal ou açúcar,
dizia-se que o corpo estava saturado de calórico. Essa interpretação deu origem às expressões líquido saturado e
vapor saturado, usadas até hoje.
FIGURA 1-4
No inicio do século XIX, o
calor foi concebido como
um tipo de fluido invisível,
denominado CALÓRICO,
que fluía do corpo mais
quente para o mais frio.
A teoria do calórico foi criticada logo após sua introdução. Ela sustentava que o calor era uma substância que não
podia ser criada ou destruída. Contudo, já se sabia que o calor podia ser gerado indefinidamente ao esfregarmos
as mãos ou dois pedaços de madeira. Em 1798, o americano Benjamin Thompson, conde de Rumford
(1753-1814), mostrou em seus trabalhos que o calor pode ser gerado continuamente por meio da fricção. A
validade da teoria do calórico foi também contestada por muitos outros. Todavia, foram os experimentos
cuidadosamente realizados pelo inglês James P. Joule (Fig. 1-5) e publicados em 1843 que finalmente
convenceram os céticos de que o calor não era, afinal, uma substância, pondo fim à teoria do calórico. Embora
essa teoria tenha sido totalmente abandonada na metade do século XIX, contribuiu enormemente para o
desenvolvimento da termodinâmica e da transferência de calor.
FIGURA 1-5
O físico britânico James Prescott Joule (1818-1889) nasceu em Salford, Lancashire, Inglaterra. Joule é mais
conhecido por seu trabalho sobre a conversão de energia elétrica e mecânica em calor e pela primeira lei da
termodinâmica. A unidade de energia, o joule (J), foi nomeada em sua homenagem. Segundo a lei de Joule de
aquecimento elétrico, a taxa de produção de calor em um fio condutor é proporcional ao produto da resistência
do fio e ao quadrado da corrente elétrica. Por meio de seus experimentos, Joule demonstrou a equivalência
mecânica de calor, ou seja, a conversão de energia mecânica em quantidade equivalente de energia térmica,
que estabelece fundamentação para a conservação do princípio de energia. Joule e William Thomson (mais
tarde lorde Kelvin) descobriram a queda de temperatura de uma substância durante a livre expansão, fenômeno
conhecido como efeito Joule-Thomson, que forma a fundamentação do funcionamento da refrigeração de
compressão de vapor comum e de sistemas de ar condicionado. (AIP Emilio Segre Visual Arquivo.)
FIGURA 1-8 A energia interna u representa a energia microscópica de um fluido em repouso, enquanto a
entalpia h representa a energia microscópica de um fluido em movimento.
(1-2)
As variações finitas na energia interna e entalpia para um gás ideal durante um processo podem ser expressas,
aproximadamente, usando valores do calor específico para a temperatura média, ou seja:
(1-3)
ou (1-4)
onde m é a massa do sistema.
Uma substância cujo volume específico (ou densidade) não varia com a temperatura ou pressão é denominada
substância incompressível. Como o volume específico dos sólidos e líquidos permanece praticamente constante
durante um processo, eles podem ser aproximados como substâncias incompressíveis sem muita perda de
precisão.
Os valores dos calores específicos, tanto pressão como volume constante, são iguais para substâncias
incompressíveis (Fig. 1-11). Dessa forma, para líquidos e sólidos, os subscritos em cp e cv , podem ser suprimidos e
representados por um único símbolo c. Isto é, cp ~= cv ~= c .
Esse resultado também pode ser deduzido da definição física de calor específico a volume constante e calor
específico a pressão constante. Calores específicos de vários gases líquidos e sólidos são fornecidos no Apêndice.
Transferência de energia
Energia pode ser transferida de ou para uma massa por meio de dois mecanismos: transferência de calor Q e
trabalho W. A transferência de energia é considerada transferência de calor quando a força motriz é a diferença de
temperatura. Caso contrário, a transferência de energia é trabalho. Um pistão subindo, um eixo girando e um fio
elétrico atravessando as fronteiras do sistema são todos associados com trocas do tipo trabalho. Trabalho por
unidade de tempo é chamado de potência e representado por . A unidade de potência é W (watt) ou hp (1 hp =
746 W). Motores de automóveis e turbinas hidráulicas a vapor e a gás produzem trabalho, e compressores, bombas
e misturadores consomem trabalho. Note que a energia do sistema decresce com trabalho realizado e aumenta
com trabalho efetuado nele.
Em nosso cotidiano, frequentemente fazemos menção às formas sensível e latente de energia interna como calor e
falamos sobre a quantidade de calor dos corpos (Fig. 1-12). Entretanto, em termodinâmica, essas formas de energia
são usualmente denominadas energia térmica, para prevenir qualquer confusão com transferência de calor.
FIGURA 1-12
As formas sensível e latente da energia
interna podem ser transferidas como
resultado da diferença de temperatura e são
denominadas CALOR ou ENERGIA TÉRMICA.
O termo calor e as expressões associadas, como fluxo de calor, calor recebido, calor rejeitado, calor absorvido,
ganho de calor, perda de calor, calor armazenado, geração de calor, aquecimento elétrico, calor latente, calor
corpóreo e fonte de calor, são comumente utilizados, e a tentativa de substituir a palavra calor nessas expressões
por energia térmica teve apenas um limitado sucesso. Tais expressões estão profundamente enraizadas em nosso
vocabulário e são utilizadas tanto por pessoas comuns quanto por cientistas, sem causar nenhum mal-entendido.
Por exemplo, a expressão calor corpóreo (ou de um corpo) é entendida como a energia térmica contida no corpo.
Da mesma forma, a expressão fluxo de calor é entendida como a transferência de energia térmica, e não como o
fluxo de uma substância do tipo fluido chamado calor, embora esta última interpretação incorreta, fundamentada
na teoria do calórico, seja a origem da frase. O calor transferido para um sistema também é frequentemente
referido como calor recebido, e o transferido para fora do sistema é denominado calor rejeitado.
Adotando a prática corrente, iremos referir energia térmica como calor e a transferência de energia térmica como
transferência de calor. A quantidade de calor transferido durante determinado processo é representada por Q. A
quantidade de calor transferido por unidade de tempo é denominada taxa de transferência de calor e representada
por . O ponto acima da letra significa derivada temporal ou "por unidade de tempo".
A taxa de transferência de calor tem como unidade J/s, que é equivalente a W.
Quando a taxa de transferência de calor é conhecida, a quantidade total de calor transferido Q, em dado
intervalo de tempo , pode ser determinada por
(1-6)
desde que a dependência de com o tempo seja conhecida. Para o caso especial em que é constante, essa
equação se reduz a:
(1-7)
A taxa de transferência de calor por unidade de área normal à direção da transferência de calor é denominada
FLUXO DE CALOR, e o fluxo de calor médio é dado por (Fig. 1-13)
Propriedades. Os valores médios da densidade e do calor específico do cobre são ρ = 8.950 kg/m3 e cp = 0,395 kJ/
kg.°C, respectivamente.
Análise (a) A quantidade de calor transferido para a esfera de cobre é simplesmente a variação da energia interna e
pode ser determinada por:
Energia transferida para o sistema = Aumento de energia do sistema
onde
substiuindo,
Dessa forma, é necessário transferir 92,6 kJ de calor para a esfera de cobre para aquecê-la de 100ºC para 150ºC.
(b) A taxa de transferência de calor geralmente varia com o tempo durante o processo. Entretanto, podemos
determinar a taxa MÉDIA de transferência calor dividindo a quantidade de calor transferida pelo intervalo de tempo
correspondente. Logo,
(c) Fluxo de calor é definido como o calor transferido por unidades de tempo e de área, ou taxa de transferência de
calor por unidade de área. Assim, o fluxo médio de calor, nesse caso, é
Discussão Note que o fluxo de calor pode variar com a posição na superfície. O valor obtido é o fluxo de calor
médio sobre toda superfície da esfera.
(1-9)
Note que a energia pode ser transferida para, ou do sistema por meio de calor, trabalho e fluxo de massa, e que
a energia total de um sistema simples e compressível é a soma das energias interna, cinética e potencial, e o
BALANÇO DE ENERGIA para qualquer sistema sofrendo qualquer processo pode ser expresso como:
(1-10)
ou na forma de TAXAS, como
(1-11)
Energia é uma propriedade, e o valor de uma propriedade não varia, a menos que o estado do sistema mude. Dessa
forma, a variação da energia de um sistema será nula ( ) se o estado do sistema não mudar durante o
processo, isto é, se for um processo em regime permanente. O balanço de energia, nesse caso, se reduz a (Fig. 1-15)
forma da taxa em regime permanente:
(1-12)
FIGURA 1-15
Em processos de
regime permanente, a
taxa de energia
transferida que entra
em um sistema é igual
à taxa de energia que
sai dele.
Na ausência de efeitos significativos de eletricidade, magnetismo, movimento, gravidade e tensão superficial (isto é,
para sistemas compressíveis simples e estacionários), a variação da energia total de um sistema durante um
processo é simplesmente a mudança na energia interna. Isto é,
Na análise de transferência de calor, normalmente estamos interessados apenas nas formas de energia que podem
ser transferidas como resultado de uma diferença de temperatura, isto é, calor ou energia térmica. Nesses casos, é
conveniente escrever um balanço de calor e representar as conversões de energia nuclear, química, mecânica e
elétrica em energia térmica, como calor gerado. O balanço de energia pode, nesse caso, ser escrito assim:
(1-13)
onde Vn é o componente da velocidade normal a dAc . A vazão mássica por meio de toda seção transversal é
obtida pela integração sobre Ac .
(1-16)
onde ρ é a densidade do fluido; V, a velocidade média na direção do escoamento; Ac , a área da seção do duto.
FIGURA 1-17
A vazão mássica de um fluido em uma seção
transversal é igual ao produto da densidade do
fluido com a velocidade média do fluido e com
a área de seção transversal.
O volume do fluido que escoa por meio de um duto por unidade de tempo é denominado vazão volumétrica e
expresso como
(1-17)
Note que a vazão mássica de um fluido em um duto permanece constante durante o escoamento permanente, o
que não é o caso para a vazão volumétrica, a menos que a densidade do fluido permaneça constante.
Para sistemas com escoamento em regime permanente com entrada e saída, a vazão mássica que entra no volume
de controle deve ser igual à vazão mássica que sai, ou seja,
Quando as variações na energia cinética e potencial forem desprezíveis, o que normalmente ocorre, e não houver
incidência de trabalho, o balanço de energia para esse escoamento em regime permanente se reduzirá a (Fig. 1-18).
(1-18)
onde é a taxa líquida de calor transferido para dentro ou fora do volume de controle. Essa é a representação para
o balanço de energia que usaremos frequentemente para sistemas com escoamento em regime permanente.
FIGURA 1-18
Sob condições de regime permanente,
a taxa líquida de energia transferida
para um fluido em um Volume de
Controle é igual à taxa de aumento da
energia do fluido que escoa por meio
do Volume de Controle.
(1-20)
onde é a condução por meio da parede até a superfície; , a convecção a partir da superfície para
o ar externo; e , a radiação líquida da superfície para o ambiente adjacente.
Quando as direções das trocas são desconhecidas, todas as trocas de energia podem ser assumidas como dirigidas
para a superfície, e, assim, o balanço de energia na superfície pode ser expresso como . Observe que
as trocas no sentido oposto resultarão em valores negativos, balanceando, assim, a equação.
FIGURA 1-19
Trocas de energia
na superfície
externa da parede
de uma casa.
EXEMPLO 1-2 Resfriamento de chapas de aço inoxidável
Uma chapa contínua de aço inoxidável AISI 304 em aquecimento é transportada com velocidade constante de 1 cm/s
para dentro de uma câmara, para ser resfriada (Fig. 1-20). O aço inoxidável da chapa tem 5 mm de espessura e 2 m de
largura. A chapa entra na câmara e sai dela a 500 K e 300 K, respectivamente. Determine a taxa de perda de calor da
chapa de aço no interior da câmara.
FIGURA 1-20
Esquema para o Exemplo 1-2.
SOLUÇÃO Determinar a taxa de perda de calor transmitida a partir de uma chapa de aço inoxidável dentro de uma câmara.
Suposições: 1 Existem condições de operação constante. 2 A folha de aço inoxidável tem propriedades constantes.
3 As alterações em energia cinética e potencial são desprezíveis.
Propriedades O calor específico a pressão constante do aço inoxidável AISI 304 na temperatura média (500+300)/2
= 400 K é 515 J/kg.K . A densidade do aço inoxidável AISI 304 é 7900 kg/m3 (Tab. A-3).
Análise A massa da chapa de aço inoxidável transportada entra na câmara e sai dela a uma taxa de
A taxa de perda de calor da chapa de aço inoxidável na câmara pode ser determinada como
Discussão A chapa de aço inoxidável a ser transportada dentro e fora da câmara é tratada como volume de controle.
FIGURA 1-21
Esquema para o
Exemplo 1-3.
SOLUÇÃO A temperatura do ar no duto de aquecimento da casa diminui como resultado da perda de calor para o
espaço frio do porão. Determinar a taxa de perda de calor do ar quente e o custo correspondente.
Suposições 1 Existem condições de operação em regime permanente. 2 O ar pode ser considerado um gás ideal
com propriedades constantes em temperatura ambiente.
Propriedades. O calor específico com pressão constante do ar para temperatura média de (54 +60)/2 = 57 °C é de
1,007 kJ/kg.K (Tab. A-15).
Análise: Tomamos o trecho do sistema de aquecimento dentro do porão como um sistema com escoamento em
regime permanente. A taxa de perda de calor do ar no duto pode ser determinada por:
Discussão A perda de calor pelo duto de aquecimento no porão custa para o proprietário da casa 10,8 centavos de
dólar por hora. Admitindo que o aquecedor funcione 2.000 horas durante a temporada de aquecimento, o custo
anual da perda de calor é de US$ 216. A maior parte desse dinheiro poderia ser economizada isolando o duto de
aquecimento nas áreas não aquecidas.
FIGURA 1-22
Esquema para o Exemplo 1-4.
Considere uma casa que tem um piso com área de 200 m2 e altura média de 3 m a uma elevação de 1.500 m, onde
a pressão atmosférica é de 84,6 kPa (Fig. 1-22). Inicialmente, a casa está a uma temperatura uniforme de 10 °C.
Então, liga-se o aquecedor elétrico até o ar no interior da casa atingir a temperatura média de 20 °C. Determine a
quantidade de energia transferida para o ar, admitindo que (a) a casa é bem vedada e o ar do interior não escapa
para fora durante o processo de aquecimento, e (b) alguma quantidade de ar escapa pelas fendas quando o ar
aquecido no interior da casa expande-se com pressão constante. Determine também o custo do aquecimento para
cada caso, considerando que o custo da eletricidade na região é de US$ 0,075/kWh.
SOLUÇÃO O ar no interior da casa é aquecido por um aquecedor elétrico. A quantidade e o custo da energia
transferida para o ar devem ser determinados para os casos de pressão e volume constantes.
Suposições. (1) 0 ar pode ser tratado como um gás ideal com propriedades constantes. (2) A perda de calor durante
o processo de aquecimento é desprezível. (3) O volume ocupado pela mobília e por outros itens no interior da casa
é desprezível.
Propriedades Os calores específicos do ar na temperatura média de (10 + 20)/2 = 15 °C são cp = 1,007 kJ/kg.K e cv
= cp - R = 0,720 kJ/kg.K (Tabs. A-1 e A-15).
Análise O volume e a massa do ar no interior da casa são:
(a) A quantidade de energia transferida para o ar em processo a volume constante é simplesmente a variação da
energia interna:
(b) A quantidade de energia transferida para o ar com pressão constante é a variação na entalpia:
Discussão: O custo é de 10 centavos no primeiro caso e 14 centavos no segundo, para aquecer o ar do interior da
casa de 10 °C para 20 °C. A segunda resposta é mais realista, uma vez que toda a casa tem fendas, especialmente
no contorno de portas e janelas, além de a pressão no interior dela permanecer essencialmente constante durante
o processo de aquecimento. Assim, a segunda abordagem é usada na prática. Essa abordagem conservadora
superestima um pouco a quantidade de energia usada, já que alguma quantidade de ar escapa pelas fendas antes
de ser aquecida a 20 °C.
1-6 CONDUÇÃO
Condução é a transferência de energia das partículas mais energéticas de uma substância para partículas vizinhas
adjacentes menos energéticas, como resultado da interação entre elas. A condução pode ocorrer em sólidos,
líquidos ou gases.
Em líquidos e gases, a condução deve-se às colisões e difusões das moléculas em seus movimentos aleatórios. Nos
sólidos, ela acontece por causa da combinação das vibrações das moléculas em rede, e a energia é transportada
por elétrons livres. Uma lata com bebida gelada em um ambiente quente, por exemplo, normalmente aquece até a
temperatura do ambiente, como resultado da transferência de calor do ambiente para a bebida por meio da
condução térmica pelo alumínio da lata.
A taxa de condução de calor por um meio depende da geometria, da espessura, do tipo de material e da diferença
de temperatura a que o meio está submetido. Quando envolvemos um tanque de água quente com lã de vidro
(material isolante térmico), reduzimos sua taxa de perda de calor. Quanto maior for o isolamento, menor será a
perda de calor. Um tanque de água quente perde calor a uma taxa maior quando a temperatura do ambiente em
que se encontra é reduzida. Além disso, quanto maior for o tanque, maior será a área superficial, logo, maior será a
taxa de perda de calor.
FIGURA 1-23 Considere a condução de calor em regime permanente através de
Condução de uma grande parede plana de espessura delta_x = L e área A, como
calor através de mostra a Fig. 1-23. A diferença de temperatura através da parede é
uma grande
delta_T = T2 - T1. Experimentos têm mostrado que a taxa de
parede plana de
espessura delta_x transferência de calor Q_ponto através da parede dobra quando a
e área A. diferença de temperatura delta_T ou a área A normal em direção da
transferência de calor é dobrada, mas é reduzida à metade quando
a espessura da parede L é dobrada. Assim, concluímos que a taxa de
condução de calor através de uma camada plana é proporcional à
diferença de temperatura através da camada e à área de transferência de calor, mas inversamente proporcional à
espessura da camada. Ou seja,
ou (1-21)
onde a constante de proporcionalidade k é a condutividade térmica do material, que é a medida da capacidade do
material de conduzir calor (Fig. 1-24). No caso limite de delta_x → 0, a Eq. 1-21 se reduz à forma diferencial
FIGURA 1-24
A taxa de condução
de calor por meio de
um sólido é (1-22)
diretamente
proporcional à sua que é denominada lei de Fourier
condutividade da condução térmica, em
térmica k.
referência a J. Fourier (Fig. 1-25),
que a expressou pela primeira
vez em seu livro sobre transferência de calor, em 1822. Aqui, dT/dx é o gradiente de temperatura, que é a inclinação
da curva no gráfico T-x (taxa de variação de T com relação a x) na coordenada x. A relação acima indica que a taxa de
condução de calor em dada direção é proporcional ao gradiente de temperatura na mesma direção. O calor é
conduzido no sentido da temperatura decrescente, e o gradiente de temperatura torna-se negativo quando a
temperatura decresce com o aumento de x. O sinal negativo na Eq. 1-22 assegura que a transferência de calor no
sentido positivo de x seja uma quantidade positiva.
FIGURA 1-26 A área de transferência de calor A é sempre normal à
Na análise de direção da transferência de calor. Para a perda de calor em
condução de calor, A uma parede de 5m de comprimento, 3m de altura e 25cm
representa a área de espessura, por exemplo, a área de transferência de
normal à direção da calor é A=15m2. Observe que a espessura da parede não
transferência de tem efeito sobre A (Fig. 1-26).
calor.
FIGURA 1-25
Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830), matemático e físico, nasceu em Auxerre, França. Ele é mais
conhecido por seu trabalho na série infinita de funções trigonométricas que levam seu nome e pelo
desenvolvimento da teoria matemática de condução calor. Fourier estabeleceu a equação diferencial
parcial que rege a difusão de calor, resolvendo isso pelo uso da série de Fourier. A transformada de Fourier,
o número de Fourier e a lei de Fourier sobre condução de calor foram nomeados em sua honra. Credita-se
também a ele a descoberta do fenômeno do efeito estufa em 1824. (Foto do Museu Deutsches.)
SOLUÇÃO. As superfícies interna e externa do telhado plano de concreto de uma casa aquecida por sistema elétrico
são mantidas em dadas temperaturas durante a noite. Determinar o calor perdido através do telhado, bem como o
custo correspondente.
Suposições: (1) Sistema em regime permanente durante toda a noite, uma vez que as temperaturas das superfícies
do telhado permanecem constantes nos valores determinados. (2) As propriedades do telhado são admitidas como
constantes.
Análise: (a) Considerando que a transferência de calor pelo telhado ocorre por condução e sua área é
A=6m*8m=48m2, a taxa de transferência de calor permanente por meio do telhado é:
(b) A quantidade de calor perdido através do telhado durante o período de 10 horas e seu correspondente custo são:
Discussão: Naquela noite, o custo para o proprietário da casa referente à perda de calor através do telhado foi de
US$ 1,35. O total da conta de aquecimento deverá ser muito maior, uma vez que perdas de calor através das
paredes não foram consideradas nos cálculos.
Condutividade térmica
Vimos que diferentes materiais armazenam calor de modo distinto e definimos a propriedade calor específico cp,
como medida da capacidade do material de armazenar energia térmica. Por exemplo, cp=4,18kJ/kg-K para a água e
cp=0,45kJ/kg.°C para o ferro em temperatura ambiente, o que indica que a água pode armazenar quase 10 vezes
mais energia do que o ferro por unidade de massa. Da mesma forma, a condutividade térmica k é a medida da
capacidade de um material conduzir calor. Por exemplo, k=0,607W/m.K para a água e k=80,2W/m.K para o ferro
em temperatura ambiente, o que significa que o ferro conduz calor 100 vezes mais rápido do que a água. Logo,
dizemos que a água é um pobre condutor de calor em relação ao ferro, entretanto a água é um excelente meio
para armazenar energia térmica.
A Eq. 1-21 para a taxa de transferência de calor por condução sob condições permanentes também pode ser
visualizada como uma equação que define a condutibilidade térmica. Assim, a condutividade térmica de um
material pode ser definida como a taxa de transferência de calor por meio de uma unidade de comprimento de um
material por unidade de área por unidade de diferença de temperatura. A condutividade térmica de um material é
a medida da capacidade de o material conduzir calor. Um alto valor de condutividade indica que o material é bom
condutor de calor, enquanto um valor baixo indica que o material é mau condutor de calor ou isolante.
As condutividades térmicas de alguns materiais comuns em temperatura ambiente são dadas na Tab. 1-1. A
condutividade térmica do cobre, em temperatura ambiente é k=401W/m.K, o que indica que uma parede de cobre
de 1 m de espessura deverá conduzir calor a uma taxa de 401 W por m2 de área por K de diferença de temperatura
através da parede. Note que materiais como cobre e prata são bons condutores elétricos e também bons
condutores de calor, com altos valores de condutividade térmica. Materiais como borracha, madeira e isopor são
maus condutores de calor, logo têm valores menores de condutividade.
TABELA 1-1 Uma camada de material de espessura e área conhecidas pode ser
Condutividade térmica de alguns aquecida em um dos lados por um aquecedor de resistência elétrica de
materiais em temperatura ambiente comportamento conhecido. Se a outra face do aquecedor for
apropriadamente isolada, todo o calor liberado pela resistência será
Material k, W/m.K
transferido para o material como um todo, cuja condutividade deve ser
Diamante 2.300
Prata 429
determinada. Assim, medindo a temperatura das duas superfícies do
Cobre 401 material quando a transferência de calor em regime permanente é
Ouro 317 atingida e substituindo na Eq. 1-21 juntamente com outras quantidades
Alumínio 237 conhecidas, obtemos a condutividade térmica (Fig. 1-28).
Ferro 80,2
Mercúrio (L) 8,54 FIGURA 1-28
Vidro 0,78 Arranjo
Tijolo 0,72 experimental
Água (L) 0,607 simples para
Pele humana 0,37 determinar a
Madeira condutividade
(carvalho) 0,17 térmica de um
Hélio (g) 0,152 material.
Borracha macia 0,13
Fibra de vidro 0,043
Ar (g) 0,026
Uretano, espuma
rígida 0,026
A condutividade térmica dos materiais varia ao longo de ampla faixa, como mostra a Fig. 1-29. A condutividade térmica de
gases como o ar pode variar por um fator de 10^4 em relação aos metais puros, como o cobre. Observe que cristais puros e
metais têm os maiores valores de condutividade térmica, enquanto gases e materiais isolantes têm os menores.
FIGURA 1-29
Faixa de
condutividade
térmica de
diversos
materiais em
temperatura
ambiente.
A temperatura é uma medida da energia cinética de partículas como moléculas ou átomos de uma substância. Em
líquidos ou gases, a energia cinética das moléculas é devida aos movimentos translacional aleatório, rotacional e
vibracional. Quando duas moléculas detentoras de energias cinéticas distintas colidem, parte da energia cinética da
partícula mais energética (maior temperatura) é transferida para a menos energética (menor temperatura), de
modo semelhante à colisão de duas bolas elásticas de mesma massa, mas com velocidades diferentes, quando
parte da energia cinética da mais veloz é transferida para a outra menos veloz. Quanto maior a temperatura, mais
rápido é o movimento das moléculas e maior o número de colisões; assim, melhor é a transferência de calor.
A teoria cinética dos gases prediz, e os experimentos confirmam, que a condutividade térmica dos gases é
proporcional à raiz quadrada da temperatura termodinâmica T e inversamente proporcional à raiz quadrada da
massa molar M. Portanto, para um gás específico (M fixo), a condutividade térmica aumenta com o aumento da
temperatura e, em temperatura fixa, diminui com o aumento de M. Por exemplo, a uma temperatura fixa de 1000
K, a condutividade térmica do hélio (M = 4) é 0,343 W/m.K e a do ar (M = 29) é 0,0667 W/m.K, que é muito menor
do que a do hélio.
As condutividades térmicas de gases na pressão de 1 atm estão listadas na Tab. A-16. Todavia, tais valores também
podem ser utilizados em outras pressões, uma vez que a condutividade térmica dos gases é independente da
pressão em um grande intervalo de pressões encontradas na prática.
O mecanismo da condução do calor em um líquido é complicado por causa da maior proximidade das moléculas,
que permite um forte campo de força intermolecular. As condutividades térmicas de líquidos normalmente estão
no intervalo entre os valores de sólidos e gases. Em geral, a condutividade térmica de uma substância é maior na
fase sólida e menor na gasosa. Diferentemente dos gases, a condutividade térmica da maioria dos líquidos decresce
com o aumento da temperatura, sendo a água uma notável exceção. Como os gases, a condutividade térmica dos
líquidos decresce com o aumento da massa molar. Metais líquidos como o mercúrio e o sódio têm alto valor de
condutividade e são bastante adequados para o uso em aplicações nas quais a alta taxa de transferência de calor
para líquido é desejada, como em usinas nucleares.
Nos sólidos, a condução de calor é devida a dois efeitos: ondas de vibração de rede motivadas pelos movimentos
vibracionais das moléculas arranjadas em posições relativamente fixas, de forma periódica, constituindo redes; e
energia transportada por meio do movimento livre dos elétrons presentes nos sólidos (Fig. 1-30). A condutividade
térmica de sólidos é obtida pela soma do componente de rede e do componente eletrônico. A condutividade
térmica relativamente alta de metais puros se deve principalmente ao componente eletrônico. O componente da
rede da condutividade térmica depende fortemente de como as moléculas são arranjadas. Por exemplo, o
diamante, que é um sólido cristalino altamente ordenado, tem o maior valor conhecido de condutividade térmica
em temperatura ambiente.
Diferentemente dos metais, que são bons condutores de calor e eletricidade, sólidos cristalinos como o diamante e
semicondutores como o silício são bons condutores de calor, mas pobres condutores de eletricidade. Como
resultado, tais materiais encontram uma ampla aplicação na indústria eletrônica. Apesar de seu alto custo,
diamantes são utilizados como dissipadores de calor de dispositivos eletrônicos sensíveis, por causa de sua
excelente condutividade térmica. Óleo e juntas de silício são comumente utilizados na montagem de componentes
eletrônicos, uma vez que ambos apresentam bom contato térmico e bom isolamento elétrico.
Metais puros têm condutividades térmicas elevadas, e até poderíamos pensar que ligas metálicas também
deveriam ter altas condutividades. Seria de esperar que uma liga feita de dois metais com condutividades térmicas
k1 e k2 tivesse condutividade k entre k1 e k2. Mas esse não é o caso. A condutividade térmica de uma liga de dois
metais é normalmente muito menor do que a de cada metal, como mostrado na Tab. 1-2. Mesmo pequenas
quantidades de moléculas estranhas em metais puros, que são bons condutores, podem prejudicar seriamente a
transferência de calor no metal. Por exemplo, a condutividade térmica de aço contendo apenas 1% de cromo é de
62 W/m.K, enquanto as condutividades térmicas do ferro e do cromo são de 83 e 95 W/m.K, respectivamente.
TABELA 1-2 As condutividades térmicas dos materiais variam com a
A condutividade térmica de uma LIGA é temperatura (Tab. 1-3). A variação da condutividade térmica ao
normalmente muito menor que as longo de certos intervalos de temperatura é insignificante para
condutividades térmicas de cada metal dos alguns materiais, mas significativa para outros, como mostrado na
quais é composta.
Fig. 1-31. As condutividades térmicas de certos sólidos exibem um
Metal puro ou liga k , W/(m*K) a 300K
Cobre 401
aumento drástico para temperaturas próximas de zero absoluto,
Níquel 91 quando eles se tornam sólidos supercondutores. Por exemplo, a
Constantan condutividade do cobre atinge um valor máximo de cerca de 20.000
(55% Cu, 45% Ni) 23 W/m.K a 20 K, que é cerca de 50 vezes a condutividade em
Cobre 401 temperatura ambiente. As condutividades térmicas e outras
Alumínio 237 propriedades térmicas de vários materiais são indicadas nas Tabs.
Bronze comercial A-3 a A-17.
(90% Cu, 10% Al) 52
TABELA 1-3
A condutividade térmica
dos materiais varia com a
temperatura.
k , W/(m*K)
T,K Cobre Alumínio
100 482 302
200 413 237
300 401 237
400 393 240
600 379 231
800 366 218
(1-23)
Note que a condutividade térmica k representa como um material conduz bem o calor, e a capacidade térmica
rho*cp , representa quanta energia um material pode armazenar por unidade de volume. Por isso, a difusividade
térmica de um material pode ser entendida como a razão entre o calor conduzido por meio do material e o calor
armazenado por unidade de volume. Um material com alta condutividade térmica ou baixa capacidade térmica terá
obviamente grande difusividade térmica. Quanto maior for a difusividade térmica, mais rapidamente será a
propagação de calor no meio. Um pequeno valor de difusividade térmica indica que a maior parte do calor é
absorvida pelo material e uma pequena quantidade de calor é conduzida adiante.
As difusividades térmicas de alguns materiais comuns a 20 °C são apresentadas na Tab. 1-4. Note que a difusividade
térmica varia de alpha=0,14*10-6 m2/s para água a alpha=149*10-6 m2/s para prata, uma diferença de mais de mil
vezes. Observe também que as difusividades térmicas da carne bovina e da água são as mesmas. Isso não é
surpreendente, uma vez que a carne, os vegetais e as frutas frescas são constituídos principalmente de água e,
portanto, têm as mesmas propriedades térmicas dela.
TABELA 1-4
Difusividade térmica de alguns
FIGURA 1-32
materiais em temperatura ambiente
Aparelho para
Material alpha , m2/s medir a
Prata 149*10-6 condutividade
Ouro 127*10-6 térmica de
Cobre 113*10-6 material usando
Alumínio 97,5*10-6 duas amostras
Ferro 22,8*10-6 idênticas e
Mercúrio (L) 4,7*10-6 aquecedor com
Mármore 1,2*10-6 resistência fina
Gelo 1,2*10-6 (Exemplo 1-6).
Concreto 0,75*10-6
Tijolo 0,52*10-6
Solo denso
(seco) 0,52*10-6
Vidro 0,34*10-6
Lă de vidro 0,23*10-6
Água (L) 0,14*10-6
Bife 0,14*10-6
Madeira
(carvalho) 0,13*10-6
Uma maneira comum de medir a condutividade térmica de um material é fazer um sanduíche de um aquecedor
elétrico entre as duas amostras idênticas do material, como mostrado na Fig. 1-32. A espessura da resistência do
aquecedor, incluindo sua cobertura, feita de borracha de silicone fina, normalmente é inferior a 0,5 mm. Um fluido
de resfriamento circulante, como água da torneira, mantém as extremidades expostas das amostras a uma
temperatura constante. As superfícies laterais das amostras são bem isoladas para garantir que a transferência de
calor por meio das amostras seja unidimensional. Dois termopares são embutidos em cada amostra a uma distância
L entre eles, e um termômetro diferencial mede a queda de temperatura delta_T ao longo de cada uma. Quando as
condições operacionais estáveis são alcançadas, a taxa total de transferência de calor, por meio de ambas as
amostras, torna-se igual à energia elétrica consumida pelo aquecedor.
Em certo experimento, são usadas amostras cilíndricas de 5 cm de diâmetro e 10 cm de comprimento. Dois
termopares são colocados em cada uma com 3 cm de espaçamento. Após o período inicial de transição, observa-se
que o aquecedor elétrico consome 0,4 A em 110 V, e os dois termômetros diferenciais medem uma diferença de
temperatura de 15 °C. Determine a condutividade térmica da amostra.
SOLUÇÃO. Determinar a condutividade térmica de um material para garantir a condução de calor unidimensional,
por meio da medição da temperatura, quando as condições operacionais forem estáveis.
Suposições: (1) Existem condições operacionais estáveis, então as leituras de temperatura não mudam com o
tempo. (2) As perdas de calor por meio das superfícies laterais do aparelho são insignificantes, uma vez que essas
superfícies são bem isoladas e, portanto, todo o calor gerado pelo aquecedor é conduzido por meio das amostras.
(3) O aparelho tem simetria térmica.
Análise: A energia elétrica consumida pela resistência do aquecedor e convertida em calor é
então, apenas metade do calor gerado flui por meio de cada amostra por causa da simetria. Lendo a mesma
diferença de temperatura ao longo da mesma distância em cada amostra, também se confirma que o aparelho tem
simetria térmica. A área de transferência de calor é a área perpendicular à direção dessa transferência, que é a área
da seção transversal do cilindro, neste caso
Discussão: Talvez você esteja se perguntando se realmente precisamos utilizar duas amostras no aparelho, uma vez
que as medições na segunda amostra não fornecem nenhuma informação adicional. Parece que poderíamos
substituir a segunda amostra por um isolamento. Na verdade, não precisamos da segunda amostra, no entanto ela
nos permite verificar a temperatura medida na primeira amostra fornecendo uma simetria térmica, o que reduz o
erro experimental.
1-7 CONVECÇÃO
Convecção é o modo de transferência de energia entre a superfície sólida e a líquida ou gás adjacente, que está em
movimento e que envolve os efeitos combinados de condução e de movimento de um fluido. Quanto mais rápido
for o movimento do fluido, maior será a transferência de calor por convecção. Na ausência de qualquer movimento
da massa de fluido, a transferência de calor entre a superfície sólida e o fluido adjacente se dá por pura condução.
A presença de movimento da massa de fluido aumenta a transferência de calor entre eles, mas isso também
dificulta a determinação das taxas de transferência de calor.
FIGURA 1-36 O matemático, físico e astrônomo Isaac Newton (1642-1727) nasceu em Lincolnshire, Inglaterra.
É considerado um dos maiores cientistas e matemáticos da história. Suas contribuições para a matemática
incluem o desenvolvimento do teorema binomial do cálculo diferencial e integral. Segundo relatos, Newton
concebeu a ideia da lei da gravidade pela observação da queda de uma maçã, em 1665. Por causa das três leis
fundamentais que levam seu nome, descritas em Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, Newton é
conhecido como o pai da mecânica clássica. Mostrou que cada uma das três leis de Kepler sobre o movimento
dos planetas e das estrelas pode ser derivada da única lei da gravidade. Credita-se também a ele a descoberta
da natureza composta de luz branca e da separação de cores diferentes por um prisma. A lei de resfriamento
que rege a taxa de transferência de calor a partir de uma superfície quente para um fluido circundante mais
frio é também atribuída a Newton. (C Pixtal/age Fotostock RF.)
Discussão: Note que a simples configuração descrita acima pode ser utilizada para determinar os coeficientes
médios de transferência de calor para uma variedade de superfícies no ar. Além disso, a transferência de calor por
radiação pode ser eliminada mantendo as superfícies vizinhas na temperatura do fio.
1-8 RADIAÇÃO
Radiação é a energia emitida pela matéria sob a forma de ondas eletromagnéticas (ou fótons) como resultado das
mudanças nas configurações eletrônicas de átomos ou moléculas. Ao contrário da condução e da convecção, a
transferência de calor por radiação não exige a presença de um meio interveniente. De fato, a transferência de
calor por radiação é mais rápida (na velocidade da luz) e não sofre atenuação no vácuo. Essa é a forma como a
energia do Sol atinge a Terra.
Em estudos de transferência de calor, estamos interessados em radiação térmica, que é a forma de radiação
emitida pelos corpos por causa de sua temperatura. Ela difere de outras formas de radiação eletromagnética, como
raios X, raios gama, micro-ondas e ondas de rádio e televisão, que não estão relacionadas com a temperatura.
Todos os corpos a uma temperatura superior ao zero absoluto emitem radiação térmica.
A radiação é um fenômeno volumétrico, e todos os sólidos, líquidos e gases emitem, absorvem ou transmitem
radiação em diferentes graus. No entanto, a radiação é geralmente considerada um fenômeno superficial para os
sólidos opacos à radiação térmica, como metais, madeira e rochas, uma vez que a radiação emitida pelas regiões
do interior desses materiais não pode nunca chegar à superfície, e a radiação incidente sobre esses corpos
normalmente é absorvida por alguns mícrons a partir da superfície.
A taxa máxima de radiação, que pode ser emitida de uma superfície na temperatura termodinâmica Ts (em K ou R)
é dada pela lei de Stefan-Boltzmann da radiação térmica como
(1-25)
onde ɛ é a emissividade da superfície. A propriedade emissividade, cujo valor está na faixa de 0 ≤ɛ≤ 1, é a medida
de quanto uma superfície aproxima-se do comportamento de um corpo negro, para o qual ɛ=1. As emissividades de
algumas superfícies são apresentadas na Tab. 1-6.
Outra propriedade importante da radiação de uma superfície é sua absortividade α , que é a fração de energia de
radiação incidente sobre a superfície que a absorve. Assim como a emissividade, seu valor está na faixa 0 ≤α≤ 1. Um
corpo negro absorve toda a radiação incidente sobre ele. Isto é, um corpo negro é um perfeito absorvedor (α=1) e
um perfeito emissor (ε=1).
Em geral, tanto ε quanto α de uma superfície dependem da temperatura e do comprimento de onda da radiação. A
lei de Kirchhoff do estado da radiação indica que a emissividade e a absortividade de uma superfície a uma
determinada temperatura e comprimento de onda são iguais. Em muitas aplicações práticas, a temperatura
superficial e a temperatura da fonte de radiação incidente são da mesma ordem de grandeza, e a absortividade
média de uma superfície é igual à sua emissividade média. Em uma superfície, a taxa de absorção de radiação é
determinada a partir de (Fig. 1-39):
(1-27)
TABELA 1-6 onde é a taxa de radiação incidente na superfície e α a
Emissividades de alguns materiais a 300 K.
absortividade da superfície. Para superfícies opacas (não
transparentes), a porção da radiação incidente não absorvida pela
Material Emissividade
superfície é refletida de volta.
Alumínio em folhas 0,07
Alumínio anodizado 0,82 FIGURA 1-39
Cobre polido 0,03 Absorção da radiação
Ouro polido 0,03 incidente sobre uma
Prata polida 0,02 superfície opaca de
Aço inoxidável polido 0,17 absortividade α.
Pintura preta 0,98
Pintura branca 0,90
Papel branco 0,92 - 0,97
Pavimento asfáltico 0,85 - 0,93 A diferença entre as taxas de radiação emitida pela superfície e de
Tijolo vermelho 0,93 - 0,96 radiação absorvida é a transferência de calor líquida por radiação. Se a
Pele humana 0,95 taxa de absorção de radiação é maior do que a taxa de emissão da
radiação, a superfície está ganhando energia por radiação. Caso
Madeira 0,82 - 0,92
contrário, a superfície está perdendo energia por radiação. Em geral, a
Terra 0,93 - 0,96
determinação da taxa líquida de transferência de calor por radiação entre
Água 0,96
duas superfícies é uma questão complicada, uma vez que depende das
Vegetação 0,92 - 0,96 propriedades das superfícies, das orientações de uma em relação às
outras e da interação no meio entre as superfícies com radiação.
(1-28)
Nesse caso específico, emissividade e área da superfície envolvente
FIGURA 1-40 não têm nenhum efeito sobre a transferência de calor líquida por
Transferência de calor por radiação entre radiação.
uma superfície e superfícies vizinhas. A transferência de radiação de calor de ou para uma superfície
cercada de gás, como o ar, ocorre paralelamente por condução (ou
convecção, se houver um movimento da massa de gás) entre a superfície e o gás. Assim, a transferência total de
calor é determinada pela adição das contribuições de ambos os mecanismos de transferência de calor. Por
simplicidade e conveniência, isso é muitas vezes feito por meio da definição de um coeficiente combinado de
transferência de calor hcombinado, que inclui tanto os efeitos da radiação quanto os da convecção. Então, a taxa
total de transferência de calor a partir de ou para uma superfície por convecção e por radiação é expressa como:
(1-29)
Suposições: (1) Existem condições operacionais estáveis. (2) A transferência de calor por convecção não é
considerada. (3) A pessoa é completamente cercada pelas superfícies interiores da sala. (4) Os arredores são
superfícies com temperatura uniforme.
Propriedades: A emissividade da pessoa é ɛ = 0,95 (Tab. 1-6).
Análise: As taxas líquidas de transferência de calor por radiação do corpo para paredes, teto e piso que o
rodeiam no verão e no inverno são:
Discussão: Note que temos de usar temperaturas termodinâmicas (ou seja, em termos absolutos) em cálculos de
radiação. Observe também que a taxa de perda de calor por radiação da pessoa é quase quatro vezes maior no
inverno do que no verão, o que explica o "frio" que sentimos no inverno, mesmo quando o termostato é mantido
na mesma posição.
Assim, quando se tratar de transferência de calor por meio de um fluido, temos condução ou convecção, mas não
ambas. Além disso, os gases são praticamente transparentes à radiação, com exceção de alguns gases conhecidos
por absorver fortemente a radiação em determinados comprimentos de onda. O ozônio, por exemplo, absorve
fortemente a radiação ultravioleta. Entretanto, na maioria dos casos, um gás entre duas superfícies sólidas não
interfere na radiação e atua de modo eficaz como um vácuo. Por sua vez, os líquidos são, em geral, fortes
absorvedores de radiação.
Por último, a transferência de calor por meio do vácuo só ocorre por radiação, já que a condução ou a convecção
exigem a presença de um meio material.
Análise: A transferência de calor entre a pessoa e o ar no quarto se dá por convecção (em vez de condução), uma
vez que o ar na proximidade da pele ou das roupas aquece e sobe como resultado da transferência de calor do
corpo, iniciando as correntes de convecção natural. O valor determinado experimentalmente para a taxa de
transferência de calor por convecção, nesse caso, é 6 W por unidade de superfície (m2) por unidade de diferença
de temperatura (em K ou °C) entre a pessoa e o ar longe dela. Assim, a taxa de transferência de calor por
convecção da pessoa para o ar na sala é
A pessoa também perde calor por radiação para as superfícies das paredes envolventes. Tomamos a temperatura
das superfícies de paredes, teto e piso igual à temperatura do ar, nesse caso, pela simplicidade, mas reconhecemos
que esse não precisa ser o caso. Essas superfícies podem estar em temperatura maior ou menor do que a
temperatura média do ar ambiente, o que dependerá das condições externas e da estrutura das paredes.
Considerando que o ar não interfere na radiação e que a pessoa é completamente envolvida pelas superfícies
vizinhas, a taxa líquida de transferência de calor por radiação da pessoa para paredes, teto e piso é
Note que temos de usar temperaturas termodinâmicas nos cálculos da radiação. Além disso, atente para o fato de
que usamos o valor da emissividade para a pele e as roupas na temperatura ambiente, uma vez que a emissividade
não deve se alterar significativamente para uma temperatura pouco superior.
Em seguida, a taxa total de transferência de calor a partir do corpo é determinada pela adição destas duas
quantidades:
Discussão: A transferência de calor seria muito maior se a pessoa não estivesse vestida, já que a temperatura da
superfície exposta seria maior. Assim, uma função importante do vestuário é servir como barreira contra a
transferência de calor.
Nesse cálculo, a transferência de calor por condução através dos pés para o chão, que normalmente é muito
pequena, é negligenciada. A transferência de calor na pele pelo suor, principal meio de transferência de calor em
ambientes quentes, não foi considerada aqui.
Além disso, as unidades W/m2°C e W/m2K para o coeficiente de transferência de calor são equivalentes e podem
ser trocadas entre si.
Portanto,
A taxa de transferência de calor, na realidade, será maior por causa das correntes de convecção natural, que são
suscetíveis de ocorrer no espaço de ar entre as placas.
(b) Se o espaço de ar entre as placas for evacuado, não haverá condução ou convecção, portanto a única forma de
transferência de calor entre as placas será por radiação. Portanto,
(c) Um material sólido opaco colocado entre duas placas bloqueia a transferência de calor por radiação direta entre
as placas. Além disso, a condutividade térmica de um material isolante contabiliza a transferência de calor por
radiação que pode ocorrer através dos espaços vazios do material isolante. A taxa de transferência de calor por
meio do isolamento de poliuretano é
Note que a transferência de calor através do material poliuretano é menor do que aquela através do ar,
determinada em (a), apesar de a condutividade térmica do isolamento ser mais elevada do que a do ar. Isso ocorre
porque o isolamento bloqueia a radiação enquanto o ar a transmite.
(d) As camadas de superisolamento impedem qualquer transferência direta de calor por radiação entre as placas.
No entanto, a transferência de calor por radiação entre as folhas de superisolamento ocorre, e a condutividade
térmica aparente do superisolamento leva em conta esse efeito. Portanto,
Note que é (1 / 1845) do calor transferido por meio do vácuo. Os resultados desse exemplo são resumidos na Fig.
1-45 para colocá-los em perspectiva.
Discussão Este exemplo demonstra a eficácia dos superisolamentos e explica por que eles são isolamentos
escolhidos em aplicações críticas, apesar de seu elevado custo.
FIGURA 1-45
Diferentes
maneiras de
reduzir a
transferência
de calor entre
duas
superfícies
isotérmicas e
suas
eficiências.
SOLUÇÃO. O verso de uma placa plana de metal é isolado, e a parte da frente é exposta à radiação solar. Determinar
a temperatura na superfície da placa quando ela se estabiliza.
Suposições: (1) Existem condições operacionais estáveis. (2) A transferência de calor por meio do lado isolado da
chapa é desprezada. (3) O coeficiente de transferência de calor se mantém constante.
Discussão Note que as perdas de calor impedem que a temperatura da placa aumente acima de 33,4 °C. Além
disso, o coeficiente combinado de transferência de calor contabiliza os efeitos da radiação e da convecção,
portanto é muito conveniente para a utilização nos cálculos de transferência de calor quando o seu valor é
conhecido com precisão razoável.
FIGURA 1-48
1-10 TÉCNICAS PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Uma abordagem O primeiro passo do aprendizado em qualquer ciência é
passo a passo entender seus fundamentos e ganhar bom conhecimento.
pode simplificar
O próximo passo é dominar os fundamentos testando
bastantea solução
de problema.
esses conhecimentos, o que é feito por meio da resolução
de problemas significativos do mundo real. Resolver tais
problemas, especialmente aqueles complicados, exige uma abordagem sistemática. Ao usar a abordagem do tipo
passo a passo, um engenheiro pode reduzir a solução de um problema complicado para solução de uma série de
problemas simples (Fig. 1-48). Quando você está resolvendo um problema, recomendamos que use os passos
seguintes, que o ajudarão a evitar algumas armadilhas comuns associadas à resolução de problemas.
Passo 5: propriedades
Determine as propriedades desconhecidas necessárias para resolver o problema usando relações de propriedades
ou tabelas. Liste as propriedades separadamente e indique sua fonte, se for o caso.
Passo 6: cálculos
Substitua as quantidades conhecidas nas relações simplificadas e realize os cálculos para determinar as incógnitas.
Preste atenção especialmente nas unidades e nos cancelamentos de unidades, lembre-se de que uma quantidade
dimensional sem unidade não tem sentido. Além disso, não dê a falsa impressão de alta precisão copiando todos os
dígitos da calculadora. Arredonde os resultados para um número apropriado de algarismos significativos.
Na resolução de problemas, assumiremos que as informações devem ser dadas com precisão de pelo menos três
algarismos significativos. Portanto, se o comprimento de um tubo é dado como sendo 40 m, vamos supor que se
trata de 40,0 m, a fim de justificar a utilização de três algarismos significativos nos resultados finais. Você deve
também ter em mente que todos os valores determinados experimentalmente estão sujeitos a erros de medição e
que esses erros são refletidos nos resultados obtidos. Por exemplo, se a densidade de uma substância tem
incerteza de 2%, a massa determinada usando esse valor de densidade terá também incerteza de 2%.
Você também deve estar ciente de que por vezes introduzimos deliberadamente pequenos erros a fim de evitar os
problemas da busca de dados mais precisos. Por exemplo, quando lidamos com água líquida, usamos apenas o
valor de densidade de 1.000 kg/m3, que é o valor da densidade da água pura a 0 °C. Usando esse valor em 75 °C,
haverá um erro de 2,5%, já que a densidade nessa temperatura é de 975 kg/m3. Os sais minerais e as impurezas na
água introduzem novos erros. Sendo esse o caso, você não deve hesitar em arredondar os resultados finais para um
número razoável de algarismos significativos. Além disso, ter um pequeno percentual de incerteza nos resultados
de análise de engenharia normalmente é a regra, não exceção.
Quando se escrevem os resultados intermédios em um cálculo, é aconselhável manter vários dígitos "extras" para
evitar erros de arredondamento, no entanto o resultado final deve ser escrito com número de dígitos significativos
levados em consideração. Você também deve lembrar que certo número de algarismos significativos de precisão
no resultado não implica, necessariamente, o mesmo número de algarismos de precisão em geral. Erros em uma
das leituras podem, por exemplo, reduzir significativamente a acurácia global do resultado, talvez até tornando o
último algarismo significativo sem sentido, reduzindo o número global de dígitos confiáveis por um. Valores
determinados experimentalmente estão sujeitos a erros de medição, os quais são refletidos nos resultados obtidos.
Tópico de Interesse Especial === Conforto Térmico
Foto de urso polar... Ao contrário de animais como a raposa ou o urso, que já nascem com muitos pelos,
(fonte Segoe Script) os seres humanos vêm a este mundo com pouca proteção contra as duras condições
ambientais (Fig. 1-55). Por isso, podemos dizer que a procura pelo conforto térmico
FIGURA 1-55
A maioria dos animais
remonta ao início da história da humanidade. Acredita -se que os primeiros seres
vem a este mundo com humanos viviam em cavernas que proporcionavam não só abrigo, mas também
isolamento próprio, mas proteção das condições térmicas extremas. Provavelmente, a primeira forma de
o ser humano vem com sistema de aquecimento utilizado foi o fogo aberto, seguido de lareiras com utilização
uma pele delicada. de chaminé de arejamento dos gases de combustão. O conceito de aquecimento
central remonta ao tempo dos romanos, que aqueciam as casas utilizando técnicas de
construção de piso duplo, cuja fumaça do fogo passava pela abertura entre as duas camadas de piso. Os romanos
também foram os primeiros a usar janelas transparentes feitas de mica ou vidro para manter fora o vento e a chuva
e permitir a entrada da luz. Madeira e carvão foram as principais fontes de energia para aquecimento; óleo e velas
foram utilizados para iluminação. As ruínas das casas voltadas para o Sul indicam que o valor de aquecimento solar
foi reconhecido cedo na história.
A expressão ar condicionado é normalmente utilizada no sentido restrito como resfriamento, mas, no sentido mais
amplo, significa condicionar o ar para o nível desejado por meio de aquecimento, resfriamento, umidificação,
desumidificação, limpeza e desodorização. A finalidade do sistema de ar condicionado de um edifício é
proporcionar conforto térmico completo para seus ocupantes. Por isso, temos de compreender os aspectos
térmicos do corpo humano, a fim de conceber um sistema eficaz de ar condicionado.
Os blocos de construção dos organismos vivos são as células, que lembram minifábricas que exercem diversas
funções necessárias para a sobrevivência dos organismos. O corpo humano contém cerca de 100 trilhões de células
com diâmetro médio de 0,01 mm. Em uma típica célula, milhares de reações químicas ocorrem a cada segundo,
durante o qual algumas moléculas são quebradas e energia é liberada, e algumas novas moléculas são formadas. A
atividade química de elevado nível nas células humanas que mantém a temperatura corporal em temperatura de
37,0 °C durante o desempenho das funções corporais é chamada metabolismo. Em termos simples, o metabolismo
refere-se à queima de alimentos como carboidratos, gordura e proteínas. Em geral, o conteúdo de energia
metabolizável dos alimentos é expresso por nutricionistas em calorias. Uma caloria é equivalente a 1 Cal = 1 kcal =
4,1868 kJ.
A taxa de metabolismo em estado de repouso é chamada taxa metabólica basal, que é a taxa de metabolismo
necessária para manter o corpo realizando as funções corporais necessárias, como respiração e circulação
sanguínea no nível zero de atividade externa. A taxa metabólica também
pode ser interpretada como a taxa de consumo de energia para o corpo.
Para um homem médio (30 anos, 70 kg, 1,73 m de altura, 1,8 m2 de
superfície), a taxa metabólica basal é de 84 W. Isto é, o corpo converte a
energia química dos alimentos (ou da gordura corporal se a pessoa não
tiver se alimentado) em calor a uma taxa de 84 J/s, que depois é dissipada
para o meio envolvente. A taxa metabólica aumenta com o nível de
atividade, podendo exceder 10 vezes a taxa metabólica basal quando
FIGURA 1-56 Duas pessoas alguém está fazendo exercício extenuante. Isto é, duas pessoas fazendo
dançando rapidamente liberam mais exercício pesado em uma sala podem fornecer mais energia para a sala que
calor para uma sala do que um um aquecedor com resistência de 1 kW (Fig. 1-56). Um homem médio gera
aquecedor com resistência de 1 kW. calor a uma taxa de 108 W ao ler, escrever, digitar ou ouvir uma palestra
em uma sala de aula na posição sentada. O valor máximo da taxa
metabólica de um homem médio é de 1.250 W com 20 anos e de 730 W com 70 anos. As taxas correspondentes
para mulheres são inferiores em cerca de 30%. As taxas metabólicas máximas de atletas profissionais podem
ultrapassar 2.000 W.
As taxas metabólicas durante várias atividades por unidade de superfície corporal são apresentadas na Tab. 1-7. A
área de superfície de um corpo nu foi dada por D. Dubois em 1916 como
(1-30)
onde m é a massa do corpo em kg, e h, a altura em m. O vestuário aumenta a superfície da pessoa em até cerca de
50%. As taxas metabólicas dadas na tabela são suficientemente precisas para a maioria dos fins, mas há uma
incerteza considerável em níveis elevados de atividade. Valores mais precisos podem ser determinados pela
medição da taxa respiratória do consumo de oxigênio, que varia de cerca de 0,25 L/min para um homem médio
descansando a mais de 2 L/min durante trabalho pesado. A totalidade da energia liberada durante o metabolismo
pode ser assumida como sendo calor liberado (na forma sensível ou latente), uma vez que o trabalho mecânico
externo realizado pelos músculos é muito pequeno. Além disso, o trabalho realizado durante a maior parte de
atividades, como caminhar ou andar de bicicleta, acaba sendo convertido em calor por meio da fricção.
TABELA 1-7
Taxas metabólicas durante várias atividades (de ASHRAE, Handbook of fundamentals, Cap. 8, Tab. 4)
Outro fator de grande influência sobre o conforto térmico é a velocidade excessiva do ar ou corrente de ar, que
provoca resfriamento local indesejável no corpo humano. A corrente de ar é identificada por muitas pessoas como o
fator mais irritante em locais de trabalho, automóveis e aviões. Experimentar o desconforto causado por corrente de
ar é mais comum entre pessoas que vestem roupas leves e realizam trabalho sedentário, e menos comum entre
pessoas com elevados níveis de atividade. A velocidade do ar deve ser mantida abaixo de 9 m/min no inverno e 15
m/min no verão, para minimizar o desconforto pela corrente de ar, especialmente quando o ar está frio. Um baixo
nível de movimento do ar é desejável, pois elimina o ar quente e úmido que fica em torno do corpo e o substitui por
ar fresco. Por isso, o movimento do ar deve ser forte o suficiente para remover o calor e a umidade da proximidade
do corpo, mas fraco o bastante para passar despercebido. O movimento do ar com alta velocidade provoca também
desconforto ao ar livre. Por exemplo, em um ambiente a 10 °C com vento de 48 km/h, uma pessoa sente tanto frio
como em um ambiente a -7 °C com vento de 3 km/h, por causa do efeito de resfriamento do ar em movimento
(fator de sensibilidade térmica).
Um sistema de conforto deve proporcionar condições uniformes ao longo de todo o espaço de vivência para evitar
desconforto causado pela não uniformidade, como correntes de ar, radiação térmica assimétrica, pisos quentes ou
frios e estratificação vertical da temperatura. A radiação térmica assimétrica é causada por superfícies frias de
grandes janelas, paredes não isoladas ou produtos frios e também por superfícies quentes de painéis de
aquecimento radiante a gás ou elétricos em paredes ou teto, aquecimento solar de paredes de alvenaria ou tetos e
máquinas quentes. Radiação assimétrica provoca desconforto, expondo diferentes lados do corpo para superfícies
em diferentes temperaturas e, portanto, diferentes perdas ou ganhos de calor por radiação. Uma pessoa cujo lado
esquerdo é exposto a uma janela fria, por exemplo, vai sentir como se o calor estivesse sendo drenado daquele lado
do seu corpo (Fig. 1-59). Para o conforto térmico, a assimetria da temperatura radiante não deve ultrapassar 5 °C no
sentido vertical e 10 °C no sentido horizontal. O efeito desagradável da assimetria da radiação pode ser minimizado
pelo dimensionamento e pela instalação corretos de painéis de aquecimento, utilizando janelas de vidraça dupla e
colocando isolamento generoso nas paredes e no teto.
O contato direto com a superfície de um piso frio ou quente
FIGURA 1-59
Superfícies frias
também causa desconforto localizado nos pés. A
causam temperatura do piso depende do modo como é construído
excessiva perda (diretamente sobre o solo ou em cima de um ambiente
de calor do aquecido, feito de madeira ou concreto, de isolamento,
corpo por etc.), e do revestimento, como lonas, carpetes, tapetes e
radiação e, linóleo. Uma temperatura do piso de 23 a 25 °C é
portanto, confortável para a maioria das pessoas. A assimetria do piso
desconforto perde o seu significado para as pessoas calçadas. Uma
nesse lado do maneira eficaz e econômica de elevar a temperatura do
corpo. piso é utilizar aquecimento por painéis radiantes, em vez de
elevar a temperatura do termostato. Outra condição não
uniforme que provoca desconforto é a estratificação da
temperatura na sala que expõe a cabeça e os pés a
diferentes temperaturas. Para o conforto térmico, a
diferença de temperatura entre os níveis da cabeça e dos
pés não deve exceder 3 °C. Esse efeito pode ser minimizado
por ventiladores.
Deve-se notar que nenhum ambiente térmico vai agradar a todos. Não importa o que fazemos, algumas pessoas
podem expressar algum desconforto. A zona de conforto térmico é baseada na taxa de 90% de aceitação. Isto é, um
ambiente será considerado confortável se apenas 10% das pessoas estiverem insatisfeitas com ele. O metabolismo
diminui um pouco com a idade, mas isso não tem nenhum efeito na zona de conforto. Investigações indicam que não
existe diferença sensível entre ambientes preferidos por idosos e jovens. As experiências mostram também que os
homens e as mulheres preferem praticamente o mesmo ambiente. A taxa de metabolismo da mulher é um pouco
menor, mas isso é compensado pela temperatura da sua pele e por perdas por evaporação ligeiramente menores.
Além disso, não há nenhuma variação significativa na zona de conforto de uma parte do mundo para outra e de
inverno para verão. Portanto, as mesmas condições de conforto térmico podem ser utilizadas no mundo todo, em
qualquer época do ano. Além disso, as pessoas não podem aclimatar-se de forma a preferir condições de conforto
diferentes.
Em um ambiente frio, a taxa de perda de calor do corpo pode exceder a taxa de geração de calor metabólico. O
calor específico médio do corpo humano é de 3,49 kJ/kg.°C, portanto, cada 1 °C de queda da temperatura do corpo
corresponde a um déficit de 244 kJ no conteúdo de calor do corpo de um homem médio de 70 kg. Uma queda de
0,5 °C na temperatura corpórea provoca desconforto perceptível, mas aceitável. Uma queda de 2,6 °C causa
extremo desconforto. Uma pessoa que está dormindo acorda quando sua temperatura corpórea cai em 1,3 °C
(normalmente aparece como uma queda de 0,5 °C dentro do corpo e de 3 °C na superfície da pele). A queda da
temperatura corporal abaixo de 35 °C pode danificar o mecanismo de regulação da temperatura corporal, ao passo
que uma queda abaixo de 28 °C pode ser fatal. Há relatos de que pessoas sedentárias sentem-se confortáveis
quando a temperatura da pele é de 33,3°C, sentem frio desconfortável a 31°C, tremem de frio a 30°C e sentem frio
extremo a 29°C. Pessoas que realizam trabalhos pesados relataram que se sentem confortáveis em temperaturas
muito inferiores, o que revela que o nível de atividade afeta o desempenho e conforto humanos. As extremidades
do corpo, como mãos e pés, são mais facilmente afetadas pelo frio, e suas temperaturas são o melhor indicador de
conforto e desempenho.
Uma mão com a pele na temperatura de 20 °C é percebida como desconfortavelmente fria, a 15 °C passa a ser
extremamente fria, e a 5 °C, dolorosamente fria. Trabalho útil pode ser realizado pelas mãos sem dificuldade, desde
que a temperatura da pele dos dedos permaneça superior a 16 °C (ASHRAE, Handbook of fundamentals, Cap. 8).
A primeira linha de defesa do organismo contra perda excessiva de calor em um ambiente frio é a redução da
temperatura da pele: a taxa de perda de calor da pele se reduz pela constrição das veias e pela diminuição do fluxo
sanguíneo para a pele. Essa medida reduz a temperatura dos tecidos subjacentes à pele, mas mantém a temperatura
corporal interna. A próxima medida preventiva é o aumento da taxa de geração metabólica de calor no corpo por
tremores, salvo se a pessoa fizer isso voluntariamente aumentando o seu nível de atividade ou colocando roupas
adicionais. Os tremores começam lentamente em pequenos grupos musculares e podem dobrar a taxa metabólica de
produção de calor do corpo na sua fase inicial. No caso extremo de tremores por todo o corpo, a taxa de produção de
calor pode chegar a seis vezes o nível do descanso (Fig. 1-60). Se essa medida também se revelar insuficiente, a
temperatura corporal interna começará a cair. Partes do corpo mais distantes do centro, como mãos e pés, estão
em grande perigo de dano tecidual.
Em ambientes quentes, a taxa de perda de calor do corpo pode cair
FIGURA 1-60
abaixo da taxa metabólica de geração de calor. Dessa vez, o corpo
A taxa de geração
metabólica de
ativa os mecanismos opostos. Primeiro, o organismo aumenta o fluxo
calor, em um sanguíneo, e, assim, o transporte de calor para a pele faz com que a
clima frio, pode temperatura da pele e dos tecidos subjacentes suba e se aproxime da
chegar a seis temperatura corporal interna. Sob condições extremas de calor, o
vezes o nível de ritmo cardíaco pode chegar a 180 batimentos por minuto, de modo a
repouso durante manter um fornecimento adequado de sangue para o cérebro e para
tremores no a pele. Para taxas maiores de batimento do coração, sua eficiência
corpo todo. volumétrica cai por causa do curto espaço de tempo entre as batidas
para encher o coração com sangue, e o fornecimento de sangue para
a pele e para o cérebro, que é mais importante, diminui. Isso faz a
pessoa desmaiar em consequência da exaustão do calor. A desidratação torna o problema mais grave. O mesmo
acontece quando uma pessoa que trabalha exaustivamente por muito tempo para de repente. Nesse caso, o sangue
que está inundando a pele tem dificuldade de regressar ao coração, uma vez que os músculos mais relaxados não
conseguem mandar o sangue de volta, e, portanto, há menos sangue disponível para ser bombeado para o cérebro.
A próxima linha de defesa consiste em liberar água pelas glândulas de suor e recorrer à refrigeração por evaporação,
a menos que a pessoa elimine algumas roupas e reduza o nível de atividade (Fig. 1-61). O corpo poderá manter sua
temperatura interna a 37 °C indefinidamente nesse modo de resfriamento evaporativo, mesmo em ambientes com
temperaturas mais elevadas (tão elevadas como 200 °C durante testes militares de resistência), se a pessoa beber
líquidos em abundância para reconstituir suas reservas de água e o ar ambiente estiver suficientemente seco para
permitir que o suor evapore em vez de escorrer pela pele. Se essa medida se revelar insuficiente, o organismo
começará a absorver o calor metabólico, e a temperatura corporal interna aumentará. Uma pessoa pode tolerar
FIGURA 1-61
um aumento de temperatura de 1,4 °C sem maior
Em ambientes quentes, um desconforto, mas pode entrar em colapso quando a
corpo pode dissipar grande temperatura subir 2,8 °C. As pessoas sentem-se lentas e sua
quantidade de calor eficiência diminui consideravelmente quando a temperatura
metabólico por SUDORESE, corporal interna sobe acima de 39 °C. Uma temperatura
uma vez que o suor absorve interna superior a 41 °C pode causar danos nas proteínas
o calor do corpo e evapora. hipotalâmicas, resultando em cessação da sudorese,
aumento da produção de calor por tremores e acidente
vascular cerebral irreversível com risco de morte. A morte
pode ocorrer em temperaturas acima de 43 °C.
Uma superfície na temperatura de 46 °C provoca dor na pele. Por isso, o contato direto com um bloco de metal
nessa temperatura ou superior é doloroso. No entanto, uma pessoa pode ficar em uma sala a 100 °C por até 30 min
sem nenhum dano ou dor na pele, por causa da resistência convectiva da superfície da pele e do resfriamento por
evaporação. Podemos até mesmo colocar as mãos em um forno a 200 °C durante um curto tempo sem nos queimar.
Outro fator que afeta o conforto térmico, a saúde e a produtividade é a ventilação. Ar externo fresco pode ser
fornecido a um edifício naturalmente, ou forçadamente, por um sistema de ventilação mecânica. No primeiro caso,
que é a norma em edifícios residenciais, a ventilação necessária é fornecida por infiltração por meio de frestas e
vazamentos no espaço habitado e pela abertura das janelas e portas. A ventilação adicional necessária em banheiros
e cozinhas é fornecida por ventiladores ou exaustores de ar. Com esse tipo de ventilação sem controle, o suprimento
de ar fresco será demasiado elevado com desperdício de energia ou muito baixo, o que poderá comprometer a
qualidade do ar interior. Porém, a prática atual para edifícios residenciais não está suscetível a mudar, já que não há
um clamor público sobre o desperdício de energia ou a qualidade do ar. Portanto, é difícil justificar o custo e a
complexidade dos sistemas de ventilação mecânica.
Sistemas de ventilação mecânica fazem parte de qualquer sistema de aquecimento e ar condicionado em edifícios
comerciais, fornecendo a quantidade necessária de ar fresco e distribuindo-o de modo uniforme ao longo do
edifício. Não se trata de uma informação surpreendente, dado que muitas salas em grandes edifícios comerciais
não têm janelas e, portanto, dependem de ventilação mecânica. Mesmo as salas com janelas estão na mesma
TABELA 1-8 situação, uma vez que estas, na maior parte dos edifícios, são
Requisitos mínimos de AR FRESCO nos hermeticamente fechadas e não podem ser abertas. Não é uma boa
edifícios (De ASHRAE, Standard 62, 1989). ideia superdimensionar o sistema de ventilação apenas para estar do
"lado seguro", uma vez que retirar o ar aquecido ou resfriado do
interior causa desperdício de energia. Não se deve reduzir a taxa de
ventilação abaixo do mínimo exigido para conservar energia a fim de
que a qualidade do ar interior seja mantida no nível exigido. Os
requisitos mínimos de ventilação de ar fresco estão listados na Tab.
1-8. Os valores são baseados no controle das emissões de CO2, e de
outros contaminantes, com margem de segurança adequada por
pessoa de pelo menos 7,5 L/s de ar fresco.
RESUMO
Neste capítulo, os conceitos básicos de transferência de calor são introduzidos e discutidos. A ciência da
termodinâmica trata da quantidade de calor transferido quando um sistema muda, em um processo, de um estado
de equilíbrio para outro, enquanto a ciência da transferência de calor trata da taxa de transferência de calor, que é a
principal área de interesse na concepção e na avaliação da transferência de calor em equipamentos. A soma de todas
as formas de energia de um sistema é chamada de energia total, o que inclui as energias interna, cinética e potencial.
A energia interna representa a energia molecular de um sistema e é constituída pelas formas sensível, latente,
química e nuclear. As formas sensível e latente da energia interna podem ser transferidas de um meio para o outro
como resultado da diferença de temperatura e são referidas como calor ou energia térmica. Assim, a transferência
de calor é a troca das formas sensível e latente de energia interna entre dois meios como resultado da diferença de
temperatura. A quantidade de calor transferido por unidade de tempo é denominada taxa de transferência de calor,
representada por (Q_ponto). A taxa de transferência de calor por unidade de área é chamada de fluxo de calor,
(q_ponto).
Um sistema de massa fixa é chamado de sistema fechado, e um sistema que envolve transferência de massa por
meio da sua fronteira é denominado sistema aberto ou volume de controle. A primeira lei da termodinâmica ou o
balanço de energia para qualquer sistema submetido a qualquer processo pode ser expressa como
Quando um sistema fechado estacionário envolve apenas transferência de calor e não apresenta interações de
trabalho por meio da sua fronteira, o balanço de energia se reduz a
onde Q é a quantidade líquida de calor transferido a partir de ou para o sistema. Quando o calor é transferido a
uma taxa constante , a quantidade de calor transferido durante um intervalo de tempo pode ser
determinada a partir de .
Sob condições permanentes e na ausência de quaisquer interações de trabalho, a conservação de energia para um
volume de controle com uma entrada e uma saída, com mudanças insignificantes nas energias cinética e potencial,
pode ser expressa como
onde , é a vazão mássica, e é a taxa líquida de transferência de calor para dentro ou para fora do
controle de volume.
O calor pode ser transferido de três diferentes modos: condução, convecção e radiação. Condução é a transferência
de calor das partículas mais enérgicas de uma substância para as menos enérgicas adjacentes, como resultado das
interações entre as partículas. É expressa pela lei da condução de calor de Fourier como
onde k é a condutividade térmica do material em W/m.K, A é a área normal em direção da transferência de calor, e
dT/dx é o gradiente de temperatura. A magnitude da taxa de condução de calor, por meio de uma camada plana de
espessura L, é dada por
onde h é o coeficiente de transferência de calor por convecção em W/m2 K , As é a área da superficie por meio da
qual a transferência de calor por convecção se realiza, Ts é a temperatura da superfície, e é a temperatura do
fluido suficientemente longe da superfície.
Radiação é a energia emitida pela matéria sob forma de ondas eletromagnéticas (ou fótons), como resultado das
mudanças nas configurações eletrônicas de átomos ou moléculas. A taxa máxima de radiação que pode ser emitida
a partir de uma superfície em temperatura termodinâmica Ts é dada pela lei de Stefan-Boltzmann como
Qemit-max = σ As Ts4 onde σ = 5,67 * 10-8 W/m2.K4 é a constante de Stefan-Boltzmann.
Quando uma superfície de emissividade ε de área As em temperatura Ts é completamente delimitada por uma
superfície muito maior (ou preta), em temperatura Tcir separada por um gás (como o ar) que não intervém vcom a
radiação, a taxa líquida de transferência de calor por radiação entre essas duas superfícies é dada por
Nesse caso, a emissividade (ε) e a área das superfícies envolventes não têm nenhum efeito sobre a transferência
de calor líquida por radiação.
Bons estudos.
Esse vento é, em muitos casos, excessivo, e vários fatores explicam esse fenômeno. O vento pode
resultar da diferença de calor específico da areia e da água, dentre outros motivos.
Frente ao que está em estudo nesta unidade de aprendizagem, você conseguiria modelar esse
evento explicando como esse fator influencia para a existência do vento?
elm = Isso foi explicado na Dica do Professor da aula 1.2 (Transferência de Calor). Reproduzo aqui:
" A convecção ocorre pela troca de calor entre a terra quente e o ar atmosférico, formando as correntes de ar
convectivas, em que a movimentação de massa de fluidos causa a transferência de calor.
Podemos utilizar como exemplo a mudança de temperatura no ambiente durante a noite depois de um
dia ensolarado. Em uma praia, esse fenômeno é bem presente: a brisa marítima é uma consequência da
diferença no tempo de aquecimento do solo e da água, apesar de ambos estarem submetidos às mesmas
condições de irradiação solar.
Durante o dia. a areia é aquecida pelo sol mais rapidamente e transfere calor para o ar, que fica mais
quente e sobe, deixando uma área de baixa pressão provocando o deslocamento do ar da superfície do
mar, que está mais frio, para a costa da praia.
Já durante a noite, ocorre o processo inverso: como a água leva a mais tempo para esquentar durante o dia, ou
seja, absorver calor irradiação, também leva mais tempo para esfriar a noite, fazendo com que se forme uma
brisa terrestre, deslocando o ar mais frio da praia para alto-mar. "
No litoral, a areia tem um calor específico menor do que a água. Portanto, ela aquece mais rapidamente.
Como a água e a areia recebem aproximadamente a mesma quantidade de energia por unidade de área, a areia,
depois de um tempo, atinge uma temperatura maior do que a água. Com essa diferença de temperatura, a areia
aquece o ar que está na superfície mais rapidamente do que a água. Assim, o ar em cima da areia está mais
quente e com uma pressão diferente da do ar que está sobre a água. Com a diferença de pressão, ocorre
deslocamento do ar e, consequentemente, o vento.
2.1 Infográfico
No esquema gráfico a seguir, ilustra-se o principal conceito desta unidade de aprendizagem, que
trabalha com a capacidade térmica, o calor específico e o calor latente.
Acompanhe um trecho do livro Física para universitários: relatividade, oscilações, ondas e calor. Inicie
a leitura a partir do tópico Calores específicos de sólidos e fluidos.
CDU 530.1
OS AUTORES
Wolfgang Bauer nasceu na Alemanha e tornou-se doutor em física nuclear pela University of Giessen em 1987.
Depois de um pós-doutorado no Instituto de Tecnologia da Califórnia, juntou-se ao corpo docente da Michigan
State University, em 1988. Trabalhou com uma ampla variedade de tópicos em física computacional, desde
supercondutividade de alta temperatura a explosões de supernovas, mas demonstrou especial interesse em
colisões nucleares relativísticas. Talvez seja mais conhecido por seu trabalho sobre mudanças de fase de matéria
nuclear em colisões de íons pesados. Recentemente, o Dr. Bauer concentrou grande parte de sua pesquisa e
docência em questões referentes à energia, inclusive recursos de combustíveis fósseis, maneiras de usar energia
com mais eficiência e, em especial, recursos alternativos de energia com carbono neutro. Atualmente, é diretor do
Departamento de Física e Astronomia e do Instituto de Pesquisa Auxiliada por Cibernética.
Gary D. Westfall iniciou sua carreira no Centro de Estudos Nucleares da University of Texas, em Austin, onde
concluiu seu doutorado em física nuclear experimental em 1975. A seguir, foi para o Laboratório Nacional de
Lawrence Berkeley (LBNL) em Berkeley, Califórnia, para conduzir seu trabalho de pós-doutorado em física nuclear
de alta energia, permanecendo como membro da equipe de cientistas. Enquanto esteve no LBNL, o Dr. Westfall
ficou internacionalmente conhecido por seu trabalho sobre o modelo nuclear de bola de fogo e o uso de
fragmentação para produzir núcleos longe da estabilidade. Em 1981, o Dr. Westfall juntou-se à equipe do
Laboratório Nacional Ciclotron Supercondutor (NSCL) na Michigan State University (MSU) como professor e
pesquisador, onde foi responsável pela concepção, construção e operação do MSU 4SIMB Detector. Sua pesquisa
usando o 4SIMB Detector produziu informações referentes à resposta da matéria nuclear conforme é comprimida
em um colapso de supernova. Em 1987, o Dr. Westfall ingressou no Departamento de Física e Astronomia da MSU
como professor adjunto enquanto continuava a conduzir sua pesquisa no NSCL. Em 1994, o Dr. Westfall aderiu ao
STAR Collaboration, que está realizando experimentos no Colisor Relativístico de fons Pesados (RHIC), no
Laboratório Nacional de Brookhaven em Long Island, Nova York.
Helio Dias iniciou sua carreira no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP), onde tornou-se Bacharel
em Física (1975), Mestre em Física Nuclear Experimental (1977), Doutor em Física Nuclear Teórica (1980) e livre-
docente em Física Nuclear Teórica (1988). O Dr. Dias desenvolveu sua carreira profissional em atividades de ensino,
pesquisa e extensão no Instituto de Estudos Avançados do Centro Técnico Aeroespacial (1980-1983), no Instituto de
Física da Universidade Federal Fluminense (1983-1985) e no IFUSP (1985 até o presente), no qual desenvolve
projetos na área da física nuclear, ensino de ciências e divulgação científica. Foi secretário (1991-1992) e vice-
presidente (1993-1994) da Sociedade Brasileira de Física, e membro do Comitê Assessor de Física e Astronomia do
Conselho Nacional de Pesquisas (1997-2001). Atualmente o Dr. Dias é Diretor da Estação de Ciências da USP,
Presidente do Instituto de Valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo (IVEPESP), Coordenador
Geral do Laboratório Didático do Curso Semipresencial de Licenciatura em Ciências da USP, criador e coordenador
do Laboratório de Tecnologia de Aprendizagem em Educação (TECAP ONLINE) do IFUSP e integrante da equipe de
pesquisadores do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Energia do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP.
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SUMÁRIOS RESUMIDOS
Física para Universitários: Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor é o terceiro livro de Bauer, Westfall e Dias. Além
deste, estão disponíveis os títulos Mecânica; Eletricidade e Magnetismo; Ótica e Física Moderna. Para conhecer os
assuntos abordados em cada um deles, apresentamos o sumário resumido abaixo.
MECÂNICA
CAPÍTULO 1 Visão Geral CAPÍTULO 2 Movimento em Linha Reta CAPÍTULO 3 Movimento
em Duas e Três Dimensões CAPÍTULO 4 Força CAPÍTULO 5 Energia Cinética, Trabalho e Potência
CAPÍTULO 6 Energia Potencial e Conservação de Energia CAPÍTULO 7 Momento e Colisões
CAPÍTULO 8 Sistemas de Partículas e Corpos Extensos CAPÍTULO 9 Movimento Circular
CAPÍTULO 10 Rotação CAPÍTULO 11 Equilíbrio Estático CAPÍTULO 12 Gravitação
ELETRICIADE E MAGNETISMO
CAPÍTULO 1 Eletrostática CAPÍTULO 2 Campos Elétricos e a Lei de Gauss CAPÍTULO 3
Potencial Elétrico CAPÍTULO 4 Capacitores CAPÍTULO 5 Corrente e Resistência
CAPÍTULO 6 Circuitos de Corrente Contínua CAPÍTULO 7 Magnetismo CAPÍTULO 8 Campos Magnéticos
Produzidos por Cargas em Movimento CAPÍTULO 9 Indução Eletromagnética CAPÍTULO
10 Correntes e Oscilações Eletromagnéticas CAPÍTULO 11 Ondas Eletromagnéticas
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As Fronteiras da Física Moderna 1 SUMÁRIO
5 Temperatura 146
1 Sólidos e Fluidos 7 5.1 Definição de temperatura 147
1.1 Átomos e a composição da matéria 8 5.2 Variações de temperatura 149
1.2 Estados da matéria 10 5.3 Mensuração da temperatura 153
1.3 Tensão, compressão e cisalhamento 11 5.4 Expansão térmica 153
1.4 Pressão 15 5.5 Temperatura da superfície terrestre 161
1.5 Princípio de Arquimedes 20 5.6 Temperatura do universo 163
1.6 Movimento do fluido ideal 24 O que já aprendemos | Guia de estudo para
1.7 Viscosidade 32 exercícios 164
1.8 Turbulência e fronteiras da pesquisa em fluxo de Questões de múltipla escolha 166
fluidos 34 Questões 166
O que já aprendemos | Guia de estudo para exercícios 35 Problemas 167
Questões de múltipla escolha 39
Questões 40
Problemas 40 6 Calor e a Primeira Lei da Termodinâmica 171
6.1 Definição de calor 172
2 Oscilações 45 6.2 Equivalente mecânico do calor 173
2.1 Movimento harmônico simples 46 6.3 Calor e trabalho 174
2.2 Movimento pendular 54 6.4 Primeira lei da termodinâmica 176
2.3 Trabalho e energia em oscilações harmônicas 56 6.5 Primeira lei para processos especiais 178
2.4 Movimento harmônico amortecido 60 6.6 Calores específicos de sólidos e fluidos 179
2.5 Movimento harmônico forçado e ressonância 67 6.7 Calor latente e transições de fase 182
2.6 Espaço de fase 69 6.8 Modos de transferência de energia térmica 186
2.7 Caos 70 O que já aprendemos | Guia de estudo para
O que já aprendemos | Guia de estudo para exercícios 71 exercícios 195
Questões de múltipla escolha 75 Questões de múltipla escolha 198
Questões 76 Questões 199
Problemas 77 Problemas 200
3 Ondas 82
3.1 Movimento ondulatório 83 7 Gases Ideais 204
3.2 Osciladores acoplados 84 7.1 Leis empíricas dos gases 205
3.3 Descrição matemática de ondas 85 7.2 Lei dos gases ideais 207
3.4 Derivação da equação de onda 88 7.3 Teorema da equipartição 213
3.5 Ondas em espaços de duas e três dimensões 92 7.4 Calor específico de um gás ideal 216
3.6 Energia, potência e intensidade de ondas 95 7.5 Processos adiabáticos para um gás ideal 220
3.7 Princípio da superposição e interferência 98 7.6 Teoria cinética dos gases 224
3.8 Ondas estacionárias e ressonância 100 O que já aprendemos | Guia de estudo para
3.9 Pesquisa sobre ondas 103 exercícios 230
O que já aprendemos | Guia de estudo para Questões de múltipla escolha 234
exercícios 105 Questões 234
Questões de múltipla escolha 109 Problemas 235
Questões 110
Problemas 110 8 A Segunda Lei da Termodinâmica 239
8.1 Processos reversíveis e irreversíveis 240
4 Som 114 8.2 Máquinas e refrigeradores 242
4.1 Ondas longitudinais de pressão 115 8.3 Máquinas ideais 244
4.2 Intensidade sonora 119 8.4 Máquinas reais e eficiência 248
4.3 Interferência sonora 123 8.5 A segunda lei da termodinâmica 254
4.4 Efeito Doppler 126 8.6 Entropia 256
4.5 Ressonância e música 132 8.7 Interpretação microscópica da entropia 259
O que já aprendemos | Guia de estudo para O que já aprendemos | Guia de estudo para exercícios
exercícios 135 262
Questões de múltipla escolha 140 Questões de múltipla escolha 267
Questões 141 Questões 268
Problemas 141 Problemas 269
9 Relatividade 273
9.1 A pesquisa pelo éter 274
9.2 Os postulados de Einstein e os sistemas de
referência 275
9.3 Dilatação do tempo e contração do
comprimento 279
9.4 Deslocamento de frequência relativístico 285
9.5 Transformação de Lorentz 286
9.6 Transformação relativística de velocidades 289
9.7 Momento e energia relativísticos 292 Apêndice A Resumo Matemático A-1
9.8 Relatividade geral 299 Apêndice B Massas de Isótopos, Energias de Ligação
9.9 A relatividade no cotidiano: o GPS 301 e Meias-vidas B-1
O que já aprendemos | Guia de estudo para Apêndice C Propriedades dos Elementos C-1
exercícios 302 Respostas das Questões e dos Problemas
Questões de múltipla escolha 305 Selecionados R-1
Questões 306 Créditos das Fotos C-1
Problemas 306 Índice I-1
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AS FRONTEIRAS DA FÍSICA MODERNA
Este livro tentará dar a você uma ideia de alguns dos progressos impressionantes feitos pela física recentemente.
Os exemplos das áreas de pesquisa avançada estarão acessíveis com o conhecimento disponível em nível
introdutório. Em muitas universidades de ponta, jovens secundaristas já estão envolvidos em pesquisas inovadoras
em física. Com frequência, essa participação requer nada além das ferramentas apresentadas neste livro, alguns
dias ou semanas de leituras adicionais, e a curiosidade e o desejo de aprender fatos e habilidades novas.
As próximas páginas introduzirão algumas das incríveis fronteiras da pesquisa contemporânea e descreverão alguns
resultados obtidos durante os últimos anos. Essa introdução é feita em nível qualitativo, evitando toda a
matemática e outros detalhes técnicos.
A física quântica
No ano de 2005 foi comemorado o 100° aniversário dos notáveis artigos de Albert Einstein sobre o movimento
browniano (que provou a realidade da existência dos átomos), a teoria da relatividade e o efeito fotoelétrico. Este
último artigo introduziu uma das ideias que constituem a base da mecânica quântica, a física da matéria em escalas
atômicas e moleculares. A mecânica quântica é um produto do século XX que levou, por exemplo, à invenção do
laser, agora rotineiramente empregado em CDs, DVDs e aparelhos de Blu-ray, em leitoras de códigos de barra e
mesmo em cirurgias de olhos, entre muitas outras aplicações. A mecânica quântica também forneceu uma
compreensão mais fundamental da química; físicos estão usando pulsos curtos de laser com durações menores que
10−13 s para compreender como se desenvolvem as ligações químicas. A revolução quântica inclui também
descobertas exóticas como a da antimatéria, e não existe um fim à vista deste processo. Na última década, grupos
de átomos denominados condensados de Bose-Einstein foram formados em armadilhas eletromagnéticas, e esse
trabalho abriu as portas para um mundo inteiramente novo da física atômica e quântica.
Computação quântica
Os físicos estão forçando ainda mais os limites da computação. Presentemente, muitos grupos estão pesquisando
maneiras de construir um computador quântico. Teoricamente, um computador quântico formado por N
processadores seria capaz de executar 2 instruções simultaneamente, enquanto um computador convencional
formado por N processadores pode executar somente N instruções de programação ao mesmo tempo. Assim, um
computador quântico com 100 processadores excederia a capacidade de computação combinada de todos os
supercomputadores existentes. Na realidade, muitos problemas complexos precisam ser resolvidos antes que essa
visão possa se tornar realidade, mas, novamente, apenas há 50 anos parecia absolutamente impossível compactar
100 milhões de transistores em um único chip de computador do tamanho de um dedal.
Física da computação
A interação entre a física e os computadores funciona como uma via de duas mãos. Tradicionalmente, as pesquisas
físicas eram de natureza experimental ou teórica. Os livros-texto pareciam favorecer o lado teórico, pois
apresentavam muitas fórmulas da física, mas, de fato, eles analisavam as ideias conceituais contidas naquelas
fórmulas. Por outro lado, muita pesquisa teve origem no lado experimental, quando os fenômenos recém
observados pareciam negar a descrição teórica. Todavia, com o surgimento dos computadores, um terceiro ramo
da física tornou-se possível: a física computacional. A maioria dos físicos hoje usa computadores para processarem
dados e visualizá-los, para resolver grandes sistemas de equações acopladas, ou estudar sistema para os quais não
se conhecem formulações analíticas.
O campo emergente do caos e da dinâmica não linear é o primeiro exemplo desse estudo. Possivelmente, o
pesquisador atmosférico do MIT Edward Lorenz simulou pela primeira vez o comportamento caótico com a ajuda
de um computador em 1963, quando ele resolveu três equações acopladas de um modelo simples do clima e
detectou uma dependência sensível com as condições iniciais - mesmo as menores diferenças no início resultavam
em desvios muito grandes com o decorrer do tempo. Agora tal comportamento é às vezes é chamado de efeito
borboleta, devido à ideia de que uma borboleta, ao bater a asas na China, possa vir a alterar o clima nos Estados
Unidos poucas semanas depois. Essa sensibilidade implica que é impossível fazer previsões do clima determinísticas
de longa duração.
Complexidade e caos
Os sistemas com muitos constituintes com frequência exibem comportamentos complexos, mesmo se os
constituintes individuais sigam leis muito simples de dinâmica não linear. Os físicos começaram a observar a
complexidade em muitos sistemas, incluindo simples pilhas de areia, congestionamentos de trânsito, mercados de
ações, evolução biológica, fractais, e moléculas e nanoestruturas que exibem auto-organização. A ciência da
complexidade é outro campo descoberto somente nas duas últimas décadas e que experimenta um rápido
crescimento.
Os modelos em geral são completamente diretos, e os estudantes do primeiro ano de um curso de física podem
fazer contribuições valiosas. No entanto, a solução geralmente requer algumas habilidades em programação e
computadores. A perícia em programação os capacitará para contribuir em muitos projetos de pesquisa avançada
em física.
Nanotecnologia
Os físicos estão começando a adquirir os conhecimentos e as habilidades necessárias para manipular a matéria de
um átomo de cada vez. Nas últimas duas décadas, foram inventados os microscópios de varredura, de tunelamento
e de força atômica, permitindo aos pesquisadores enxergar átomos individualmente (Figura 1). Em alguns casos, os
átomos individuais podem ser movidos de maneira controlada. A nanociência e a nanotecnologia são devotadas as
estes três tipos de desafio, cuja solução promete grandes avanços tecnológicos, desde uma eletrônica ainda mais
miniaturizada e, assim, mais poderosa, até os projetos de novas drogas, ou até mesmo manipulação do DNA a fim
de curar certas doenças.
Figura 1
Átomos de ferro individuais, arranjados na forma de um
estádio, sobre uma superfície de cobre. As ondulações no
interior do "estádio" resultam das ondas estacionárias forma-
das pelas distribuições de densidade de elétrons. Este arranjo
foi criado e sua imagem obtida com o emprego de um micros-
cópio de varredura por tunelamento.
Biofísica
Da mesma forma como a física se moveu para dentro do domínio da química durante o século XX, uma rápida
convergência interdisciplinar da física com a biologia molecular está ocorrendo no início do século XXI. Os
pesquisadores já são capazes de usar pinças a laser para mover biomoléculas individualmente. A cristalografia de
raios X vem tornando-se suficientemente sofisticada para que os pesquisadores consigam obter imagens de
estruturas tridimensionais de proteínas muito complexas. Além disso, a biofísica teórica está começando a obter
sucessos em prever a estrutura espacial e a funcionabilidade associada a essas moléculas a partir das sequências de
aminoácidos que elas contêm.
Fusão nuclear
Setenta anos atrás, os físicos nucleares Hans Bethe e seus colegas descobriram como a fusão nuclear no interior do
Sol produz a luz que torna possível a vida na Terra. Hoje, os físicos nucleares estão trabalhando em como utilizar na
Terra a fusão nuclear para a produção ilimitada de energia. O reator de fusão termonuclear internacional,
atualmente em construção no sul da França em uma colaboração que envolve muitos países industrializados,
percorrerá um longo caminho para responder a muitas das questões importantes que precisam ser resolvidas antes
que o uso da fusão seja tecnicamente factível e comercialmente viável. https://www.iter.org/
Os físicos nucleares e de partículas estão sondando cada vez mais profundamente os menores constituintes da
matéria. No Laboratório Nacional de Broohheven, em Long Island, EUA, por exemplo, o Colisor Relativístico de fons
Pesados (RHIC, do inglês Relativistic Heavy Ion Collider) colide núcleos de ouro uns contra os outros, a fim de
recriar o estado em que estava o universo uma fração de segundo após o Big Bang. A Figura 3a é uma foto do STAR,
um detector do RHIC, e a Figura 3b mostra uma análise de computador das trajetórias deixadas no detector do
STAR por mais de 5.000 partículas subatômicas produzidas em uma dessas colisões. O magnetismo e o campo
magnético explicarão de que maneira essas trajetórias são analisadas para se obter as propriedades das partículas
que os produziram.
Figura 3
(a) O detector STAR do RHIC
durante sua construção.
(b) Rastros reconstruídos
eletronicamente de mais de 5000
partículas subatômicas carregadas
produzidas dento do detector do
STAR por uma colisão de alta
energia entre dois núcleos de ouro.
Um instrumento ainda maior para pesquisas científicas de física de partículas acaba de ser completado no
acelerador do laboratório do CERN em Genebra, Suíça. O Large Hadron Colider (LHC, Grande Colisor de fons) está
localizado em um túnel subterrâneo com 27km de circunferência, indicado na Figura 4 pelo círculo vermelho. Este
novo instrumento é a mais cara instalação jamais construída, com um custo de mais de 8 bilhões de dólares, posto
em funcionamento em setembro de 2008. Os físicos de partículas usarão essa instalação para tentar descobrir o
que faz as partículas elementares terem massas diferentes, para sondar quais são os constituintes elementares do
universo e, talvez, para procurar por dimensões extras ocultas e outros fenômenos exóticos.
Teoria de cordas
A física de partículas possui um modelo padrão para todas as partículas elementares e suas interações, porém a
razão do bom funcionamento do modelo ainda não é bem compreendida. Presentemente, pensa-se que a teoria de
cordas seja a mais provável candidata para um arcabouço que acabe fornecendo essa explicação. Às vezes, a teoria
de cordas é chamada heuristicamente de a teoria de tudo. Ela prevê dimensões espaciais adicionais, o que soa à
primeira vista como ficção científica, porém muitos físicos estão tentando formular maneiras de testar esta teoria
experimentalmente.
Astrofísica
Esta introdução tentou dar uma ideia geral da situação atual das fronteiras da pesquisa em física moderna. Este
livro-texto deve ajudá-lo a construir um alicerce para poder apreciar, compreender e, talvez, até mesmo, a
participar deste vibrante empreendimento, que continua refinando e mesmo reformulando nossa compreensão do
mundo que nos rodeia.
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Capítulo 6 - CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
O calor é essencial aos processos biológicos; nenhuma vida poderia existir na Terra sem o calor do Sol ou do interior
da Terra. Porém, o calor também pode causar problemas com a operação de circuitos elétricos, motores e outros
dispositivos mecânicos. Todos os ramos da ciência e da engenharia precisam lidar com o calor de uma forma ou de
outra e, por isso, os conceitos neste capítulo são importantes para todas as áreas de pesquisa, projeto e
desenvolvimento.
Definição
Calor Q é a energia transferida entre um sistema e seu ambiente (ou entre dois sistemas), em razão de uma diferença
de temperatura entre eles. Quando a energia flui para o sistema, Q> 0; quando a energia flui do sistema, Q<0.
6.2 Equivalente mecânico do calor
Sabemos que a energia também pode ser transferida entre um sistema e seu ambiente como trabalho realizado por
uma força atuando sobre um sistema ou por um sistema. Os conceitos de calor e trabalho, que serão discutidos na
Seção 6.3, podem ser definidos em termos da transferência de energia para ou de um sistema. Podemos nos referir
à energia interna de um sistema, mas não ao calor contido em um sistema. Se observarmos a água quente em um
copo, não sabemos se a energia térmica foi transferida para a água ou se foi realizado trabalho na água.
O calor é a energia transferida e pode ser quantificado usando a unidade do SI de energia, o joule. Originalmente, o
calor era medido em termos de sua capacidade de elevar a temperatura da água. A caloria (cal) era definida como
a quantidade de calor necessário para aumentar a temperatura de 1 grama de água em 1 °C. Outra medida comum
de calor, ainda usada nos Estados Unidos, é a unidade térmica britânica (BTU), definida como a quantidade de calor
necessário para elevar a temperatura de 1 libra de água em 1 °F. No entanto, a mudança na temperatura da água
como função da quantidade de energia térmica transferida a ela depende da temperatura original da água.
Definições reproduzíveis da caloria e da BTU exigiram que as medidas fossem feitas com uma temperatura inicial
especificada.
O conteúdo energético dos alimentos é geralmente expresso em termos de calorias. Uma caloria alimentar, muitas
vezes chamada de Caloria ou quilocaloria, não é igual à caloria recém definida; uma caloria alimentar equivale a
1.000 cal. O custo de energia elétrica costuma ser dado em consumidos quilowatt-hora (kWh).
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PROBLEMA
O rótulo de uma barra de chocolate indica que ela tem 275 Calorias. Qual é o conteúdo energético dessa barra em
joules?
SOLUÇÃO
As calorias alimentares são quilocalorias, e 1 kcal = 4.186 J. A barra de
chocolate tem 275 kcal ou
DISCUSSÃO
Observe que essa energia é suficiente para erguer um pequeno caminhão com peso de 22,2 kN (massa de 5.000
libras) a uma distância de 52 m. Uma pessoa com 73 kg teria que caminhar uma hora a 1,6 m/s para queimar as
calorias obtidas ao consumir essa barra de chocolate.
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Figura 6.4
Um cilindro cheio de gás com um pistão.
O gás está em contato térmico com um
reservatório térmico infinito. (a) Uma
força externa empurra o pistão, criando
uma pressão no gás. (b) A força externa é
retirada, permitindo que o gás empurre o
pistão para fora.
Para descrever o comportamento desse sistema, consideramos a mudança de um estado inicial especificado por
pressão pi , volume Vi e temperatura Ti , e um estado final especificado por Pf , Vf e Tf . Imagine mudanças feitas
lentamente de forma que o gás permaneça próximo ao equilíbrio, permitindo medições de p, V e T. A progressão
do estado inicial para o estado final é um processo termodinâmico. Durante esse processo, a energia térmica
pode ser transferida para o sistema (calor positivo) ou para fora dele (calor negativo).
Quando a força externa é retirada (Figura 6.4b), o gás no cilindro empurra o pistão por uma distância dr. O trabalho
realizado pelo sistema nesse processo é
onde dV = Adr é a mudança de volume do sistema. Dessa forma, o trabalho realizado pelo sistema para ir da
configuração inicial para a final é determinado por
(6.2)
Observe que, durante essa mudança de volume, a pressão também pode mudar. Para avaliar essa integral,
precisamos saber a relação entre pressão e volume para o processo. Por exemplo, se a pressão permanecer
constante, obtemos
(6.3)
A equação 6.3 indica que, para pressão constante, uma mudança negativa no volume corresponde ao trabalho
negativo realizado pelo sistema.
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A Figura 6.5 mostra gráficos de pressão versus volume, às vezes chamados de diagramas pV. As três partes da
figura mostram caminhos, ou maneiras diferentes de mudar a pressão e o volume de um sistema de uma condição
inicial para uma condição final. A Figura 6.5a ilustra um processo que começa em um ponto inicial i e continua até
um ponto final f de tal forma que a pressão diminui à medida que o volume aumenta. O trabalho realizado pelo
sistema é dado pela equação 6.2. A integral pode ser representada pela área sob a curva, mostrada pelo
sombreado verde na Figura 6.5a. Nesse caso, o trabalho realizado pelo sistema é positivo porque o volume do
sistema aumenta
A Figura 6.5b ilustra um processo que começa em um ponto inicial i e continua até um ponto final f através de um
ponto intermediário m. O primeiro passo envolve o aumento do volume do sistema enquanto a pressão se mantém
constante. Uma maneira de concluir esse passo é aumentar a temperatura do sistema conforme o volume
aumenta, mantendo uma pressão constante. O segundo passo consiste em diminuir a pressão enquanto o volume
se mantém constante. Uma maneira de realizar essa tarefa é baixar a temperatura tirando energia térmica do
sistema. Novamente, o trabalho realizado pelo sistema pode ser representado pela área sob a curva, mostrado pelo
sombreamento verde na Figura 6.5b. O trabalho realizado pelo sistema é positivo porque o volume do sistema
aumenta. Porém, o trabalho realizado pelo sistema se origina apenas no primeiro passo. No segundo passo, o
sistema não realiza trabalho porque o volume não se altera
A Figura 6.5c ilustra outro processo que começa em um ponto inicial i e continua até um ponto final f através de um
ponto intermediário m. O primeiro passo envolve a diminuição da pressão do sistema enquanto o volume se
mantém constante. O segundo passo consiste em aumentar o volume enquanto a pressão se mantém constante.
Mais uma vez, o trabalho realizado pelo sistema pode ser representado pela área sob a curva, mostrado pelo
sombreamento verde na Figura 6.5c. O trabalho realizado pelo sistema é novamente positivo porque o volume do
sistema aumenta. Porém, o trabalho realizado pelo sistema se origina apenas no segundo passo. No primeiro passo,
o sistema não realiza trabalho porque o volume não se altera. O trabalho líquido realizado nesse processo é menor
do que o trabalho realizado pelo processo na Figura 6.5b, pois a área verde é menor. A energia térmica absorvida
também deve ser menor porque os estados inicial e final são os mesmos nesses dois processos, portanto a
mudança de energia interna é a mesma. (Essa conexão entre trabalho, calor e a mudança de energia interna será
discutida em maior detalhe na Seção 6.4.)
Dessa forma, o trabalho realizado por um sistema e a energia térmica transferida para o sistema dependem da
maneira como o sistema se movimenta de um ponto inicial para um ponto final em um diagrama pV. Portanto, esse
tipo de processo é referido como um processo dependente do caminho.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Figura 6.6
Os caminhos de
três processos em
diagramas pV.
Esses são os
opostos dos
processos
mostrados na
Figura 6.5.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Os diagramas pV na Figura 6.6 revertem os processos mostrados na Figura 6.5 começando nos pontos finais na
Figura 6.5 e permanecendo ao longo do mesmo caminho até os pontos iniciais. Em cada um desses casos, a área
sob a curva representa o trabalho (com sinal negativo) realizado pelo sistema ao se movimentar de um ponto inicial
i para um ponto final f. Nos três casos, o trabalho realizado pelo sistema é negativo porque o volume do sistema
diminui.
Suponha que um processo comece em algum ponto inicial em um diagrama pV, percorra parte do caminho e
retorne ao ponto original. Um caminho que retorna a seu ponto de partida é chamado de caminho fechado. A
Figura 6.7 traz dois exemplos de caminhos fechados. Na Figura 6.7a, um processo começa em um ponto inicial i e
continua até um ponto intermediário m1; o volume aumenta enquanto a pressão se mantém constante. De m1, o
caminho vai para o ponto intermediário m2; o volume se mantém constante enquanto a pressão diminui. Do ponto
m2, o caminho vai para o ponto intermediário m3 com a pressão constante e o volume diminuindo. Finalmente, o
processo se movimenta do ponto m3 para o ponto final, f, que é igual ao ponto inicial, i. A área sob o caminho de i
para m1 representa trabalho positivo realizado pelo sistema (o volume aumenta), enquanto a área sob o caminho
de m2 para m3 representa trabalho negativo realizado no sistema (volume diminui). A adição do trabalho positivo e
negativo gera trabalho líquido positivo sendo feito pelo sistema, conforme mostrado pela área do retângulo verde
na Figura 6.7a. Nesse caso, o calor é positivo.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Figura 6.7
Dois processos
de caminho
fechado em
diagrama pV.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
A Figura 6.7b mostra o mesmo caminho em um diagrama pV como na Figura 6.7a, mas o processo ocorre no
sentido oposto. A área sob o caminho do ponto intermediário m1 para o ponto intermediário m2 corresponde a
trabalho positivo realizado pelo sistema. A área sob o caminho do ponto intermediário m3 para o ponto final ƒ
corresponde a trabalho negativo realizado pelo sistema. O trabalho líquido realizado pelo sistema nesse caso é
negativo, e sua magnitude é representada pela área do retângulo laranja na Figura 6.7b. Nesse caso, o calor é
negativo.
A quantidade de trabalho realizado pelo sistema e a energia térmica absorvida pelo sistema dependem do caminho
percorrido em um diagrama pV, bem como do sentido em que o caminho é percorrido.
Essa equação é conhecida como a primeira lei da termodinâmica. Ela pode ser enunciada da seguinte forma:
A mudança na energia interna de um sistema fechado é igual ao calor adquirido pelo sistema menos o trabalho
realizado pelo sistema.
Em outras palavras, a energia é conservada. Calor e trabalho podem ser transformados em energia interna, mas
nenhuma energia se perde. Observe que aqui o trabalho é realizado pelo sistema, e não sobre o sistema.
Basicamente, a primeira lei da termodinâmica estende a conservação de energia além da energia mecânica para
incluir calor e trabalho. (Em outros contextos, como em reações químicas, trabalho é definido como o trabalho
realizado no sistema, o que leva a uma convenção diferente de sinais para o trabalho. A convenção de sinais pode
ser usada de qualquer forma, contanto que seja consistente.) Observe também que a mudança na energia interna é
independente do caminho, enquanto mudanças de calor e trabalho são dependentes do caminho.
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PROBLEMA
Um halterofilista segura um haltere com massa m = 180,0 kg e o move por uma distância h =
1,25 m verticalmente, conforme ilustrado na Figura 6.8. Se considerarmos que o halterofilista é o
sistema termodinâmico, quanto calor ele despende se sua energia interna diminuir em 4000,0 J? Figura 6.8
Um
SOLUÇÃO halterofilista
Começamos com a primeira lei da termodinâmica (equação 6.4): compete
nas
Olimpíadas
O trabalho é o trabalho mecânico realizado sobre o peso pelo halterofilista
de 2008.
Portanto, o calor é dado por
O halterofilista não pode transformar energia interna em trabalho útil sem despender calor. Observe que a
redução de energia interna do halterofilista é menor do que 1 caloria alimentar: (4.000 ))/(4.186 J/kcal) = 0,956
kcal. A saída de calor é de apenas 0,428 kcal. Essa quantidade aparentemente pequena de energia interna e calor
associada ao grande esforço exigido para levantar o peso é análoga à quantidade de exercício necessária para
queimar as calorias de uma barra de chocolate (veja o Exemplo 6.1).
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PROBLEMA
Os freios de um caminhão em movimento com massa m = 3000,0 kg são acionados. O caminhão desliza até parar
em uma superfície horizontal da estrada em uma distância L = 83,2 m. O coeficiente de atrito cinético entre os
pneus do caminhão e a superfície da estrada é µk= 0,600. O que acontece com a energia interna do caminhão?
SOLUÇÃO
A primeira lei da termodinâmica (equação 6.4) relaciona a energia interna, o calor e o trabalho realizado no sistema:
Nesse caso, nenhuma energia térmica é transferida para ou do caminhão porque o processo de deslizamento até
parar por completo é suficientemente rápido, de forma que não há tempo para transferir energia térmica em
quantidade apreciável. Logo, Q=0. O trabalho é realizado pela força de atrito cinético, Ff para desacelerar e parar o
caminhão. A magnitude do trabalho realizado no caminhão é
onde mg é a força normal exercida sobre a estrada pelo caminhão. Como o trabalho é realizado no caminhão, ele é
negativo, e temos
Outra situação em que um processo adiabático pode ocorrer é se o sistema for isolado termicamente de seu
ambiente enquanto ocorrem mudanças de pressão e volume. Um exemplo é a compressão de um gás em um
recipiente isolado ou o bombeamento de ar em um pneu de bicicleta usando uma bomba manual. A mudança na
energia interna do gás deve-se apenas ao trabalho realizado no gás.
Processos a volume constante
Processos que ocorrem a volume constante são chamados de processos isocóricos. Para um processo em que o
volume se mantém constante, o sistema não pode realizar trabalho, então W = 0 na equação 6.4, resultando em
(para um processo a volume constante) (6.6)
Um exemplo de processo a volume constante é o aquecimento de um gás em um recipiente rígido e fechado que
está em contato com outros corpos. Nenhum trabalho pode ser realizado porque o volume do gás não pode mudar.
A mudança da energia interna do gás ocorre em função do calor que flui para dentro ou fora do gás como resultado
do contato entre o recipiente e os outros corpos. O cozimento de alimentos em uma panela de pressão é um
processo isocórico.
Dessa forma, o trabalho líquido realizado durante um processo de caminho fechado é igual à energia térmica
transferida para o sistema. Esses processos cíclicos formam a base de muitos tipos de máquinas térmicas
(discutidos no Capítulo 8).
Figura 6.9
(a) Um gás confinado é confinado a
metade do volume de uma caixa.
(b) A barreira que separa as duas
metades é removida, e o gás se
expande para preencher o volume.
Expansão livre
Se o recipiente isolado termicamente (então Q = 0) para um gás repentinamente aumentar de volume, o gás irá
expandir para preencher o novo volume. Durante essa expansão livre, o sistema não realiza trabalho e nenhum
calor é absorvido. Ou seja, W = 0 e Q= 0, e a equação 6.4 torna-se
Para ilustrar essa situação, considere uma caixa com uma barreira no centro (Figura 6.9). Um gás é confinado na
metade esquerda da caixa. Quando a barreira entre as duas metades é removida, o gás preenche o novo volume.
No entanto, o gás não realiza trabalho. Essa última afirmação requer uma explicação adicional: em sua expansão
livre, o gás não movimenta um pistão, nem outro dispositivo material; logo, não realiza trabalho em nada. Durante
a expansão, as partículas do gás se movimentam livremente até que encontrem as paredes do recipiente
expandido. O gás não está em equilíbrio enquanto expande. Para esse sistema, podemos fazer o gráfico do estado
inicial e do estado final em um diagrama pV, mas não para o estado intermediário.
Processos à pressão constante
Processos à pressão constante são chamados de processos isobáricos. Tais processos são comuns no estudo do
calor específico dos gases. Em um processo isobárico, o volume pode mudar, permitindo que o sistema realize
trabalho. Uma vez que a pressão é mantida constante, W = p*(Vf − Vi) = p*∆V, de acordo com a equação 6.3. Dessa
forma, a equação 6.4 pode ser escrita da seguinte forma:
(para um processo à pressão constante). (6.9)
Um exemplo de processo isobárico é o lento aquecimento de um gás em um cilindro adaptado com um pistão sem
atrito, que pode se movimentar para manter a pressão constante. O caminho de um processo isobárico em um
diagrama pV é uma linha retilínea horizontal. Se o sistema se movimentar no sentido de volume positivo, ele está
expandindo. Se o sistema se movimentar no sentido de volume negativo, ele está contraindo. O cozimento de
alimentos em uma panela destampada é outro exemplo de processo isobárico.
Q = CT, (6.10)
onde T é a mudança de temperatura.
O termo capacidade térmica não implica que um objeto contenha determinada quantidade
de calor. Ao invés disso, ele diz quanto calor é necessário para elevar a temperatura do objeto
por uma determinada quantidade. As unidades do SI para capacidade térmica são joules por
kelvin (J/K).
180 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
A mudança de temperatura de um objeto devida ao calor pode ser descrita pelo calor es-
pecífico, c, que é definido como a capacidade térmica por unidade de massa, m:
(6.11)
Com essa definição, a relação entre mudança de temperatura e calor pode ser escrita como
Q = cmT. (6.12)
As unidades do SI para calor específico são J/(kg K). Em aplicações práticas, o calor específico
também geralmente está em cal/(g K). As unidades J/(kg K) e J/(kg °C) podem ser usadas de
maneira intercambiável para o calor específico, já que é definido em termos de T. Os calores
específicos de vários materiais estão listados na Tabela 6.1.
Observe que calor específico e capacidade térmica normalmente são medidos de duas ma-
neiras. Para a maioria das substâncias, eles são medidos sob pressão constante (como na Tabela
6.1) e denotados por cp e Cp. Porém, para fluidos (gases e líquidos), o calor específico e a capa-
cidade térmica também podem ser medidos a volume constante e denotados por cV e CV. Em
geral, medições sob pressão constante produzem valores maiores, porque o trabalho mecânico
precisa ser realizado no processo, e a diferença é particularmente grande para os gases. Discu-
tiremos isso em maior detalhe no Capítulo 7.
O calor específico de uma substância também pode ser definido em termos do número
de mols de um material, em vez de sua massa. Esse tipo de calor específico é chamado de calor
específico molar, e também será discutido no Capítulo 7.
O efeito de diferenças em calores específicos de substâncias pode ser observado pronta-
mente no litoral, onde o sol transfere energia para a terra e para a água de forma aproximada-
mente igual durante o dia. O calor específico da terra é cerca de cinco vezes menor do que o
da água. Portanto, a terra aquece mais rapidamente do que a água, e ela aquece o ar acima dela
mais do que a água aquece o ar acima dela. Essa diferença de temperatura cria uma brisa em
terra firme durante o dia. O alto calor específico da água ajuda a moderar os climas em torno
de oceanos e grandes lagos.
PROBLEMA
Você tem 2,00 L de água a uma temperatura de 20,0 °C. Quanta energia é necessária para elevar
a temperatura dessa água para 95,0 °C? Supondo que você use eletricidade para aquecer a água,
quanto custará a 10,0 reais por quilowatt-hora?
SOLUÇÃO
A massa de 1,00 L de água é de 1,00 kg. Segundo a Tabela 6.1, cágua = 4,19 kJ/(kg K). Portanto, a
energia necessária para aquecer 2,00 kg de água de 20,0 °C para 95,0 °C é
elm=629 MIL joules (cuidado com ponto / vírgula no livro, tradução de livro em inglês - aqui estár certo para US não para BR...
Capítulo 6 Calor e a Primeira Lei da Termodinâmica 181
Usando o fator de conversão de joules para quilowatts-hora (equação 6.1), calculamos o custo do 6.1 Exercícios
aquecimento da água como
de sala de aula
Quanta energia é necessária
real para elevar a temperatura de um
bloco de cobre com massa de
3,00 kg de 25,0 °C para 125 °C?
a) 116 kJ d) 576 kJ
Calorimetria
b) 278 kJ e) 761 kJ
Um calorímetro é um dispositivo usado para estudar mudanças de energia interna por meio
da mensuração de transferências de energia térmica. A transferência de energia térmica e a c) 421 kJ
mudança de energia interna podem resultar de uma reação química, uma mudança física ou
diferenças de temperatura e calor específico. Um calorímetro simples consiste em um reci-
piente isolado e um termômetro. Para medições simples, um copo de isopor e um termômetro
comum de álcool darão conta do recado. Presumiremos que nenhum calor é perdido ou ganho
no calorímetro ou no termômetro.
Quando dois materiais com temperaturas diferentes e calores específicos são colocados em
um calorímetro, o calor irá fluir da substância mais quente para a mais fria até que a tempera-
tura das duas substâncias seja a mesma. Nenhum calor irá fluir para dentro ou fora do calorí-
metro. O calor perdido pela substância mais quente será igual ao calor ganho pela substância
mais fria.
Uma substância como a água com um calor específico alto, c = 4,19 kJ/(kg K), exige mais
calor para elevar sua temperatura pela mesma quantidade do que uma substância com calor
específico baixo, como o aço, com c = 0,488 kJ/(kg K). O Problema Resolvido 6.1 ilustra os
conceitos de calorimetria.
PROBLEMA
Um ferreiro derrama 3,00 kg de grãos de chumbo (que é o material usado para preencher cartu-
chos de espingardas) a uma temperatura de 94,7 °C em 1,00 kg de água a 27,5 °C em um recipiente
isolado, que age como um calorímetro. Qual é a temperatura final da mistura?
SOLUÇÃO
PENSE
Os grãos de chumbo irão ceder calor e a água irá absorver calor até que ambos estejam na mesma
Tchumbo Tágua T
temperatura. (Algo que pode passar despercebido é que os grãos de chumbo têm uma temperatu-
ra de fusão, mas é significativamente acima de 94,7 °C; por isso, não precisamos considerar uma
mudança de fase nessa situação. A água irá permanecer líquida, e os grãos de chumbo irão perma-
necer sólidos. A Seção 6.7 aborda situações envolvendo mudanças de fase.)
DESENHE
A Figura 6.10 mostra a situação do problema antes e após os grãos de chumbo serem adicionados (a) (b)
à água. Figura 6.10 Grãos de chumbo e
água (a) antes e (b) após os grãos de
PESQUISE chumbo serem adicionados à água.
O calor perdido pelos grãos de chumbo, Qchumbo, para seu ambiente é dado por Qchumbo =
mchumbocchumbo(T – Tchumbo), onde cchumbo é o calor específico do chumbo, mchumbo é a massa dos grãos
de chumbo, Tchumbo é a temperatura original dos grãos de chumbo e T é a temperatura final de
equilíbrio.
O calor ganho pela água, Qágua, é dado por Qágua = máguacágua(T – Tágua), onde cágua é o calor espe-
cífico da água, mágua é a massa da água e Tágua é a temperatura original da água.
A soma do calor perdido pelos grãos de chumbo e o calor ganho pela água é zero, porque o
processo aconteceu em um recipiente isolado e porque a energia total é conservada, uma conse-
quência da primeira lei da termodinâmica. Então, podemos escrever
Qchumbo + Qágua = 0 = mchumbocchumbo(T – Tchumbo) + máguacágua(T – Tágua).
Continua →
182 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
SIMPLIFIQUE
Efetuamos as multiplicações nos dois lados e reordenamos de forma que todos os termos conten-
do a temperatura desconhecida estejam no lado esquerdo da equação:
mchumbocchumboTchumbo + máguacáguaTágua = máguacáguaT + mchumbocchumboT.
Podemos resolver essa equação para T dividindo os dois lados por mchumbocchumbo + máguacágua:
CALCULE
A inserção de valores numéricos resulta em
ARREDONDE
Apresentamos nosso resultado com três dígitos significativos:
T = 33,2 °C.
S O L U Ç Ã O A LT E R N AT I VA
A temperatura final da mistura dos grãos de chumbo e da água é apenas 5,7 °C maior do que
a temperatura original da água. As massas dos grãos de chumbo e da água diferem por um
fator de 3, mas o calor específico do chumbo é muito menor do que o calor específico da água.
Portanto, é razoável que o chumbo tenha uma mudança grande de temperatura e a água tenha
uma mudança pequena de temperatura. Para avaliar, calculamos o calor perdido pelo chumbo,
Gás
Sublim
ação
Deposiç
ão
Ev
ap den
or
Co
aç açã
Sólido
n
ão
to
timen
s
Derre
mento
o
Tebulição. A relação entre a massa de um objeto em seu ponto de fusão e o calor necessário para
transformar um objeto de sólido para líquido é dada por
(6.13)
Da mesma forma, a relação entre um objeto em seu ponto de ebulição e o calor necessário para
transformar o objeto de líquido para gás é dada por
(6.14)
As unidades do SI para calor latente de fusão e vaporização são joules por quilograma (J/kg);
unidades de calorias por grama (cal/g) também são usadas com frequência. O calor latente de
fusão para uma determinada substância é diferente do calor latente de vaporização dessa subs-
tância. Valores representativos para o ponto de fusão, calor latente de fusão, ponto de ebulição
e calor latente de vaporização estão listados na Tabela 6.2.
Também é possível que uma substância mude diretamente de sólido para gás. Esse pro-
cesso denomina-se sublimação. Por exemplo, a sublimação ocorre quando o gelo seco, que é
dióxido de carbono sólido (congelado), muda diretamente para dióxido de carbono gasoso
sem passar pelo estado líquido. Quando um cometa se aproxima do Sol, parte de seu dióxido
de carbono congelado sublima, ajudando a produzir sua cauda visível.
Se continuarmos a aquecer um gás, ele se tornará ionizado, o que significa que alguns ou Figura 6.12 Imagem da Nebulosa de
Ômega/Cisne (M17), tirada pelo Te-
todos os elétrons nos átomos do gás serão removidos. Um gás ionizado e seus elétrons livres
lescópio Espacial Hubble, mostra uma
formam um estado de matéria chamado de plasma. Os plasmas são muito comuns no univer- região imensa de gás ionizado por ra-
so; na verdade, até 99% da massa do sistema solar existe na forma de plasma. A nuvem de pó diação de jovens estrelas.
de gás conhecida como a Nebulosa de Ômega/Cisne (M17), mostrada na Figura 6.12, também
é um plasma.
PROBLEMA
Quanto calor, Q, é necessário para converter 0,500 kg de gelo (água congelada) a uma temperatura
de –30 °C para vapor a 140 °C?
SOLUÇÃO
Resolvemos esse problema em passos, sendo que cada um deles corresponde a uma elevação na
temperatura ou a uma mudança de fase. Primeiro, calculamos quanto calor é necessário para ele-
var a temperatura do gelo de –30 °C para 0 °C. O calor específico do gelo é 2,06 kJ/(kg K), então
o calor necessário é
Continuamos a adicionar calor ao gelo até que ele derreta. A temperatura permanece em 0 °C até
que todo o gelo esteja derretido. O calor latente de fusão do gelo é 334 kJ/kg, então o calor neces-
sário para derreter todo o gelo é
Assim que todo o gelo tiver derretido em água, continuamos a adicionar calor até que a água atin-
ja o ponto de ebulição, a 100 °C. O calor necessário para esse passo é
Continuamos a adicionar calor à água até que ela evapore. O calor necessário para a evaporação é
Agora, aquecemos o vapor e elevamos a temperatura de 100 °C para 140 °C. O calor necessário
para esse passo é
150
Vapor
Vaporiza (e)
100
(d)
T (ºC)
50 (c) Líquido
Derrete
0
(b)
(a) Gelo 6.3 Exercícios
⫺50 de sala de aula
0 500 1.000 1.500
Você tem um bloco de gelo de
Q (kJ)
massa m a uma temperatura de
Figura 6.13 Gráfico da temperatura versus calor adicionado para mudar 0,500 kg de gelo iniciando a –3 °C em um recipiente ter-
uma temperatura de –30 °C para vapor a 140 °C. micamente isolado, adiciona a
mesma massa m de água líquida
a uma temperatura de 6 °C e
A Figura 6.13 mostra um gráfico da temperatura da água como função do calor adicionado. Na deixa a mistura chegar a um
região (a), a temperatura do gelo aumenta de –30 °C para 0 °C. Na região (b), o gelo derrete em equilíbrio. Qual é a temperatura
água enquanto a temperatura permanece em 0 °C. Na região (c), a água aquece de 0 °C para da mistura?
100 °C. Na região (d), a água ferve e muda para vapor enquanto a temperatura permanece em 100
a) –3 °C d) +4,5 °C
°C. Na região (e), a temperatura do vapor aumenta de 100 °C para 140 °C.
Observe que quase 2/3 do calor total em todo o processo de aquecimento da amostra de –30 °C b) 0 °C e) +6 °C
para 140 °C precisa ser gasto para converter a água líquida para vapor no processo de evaporação.
c) +3 °C
PROBLEMA
Qual é o trabalho realizado pela água à medida que ela evapora? Qual é a mudança na energia
interna da água?
SOLUÇÃO
Este processo é realizado a uma pressão constante. O trabalho realizado para evaporar a água é
dado pela equação 6.3:
A inserção de valores numéricos resulta no trabalho realizado pela água à medida que aumenta de
volume a uma pressão constante:
W = (101,3 ⋅ 103 Pa)(16.900 ⋅ 10–6 m3–10,0 ⋅ 10–6 m3)=1.710 J.
A mudança na energia interna da água é dada pela primeira lei da termodinâmica (equação 6.4)
Eint = Q – W.
Continua →
186 Física para Universitários – Relatividade, Oscilações, Ondas e Calor
Nesse caso, a energia térmica transferida é o calor necessário para evaporar a água. Segundo a
Tabela 6.2, o calor latente de vaporização da água é Lvaporização = 2.260 kJ/kg. Portanto, a energia
térmica transferida para a água é
Q = mLvaporização = (10,0 ⋅ 10–3kg)(2,260 ⋅ 106 J/kg) = 22.600 J.
A mudança na energia interna da água é
Eint = 22.600 J – 1.710 J = 20.900 J.
A maior parte da energia adicionada permanece na água como energia interna. Essa energia inter-
na está relacionada à mudança de fase da água para vapor. A energia é usada para superar as forças
de atração entre as moléculas de água no estado líquido ao convertê-las para o estado gasoso.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 2.1
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Condução
Considere uma barra de material com área transversal A e comprimento L. (Figura 6.15a). Essa barra é colocada em
contato físico com um reservatório térmico a uma temperatura mais quente, Th, e com um reservatório térmico a
uma temperatura mais fria, Tc, o que significa que Th>Tc (Figura 6.15b). O calor, então, flui do reservatório com
maior temperatura para o reservatório com menor temperatura. A energia térmica transferida por unidade de
tempo, Pcond pela barra conectando os dois reservatórios de calor é dada por
(6.15)
onde k é a condutividade térmica do material da barra. As unidades do SI de condutividade térmica são W/(m K).
Alguns valores típicos de condutividade térmica estão listados na Tabela 6.3. Podemos reordenar a equação 6.15:
(6.16)
onde a resistência térmica, R, da barra é definida por (6.17)
As unidades do SI de R são m2.K/W. Um valor maior de R significa uma taxa menor de transferência de energia
térmica. Um bom isolante tem alto valor de R. Nos Estados Unidos, a resistência térmica é geralmente especificada
por um fator de R, que tem as unidades pés2.°F.h/BTU. Um material isolante comum marcado com um fator R de
R-30 está mostrado na Figura 6.16. Para converter um fator R de pés2.°F.h/BTU. para m2.K/W, divida o fator R por
5,678.
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PROBLEMA
Quanto calor entra na peça pelo telhado em um dia se o ambiente for mantido a uma temperatura de 21,0 °C?
SOLUÇÃO
Solucionamos a equação 6.16 para o calor:
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DESENHE
As dimensões de uma parede e do teto são mostradas na Figura 6.17b.
PESQUISE
Cada uma das quatro paredes externas, como mostrado na Figura 6.17b, tem uma área de Aparede. O teto tem
uma área Ateto, mostrado na Figura 6.17b. O piso e o teto têm a mesma área. A resistência térmica das paredes é
dada por R-19; a resistência térmica do piso e do teto é dada por R.30. Dessa forma, a resistência térmica das
paredes em unidades do Sl é
SIMPLIFIQUE
Podemos calcular o calor perdido por unidade de tempo usando a equação 6.16, considerando que a área total das
paredes é quatro vezes a área de uma parede e que a área total do piso e do teto é duas vezes a área do teto:
CALCULE
A área de cada parede externa é Aparede = (8,00 pés)(20,0 pès) = 160,0 pés2 = 14,864 m2. A área do teto é Ateto =
(20,0 pés)(20,0 pés) = 400,0 pés2 = 37,161 m2. O número de segundos em 6 meses é
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Para avaliar, vamos usar os valores de R da forma como um empreiteiro nos Estados Unidos o faria. A área total das
paredes é 4(160 pés2), e a área total do piso e do teto é de 2(400 pés2). O calor perdido por hora através das
paredes é
O custo é de
Convecção
Se você mantiver sua mão sobre uma vela acesa, poderá sentir a energia térmica transferida da chama. O ar
aquecido é menos denso do que o ar circundante e, por isso, sobe. O ar ascendente carrega energia térmica para
cima a partir da chama da vela. Esse tipo de transferência de energia térmica é chamado de convecção. A Figura
6.19 mostra uma chama de vela na Terra e no Ônibus Espacial em órbita. Pode-se ver que a energia térmica se
propaga para cima a partir da vela que queima na Terra, mas se expande quase que esfericamente da vela a bordo
do Ônibus Espacial. O ar no Ônibus Espacial (na verdade, em um pequeno recipiente dentro do Ônibus Espacial)
tem a mesma densidade em todos os sentidos, então o ar aquecido não tem sentido preferencial para onde se
propagar. A parte inferior da chama da vela a bordo do Ônibus Espacial é apagada porque o pavio remove a energia
térmica. (Além da convecção envolvendo um fluxo em grande escala de massa, a convecção pode ocorrer através
de partículas individuais em um processo chamado de difusão, que não será abordado neste capítulo.)
A maioria das residências e prédios comerciais nos Estados Unidos tem aquecimento de ar forçado, ou seja, o ar
aquecido chega até o ambiente através de dutos de aquecimento. Esse é um excelente exemplo de transferência
de energia térmica através de convecção. Os mesmos dutos de ar são usados no verão para resfriar as mesmas
estruturas, transportando ar mais frio pelos dutos, o que é outro exemplo de transferência de energia térmica
convectiva. (Porém, é claro que o calor tem o sinal oposto, porque a temperatura no ambiente é diminuída.)
Grandes quantidades de energia são transferidas por convecção na atmosfera terrestre e nos oceanos. Por
exemplo, a Corrente do Golfo carrega a água mais quente do Golfo do México em direção ao norte, passando pelo
estreito da Flórida e subindo para a costa leste dos Estados Unidos. A temperatura mais quente da água na
Corrente do Golfo está revelada na imagem de satélite da NASA na Figura 6.20. A Corrente do Golfo tem uma
temperatura de aproximadamente 20 °C à medida que flui com velocidade de cerca de 2 m/s subindo a costa leste
dos Estados Unidos e entrando no Atlântico Norte. A Corrente do Golfo, então, se divide. Uma parte continua a fluir
em direção à Bretanha e Europa Ocidental, enquanto a outra parte se volta para o sul ao longo da costa africana. A
temperatura média da Bretanha e da Europa Ocidental é aproximadamente 5 °C maior do que seria sem a energia
térmica carregada pelas águas mais quentes da Corrente do Golfo.
Figura 6.20
Uma imagem de satélite, tirada pelo satélite Terra da
NASA em 5 de maio de 2001, mostra a temperatura da
água do Oceano Atlântico Norte. As cores representam a
variação de temperatura da água. As correntes quentes do
Golfo são visíveis em vermelho, e a Costal Leste dos
Estados Unidos é mostrada em preto.
Alguns modelos climáticos preveem que o aquecimento global pode ameaçar a Corrente do Golfo em razão do
derretimento do gelo no Polo Norte. As águas doces extras da calota polar reduzem a salinidade da água na
extremidade norte da Corrente do Golfo, que interfere com o mecanismo que permite que a água resfriada da
Corrente do Golfo afunde e retorne para o sul. Paradoxalmente, o aquecimento global poderia tornar a Europa
setentrional mais fria.
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PROBLEMA RESOLVIDO 6.3 A Corrente do Golfo
Vamos supor que uma canalização de água retangular de 100 km de largura e 500 m de profundidade possa se
aproximar da Corrente do Golfo. A água nesta canalização está se movendo com velocidade de 2,0 m/s. A
temperatura da água é de 5,0 °C mais quente do que a água circundante.
PROBLEMA
Estime quanta potência a Corrente do Golfo está transportando para o Oceano Atlântico Norte.
SOLUÇÃO
PENSE
Podemos calcular a taxa de fluxo de volume tirando o produto da velocidade do fluxo e a área transversal da
canalização. Usando a densidade da água, podemos calcular a taxa de fluxo da massa. Usando o calor específico da
água e a diferença de temperatura entre a água da Corrente do Golfo e a água circundante, podemos calcular a
potência transportada pela Corrente do Golfo para o Atlântico Norte.
Presume-se que a velocidade do fluxo da Corrente do Golfo seja v = 2,0 m/s. A taxa de fluxo de volume é
determinada por
A densidade da água marinha é ρ = 1.025 kg/m2. Podemos expressar a taxa de fluxo de massa como
O calor específico da água é c = 4.186 J/(kg K). O calor necessário para elevar a temperatura de uma massa m por
∆T é dado por
A potência transportada pela Corrente do Golfo é igual ao calor por unidade de tempo:
(Obs.: A letra P maiúscula simboliza a potência; não confunda isso com a letra p minúscula usada para pressão.)
SIMPLIFIQUE
A potência transportada pela Corrente do Golfo é determinada por
CALCULE
A diferença de temperatura é ∆T=5°C = 5 K. A inserção de valores numéricos resulta em
ARREDONDE
Apresentamos nosso resultado com dois números significativos:
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SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Para avaliar esse resultado, vamos calcular quanta potência incide sobre a Terra vinda do Sol. Essa potência total é
determinada pela área transversal da Terra vezes a potência incidente sobre a Terra por unidade de área:
Vamos calcular quanto dessa potência poderia ser absorvida pelo Golfo do México. A intensidade da luz solar a
uma distância do Sol correspondente ao raio da órbita da Terra em torno do Sol é de S = 1.400 W/m2. Podemos
estimar a área do Golfo do México como 1,0*106 km2 = 1,0*1012 m2.
Se a água do Golfo do México absorvesse toda a energia incidente do Sol por metade de cada dia, então a potência
disponível do Golfo seria
o que é menos do que nossa estimativa da potência transportada pela Corrente do Golfo. Logo, uma parte maior
do Oceano Atlântico deve estar envolvida na provisão de energia para a Corrente do Golfo do que simplesmente o
Golfo do México. De fato, a Corrente do Golfo recebe sua energia de uma grande fração do Oceano Atlântico. A
Corrente do Golfo é parte de uma rede de correntes que fluem nos oceanos terrestres, induzidas por ventos,
diferenças de temperatura e a topologia e rotação da Terra.
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Radiação
A radiação ocorre via transmissão de ondas eletromagnéticas. Além disso, diferentemente das ondas mecânicas e
sonoras (estudadas nos Capítulos 3 e 4), essas ondas não precisam de um meio para sustentá-las. Dessa forma, as
ondas eletromagnéticas podem carregar energia de um local para outro sem que nenhuma matéria esteja presente
entre os dois locais. Um exemplo do transporte de energia por radiação eletromagnética ocorre durante uma
conversa por telefone celular: o telefone celular age como transmissor de radiação para a torre mais próxima e
como receptor da radiação com origem nessa torre.
Todos os objetos emitem radiação eletromagnética. A temperatura do objeto determina a potência irradiada do
objeto, Pirradiada que é dada pela equação de Stefan-Boltzmann:
(6.18)
onde σ = 5,67*10−8 W/K4m2 é chamada de constante de Stefan-Boltzmann, ε é a emissividade, que não tem
unidade, e A é a área de superfície (irradiação). A temperatura na equação 6.18 deve estar em kelvins, e presume-
se que seja constante. A emissividade varia entre 0 e 1, sendo que 1 é a emissividade de um objeto idealizado
chamado de corpo negro. Um corpo negro irradia 100% de sua energia e absorve 100% de qualquer radiação
incidente sobre ele. Embora alguns objetos do mundo real estejam próximos de ser um corpo negro, não existe
nenhum corpo negro perfeito, portanto a emissividade é sempre menor que 1.
A subseção anterior sobre condução discutiu como a capacidade de isolamento de vários materiais é quantificada
pelo valor de R. A perda de calor de uma residência no inverno ou o calor ganho no verão depende tanto da
condução quanto da radiação. Novas técnicas de construção objetivaram aumentar a eficiência do isolamento de
residências usando barreiras radiantes. Uma barreira radiante é uma camada de material que reflete com eficiência
as ondas eletromagnéticas, principalmente a radiação infravermelha (que é a radiação que geralmente sentimos
como calor). O uso de barreiras radiantes no isolamento de casas está ilustrado na Figura 6.22.
Figura 6.22
Um esquema do canto de uma casa, mostrando parte do telhado,
parte do teto e parte de uma parede. O telhado consiste em uma
camada externa de telhas, uma barreira radiante e uma armação
para sustentar o telhado. O teto consiste em uma armação que
sustenta um isolamento com fator R de R-30. A parede consiste
em tijolos externos, uma barreira radiante, isolamento com fator R
de R-19 e vigas de suporte.
Figura 6.23
Um tipo de material de barreira
radiante, folha metálica ARMA,
produzida pela empresa Energy
Efficient Solutions.
Uma barreira radiante é construída de uma substância refletora, normalmente alumínio. Uma barreira radiante
comercial comum é mostrada na Figura 6.23. Seu material é a poliolefina revestida de alumínio, que reflete 97% da
radiação infravermelha. Testes conduzidos pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge em residências na Flórida com e
sem as barreiras radiantes mostraram que os ganhos de calor no verão em telhados com isolamento R-19 podem
ser reduzidos entre 16 e 42%, resultando na redução de custos com ar-condicionado em até 17%.
A casa usada como exemplo na Figura 6.22 é projetada para prevenir que o calor entre ou saia por condução
através de camadas de isolamento, que têm altos fatores de R. As barreiras radiantes bloqueiam o calor que entra
na residência na forma de radiação. Infelizmente, esse tipo de barreira também previne que a casa seja aquecida
pelo Sol no inverno. O ganho ou perda de calor por convecção é reduzido pelo espaço vazio entre o teto e o
telhado. Assim, a residência é projetada para reduzir o ganho ou perda de calor por qualquer um dos três modos de
transferência de energia térmica: condução, convecção ou radiação.
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Esse cálculo simples dá um resultado próximo ao valor real da temperatura média da superfície da Terra, que é de
cerca de 288 K.
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Aquecimento global
A diferença entre a temperatura calculada para a Terra como um corpo negro no Exemplo 6.8 e a temperatura real
da superfície terrestre deve-se parcialmente à atmosfera terrestre, conforme ilustrado na Figura 6.24.
Figura 6.24 As nuvens na atmosfera terrestre
A atmosfera refletem 20% e absorvem 19% da
terrestre tem energia solar. A atmosfera reflete
grande 6% da energia solar, e 4% é
influência refletido pela superfície da Terra.
sobre a A atmosfera terrestre transmite
quantidade de 51% da energia do Sol para a
energia superfície terrestre. Essa energia
absorvida do solar é absorvida pela superfície
Sol pela Terra. da Terra e a aquece, fazendo com
elm adapt que a superfície emita radiação
infravermelha.
Certos gases na atmosfera - com destaque para o vapor d'água e o dióxido de carbono, além de outros gases -
absorvem parte dessa radiação infravermelha, aprisionando uma fração da energia que, do contrário, seria
irradiada de volta para o espaço. Esse aprisionamento de energia térmica é chamado de efeito estufa. O efeito
estufa mantém a Terra mais quente do que o normal e minimiza as variações de temperatura do dia para a noite.
As duas fotografias na Figura 6.25 ilustram como a radiação de diferentes comprimentos de onda pode penetrar
nos materiais de forma diferente. Na Figura 6.25a, um cientista da NASA está com o braço dentro de uma sacola
preta de plástico. A câmera era sensível à luz visível, e seu braço não podia ser visto dentro da sacola. Na Figura
6.25b, a mesma pessoa foi fotografada com as luzes apagadas, usando uma câmera sensível à radiação
infravermelha. O corpo humano emite radiação infravermelha porque seu metabolismo produz calor. Essa radiação
passa pelo plástico preto que bloqueia a luz visível, e o braço anteriormente escondido fica visível.
Figura 6.25
(a) Um cientista da NASA com o braço dentro
de uma sacola preta de plástica, iluminado
com luz visível.
(b) O mesmo cientista da NASA fotografado
com uma câmera infravermelha, que passou
pela sacola preta de plástico.
A queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas aumentaram a quantidade de dióxido de carbono na
atmosfera terrestre e a temperatura superficial aprisionando a radiação infravermelha que, de outra forma, seria
emitida para o espaço. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre como função do tempo é
mostrada no gráfico da Figura 6.26. Na Figura 6.26a, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre
é mostrada para os anos de 1832 a 2004. A concentração de dióxido de carbono tem aumentado nos últimos 150
anos, de aproximadamente 284 ppmv (partes por milhão por volume) em 1832 para 377 ppmv em 2004.
A Figura 6.26b mostra a concentração de dióxido de carbono no ar nos últimos 420.000 anos. É possível ver nesse
gráfico os períodos glaciais, com concentrações relativamente baixas de dióxido de carbono, em torno de 200
ppmv, e os períodos interglaciais, com concentrações relativamente altas de dióxido de carbono, aproximadamente
275 ppmv. A combinação das medições diretas dos últimos 50 anos e das concentrações inferidas dos núcleos de
gelo indica que a concentração atual de dióxido de carbono na atmosfera é maior do que em qualquer momento
nos últimos 420.000 anos. Alguns pesquisadores estimam que a concentração atual de dióxido de carbono esteja
em seu nível mais alto nos últimos 20 milhões de anos. Modelos da composição da atmosfera terrestre baseados
em tendências atuais preveem que a concentração de dióxido de carbono continuará a aumentar nos próximos 100
anos. Esse aumento da concentração atmosférica de dióxido de carbono contribui com o aquecimento global
observado, descrito no Capítulo 5.
Figura 6.26 Concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em partes por milhões de volume (ppmv).
(a) De 1832 a 2004. As medições de 1832 a 1978 foram feitas usando núcleos de gelo na Antártica, e as
medições entre 1959 e 2004 foram realizadas na atmosfera em Mauna Loa, Havaí.
(b) Últimos 420.000 anos, extraídos de gelo na Antártica.
Em nível mundial, os governos estão reagindo a essas observações e previsões de muitas maneiras, inclusive com o
Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005. No Protocolo de Kyoto, as nações participantes concordaram
em fazer cortes substanciais em suas emissões de gases do efeito estufa até o ano de 2012. Porém, diversas nações
emergentes não foram solicitadas a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa.
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Calor em computadores
Pensar sobre transferência de energia térmica pode não trazer nenhuma associação imediata com o seu
computador. Mas o resfriamento de um computador é um grande problema de engenharia. Um computador
desktop comum consome entre 100 e 150 W de energia elétrica, e um laptop usa entre 25 e 70 W. De modo geral,
quanto maior for a frequência dos chips do computador, maior é o consumo de energia. A maior parte dessa energia
elétrica é convertida em energia térmica e precisa ser retirada do computador. Para realizar isso, os computadores
têm dissipadores de calor passivo, os quais consistem em peças de metal com grandes áreas de superfície
conectadas às partes do computador que precisam de resfriamento, principalmente a CPU e os chips de gráficos
(Figura 6.27). Os dissipadores de calor passivo aplicam condução para afastar a energia térmica das peças do
computador e, depois, radiação para transferir a energia térmica para o ar circundante. Um dissipador de calor ativo
inclui um pequeno ventilador para afastar o ar das superfícies metálicas a fim de aumentar a transferência de energia
térmica. Naturalmente, o ventilador também consome energia elétrica e, assim, reduz o período de carga da bateria
nos laptops.
Enquanto ter um laptop aquecendo seu colo pode ser apenas um leve
Figura 6.27 incômodo, o resfriamento de grandes conjuntos de computadores em
Tecnologia de centros de dados custa muito caro. Se um parque de servidores
dissipação de calor contém 10.000 CPUs individuais, seu consumo de energia elétrica gira
ativa e passiva em torno de 1 MW, sendo que a maior parte é transformada em calor
montada sobre uma que precisa ser retirado por sistemas enormes de ar-condicionado.
CPU de computador. Dessa forma, componentes eficientes de computadores, de fontes de
energia a chips da CPU, e métodos mais eficientes de resfriamento
são atualmente objeto de muitas pesquisas.
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O que já aprendemos | GUIA DE ESTUDO PARA EXERCÍCIOS
Calor é a energia transferida entre um sistema e seu ambiente ou entre dois sistemas, em razão de uma diferença
de temperatura entre eles.
Uma caloria é definida em termos do joule: 1 cal = 4,186 J.
A primeira lei da termodinâmica afirma que a mudança na energia interna de um sistema fechado é igual ao calor
que flui pelo sistema menos o trabalho realizado pelo sistema, ou ∆Eint = Q - W . A primeira lei da termodinâmica
afirma que a energia em um sistema fechado é conservada.
Se calor, Q, for adicionado a um objeto, sua mudança de temperatura, ∆T, é dada por ∆T= Q / C , onde C é a
capacidade calorífica do objeto.
Se calor, Q, for adicionado a um objeto com massa m, sua mudança de temperatura, AT, é dada por ∆T=Q/(c*m) ,
onde c é o calor específico do objeto.
A energia necessária para transformar um sólido em líquido, dividida por sua massa, é o calor latente de fusão,
Lfusão. Durante o processo de fusão, a temperatura do sistema permanece no ponto de fusão, T = Tfusão .
A energia necessária para transformar um líquido em gás, dividida por sua massa, é o calor latente de vaporização,
Lvaporização . Durante o processo de evaporação, a temperatura do sistema permanece no ponto de ebulição,
T=Tebulição .
Se uma barra de área transversal A for colocada entre um reservatório térmico com temperatura Th, e outro com
temperatura Tc, onde Th > Tc, a taxa de calor através da barra é
A potência irradiada de um objeto com temperatura T'e área de superfície A é dada pela equação de Stefan-
Boltzmann:
TERMOS-CHAVE
ambiente, p. 172 calor, p. 173 calor específico, p. 180 calor latente de fusão, p. 182 calor latente de
vaporização, p. 182 caloria, p. 173 calorímetro, p. 181 caminho fechado, p. 175 capacidade térmica, p.
179 condução, p. 186 condutividade térmica, p. 186 constante de Stefan-Boltzmann, p. 192
convecção p. 186 corpo negro, p. 192 diagrama pV, p. 175 efeito estufa, p. 194 emissividade, p. 192
energia térmica, p. 173 equação de Stefan-Boltzmann, p. 192 estados da matéria, p. 182 expansão
livre, p. 179 fases, p. 182 isoterma, p. 179 mudanças de fase (transições de fase), p. 182 plasma, p.
183 primeira lei da termodinâmica, p. 176 processo adiabático, p. 178 processo de caminho fechado, p.
178 processo dependente do caminho, p. 175 processo isobárico (pressão constante), p. 179 processo
isocórico (volume constante), p. 178 processo isotérmico, p. 179 processo termodinâmico, p. 174 radiação,
p. 186 resistência térmica, p. 186 sistema, p. 172 sistema fechado, p. 176 sublimação, p. 183
NOVOS SÍMBOLOS E EQUAÇÕES
Q. calor
∆Eint = Q - W , mudança na energia interna de um sistema, primeira lei da termodinâmica
C, capacidade calorífica em J/K
c, calor específico em J/(kg K)
k, condutividade térmica de um material em W/(m K)
R, resistência térmica de uma placa de material em m2 K/W
Lfusao calor latente de fusão
Lvaporizacao calor latente de vaporização
Tfusao ponto de fusão de uma substância
Tebulicao ponto de ebulição de uma substância
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6.2
6.3 Tempestades com trovoadas, correntes de jatos, aquecimento de água de uma panela, aquecimento de uma
residência.
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1. Ao usar a primeira lei da termodinâmica, sempre verifique os sinais de trabalho e calor. Neste livro, o trabalho
realizado em um sistema é positivo, e o trabalho realizado por um sistema é negativo; o calor adicionado a um
sistema é positivo, e o calor retirado por um sistema é negativo. Alguns livros definem os sinais de trabalho e calor
de forma diferente; certifique-se de saber qual convenção de sinal se aplica a cada problema.
2. Trabalho e calor são quantidades dependentes do caminho, mas a mudança na energia interna de um sistema é
independente do caminho. Logo, para calcular uma mudança na energia interna, você pode usar quaisquer
processos que comecem da mesma posição inicial e terminem na mesma posição final em um diagrama pV.
Trabalho e calor podem variar, dependendo do caminho no diagrama, mas sua diferença, Q−W, permanecerá a
mesma. Para esses tipos de problemas, certifique-se de ter um sistema claramente definido e que você saiba quais
as condições inicial e final para cada passo de um processo.
3. Para problemas de calorimetria, a conservação de energia exige que as transferências de energia totalizem zero.
Em outras palavras, o calor ganho por um sistema deve ser igual ao calor perdido pelo ambiente ou por algum
outro sistema. Esse fato estabelece a equação básica que descreve qualquer transferência de calor entre objetos.
4. Para calcular quantidade de calor e mudanças de temperatura correspondentes, lembre-se que o calor específico
se refere a uma mudança de calor por unidade de massa de um material, correspondendo a uma mudança de
temperatura; para um objeto de massa desconhecida, é preciso usar a capacidade calorífica. Também tenha em
mente a possibilidade de uma mudança de fase. Se uma mudança de fase for possível, divida o processo de
transferência de calor em passos, calculando o calor correspondente a mudanças de temperatura e o calor latente
correspondente a mudanças de fase. Lembre-se que as mudanças de temperatura são sempre a temperatura final
menos a temperatura inicial.
5. Certifique-se de verificar os cálculos de calorimetria em comparação com a realidade. Por exemplo, se uma
temperatura final for maior do que uma temperatura inicial, mesmo que o calor tenha sido retirado de um sistema,
você pode ter deixado passar uma mudança de fase.
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PROBLEMA RESOLVIDO 6.4 Fluxo de energia térmica por uma barra de cobre/alumínio
PROBLEMA
Uma barra de cobre (Cu) de comprimento L = 90,0 cm e área transversal A = 3,00 cm2 está em contato térmico em
uma extremidade com um reservatório térmico a uma temperatura de 100,0 °C. A outra extremidade da barra de
cobre está em contato térmico com uma barra de alumínio (Al) de mesma área transversal e comprimento de 10,0
cm. A outra extremidade da barra de alumínio está em contato térmico com um reservatório térmico a uma
temperatura de 1,00 °C. Qual é o fluxo de energia térmica através da barra composta?
SOLUÇÃO
PENSE
O fluxo de energia térmica depende da diferença de temperatura entre as duas extremidades da barra, do
comprimento e da área transversal da barra, além da condutividade térmica dos materiais. Todo o calor que flui da
extremidade de alta temperatura deve passar pelos segmentos de cobre e de alumínio.
Figura 6.28
DESENHE
Barra de cobre/
A Figura 6.28 é um desenho da barra de cobre/alumínio.
alumínio mantida a
100 °C em uma
extremidade e 1 °C
na outra.
PESQUISE
Podemos usar a equação 6.15 para descrever o fluxo de energia térmica através de uma barra de comprimento L e
área transversal A:
Temos Th = 100 °C e Tc = 1 °C. Identificamos a temperatura na interface entre os segmentos de cobre e alumínio
como T. Portanto, o fluxo de energia térmica através da barra de cobre é
O fluxo de energia térmica através do segmento de cobre deve ser igual ao fluxo de energia térmica através do
segmento do alumínio, então, temos
(i)
SIMPLIFIQUE
Podemos resolver essa equação para T. Primeiro, dividimos por A e, depois, multiplicamos os dois lados com LCu*LAl
Agora, multiplicamos nos dois lados e coletamos todos os termos com Tem um lado:
A substituição dessa expressão por T na equação (i) nos dá o fluxo de energia térmica através da barra de cobre/
alumínio.
CALCULE
A inserção de valores numéricos resulta em
Colocar esse resultado para T na equação (i) nos dá o fluxo de energia térmica através do segmento de cobre
ARREDONDE
Apresentamos nosso resultado com três números significativos:
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Para avaliar, vamos calcular o fluxo de energia térmica através do segmento de alumínio:
6.1 Um objeto de metal de 2,0 kg com temperatura de 90 °C é submerso em 1,0 kg de água a 20 °C. O sistema
água-metal atinge o equilíbrio em 32 °C. Qual é o calor específico do metal?
a) 0,840 kJ/kg K
b) 0,129 kJ/kg K
c) 0,512 kJ/kg K
d) 0,433 kJ/kg K
6.2 Um gás confinado em um recipiente por meio de um pistão que pode se movimentar sem atrito é aquecido, e
1.000 J de calor entram no gás. Presumindo que o volume do gás seja constante, a mudança da energia interna do
gás é
a) 0.
b) 1.000 J.
c) -1.000 J.
d) nenhuma das respostas acima.
6.3 Na compressão isotérmica de um gás, o volume ocupado por ele está diminuindo, mas a temperatura do gás
permanece constante. Para que isso aconteça,
a) o calor deve entrar no gás.
b) o calor deve sair do gás.
c) nenhuma troca de calor deve acontecer entre o gás e o ambiente.
6.4 Em qual superfície você deve colocar um bule para mantê-lo mais quente por um período mais longo?
a) uma superfície lisa de vidro
b) uma superfície lisa de aço
c) uma superfície lisa de madeira
d) uma superfície áspera de madeira
6.5 Supondo que a gravidade de uma queimadura aumente à medida que a quantidade de energia colocada na
pele aumenta, qual das alternativas abaixo causa a queimadura mais grave (suponha massas iguais)?
a) água a 90 °C
b) cobre a 110 °C
c) vapor a 180 °C
d) alumínio a 100 °C
e) chumbo a 100 °C
6.7 Um bloco de alumínio de massa MAl = 2,0 kg e calor específico CAl 910 J/(kg K) tem temperatura inicial de 1.000
°C e é jogado em um balde com água. A água tem massa MH2O = 12 kg e calor específico CH2O=4.190 J/(kg K) e está
à temperatura ambiente (25 °C). Qual é a temperatura final aproximada do sistema quando ele atingir o equilíbrio
térmico? (Despreze a perda de calor do sistema.)
a) 50 °C
b) 60 °C
c) 70 °C
d) 80 °C
6.8 Um material tem densidade de massa ρ, volume V e calor específico c. Qual das expressões abaixo é correta
para a troca de calor que ocorre quando a temperatura do material muda em ∆T em graus Celsius?
a) (ρc/V)∆T
b) (ρcV)(∆T +273,15)
c) (ρcV)/∆T
d) ρcV∆T
QUESTÕES
6.11 Estime a potência irradiada por uma pessoa média. (Considere o corpo humano um corpo negro cilíndrico.)
6.12 Diversos dias depois do término de uma tempestade de neve, o telhado de uma residência ainda está
completamente coberto de neve, e o telhado de outra casa não tem nenhuma cobertura de neve. Qual residência
provavelmente tem o melhor isolamento?
6.13 Por que o azulejo parece ser muito mais frio no contato com seus pés do que com um tapete de banheiro? Por
que esse efeito é mais perceptível quando seus pés estão frios?
6.14 Você consegue pensar em uma maneira de fazer um corpo negro, que é um material que absorve
praticamente toda a ener- gia radiante que incide sobre ele, se somente tiver um material que reflete metade da
energia radiante que incide sobre ele?
6.15 Em 1883, o vulcão na Ilha de Krakatoa no Pacífico entrou em violenta erupção na maior explosão da história
registrada na Terra, destruindo grande parte da ilha no processo. As medições de temperatura global indicam que
essa explosão reduziu a temperatura média da Terra em aproximadamente 1 °C durante as próximas duas décadas.
Por quê?
6.16 A caminhada sobre brasas é praticada em partes do mundo por diversos motivos e também é uma atração
turística em alguns hotéis à beira-mar. Como uma pessoa pode caminhar sobre carvão quente a uma temperatura
de mais de 500 °F sem queimar os pés?
6.17 Por que um casaco felpudo seco é melhor isolante do que o mesmo casaco quando está molhado?
6.18 Já foi proposto que o aquecimento global poderia ser compensado dispersando grandes quantidades de pó na
atmosfera superior. Por que isso funcionaria, e como?
6.19 Uma garrafa térmica contendo um pistão está cheia de um gás. Uma vez que a garrafa térmica está bem
isolada, nenhum calor pode entrar ou sair. O pistão é empurrado, comprimindo o gás.
a) O que acontece com a pressão do gás? Ela aumenta, diminui ou permanece a mesma?
b) O que acontece com a temperatura do gás? Ela aumenta, diminui ou permanece a mesma?
c) Alguma outra propriedade do gás se altera?
6.20 Como a taxa de transferência de calor entre um reservatório térmico com temperatura maior e outro com
temperatura menor seria diferente se os reservatórios estivessem em contato com uma barra de vidro de 10 cm de
comprimento, em vez de com uma barra de alumínio de 10 m de comprimento com mesma área transversal?
6.21 Por que alguém fazendo uma trilha daria preferência a uma garrafa de plástico, em vez de um cantil antiquado
de alumínio para carregar água potável?
6.22 Uma garota encontrou uma antiquíssima moeda de prata de 1 dólar e a está segurando firme na mão.
Suponha que ela coloque a moeda de prata na superfície de madeira (isolante) de uma mesa e, então, uma amiga
chegue da rua e coloque sobre ela uma moeda de um centavo, tão antiga quanto a outra que ela acabou de achar
na neve, onde havia estado toda a noite. Estime a temperatura final de equilíbrio do sistema das duas moedas em
contato térmico.
=================================================================================================
PROBLEMAS Um * e dois ** indicam um nível crescente de dificuldade do problema.
6.23 Você vai levantar um elefante (massa = 5,0*103kg) sobre sua cabeça (2,0 m de deslocamento vertical).
a) Calcule o trabalho necessário para fazer isso. Você levantará o elefante lentamente (não vale jogar o elefante
para cima!). Se quiser, pode usar um sistema de polia. (Como você sabe, isso não muda a energia necessária para
levantar o elefante, mas definitivamente reduz a força necessária para tanto.)
b) Quantas rosquinhas (250 calorias alimentares cada) você deve metabolizar para fornecer energia para esse feito?
6.24 Um gás tem volume inicial de 2,00 m3. Ele é expandido em três vezes o volume original por um processo para
o qual P= α V3, com α = 4,00 N/m11. Quanto trabalho é realizado pelo gás em expansão?
6.25 Quanto trabalho é realizado por ciclo por um gás que segue o caminho mostrado no diagrama pV?
6.26 A energia interna de um gás é de 500 J. O gás é comprimido adiabaticamente e seu volume diminui em 100
cm. Se a pressão aplicada no gás durante a compressão é de 3 atm, qual é a energia interna do gás após a
compressão adiabática?
Seção 6.6
6.27 Você tem 1 cm3 de cada um dos materiais listados na Tabela 6.1, todos à temperatura ambiente, 22 °C. Qual
material tem maior temperatura após 1 J de energia térmica ser adicionado a cada amostra? Qual tem a menor
temperatura? Quais são essas temperaturas?
6.28 Suponha que você misture 7,0 L de água 2,0*101°C com 3,0 L de água a 32 °C; a água é isolada de forma que
nenhuma energia possa fluir para dentro ou para fora dela. (Você pode conseguir isso, aproximadamente,
misturando os dois fluidos em uma caixa térmica de isopor como as usadas para manter as bebidas resfriadas em
piqueniques.) Os 10 L de água chegarão a uma temperatura final. Qual é essa temperatura final?
6.29 Um pedaço de alumínio de 25 g a 85 °C é jogado em 1,0 L de água a 1,0*101 °C, que está em um recipiente
isolado. Supondo que a perda de calor para o ambiente seja desprezível, determine a temperatura de equilíbrio
do sistema
6.30 Um projétil de chumbo é disparado com velocidade de 250 m/s em uma parede de madeira. Supondo que
75% da energia cinética sejam absorvidos pelo projétil como calor (e 25% pela parede), qual é a temperatura final
do projétil?
* 6.31 Um bloco de cobre de 1,00 kg a 80,0 °C é colocado em um recipiente com 2,00 L de água a 10,0 °C. Compare
a magnitude da mudança na energia do cobre com a magnitude da mudança na energia da água. Qual valor é
maior?
* 6.32 Uma panela de alumínio de 1,19 kg contém 2,31 L de água. Tanto a panela quanto a água estão inicialmente
a 19,7 °C. Quanto calor deve fluir para a panela e água para elevar sua temperatura até 95,0 °C? Suponha que o
efeito da evaporação da água durante o processo de aquecimento possa ser desprezado e que a temperatura
permaneça uniforme na panela e na água.
* 6.33 Um tijolo de metal encontrado em uma escavação foi enviado para um laboratório de teste para
identificação não destrutiva. O laboratório pesou a amostra de tijolo e encontrou uma massa de 3,0 kg. O tijolo foi
aquecido a uma temperatura de 3,0*102°C e colocado em um calorímetro de cobre isolado de massa 1,5 kg
contendo 2,0 kg de água a 2,0*101 °C. A temperatura final no equilíbrio foi de 31,7 °C. Calculando o calor específico
da amostra desses dados, você consegue identificar o material do tijolo?
* 6.34 Um pedaço de cobre de 2,0*102 g a uma temperatura de 450 K e um pedaço de alumínio de 1,0*102 g a
uma temperatura de 2,0*102 K são colocados em um balde isolado contendo 5,0*102 g de água a 280 K. Qual é a
temperatura de equilíbrio da mistura?
** 6.35 Quando um termômetro de vidro de imersão é usado para medir a temperatura de um líquido, a leitura
será afetada por um erro em razão da transferência de calor entre o líquido e o termômetro. Suponha que você
queira medir a temperatura de 6 mL de água em um frasco de vidro refratário isolado termicamente do ambiente.
O frasco vazio tem massa de 5,0 g. O termômetro que você usa também é feito de vidro refratário e tem massa de
15 g, da qual 4,0 g é o mercúrio dentro do termo- metro. O termômetro está inicialmente à temperatura ambiente
(20,0 °C). Você coloca o termômetro na água dentro do frasco e, depois de um tempo, faz a leitura da temperatura
de equilíbrio de 29 °C. Qual era a temperatura real da água no frasco antes de a temperatura ser medida? A
capacidade de calor específico do vidro refratário por volta da temperatura ambiente é de 800 J/(kg K), e a do
mercúrio à temperatura ambiente é de 140 J/(kg K).
Seção 6.7
* 6.36 Suponha que 400 g de água a 30 °C sejam despejados sobre um cubo de gelo de 60 g com temperatura de
−5 °C. Se todo o gelo derreter, qual será a temperatura final da água? Se todo o gelo não derreter, quanto gelo
permanecerá quando a mistura água-gelo atingir o equilíbrio?
6.37 Uma pessoa libera 180 kcal de calor na evaporação de água da pele em um treinamento na academia.
Quanta água a pessoa perdeu, presumindo que o calor liberado tenha sido usado somente para evaporar a água?
6.38 Um bloco de alumínio de 1,3 kg a 21 °C deve ser derretido e remodelado. Quanto calor deve fluir para o bloco
para derretê-lo?
6.39 O calor latente de vaporização do nitrogênio líquido é de aproximadamente 200 kJ/kg. Suponha que você
tenha 1 kg de nitrogênio líquido fervendo a 77 K. Se você fornecer calor a uma taxa constante de 10 W através de
aquecedor elétrico imerso no nitrogênio líquido, quanto tempo levaria para evaporá-lo todo? Qual seria o tempo
para 1 kg de hélio líquido, cujo calor latente de vaporização é de 20,9 kJ/kg?
* 6.40 Suponha que 0,010 kg de vapor (a 100,00 °C) seja adicionado a 0,10 kg de água (inicialmente a 19,0 °C). A
água está dentro de um copo de alumínio com massa de 35 g. O copo está dentro de um recipiente de calorimetria
perfeitamente isolado que evita o fluxo de calor com o ambiente externo. Encontre a temperatura final da água
após o equilíbrio ser atingido.
* 6.41 Suponha que 1,0*102 g de alumínio derretido a 932 K sejam colocados em 1,00 L de água à temperatura
ambiente, 22 °C.
a) Quanto de água se perderá por ebulição?
b) Quanto de alumínio será solidificado?
c) Qual será a temperatura final do sistema água-alumínio? d) Suponha que o alumínio esteja inicialmente a 1.150
K. Ainda seria possível resolver este problema usando apenas as informações fornecidas? Qual seria o resultado?
* 6.42 Em um de seus treinamentos na academia, você perdeu 150 g de água por meio de evaporação. Suponha
que a quantidade de trabalho realizado por seu corpo tenha sido 1,80*10^5 J, e que o calor necessário para
evaporar a água tenha vindo de seu corpo.
a) Encontre a perda de energia interna em seu corpo, supondo que o calor latente de vaporização seja 2,42*10^6 J/
kg.
d) Determine o número mínimo de calorias alimentares que devem ser consumidas para substituir a energia interna
perdi- da (1 caloria alimentar = 4.186 J).
** 6.43 As lâminas de facas geralmente são feitas de aço-carbono endurecido. O processo de endurecimento é um
tratamento de calor em que a lâmina é, em primeiro lugar, aquecida a uma temperatura de 1.346 °F e, a seguir,
resfriada rapidamente imergindo-a em um banho de água. Para atingir a consistência desejada, depois de aquecer a
1.346 °F, uma lâmina precisa ser trazida a uma temperatura abaixo de 5,00*10^2 °F. Se a lâmina tem massa de
0,500 kg e a água está em um recipiente aberto de cobre de massa 2,000 kg e com volume suficientemente grande,
qual é a quantidade mínima de água necessária no recipiente para que esse processo de endurecimento seja
realizado com êxito? Suponha que a lâmina não esteja em contato mecânico direto (e, portanto, térmico) com o
recipiente e despreze o resfriamento por radiação para o ar. Suponha que nenhuma água chegue a ferver, mas
atinja 100 °C. A capacidade calorífica do cobre em torno da temperatura ambiente é ccobre = 386 J/(kg K). Use os
dados na tabela abaixo para a capacidade calorífica do aço-carbono.
Faixa de temperatura (°C) Capacidade calorífica (J/kg K)
150 a 200 519
200 a 250 536
250 a 350 553
350 a 450 595
450 a 550 662
550 a 650 754
650 a 750 846
** 6.44 Já foi sugerido que a "neve" de etanol cai próxima aos polos dos planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Se as regiões polares de Urano, definidas ao norte de latitude 75° N e ao sul de latitude 75° S, recebem 0,3 m de
neve de etanol, qual é a quantidade mínima de energia perdida para a atmosfera para produzir esse volume de neve
do etanol em vapor? Suponha que o etanol sólido tenha densidade de 1 g/cm3 e que a neve de etanol - que é macia
como a neve da Terra - tenha aproximadamente 90% de espaço vazio. O calor específico é de 1,3 J/(g K) para o
etanol em vapor, 2,44 J/(g K) para o etanol líquido e 1,2 J/(g K) para o etanol sólido. Quanta potência é dissipada se
0,3 m de neve de etanol cair em um dia terrestre?
Seção 6.8
6.45 Um bloco de 100 mm por 100 mm por 5 mm de gelo a 0 °C é colocado em seu lado plano sobre um disco de
metal de 10 mm de espessura que cobre uma panela de água fervente com pressão atmosférica normal. O tempo
necessário para que todo o bloco de gelo derreta é medido em 0,4 s. A densidade do gelo é de 920 kg/m3. Use os
dados na Tabela 6.3 para determinar o metal de que o disco provavelmente seja feito.
6.46 Uma lâmina de cobre com 2,00 mm de espessura é ligada a uma folha de aço com 1,00 mm de espessura. A
superfície externa da folha de cobre é mantida a uma temperatura de 100,0 °C e a folha de aço a 25,0 °C.
a) Determine a temperatura da interface cobre-aço.
b) Quanto calor é conduzido por 1 m2 das folhas combinadas por segundo?
6.47 O Sol é uma esfera de raio de aproximadamente 6,963*10^5 km, a uma distância média de a = 1,496*10^8 km
da Terra. A constante solar, que é a intensidade de radiação solar na extremidade externa da atmosfera terrestre, é
de 1.370, W/ m2. Supondo que o Sol irradia como um corpo negro, calcule sua temperatura de superficie.
* 6.48 Um motor de motocicleta resfriado a ar perde uma quantidade significativa de calor por radiação térmica de
acordo com a equação de Stefan-Boltzmann. Suponha que a temperatura ambiente seja T0 = 27 °C (300 K).
Suponha ainda que o motor gere 15 hp (11 kW) de potência e, devido a diversas aletas de superfície, tenha área de
superfície de A = 0,50 m2. Um motor cromado tem emissividade ε = 0,050, enquanto um motor que está pintado de
preto tem ε = 0,95. Determine as temperaturas de equilíbrio para o motor preto e o motor cromado. (Suponha que
a radiação seja o único modo pelo qual o calor é dissipado no motor.)
* 6.49 Em um dia de verão, você decide fazer um picolé. Você coloca um palito de picolé em um copo de 240 ml
com suco de laranja, que está à temperatura ambiente (71 °F). Depois, coloca o copo no congelador, que está a
−15 °F e tem capacidade de resfriamento de 4.000 BTU/h. Quanto tempo leva para que o picolé congele?
* 6.50 Um cubo de gelo de 0 °C mede 10 cm em um lado. Ele está sobre um bloco de cobre com seção transversal
quadrada de 10 cm em um lado e 20 cm de comprimento. O bloco está parcialmente imerso em uma grande piscina
de água a 90 °C. Quanto tempo leva para que o cubo de gelo derreta? Suponha que apenas a parte em contato com
o cobre se liquefaça, ou seja, o cubo fica mais curto à medida que derrete. A densidade do gelo é de 0,96 g/cm3.
* 6.51 Uma janela com um único vidro é um isolante fraco. Em um dia frio, a temperatura da superfície interna da
janela geralmente é muito menor do que a temperatura ambiente. Da mesma forma, é provável que a superfície
externa da janela seja muito mais quente do que o ar externo. As temperaturas superficiais reais são muito
dependentes dos efeitos de conversão. Por exemplo, suponha que as temperaturas atmosféricas sejam de 21,5 °C no
interior e −3,0 °C no exterior, a superfície interna da janela está a 8,5 °C, e a superfície externa está a 4,1 °C. A que
taxa o calor fluirá pela janela? Considere que a janela tenha espessura de 0,32 cm, altura de 1,2 m e largura de 1,4 m.
* 6.52 Um recipiente de armazenamento criogênico mantém hélio líquido, que ferve a 4,2 K. Suponha que um
aluno tenha pintado de preto a estrutura externa do recipiente, tornando-o um pseudocorpo negro e que a
estrutura tenha área efetiva de 0,50 m2 e esteja a 3,0*10^2 K.
a) Determine a taxa de perda de calor através de radiação.
b) Qual é a taxa em que o volume de hélio líquido no recipiente diminui como resultado da fervura? O calor latente
de vaporização do hélio líquido é de 20,9 kJ/kg. A densidade do hélio líquido é de 0,125 kg/L.
* 6.53 Marte está 1,52 vezes mais distante do Sol do que a Terra e tem diâmetro 0,532 vezes maior.
a) Qual é a densidade da radiação solar (em W/m2) na superfície de Marte?
b) Estime a temperatura na superfície de Marte.
**6.54 Dois reservatórios internos estão conectados por uma barra sólida de cobre. A barra tem 2 m de
comprimento, e as temperaturas dos reservatórios são de 80,0 °C e 20,0 °C.
a) Suponha que a barra tenha área transversal retangular constante, 10 cm na lateral. Qual é a taxa de fluxo de
calor pela barra?
b) Suponha que a barra tenha área transversal retangular que se expande gradualmente do reservatório mais frio
para o reservatório mais quente. A área A é determinada por A=(0,010 m2) [1,0 + x/(2,0 m)], onde x é a distância
ao longo da barra do reservatório mais frio para o mais quente. Encontre o fluxo de calor e a taxa de mudança de
temperatura proporcional à distância na extremidade mais fria, na mais quente e no centro da barra.
** 6.55 A radiação emitida por um corpo negro com temperatura Ttem distribuição de frequência dada pelo
espectro de Planck:
onde εT (ƒ) é a densidade de energia da radiação por unidade de incremento de frequência, ν (por exemplo, em
watts por metro quadrado por hertz), h=6,626*10^−34 J é a constante de Planck, kB = 1,38*10^−23 m2 kg s−2 K−1 é
a constante de Boltzmann e c é a velocidade da luz no vácuo. Certamente, o exemplo medido com mais precisão
dessa distribuição de energia na natureza é a radiação cósmica de fundo em micro-ondas. A distribuição vai até zero
nos limites f→0 e f→ ∞ com um único pico entre esses limites. Conforme a temperatura aumenta, a densidade de
energia em cada valor de frequência aumenta, e o pico muda para um valor maior de frequência.
a) Encontre a frequência correspondente ao pico do espectro de Planck como função da temperatura.
b) Avalie a frequência de pico na temperatura T = 6,00*10^3 K, aproximadamente a temperatura da fotosfera
(superfície) do Sol. c) Avalie a frequência de pico na temperatura T = 2,735 K, que é a temperatura da radiação
cósmica de fundo em micro-ondas.
d) Avalie a frequência de pico na temperatura T = 300 K, que é aproximadamente a temperatura superficial da Terra.
Problemas adicionais
6.56 Quanta energia é necessária para aquecer 0,30 kg de alumínio de 20,0 °C para 10,0 °C?
6.57 A condutividade térmica da manta de fibra de vidro, que tem 4,0 de espessura, é 8,0 10 BTU/(pés °F s). Qual é
o valor de R (em pés2 °F h/BTU)?
6.58 A água é um excelente líquido refrigerante como resultado de sua capacidade calorífica muito alta. Calcule a
quantidade de calor necessária para mudar a temperatura de 10 kg de água em 10 K. Agora calcule a energia
cinética de um carro com m = 1.000 kg se movimentando a uma velocidade de 27 m/s. Compare as duas
quantidades.
6.59 Aproximadamente 95% da energia desenvolvida pelo filamento em uma lâmpada esférica de 1,0*10^2 W são
dissipados através da lâmpada de vidro. Se a espessura da lâmpada é de 0,50 mm e seu raio é de 3,0 cm, calcule a
diferença de temperatura entre as superfícies interna e externa da lâmpada.
6.60 O rótulo de um refrigerante indica que 360 ml (355 g) fornecem 150 kcal. A bebida é resfriada a 10,0 °C antes
de ser consumida. A seguir, ela atinge a temperatura corporal de 37 °C. Encontre o conteúdo energético líquido da
bebida. (Dica: Você pode tratar o refrigerante como sendo idêntico à água em termos de capacidade calorífica)
6.61 O corpo humano transporta calor dos tecidos interiores, à temperatura de 37,0 °C, para a superfície cutânea,
com temperatura de 27,0 °C, a uma taxa de 100 W. Se a área cutânea tem 1,5 m2 e sua espessura é de 3,0 mm,
qual é a condutividade térmica efetiva, κ, da pele?
* 6.62 Já foi dito que, às vezes, os projéteis de chumbo derretem com o impacto. Suponha que um projétil receba
75% do trabalho realizado sobre ele por uma parede no impacto como aumento da energia interna.
a) Qual é a velocidade mínima com a qual um projétil de chumbo de 15 g teria que atingir uma superfície (supondo
que o projétil pare completamente e que toda a energia cinética seja absorvida por ele) para começar a derreter?
b) Qual é a velocidade mínima de impacto necessária para que o projétil derreta completamente?
* 6.63 A radiação solar na superfície terrestre tem intensidade de aproximadamente 1,4 kW/m2 Supondo que a
Terra e Marte são corpos negros, calcule a intensidade da luz solar na superficie de Marte.
* 6.64 Você se perdeu enquanto fazia uma trilha vestindo apenas um traje de banho.
a) Calcule a potência irradiada de seu corpo, supondo que a área de superfície de seu corpo seja de
aproximadamente 2,0 m2 e que a temperatura da sua pele seja de cerca de 33 °C. Além disso, suponha que seu
corpo tenha emissividade de 1,0.
b) Calcule a potência líquida irradiada de seu corpo quando você estava dentro de um abrigo a 20 °C.
c) Calcule a potência irradiada líquida de seu corpo quando sua temperatura cutânea caiu para 27 °C.
** 6.72 Uma janela térmica consiste em duas vidraças separadas por um espaço de ar. Cada vidraça tem 3,00 mm
de espessura, e o espaço de ar tem 1,00 cm de espessura. O vidro da janela tem condutividade térmica de 1,00 W/
(m K), e o ar tem condutividade térmica de 0,0260 W/(m K). Suponha que uma janela térmica separe um quarto
com temperatura de 20,00 °C do exterior a 0,00 °C.
a) Qual é a temperatura em cada uma das quatro interfaces ar-vidro?
b) A que taxa o calor é perdido do quarto por metro quadrado de janela?
c) Suponha que a janela não tenha espaço de ar, mas consista em uma única camada de vidro com espessura de
6,00 mm. Qual seria a taxa de perda de calor por metro quadrado sob as mesmas condições de temperatura?
d) A condução de calor pela janela térmica poderia ser reduzida praticamente a zero retirando o espaço entre as
vidraças. Por que isso não é feito?
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6 min
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Hoje a gente vai conversar sobre calores e as mudanças de fase. Dois tipos de calores: o calor
específico e, para mudanças de fases, o calor latente.
No sistema chaleira, fornecendo energia / calor a esse sistema, sua temperatura aumenta até
um ponto em que começa a evaporar e a temperatura não aumenta mais, mas o
fornecimento de energia continua.
Quando está ocorrendo essa mudança de fase, temos de trabalhar com calor latente.
Quando temos o sistema mais frio, fornecemos energia / calor e a temperatura dele aumenta. Então existe uma
relação entre o calor fornecido ao sistema e a variação de temperatura. A constante de proporcionalidade nessa
relação é o calor específico vezes a quantidade de massa.
Diferença entre capacidade térmica e calor específico: capacidade térmica entra na relação proporcional entre
calor e temperatura e calor específico entra junto com uma quantidade de massa ou quantidade de mols (aqui só
vamos trabalhar com a quantidade de massa).
O que é o calor latente? Na transição de fase, a temperatura é constante,
ou seja, no caso da chaleira, quando a água começa a evaporar, a
temperatura fica constante (em torno de 100 graus, o valor exato depende
da pressão e da composição da água).
Durante a mudança de fase, para calcular a quantidade de calor necessária
para evaporar uma certa quantidade de massa, usamos o calor latente L,
cujo valor depende do material que está evaporando (ou congelando).
A) 100 K
B) 1/5 K
C) 50000 K
D) 5K
E) 500 J
1 Gab D = Acompanhe o desenvolvimento. Devemos aplicar a fórmula que relaciona as três grandezas.
Q=C.ΔT
500=100. ΔT
ΔT=500/100=5K
2) Quanta energia necessitamos para esquentar em 30 Kelvins três quilogramas de água?
A) 160 J
B) 90 J
C) 377,1 J
D) 185,4 J
E) 180,9 J
2 Gab C = Acompanhe o desenvolvimento. Temos que o quanto de energia precisamos para variar uma certa
quantidade de temperatura e de massa é 4,19 kJ/(kg K), como temos 30 K de variação de temperatura e 3
quilogramas de massa temos:
Q=3.30.4,19
Q=377,1 J
A) 42959 g
B) 334 g
C) 180000 g
D) 400000 g
E) 0,08 g
3 Gab B = Devemos utilizar a fórmula do calor latente com constante valendo 539 cal/g.
Como 180kcal=180000cal, temos:
80000=539.m
m=334g.
4) Quanta energia necessitamos para derreter um cubo de gelo de 2 kg que está a -10oC e para
aquecer a água até 20oC?
A) 171,79
B) 167,6 kJ
C) 668 kJ
D) 4,12 kJ
E) 839,79 kJ
A) 3L
B) -3L
C) 2L
D) 1L
E) 5L
5 Gab A = A quantidade que temos que trabalhar é o calor, pois quanto a água mais fria (que está no balde)
recebe, a outra perde; assim, temos que o calor perdido por uma é o negativo do calor que a outra ganha, assim:
Q1=-Q2, sendo o índice 1 para a água que entra no balde e 2 para a que já está. Q1=m.c.(-8) como a massa da
água é igual a sua litragem temos Q1=L.c.(-8), onde o (-8) surge por causa da diferença de temperatura que
queremos chegar e a que estamos. Q2=2.c.(12)=24.c como
Q1=-Q2, temos L.c.(-8)=-24.c portanto L=3, que está em litros.
2.1 Na prática
A necessidade de extrair propriedades de um determinado sistema sugere um estudo aprofundado
da temperatura.
A partir daí podemos mensurar a quantidade de energia necessária para modificar sua temperatura.
Imagine que queiramos derreter um pedaço de cobre de massa 1 kg que a uma temperatura de 300
K. Você seria capaz de avaliar a quantidade de energia para a realização desse processo?
Para responder isso é preciso saber a energia até o ponto de fusão que é da ordem de 1359 K, o
calor específico do cobre é 0,386 kJ/( kg . K) e a variação de temperatura é de 1059 K. Que nos
conduz a Q=1.0,386.1059=408,774 kJ.
Essa é a energia para ele chegar no ponto de fusão. Para derreter, precisamos do calor latente
que é dado por Q=205.1=205 kJ. Portanto, a energia total é a soma das duas necessidades
energéticas: a necessidade energética para esquentar e a necessidade energética para
derreter Q-408,8 +205-613,8 kJ.
2.1 Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Calorimetria
https://www.youtube.com/embed/l5_pcJqa2GY
Vídeo indisponível
Este vídeo é privado
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Calor latente
https://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/
Calorimetria/calor2.php
pág curta
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
2.1
BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Gary D.; DIAS, Helio. Física para universitários: relatividade,
oscilações, ondas e calor. Porto Alegre: AMGH, 2013.
SAGAH, 2015.
EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Edilson Vargas
Professor(a)
Eduardo Galle
Gerente
Rodrigo Severo
Analista de Projetos
Fernanda Osório
Analistas Metodológicas
Daniela Stieh
Fernanda Zimpel
Designers Instrucionais
Bianca Basile Parracho
Daniela Polycarpy
Ezequiel Alves
Franciane de Freitas
Luciana Helmann
Marcelo Steffen
Designers Gráficos
Carol Becker
Kaka Silocchi
Juarez Menegassi
Rafael Zago
Thais Gliosci
Vinicius Rafael Cárcamo
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
2.2 Apresentação
Nesta unidade vamos abordar o trabalho, o calor e a energia total em um único processo
energético.
Para tanto, vamos analisar tais processos em termos do princípio da conservação e variação da
energia de sistema físicos, ou primeira lei da termodinâmica, como é teoricamente conhecido.
Bons estudos.
Diante deste contexto, você foi desafiado a solucionar o problema de gastos no enchimento de
um reservatório de água localizado acima do solo. Para tanto deseja-se substituir a bomba atual
por uma outra.
CONDIÇÕES DO PROBLEMA:
elm = corrigi as figuras por achar que havia confusão na convenção de sinais . Segui convenção Cengel Termo, em
que W e Q são positivos na eq do balanço, quando for entra com sinal positivo; quando sai é negativo (p/ Q e W).
Sistema Aberto
Fluxo de Massa, Trabalho e Calor
Sistema Isolado
Não há Fluxo de Massa, Trabalho e Calor
20230219 = FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
Infográfico da Aula 2.2 Primeira Lei da Termodinâmica
Pleito: Revisar / corrigir ilustração.
Justificativa:
- Conflito adoção de sinais para Q e W. Ilustraçao do sistema aberto deficiente.
Obs.1: Sugiro seguir a convenção de sinais para Q e W do "Conteúdo do Livro".
Obs.2: Na imagem abaixo, tentei melhorar / corrigir a ilustração, seguindo convenção de sinais descrita para
equação (2-34) do Conteúdo do Livro.
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme a correção da imagem abaixo ou aponte erros
existentes (não responda apenas "será encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o
aprendizado ora em andamento).
Imagem do infográfico "melhorada / corrigida":
2.2 Conteúdo do livro
A primeira lei da termodinâmica é o princípio fundamental para a compreensão dos processos de
transferência de energia entre sistema e vizinhança. A correta interpretação deste princípio permite
o uso da energia de processos físicos e químicos para o desenvolvimento e conforto humanos.
Boa leitura.
Ç99t Yunus A.
Termodinâmica / Yunus A. Çengel, Michael A. Boles ;
tradução: Paulo Maurício Costa Gomes ; revisão técnica:
Antonio Pertence Júnior. – 7. ed. – Porto Alegre : AMGH,
2013.
xxviii, 1018 p. : il. ; 28 cm.
ISBN 978-85-8055-200-3
CDU 621.43.016:536
CAPÍTULO 2
ENERGIA, TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA E
ANÁLISE GERAL DA ENERGIA 51
2–1 Introdução 52
2–2 Formas de energia 53 2–6 A primeira lei da termodinâmica 70
Uma interpretação física para a energia interna 55 Balanço de energia 71
Mais informações sobre a energia nuclear 56 Variação da energia de um sistema, ⌬Esistema 72
Energia mecânica 58 Mecanismos de transferência de energia, Eent e Esai 73
do sistema. Essa propriedade é a energia total. Observe que a primeira lei não faz
referência ao valor da energia total de um sistema fechado em um estado. Ela sim-
plesmente declara que a variação da energia total durante um processo adiabático
deve ser igual ao trabalho líquido realizado. Assim, qualquer valor arbitrário con-
veniente pode ser atribuído à energia total em um estado especificado para servir
como ponto de referência.
A conservação da energia está implícita no enunciado da primeira lei. Em- Qent 5 kJ
bora a essência da primeira lei seja a existência da propriedade energia total, a
primeira lei quase sempre é vista como uma declaração do princípio de conser-
vação da energia. A seguir, desenvolvemos a primeira lei ou a equação de con-
Batata
servação da energia com a ajuda de alguns exemplos conhecidos e argumentos
E 5 kJ
intuitivos.
Em primeiro lugar, consideramos alguns processos que envolvem transferên-
cia de calor, mas não interações de trabalho. A batata assada em um forno é um
bom exemplo para este caso (Fig. 2–40). Como resultado da transferência de ca- FIGURA 2–40 O aumento da energia
lor para a batata, sua energia aumentará. Desprezando qualquer transferência de de uma batata em um forno é igual à
massa (perda de umidade da batata), o aumento da energia total da batata torna-se quantidade de calor transferido para ela.
igual à quantidade de calor transferido. Ou seja, se 5 kJ de calor forem transferidos
para a batata, o aumento de energia da batata também será de 5 kJ.
Em outro exemplo, considere o aquecimento da água em uma panela sobre
um fogão (Fig. 2–41). Se forem transferidos 15 kJ de calor para a água pelo quei-
mador, e se 3 kJ se perderem da água para o ar ambiente, o aumento da energia da Qsai 3 kJ
água será igual ao calor líquido transferido para a água, que é de 12 kJ.
Consideremos agora como nosso sistema uma sala bem isolada (ou seja,
adiabático) aquecida por um aquecedor elétrico (Fig. 2–42). Como resultado do
E Qliq 12 kJ
trabalho elétrico realizado, a energia do sistema aumentará. Como o sistema é
adiabático, não podendo haver nenhuma transferência de calor de ou para a vizi-
nhança (Q 0), o princípio de conservação da energia diz que o trabalho elétrico
Qent 15 kJ
realizado sobre o sistema deve ser igual ao aumento da energia do sistema.
Em seguida, vamos substituir o aquecedor elétrico por uma hélice (Fig. 2–43). FIGURA 2–41 Na ausência de interações
Como resultado do processo de agitação, a energia do sistema aumentará. Nova- por trabalho, a variação da energia de um
mente, como não há interação de calor entre o sistema e sua vizinhança (Q 0), sistema é igual ao calor líquido transferido.
o trabalho de eixo realizado sobre o sistema deve se manifestar como um aumento
da energia do sistema.
Muitos de vocês, provavelmente, devem ter percebido que a temperatura do
ar se eleva quando ele é comprimido (Fig. 2–44). Isso acontece porque energia é
transferida para o ar na forma de trabalho de fronteira. Na ausência de transferên-
cia de calor (Q 0), todo o trabalho de fronteira será armazenado no ar como par-
te de sua energia total. O princípio de conservação da energia exige que o aumento
da energia do sistema seja igual ao trabalho de fronteira realizado sobre o sistema.
(Adiabático)
Podemos estender essas discussões a sistemas que envolvem diversas intera-
Went 5 kJ
ções simultâneas de calor e trabalho. Por exemplo, se um sistema ganhar 12 kJ de
calor durante um processo, enquanto 6 kJ de trabalho é realizado sobre ele, o au-
mento da energia do sistema durante esse processo é de 18 kJ (Fig. 2–45). Ou seja,
a variação da energia de um sistema durante um processo é simplesmente igual à
transferência de energia líquida para o (ou do) sistema. E 5 kJ
Bateria
Balanço de energia
De acordo com as discussões anteriores, o princípio de conservação da energia FIGURA 2–42 O trabalho (elétrico)
pode ser expresso da seguinte maneira: A variação líquida (aumento ou diminui- realizado em um sistema adiabático é igual
ção) da energia total do sistema durante um processo é igual à diferença entre a ao aumento da energia do sistema.
72 Termodinâmica
(Adiabático) energia total que entra e a energia total que sai do sistema durante esse processo.
Ou seja, ou
ou
ou
E 10 kJ
(2–32)
(Adiabático)
Observe que a energia é uma propriedade, e que o valor de uma propriedade não
FIGURA 2–44 O trabalho (de fronteira) varia, a menos que o estado do sistema mude. Assim, a variação da energia de
realizado em um sistema adiabático é igual um sistema é zero se o estado do sistema não mudar durante o processo. Da mes-
ao aumento da energia do sistema. ma maneira, a energia pode existir em inúmeras formas como interna (sensível,
latente, química e nuclear), cinética, potencial, elétrica e magnética, e sua soma
constitui a energia total E de um sistema. Na ausência de efeitos de natureza
elétrica, magnética e de tensão superficial (por exemplo, nos sistemas compres-
síveis simples), a variação da energia total de um sistema durante um processo
é a soma das variações de suas energias interna, cinética e potencial, e pode ser
expressa como
Qsai 3 kJ
E U EC EP (2–33)
onde
E (15 3) 6
18 kJ Weixo, ent 6 kJ
Qent 15 kJ Quando os estados inicial e final são conhecidos, os valores das energias internas
FIGURA 2–45 A variação de energia de
específicas u1 e u2 podem ser determinados diretamente por meio de tabelas de
um sistema durante um processo é igual ao propriedades ou de relações entre propriedades termodinâmicas.
trabalho líquido e o calor transferido entre A maioria dos sistemas encontrados na prática são estacionários, ou seja, eles
o sistema e sua vizinhança. não sofrem qualquer variação de velocidade ou de altura durante um processo
Capítulo 2 Energia, Transferência de Energia e Análise Geral da Energia 73
(Fig. 2–46). Portanto, nos sistemas estacionários, as variações das energias ciné-
tica e potencial são nulas (ou seja, EC EP 0) e a equação para a variação Sistemas estacionários
da energia total Eq. 2–33 se reduz a E U para tais sistemas.
z1 z2 → EP 0
V1 V2 → EC 0
Mecanismos de transferência de energia, Eent e Esai E U
A energia pode ser transferida para ou de um sistema sob três formas: calor, traba-
lho e fluxo de massa. As interações de energia são identificadas quando atravessam
a fronteira de um sistema e representam a energia ganha ou perdida por um sistema
durante um processo. As duas únicas formas de interações de energia associadas a FIGURA 2–46 Para sistemas
uma massa fixa ou aos sistemas fechados são a transferência de calor e a realiza- estacionários, EC EP 0;
ção de trabalho. então E U.
1. Transferência de calor, Q A transferência de calor para um sistema (ganho
de calor) aumenta a energia das moléculas e, consequentemente, a energia
interna do sistema, e a transferência de calor de um sistema (perda de calor)
a diminui, pois a energia transferida para fora sob a forma de calor vem da
energia das moléculas do sistema.
2. Realização de trabalho, W Uma interação de energia que não é causada
por uma diferença de temperatura entre um sistema e sua vizinhança é tra-
balho. Um pistão subindo, um eixo girando e um fio elétrico atravessando a
fronteira do sistema estão associados a interações de trabalho. A realização
de trabalho sobre um sistema aumenta a energia do sistema, e a realização de
trabalho por um sistema diminui a energia do sistema, uma vez que a energia
transferida para fora sob a forma de trabalho vem da energia contida no sis-
tema. Os motores dos automóveis e as turbinas hidráulicas, a vapor ou a gás
produzem trabalho enquanto os compressores, as bombas e os misturadores
consomem trabalho.
Entrada W
3. Fluxo de massa, m O fluxo de massa para dentro e para fora do sistema se de
constitui em um mecanismo adicional de transferência de energia. A energia massa
Volume Q
do sistema aumenta quando há entrada de massa, porque massa carrega ener-
de controle Saída
gia (na verdade, massa é energia). Da mesma forma, quando alguma massa sai
de
do sistema, a energia nele contida diminui, porque a massa que sai leva com massa
ela alguma energia. Por exemplo, quando uma certa quantidade de água quen-
te é retirada de um aquecedor de água e é substituída pela mesma quantidade FIGURA 2–47 A quantidade de energia
de água fria, a quantidade de energia do tanque de água quente (o volume de de um volume de controle pode ser
controle) diminui como resultado dessa interação de massa (Fig. 2–47). modificada por um fluxo de massa, e
também por meio de interações de calor e
Observando que a energia pode ser transferida sob a forma de calor, trabalho e de trabalho.
fluxo de massa, e que a transferência líquida de uma quantidade é igual à diferença
entre as quantidades transferidas na entrada e na saída, o balanço da energia pode
ser escrito mais explicitamente como
Eent Esai (Qent Qsai) (Went Wsai) (Emassa, ent Emassa, sai) Esistema (2–34)
(2–36)
Taxa de energia líquida transferida Taxa de variação das energias
por calor, trabalho e massa interna, cinética, potencial, etc.
(2–37)
(2–38)
que é obtido dividindo todas as quantidades da Eq. 2–35 pela massa m do sistema.
O balanço de energia também pode ser expresso na forma diferencial como
(2–39)
P
Para um sistema fechado executando um ciclo, os estados inicial e final são idênti-
cos e, portanto, Esistema E2 E1 0. Assim, o balanço de energia em um ciclo
pode ser simplificado como Eent Esai 0 ou Eent Esai. Observando que um
Qliq Wliq sistema fechado não envolve nenhum fluxo de massa através de suas fronteiras, o
balanço de energia de um ciclo pode ser expresso em termos de interações de calor
e trabalho como
(2–40)
V
FIGURA 2–48 Para um ciclo, E 0, Ou seja, o trabalho líquído que sai durante um ciclo é igual ao calor líquido que
então Q W. entra (Fig. 2–48).
U1 800 kJ Weixo, ent 100 kJ Hipóteses 1 O tanque é estacionário e, portanto, as variações da energia cinética e
U2 ? potencial são zero, EC EP 0. Portanto, E U, e a energia interna é a úni-
ca forma de energia do sistema que pode variar durante esse processo. 2 A energia
fluido armazenada na hélice é desprezível.
Análise Seja o conteúdo do tanque o sistema (Fig. 2–49). Esse é um sistema fecha-
do, uma vez que nenhuma massa atravessa a fronteira durante o processo. Observa-
FIGURA 2–49 Esquema para o mos que o volume de um tanque rígido é constante e, portanto, não existe trabalho
Exemplo 2–10.
Capítulo 2 Energia, Transferência de Energia e Análise Geral da Energia 75
de fronteira móvel. Da mesma forma, o sistema perde calor, e trabalho de eixo é rea-
lizado nesse sistema. A aplicação do balanço de energia sobre o sistema resulta em
•
Qsai
EXEMPLO 2–12 Efeito de aquecimento de um ventilador
Uma sala encontra-se inicialmente à temperatura de 25 °C, que é a mesma do am-
biente externo. Um grande ventilador, que consome 200 W de eletricidade quando
Sala
• em funcionamento, é então ligado no interior da sala (Fig. 2–51). A taxa de trans-
Weletr, ent
ferência de calor entre a sala e o ar externo é dada por UA(Ti T0) onde U
6 W/m2·°C é o coeficiente global de transferência de calor, A 30 m2 é a área das
Ventilador superfícies da sala e Ti e To são as temperaturas do ar interno e externo, respectiva-
mente. Determine a temperatura do ar interno quando são estabelecidas condições de
operação em regime permanente.
Substituindo,
Temos
Ti 26,1 °C
centavos por kWh, determine o custo anual da energia necessária para iluminar essa
sala de aula. Discuta também o efeito da iluminação sobre as necessidades de aque-
cimento e condicionamento de ar dessa sala.
LEMBRE-SE, EFICIÊN-
CIA É O RESULTADO (continuação)
DESEJADO DIVIDIDO (realização de trabalho das forças de atrito). O balanço geral de energia para um
PELO FORNECIMENTO
NECESSÁRIO! sistema passando por um processo qualquer é
ou
onde o valor da constante é C gh. Ou seja, quando os efeitos de atrito são despre-
zíveis, a soma das energias cinética e potencial da esfera permanecem constantes.
Discussão Esta é certamente uma forma mais intuitiva e conveniente para a equação
de conservação da energia para este e outros processos semelhantes, como o movi-
mento do pêndulo de um relógio de parede.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 2.2
2.2 Dica do professor
O vídeo mostrará a primeira lei da termodinâmica aplicada aos balanços energéticos.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
ed890dcbffba43ed16730cbbd5b62499
6 min
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Cada exercício tem de ser interpretado em termos de balanço energético para a aplicação da primeira lei
adequadamente.
2.2 Exercícios
Uma bomba de água aumenta a pressão da água de 10 psia para 50 psia. Marque a
1) alternativa que apresenta a potência necessária, em hp, para bombear 1,2 pés3/s de água.
A) a) 9377,2 hp
B) b) 12,4 hp
C) c) 48,0 hp
D) d) 1,0 x 105 hp
E) e) 745,7 hp
1 Gab B =
obs erro na justificativa, repetiu a justif. do ex. 2
A) a) 340 kW
B) b) 288 W
C) c) 38 W
D) d) 340W
E) e) 38W
2 Gab D =
Taxa de energia
mecânica no
escoamento de um
fluido:
Uma escada rolante de um centro comercial foi projetada para transportar 30 pessoas com
3) 75 kg cada, à velocidade constante de 0,8 m/s e inclinação de 45°. A potência mínima
necessária para mover essa escada rolante deve ser igual a
A) a) 12,5 kW
B) b) 17,7 kW
C) c) 416 W
D) d) 17,7 W
E) e) 12 500 kW
3 Gab A = Variação
da energia mecânica
do sistema:
Um motor de 75 hp (potência de eixo) que possui uma eficiência de 91% está desgastado e
4) será substituído por um motor de alta eficiência com 75 hp e eficiência de 95,4%. A redução
do ganho de calor da sala devido à maior eficiência sob condições de plena carga é de
A) a) 11,0 hp
B) b) 7,4 hp
C) c) 3,6 hp
D) d) 3,8 hp
E) e) 8,0 hp
elm = notar que é questão 2-64 do Cengel Termo 7ed, e o solution pdf, indica que a potencia térmica nominal seria potência de
entrada, a gerada pela queima do combustível. Isso muda a análise e chegou-se a 2.89e9 btu/h e $12600/ano. Esta abordagem parece
de acordo com def usada em órgãos reguladores ambientais... Mas esses valores não constam em nenhuma opção...
A primeira lei da termodinâmica é o princípio básico para a construção de máquinas que utilizam a
energia para realizar trabalho ou gerar calor. Este princípio pode ser observado quando cozinhamos
os alimentos, ligamos o ventilador ou o ar condicionado, dirigimos um veículo e, até mesmo, quando
andamos de um local para outro. Em todos estes processos a energia interna do sistema é
modificada visando a sua utilização para o nosso conforto e necessidades diárias.
Entretanto, sempre devemos considerar que um sistema nunca criará ou destruirá energia, pois
esta será apenas transformada, sendo que a energia total sempre será conservada. Veja a seguir
um processo energético típico no cotidiano.
15 min
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Termodinâmica
Çengel, Yunus A.; Boles, Michael A. Cap. 2
SAGAH, 2015.
EQUIPE SAGAH
Coordenadora de Curso
Alexandre Baroni
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender a diferença entre temperatura e calor,
além de estudar sobre transferência de calor e sobre as leis da termodinâmica e como elas se
aplicam a fenômenos termodinâmicos.
Bons estudos.
Com base no que foi apresentado, suponha que você esteja planejando a montagem de um
congelador. Esse congelador será isolado com chapas de isopor e terá as seguintes dimensões:
largura de 1,5 m, altura de 1,0 m e profundidade de 0,5 m. Então, responda às seguintes questões:
b) Qual a taxa de transferência de calor pelo isopor, supondo que a temperatura externa seja de
25oC?
c) Se as placas tiverem espessura de 5cm e a condutividade térmica do isopor for de 0,035 W/mK,
para manter a temperatura interna de -20oC, a que taxa o compressor deve remover o calor?
elm = a) 5,5 m2
b) acho que é mesmo valor de c) e
precisa dos dados de c) para
responder. Ver c)
c) 173 W
Se fosse uma máquina perfeita, QF seria zero, mas sempre há perda de calor para o ambiente.
2 - Compressão: a mistura é comprimida; no final há uma faísca que faz com que o gás entre em
combustão.
No capítulo Leis da termodinâmica voltada a fenômenos, que faz parte da obra Fundamentos de
física e matemática, você vai entender os principais conceitos da termodinâmica e aprender como
interpretá-los e aplicá-los a diversos casos.
Função logarítmica
Relação entre função exponencial e logarítmica.
Aplicação das funções....
Unidade 2
Ondas
Velocidade da onda.
Ondas sonoras na biofísica..
Entendendo a ressonância.
Fenômeno da ressonância.
Aplicações da ressonância.
Unidade 3
Introdução à derivada e à integral e regras de derivação. 127 // Mariana Sacrini Ayres Ferraz
Áreas e integração.
Integrais indefinidas.
Integrais definidas
Unidade 4
Introdução a fluidos. 155 // Mariana Sacrini Ayres Ferraz
Fluidos...
Características dos fluidos.
Dinâmica dos fluidos.
Hidrostática.
Pressão arterial...
Viscosidade e turbulência.
Radiações: conceitos de radioatividade, energia nuclear e suas aplicações..217 // Mariana Sacrini Ayres Ferraz
O átomo e a física nuclear.
O decaimento radioativo.
As aplicações biológicas.
Leis da termodinâmica
voltada a fenômenos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A termodinâmica nasceu com a Revolução Industrial, a partir de estudos
sobre a transformação de energia térmica em energia mecânica, importante
para a criação e o aperfeiçoamento de motores e geradores. Porém, ela
não está limitada a esses tópicos. Hoje, a termodinâmica está relacionada a
todas as formas de conversão de energia, como as que ocorrem em células
fotovoltaicas (energia eletromagnética em energia elétrica) e no corpo
humano (energia química dos alimentos em outras, como térmica e cinética).
Neste capítulo, você vai ver os conceitos de temperatura e calor. Além
disso, vai entender como ocorre a transferência de calor e conhecer as
leis da termodinâmica.
Temperatura e calor
O conceito de temperatura é fundamental em termodinâmica. Embora você
provavelmente esteja familiarizado com o termo, saberia dizer o que exatamente
a temperatura mede? No senso comum, a temperatura diz o quão quente ou
frio algo está. A temperatura, então, está relacionada à energia térmica de um
sistema. A energia térmica, também chamada de interna, é a energia cinética
e potencial de átomos e moléculas em um sistema. Esses átomos não estão
parados; estão vibrando (como nos sólidos) ou se movendo (como nos gases).
Quanto mais energia térmica um sistema possui, mais quente ele é e vice-versa.
2 Leis da termodinâmica voltada a fenômenos
Ponto
triplo da 273,16K 0,01ºC 32,02ºF
água
Zero
absoluto 0K −273,15ºC −459,67ºF
ΔL = LαΔt
Substância1 α (10−6/ºC)
Gelo (a 0ºC) 51
Chumbo 29
Alumínio 23
Latão 19
Cobre 17
Aço 11
Vidro (comum) 9
Invar2 0,7
ΔV = VβΔT
As unidades de calor mais usadas são a caloria (cal) e o Joule (J). A caloria
é definida como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura
de 1 g de água em 1oC. A relação entre Joule e cal é:
1 J = 0,2389 cal
Q = C(Tf – Ti)
Leis da termodinâmica voltada a fenômenos 5
Q = cm(Tf – Ti)
Q = Lm
Quanto de calor é necessário para fazer uma quantidade de gelo de massa m = 500 g
passar de –10oC para 10oC? Considere que o calor específico do gelo é Cgelo = 2.220 J/kg K,
que o calor de fusão da água é Lf = 333 kJ/kg e que o calor específico da água líquida é
Cliq = 4.190 J/kg K.
Para resolver essa questão, considere três etapas:
1. elevar a temperatura até o ponto de fusão a 0oC;
2. derreter o gelo;
3. elevar a temperatura até 10oC.
Assim, o calor necessário para a etapa 1 é:
Transferência de calor
Na seção anterior, você viu que existe transferência de calor entre os sistemas
e o ambiente. Mas como isso ocorre? Existem três maneiras de se transmitir
calor: condução, convecção e radiação. Você vai conhecê-las a seguir.
Se você segurar um objeto metálico e colocá-lo no fogo, a sua mão co-
meçará a esquentar. Isso ocorre porque a energia é transferida do fogo para
a mão por condução pelo objeto metálico. A diferença de temperatura fará
com que a energia térmica seja transferida do lado mais quente para o lado
mais frio (Figura 2).
Material k (W/m K)
Diamante 2.000
Prata 430
Cobre 400
Alumínio 240
Ferro 80
Aço inoxidável 14
Gelo 1,7
Concreto 0,8
Vidro 0,8
Isopor 0,035
Ar (a 20 ºC e 1 atm) 0,023
Você sabe por que os beduínos, no deserto, usam mantos escuros, como mostra a
Figura 3?
Leis da termodinâmica
Na primeira seção deste capítulo, você estudou a lei zero da termodinâmica.
Ela afirma que, se dois corpos A e B estão em equilíbrio térmico com um
terceiro corpo T, então estão em equilíbrio térmico um com o outro.
Para continuar, note que a energia também pode ser trocada entre um sistema
e o seu ambiente por meio de um trabalho (simbolizado pela letra W), no qual
se associa uma força agindo sobre um sistema durante o deslocamento dele.
Leis da termodinâmica voltada a fenômenos 9
Bolinhas
de chumbo
Isolamento
Reservatório T
térmico
Botão de controle
Trabalho Calor
TH T
Q
QH Máquina
Máquina
perfeita
W W (= Q)
QC
TC
TH TH
Q
QH
Refrigerador Refrigerador
perfeito
QC
Q
TC TC
Cada uma das três leis está associada a uma variável termodinâmica.
A lei zero está associada à temperatura, e a primeira lei, à energia interna. Já
a segunda lei está associada à entropia S. A diferença da entropia entre dois
estados i e f é definida como:
O cálculo da entropia envolve uma integral, como você viu. Muitas vezes, o dQ é dado
como uma função de T, o que implica resolver uma integral do tipo . Esse tipo
de integral pode ser facilmente resolvido usando logaritmos neperianos. Ou seja:
7 min
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Vamos compor uma xícara de café com leite. Essa nova xícara
tem café com leite a uma temperatura Tz, que será diferente
tanto de Tx como de Ty, porque quando a mistura do café
quente com o leite frio, há uma troca de calor entre eles e
ocorre o equilíbrio térmico. Nessa situação, podemos afirmar
que Tx é maior do que Tz, que maior que Ty. Tz é uma
temperatura intermediária resultante do equilíbrio térmico.
1) O valor nutricional de um doce, como indicado na embalagem, é 200 kcal. A energia que
esse doce fornecerá ao nosso corpo após ser digerido seria capaz de manter uma lâmpada de
100 W acesa por quantas horas? Use 1 cal = 4,19 J e 1 J = 1 Ws.
A) 0,34 h.
B) 1,23 h.
C) 2,00 h.
D) 2,33 h.
E) 5,12 h.
1 Gab D
2) Uma janela de vidro, durante a tarde, teve sua temperatura elevada em 5,0oC. Quanto calor
ela recebeu para tal? Use cvidro =840 J/kg K e massa m=1,5 kg.
A) 6,3 kJ.
B) 30,0 kJ.
C) 120,0 kJ.
D) 203,5 kJ.
E) 350,5 kJ.
A) 500,0 g.
B) 400,5 g.
C) 300,3 g
D) 200,0 g.
E) 120,0 g.
3 Gab C
4) Suponha que temos 0,5 kg de água líquida a 100oC convertida a vapor por ebulição à
pressão atmosférica. Se o seu volume mudar de 1,0 10-3 m3 para 1,8 m3 no final do
processo, qual será a mudança na energia interna do sistema durante o processo de
ebulição? Considere W=p(Vf-Vi) e calor de vaporização Lv=2.260 kJ/kg.
A) 900 kJ.
B) 948 kJ.
C) 1.030 kJ.
D) 2.000 kJ.
E) 2.345 kJ.
4 Gab B
5) Se um bloco de gelo derretesse de maneira reversível, qual seria a variação de entropia?
Considere m=100 g, T=0oC e calor de fusão Lf=333 kJ/kg.
A) 122 J/K.
B) 222 J/K.
C) 312 J/K.
D) 333 J/K.
E) 420 J/K.
5 Gab A.
3.1 Na prática
Calor é a energia térmica transferida entre sistemas, ou objetos, devido à diferença de temperatura
entre eles. A capacidade calorífica de cada material depende de sua massa e de seu calor específico.
O calor específico da água, por exemplo, se refere ao calor necessário para aquecer 1g de água
em 1oC.
Rafael, que trabalha na área de Engenharia de Alimentos de uma empresa, fez alguns testes nesse equipamento,
colocando determinada massa de alimento e preenchendo com 1000g de água a certa temperatura. Após a
combustão, havia elevação da temperatura. Você verá a seguir como descobrir a quantidade de calor liberada
para cada tipo de alimento e qual tem valor energético maior.
A tabela abaixo mostra os alimentos empregados por Rafael, a massa utilizada e as temperaturas iniciais e finais
dos testes:
TIPO DE ALIMENTO MASSA (g) TEMPERATURA INICIAL (°C) TEMPERATURA FINAL (°C)
Açúcar 1,0 25,0 29,0
Proteína 1,0 21,0 26,2
Lipídeo 1,0 20,0 29,0
Para isso, é possível utilizar a equação: Q=mc∆T.
O calor específico da água é c=1,0 cal/g°C, então
Assim, o maior valor energético é o dos lipídeos, ou seja, o alimento que mais fornece energia para o nosso corpo
são os lipídeos.
3.1 Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://youtu.be/Ekb3venPXxQ
Khan Academy Brasil
10 min
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Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
1ª lei da termodinâmica https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
d183d163dc79f0492cd02489b0473e56
4 min
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Você poderá encontrar essa equação com sinal negativo no trabalho, porque você
pode escrever essa equação em relação ao trabalho feito PELO sistema ao invés
do trabalho realizado SOBRE o sistema.
o trabalho feito SOBRE um sistema tem o sinal oposto de um trabalho feito POR
um sistema. Atenção o que considerar na hora de resolver um problema.
Exemplo: temos um recipiente com um pistão que está preenchido com um
gás. Suponha que 50 joules de trabalho é realizado sobre o gás e este perde
180 joules de calor para o ambiente. Qual a variação de energia interna
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física 2: gravitação, ondas e termodinâmica. 4. ed.
São Paulo: LTC, 1996.
KNIGHT, R. D. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
SABER ATUALIZADO. Por que o calor vai do quente para o frio? Disponível em:
<https://www.saberatualizado.com.br/2016/09/por-que-o-calor-vai-do-quente-para-o.html>. Acesso em:
19 nov. 2018.
SAGAH, 2018.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Bons estudos.
Boa leitura.
CDU 621-036.71
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
Conteúdo do Livro da Aula 3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos
Pleito: Incluir páginas 81, 82, 83 e 84 (faltantes)
Justificativa:
- As páginas faltantes interrompem a leitura, o aprendizado, texto vai só da pág. 80 até 87 e ainda pula pág. 81 a 84 (espero que não
tenha sido proposital),
Obs.1: Para proporcionar mínima condições de bom aprendizado, todo Conteúdo do Livro deveria incluir no mínimo um capítulo
inteiro.
Obs.2: Melhor seria adotar um livro texto em cada disciplina e citar outros como fonte adicional - quase sempre o material da Unibta
fornece diversas partes de livros distintos em cada aula de cada disciplina, isso dificulta bastante o aprendizado (falta de coerência
entre as aulas), ainda mais na modalidade EAD.
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme apenas que "será encaminhado ao setor responsável" para melhora
do material.
SUMÁRIO RESUMIDO
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 ___ Introdução e Conceitos Básicos 1
1-1 Introdução 2 ___ O que é um fluido? 2 ___ Áreas de aplicação da mecânica dos fluidos 4
1-2 Uma breve história da mecânica dos fluidos 6
1-3 Condição de não escorregamento 8
1-4 Classificação dos escoamentos de fluidos 9 ___ Regiões de escoamento viscoso versus não viscoso 10 ___
Escoamento interno versus externo 10 ___ Escoamento compressível versus incompressível 10 ___ Escoamento
laminar versus turbulento 11 ___ Escoamento natural (ou não forçado) versus forçado 11 ___ Escoamento
estacionário versus não estacionário 12 ___ Escoamentos uni, bi e tridimensionais 13
1-5 Sistema e volume de controle 15
1-6 Importância das dimensões e unidades 16 ___ Algumas unidades Sl e inglesas 17 ___ Homogeneidade
dimensional 19 ___ Razões de conversão de unidades 20
1-7 Modelagem em engenharia 22
1-8 Técnica de resolução de problema 23
1-9 Pacotes de aplicativos para engenharia 25 ___ Engineering Equation Solver (EES) (solucionador de equações de
engenharia) 26 ___ Software de DFC 27
1-10 Exatidão, precisão e algarismos significativos 28
Resumo 31 ___ Referências e leituras sugeridas 31 ___ Problemas 33
APÊNDICE 1 ___ Tabelas e Diagramas de Propriedades (em Unidades SI) 939 ___ GLOSSÁRIO 957 ___ ÍNDICE 970
Capítulo 3 ___ Pressão e Estática dos Fluidos
Este capítulo trata das forças aplicadas pelos fluidos em repouso ou em movimento de corpo rígido. A propriedade
do fluido responsável por essas forças é a pressão, que é uma força normal exercida por um fluido por unidade de
área. Iniciamos este capítulo com uma discussão detalhada sobre a pressão, incluindo as pressões absoluta e
manométrica, a pressão em um ponto, a variação da pressão com a profundidade em um campo gravitacional, o
barômetro, o manômetro e outros dispositivos de medição da pressão. A seguir tratamos das forças hidrostáticas
aplicadas aos corpos submersos com superfícies planas ou curvas. Em seguida, consideramos a força de flutuação
aplicada pelos fluidos em corpos submersos ou flutuantes e discutimos a estabilidade desses corpos. Finalmente,
aplicamos a segunda lei de movimento de Newton a um corpo de fluido em movimento que se comporte como um
corpo rígido e analisamos a variação da pressão em fluidos que sofrem aceleração linear e naqueles que estão em
recipientes giratórios. Este capítulo utiliza extensivamente os balanços de força para corpos em equilíbrio estático e
será útil a revisão de tópicos relevantes da estática.
OBJETIVOS
Ao terminar a leitura deste capítulo você deve ser capaz de:
> Determinar a variação da pressão em um fluido em repouso
> Calcular a pressão utilizando vários tipos de manômetros
>Calcular as forças e momentos exercidos por um fluido em repouso em superfícies submersas planas ou curvas
> Analisar a estabilidade de corpos flutuantes e submersos
> Analisar o movimento de corpo rígido dos fluidos em recipientes durante a aceleração linear ou rotação
John Ninomiya voando com um
conjunto de 72 balões cheios de hélio
sobre Temecula, Califórnia, em abril
de 2003. Os balões de hélio deslocam
aproximadamente 230m3 de ar,
proporcionando a força de empuxo
necessária. Não tente isso em casa!
Fotografia de Susan Dawson. Usada
com permissão.
76 Mecânica dos Fluidos
3–1 PRESSÃO
A pressão é definida como uma força normal exercida por um fluido por unida-
de de área. Só falamos de pressão quando lidamos com um gás ou um líquido. O
equivalente da pressão nos sólidos é a tensão normal. Como a pressão é definida
como a força por unidade de área, ela tem como unidade newtons por metro qua-
drado (N/m2), que é denominada pascal (Pa). Ou seja:
Apés = 50 in2
P = 3 psi P = 6 psi
Observe que as unidades de pressão bar, atm e kgf/cm2 são quase equivalentes entre
W = ––––––
P = sn = –––– 150 lbf = 3 psi si. No sistema inglês, a unidade de pressão é libra-força por polegada quadrada
Apés 50 in2
(lbf/in2 ou psi) e 1 atm 14,696 psi. As unidades de pressão kgf/cm2 e lbf/in2 tam-
FIGURA 3–1 A tensão normal (ou bém são indicadas por kg/cm2 e lb/in2, respectivamente, e normalmente são usadas
em calibradores de pneus. É possível demonstrar que 1 kgf/cm 14,223 psi.
2
“pressão”) sobre os pés de uma pessoa
mais pesada é muito maior do que sobre A pressão também é usada em sólidos como sinônimo de tensão normal,
os pés de uma pessoa esbelta. que é a força que age perpendicularmente à superfície por unidade de área. Por
exemplo, uma pessoa que pesa 150 libras com uma área total da sola dos pés
ou “das pegadas” dos pés de 50 in exerce uma pressão de 150 lbf/50 in 3,0
2 2
psi sobre o solo (Fig. 3–1). Se a pessoa fica sobre um único pé, a pressão dobra.
Se a pessoa ganha peso excessivo, pode sentir desconforto nos pés por conta da
maior pressão sobre eles (o tamanho do pé não muda com o ganho de peso). Isso
também explica o motivo pelo qual uma pessoa pode caminhar sobre neve fresca
sem afundar se usar sapatos de neve grandes, e como uma pessoa consegue cortar
alguma coisa com pouco esforço usando uma faca afiada.
A pressão real em determinada posição é chamada de pressão absoluta, e é
medida com relação ao vácuo absoluto (ou seja, a pressão absoluta zero). A maioria
dos dispositivos de medição da pressão, porém, é calibrada para ler o zero na atmos-
fera (Fig. 3–2) e, assim, eles indicam a diferença entre a pressão absoluta e a pressão
atmosférica local. Essa diferença é chamada de pressão manométrica. A Pman pode
ser negativa ou positiva, mas as pressões abaixo da pressão atmosférica são chama-
das de pressões de vácuo e são medidas pelos medidores de vácuo que indicam a
diferença entre a pressão atmosférica e a pressão absoluta. As pressões absoluta,
manométrica e de vácuo são quantidades positivas e estão relacionadas entre si por:
P man
Patm
Pvac P abs
Patm P atm
Pabs
Vácuo Vácuo
P abs = 0 FIGURA 3–3 Pressões absoluta, ma-
absoluto absoluto nométrica e de vácuo.
Pressão em um ponto P P
(3–3a)
g
(3–3b)
l
onde é a densidade e W mg g x y z/2 é o peso do elemento fluido.
Observando que a cunha é um triângulo retângulo, temos que x l cos e z
l sen . Substituindo essas relações geométricas e dividindo a Eq. (3–3a) por
y z e a Eq. (3–3b) por x y temos:
x
(3–4a)
FIGURA 3–5 As forças que agem so-
bre um elemento fluido em forma de
cunha em equilíbrio. (3–4b)
(3–5)
z2
x
onde W mg g x y z é o peso do elemento fluido e z z2 – z1. Ao
z dividir por x y e reorganizar temos:
W
z1 (3–6)
(3–9)
(3–10)
Patm
Água
A B C D E G
F
FIGURA 3–10 A pressão é a mesma em todos os pontos de um plano horizontal em um dado fluido, independentemente da geome-
tria, desde que os pontos estejam interconectados pelo mesmo fluido.
A relação entre as áreas A2 / A1 , é chamada de ganho mecânico ideal do elevador hidráulico. Usando um macaco
hidráulico com uma relação entre as áreas do pistão de A2 / A1 = 100, por exemplo, uma pessoa pode elevar um
automóvel de 1.000 kg aplicando uma força de apenas 10 kgf (= xxx 98 N).
elm = no Conteúdo do LIvro não vieram p.81 a 84 !!! Incluí por conta própria.
3-2 DISPOSITIVOS DE MEDIÇÃO DE PRESSÃO
O barômetro
A pressão atmosférica é medida por um dispositivo chamado de barômetro. Dessa forma, a pressão atmosférica é
com frequência chamada de pressão barométrica.
O italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) foi o primeiro a provar, de forma conclusiva, que a pressão atmosférica
pode ser medida ao inverter um tubo cheio de mercúrio em um recipiente cheio de mercúrio aberto para a
atmosfera, como mostra a Figura 3-12. A pressão no ponto B é igual à pressão atmosférica, e a pressão em C pode
ser considerada zero, uma vez que só existe vapor de mercúrio acima do ponto C e a pressão é muito baixa com
relação a Patm , podendo ser desprezada com uma excelente aproximação. Um equilíbrio de forças na direção
vertical resulta em:
(3-12)
onde ρ é a densidade do mercúrio, g é a aceleração da gravidade local e h é a altura da coluna de mercúrio acima
da superfície livre. Observe que o comprimento e a área da seção transversal do tubo não têm efeito sobre a altura
da coluna de fluido de um barômetro (Fig. 3-13).
FIGURA 3-13
FIGURA 3-12
O comprimento ou a
O barômetro
área da seção
básico.
transversal do tubo
não tem efeito sobre a
altura da coluna de
fluido de um
barômetro, desde que
o diâmetro do tubo
seja suficientemente
grande para evitar os
efeitos da tensão
superficial
(capilaridade).
Uma unidade de pressão utilizada com frequência é a atmosfera padrão, definida como a pressão produzida por
uma coluna de mercúrio com 760 mm de altura a 0°C (ρHg = 13.595 kg/m3) sob aceleração da gravidade padrão
(g = 9,807 m/s2). Se fosse usada água em vez de mercúrio para medir a pressão atmosférica padrão, seria
necessário uma coluna de água com cerca de 10,3 m. Às vezes a pressão é expressa (particularmente na previsão
do tempo) em termos da altura da coluna de mercúrio. A pressão atmosférica padrão, por exemplo, é de 760
mmHg (29,92 inHg) a 0°C. A unidade mmHg também é chamada de torr em homenagem a Torricelli. Assim, 1 atm
= 760 torr e 1 torr = 133,3 Pa.
A pressão atmosférica Patm que no nível do mar é de 101,325 kPa, muda para 89,88, 79,50, 54,05, 26,5 e 5,53 kPa
a altitudes de 1.000, 2.000, 5.000, 10.000 e 20.000 metros, respectivamente. A pressão atmosférica padrão em
Denver (altitude = 1.610 m), por exemplo, é de 83,4 kPa. Lembre-se de que a pressão atmosférica em um lugar é
simplesmente o peso do ar sobre aquela localidade por unidade de área de superfície. Assim, a pressão não apenas
muda com a altitude, como também com as condições meteorológicas.
O declínio da pressão atmosférica com a altitude tem ramificações de longo alcance na vida diária. Por exemplo,
leva mais tempo para cozinhar a altitudes elevadas, uma vez que a água ferve a uma temperatura mais baixa a
pressões atmosféricas mais baixas. O sangramento do nariz é uma experiência comum em altitudes elevadas, já
que a diferença entre a pressão sanguínea e a pressão atmosférica é maior neste caso, e as delicadas paredes das
veias do nariz raramente conseguem suportar essa tensão extra.
FIGURA 3-14
A altitudes elevadas, o motor de um automóvel
gera menos potência e uma pessoa recebe
menos oxigênio por conta da menor densidade
do ar.
Para uma dada temperatura, a densidade do ar é mais baixa a grandes altitudes e, portanto, um determinado
volume contém menos ar e menos oxigênio. Dessa forma, não é surpresa que nos cansemos com mais facilidade e
tenhamos problemas respiratórios a grandes altitudes. Para compensar esse efeito, pessoas que moram em
altitudes maiores desenvolvem pulmões mais eficientes. Da mesma forma, um motor de automóvel de 2,0 L
funcionará como um motor de 1,7 L a uma altitude de 1.500 m (a menos que seja um motor turbo), por causa da
queda de 15% na pressão e, portanto, da queda de 15% na densidade do ar (Fig. 3-14). Um ventilador ou
compressor deslocará 15% menos ar nessa altitude para a mesma taxa de deslocamento volumétrico. Portanto,
ventiladores em altitudes elevadas precisam ser maiores para garantir a vazão mássica especificada. A pressão
mais baixa e, portanto, a menor densidade também afetam a sustentação e o arrasto: os aviões precisam de uma
pista mais longa em altitudes maiores para desenvolver a sustentação necessária, e viajam a altitudes de cruzeiro
muito altas para reduzir o arrasto e, portanto, melhorar a eficiência de combustível.
====================================================================================
SOLUÇÃO A leitura barométrica da altura de coluna de mercúrio em uma localidade é fornecida. A pressão
atmosférica deve ser determinada.
Discussão Observe que a densidade varia com a temperatura e, portanto, esse efeito deve ser considerado nos
cálculos.
====================================================================================
As infusões intravenosas em geral são movidas pela gravidade, pendurando-se o frasco com o fluido a uma altura
suficiente para contrabalançar a pressão do sangue na veia e forçar o fluido a entrar no corpo (Fig. 3-15). Quanto
mais alto o frasco for elevado, maior será a vazão do fluido. (a) Se for observado que as pressões do fluido e do
sangue se equilibram quando o frasco está a 1,2 m acima do nível do braço, determine a pressão manométrica do
sangue. (b) Se a pressão manométrica do fluido no nível do braço precisar ser de 20 kPa para que a vazão seja
suficiente, determine a que altura o frasco deve ser colocado. Considere a densidade do fluido como 1.020 kg/m3.
SOLUÇÃO É dado que as pressões do fluido em um frasco intravenoso e do sangue na veia se equilibram quando o
frasco está a uma certa altura. A pressão manométrica do sangue e a elevação necessária do frasco para manter a
vazão em um determinado valor devem ser determinados
FIGURA 3-15 Hipóteses (1) 0 fluido intravenoso é incompressível.
Esquema do (2) O frasco intravenoso está aberto à atmosfera.
Exemplo
3-3. Propriedades A densidade do fluido intravenoso é
ρ = 1.020 kg/m3
(b) Para fornecer uma pressão manométrica de 20 kPa no nível do braço, a altura da superfície do fluido do frasco
acima do nível do braço é novamente determinada por Pman,braço = ρ * g * hbraço-frasco , sendo:
Discussão Observe que a altura do reservatório pode ser usada para controlar as vazões em escoamentos movidos
pela gravidade. Quando há escoamento, a queda de pressão no tubo devido a efeitos de atrito deve ser
considerada. Para uma vazão específica, é necessário elevar o frasco um pouquinho a mais para superar a queda
de pressão.
====================================================================================
EXEMPLO 3-4 Pressão hidrostática em uma poça solar com densidade variável
FIGURA 3-16
Poças solares são pequenos lagos artificiais
Esquema do
com alguns metros de profundidade usados
Exemplo
para armazenar energia solar. A elevação da
3-4.
água aquecida (e, portanto, menos densa) para
a superfície é evitada pela adição de sal no
fundo do lago. Em uma poça solar com
gradiente de sal típico, a densidade da água
aumenta na região de gradiente, como mostra
a Figura 3-16, e pode ser expressa como:
onde ρ0 é a densidade da superfície da água, s é a distância vertical medida de cima para baixo a partir do topo da
região de gradiente (s = −z) e H é a espessura da região de gradiente. Para H = 4 m, ρ0 = 1.040 kg/m3 e uma
espessura de 0,8 m para a região superficial, calcule a pressão manométrica no fundo da região de gradiente.
SOLUÇÃO A variação da densidade da água salgada com a profundidade na região de gradiente de uma poça solar é
dada. A pressão manométrica no fundo da região de gradiente deve ser determinada.
Hipóteses A densidade na zona superficial da poça é constante.
já que 1 kN/m2 = 1 kPa. Como s = -z, a variação diferencial de pressão hidrostática em uma distância vertical ds é
dada por:
A integração entre o topo da região de gradiente (o ponto 1 no qual s = 0) e qualquer local s da região de
gradiente (sem subíndice) resulta em:
FIGURA 3-17
A variação da pressão
manométrica com a
profundidade na zona de
gradiente da poça solar.
====================================================================================
FIGURA 3-18 O manômetro
Um manômetro
Observamos na Eq. (3-6) que uma variação de −∆z na elevação em um
simples em U,
fluido em repouso corresponde a ∆P/ρg, o que sugere que uma coluna de
com alta
fluido pode ser usada para medir diferenças de pressão. Um dispositivo
pressão
baseado nesse princípio é chamado de manômetro, e é normalmente
aplicada no
usado para medir diferenças de pressão pequenas e moderadas. Um
lado direito.
manômetro consiste principalmente em um tubo em forma de U, de vidro
(Fotografia de
ou plástico, contendo um ou mais fluidos como mercúrio, água, álcool ou
John M.
óleo (Fig. 3-18). Quando se prevê diferenças de pressão elevadas, fluidos
Cimbala).
pesados como o mercúrio são usados, o que mantém o tamanho do
manômetro em um nível gerenciável.
Considere o manômetro mostrado na Fig. 3-19, que é usado para medir a
pressão de um tanque. Como os efeitos gravitacionais dos gases são
desprezíveis, a pressão em qualquer parte do tanque e na posição 1 tem
o mesmo valor. Além disso, como a pressão em um fluido não varia na
direção horizontal dentro do fluido, a pressão no ponto 2 é igual à
pressão no ponto 1, P2 = P1.
FIGURA 3-19
O manômetro
básico.
(3-13)
onde ρ é a densidade do fluido no tubo. Observe que a área da seção transversal do tubo não tem efeito sobre a
altura diferencial h e, assim, não tem efeito sobre a pressão exercida pelo fluido. Entretanto, o diâmetro do tubo
deve ser suficientemente grande (mais do que alguns milímetros) para garantir que o efeito da tensão superficial e,
portanto, da elevação por capilaridade, seja desprezível.
====================================================================================
FIGURA 3-20
Esquema do
Exemplo 3-5.
SOLUÇÃO A leitura de um manômetro acoplado a um tanque e a pressão atmosférica são dadas. A pressão
absoluta no tanque deve ser determinada.
Hipóteses O fluido no tanque é um gás cuja densidade é muito menor do que a densidade do fluido manométrico.
Propriedades É dado que a gravidade específica do fluido manométrico é 0,85. Consideramos a densidade padrão
da água como 1.000 kg/m3
Análise A densidade do fluido é obtida multiplicando sua gravidade específica pela densidade da água, que é
considerada 1.000 kg/m3:
Patm
Fluido 1
Alguns manômetros usam um tubo oblíquo ou inclinado a fim de aumentar a h1
resolução (precisão) ao ler a altura do fluido. Tais dispositivos são chamados de
manômetros inclinados. Fluido 2
Muitos problemas de engenharia e alguns manômetros envolvem a sobrepo- h2
sição de vários fluidos imiscíveis de diferentes densidades uns sobre os outros. Fluido 3
Tais sistemas podem ser facilmente analisados se lembrarmos de que (1) a varia- h3
1
ção da pressão em uma coluna de fluido de altura h é P gh, (2) em determi-
nado fluido, a pressão aumenta para baixo e diminui para cima (ou seja, Pfundo FIGURA 3–21 Em camadas empilha-
Ptopo) e (3) dois pontos a uma mesma altura em um fluido contínuo em repouso das de fluidos em repouso, a variação
estão a mesma pressão. da pressão em cada camada de fluido
O último princípio, que é um resultado da Lei de Pascal, permite “pularmos” com densidade e altura h é gh.
de uma coluna de fluido para a próxima, em manômetros, sem nos preocuparmos
com a variação de pressão, desde que não pulemos para um fluido diferente, e
86 Mecânica dos Fluidos
Uma seção de escoamento ou desde que o fluido esteja em repouso. Assim, a pressão em qualquer ponto pode
um dispositivo de escoamento
ser determinada iniciando com um ponto de pressão conhecido e adicionando ou
subtraindo os termos gh à medida que avançamos na direção do ponto de interes-
Fluido se. Por exemplo, a pressão na parte inferior do tanque da Fig. 3–21 pode ser deter-
minada iniciando-se pela superfície livre, onde a pressão é Patm, indo para baixo
1 2 até atingir o ponto 1 na parte inferior e igualando o resultado a P1. Isso resulta em:
Observe que a distância a não tem efeito sobre o resultado, mas deve ser in-
cluída na análise. Além disso, quando o fluido que escoa no tubo é um gás, então
Óleo
1 V 2 e a relação da Eq. (3–15) pode ser simplificada para P1 – P2 ⬵ 2gh.
Ar
1 EXEMPLO 3–6 Medição da pressão com um manômetro de vários
Água fluidos
h1
2 A água de um tanque é pressurizada a ar, e a pressão é medida por um manôme-
tro de vários fluidos, como mostra a Fig. 3–23. O tanque está localizado em uma
h2 h3 montanha, a uma altitude de 1.400 m, onde a pressão atmosférica é de 85,6 kPa.
Determine a pressão do ar no tanque se h1 0,1 m, h2 0,2 m e h3 0,35 m.
Considere as densidades da água, do óleo e do mercúrio como 1.000 kg/m3, 850
kg/m3 e 13.600 kg/m3, respectivamente.
Mercúrio
SOLUÇÃO A pressão de um tanque de água pressurizado é medida por um ma-
nômetro de vários fluidos. A pressão de ar no tanque deve ser determinada.
FIGURA 3–23 Esquema do Exemplo
3–3. O desenho não está em escala. Hipótese A pressão do ar no tanque é uniforme (ou seja, sua variação com a eleva-
ção é desprezível devido à sua baixa densidade) e, portanto, podemos determinar a
pressão na interface entre o ar e a água.
Propriedades As densidades da água, do óleo e do mercúrio são dadas por 1.000
kg/m3, 850 kg/m3 e 13.600 kg/m3, respectivamente.
Análise Iniciando-se pela pressão no ponto 1 na interface entre ar e água, moven-
do-se ao longo do tubo, adicionando ou subtraindo os termos gh até atingirmos
o ponto 2, e igualando o resultado a Patm uma vez que o tubo está aberto para a atmosfera, temos:
Discussão: Observe que ao pular horizontalmente de um tubo para o outro, levando em conta que a pressão
permanece igual para o mesmo fluido, a análise fica muito mais simples. Observe também que o mercúrio é um
fluido tóxico e que os manômetros e termômetros de mercúrio estão sendo substituídos por outros com fluidos
mais seguros, por conta do risco da exposição ao vapor de mercúrio em caso de acidente.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 3.2
3.2 Dica do professor
A estática dos fluidos se preocupa com os fluidos que se encontram em repouso. Neste caso, não
interessam as forças de cisalhamento, mas somente as forças que agem na direção normal às
superfícies, pois não existe movimento relativo entre as camadas adjacentes de fluido. Portanto, a
única tensão com a qual tratamos na estática dos fluidos é a tensão normal, a pressão, razão pela
qual o estudo particular desta propriedade é fundamental para a compreensão desta parte
importante da mecânica dos fluidos.
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A única tensão que a estática se preocupa é a tensão normal que, para fluidos, é
conhecida como pressão. A pressão é definida como a força normal exercida por
um fluido por unidade área. A pressão se refere somente a essa razão em líquidos
e gases; em sólidos, usa-se somente o termo tensão normal. A unidade pascal no
sistema internacional SI tem como símbolo Pa, e é uma relação entre as unidades
de força e de área. Um pascal é igual a um newton por metro quadrado.
A pressão real em determinada posição é chamada de pressão absoluta,
sendo medita em relação ao vácuo absoluto que é igual a zero. A maioria
dos dispositivos de pressão é calibrado para ler o valor zero a partir da
pressão atmosférica local o valor da diferença entre a pressão absoluta e a
pressão atmosférica dá origem ao tema pressão manométrica ou pressão
efetiva. Os dispostivos de pressão informam portanto o valor dessa
diferença.
A pressão abaixo da pressão
atmosférica é comumente
chamada de pressão de vácuo.
Pela figura, podemos observar as
escalas de pressão. No lado
esquerdo, a pressão está abaixo da
pressão atmosférica e, no lado
direito, a pressão absoluta está
acima da pressão atmosférica. Os
medidores de vácuo indicam a
diferença entre a pressão
atmosférica e a pressão absoluta,
quando a pressão absoluta é
menor que a pressão atmosférica.
As pressões manométricas de vácuo e absoluta são sempre positivas estão relacionadas em si pelas relações: pressão manométrica igual a
pressão atmosférica menos pressão absoluta e pressão de vácuo é igual pressão absoluta menos pressão atmosférica. Importante saber
que a pressão atmosférica também é chamada de pressão barométrica e a pressão manométrica também é chamada de pressão efetiva.
A pressão varia na direção vertical na presença de um campo gravitacional, aumentando seu valor
quanto mais baixa se encontra.
A expressão matemática para pressão será dada pelo desenvolvimento matemático apresentado:
Continuando, dividindo a equação 4 pelo produto Delta y Delta x, chegaremos à equação 5. A massa específica
multiplicada pela aceleração da gravidade fornece o peso específico expresso pela equação 6. Substituindo a
equação 6 em 5, teremos as equações 7 a 9, que expressa a variação de pressão na direção vertical.
Portanto, a variação da pressão na vertical é dada pela relação 9: a diferença de pressão entre dois pontos em um
fluido de densidade constante é proporcional à distância vertical Delta z entre esses pontos e ao peso específico
do fluido.
A) A maioria dos dispositivos de pressão é calibrada para ler o valor zero a partir da pressão
absoluta local.
1 A err = A maioria dos dispositivos de pressão é calibrada para ler o valor zero a partir da pressão atmosférica
local.
A) 687,4 kPa.
B) 687,4 Pa.
C) 687,4 N.
D) 68,7 kPa.
E) 68,7 Pa.
2 Gab A
3) O matemático holandês Simon Stevin (1548-1620) publicou em 1586 um princípio
fundamental para a estática dos fluidos, conhecido hoje como o Princípio de Stevin.
Posteriormente Blaise Pascal (1623-166 fez novos estudos correlacionados. Diante das
opções a seguir, encontre qual não pode ser considerada correta ou que seja incorreta.
A) Este princípio estabelece que as pressões nos pontos A, B, C, D, E, F e G são iguais quando
estes pontos estão na mesma posição em relação ao eixo vertical e interconectados pelo
mesmo fluido estático.
E) Na dedução da fórmula que relaciona à variação da pressão entre dois pontos em um eixo
vertical deve-se usar a 2a Lei de Newton.
3 A err = A afirmativa é correta, pois Stevin falou em igualdade de pressão quando se está em uma mesma posição,
ao longo do eixo horizontal, em relação ao eixo vertical considerando o mesmo fluido em um recipiente que se
comunica.
3 B err = Sim, pois as descobertas de Pascal com relação à transmissão de forças em regiões conectas por um fluido
é uma decorrência da descoberta de Stevin.
3 Gab C = Esta alternativa não pode ser considerada correta, pois a afirmação de que “a pressão é a mesma em
todos os pontos de um plano horizontal em um dado fluido, independentemente da geometria” somente é válida
se todos os pontos estão interconectados pelo mesmo fluido.
3 D err = Este dispositivo usa a Lei de Pascal que considera que a aplicação de uma determinada força resultará em
uma pressão que será repassada a todos os pontos do fluido que se comunica entre este sistema.
3 E err = Sim, através da aplicação do somatório de forças na direção vertical, em um fluido em repouso, que deve
ser nula, consegue-se obter a expressão da variação da pressão com a altura.
elm 01abr23 = ex. 3 (Aula 3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos)
Pós Gabarito.
Pleito: anular o exercício.
Justificativa:
- Opção A não pode ser analisada sem figura não apresentada (só isto já anula o exercício).
- Opção do Gabarito C está correta, pois ao mencionar que se trata de "um lago" e "em um dado fluido"
conclui-se que só há um fluido envolvido e, se houvesse locais não interconectados, teríamos não um lago
apenas, portanto, a frase está correta.
4) Determinada prensa hidráulica tem como razão entre as áreas dos êmbolos como sendo
igual a 4. Neste sistema, é possível equilibrar, por uma força de 50 N, uma peça mecânica de
massa desconhecida colocada na superfície de menor área. Diante dos valores a seguir,
encontre qual representa o valor aproximado da massa desta peça.
A) m= 125 kg.
B) m= 1,25 kg.
C) m= 125 g.
D) m= 12,5 kg.
E) m= 12,5 g.
4 Gab B
5) Determinada prensa hidráulica tem com razão entre os raios dos êmbolos como sendo igual
a 10. Neste sistema, é possível equilibrar, por uma força de 500 N, uma peça mecânica de
massa desconhecida colocada na superfície de maior área. Diante dos valores a seguir,
encontre qual representa o valor aproximado da massa desta peça.
A) m=50 kg.
B) m=50 g.
C) m=5000 g.
D) m=5000 kg.
E) m=500 kg.
5 Gab D
3.2 Na prática
Acompanhe um exemplo da estática dos fluídos de acordo com o Princípio de Pascal.
As figuras mostram o reservatório do óleo usado como fluido lubrificante e o disco que aciona o sistema de
travamento do carro quando o pedal é acionado.
elm = fluido de transmissão de força (também é lubrificante) e disco que é freiado, para reduzir a rotação
das rodas até parar.
3.2 Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
ou
https://youtu.be/IrWJvQML80o?
list=PLo6rjdP2nbch6K99XPWeVif9rjsVL3EfY
Engenharia e Cia
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Macaco Hidráulico.
https://youtu.be/8-ITKTI_jqs
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ÇENGEL, Yunus A. Mecânica dos fluidos : fundamentos e aplicações – 3. ed. Porto Alegre :
AMGH, 2015.
SAGAH, 2015.
EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Designers Instrucionais
Professor(a)
Bianca Basile Parracho
Flávio Roberto Costa Diniz
Cesar Felipe Ferreira
Daniela Polycarpy
Gerente Unidade de Negócios
Franciane de Freitas
Rodrigo Severo
Ezequiel Alves
Luciana Helmann
Analista de Projetos
Fernanda Osório
Líder da Equipe de Design Gráfico
Thais Gliosci
Líder da Equipe Metodológica
Daniela da Graça Stieh
Designers Gráficos
Carol Becker
Analista Metodológica
Kaka Silocchi
Fernanda Crixel Zimpel
Jader Rotta
Juarez Menegassi
Líder da Equipe de Design Instrucional
Vinicius Rafael Cárcamo
Marcelo Steffen
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Apresentação
A mecânica dos fluidos estuda o fluido em movimento (dinâmica dos fluidos) ou em repouso
(estática dos fluidos), e seus fundamentos servem de base para diversas outras áreas do
conhecimento, como a pneumática, a hidráulica, a termodinâmica, entre outras. Portanto, a
quantidade e a variação da aplicação do estudo dos fluidos são enormes, como, por exemplo, na
respiração e na circulação sanguínea, na natação, no desenvolvimento de bombas e ventiladores,
etc. Do mesmo modo, o estudo dos fluidos também está diretamente relacionado às turbinas e à
decolagem e à aterrisagem de aviões e jatos, além de também estar presente em motores e até
mesmo em moinhos, entre diversas outras aplicações.
Como o escoamento do fluido é um ramo da mecânica, seu entendimento é obtido por meio de um
conjunto de leis fundamentais e bem definidas, as quais levam em consideração parâmetros como
os campos gravitacionais, as densidades dos fluidos, pressão atmosférica, profundidade e altura do
corpo a ser analisado, entre uma série de parâmetros que variam de acordo com a situação a ser
analisada e, posteriormente, desenvolvida.
Bons estudos.
Seu amigo insiste que é possível que um homem abra a porta a 8 metros de profundidade, levando
em consideração que o interior do carro tem ótima vedação, impedindo a entrada de água,
mantendo a pressão atmosférica no interior do veículo.
Você, como engenheiro, analisa a situação, desenvolve os cálculos e chega a qual conclusão?
Determine a força hidrostática sobre a porta e informe se o motorista conseguiria abri-la.
No Infográfico a seguir, você irá visualizar mais informações sobre as escalas de pressões e suas
diferenças, assim como os respectivos equipamentos responsáveis pela leitura dos diferentes tipos
de pressões.
ESCALA DE PRESSÃO
A pressão é uma força normal exercida por um fluido em determinada unidade de área.
A denominação PRESSÃO é utilizada somente para os FLUIDOS. Quando se trata de materiais SÓLIDOS, utiliza-se
TENSÃO NORMAL, que corresponde a uma força que age perpendicularmente à superfície por unidade de área.
Quando a pressão é medida adotando-se a pressão atmosférica como referência, é chamada de pressão efetiva.
Nesse caso, se a pressão é menor que a atmosférica, terá um valor negativo, chamada de pressão efetiva
negativa. E, se obtiver um valor maior que a pressão atmosférica, é conhecida como pressão efetiva positiva.
A maioria dos dispositivos de medição
de pressão é calibrada para ler o zero na
atmosfera. Assim, esses dispositivos
indicam a diferença entre a pressão
absoluta e a pressão atmosférica local.
Para efetuar leituras de pressões absolutas, o aparelho mais utilizado é o barômetro. Já para a leitura de pressões
na escala efetiva, utiliza-se o manômetro.
4.1 Conteúdo do livro
O estudo dos fluidos em repouso se faz necessário para que se possa analisar e compreender as
pressões presentes nas superfícies planas submersas em determinado fluido líquido, além de
proporcionar maior entendimento referente à movimentação de um fluido armazenado no interior
de um recipiente que se encontra em aceleração constante.
No capítulo Estática dos fluidos II, da obra Mecânica dos fluidos, será possível compreender esses
fenômenos, abordando-se os seguintes objetivos: reconhecer os princípios da aplicação de uma
força hidrostática em uma superfície submersa, identificar as forças de empuxo e a estabilidade dos
corpos rígidos e, por fim, descrever o movimento dos fluidos em corpos rígidos.
Boa leitura.
Introdução
Na estática dos fluidos, não há movimento entre as partículas do fluido.
No entanto, não significa que elas não estão se movendo, mas que não
se movem uma em relação à outra. Embora sólidos e fluidos sejam facil-
mente diferenciados, existem casos, como o do asfalto, que apresentam
comportamento de sólido, para curta duração, mas se deformam lenta-
mente, apresentando comportamento de fluido quando as forças são
exercidas a longos períodos.
O foco deste capítulo está relacionado aos princípios da força hi-
drostática resultante sobre uma superfície submersa, assim como serão
abordadas questões relacionadas às forças de empuxo e estabilidade de
corpos rígidos. Por fim, analisaremos a movimentação do fluido, como
se ele fosse um corpo rígido.
2 Estática dos fluidos II
P = P0 + ρ ∙ g ∙ h (1)
Claro que, até o momento, este estudo se aplica apenas para determinar a
pressão em certo ponto submerso, em um fluido em repouso. Porém, de acordo
com Potter e Wiggert (2018), é possível estabelecer a pressão em superfícies
planas que se encontram submersas.
Quando uma superfície plana está submersa em um determinado fluido,
as forças hidrostáticas formam um conjunto de forças paralelas entre si, atu-
ando sobre a superfície da placa. A força hidrostática resultante (FR) pode ser
definida pelo produto da pressão no ponto médio da superfície vezes a área
da superfície (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014), conforme ilustrado
na Figura 2, a seguir.
4 Estática dos fluidos II
onde:
elm = notar que o ponto de aplicação da força resultante FR não é no meio da placa
inclinada, dista yp (ver fórmula p. seguinte)
Estática dos fluidos II 5
Simplificando:
A densidade da água aumenta apenas 4,6% no local mais profundo do oceano, sendo
que, nos estudos da hidrostática, ela aumenta apenas 2,3%. Portanto, podemos assumir
que a densidade dos líquidos é constante nos cálculos hidrostáticos (WHITE, 2018).
pode ser realizado por meio da utilização da Equação (2) (FOX; MCDONALD;
PRITCHARD, 2014):
E=ρ∙g∙V (2)
Arquimedes definiu o teorema que leva seu nome enquanto tomava banho, pois
percebeu que a quantidade de água que transbordava da banheira era igual ao vo-
lume de seu próprio corpo. Então, saiu gritando da sua banheira “Eureka, Eureka!!”.
Posteriormente, seu teorema foi definido da seguinte maneira: "um corpo imerso
em um líquido flutuará, afundará ou ficará neutro de acordo com o peso do líquido
deslocado por esse corpo" (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014).
elm = melhor "o corpo flutuará enquanto seu peso não exceder o empuxo, pois quando
flutuando, o empuxo é igual ao peso, nunca maior....
Estática dos fluidos II 7
Para Potter e Wiggert (2018), a força de flutuação que atua sobre um corpo
imerso em um fluido é equiparada ao peso do fluido deslocado pelo corpo.
Como mostrado na Figura 3, Çengel e Cimbala (2015) complementam que
um corpo imerso em um fluido pode apresentar-se de três formas diferentes,
baseadas na densidade do corpo e do fluido:
EeG
deveriam
estar na
mesma
vertical...
BISTAFA, S. R. Mecânica dos fluidos: noções e aplicações. São Paulo: Blucher, 2010.
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Person, 2008.
ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 3. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2015.
FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à mecânica dos fluidos. 8. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2014.
GODOI, P. J. P. M.; ASSUNÇÃO, G. S. C. Mecânica dos fluidos. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
POTTER, M. C.; WIGGERT, D. C. Mecânicas dos fluidos. Porto Alegre: Bookman, 2018.
(Coleção Schaum).
SILVA, J. C. Fluidos. 2010. Disponível em: https://document.onl/documents/fluidos-
-jusciane-da-costa-e-silva-mossoro-abril-de-2010-universidade-federal-rural-do-
-semiarido-ufersa.html. Acesso em: 02 jul. 2019.
WHITE, F. M. Mecânica dos fluidos. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. NÃO ENCONTREI
na Biblioteca Virtual da Instituição, esta obra na íntegra. Aula 4.1
4.1 Dica do professor
O transporte marítimo de cargas só é possível devido aos estudos relacionados ao empuxo e à
estabilidade, os quais permitem que os produtos viagem milhares de quilômetros, desde seu ponto
de partida até seu destino final, sem que o navio cargueiro vire, seja em alto-mar, seja durante uma
tempestade.
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A globalização tornou possível a comercialização entre os mercados e permitiu que uma quantidade incontável
de produtos, equipamentos e até mesmo alimentos, seja enviada por meio de navios cargueiros, os quais acabam
percorrendo milhares de quilômetros em alto mar para atender as necessidades de cada país.
Os navios cargueiros são carregados nos portos, onde a carga a ser transportada influencia diretamente na
movimentação dos navios.
No caso do carregamento dos contêineres dos navios, é necessário realizar o empilhamento da carga com muito
cuidado de forma que o deslocamento do centro de gravidade seja evitado, a fim de garantir maior segurança e
estabilidade ao navio e a todos os seus integrantes.
Esta situação está mais relacionada ao transporte de sementes, pois seu peso é armazenado no interior da
embarcação.
Existem alguns casos em que o centro de gravidade possa estar posicionado acima do centro de flutuação e
mesmo assim apresentar estabilidade.
Nesses casos, desde que a inclinação máxima não ultrapasse os 20 graus é gerado um momento de restauração,
que faz com que o corpo retorne a sua posição inicial.
elm = prov interpretação errada do texto no Cengel (p.82 no pdf elm / p. 102 na ed bib virtual) ver cópia cap após
a dica). Os 20 graus é sugerido para considerar M (metacentro) fixo nos cálculos... Não é limite e estabilidade!
Corpo estável qdo G estiver acima de M (GM>0, altura metacêntrica positiva).
Essa situação está relacionada ao transporte de contêineres, sendo que os mais pesados devem estar localizados
nas primeiras camadas do empilhamento.
elm = erro sobre os 20 graus - ver nota acima.
Porém, se a inclinação do corpo for superior a 20 graus, ele se torna instável onde o peso e a força de flutuação
que agem no corpo inclinado gerem um momento de inversão, fazendo com que o corpo vire. Esse fato está
relacionado ao excesso de peso nas pilhas superiores e laterais do navio.
No entanto, quando os navios cargueiros estão sem ou com pouca carga faz-se necessária a utilização de um peso
líquido nos tanques, ou seja, a água de lastro, assim, permitindo a navegação segura da embarcação.
A água de lastro compensa a perda de peso de carga e de combustível, regulando a estabilidade e mantendo a
segurança, evitando danos, inclusive impedindo que o navio parta ao meio ou mesmo naufrague em casos de
tempestades.
elm = G abaixo de B é estável, mas em embarcações é comum G acima de B,
contanto que G abaixo de M - ver nota acima.''
O Lastro está relacionado ao G, que deve ficar abaixo do B; dessa forma, a água de
lastro deve ser inversamente proporcional à quantidade de carga,ou seja, quanto
menos carga, mais água de lastro.
A realização da operação de lastro não é uma tarefa fácil, pois podem ocorrer
acidentes, como o que ocorreu com o navio MV Cougar Ace, no porto de Portland, nos
Estados Unidos, em 2006. No momento da troca de água de lastro, ocorreu uma falha
no controle do volume dos tanques, ocasionando emborcamento do navio. O
problema ocorreu devido à estabilidade do navio, que foi prejudicada devido à falha
ocorrida.
Portanto, é de extrema importância saber analisar e compreender a força de empuxo e suas respectivas
relações com a estabilidade e a capacidade de flutuação dos corpos diante de um fluido líquido.
É comum a experiência em que um objeto parece mais leve, com peso menor, em um líquido do que no ar. Isso
pode ser facilmente mostrado pesando um objeto na água com uma balança de mola à prova de água. Além disso,
objetos feitos de madeira ou de outros materiais leves flutuam na água. Essas e outras observações sugerem que o
fluido exerce uma força para cima sobre um corpo imerso nele. Essa força que tende a levantar o corpo é chamada
de força de flutuação e é indicada por FB.
A relação da Equação (3-32) foi deduzida para uma geometria simples, mas é válida para qualquer corpo,
independentemente da sua forma. Isso pode ser mostrado matematicamente por um balanço de forças, ou
simplesmente por este argumento: considere um corpo sólido de forma arbitrária submerso em um fluido em
repouso e compare-o a um corpo de fluido de mesma forma, indicado por linhas tracejadas, a uma mesma
distância da superfície livre (Fig. 3-42). As forças de flutuação que agem sobre esses dois corpos são iguais, uma vez
que as distribuições das pressões, que dependem apenas da profundidade, são iguais nas fronteiras de ambas. O
corpo de fluido imaginário está em equilíbrio estático e, portanto, a força e o momento resultantes que agem sobre
ele são nulos. Assim, a força de flutuação para cima deve ser igual ao peso do corpo de fluido imaginário cujo
volume é igual ao volume do corpo sólido.
Além disso, o peso e a força de flutuação devem ter a mesma linha de ação para ter um momento nulo. Isso é
conhecido como princípio de Arquimedes, em homenagem ao matemático grego Arquimedes (287-212 a.C.) e é
expresso como:
A força de flutuação sobre um corpo imerso em um fluido é igual ao peso do fluido
deslocado pelo corpo, e age para cima no centróide do volume deslocado.
Para corpos flutuantes, o peso de todo o corpo deve ser igual à força de flutuação, que é o peso do fluido cujo
volume é igual ao volume da parte submersa do corpo flutuante. Ou seja:
(3-33)
Assim, a fração de volume submersa de um corpo flutuante é igual à razão entre a densidade média do corpo e a
densidade do fluido. Observe que quando a razão de densidade é igual ou maior do que um, o corpo flutuante
torna-se completamente submerso.
Essas discussões levam à conclusão de que um corpo imerso em um fluido (1) permanece em repouso em qualquer
ponto do fluido quando sua densidade é igual à densidade do fluido, (2) vai até o fundo quando sua densidade é
maior do que a densidade do fluido e (3) sobe à superfície do fluido e flutua quando a densidade do corpo é menor
do que a densidade do fluido (Fig. 3-43).
O peso de uma pessoa de 80 kg é 80 × 9,81 = 788 N. Assim, ignorar a flutuação, neste caso, resulta em um erro no
peso de apenas 0,15%, que é desprezível.
Mas os efeitos da flutuação nos gases dominam alguns fenômenos naturais importantes, como a elevação do ar
quente em um ambiente mais frio e, portanto, o início das correntes de convecção naturais, a elevação dos balões
de ar quente ou de hélio, e os movimentos do ar na atmosfera. Um balão de hélio, por exemplo, sobe como
resultado do efeito da flutuação até atingir uma altitude na qual a densidade do ar (que diminui com a altitude)
seja igual à densidade do hélio no balão - considerando que o balão não estoure e ignorando o peso do material do
balão. Balões de ar quente (Fig. 3-44) funcionam com princípios similares.
O princípio de Arquimedes também é usado na geologia moderna, considerando que os continentes flutuam em
um mar de magma.
FIGURA 3-44
A altitude de um balão de ar quente é controlada
pela diferença de temperatura entre o ar dentro
e fora do balão, uma vez que o ar quente é
menos denso do que o ar frio. Quando o balão
não sobe nem cai, a força de cm- puxo para cima
equilibra exatamente o peso para baixo.
PhotoLink/Getty RF
====================================================================================================
elm = cuidado com nomenclatura. Trata-se de tradução de livro do USA, em que resultou em designações esquisitas:
usa aqui hidrômetro para nosso densímetro - aqui há confusão no livro mesmo, mais para frente usa hidrômetro
para medidor de água também (termo usado para o medidor de consumo de água nas casas...).
(1)
Essa relação também vale para fluidos mais pesados do que a água, tomando ∆z abaixo de z0 como uma
quantidade negativa. Igualando as Equações (1) e (2) entre si, uma vez que o peso do hidrômetro é constante, e
reorganizando, temos:
que é a relação entre a gravidade específica do fluido e ∆z. Observe que z0 é constante para um dado hidrômetro
e ∆z é negativo para fluidos mais pesados do que a água pura.
(b) Desprezando o peso do tubo de vidro, a quantidade de chumbo a ser adicionada ao tubo é determinada pelo
requisito de que o peso do chumbo seja igual à força de flutuação. Quando o hidrômetro está flutuando com
metade submersa na água, a força de flutuação sobre ele é:
Discussão Observe que se o hidrômetro precisasse afundar apenas 5 cm na água, a massa necessária de chumbo
seria metade dessa quantidade. Da mesma forma, a hipótese de que o peso do tubo de vidro é desprezível é
questionável, uma vez que a massa do chumbo é de apenas 7,85 g.
====================================================================================================
FIGURA 3-46
Esquema do
Exemplo 3-11.
SOLUÇÃO Um bloco de concreto é abaixado no mar. A tensão do cabo deve ser determinada antes e depois de o
bloco estar na água.
Propriedades As densidades são dadas como 1.025 kg/m3 para a água do mar e 2.300 kg/m3 para o concreto.
Análise (a) Considere o diagrama de corpo livre do bloco de concreto. As forças que agem sobre o bloco de
concreto no ar são seu peso e a ação de tração para cima (tensão) exercida pelo cabo. Essas duas forças devem se
equilibrar e, portanto, a tensão no cabo deve se igualar ao peso do bloco:
(b) Quando o bloco é imerso na água, existe a força adicional da flutuação agindo para cima. O balanço de forças
neste caso resulta em:
Discussão: Observe que o peso do bloco de concreto e, portanto, a tensão no cabo diminui em (10,8-6,0)/10,8 =
55% na água.
====================================================================================================
FIGURA 3-47
Para corpos flutuantes como navios, a estabilidade é uma Foto de navio
consideração importante para a segurança. © Corbis RF não copiada...
FIGURA 3-48
A estabilidade é
facilmente entendida
pela análise de uma
bola no chão.
Para um corpo imerso ou flutuante em equilíbrio estático, o peso e a força de flutuação que agem sobre o corpo se
equilibram, e tais corpos são inerentemente estáveis na direção vertical. Se um corpo neutralmente flutuante e
imerso for elevado ou abaixado até uma profundidade diferente, o corpo permanecerá em equilíbrio naquele local.
Se um corpo flutuante for elevado ou abaixado de alguma forma por uma força vertical, o corpo retornará à sua
posição original assim que o efeito externo for removido. Assim, um corpo flutuante possui estabilidade vertical,
enquanto um corpo neutralmente flutuante e imerso é neutralmente estável, uma vez que ele não retorna à
posição original após um movimento.
A estabilidade rotacional de um corpo imerso depende dos locais relativos do centro de gravidade G do corpo e do
centro de flutuação B, que é o centróide do volume deslocado. Um corpo imerso é estável se tiver o fundo pesado
e, portanto, se o ponto G estiver diretamente abaixo do ponto B (Fig. 3-49a). Uma perturbação rotacional do corpo
em tais casos produz um momento de restauração para retornar o corpo à posição estável original. Assim, um
projeto estável de um submarino pede que os motores e as cabines da tripulação estejam localizados na metade
inferior, para transferir ao máximo o peso para o fundo. Os balões de ar quente ou hélio (que podem ser
considerados imersos no ar) também são estáveis, uma vez que o cesto que carrega a carga está na parte inferior.
Um corpo imerso cujo centro de gravidade G está diretamente acima do ponto B é instável e qualquer perturbação
fará esse corpo virar de cabeça para baixo (Fig. 3-49c). Um corpo no qual G e B coincidem é neutramente estável
(Fig. 3-49b). Este é o caso dos corpos cuja densidade é sempre constante. Para tais corpos, não há tendência de
virar ou se endireitar.
FIGURA 3-49
Um corpo imerso
neuralmente flutuante é
(a) estável se o centro de
gravidade G estiver
diretamente abaixo do
centro de flutuação B,
(b) se G e B coincidirem e
(c) instável se G estiver (b) Neutralmente estável (c) Instável
diretamente acima de B. (a) Estável
E no caso de o centro da gravidade não estar verticalmente alinhado com o centro de flutuação, como na Fig. 3-50?
Na verdade, não é apropriado discutir a estabilidade desse caso, uma vez que o corpo não está em estado de
equilíbrio. Em outras palavras, ele não pode estar em repouso e rolaria na direção de seu estado estável mesmo
sem nenhuma perturbação. O momento de restauração no caso mostrado na Fig. 3-50 tem direção anti-horária e
faz o corpo girar no sentido anti-horário para alinhar o ponto G verticalmente com o ponto B. Observe que pode
haver alguma oscilação, mas no final o corpo assenta em seu estado de equilíbrio estável [caso (a) da Fig. 3-49]. A
estabilidade inicial do corpo da Fig. 3-50 é análoga àquela da bola em um piso inclinado. Você pode prever o que
aconteceria se o peso do corpo da Fig. 3-50 estivesse no lado oposto do corpo?
FIGURA 3-50
Quando o centro de gravidade G de um
corpo neutralmente flutuante imerso não
está verticalmente alinhado com o centro
de flutuação B do corpo, ele não está em
estado de equilíbrio e gira até seu estado
estável, mesmo sem nenhuma perturbação.
FIGURA 3-51
Um corpo flutuante é
estável se tiver (a) o
fundo pesado e, portanto,
o centro de gravidade G
estiver abaixo do
centróide B do corpo, ou
(b) se o Metacentro M
estiver acima do ponto G.
Entretanto, o corpo é (c)
instável se o ponto M
estiver abaixo do ponto G.
Os critérios da estabilidade rotacional são semelhantes para corpos flutuantes. Novamente, se o corpo flutuante
tiver o fundo pesado e, portanto, o centro de gravidade G estiver diretamente abaixo do centro de flutuação B, o
corpo sempre será estável. Mas, diferente dos corpos submersos, um corpo flutuante ainda pode ser estável
quando G está diretamente acima de B (Fig. 3-51). Isso acontece porque o centróide do volume deslocado muda
para o lado até um ponto B' durante uma perturbação rotacional, enquanto o centro de gravidade G do corpo
permanece inalterado. Se o ponto B' estiver suficientemente longe, essas duas forças criam um momento de
restauração e retornam o corpo à posição original.
Uma medida da estabilidade dos corpos flutuantes é a altura metacêntrica GM, que é a distância entre o centro de
gravidade G e o metacentro M - definido como o ponto de intersecção entre as retas de ação da força de flutuação
através do corpo antes e após a rotação. O metacentro pode ser considerado um ponto fixo para a maioria das
formas de casco de navio com ângulos de rolagem pequenos de até cerca de 20°. Um corpo flutuante é estável se o
ponto M estiver acima do ponto G e, portanto, GM for positivo; e instável se o ponto M estiver abaixo do ponto G
e, portanto, GM for negativo. Nesse último caso, o peso e a força de flutuação que agem no corpo inclinado geram
um momento de inversão em vez de um momento de restauração, fazendo com que o corpo vire. O comprimento
da altura metacêntrica GM acima de G é uma medida da estabilidade: quanto maior, mais estável será o corpo
flutuante.
Como já foi discutido, um barco pode inclinar até um ângulo máximo sem emborcar, mas além desse ângulo ele
vira (e afunda). Fazemos uma analogia final entre a estabilidade dos objetos flutuantes e a estabilidade de uma
bola rolando pelo chão. Imagine uma bola em um uma vala entre duas colinas (Fig. 3-52). A bola retorna à sua
posição de equilíbrio estável depois de perturbada - até um limite. Se a amplitude da perturbação for muito
grande, a bola rola para o lado oposto da colina e não retorna à sua posição de equilíbrio. Essa situação é descrita
como estável até um nível limite de perturbação, mas além dele é instável.
FIGURA 3-52
Uma bola em uma vala entre duas colinas é estável para
pequenas perturbações, mas instável para grandes perturbações.
C) O estudo das forças hidrostáticas aborda questões relacionadas aos fluidos gasosos ou
líquidos, os quais têm relação direta com os campos gravitacionais.
1 Gab C = No estudo da estática dos fluidos, as tensões de cisalhamento são consideradas nulas. O movimento
existe, porém ele ocorre como se todo fluido se comportasse como um corpo sólido, como, por exemplo, um
copo de água que gira em torno de seu próprio eixo vertical. Em relação a um ponto em um fluido em repouso, a
pressão é a mesma em todas as direções. A pressão sofre alterações na pressão, conforme variações na direção
vertical.
A única tensão com a qual tratamos na estática dos fluidos é a tensão normal, que é a pressão, e a variação da
pressão se deve só ao peso do fluido. Assim, o tópico da estática dos fluidos tem significado apenas nos campos
gravitacionais, e as relações de força desenvolvidas naturalmente envolvem a aceleração da gravidade.
2) O empuxo é definido como uma força vertical que age sobre um corpo, o qual pode estar
submerso ou parcialmente imerso. Para que seja possível determinar a força de empuxo, é
preciso levar em consideração a densidade do fluido, a gravidade e:
A) a forma do recipiente.
B) a profundidade do corpo.
C) a pressão atmosférica.
D) as dimensões do corpo.
2 Gab E = A forma do recipiente não tem relação com a força do empuxo. A profundidade em que o corpo se
encontra não tem relação com a determinação da pressão em determinado ponto do fluido. A pressão
atmosférica não influencia a força de empuxo. As dimensões do corpo não são consideradas na determinação
do empuxo.
3) Um corpo flutuante pode ser definido como um corpo que permanece em equilíbrio quando
ele estiver parcial ou totalmente imerso em um líquido. As forças atuantes nesse corpo são a
força peso e a força de empuxo, que se caracterizam por:
3 Gab C = A intensidade da força peso e da força de empuxo é igual. A força peso e a de empuxo apresentam
direções iguais. Os sentidos da força de empuxo e da força peso são opostos. As intensidades são iguais, e os
sentidos são opostos.
4) Uma piscina tem um desnível entre a parte mais rasa e a parte mais funda, com inclinação de
q=30°em relação a horizontal, com um comprimento (b) de 3 metros e (s) de 1 metro. A
distância entre a superfície do fluido e a aplicação da força resultante (YP) é de 3 metros. A
largura (a) da superfície inclinada é de 3 metros. Determine a força resultante, considerando
a aceleração da gravidade (g) de 9,81m/s2, a densidade da água (r) de 1.000 kg/m3.e a
pressão atmosférica de 101,3 kPa. Assinale a alternativa correta em relação à força
resultante da situação abordada.
A) 1.022,1kPa.
B) 122,1kPa.
C) 1.022,1Pa.
D) 1.022,1MPa.
E) 1.022,1GPa.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
Ex. 4 da Aula 4.1 Estática dos Fluidos II
Pleito: Anular o exercício.
Justificativa:
- O enunciado pede para calcular uma FORÇA e todas as opções constam PRESSÃO.
- O enunciado deveria conter desenho do caso a da figura 2 do Conteúdo do Livro para identificar as dimensões geométricas (só assim
dá para entender o enunciado).
Obs.1: Assinalei opção A por achar que será a escolhida pelo gabarito (valor que cheguei para força).
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem do exercício:
A) 400,4N.
B) 400,4kN.
C) 4.004kN.
D) 4.004MPa.
E) 4.004GPa.
5 Gab C
4.1 Na prática
Todo tipo de veículo que se locomove sobre a água ou abaixo da superfície, como no caso dos
submarinos, teve seu desenvolvimento possível devido à teoria do matemático e inventor grego
Arquimedes, que determinou o tipo de influência que a força de empuxo impõe sobre os corpos em
contato com os fluidos.
Quando se pensa em um navio, nota-se que parte de seu casco fica submersa, enquanto a outra parte fica para
fora da água. Essa capacidade que o navio apresenta de não afundar recebe o nome de flutuabilidade.
Nesse caso, a flutuabilidade é positiva, porém, no caso dos submarinos, a flutuabilidade é negativa.
Quando o submarino se encontra na superfície, os tanques de lastro encontram-se cheios de ar (não contêm
água).
A partir do momento em que as válvulas do lastro são abertas, ao ar contido no interior do reservatório é expelido
pela parte superior do lastro, permitindo a entrada de água no reservatório. Nesse momento, o submarino começa
a submergir.
Quanto mais água entra nos reservatórios, mais pesado se torna o submarino e, por consequência, maior será a
profundidade que ele poderá submergir.
Para que o submarino volte à superfície, os tanques de lastro são preenchidos com ar comprimido e a água é
escoada para fora dos reservatórios, tornando o submarino mais leve.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.scielo.br/j/rbef/
a/8Z3WZzDzpJLdJGKpvNSZ4Pr/?lang=pt
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://youtu.be/i11w99mVH80
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4.1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
AVANCINI, Margaret Busse. Por que os navios flutuam? Métodos computacionais para
Licenciatura UFRGS 2003/2. Disponível em:
http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20032/Margaret/porque_os_navios_flutuam_e_os_su.htm?fbclid
=IwAR1IF3jQf-hOMIk1D7Irbbl2X3WLdoMU6a6bABF2g2Czgy63gBs52PGkLtg. Acesso em: 19
jun. 2019.
BATALHA, Elisa; BENTO, Silvio. Eureka! Saiba como Arquimedes criou o conceito de empuxo
tomando banho. EBC, 13 ago. 2015. Disponivel em: http://www.ebc.com.br/infantil/voce-
sabia/2015/08/eureka-saiba-como-arquimedes-criou-o-conceito-de-empuxo-tomando-banho.
Acesso em: 21 jun. 2019.
BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Person Prentice Hall, 2008.
ÇENGEL, Yunus A.; CIMBALA, John M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. Porto
Alegre: AMGH, 2007.
FOX, R. W.; MCDONALD, A.T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à mecânica dos fluidos. 8. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2014.
WHITE, Frank M. Mecânica dos fluidos. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
SAGAH, 2019.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Escoamento Laminar
4.2 Apresentação
O escoamento laminar ocorre quando o fluido, geralmente com alta viscosidade e sob baixas
velocidades, move-se ao longo de trajetórias bem definidas, como lâminas ou camadas, não
havendo mistura macroscópica de camadas de fluidos adjacentes. Também é conhecido como
escoamento em regime laminar, caracterizado por deslocamentos paralelos. As partículas se
movem, ordenadamente, durante o escoamento laminar, com posição relativa a todo instante.
Bons estudos.
Você trabalha em uma indústria que possui dutos de exaustão industrial, sendo estes tubos interligados aos
exaustores, e servem para exaustão de odores e poluentes produzidos pela fábrica.
Agora, imagine que você, como engenheiro, precisará realizar a manutenção e a limpeza desses
dutos de exaustão; assim, deverá conhecer o tipo de escoamento e o fluido que passa por ele.
Sabendo disso, responda:
b) Qual seria o tipo de escoamento para esse tipo de fluido e o diâmetro dos dutos? Justifique.
elm = a) Fluido transportado: Ar contaminado com odores e poluentes gerados pela fábrica.
b) O escoamento deve garantir a exaustão adequada de todos os pontos de captação, pontos de captação
adequados e dutos com material e dimensões que atendam os critérios técnicos e econômicos do sistema.
a) Considerando que os fluidos transportados sejam os gases, salienta-se que eles são fluidos compressíveis, pois
a densidade muda de acordo com a pressão. Quando o gás entrar no duto de exaustão, ocupará todo o seu
volume. A variação de volume também é uma característica dos fluidos compressíveis. Além disso, o fluido
compressível é um fluido que possui baixa viscosidade.
b) Caso o número de Reynolds seja menor que 2.000, o escoamento será laminar; se for maior que 2.400, o
escoamento será turbulento. O fluido compressível é um fluido não viscoso, e pelo fato de o tubo ser reto e ter
diâmetro constante, poderá ser previsto que o escoamento seja do tipo laminar dentro do tubo.
No Infográfico a seguir, você vai entender a diferença entre o escoamento laminar e o escoamento
turbulento. Além disso, você verá quando eles ocorrem.
ESCOAMENTO LAMINAR
No escoamento laminar, também chamado de escoamento em regime laminar, as partículas de um fluido movem-
se por trajetórias bem definidas, invariáveis e repetitivas, através de lâminas ou camadas
ESCOAMENTO TURBULENTO
No escoamento turbulento, as partículas do fluido não se movem em trajetórias bem definidas; sendo assim, são
irregulares, com movimento aleatório.
Esse tipo de escoamento, também chamado de regime turbulento ou turbilhonar, ocorre em fluidos com baixa
viscosidade.
É desordenado, não estacionário e apresenta muitas variações de velocidade. Não é um escoamento sereno.
Escoamento laminar:
As partículas percorrem a trajetória por onde passa o fluxo do fluido de forma serena.
Ocorre com fluidos de viscosidade alta.
Escoamento turbulento:
As partículas percorrem a trajetória por onde passa o fluxo do fluido de forma turbulenta.
Ocorre com fluidos de viscosidade baixa.
4.2 Conteúdo do livro
O escoamento laminar é o regime dos fluidos viscosos; entretanto, nesse tipo de escoamento, não
existe mistura entre as camadas dos fluidos. Em um escoamento laminar, o fluido se move em
camadas ou em lâminas, sofrendo intervenção de forças viscosas.
No capítulo Escoamento laminar, da obra Mecânica dos fluidos, você aprenderá a descrever o
escoamento laminar e a explicar o escoamento de Poiseuille. Por fim, você reconhecerá as
aplicações de elementos finitos ao escoamento laminar.
Boa leitura.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
Conteúdo do Livro (Aula 4.2 Escoamento Laminar)
Pleito: Substituir pelo cap. 8 do Cengel 2015 ou então revisão geral detalhada de conteúdo e formatação.
Justificativa:
- Há várias inconsistências de conteúdo e forma, vou apenas exemplificar: inúmeras variáveis com subscritos não
formatados (tamanho da fonte igual ao da variável), erro flagrante nas três equações da p.4, ora usa U ora Q para
indicar vazão, designa apenas de "Stokes" a equação de Navier-Stokes e apresenta essa equação com erro de
formato e conteúdo.
Obs.1: Acho que os livros capa laranja da Sagah deveriam ser evitados, geralmente o conteúdo é um apanhado de
transcrições de livros melhores, porém, infelizmente, com qualidade pior (provavelmente publicados com pouca
ou sem revisão).
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme apenas que "será encaminhado ao setor
responsável" para melhora do material.
SUMÁRIO
Introdução à mecânica dos fluidos 13 _ Pollianna Jesus de Paiva Mendes Godoi ___ Definição de fluido 13 ___
Aspectos gerais da mecânica dos fluidos 18 ___ Diferença entre gases e líquidos 20
Propriedades dos fluidos 25 _ Pollianna Jesus de Paiva Mendes Godoi ___ Massa específica, peso específico e peso
relativo 25 ___ Compressibilidade dos fluidos e diferença entre tensão e pressão 27 ___ Definição de forma,
volume e pressão 29
Tipos de fluidos 33 _ Pollianna Jesus de Paiva Mendes Godoi ___ Fluido ideal e fluido perfeito 33 ___ Fluido real e
fluido viscoso 36 ___ Fluido não viscoso 38
Viscosidade dos fluidos 41 _ Pollianna Jesus de Paiva Mendes Godoi ___ Resistência ao corte dos fluidos 41 ___ Lei
de Newton da viscosidade 43 ___ Fluidos dilatantes 45
Escoamento incompressível de fluidos não viscosos 49 _ Pollianna Jesus de Paiva Mendes Godoi ___ Definição 49
___ Equações de Euler e Bernoulli 54 ___ Equação irrotacional 56
Estática dos fluidos 61 _ Pollianna Jesus de Paiva Mendes Godoi ___ Efeito da pressão no interior de um fluido 61
___ Forças de pressão em superfícies finitas 65 ___ Demonstração da estática dos fluidos 66
Escoamento laminar 73 _ Pollianna Jesus de Paiva Mendes Godoi ___ Definição 73 ___ Escoamento de Poiseuille
75 ___ Aplicações de elementos finitos ao escoamento laminar 77
Hidrostática 81 _ Pollianna Jesus de Paiva Mendes Godoi ___ Pressão hidrostática 81 ___ Condições de repouso de
um fluido 83 ___ Princípio de Arquimedes 84
Gases perfeito 89 _ Germano Scarabeli Custódio Assunção ___ Definição de gás e conceito de gás perfeito 89 ___
Propriedades físicas e gases perfeitos 92 ___ Gases perfeitos e aplicação em dutos adiabáticos 99
Pressão de vapor 105 _ Germano Scarabeli Custódio Assunção ___ Fases, substâncias puras e o vapor 105 ___
Processos de mudança de fase e pressão de vapor 109 ___ Vapor, pressão de vapor e suas aplicações 115
Máquinas de fluxo: bombas 121 _ Germano Scarabeli Custódio Assunção ___ Princípios de funcionamento de
bombas 121 ___ Equações da energia mecânica em bombas 126 ___ Cálculo de rendimento de bombas 129
Perda de carga no escoamento de fluido 183 _ Germano Scarabeli Custódio Assunção ___ Classificações dos
escoamentos 184 ___ Número de Reynolds 187 ___ Perda de carga em escoamentos internos 190
Testes aerodinâmicos 199 _ Germano Scarabeli Custódio Assunção ___ Escoamento externo e aerodinâmica 199
___ Estudos de modelos aerodinâmicos 203 ___ Análises usando túneis de vento 208
Ver cópia de
trecho de
Vários erros!
Cengel após
Conteúdo do
Livro!
Escoamento laminar
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo você vai estudar o escoamento laminar, que ocorre durante
o fluxo de fluidos com viscosidade, comumente em tubulações ou em
locais que possuam pouca variação de espessura ou de diâmetro, de
formas praticamente constantes. Sendo assim, nesse tipo de escoamento,
não há mistura entre as camadas ou entre as lâminas dos fluidos.
Escoamento laminar
Existem diversos tipos de escoamentos, mas o escoamento laminar e o es-
coamento turbulento são classificados assim devido ao comportamento das
partículas do fluido durante sua trajetória de escoamento.
No geral, um engenheiro deve primeiramente estimar o intervalo do número
de Reynolds do escoamento em estudo. O número de Reynolds (Re) muito
baixo indica movimento viscoso muito lento, no qual os efeitos da inércia são
desprezíveis. O número de Reynolds moderado implica escoamento laminar
com variação suave (WHITE, 2018).
2 Escoamento laminar
Escoamento de Poiseuille
Em meados do século XIX, o médico Jean Poiseuille (1797–1869) mediu com
precisão o escoamento de fluidos múltiplos em tubos capilares (ÇENGEL;
CIMBALA, 2015).
A unidade da viscosidade absoluta (µ) é o poise, que recebeu esse nome
em homenagem a ao médico francês que em 1840 realizou experimentos
pioneiros com escoamento de água em tubos. Um poise equivale a uma
g/(cm ∙ s). A unidade da viscosidade cinemática (ⱱ) é o stokes, que recebeu esse
nome em homenagem ao físico britânico George Gabriel Stokes, que em 1845
ajudou a desenvolver as equações diferenciais parciais básicas da quantidade
4 Escoamento laminar
https://goo.gl/5TNZLm
https://goo.gl/vuUyLK
Leituras recomendadas
BISTAFA, S. R. Mecânica dos fluidos: noções e aplicações. 2. ed. São Paulo: Blucher,
2016. 348 p.
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. 431 p.
COELHO, J. C. M. Energia e fluidos: vol. 2: mecânica dos fluidos. São Paulo: Blucher,
2016. 394 p.
ELEMENTOS Finitos: primeiros passos. [S. l.: S. n.], 2016. 1 vídeo (10 min 31 s). Publicado
pelo canal ENSUS ENGENHARIA LTDA. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=KjR0V1Deysc. Acesso em: 13 mar. 2019.
ESCOAMENTO Interno Viscoso e Incompressível - Escoamento laminar e turbulento e
Perda de carga. [S. l.: S. n.], 2019. 1 vídeo (10 min 20 s). Publicado pelo canal Responde
Aí. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sFjJ5DFVwA0. Acesso em: 13
mar. 2019.
HIBBELER, R. C. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson, 2016. 832 p.
VISCOSIDADE e fluxo Poiseuille. [S. l.: S. n.], 2015. 1 vídeo (11 min 12 s). Publicado pelo canal
Khan Academy Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=f9XgJjkrM4c.
Acesso em: 13 mar. 2019.
Mencionamos na Seção 8-2 que o escoamento em tubos é laminar para Re≤ 2300 e que o escoamento é
completamente desenvolvido se o tubo for suficientemente longo (em relação ao comprimento de entrada), de
modo que os efeitos da entrada são desprezíveis. Nesta seção, consideramos o escoamento laminar estacionário de
um fluido incompressível com propriedades constantes na região completamente desenvolvida de um tubo circular
reto. Obtemos a equação de momento aplicando um balanço de momento a um elemento de volume diferencial e
obtemos o perfil de velocidade resolvendo-a. Em seguida, usamos essa equação para obter uma relação para o
fator de atrito. Um aspecto importante dessa análise é o fato de ela ser uma das poucas disponíveis para o
escoamento viscoso.
No escoamento laminar completamente desenvolvido, cada partícula de fluido se move a uma velocidade axial
constante ao longo de uma linha de corrente e o perfil de velocidade u(r) permanece inalterado na direção do
escoamento. Não há movimento na direção radial e, portanto, a componente da velocidade na direção normal ao
escoamento é zero em toda parte. Não há aceleração, uma vez que o escoamento é estacionário e completamente
desenvolvido
FIGURA 8-11
Diagrama de corpo livre de um
elemento de fluido diferencial em
forma de anel de raio r, espessura
dr e comprimento dx orientado
coaxialmente a um tubo horizontal
no escoamento laminar
completamente desenvolvido. (O
tamanho do elemento de fluido é
bastante exagerado para maior
clareza).
Agora considere um elemento de volume diferencial em forma de anel de raio r , espessura dr e comprimento dx
orientado coaxialmente com o tubo, como mostra a Fig. 8-11. O elemento de volume envolve apenas os efeitos da
pressão e viscosos e, portanto, as forças de pressão e de cisalhamento devem se contrabalançar. A força da pressão
agindo em uma superfície plana submersa é o produto da pressão no centróide da superfície pela área da
superfície. Um balanço de força do elemento de volume na direção do escoamento resulta em:
(8-9)
(8-10)
(8−12)
A quantidade du/dr é negativa no escoamento de tubo, e o sinal negativo é incluído para obter valores positivos
para τ. (Ou du/dr = − du/dy , se definimos que y = R − r). O lado esquerdo da Equação 8-12 é uma função de r e o
lado direito é uma função de x. A igualdade deve ser mantida para todo valor de r e x, e uma igualdade da forma
f(r) = g(x) pode ser satisfeita apenas se f(r) e g(x) forem iguais a uma mesma constante. Assim, concluímos que a
dP/dx = constante. Isso pode ser verificado escrevendo um balanço de força em um elemento de volume de raio R
e espessura dx (uma fatia do tubo, como na Fig. 8-12) que resulta em:
(8−13)
Aqui τw, é constante, uma vez que a viscosidade e o perfil de velocidade são constantes na região completamente
desenvolvida. Assim, dP/dx= constante.
FIGURA 8-12
Diagrama de corpo
livre de um
elemento de disco
de fluido de raio R
e comprimento dx
no escoamento
laminar
completamente
desenvolvido de
um tubo horizontal.
A Equação 8-12 pode ser resolvida reorganizando e integrando duas vezes, resultando em:
(8-14)
O perfil de velocidade u(r) é obtido aplicando as condições de contorno δu/δr = 0 em r = 0 (por causa da simetria
com relação ao eixo central) e u = 0 em r = R (a condição de não escorregamento na superfície do tubo). Obtemos:
(8-15)
Portanto, o perfil de velocidade no escoamento laminar completamente desenvolvido de um tubo é parabólico com
um máximo na linha central e um mínimo (zero) na parede do tubo. Da mesma forma, a velocidade axial u é
positiva para qualquer r e, portanto, o gradiente de pressão axial dP/dx deve ser negativo (ou seja, a pressão deve
diminuir na direção do escoamento por conta dos efeitos viscosos - é preciso pressão para empurrar o fluido
através do tubo).
A velocidade média é determinada de sua definição pela substituição da Equação 8-15 na Equação 8-2 e fazendo a
integração. Isso resulta em:
(8-16)
(8-17)
Essa é uma forma conveniente para o perfil da velocidade, uma vez que Vmed pode ser determinada facilmente
com as informações da vazão.
A velocidade máxima ocorre no eixo central e é determinada da Equação 8-17 substituindo r = 0:
(8-18)
Assim, a velocidade média do escoamento laminar completamente desenvolvido em um tubo é metade da
velocidade máxima.
======================================================================
Uma quantidade de interesse para a análise do escoamento em tubo é a queda de pressão ∆P, considerando que
ela está diretamente relacionada aos requisitos de potência do ventilador ou da bomba para manter o escoamento.
Observamos que dP/dx = constante, e que a integração de x = x1 onde a pressão é P1 a x = x1 + L, onde a pressão é
P2 resulta em:
(8-19)
Substituindo a Equação 8-19 na expressão de Vmed na Equação 8-16, a queda de pressão pode ser expressa como:
O símbolo ∆ geralmente é usado para indicar a diferença entre os valores final e inicial, como em ∆y = y2 − y1. Mas,
no escoamento de fluidos, ∆P é usado para designar a queda de pressão e, portanto, ela é P1 − P2. Uma queda de
pressão devido aos efeitos viscosos representa uma perda irreversível de pressão e é chamada de perda de pressão
∆PL para enfatizar que isso é uma perda (assim como a perda de carga hL, que é proporcional a ela).
Observe na Equação 8-20 que a queda de pressão é proporcional à viscosidade μ do fluido e que ∆P seria zero se
não houvesse atrito. Portanto, a queda de pressão de P1 para P2 , neste caso é devida totalmente aos efeitos
viscosos, e a Equação 8-20 representa a queda de pressão ∆PL quando um fluido de viscosidade µ escoa através de
um tubo de diâmetro constante D e comprimento L à velocidade média Vmed .
Na prática, considera-se conveniente expressar a perda de pressão para todos os tipos de escoamentos internos
completamente desenvolvidos (escoamentos laminar e turbulento, tubos circulares e não circulares, superfícies
lisas ou rugosas, tubos horizontais ou inclinados) como (Fig. 8-13):
Ele também é chamado de fator de atrito de Darcy-Weisbach, em homenagem ao francês Henry Darcy (1803-1858)
e ao alemão Julius Weisbach (1806-1871), os dois engenheiros que forneceram a maior contribuição para seu
desenvolvimento. Ele não deve ser confundido com o coeficiente de atrito Cf [também chamado de fator de atrito
de Fanning, em homenagem ao engenheiro norte-americano John Fanning (1837-1911)], que é definido como
Cf = 2*τw / (ρ*V2med) = f / 4 .
FIGURA 8-13
A relação da perda de pressão
(e perda de carga) é uma das
relações mais gerais da
mecânica dos fluidos, e ela é
válida para escoamentos
laminares ou turbulentos,
tubos circulares ou não
circulares e tubos com
superfícies lisas ou rugosas.
Igualando as Equações 8-20 e 8-21 e isolando f temos o fator de atrito do escoamento laminar completamente
desenvolvido em um tubo circular:
Esta equação mostra que no escoamento laminar, o fator de atrito é uma função do número de Reynolds e é
independente da rugosidade da superfície do tubo (supondo, é claro, que a rugosidade não é extrema).
Na análise do sistema de tubos, as perdas de pressão normalmente são expressas em termos da altura equivalente
da coluna de fluido, chamada de perda de carga hL . Observando, da estática dos fluidos, que ∆P = ρ*g*h e que,
portanto, uma diferença de pressão de ∆P corresponde a uma altura de fluido de h = ∆P / (ρ*g) , a perda de carga
do tubo é obtida pela divisão de ∆PL por ρ*g resultando em:
A perda de carga hL representa a altura adicional a que o fluido precisa ser elevado por uma bomba para superar as
perdas por atrito do tubo. A perda de carga é causada pela viscosidade e está relacionada diretamente à tensão de
cisalhamento na parede. As Equações 8-21 e 8-24 são válidas para os escoamentos laminar e turbulento nos tubos
circulares e não circulares, mas a Equação 8-23 só é válida para o escoamento laminar completamente desenvolvido
em tubos circulares.
Depois que a perda de pressão (ou perda de carga) for conhecida, a potência de bombeamento necessária para
superar a perda de pressão é determinada por:
(8-25)
Assim, a vazão volumétrica do escoamento laminar através de um tubo horizontal de diâmetro D e comprimento L
torna-se
(8-27)
Essa equação é conhecida como lei de Poiseuille, e esse escoamento é chamado de escoamento de Hagen-
Poiseuille em homenagem aos trabalhos realizados por G. Hagen (1797-1884) e J. Poiseuille (1799-1869) sobre o
assunto. Observe na Equação 8-27 que para uma vazão especificada, a queda de pressão e, portanto, a potência
necessária de bombeamento, é proporcional ao comprimento do tubo e à viscosidade do fluido, mas é
inversamente proporcional à quarta potência do raio (ou diâmetro) do tubo. Assim, o requisito de potência de
bombeamento de um sistema de tubos pode ser reduzida por um fator de 16, dobrando o diâmetro do tubo (Fig.
8-14). Obviamente, os benefícios da redução dos custos da energia devem ser ponderados com relação ao maior
custo de construção acarretado pelo uso de um tubo com diâmetro maior.
FIGURA 8-14
O requisito de potência
de bombeamento de
um sistema de tubos
com escoamento
laminar pode ser
reduzido por um fator
de 16, dobrando o
diâmetro do tubo.
A queda de pressão ∆P é igual à perda de pressão ∆PL no caso de um tubo horizontal, mas esse não é o caso dos
tubos inclinados ou dos tubos com uma área de seção transversal variável. Isso pode ser mostrado escrevendo a
equação da energia para escoamento estacionário, incompressível e unidimensional em termos das cargas como
(veja o Capítulo 5):
(8-28)
onde hbomba,u , é a altura útil da bomba fornecida ao fluido, hturbina,e , e é a altura da turbina extraída do fluido, hL
é a perda de altura irreversível entre as seções 1 e 2, V1 e V2 são as velocidades médias nas seções 1 e 2,
respectivamente, e α1 e α2 são os fatores de correção da energia cinética nas seções 1 e 2 (é possível mostrar que
α = 2 para o escoamento laminar completamente desenvolvido e cerca de 1,05 para o escoamento turbulento
completamente desenvolvido). A Equação 8-28 pode ser reorganizada como:
(8-29)
Assim, a queda de pressão ∆P = P1− P2 e a perda de pressão ∆PL = ρ*g*hL , para determinada seção de escoamento
são equivalentes se (1) a seção de escoamento é horizontal para que não haja efeitos hidrostáticos ou de gravidade
(z1 = z2), (2) a seção de escoamento não envolve nenhum dispositivo de trabalho, como uma bomba ou uma
turbina, uma vez que eles alteram a pressão do fluido (hbomba,u = hturbina,e = 0), (3) a área de seção transversal da
seção de escoamento é constante e, portanto, a velocidade média de escoamento é constante (V1 = V2) e (4) os
perfis de velocidade das seções 1 e 2 têm a mesma forma (α1 = α2).
======================================================================
(8-30)
onde θ é o ângulo entre a direção horizontal e a direção do escoamento (Fig. 8-15). O balanço de forças da
Equação 8-9 agora torna-se
(8-31)
Da Equação 8-33, as relações da velocidade média e da vazão volumétrica para escoamento laminar através dos
tubos inclinados são, respectivamente,
(8-34)
que são idênticas às relações correspondentes para os tubos horizontais, exceto que ( ∆P ) é substituído por ( ∆P −
ρ*g*L*senθ ). Assim, os resultados já obtidos para os tubos horizontais também podem ser usados para os tubos
inclinados, desde que ( ∆P ) seja substituído por ( ∆P − ρ*g*L*senθ ) (Fig. 8-16). Observe que θ > 0 e, portanto, senθ
> 0 para o escoamento ascendente e que θ < 0 e, portanto, senθ < 0 para o escoamento descendente.
FIGURA 8-16 Nos tubos inclinados, o efeito
As relações combinado da diferença de pressão e
desenvolvidas para o gravidade movimenta o escoamento. A
escoamento laminar gravidade ajuda o escoamento
completamente descendente, mas se opõe ao
desenvolvido através escoamento ascendente. Assim,
dos tubos horizontais diferenças de pressão muito maiores
também podem ser precisam ser aplicadas para manter
usadas nos tubos uma vazão especificada no escoamento
inclinados, substituindo ascendente, embora isso torne-se
( ∆P ) por importante apenas para os líquidos, já
( ∆P − ρ*g*L*senθ ). que a massa específica dos gases
geralmente é baixa. No caso especial
de não haver escoamento ( = 0),
temos ∆P = ρ*g*L*senθ , que é o que
obtemos da estática dos fluidos
(Capítulo 3).
======================================================================
As tubulações industriais são condutores, isto é, um conjunto de tubos e de acessórios que servem
para o escoamento de fluidos diversos. As tubulações podem ser feitas de diversos materiais, sendo
estes metálicos, não metálicos ou de plástico. Dentro das tubulações industriais, os fluidos
percorrem uma trajetória, podendo esta se dar através de escoamento laminar ou turbulento.
Nesta Dica do Professor, você verá como ocorre o escoamento de fluidos em tubulações industriais
– o tipo de escoamento depende do fluido que irá fluir.
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Tubulações industriais são conexões que transportam fluidos, ou seja, conjunto de acessórios e tubos utilizados em indústrias
que realizam serviços de processamentos alimentícios, químicos, petrolíferos...
Os fluídos utilizados nesses Transportes são óleos, gases, líquidos diversos e industriais e vapores
A tubulação pode ser feita de materiais metálicos e não metálicos. Os metálicos mais comumente utilizados são: aço carbono,
inoxidável, ferro fundido, forjado e nodular, cobre, titânio, chumbo, latão, níquel, entre outros. Os não metálicos, plásticos,
mais comumente utilizados são: acrílico, polietileno, borracha, vidro, cerâmica, concreto, epóxi, entre outros.
A ligação dessas tubulações pode ser realizada através de conexões pneumáticas, que operam com ar comprimido, e de
conexões hidráulicas utilizadas em sistema de água quente e fria, gases e contra incêndio.
Quanto ao emprego das tubulações elas podem ser tubulações instaladas internamente e externamente às instalações
industriais.
O escoamento dentro das tubulações industriais pode ser do tipo laminar ou turbulento, dependendo do tipo de fluido. Para
saber o tipo de escoamento dentro das tubulações industriais, deve-se calcular o número de Reynolds: resultado inferior a
2.000, esse escoamento será laminar e para os turbulentos, maior que 2.400.
O escoamento laminar pode ser exemplificado pelo escoamento de óleo lubrificante com viscosidade alta, cujo fluxo está
passando pelas tubulações industriais de diâmetro, seção e propriedades contínuas em velocidade reduzida.
O escoamento turbulento pode ser exemplificado pelo escoamento de um líquido Industrial com viscosidade baixa, cujo fluxo
está passando pelas tubulações industriais de diâmetro, seção e propriedades variáveis, em velocidade alta.
A baixa velocidade de escoamento está relacionada à alta viscosidade, pois quanto mais viscoso, menor será a capacidade de
escoamento do fluido, ou seja, fluidos viscosos demoraram mais para escorrer pela tubulação. Ao contrário, os menos
viscosos escorreram mais rapidamente, com maior velocidade.
Fluidos com velocidades reduzidas costumam ter escoamento laminar e fluidos com alta velocidade costumam ter
escoamento turbulento. A diferença no comportamento que determina o tipo de escoamento está relacionada às forças que
agem sobre o fluido. Se as forças viscosas predominarem sobre as forças de inércia, o escoamento será laminar. Se as forças
de inércia predominarem, o escoamento será turbulento.
4.2 Exercícios
A) O escoamento laminar é assim classificado em virtude da trajetória escolhida pelo fluido para
percorrer.
D) Para um número de Reynolds entre 1.500 e 2.500, tem-se a transição do escoamento laminar
para o escoamento turbulento.
elm = A é vaga, texto ruim (fluido escolhe...) vou assinalar esta pq apareceu trajetória mais vezes na aula. Mas D
poderia ser considerada, se, em vez de "tem-se" fosse "pode ocorrer".
1 Gab D = O escoamento laminar possui número de Reynolds com valor igual ou inferior a 2.000. A transição do
escoamento laminar para o escoamento turbulento ocorre para valores acima de 2.000 e abaixo de 2.400, ou seja,
2.000<2.400. Para escoamentos turbulentos, tem-se o número de Reynolds igual ou superior a 2.400.
C) Para um número de Reynolds entre 2.500 e 4.500, tem-se a transição do escoamento laminar
para o escoamento turbulento.
2 Gab E = Para um número de Reynolds igual a 1.000, tem-se escoamento laminar. O escoamento
laminar possui número de Reynolds com valor igual ou inferior a 2.000. A transição do escoamento
laminar para o escoamento turbulento ocorre para valores acima de 2.000 e abaixo de 2.400, ou seja,
2.000<2.400. Para escoamentos turbulentos, tem-se o número de Reynolds igual ou superior a 2.400.
C) O escoamento laminar é suave, sem ruídos e com movimentos bem definidos, mas também
pode ser bruto, em algumas etapas, com ruídos e com movimentos aleatórios.
D) O escoamento turbulento é suave, sem ruídos e com movimentos bem definidos, mas
também pode ser, em algumas etapas, com ruídos e com movimentos aleatórios.
E) O escoamento laminar é suave, sem ruídos e com movimentos bem definidos somente
durante a transição para escoamento turbulento. Ao acabar a transição, os movimentos
começam a ser aleatórios.
3 Gab A = O escoamento laminar é suave, sem ruídos e com movimentos bem definidos; já o escoamento
turbulento é bruto, com ruídos e com movimentos aleatórios. As características de ambos são opostas. Durante
a transição do escoamento laminar para o escoamento turbulento, o comportamento do fluido inicia-se
aleatório até se tornar turbulento.
4) Em 1840, Jean Poiseuille realizou experimentos em tubos utilizando fluido líquido e água;
através desse experimento, identificou a velocidade média do escoamento laminar em
tubos. Com base nos conceitos básicos para utilização e cálculo com a equação de Poiseuille,
assinale a alternativa correta.
elm = sem opção correta, devem ter tentado perguntar algo do texto abaixo...
em 31mar23, Mentor responde: Você está certo. Sua sugestão foi enviada à SAGAH.
5) Elementos finitos são aplicados em escoamentos laminares para encontrar velocidades e
pressões de campos vetoriais e são calculados através da equação de Stokes. Com base nos
conceitos básicos de elementos finitos, assinale a alternativa correta.
B) O método de elementos finitos é muito utilizado nos escoamento dos fluidos em diversas
áreas de Engenharia. Através de equações, servem para solucionar problemas em
escoamentos.
elm = seria equação de NAVIER-STOKES, ainda mais que existe uma Lei de Stokes:
5 Gab B = O método de elementos finitos é muito utilizado no escoamento dos fluidos em diversas áreas de
Engenharia. Através de equações, servem para solucionar problemas em escoamentos. A equação de Stokes
relaciona a viscosidade considerando os elementos finitos em escoamento laminar. A equação de Stokes serve para
sistemas não lineares em campos de vetoriais abstratos de diversos tamanhos, traçando o movimento dos fluidos
não rarefeitos em espaço físico.
Osvaldo é engenheiro mecânico e trabalha em uma oficina que faz manutenção em motores de ciclo Otto, de
tamanhos grandes e pequenos
Dessa forma, ele precisa conhecer, detalhadamente, a função das válvulas, o ciclo Otto e a realização de
manutenção periódica, incluindo a regulagem das válvulas.
CICLO OTTO
O ciclo Otto é o mais utilizado em motores de combustão interna. Esse motor opera com quatro fases: admissão,
compressão, expansão e exaustão.
Pelo uso constante, de tanto abrir e fechar as válvulas, ocorre folga de abertura além do tolerado pelo motor.
Assim, deve-se verificar essa folga de tolerância no manual do veículo.
MANUTENÇÃO DO MOTOR
A regulagem deve ser feita de acordo com o manual do fabricante do motor do veículo. Deve-se verificar o
tamanho das folgas em manual e se a manutenção das válvulas deverá ser feita com o motor em alta ou em baixa
temperatura.
4.2 Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Respode aí
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https://youtu.be/KjR0V1Deysc
ver slide selecionado no abaixo
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Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações
Confira, neste livro, os princípios básicos e equações da mecânica dos fluidos com diversos
exemplos do mundo real.
CENGEL, Yunus A.; CIMBALA, Jhon M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 3. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2015.
POTTER, Merle; WIGGERT, David. Mecânica dos fluidos.1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.
WHITE, Frank M. Mecânica dos fluidos. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2018.
SAGAH, 2019.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Bons estudos.
Neste Desafio, você irá analisar uma situação envolvendo a instalação de um sistema de
movimentação de fluidos para uma empresa da indústria alimentícia.
Você é engenheiro e está liderando uma equipe que será responsável pela instalação de um sistema de
movimentação de fluidos para uma empresa da indústria alimentícia.
Porém, ao finalizar a sua explicação, alguns integrantes da equipe fazem as seguintes colocações:
PAULA
A vazão Q não vai sofrer alteração, independente do comprimento L da tubulação.
PEDRO
A vazão Q será afetada pela rugosidade interna e da tubulação, sendo necessário compensar as perdas.
JOÃO
Após determinar a vazão Q, o tipo de fluido utilizado no sistema não influencia na sua movimentação.
JOSÉ
Vamos adquirir uma tubulação com diâmetro inferior a D, assim reduzimos o custo e aumentamos os lucros.
Agora, com as dúvidas de sua equipe levantadas, cabe a você, engenheiro, analisar a situação e comunicar, de
forma correta, caso alguma questão esteja errada.
Após analisar o caso, analise o posicionamento de cada um dos colaboradores, dizendo se estão
certos ou errados, justificando a sua resposta.
Caso as informações ditas pelo colaborador estejam corretas, você apenas deve reforçá-las.
elm: (a) Paula. A vazão pode quase não sofrer alteração com o comprimento L com o uso de uma bomba de
deslocamento positivo de alta eficiência volumétrica. Ao contrário, com uma bomba centrífuga, a vazão
certamente mudará.
(b) Pedro. A mudança de vazão pode ou não ocorrer - ver (a) - mas as perdas tem de ser vencidas para que haja
vazão.
(c) João O fluido usado, sobretudo sua viscosidade é fundamental para determinar as condições de operação,
inclusive, portanto, a vazão.
(d) José. O diâmetro D deve resultar de avaliação técnico-eonômica da aplicação.
Padrão de resposta esperado
Paula, você está incorreta, pois a vazão Q vai sofrer alteração conforme o comprimento L apresenta variações. Isso
ocorre devido ao atrito interno entre a tubulação e o fluido, gerando perda de carga conforme o comprimento da
tubulação aumenta.
Pedro, você está correto. Independente do material ou processo de fabricação utilizado para a obtenção da
tubulação, sempre deve-se considerar a rugosidade interna do material, de forma que seja possível prever as
perdas de cargas, garantindo os níveis de vazão e pressão necessários ao sistema.
João, você está errado, pois cada tipo de fluido tem uma viscosidade diferente, sendo que ela influencia
diretamente no escoamento do fluido. Dessa forma, é preciso certificar-se de que as características do fluido
foram definidas de forma correta, pois o sistema deverá ser dimensionado para determinado tipo de fluido e se,
algum dia, a empresa resolver utilizar outro tipo de fluido, o dimensionamento deverá ser refeito.
José, você também está incorreto, pois uma tubulação com diâmetro inferior a D fará com que a velocidade de
movimentação do fluido aumente e, por consequência, a perda de carga também. Dessa forma, tem-se uma vazão
inferior à vazão determinada no projeto, assim ocasionará em maiores custos para corrigir.
No Infográfico a seguir, você verá como podem ser classificados os fluidos e visualizará as
principais características e exemplos de cada tipo.
De forma geral, os fluidos podem ser classificados em dois tipos distintos: fluido newtoniano ou não newtoniano.
FLUIDO NEWTONIANO
Características:
> Ocorre de uma relação linear entre a tensão de cisalhamento aplicada e a velocidade de deformação
resultante.
> Seu coeficiente de viscosidade dinâmica é constante.
Exemplos:
Água, leite, gases, óleos vegetais e gasolina.
É considerado complexo, pois suas propriedades variam de acordo com a aplicação da tensão de cisalhamento.
Características:
A relação entre tensão de cisalhamento e velocidade de deformação não ocorre de forma linear.
É comumente encontrado no dia a dia, apresentando características tanto de um sólido como de um líquido.
Exemplos:
Lamas, mistura de amido de milho com água e fio de seda.
C.1 Conteúdo do livro
Para compreender melhor a mecânica dos fluidos, é preciso entender de forma mais profunda o
conceito de continuum em relação aos fluidos, que relaciona as interações moleculares dos
elementos químicos. Além disso, também será necessário identificar alguns conceitos relacionados
à movimentação dos fluidos, destacando a viscosidade e os campos de tensão e velocidade.
Leia o capítulo Fluido como continuum, da obra Mecânica dos Fluidos, para conhecer os tipos de
movimentos dos fluidos, para que possa identificá-los e classificá-los com maior facilidade. Tenha
em vista que todos esses conceitos estão interligados, agindo ao mesmo tempo e de forma
contínua.
Boa leitura!
Introdução
A mecânica dos fluidos destina-se à análise e compreensão dos fluidos,
sejam eles estáticos ou dinâmicos. Neste caso, vamos nos ater apenas
aos estudos da estática dos fluidos, devido ao seu papel de destaque
para diversas aplicações na área da engenharia, como em máquinas
hidráulicas, ventilação, hidrelétricas, aeronaves, bem como em uma série
de outros elementos.
Neste capítulo, você reconhecerá a propriedade do fluido como
continuum. Além disso, aprenderá a identificar o campo de velocidade,
o campo de tensões e a viscosidade e descreverá os movimentos dos
fluidos.
(a) (b)
Segundo Çengel e Cimbala (2015), em 1 mm3, a uma temperatura de 20°C sob 1 atm
de pressão, existem cerca de 2,5 ∙ 1016 moléculas de oxigênio.
(1)
4 Fluido como continuum
(2)
Vale a pena salientar que cada uma das componentes u, v e w estará repre-
sentando uma função de x, y, z e t. Dessa maneira, é preciso ficar bem-claro
→
que V (x, y, z, t) indica a velocidade de uma partícula fluida, que está passando
através do ponto, x, y, z, no instante de tempo t.
Para White (2011), cada partícula fluida pode sofrer a ação de dois tipos
de forças:
No caso das forças de campo, essas atuam sobre um volume, o qual apre-
senta massa específica e aceleração. Porém, quando as forças de superfície
agem sobre uma partícula fluida, acabam resultando em tensões. Ou seja,
quando um corpo se movimenta através de um fluido, tensões são desenvolvidas
nesse fluido. Nesse contexto, imagine a superfície de uma partícula fluida
em contato com outras partículas fluidas e considere a força de contato sendo
→
gerada entre elas. Considere apenas uma parte da superfície (δA ) em um ponto
→
qualquer C. A orientação de δA é representada pelo vetor unitário , conforme
ilustrado na Figura 3, a seguir (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014).
Fluido como continuum 5
^
n
Fn
δF
C
δA Ft
Figura 3. Conceito de tensão em um meio contínuo.
Fonte: Adaptada de Fox, McDonald e Pritchard (2011).
Com base nessa figura, Brunetti (2008) complementa que a força pode ser
decomposta em duas componentes: uma normal (Fn) e outra tangente à área (Ft),
permitindo definir a tensão normal (σn) e tensão de cisalhamento (τn), conforme
as Equações (3) e (4), respectivamente. As unidades mais utilizadas nesses
cálculos são o Kgf/m2 do sistema técnico e o N/m2 do sistema internacional.
(3)
(4)
(5)
onde:
(6)
onde:
Conforme Çengel e Cimbala (2015), uma pressão de 201 atm atuando sobre a água
líquida altera a densidade da água em apenas 1%. Por outro lado, no caso dos gases,
uma mudança de pressão de apenas 0,01 atm causa uma mudança de 1% na densidade
dos gases.
Fluido como continuum 11
BISTAFA, S. R. Mecânica dos fluidos: noções e aplicações. São Paulo: Blucher, 2010.
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Person, 2008.
ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 3. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2015.
FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à mecânica dos fluidos. 7. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2011.
FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à mecânica dos fluidos. 8. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2014.
VISION LEARNING. Question #495e9. 2018. Disponível em: https://socratic.org/questio
ns/5a1a33bf11ef6b71068495e9. Acesso em: 02 jul. 2019.
WHITE, F. M. Mecânica dos fluidos. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
Nesta Dica do Professor, você verá como ocorre o escoamento do fluido em relação ao corpo e
como a geometria do corpo sólido, ou a forma da sua superfície, acaba influenciando no aumento
ou na diminuição da força de arrasto.
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Qualquer tipo de movimento só é possível devido ao atrito que ocorre entre duas superfícies: correr no parque ou
andar de carro, por exemplo, são atividades que não seriam impossíveis, caso não existisse o atrito. Seria impossível
deslocar-se de um ponto ao outro.
O atrito também ocorre quando um
corpo entra em contato com um fluido:
esse atrito causa uma força de arrasto,
que está diretamente relacionada a
uma força de sentido oposto a direção
do corpo. Por exemplo, quando um
submarino apresenta uma força de
tração que o impulsiona para frente, o
fluido exerce uma força de arrasto que
impulsiona o submarino para trás.
A força de arrasto que atua em um corpo é o resultado direto de duas características distintas: a viscosidade do
fluido e as características da superfície do corpo.
Em relação à viscosidade: quanto maior, maior será a resistência ao movimento e menor será a capacidade do
fluido de escoar entre o corpo.
Já a superfície do corpo pode influenciar de forma aumentar a força de arrasto assim como também pode ser
responsável por diminuir o atrito causado entre fluido e corpo em movimento.
Num carro de fórmula 1, o aerofólio é utilizado para garantir maior estabilidade ao carro garantindo que ele esteja
sempre em contato com o solo mesmo estando a 300 km por hora. Nos aviões, a asa atua para auxiliar na sua
decolagem.
A) 1800.
B) 3000.
C) 2001.
D) 2100.
E) 2400.
1 Gab E =
A) higrômetro.
B) rotâmetro.
C) cronômetro.
D) termômetro.
E) manômetro.
2 Gab B = O instrumento utilizado para determinar a vazão relacionada ao escoamento de determinado fluido
por uma tubulação é o rotâmetro.Entre as demais opções, esclarece-se que: o higrômetro é um instrumento
que serve para medir a umidade presente nos gases; o cronômetro é um instrumento de medição utilizado para
medir frações do tempo; o termômetro é um instrumento de medição da temperatura; e o manômetro é
amplamente utilizado para medir a pressão dos fluidos.
3) O campo de velocidade é uma propriedade muito importante dos fluidos e é representado
pela seguinte expressão V (x, y, z, t), a qual destaca que uma partícula fluida passa através
dos pontos x, y, z em determinado tempo t.
B) O campo velocidade leva em consideração apenas as três componentes escalaras (x, y, z).
D) As forças de campo agem por intermédio das partículas por meio da pressão e do atrito.
3 Gab A = Para que seja possível determinar o campo de velocidade, além dos três componentes escalares (x, y,
z), é necessário levar em consideração o instante de tempo “t”. Cada partícula fluida sofre a ação de dois tipos
de forças: de superfície e de campo. As forças de campo agem por intermédio das partículas por meio de forças
gravitacionais ou eletromagnéticas. Quando o fluido está em movimento, cada ponto do fluido apresentará uma
tensão normal, a qual será sempre diferente da tensão de cisalhamento.
4) 1. A definição do tipo de escoamento ao qual os fluidos possam estar envolvidos depende
do tipo de fluido utilizado, da sua velocidade ou do sistema em que o fluido estiver
inserido. Nesse contexto, analise as situações a seguir:
Agora, identifique e assinale a alternativa que indica corretamente quais são os tipos de
escoamentos envolvidos, respectivamente, em ambas as situações.
4 Gab E =
B) É possível identificar dois tipos de viscosidade: dos fluidos gasosos e dos fluidos líquidos.
C) A viscosidade representa a taxa de deformação do fluido, que é gerada pela aplicação de uma
determinada tensão de cisalhamento.
5 Gab C = A viscosidade está relacionada à resistência que o fluido apresenta em relação ao movimento de
determinado corpo. Em relação aos líquidos, a viscosidade diminui com o aumento da temperatura. A
viscosidade pode sofrer alterações, tanto para variações de temperatura quanto para variações de pressão,
porém, em muitos casos, as variações de pressão podem ser desprezadas.
C.1 Na prática
Desconsiderando os sistemas elétricos, mecânicos, hidráulicos e eletrônico, o avião só consegue
levantar voo devido à ação de quatro forças fundamentais: sustentação, arrasto, tração e peso.
Na Prática, você irá conhecer um pouco mais sobre as forças de sustentação, arrasto, tração e peso.
Com o surgimento da Segunda Guerra Mundial, os países envolvidos passaram a promover estudos e pesquisas para
aperfeiçoar as aeronaves da época, a fim de obterem alguma vantagem em relação aos seus inimigos. Tal fato permitiu que
novas descobertas fossem realizadas, permitindo que os aviões pudessem ser aperfeiçoados, garantindo mais rapidez, maior
capacidade de carga e melhor dirigibilidade.
Da Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje foi possível desenvolver novas tecnologias que permitem que alguns aviões
ultrapassem a barreira do som, com autonomia elevada e com capacidade de transporte de passageiros que pode ir até 800
pessoas. Porém, de nada adiantaria a tecnologia atual sem o desenvolvimento de estudos referentes à mecânica dos fluidos.
1. FORÇA DE SUSTENTAÇÃO
2. FORÇA DE ARRASTO
É uma força aerodinâmica originada pela resistência do ar, que se opõe ao avanço de um corpo. Essa força depende da forma
do corpo, da sua rugosidade e do efeito induzido resultante da diferença de pressão entre as partes inferior e superior da asa.
3. FORÇA DE TRAÇÃO
É uma força responsável por impulsionar a aeronave para frente, originada de algum tipo de motor. De forma geral, essa
energia pode ser obtida por meio de motores convencionais (ciclo Otto) ou motor à base de reação, como a turbina. Ambos
os tipos utilizam uma mistura ar-combustível como fluido de trabalho.
4. FORÇA PESO
Trata-se da força gravitacional a qual todos os corpos estão sujeitos, sendo que ela atua de forma que o corpo é dirigido
para o centro da terra.
Dessa forma, concluímos que para o avião manter o voo de forma segura e constante, é necessário que a força de sustentação
seja igual ou superior a força peso. Isso inclui analisar e compreender o comportamento das asas do avião em relação ao seu
tamanho, à sua forma e ao seu grau de inclinação.
Claro que todas as forças têm seu papel no processo, porém o desenvolvimento de estudos envolvendo a viscosidade e o
escoamento dos fluidos, ao entrarem em contato com um corpo sólido, permitiram que os aviões utilizados atualmente
fossem desenvolvidos e aperfeiçoados.
C.1 Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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pág html
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https://youtu.be/REVLeg--IpA
#MECFLU 1 Apresentação e Importância da
Mecânica dos Fluidos | por Micelli Camargo
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C.1
BISTAFA, Sylvio R. Mecânica dos fluidos: noções e aplicações. São Paulo: Editora Blucher,
2010.
BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Person Prentice hall, 2008.
ÇENGEL, Yunus A.; CIMBALA, John M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. Porto
Alegre: AMGH, 2012.
FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 8. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2014.
STUDART, Nelson; DAHMEN, Sílvio R. A física do vôo na sala de aula. Física na Escola, v. 7,
n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num2/v13a07.pdf>. Acesso em: 24
jul. 2019.
WHITE, Frank M. Mecânica dos fluidos. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
SAGAH, 2019.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Escoamentos compressíveis
C.2
Apresentação
Escoamento compressível é aquele em que o fluxo do fluido sofre mudança quando sua densidade
se altera em relação à pressão. Além disso, tem a massa específica variável. Esse tipo de
escoamento é bem presente em diversos equipamentos e máquinas da engenharia que operam
com a utilização de fluido, como aviões, automóveis, turbomáquinas, entre outros.
Bons estudos.
Você é o engenheiro mecânico que trabalha em um aeroporto e precisa realizar a manutenção em aviões que
têm aerofólios em suas asas, responsáveis por controlar a sustentação do avião durante o voo.
Há um avião cujo aerofólio não está funcionando como deveria, pois não está permitindo o escoamento de ar
em torno dele. Por isso, deverá ser feita uma análise sobre esse problema, visando ao conserto da peça para
que o avião volte a realizar voos de forma segura.
Nessa situação em que o avião não está funcionando como deveria devido à falta de escoamento
de ar em torno dele, responda: Como é possível resolver o problema da passagem de ar em torno
do aerofólio?
elm = Supondo que não haja problema estrutural, o problema deve ser no sistema de acionamento do aerofólio,
provavelmente servo-hidráulico.
O escoamento está ocorrendo porque o ar passa através do aerofólio e pelo comprimento do avião e o ar é um
fluido compressível, por isso o escoamento é compressível. Quando um avião se movimenta no ar, há uma força
que impulsiona o avião para cima. Por isso, o aerofólio do avião possibilita que as partículas do ar percorram a
parte superior e inferior do avião com velocidades distintas. Ao aumentar a velocidade do fluido, haverá
aumento de pressão com o ar em movimento, originando a força de sustentação. Para resolver o problema,
deverá ser analisada a condição do aerofólio e realizada a manutenção corretiva ou ainda a substituição do
aerofólio, caso este esteja quebrado, já que o avião está com problemas na passagem de ar ao longo do
comprimento do avião.
C.2 Infográfico
O escoamento compressível acontece quando há alterações significativas de algumas
características do fluido em escoamento. Esse escoamento apresenta características diferenciadas
em relação aos outros tipos de escoamentos existentes e é muito comum em gases, não sendo um
escoamento recorrente em líquidos.
O escoamento compressível é o escoamento dos gases. Muitos desses gases se comportam como gases ideais por
terem temperaturas e pressões moderadas. Para haver escoamento compressível, o fluido em escoamento deverá
ser compressível.
São aqueles que apresentam a densidade alterada em relação à pressão e têm número de Mach superior a 0,3.
CARACTERÍSTICAS
Os gases têm características diferenciadas dos líquidos, pois se expandem facilmente e podem ser comprimidos ao
serem aplicadas pressões sobre eles. Com isso, têm também o seu volume alterado. Quando é aplicada
determinada força sobre um fluido compressível, é mais fácil comprimi-lo do que outros tipos de fluidos.
VARIAÇÕES
Os escoamentos compressíveis apresentam significativas alterações de massa específica dentro de um sistema de
escoamento. Além de grande variação na densidade, têm também grande variação no volume.
Eles têm muitas variações de velocidade (V) e de pressão (P), resultando em alterações de massa específica (ρ) e
temperatura (T).
Como existe variação de pressão e temperatura, os escoamentos compressíveis obedecem a Primeira Lei da
Termodinâmica, na qual se estabelece a conservação de energia e também a equação de estado.
APLICAÇÕES
A equação de estado relaciona pressão, densidade e temperatura de substâncias puras, entre elas os gases
Escoamento compressível é o tipo de escoamento comum em equipamentos e máquinas que utilizam gases (ar e
vapor) para o seu funcionamento, tais como aeronaves, turbinas a jato e turbinas de usinas termoelétricas.
C.2 Conteúdo do livro
Escoamentos compressíveis acontecem quando as variações de massa específica significativas
ocorrem entre dois pontos de uma linha de corrente. Fluidos gasosos precisam ter variações de
massa específica significativas para serem considerados aptos a terem um escoamento
compressivo. Escoamentos isentrópicos, supersônicos e de Fanno são tipos de escoamentos
compressíveis que ocorrem com gases que demonstram características diferenciadas em relação a
outros tipos de escoamento.
No capítulo Escoamentos compressíveis, da obra Mecânica dos Fluídos você conhecerá esses tipos
de escoamentos compressíveis que apresentam comportamentos específicos durante o
escoamento.
Boa leitura.
elm = como sempre, livro laranja, amontoado de excertos de outros livros. Ver cópia cap do Cengel após
Conteúdo do Livro...
Escoamentos compressíveis
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará sobre escoamentos compressíveis, aqueles
cujo número de Mach (M) é maior que 0,3 e que podem ser dos tipos
isoentrópico e supersônico, os quais são bastante utilizados no ramo da
engenharia.
Você também verá equações básicas desses tipos de escoamentos
compressíveis e sobre linha de Fanno, um tipo de escoamento cujo nome
é em homenagem ao engenheiro que realizou ensaios experimentais
com fluidos compressíveis.
ou
Δs = s2 – s1 = 0
Figura 2. Escoamento compressível em um tubo de corrente infinitesimal. Fonte: Fox et al. (2018, p. 620).
4 Escoamentos compressíveis
tendo:
dP = – ρV dV
ρAV = constante
e
Escoamentos compressíveis 5
ou
Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre escoamentos compressíveis e eficiência
isoentrópica.
https://qrgo.page.link/9NogM
Figura 3. Formas de bocal e difusor como uma função do número inicial de Mach.
Fonte: Fox et al. (2018, p. 621).
ρ1V1 = ρ2V2
Por meio do link a seguir, você pode acessar o vídeo que mostra detalhadamente os
escoamentos compressíveis em turbinas e compressores.
https://qrgo.page.link/wtxPT
Leituras recomendadas
BISTAFA, S. R. Mecânica dos fluidos: noções e aplicações. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2018.
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2008.
COELHO, J. C.M. Energia e fluidos: mecânica dos fluidos. São Paulo: Blucher, 2016. v. 2.
HIBBELER, R. C. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson, 2016.
Escoamento Compressível
Em geral, limitamos até agora nossas considerações a escoamentos para os quais os efeitos das variações da
densidade e, portanto, da compressibilidade são desprezíveis. Neste capítulo, suprimimos essa limitação e
consideramos os escoamentos que envolvem variações significativas da densidade. Tais escoamentos são
chamados escoamentos compressíveis, e frequentemente, podem ser encontrados em dispositivos que envolvem o
escoamento de gases a velocidades muito altas. O escoamento compressível combina a dinâmica dos fluidos e a
termodinâmica, já que as duas são necessárias para o desenvolvimento do fundamento teórico necessário. Neste
capítulo, desenvolvemos as relações gerais associadas aos escoamentos compressíveis de um gás ideal com calores
específicos constantes.
Iniciamos este capítulo apresentando os conceitos do estado de estagnação, velocidade do som e número de
Mach para os escoamentos compressíveis. As relações entre as propriedades estáticas e de estagnação dos fluidos
são desenvolvidas para os escoamentos isentrópicos dos gases ideais, e são expressas como funções das razões de
calores específicos e do número de Mach. Os efeitos das variações de área para os escoamentos isentrópicos
unidimensionais subsônicos e supersônicos são discutidos. Esses efeitos são ilustrados levando-se em conta o
escoamento isentrópico através de bocais convergentes e convergentes-divergentes. O conceito de ondas de
choque e da variação das propriedades do escoamento através de ondas de choque normais e oblíquas é
discutido. Finalmente, consideramos os efeitos do atrito e da transferência de calor sobre os escoamentos
compressíveis e desenvolvemos relações para as variações de propriedades.
(12-1)
Quando a energia potencial do fluido é desprezível, a entalpia de estagnação representa a energia total de um
escoamento de fluido por unidade de massa. Isso simplifica a análise termodinâmica dos escoamentos de alta
velocidade.
Em todo este capítulo, a entalpia comum é denominada entalpia estática sempre que necessário, para distingui-la
da entalpia de estagnação. Observe que a entalpia de estagnação é uma propriedade combinada de um fluido,
assim como a entalpia estática, e essas duas entalpias tornam-se idênticas quando a energia cinética do fluido é
desprezível.
FIGURA 12-2
Considere o escoamento permanente de
O escoamento
um fluido através de um duto, como um
permanente de um
bocal, um difusor ou alguma outra
fluido através de um
passagem de escoamento, na qual o
duto adiabático.
escoamento ocorre de forma adiabática
e sem trabalho de eixo ou elétrico, como
mostra a Fig. 12 2.
Assumindo que o fluido experimenta uma pequena ou nenhuma variação em sua elevação e em sua energia
potencial, a relação de balanço de energia ( ) para esse dispositivo de corrente única em escoamento
permanente se reduza:
(12-2) ou (12-3)
Ou seja, na ausência de qualquer interação de calor e trabalho e de variações na energia potencial, a entalpia de
estagnação de um fluido permanece constante durante um processo de escoamento permanente. Os escoamentos
através de bocais e difusores em geral atendem essas condições, e qualquer aumento da velocidade do fluido
nesses dispositivos cria uma diminuição equivalente da entalpia estática do fluido.
Se o fluido fosse parado completamente, a velocidade no estado 2 seria zero e a Equação 12-2 se tornaria:
Assim, a entalpia de estagnação representa a entalpia de um fluido quando ele é levado ao repouso de forma
adiabática.
Durante um processo de estagnação, a energia cinética de um fluido é convertida em entalpia (energia interna
energia de escoamento), o que resulta em um aumento da temperatura e da pressão do fluido. As propriedades de
um fluido no estado de estagnação são chamadas de propriedades de estagnação (temperatura de estagnação,
pressão de estagnação, densidade de estagnação, etc.). O estado de estagnação e as propriedades de estagnação
são indicados pelo subscrito 0.
O estado de estagnação é chamado de estado de estagnação isentrópico quando o processo de estagnação é
reversível e também adiabático (ou seja, isentrópico). A entropia de um fluido permanece constante durante um
processo de estagnação isentrópico. Os processos de estagnação real (irreversível) e isentrópico são mostrados no
diagrama h-s da Fig. 12-3.
Observe que a entalpia de estagnação do fluido (e a
FIGURA 12-3
temperatura de estagnação caso o fluido seja um
O estado real,
gás ideal) é igual nos dois casos. Entretanto, a
o estado de
pressão de estagnação real é mais baixa do que a
estagnação
pressão de estagnação isentrópica, uma vez que a
real e o estado
entropia aumenta durante o processo de
de estagnação
estagnação real como resultado do atrito no fluido.
isentrópico de
Muitos processos de estagnação são aproximados
um fluido em
como isentrópicos, e as propriedades de
um diagrama
estagnação isentrópica são chamadas
h-s.
simplesmente de propriedades de estagnação.
Quando o fluido é aproximado como um gás ideal
com calores específicos constantes, sua entalpia
pode ser substituída por ele a Equação 12-1 pode
ser expressa como:
ou (12-4)
Aqui, T0 é chamada de temperatura de estagnação (ou total), e representa a temperatura que um gás ideal atinge
quando é levado ao repouso de forma adiabática. O termo V^2 / (2*cp) , corresponde à elevação de temperatura
durante tal processo e é chamada de temperatura dinâmica. Por exemplo, a temperatura dinâmica do ar que escoa
a 100 m/s é (100 m/s)^2 / (2*1,005 kJ/kg-K) = 5,0 K. Assim, quando o ar a 300 K e 100 m/s é levado ao repouso de
forma adiabática (na ponta de uma sonda de temperatura, por exemplo), sua temperatura se eleva até o valor de
estagnação de 305 K (Fig. 12-4). Observe que os escoamentos de baixa velocidade, as temperaturas de estagnação
e estática (ou comum) praticamente são iguais. Mas, para escoamentos de alta velocidade, a temperatura medida
por uma sonda estacionária colocada no fluido (a temperatura de estagnação) pode ser significativamente mais alta
do que a temperatura estática do fluido.
A pressão que um fluido atinge quando é levado ao repouso de forma isentrópica é chamada de pressão de
estagnação P0 . Para os gases ideais com calores específicos constantes, P0 está relacionada à pressão estática do
fluido por:
(12-5)
Observando que ρ = 1/v e usando a relação isentrópica P*v^k = P0*v0^k , a relação entre a densidade de
estagnação e a densidade estática pode ser expressa como:
(12-6)
Quando as entalpias de estagnação são usadas, não há necessidade de se referir explicitamente à energia cinética.
Em seguida, o balanço de energia , de um dispositivo de corrente única em escoamento permanente pode
ser expresso como:
(12-7)
onde h01 e h02 são as entalpias de estagnação nos estados 1 e 2, respectivamente. Quando o fluido é um gás ideal
com calores específicos constantes, a Equação 12-7 torna-se:
(12-8)
Análise (a) Em condições isentrópicas, a pressão de estagnação na entrada do compressor (saída do difusor) pode
ser determinada com a equação 12-5. Entretanto, primeiro, precisamos encontrar a temperatura de estagnação
T01 , na entrada do compressor. Dentro das hipóteses declaradas, T01 pode ser determinada com a Equação 12-4
como:
Ou seja, a temperatura do ar aumentaria em 31,1°C e a pressão em 26,72 kPa à medida que o ar é desacelerado de
250 m/s até a velocidade zero. Esses aumentos da temperatura e pressão do ar são devido à conversão da energia
cinética em entalpia. (b) Para determinar o trabalho do compressor, precisamos conhecer a temperatura de
estagnação do ar na saída do compressor T02 . A razão da pressão de estagnação através do compressor, P02 /
P01 , é especificada como 8. Como o processo de compressão é assumido como isentrópico, T02 pode ser
determinada da relação isentrópica do gás ideal (Equação 12-5):
Desprezando as variações da energia potencial e a transferência de calor, o trabalho do compressor por unidade de
massa de ar é determinado com a Equação 12-8:
Discussão Observe que o uso das propriedades de estagnação leva em conta automaticamente todas as variações
da energia cinética de uma corrente de fluido.
======================================================================================================
12-2 ESCOAMENTO ISENTRÓPICO UNIDIMENSIONAL
Um parâmetro importante no estudo do escoamento compressível é a velocidade do som c, mostrada no
Capítulo 2, que está relacionada com outras propriedades do fluido como:
(12-9) ou (12-10)
(12-12)
Durante o escoamento do fluido através de muitos dispositivos, como bocais, difusores e passagens de palhetas de
turbina, as quantidades de escoamento variam primariamente apenas na direção do escoamento, e o escoamento
pode ser aproximado como escoamento isentrópico unidimensional com um bom nível de exatidão. Assim, ele
merece consideração especial. Antes de apresentar uma discussão formal sobre o escoamento isentrópico
unidimensional, nós ilustramos alguns de seus aspectos importantes com um exemplo.
======================================================================================================
Os resultados para outros degraus de pressão são resumidos na Tabela 12-1 e são mostrados no gráfico da Fig. 12-7.
Tabela 12-1
Variação das propriedades do fluido na direção do escoamento de
duto descrito no Exemplo 12-2 para = 3 kg/s = constante.
Observamos pelo Exemplo 12-2 que a área de escoamento diminui com a diminuição da pressão até um valor de
pressão crítica, no qual o número de Mach é a unidade e, em seguida, começa a aumentar à medida que a pressão
é reduzida. O número de Mach é a unidade no local da menor área de escoamento, chamado garganta (Fig. 12-8).
Observe que a velocidade do fluido continua aumentando após passar pela garganta, embora a área de
escoamento aumente rapidamente naquela região. Esse aumento da velocidade após a garganta deve-se à rápida
diminuição da densidade do fluido. A área de escoamento do duto considerada nesse exemplo primeiramente
diminui e, em seguida, aumenta. Tais dutos são chamados de bocais convergentes-divergentes. Esses bocais são
usados para acelerar os gases até velocidades supersônicas e não devem ser confundidos com os bocais de Venturi,
que são usados exclusivamente para o escoamento incompressível. O primeiro uso de tal bocal ocorreu em 1893
em uma turbina a vapor desenvolvida pelo engenheiro sueco Carl G. B. de Laval (1845-1913) e, portanto, os bocais
convergentes-divergentes também são chamados de bocais de Laval.
FIGURA 12-8
A seção transversal de um
bocal na mínima área de
escoamento é chamada de
garganta.
(12-16)
Essa é uma relação importante para o escoamento isentrópico em dutos, uma vez que descreve a variação da
pressão com a área de escoamento. Observamos que A ρ V são quantidades positivas. Para o escoamento
subsônico (Ma< 1), o termo (1 − Ma^2) é positivo e, portanto, dA e dP devem ter o mesmo sinal. Ou seja, a pressão
do fluido deve aumentar à medida que a área de escoamento do duto aumenta, e deve diminuir à medida que a
área de escoamento do duto diminui. Assim, a velocidades subsônicas, a pressão diminui nos dutos convergentes
(bocais subsônicos) e aumenta nos dutos divergentes (difusores subsônicos).
Para o escoamento supersônico (Ma > 1), o termo (1 − Ma^2) é negativo e, portanto, dA e dP devem ter sinais
opostos. Ou seja, a pressão do fluido deve aumentar à medida que a área de escoamento do duto diminui, e deve
diminuir à medida que a área de escoamento do duto aumenta. Assim, a velocidades supersônicas, a pressão
diminui nos dutos divergentes (bocais supersônicos) e aumenta nos dutos convergentes (difusores supersônicos).
Outra relação importante para o escoamento isentrópico de um fluido é obtida pela substituição de (ρV = − dP/dV)
da Equação 12-14 na Equação 12-16:
(12-17)
Esta equação determina a forma de um bocal ou difusor no escoamento isentrópico subsônico ou supersônico.
Observando que A e V são quantidades positivas, concluímos o seguinte:
Assim, a forma adequada de um bocal depende da mais alta velocidade desejada em relação à velocidade sônica.
Para acelerar um fluido, devemos utilizar um bocal convergente a velocidades subsônicas e um bocal divergente a
velocidades supersônicas. As velocidades encontradas nas aplicações mais conhecidas estão bem abaixo da
velocidade sônica e, portanto, é natural visualizarmos um bocal como um duto convergente. Porém, a mais alta
velocidade que pode ser atingida por um bocal convergente é a velocidade sônica, que ocorre na saída do bocal. Se
estendermos o bocal convergente ainda mais, diminuindo a área de escoamento, esperando acelerar o fluido até
velocidades supersônicas, como mostra a Fig. 12-10, muito provavelmente vamos nos desapontar. Agora a
velocidade sônica ocorrerá na saída da extensão convergente, em vez da saída do bocal original, e a vazão mássica
através do bocal diminuirá por causa da área de saída reduzida.
Figura 12-11
Variação das propriedades do escoamento em bocais e difusores subsônicos e supersônicos.
Relações de propriedades para escoamento isentrópico de gases ideais
A seguir, desenvolvemos relações entre as propriedades estáticas e de estagnação de um gás ideal em termos da
razão de calor específico k e do número de Mach Ma. Assumimos que o escoamento é isentrópico e que o gás tem
calores específicos constantes.
A temperatura T de um gás ideal em qualquer parte do escoamento está relacionada com a temperatura de
estagnação T0 por meio da Equação 12-4:
ou
Substituindo, temos:
(12-18)
A razão entre a pressão de estagnação e a pressão estática é obtida substituindo a Equação 12-18 na Equação 12-5:
(12-19)
A razão entre a densidade de estagnação e a densidade estática é obtida substituindo a Equação 12-18 na Equação
12-6:
(12-20)
Os valores numéricos de T0/T , P0/P e ρ0/ρ , são listados em função do número de Mach na Tabela A-13 para k = 1,4
e são muito úteis para os cálculos práticos do escoamento compressível que envolve o ar.
As propriedades de um fluido em um local onde o número de Mach é a unidade (a garganta) são chamadas de
propriedades críticas e as razões das Equações 12-18 a 12-20 são chamadas de razões críticas (Fig. 12-12). É prática
comum na análise do escoamento compressível deixar que o asterisco sobrescrito (*) represente os valores críticos.
Definindo Ma = 1 nas Equações 12-18 a 12-20 temos:
(12-21)
(12-22)
(12-23)
Figura 12-12
Quando Mat = 1 , as propriedades na garganta do
bocal tornam-se as propriedades críticas.
Essas razões são avaliadas para diversos valores de k e estão listadas na Tabela 12-2. As propriedades críticas do
escoamento compressível não devem ser confundidas com as propriedades termodinâmicas das substâncias no
ponto crítico (como a temperatura crítica Tc e a pressão crítica Pc).
======================================================================================================
Observando que a temperatura e pressão de estagnação são, do Exemplo 12-2, T0 = 473 K e P0 = 1.400 kPa, vemos
que a temperatura e pressão críticas neste caso são:
Discussão: Observe que esses valores coincidem com aqueles listados na quinta linha da Tabela 12-1, como já era
esperado. Da mesma forma, outros valores diferentes de propriedades na garganta indicariam que o escoamento
não é crítico e que o número de Mach não é igual a um.
======================================================================================================
12-3 ESCOAMENTO ISENTRÓPICO ATRAVÉS DE BOCAIS
Bocais convergentes
Considere o escoamento subsônico através de um bocal convergente, como mostra a Fig. 12-14. A entrada do bocal
é ligada a um reservatório à pressão Pr e temperatura Tr . O reservatório é suficientemente grande para que a
velocidade de entrada do bocal seja desprezível. Como a velocidade do fluido no reservatório é zero e o
escoamento através do bocal é aproximado como isentrópico, a pressão e a temperatura de estagnação do fluido
em qualquer seção transversal através do bocal são iguais à pressão e à temperatura do reservatório,
respectivamente.
Agora começamos a reduzir a contrapressão e a observar os efeitos resultantes sobre a distribuição da pressão ao
longo do comprimento do bocal, como mostra a Fig. 12-14. Se a contrapressão Pb for igual a P1 , que é igual a Pr ,
não há escoamento e a distribuição da pressão é uniforme ao longo do bocal. Quando a contrapressão é reduzida
para P2, a pressão no plano de saída Pe , também cai para P2 Isso faz com que a pressão ao longo do bocal
diminua na direção do escoamento.
Quando a contrapressão é reduzida para P3 (= P* que é a pressão necessária para aumentar a velocidade do fluido
até a velocidade do som no plano de saída ou garganta), a vazão mássica atinge um valor máximo e diz-se que o
escoamento está bloqueado. Uma maior redução da contrapressão até o nível P4 , ou abaixo dele não resulta em
variações adicionais na distribuição da pressão ou em qualquer outra coisa ao longo do comprimento do bocal.
FIGURA 12-14 Sob condições de escoamento
O efeito da permanente, a vazão mássica através do
contra- bocal é constante e pode ser expressa
pressão como:
sobre a
distribuição
da pressão ao
longo de um
bocal
convergente.
Resolvendo T da Equação 12-18 e P da
Equação 12-19 e substituindo, temos:
(12-24)
(12-25)
Assim, para um gás ideal particular, a vazão mássica máxima através de um bocal com determinada área de
garganta é fixada pela pressão e temperatura de estagnação do escoamento de entrada. A vazão mássica pode ser
controlada pela variação da pressão ou temperatura de estagnação e, portanto, um bocal convergente pode ser
usado como um medidor de vazão. A vazão também pode ser controlada, obviamente, variando a área da
garganta. Esse princípio é de importância vital para os processos químicos, dispositivos médicos, medidores de
vazão e em toda parte onde o fluxo de massa de um gás deve ser conhecido e controlado.
Um gráfico de versus Pb/P0 para um bocal convergente é mostrado na Fig. 12-15. Observe que a vazão
mássica aumenta com a diminuição de Pb/P0, atinge um máximo em Pb = P* e permanece constante para valores
de Pb/P0 menores do que essa razão crítica. Essa figura também ilustra o efeito da contrapressão sobre a pressão
de saída do bocal Pe. Observamos que:
Resumindo, para todas as contrapressões abaixo da pressão crítica P*, a pressão no plano de saída do bocal
convergente Pe é igual a P*, o número de Mach no plano de saída é a unidade e a vazão mássica é a vazão máxima
(ou bloqueada). Como a velocidade do escoamento é sônica na garganta para a vazão máxima, uma contrapressão
mais baixa do que a pressão crítica não pode ser sentida no escoamento a montante do bocal, e não afeta a vazão.
elm= 1,2,3,4,5,Pb ver fig 12-14
Figura 12-16
A variação da vazão mássica de um bocal com
propriedades de estagnação de entrada.
(12-26)
A Tabela A-13 fornece os valores de A/A* como função do número de Mach para o ar (k = 1,4). Existe um valor de
A/A* para cada valor do número de Mach, mas existem dois valores possíveis do número de Mach para cada valor
de A/A* - um para escoamento subsônico e outro para escoamento supersônico.
Outro parâmetro também utilizado na análise do escoamento isentrópico unidimensional dos gases ideais é Ma*,
que é a relação entre a velocidade local e a velocidade do som na garganta:
(12-27)
onde Ma é o número de Mach local, T é a temperatura local e T* é a temperatura crítica. Resolvendo T da Equação
12-18 e T* da Equação 12-21 e substituindo, temos:
(12-28)
Os valores de Ma* também estão listados na Tabela A-13 versus o número de Mach para k = 1,4 (Fig. 12-17).
Observe que o parâmetro Ma* difere do número de Mach, pois Ma* é a velocidade local adimensionalizada com
relação à velocidade sônica da garganta, enquanto Ma é a velocidade local adimensionalizada com relação à
velocidade sônica local. (Lembre-se que a velocidade sônica de um bocal varia com a temperatura e, portanto, com
a localização.)
FIGURA 12-17
Diversas razões de
propriedade para
escoamento isentrópico
através de bocais e
difusores são listadas na
Tabela A-13 para k = 1,4
(ar) por questões de
conveniência.
======================================================================================================
Propriedades: O calor específico à pressão constante e a razão de calor específico do ar são cp = 1,005 kJ/kg.K e k =
1,4.
Análise: Usamos os subscritos i e t para representar as propriedades na entrada do bocal e na garganta,
respectivamente. A temperatura e pressão de estagnação na entrada do bocal são determinadas com as Equações
12-4 e 12-5:
Esses valores de temperatura e pressão de estagnação permanecem constantes através do bocal, uma vez que o
escoamento é assumido como isentrópico. Ou seja:
A razão de pressão crítica é determinada da Tabela 12-2 (ou da Equação 12-22) como P*/P0 = 0,5283.
Assim:
que é menor do que a razão de pressão crítica, 0,5283. Portanto, existem condições sônicas no plano de saída
(garganta) do bocal e Ma = 1. O escoamento é bloqueado neste caso, e a vazão mássica através do bocal pode ser
calculada da Equação 12-25:
Portanto, o escoamento está bloqueado e a velocidade na saída do orifício é a velocidade do som. Em seguida, as
propriedades de fluxo na saída resultam:
Discussão A vazão mássica diminui com o tempo à medida que a pressão dentro do pneu cai.
======================================================================================================
Bocais convergentes-divergentes
Quando pensamos em bocais, normalmente pensamos nas passagens de escoamento cuja área de seção
transversal diminui na direção do escoamento. Entretanto, a mais alta velocidade com a qual um fluido pode ser
acelerado em um bocal convergente é limitada à velocidade sônica (Ma = 1), que ocorre no plano de saída
(garganta) do bocal. A aceleração de um fluido a velocidades supersônicas (Ma > 1) pode ser atingida apenas pela
agregação de uma seção de escoamento divergente ao bocal subsônico na garganta. A seção de escoamento
combinado resultante é um bocal convergente-divergente, que é o equipamento padrão na aviação supersônica e
na propulsão de foguetes (Fig. 12-20).
Figura 12-20
Os bocais convergentes-
divergentes normalmente
são usados nos motores de
foguetes para fornecer alto
empuxo. (Direita) NASA.
Forçar um fluido através de um bocal convergente-divergente não é garantia de que o fluido será acelerado até
uma velocidade supersônica. Na verdade, o fluido pode ser desacelerado na seção divergente em vez de ser
acelerado quando a contrapressão não estiver dentro do intervalo correto. O estado do escoamento do bocal é
determinado pela razão de pressões Pb/P0. Assim, para determinadas condições de entrada, o escoamento através
de um bocal convergente-divergente é governado pela contrapressão Pb como será explicado a seguir.
Considere o bocal convergente-divergente da Fig. 12-21. Um fluido entra no bocal com velocidade baixa à pressão
de estagnação P0. Quando Pb = P0 (caso A) não haverá escoamento através do bocal. Isso é esperado, uma vez
que o escoamento em um bocal é movido pela diferença de pressão entre a entrada e a saída do bocal. Agora
vamos examinar o que acontece à medida que a contrapressão diminui.
1. Quando P0 > Pb > PC , o
escoamento permanece subsônico
em todo o bocal, e o escoamento
de massa é menor do que aquele do
escoamento bloqueado. A
velocidade do fluido aumenta na
primeira seção (convergente) e
atinge o máximo na garganta (mas
Ma< 1). Entretanto, a maior parte
do ganho de velocidade se perde na
segunda seção (divergente) do
bocal que age como um difusor. A
pressão diminui na seção
convergente, atinge um mínimo na
garganta e aumenta às custas da
velocidade na seção divergente.
2. Quando Pb = PC a pressão da
garganta torna-se P* e o fluido
atinge a velocidade sônica na
garganta. Mas a seção divergente
do bocal ainda age como um
difusor, diminuindo a velocidade do
fluido até velocidades subsônicas. A
vazão mássica que diminuía com a
diminuição de Pb também atinge
seu valor máximo. Lembre-se de
que P* é a pressão mais baixa que
pode ser obtida na garganta e a
velocidade sônica é a mais alta
velocidade que pode ser atingida
com um bocal convergente. Assim,
a diminuição adicional de Pb não
tem influência sobre o escoamento
de fluido da parte convergente do
bocal ou sobre a vazão mássica
através do bocal. Entretanto, ela
influencia o caráter do escoamento
na seção divergente.
Propriedades A razão de calor específico do ar é dada como k = 1,4. A constante de gás do ar é 0,287 kJ/kg.K.
Análise: O número de saída de Mach é dado como 2. Assim, o escoamento deve ser sônico na garganta e
supersônico na seção divergente do bocal. Como a velocidade de entrada é desprezível, a pressão e a temperatura
de estagnação são iguais à temperatura e pressão da entrada, P0 = 1,0 MPa e T0 = 800 K. Assumindo o
comportamento do gás ideal, a densidade de estagnação é:
Assim:
Da mesma forma:
(b) Como o escoamento é isentrópico, as propriedades no plano de saída também podem ser calculadas usando os
dados da Tabela A-13. Para Ma = 2 lemos que:
Assim:
A velocidade de saída do bocal também poderia ser determinada com Ve = Mae . ce , onde ce é a velocidade do
som às condições de saída:
(c) Como o escoamento é permanente, a vazão mássica do fluido é a mesma em todas as seções do bocal. Assim,
ela pode ser calculada usando as propriedades de qualquer seção transversal do bocal. Usando as propriedades na
garganta, encontramos que a vazão mássica é:
Discussão Observe que essa é a mais alta vazão mássica possível que pode escoar através desse bocal para as
condições de entrada especificadas.
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O princípio de conservação da energia (Equação 12-31) exige que a entalpia de estagnação permaneça constante
através do choque; h01 = h02 . Para os gases ideais h = h(T) e, portanto:
(12-34)
Ou seja, a temperatura de estagnação de um gás ideal também permanece constante através do choque. Observe,
porém, que a pressão de estagnação diminui através do choque por causa das irreversibilidades, enquanto a
temperatura comum (estática) sobe drasticamente por causa da conversão da energia cinética em entalpia, devido
a uma grande queda na velocidade do fluido (veja Fig. 12-26).
Agora desenvolvemos relações entre as diversas propriedades antes e após o choque para um gás ideal com calores
específicos constantes. Uma relação entre as razões de temperaturas estáticas T2 / T1 , é obtida pela aplicação da
Equação 12-18 duas vezes:
Figura 12-26
Variação das
propriedades de
escoamento e
através de um
choque normal
em um gás ideal.
Dividindo a primeira equação pela segunda e
observando que T01 = T02 temos:
(12-35)
Da equação de estado do gás ideal:
(12-36)
A Equação 12-37 é uma combinação entre as equações de conservação da massa e da energia. Assim, ela também é
a equação da linha de Fanno para um gás ideal com calores específicos constantes. Uma relação semelhante para a
linha de Rayleigh pode ser obtida combinando as equações da conservação da massa e do momento linear. Da
Equação 12-32:
Entretanto:
Assim:
ou
Linha de Rayleigh: (12-38)
Isso representa as intersecções das linhas de Fanno e Rayleigh e relaciona o número de Mach a montante do
choque com aquele a jusante do choque
A ocorrência de ondas de choque não se limita aos bocais supersônicos. Esse fenômeno também é observado na
entrada do motor de um avião supersônico, onde o ar passa através de um choque e desacelera até velocidades
subsônicas antes de entrar no difusor do motor (Fig. 12-27). As explosões também produzem poderosos choques
normais esféricos de expansão, os quais podem ser bastante destrutivos (Fig. 12-28).
FIGURA 12-27
A entrada de ar de um avião de caça supersônico é projetado de
tal forma que uma onda de choque na entrada desacelera o ar a
velocidades subsônicas, aumentando a pressão e temperatura do
ar antes de ele entrar no motor. Stock Trek/Getty RF
FIGURA 12-28
A imagem Schlieren da onda provocada por uma explosão (choque normal esférico em expansão)
produzida pela explosão de um fogo de artifício. O choque expandiu radialmente para fora em
todas as direções a uma velocidade supersônica que diminui com o raio a partir do centro da
explosão. Um microfone detectou a mudança repentina da pressão da onda de choque de
passagem e disparou o flash de microssegundo que expôs a fotografia. StockTrek /Getty Images
As diversas razões de propriedade de escoamento através do choque são listadas na Tabela A-14 para um gás ideal
com k = 1,4. A inspeção dessa tabela revela que Ma2 (o número de Mach após o choque) sempre é menor do que 1,
e que quanto maior for o número de Mach supersônico antes do choque, menor será o número de Mach subsônico
após o choque. Da mesma forma, vemos que a pressão estática, a temperatura e a densidade aumentam após o
choque, enquanto a pressão de estagnação diminui.
A variação da entropia através do choque é obtida pela aplicação da equação de variação da entropia de um gás
ideal através do choque:
(12-40)
======================================================================================================
Para um choque muito fino com variação desprezível da área do duto através do choque, a equação da
continuidade do escoamento permanente (conservação da massa) pode ser expressa como:
que é a equação da linha de Fanno na forma diferencial. No ponto a (o ponto de entropia máxima) ds = 0. Assim,
para a segunda relação T ds (T ds = dh − v dP) temos dh = v dP = dP / ρ . Substituindo, resulta:
Resolvendo V, temos:
que é a relação para a velocidade do som, Equação 12-9. Deste modo, V = c . Prova concluída!
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Se o ar que escoa através do bocal convergente-divergente do Exemplo 12-6 experimenta uma onda de choque
normal no plano de saída do bocal (Fig. 12-30), determine o seguinte após o choque: (a) A pressão de estagnação, a
pressão estática, a temperatura estática e a densidade estática (b) A variação da entropia através do choque (c) A
velocidade de saída e (d) A vazão mássica através do bocal. Vamos assumir o escoamento permanente,
unidimensional e isentrópico com k = 1,4 da entrada do bocal até o local do choque.
Figura 12-30
Esquema do
Exemplo 12-8.
Hipóteses (1) O ar é um gás ideal com calores específicos constantes à temperatura ambiente. (2) O escoamento
através do bocal é permanente, unidimensional e isentrópico antes do choque ocorrer. (3) A onda de choque
ocorre no plano de saída.
Propriedades O calor específico à pressão constante e a razão de calores específicos do ar são cp = 1,005 kJ/kg.K e k
= 1,4. A constante de gás do ar é 0,287 kJ/kg.K.
Análise (a) As propriedades do fluido na saída do bocal imediatamente antes do choque (indicado pelo subscrito 1)
são aquelas avaliadas no Exemplo 12-6 na saída do bocal como:
As propriedades do fluido após o choque (indicados pelo subscrito 2) estão relacionadas àquelas anteriores ao
choque através das funções listadas na Tabela A-14. Para Mat = 2,0 , lemos:
Em seguida, a pressão de estagnação P02 a pressão estática P2 a temperatura estática T2 e densidade estática ρ2
após o choque são:
Assim, a entropia do ar aumenta à medida que ele passa por um choque normal, que é altamente irreversível.
(c) A velocidade do ar após o choque pode ser determinada com V2 = Ma2*c2, onde c2 é a velocidade do som às
condições de saída após o choque:
(d) A vazão mássica através de um bocal convergente-divergente com condições sônicas na garganta não é
afetada pela presença das ondas de choque no bocal. Portanto, a vazão mássica neste caso é igual àquela
determinada no Exemplo 12-6:
Discussão Este resultado pode ser facilmente verificado, usando os valores das propriedades na saída do bocal após
o choque para todos os números de Mach significativamente maiores do que a unidade.
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O Exemplo 12-8 ilustra que a pressão de estagnação e a velocidade diminuem enquanto a pressão estática, a
temperatura, a densidade e a entropia aumentam através do choque (Fig. 12-31). A elevação da temperatura do
fluido a jusante de uma onda de choque é uma das grandes preocupações da engenharia aeroespacial, porque ela
cria problemas de transferência de calor sobre as bordas de ataque das asas e cones do nariz nos veículos de
reentrada espacial e nos aviões espaciais hipersônicos que estão sendo propostos recentemente. Na verdade, o
superaquecimento levou à trágica perda do ônibus espacial Columbia, em fevereiro de 2003, durante a reentrada
na atmosfera terrestre.
FIGURA 12-31
Quando um domador de leões estala seu chicote, uma onda de
choque esférica fraca se forma perto da ponta e se espalha
radialmente; a pressão no interior da onda de choque em
expansão é maior que a pressão do ar ambiente, e é isso que
causa o estalo quando a onda de choque atinge a orelha do
leão. Joshua Ets-Hokin/Getty RF
Choques oblíquos
Nem todas as ondas de choque são choques normais (perpendiculares à direção do escoamento). Por exemplo,
quando o ônibus espacial viaja a velocidades supersônicas através da atmosfera, ele produz um padrão de choque
complicado que consiste em ondas de choque inclinadas chamadas de choques oblíquos (Fig. 12-32). Como você
pode ver, algumas partes de um choque oblíquo são curvas, enquanto outras partes são retas.
Figura 12-33
Um choque oblíquo
de ângulo de choque
β (beta) formado por
uma cunha delgada e
bidimensional de
semiângulo δ (delta).
Figura 12-32 O escoamento é
Imagem Schlieren de um modelo pequeno girado com ângulo de
do ônibus espacial Orbiter sendo testado deflexão θ (theta) a
em Mach 3 no túnel de vento supersônico jusante do choque e o
do Laboratório de Dinâmica dos Gases na
número de Mach
Universidade do Estado da Pensilvânia.
Vários choques oblíquos são vistos no ar diminui.
ao redor da nave espacial. Joshua Ets-
Hokin/Getty Images.
Em primeiro lugar, consideramos os choques oblíquos retos, como aqueles produzidos quando um escoamento
supersônico uniforme (Ma1 > 1) colide com uma cunha delgada e bidimensional em semiângulo δ (delta) (Fig.
12-33). Como as informações sobre a cunha não podem viajar a montante em um escoamento supersônico, o
fluido não "sabe" nada sobre a cunha até atingir o nariz. Nesse ponto, como o fluido não pode escoar através da
cunha, ele gira repentinamente através de um ângulo chamado de ângulo de virada ou ângulo de deflexão θ
(theta). O resultado é uma onda de choque oblíqua reta, alinhada ao ângulo de choque ou ângulo de onda β (beta),
medido em relação ao escoamento incidente (Fig. 12-34). Para conservar a massa, β (beta) , obviamente, deve ser
maior do que δ (delta). Como o número de Reynolds para os escoamentos supersônicos em geral é grande, a
camada limite que cresce ao longo da cunha é muito fina e ignoramos seus efeitos. Portanto, o escoamento gira
com o mesmo ângulo da cunha, isto é, o ângulo de deflexão θ (theta) é igual ao semiângulo da cunha δ (delta). Se
levarmos em conta o efeito da espessura de deslocamento da camada limite (Capítulo 10), o ângulo de deflexão θ
(theta) e do choque oblíquo é ligeiramente maior do que o semiângulo da cunha δ (delta).
Assim como os choques normais, o número de Mach diminui através de um choque oblíquo, e os choques oblíquos
são possíveis apenas se o escoamento a montante for supersônico. Entretanto, ao contrário dos choques normais,
nos quais o número de Mach a jusante sempre é subsônico, Ma2 a jusante de um choque oblíquo pode ser
subsônico, sônico ou supersônico, dependendo do número de Mach a montante Ma1 e do ângulo de deflexão.
onde A é a área da superfície de controle que é paralela ao choque. Como A é igual em ambos os lados do choque,
ela foi deixada de fora na Equação 12-41.
Como você esperava, o componente tangencial da velocidade (paralela ao choque oblíquo) não varia através do
choque, ou seja, V1,t = V2,t . Isso é comprovado facilmente pela aplicação da componente tangencial da equação de
momento linear no volume de controle.
Quando aplicamos a conservação do momento linear na direção normal ao choque oblíquo, as únicas forças são as
forças da pressão, e obtemos:
(12-42)
Finalmente, como não há trabalho realizado pelo volume de controle e nenhuma transferência de calor para dentro
ou para fora do volume de controle, a entalpia de estagnação não varia através de um choque oblíquo e o resultado
da conservação da energia é:
(12-43)
Uma comparação cuidadosa revela que as equações para a conservação de massa, quantidade de movimento e
energia (Equações 12-41 a 12-43) através de um choque oblíquo são idênticas àquelas de um choque normal,
exceto que são escritas em termos apenas da componente normal da velocidade. Assim, as relações de choque
normais deduzidas anteriormente aplicam-se aos choques oblíquos também, mas devem ser escritas em termos de
números de Mach Ma1,n e Ma2,n normais ao choque oblíquo. Isso pode ser visualizado melhor girando os vetores
de velocidade da Fig. 12-34 com o ângulo π/2−β (pi/2-beta), para que o choque oblíquo pareça estar na vertical
(Fig. 12-35). A trigonometria resulta em:
(12-44)
onde Ma1,n = V1,n / c1,n e Ma2,n = V2,n / c2,n . Sob o ponto de vista da Fig. 12-35, vemos aquilo que se parece com
um choque normal, mas com algum escoamento tangencial sobreposto "que vem de carona". Assim:
Todas as equações, tabelas de choque e outras informações para os choques normais aplicam-se também
aos choques oblíquos, desde que usemos apenas os componentes normais do número de Mach.
Para o ângulo de choque β (beta) conhecido e o número de Mach a montante conhecido Ma1 usamos a primeira
parte da Equação 12-44 para calcular Ma1,n , e, em seguida, utilizamos a tabela de choques normais (ou suas
equações correspondentes) para obter Ma2,n . Se também for conhecido o ângulo de deflexão θ (theta) ,
poderíamos calcular Ma2 com a segunda parte da Equação 12-44. Mas, em uma aplicação normal, conhecemos β
ou θ (beta ou theta) , mas não ambos. Felizmente, um pouco mais de álgebra nos oferece uma relação entre θ
(theta) , β (beta) e Ma1 . Começamos observando que tg β = V1,n / V1,t e tg(β−θ) = V2,n / V2,t (Fig. 12-35). Mas
como V1,t = V2, t , combinamos essas duas expressões e temos:
(12-45)
onde também usamos a Equação 12-44 e a quarta equação da Fig. 12-36. Aplicamos as identidades trigonométricas
a cos 2β e tg (β−θ) , a saber:
A Equação 12-46 fornece o ângulo de deflexão θ como uma função exclusiva do ângulo de choque β , da razão de
calor específico k e do número de Mach a montante Ma1 . Para o ar (k = 1,4), fazemos um gráfico de θ versus β
para diversos valores de Ma1 na Fig. 12-37. Observamos que esse gráfico quase sempre é apresentado com os
eixos invertidos [ β versus θ ] nos livros sobre escoamento compressível, uma vez que fisicamente o ângulo de
choque β é determinado pelo ângulo de deflexão θ.
É possível aprender muita coisa estudando a Fig. 12-37, e listamos algumas observações abaixo:
>> A Figura 12-37 exibe a variedade completa de possíveis ondas de choque, da mais fraca para a mais forte, para
um determinado número de Mach de uma corrente livre. Para um valor qualquer do número de Mach Ma1 maior
do que 1, os valores possíveis de θ variam de θ = 0° para algum valor de β entre 0 e 90° até um valor máximo θ =
θmax para um valor intermediário de β e, em seguida, voltando a θ = 0° para β = 90°. Os choques oblíquos retos
para θ ou β fora desse intervalo não podem existir e não existem. A Ma1 = 1,5 , por exemplo, os choques oblíquos
retos não podem existir no ar com o ângulo de choque β menor do que cerca de 42° , nem com o ângulo de
deflexão θ maior do que cerca de 12°. Se o semiângulo da cunha δ for maior do que θmax , o choque torna-se
curvo e se separa do nariz da cunha, formando o que chamamos de choque oblíquo separado ou uma onda de
proa (Fig. 12-38). O ângulo de choque β do choque separado é 90° no nariz, mas β diminui à medida que o choque
se curva a jusante. É muito mais complicado analisar os choques destacados do que os choques oblíquos retos
simples. Na verdade, não existem soluções simples e a previsão dos choques destacados exige métodos
computacionais (Capítulo 15).
Mach a jusante=1
Mach a montante
infinito
FIGURA 12-37 _ A dependência do ângulo de deflexão de choque oblíquo reto θ sobre o ângulo de choque β
para diversos valores do número de Mach a montante Ma1 . Os cálculos referem-se a um gás ideal com k =
1,4 . A linha cinza tracejada conecta os pontos de ângulo de deflexão máxima θ = θmax . Os choques oblíquos
fracos estão à esquerda dessa linha, enquanto os choques oblíquos fortes estão à direita dessa linha. A linha
azul tracejada conecta os pontos nos quais o número de Mach a jusante é sônico (Ma2 = 1). O escoamento
supersônico a jusante (Ma2 > 1) está à esquerda dessa linha, enquanto o escoamento subsônico a jusante
(Ma2 < 1) está à direita dessa linha.
FIGURA 12-38
Um choque oblíquo separado (destacado) ocorre a
montante de uma cunha bidimensional de semiângulo
δ, quando δ é maior do que o ângulo máximo possível
de deflexão θmax . Um choque desse tipo é chamado de
onda de proa, por causa de sua semelhança com a onda
de água que se forma na proa de um navio.
δ = semiângulo
de cunha
FIGURA 12-39 _ Quadros fixos de vídeo Schlieren ilustrando a separação de um choque oblíquo
de um cone com o aumento de semiângulo do cone no ar a Mach 3. A (a) δ = 20° e (b) δ = 40° , o
choque oblíquo permanece colado, mas a (c) δ = 60°, o choque oblíquo se separou, formando
uma onda de proa. Fotografia de G. S. Settles, Universidade do Estado da Pensilvânia. Usada com permissão.
>> Um comportamento similar de choque oblíquo é observado no escoamento axissimétrico sobre cones, como
mostra a Fig. 12-39, embora a relação θ - β - Ma para os escoamentos axissimétricos seja diferente daquele da
Equação 12-46.
>> Quando o escoamento supersônico colide com um corpo rombudo (ou grosso) - um corpo sem um nariz com
ponta afiada, o semiângulo da cunha δ no nariz é 90°, e não pode existir um choque oblíquo ligado,
independentemente do número de Mach. Na verdade, um choque oblíquo separado ocorre na frente de todos
esses corpos com nariz rombudo, sejam eles bidimensionais, axissimétricos ou totalmente tridimensionais. Por
exemplo, um choque oblíquo destacado é visto na frente do modelo do ônibus espacial da Fig. 12-32 e na frente de
uma esfera na Fig. 12-40.
FIGURA 12-40
O gráfico de sombras de uma esfera de 1/2 in
de diâmetro em voo livre através do ar a Ma =
1,53. O escoamento é subsônico atrás da parte
da onda de proa que está à frente da esfera e
sobre a superfície de volta a cerca de 45°. A
cerca de 90° a camada limite laminar se separa
através de uma onda de choque oblíqua e
torna-se rapidamente turbulenta. A esteira
flutuante gera um sistema de perturbações
fracas que se combinam na segunda onda de
choque de "re-compressão". Fotografia de A. C.
Charters, encontrada em Van Dyke (1982).
>> Embora θ seja uma função exclusiva de Ma1 e de β para determinado valor de k , existem dois valores possíveis
de β para θ < θmax . A linha cinza tracejada da Fig. 12-37 passa através do local dos valores θmax , dividindo os
choques em choques oblíquos fracos ( o menor valor de β ) e choques oblíquos fortes ( o maior valor de β ). A
determinado valor de θ , o choque fraco é mais comum e é "preferido" pelo escoamento, a menos que as condições
de pressão a jusante sejam suficientemente altas para a formação de um choque forte.
>> Para determinado número de Mach a montante Ma1 , existe um valor exclusivo de θ para o qual o número de
Mach a jusante Ma2 é exatamente 1. A linha azul tracejada da Fig. 12-37 passa através do local dos valores onde
Ma2 = 1. À esquerda dessa linha Ma2 > 1 e à direita dessa linha Ma2 < 1 . As condições sônicas a jusante ocorrem no
lado do choque fraco do gráfico, com θ muito próximo de θmax . Assim, o escoamento a jusante de um choque
oblíquo forte sempre é subsônico (Ma2 < 1). O escoamento a jusante de um choque oblíquo fraco permanece
supersônico, exceto por um intervalo estreito de θ abaixo de θmax onde ele é subsônico, embora ainda seja chamado
de choque oblíquo fraco.
>> À medida que o número de Mach a montante se aproxima de infinito, os choques oblíquos retos tornam-se
possíveis para qualquer β entre 0 e 90°, mas o ângulo máximo possível de virada para k = 1,4 (ar) é θmax ≅ 45,6°,
que ocorre a β = 67,8°. Os choques oblíquos retos com ângulos de virada acima desse valor não são possíveis,
independentemente do número de Mach.
>> Para determinado valor do número de Mach a montante, existem dois ângulos de choque nos quais não há
virada do escoamento (θ = 0°) : o caso forte, β = 90°, corresponde a um choque normal, e o caso fraco, β = βmin
representa o choque oblíquo mais fraco possível naquele número de Mach que é chamado de onda de Mach. As
ondas de Mach são causadas, por exemplo, por não uniformidades muito pequenas nas paredes de um túnel de
vento supersônico (várias delas podem ser vistas nas Figuras 12-32 e 12-29). As ondas de Mach não têm efeito
sobre o escoamento, uma vez que o choque é tão fraco que tende a desaparecer. Na verdade, no limite, as ondas
de Mach são isentrópicas. O ângulo de choque das ondas de Mach é uma função exclusiva do número de Mach e
recebe o símbolo µ (mi), que não deve ser confundido com o coeficiente de viscosidade. O ângulo µ é chamado
de ângulo de Mach e é encontrado definindo como zero na Equação 12-46, resolvendo β = µ , e tomando a menor
raiz. Obtemos:
Figura 12-41
Um leque de expansão na parte superior do
escoamento formado por uma cunha
bidimensional com um ângulo de ataque em
um escoamento supersônico. O escoamento é
girado com o ângulo θ e o número de Mach
aumenta através de leque de expansão. Os
ângulos de Mach a montante e a jusante do
leque de expansão são indicados. Apenas três
ondas de expansão são mostradas por
simplicidade, mas, na verdade, existe um
número infinito delas. (Um choque oblíquo está
presente na parte inferior desse escoamento)
As ondas de expansão de Prandtl-Meyer são inclinadas no ângulo local de Mach µ (mi) , representado na Fig. 12-41.
O ângulo de Mach da primeira onda de expansão é determinado facilmente como µ1 = sen−1 (1/Ma1) . Da mesma
forma, µ2 = sen−1 (1/Ma2) , onde devemos ter atenção e medir cuidadosamente o ângulo relativo à nova direção
do escoamento a jusante da expansão, a saber, paralelo à parede superior da cunha da Fig. 12-41 se desprezamos a
influência da camada limite ao longo da parede. Mas como determinamos Ma2 ? Acontece que o ângulo de virada
através do leque de expansão pode ser calculado por integração, utilizando as relações de escoamento isentrópico.
Para um gás ideal, o resultado é (Anderson, 2003):
onde ν(Ma) (ni de Ma) é um ângulo chamado função de Prandtl-Meyer (não confundir com a viscosidade
cinemática):
(12-49)
Observe que ν(Ma) (ni de Ma) é um ângulo e pode ser calculado em graus ou radianos. Fisicamente, ν(Ma) é o
ângulo através do qual o escoamento deve se expandir, começando com ν = 0 a Ma = 1 , para atingir um número
de Mach supersônico Ma > 1 .
Para encontrar Ma2 para valores conhecidos de Ma1 , k e θ , calculamos ν(Ma1) da Equação 12-49, ν(Ma2) da
Equação 12-48 e, em seguida, Ma2 da Equação 12-49, observando que a última etapa envolve a solução de uma
equação implícita para Ma2 . Como não há transferência de calor ou trabalho e o escoamento pode ser aproximado
como isentrópico através da expansão, T0 e P0 permanecem constantes e utilizamos as relações de escoamento
isentrópico deduzidas anteriormente para calcular outras propriedades de escoamento a jusante da expansão,
como T2 , ρ2 (rho2) e P2 .
FIGURA 12-42 (a) Um cilindro cônico de semiângulo de 12,5° em um escoamento com número de Mach de 1,84. A
camada limite torna-se turbulenta logo a jusante do nariz, gerando ondas de Mach que são visíveis neste gráfico
por sombras. As ondas de expansão são vistas nos cantos e nas bordas de fuga do cone. (b) Um padrão similar
para escoamento de Ma 3 em uma cunha 2-D de 11°. Fotografia de A. C. Charters, encontrada em Van Dyke (1982). (b)
Fotografia de G. S. Settles, Universidade do Estado da Pensilvânia. Usada com autorização.
Os leques de expansão de Prandtl-Meyer também ocorrem nos escoamentos supersônicos axissimétricos, como
nos cantos e bordas de fuga de um cilindro cônico (Fig. 12-42). Algumas interações bastante complexas e, para
alguns de nós, muito bonitas que envolvem as ondas de choque e as ondas de expansão ocorrem no jato
supersônico produzido por um bocal "superexpandido", como na Fig. 12-43. Quando tais configurações são visíveis
no escape de um motor de um avião a jato, os pilotos o chamam de "rabo de tigre". A análise de tais escoamentos
está além do escopo deste texto; os leitores interessados devem consultar livros sobre escoamento compressível,
como Thompson (1972), Leipmann e Roshko (2001) e Anderson (2003).
FIGURA 12-43
As interações complexas entre as ondas de
choque e as ondas de expansão em um jato
supersônico "superexpandido".
(a) O escoamento é visualizado por um
interferograma diferencial do tipo Schlieren.
(b) Imagem Schlieren.
(c) Configuração de choque de "rabo de
tigre”.
(a) Foto de H. Oertelsen. Reproduzida por cortesia do
Instituto de Pesquisa Franco Germânico em Saint
Louis, ISL Usado com permissão. (b) Foto de G. S.
Settles, Universidade do Estado da Pensilvânia.
Usada com permissão. (c) Foto cortesia do Joint
Strike Fighter Program, Departamento de Defesa.
======================================================================================================
SOLUÇÃO Devemos estimar o número de Mach pela figura e compará-lo com o valor conhecido.
Análise Usando um transferidor, medimos o ângulo das linhas de Mach no escoamento de corrente livre: µ (mi) ≅
19°. O número de Mach é obtido com a Equação 12-47:
Nosso número de Mach estimado coincide com o valor experimental de 3,0 ± 0,1.
Análise: Devido à hipótese 2, aproximamos a deflexão do choque oblíquo como sendo igual ao semiângulo da
cunha, ou seja, θ(theta) ≅ δ(delta) = 10°. Com Ma1 = 2,0 e θ(theta) = 10° resolvemos a Equação 12-46 para os dois
valores possíveis do ângulo de choque oblíquo β(beta): βfraco = 39,3° e βforte = 83,7°. A partir desses valores,
usamos a primeira parte da Equação 12-44 para calcular o número de Mach normal a montante Ma1,n :
Substituímos esses valores de Ma1,n na segunda equação da Fig. 12-36 para calcular o número de Mach normal a
jusante Ma2,n . Para o choque fraco Ma2,n = 0,8032 e para o choque forte Ma2,n = 0,5794. Calculamos também a
pressão a jusante para cada caso, usando a terceira equação da Figura 12-36 que resulta em:
Finalmente, usamos a segunda parte da Equação 12-44 para calcular o número de Mach a jusante:
As variações no número de Mach e a pressão através do choque forte são muito maiores do que a variação através
do choque fraco, como era esperado.
Discussão: Como a Equação 12-46 é implícita em β(beta) , nós a resolvemos por uma abordagem interativa ou com
um resolvedor de equações como o EES. Para os casos de choque oblíquo fraco e forte Ma1,n é supersônico e
Ma2,n é subsônico. Entretanto, Ma2 é supersônico através do choque oblíquo fraco, mas subsônico através do
choque oblíquo forte. Poderíamos também ter usado as tabelas de choque normal no lugar das equações, mas com
perda de precisão.
======================================================================================================
EXEMPLO 12-11 Cálculos de onda de expansão de Prandtl-Meyer
Ar supersônico a Ma1 = 2,0 e 230 kPa escoa paralelamente a uma parede plana que se expande repentinamente
com δ(delta) = 10° (Fig. 12-45). Ignorando todos os efeitos causados pela camada limite ao longo da parede,
calcular o número de Mach a jusante Ma2 a pressão P2 .
Análise: Devido à hipótese 2, aproximamos o ângulo de deflexão total como igual ao ângulo de expansão da parede,
ou seja, θ(theta) ≅ δ(delta) = 10° . Com Ma1 = 2,0 resolvemos a Equação 12-49 para a função de Prandtl-Meyer a
montante:
Ma2 é encontrado resolvendo a Equação 12-49, que é implícita - um resolvedor de equações é útil. Obtemos Ma2 =
2,38. Existem também calculadores de escoamento compressível na Internet, os quais resolvem essas equações
implícitas, juntamente com as equações de choque normal e oblíquo. Por exemplo, consulte www.aoc.vt.edu/-
devenpor/aoe3114/calc.html.
Como essa é uma expansão, o número de Mach aumenta e a pressão diminui como esperado.
Discussão Também poderíamos resolver a temperatura, densidade e outros dados a jusante usando as relações
isentrópicas apropriadas.
======================================================================================================
12-5 ESCOAMENTO EM DUTO COM TRANSFERÊNCIA DE CALOR E ATRITO DESPREZÍVEL (ESCOAMENTO DE RAYLEIGH)
C.2 Dica do professor
Os choques normais são ondas oblíquas presentes em escoamentos compressíveis supersônicos e
costumam acontecer quando o escoamento se curva sobre ele mesmo. Esse tipo de acontecimento
pode ocorrer em escoamentos compressíveis supersônicos de equipamentos e máquinas muito
comuns na engenharia, como, por exemplo, aviões e foguetes.
Nesta Dica do Professor, você verá mais informações sobre os choques normais.
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Nesta dica do professor você verá como ocorrem os choques normais, fenômenos comuns em escoamentos
compressíveis supersônicos.
Choques normais são ondas oblíquas e irreversíveis que costumam
acontecer em escoamentos compreensíveis supersônicos, podendo
ser tanto escoamentos internos quanto externos. Esses choques
normais ocorrem pelas intermitências das propriedades do fluido
durante o escoamento.
O escoamento compressível supersônico possui o número de
Mach M maior que 1.
Esta figura mostra uma forte onda de choque com pressão fixa.
Para o cálculo de alterações de todas as propriedades do fluido
durante o escoamento e da velocidade que atinge a onda, deve-se
utilizar as equações unidimensionais de escoamento permanente
levando em conta que o montante seja a seção 1 e a jusante a
seção 2.
As equações básicas
utilizadas em
escoamentos com
choques normais são:
equação de continuidade;
equação da quantidade
de movimento; equação
da energia; equação do
gás perfeito.
A entropia é o grau de desordem de determinado sistema. A segunda lei da termodinâmica diz: num sistema
termicamente isolado, a medida da entropia deve sempre aumentar com o tempo, até atingir o seu valor máximo.
Havendo decréscimo e pressão no choque normal resulta em alteração de entropia negativada, algo que não está
de acordo com a segunda lei da termodinâmica.
A segunda lei da termodinâmica é uma lei bastante utilizada em máquinas e equipamentos de engenharia, pois é a
lei que estabelece a transferência de calor entre os corpos trazendo equilíbrio térmico ao sistema em que estão
alocados esses corpos ou objetos. A entropia é fundamental na segunda lei da termodinâmica que tem relação
com a conservação de energia.
Os choques normais ocorrem em fluidos compressíveis com escoamento supersônico, sendo comum ocorrer em
máquinas de fluidos, por exemplo, bastante utilizadas na área da engenharia.
C.2 Exercícios
A) Escoamento em duto com área constante, entalpia de estagnação constante, fluxo de massa
constante, mas com quantidade de movimento variável (devido ao atrito) é denominada linha
de Fanno. elm = A ok, mas é def de ESCOAMENTO de FANNO,
C) Escoamento em duto com área variável, entalpia de estagnação variável, fluxo de massa
variável, mas com quantidade de movimento variável (devido ao atrito) é denominada linha de
Fanno.
A) É feita por meio da combinação das relações de conservação da altura e de momento linear
em uma única equação e, fazendo um gráfico no diagrama h-s, tem-se uma curva chamada
linha de Rayleigh.
B) É feita por meio da combinação das relações de conservação de tempo e de momento linear
em uma única equação e, fazendo um gráfico no diagrama h-s, tem-se uma curva chamada
linha de Rayleigh.
D) É feita por meio da combinação das relações de atrito e de momento linear em uma única
equação e, fazendo um gráfico no diagrama h-s, temos uma curva chamada linha de Rayleigh.
E) É feita por meio da combinação das relações de conservação de massa e de momento linear
em uma única equação e, fazendo um gráfico no diagrama h-s, temos uma curva chamada
linha de Rayleigh.
C) As ondas de choques são inexistentes nas asas de uma aeronave supersônica, de uma
explosão de grande magnitude, de um motor a jato e em frente ao projétil no cano de uma
arma de fogo.
E) Quanto maior for o número de Mach antes do choque, menos forte será o choque.
Em compressores dinâmicos, o impelidor transfere energia para o ar, pela qual é recebida de um acionador. O
escoamento do impelidor é recebido pelo difusor que promove a transformação da energia cinética do ar em
entalpia adquirindo pressão. A compressão ocorre de forma contínua controlando o volume.
========================================
Luiz é um engenheiro e trabalha em uma indústria especializada em fabricação de compressores de ar industrial e
manutenção desses equipamentos. Sabendo que os compressores utilizam escoamento compressível para operarem
(o ar), há um equipamento com defeito em seu funcionamento, pois ele está com dificuldades de comprimir o ar.
A questão é que Luiz precisa retificar esse problema para que o equipamento volte a funcionar devidamente,
conforme solicitação de seu cliente. Veja quais foram os procedimentos realizados pelo engenheiro para resolver
esse problema.
========================================
Luiz sabe que os problemas de não comprimir o ar podem ser devido ao escape do ar e a falta de pressão suficiente
para admitir o ar.
elm =Ebook Prof Rodrigo Lisita Ribera - Ciências Térmicas - pdf 173 p. - tem curso online
https://www.cienciastermicas.com/pdf/FT2/EscoamentosCompressiveis.pdf
NotAulaPt_Mec_Escoamento_Compressivel_prof_RiberaRL_2020_173p_Inwork
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Termodinâmica: T7.3 ENTROPIA: escoamentos
compressíveis e eficiência isentrópica
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https://youtu.be/nY3DgvdI20k
Fisica Babel
3min
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C.2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
FOX, R. W. et al. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
POTTER, M. C.; WIGGERT, D. C. Mecânica dos fluidos. Porto Alegre: Bookman, 2018.
SAGAH, 2019.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Bons estudos.
Como analogia a uma possível situação em sua vida profissional, veja o seguinte caso:
Você precisará encher uma piscina infantil com água em diferentes condições de escoamento.
Assim, você precisa encher uma piscina infantil com água no verão.
O escoamento do fluido (água) depende da velocidade, entre outros parâmetros.
Considerando o mesmo fluido (ou seja, água), com mesma temperatura e mesmo diâmetro da
tubulação em virtude das variáveis relacionadas ao escoamento, responda:
b) E se você mudar para uma torneira com a vazão maior, o tempo de preenchimento da piscina
será menor? O valor da vazão e o tipo de escoamento têm relação entre si?
elm = a) Geralmente escoamento laminar ocorre com Re baixo e turbulento Re alto, logo é de se esperar que o
preenchimento da piscina seja mais rápido com escoamento turbulento.
b1) Maior vazão reduz o tempo de enchimento.
b2) O número de Reynolds é um adimensional importante para considerar na relação entre vazão e o tipo de
escoamento.
Neste Infográfico, você verá sobre o deslocamento de fluido dentro de duas tubulações: um
projeto simples e outro mais complexo.
Não!
No capítulo Escoamentos viscosos internos, da obra Mecânica dos fuidos, você verá uma introdução
do conceito de escoamento em canais abertos. Além disso, você saberá como é possível diferenciar
os dois tipos de escoamento: laminar e turbulento. Por fim, você verá sobre a perda de carga do
fluido dentro de uma tubulação.
Boa leitura.
Introdução
Neste capítulo, você aprenderá mais detalhes sobre escoamentos internos
viscosos. O assunto parece complicado, em virtude da nomenclatura
usada pela área de mecânica dos fluidos. Todavia, serão demonstrados
conceitos usados de forma simples, por meio de exemplos do seu dia a
dia. Sistemas de tubulação fazem mais parte do cotidiano do que você
imagina.
A água que chega à torneira da sua casa precisa de tubulações para
que se desloque desde a estação de tratamento de água até a sua casa.
O fluido, nesse caso, é a água. Considera-se, então, a viscosidade por ser
uma medida numérica relacionada à resistência que o fluido apresenta
ao escoar.
A palavra “escoamento” está focada no deslocamento e na movi-
mentação do fluido dentro de uma região. Já o termo “viscoso” está
relacionado à viscosidade do fluido em questão, ou seja, a viscosidade
de fluido é considerada nos cálculos desses problemas. E finalmente, o
termo “interno” está voltado ao escoamento realizado dentro de tubos,
dutos com diferentes formatos.
Este capítulo tratará do escoamento de fluidos dentro de tubulações.
Você saberá diferenciar escoamentos laminar e turbulento entre placas e
tubos, assim como analisar os que passam em canais. Por fim, calculará
perdas de carga nos escoamentos laminar e turbulento.
2 Escoamentos viscosos internos
Como você já deve ter percebido, temos mecanismos diferentes para os dois
sistemas. Isso porque, dentro de tubulação com tubos, é possível exercer de
forma eficaz pressão no sistema, e o fluido acaba se deslocamento em função
dessa diferença de pressão ao longo da linha. Já no sistema de tubulação por
calha aberta, o mecanismo que promove o escoamento é a força da gravidade,
facilitando o escoamento da água da chuva para o reservatório ou o próprio
chão. A gravidade faz o mesmo no escoamento em tubulação fechada, mas a
diferença de pressão exerce maior proporção dentro do escoamento (MORAN
et al., 2005).
Portanto, a principal diferença entre os dois sistemas de escoamento está
focada no mecanismo que promove o deslocamento.
(1)
(2)
(3)
Figura 7. Diferenças entre diâmetro da tubulação, com valores respectivos da perda de carga.
Fonte: Adaptada de Moran et al. (2005).
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O escoamento em canal aberto representa um escoamento em que o fluido tem contato com a superfície, ou seja,
entra em contato com a pressão atmosférica. Exemplos práticos: um rio, um canal ou a calha de um telhado de
uma casa.
A força motriz durante o escoamento em canal está focada na presença de duas laterais e um fundo. Em um
mesmo canal, seções transversais possuem velocidades tridimensionais diferentes.
No escoamento fechado, a tubulação encontra-se completamente cheia de fluido, não há contato com a
atmosfera. O fluido dentro de uma tubulação fechada pode ser líquido ou gasoso e a sua força motriz para o
deslocamento do fluido é focada na diferença de pressão dentro da linha.
Os escoamentos em canais abertos são conduzidos pela gravidade e não pela interferência no valor de pressão. Em
uma tubulação fechada, não há interferência da pressão atmosférica.
Os escoamentos em canais abertos são foco de estudo para diferentes áreas da engenharia. O deslocamento das
águas de rios, o deslocamento das águas das chuvas e até o movimento de ondas no oceano são estudados pela
engenharia e há grande quantidade de literatura especializada nessa área.
Os perfis de velocidade são bastante complexos. Como a velocidade máxima ocorre geralmente no plano médio,
em torno de 20% abaixo da superfície em canais largos, e em rasos, a velocidade máxima fica próxima à superfície,
e o perfil da velocidade é descrito por uma função logarítmica desde o fundo até a superfície.
Considerando as condições normais, o fluido possui um movimento uniforme, ou seja, a velocidade média da água
é constante ao longo do canal.
Considerando as condições normais:
- O fluido possui um movimento uniforme, ou seja, a velocidade média da água é constante ao longo do canal.
- A vazão é calculada pela multiplicação da área da seção molhada pela velocidade do escoamento.
- É importante destacar que a velocidade de escoamento depende de dois tipos de coeficiente de rugosidade, raio
hidráulico e da declividade do fundo.
No escoamento em canais abertos, a parte superior do líquido está sujeita a pressão atmosférica e o movimento
do fluido não depende da pressão existente e sim da inclinação do fundo do canal e da superfície da água. Os
canais podem possuir formas diferentes das suas seções transversais. O fluxo uniforme deve satisfazer às
seguintes condições: profundidade da água, a área do fluxo de descarga e a velocidade de distribuição devem
permanecer com o mesmos valores em todas as seções em toda a extensão do canal.
C.3 Exercícios
Dica: consulte o diagrama de Moody para fazer a leitura do fator de atrito (WHITE, 2011).
A) 0,07.
B) 0,77.
C) 7,00.
D) 77,00.
E) -0,70.
1 Gab A = O valor do fator de atrito (0,07) é lido diretamente no Diagrama de Moody, na região de escoamento
laminar. Escoamentos laminares com maior número de Reynolds têm valores do fator de atrito menores. Nessa
região não há influência da rugosidade efetiva no valor do fator de atrito.
2) O número de Reynolds é um fator calculado para estimar e diferenciar se o escoamento é
laminar ou turbulento. Essa diferenciação pode ser realizada em um escoamento entre
placas, tubos ou internamente a canais abertos. Numericamente, o número de Reynolds
depende de alguns parâmetros, como massa específica, velocidade de deslocamento,
diâmetro e viscosidade. Em relação a esses fatores, marque a alternativa correta:
elm = acho que a poderia estar correta tb (tubo com sup livre...) elm - ver cap introd do White copiado no fim.
(acho que gab vai ser C.. chiii!
3 Gab C =
A) Na perda de carga total são multiplicados fatores aos valores de perda de carga normal.
B) A perda de carga total considera apenas as perdas locais, desprezando as perdas normais.
D) A perda de carga total é calculada pela multiplicação das perdas normais e a localizada.
E) A perda de carga total não considera a perda de carga normal nem a perda de carga
localizada.
4 Gab C = A perda de carga total é a soma das perdas de carga normais e das perdas de carga localizadas. A perda
de carga depende de vários parâmetros, como fator de atrito, geometria dos canais, velocidade média ao
quadrado, diâmetro hidráulico e aceleração da gravidade. A perda de carga é um fator numérico que descreve o
atrito sofrido pelo fluido dentro do escoamento interno.
5) A maioria das análises do escoamento em tubos está baseada em fórmulas experimentais ou
semiempíricas, representadas de forma adimensional. Alguns diagramas foram organizados
para facilitar projetos nessa área. Em relação ao diagrama de Moody, marque a alternativa
correta:
B) O diagrama de Moody descreve o fator de atrito para cada diâmetro de tubulação escolhida.
5 Gab C = O diagrama de Moody mostra como o fator de atrito é calculado em função do número de Reynolds
e da rugosidade relativa para a tubulação circular. Ele foi determinado experimentalmente com fluidos e
tubulação com rugosidade conhecida.
C.3 Na prática
As perdas localizadas são as perdas devidas aos componentes do sistema existentes na tubulação,
como joelhos, válvulas, tês, curvas.
Neste Na Prática, você verá um exemplo prático da aplicação das perdas de carga nos escoamentos
laminar e turbulento: perda de carga local.
Luiza trabalha em um empresa petrolífera, em que existem praticamente infinitos componentes dentro de um
sistema de tubulação de ar comprimido. O ar comprimido precisa se deslocar dentro de uma tubulação com várias
válvulas, registros e alteração entre os diâmetros da tubulação. Todos reunidos, somam seus fatores e acarretam
no aumento do atrito, dificultando o deslocamento do ar.
E, mesmo que duas linhas de tubulação tenham pressões iniciais iguais, uma linha simplificada e outra linha
complexa, como explicar que a pressão é menor na saída da tubulação complexa quando comparada à pressão de
saída na tubulação simples?
pdf 82 pág.
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pdf 7 pág.
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MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard N.; MUNSON, Bruce R.; DEWITT, David P. Introdução à
engenharia de sistemas térmicos. Porto Alegre: LTC, 2005. 620p.
MUNSON, Bruce R.; YOUNG, Donald F.; OKIISHI, Thoedore H. Fundamentos da mecânica dos
fluidos. 4. ed. São Paulo: Blucher, 2004. 584p.
WHITE, Frank M. Mecânica dos fluidos. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. 864p.
SAGAH, 2019.
CAPÍTULO 10 - ESCOAMENTO EM CANAIS ABERTOS
Motivação.
Um escoamento em canal aberto representa um escoamento com uma superfície livre em contato com a
atmosfera, como ocorre em um rio, um canal ou uma calha. Os escoamentos em dutos fechados (Capítulo 6) são
completamente cheios de fluido, podendo ser líquido ou gás, não apresentam uma superfície livre e são conduzidos
por um gradiente de pressão ao longo do eixo do duto. Os escoamentos em canais abertos aqui são conduzidos
apenas pela gravidade, e o gradiente de pressão na interface com a atmosfera é desprezível. O balanço de forças
básico em um canal aberto ć entre a gravidade e o atrito.
Os escoamentos em canais abertos constituem uma modalidade da mecânica dos fluidos especialmente importante
para os engenheiros civis e ambientais. Eles precisam prever as vazões e profundidades de água que resultam de
determinada geometria de canal, seja ela natural ou artificial, e de determinada rugosidade da superfície molhada.
Quase sempre o fluido em destaque é a água, e o tamanho do canal usualmente é grande. Portanto, os
escoamentos em canais abertos são geralmente turbulentos, tridimensionais, às vezes não permanentes e com
frequência muito complexos. Este capítulo apresenta algumas teorias de engenharia simples e correlações
experimentais para escoamento permanente em canais retos, com geometria regular. Podemos tomar emprestado
e usar alguns conceitos da análise de escoamento em dutos: raio hidráulico, fator de atrito e perdas de carga.
10.1 INTRODUÇÃO
Em termos simples, o escoamento em canal aberto é o escoamento de um líquido em um conduto com uma
superfície livre. Há muitos exemplos práticos, tanto artificiais (calhas, extravasores, canais, vertedouros, valores de
drenagem, galerias) quanto naturais (córregos, rios, estuários, planícies de inundação). Este capítulo introduz a
análise elementar desses escoamentos, que são dominados pelos efeitos da gravidade.
A presença da superfície livre, que está essencialmente sob pressão atmosférica, tanto ajuda quanto prejudica a
análise. Ajuda porque a pressão pode ser considerada constante ao longo da superfície livre que, por sua vez, é
equivalente à linha piezométrica (LP) do escoamento. Contrariamente aos escoamentos em dutos fechados, o
gradiente de pressão não é um fator direto no escoamento em canal aberto, em que o balanço de forças fica
restrito à gravidade e ao atrito (**) . Mas a superfície livre complica a análise porque sua forma é desconhecida a
priori: o perfil de profundidade varia com as condições e deve ser calculado como parte do problema,
especialmente em problemas não permanentes que envolvem o movimento de ondas.
(**) A tensão superficial raramente é importante porque os canais abertos normalmente são muito grandes e têm um número de
Weber muito alto. A tensão superficial afeta pequenos modelos de grandes canais.
Antes de prosseguirmos, destacamos, como de costume, que livros inteiros foram escritos sobre a hidráulica de
canais abertos [1 a 7, 32]. Há também textos especializados dedicados ao movimento de ondas [8 a 10] e aos
aspectos de engenharia dos escoamentos costeiros com superfície livre [11 a 13]. Este capítulo é apenas uma
introdução aos tratamentos mais amplos e detalhados. O autor recomenda, quando você quiser fazer um intervalo
na sua análise de escoamentos com superfície livre, consultar a Referência 31, que oferece uma fantástica galeria
de fotografias sobre ondas no oceano.
A aproximação unidimensional
Um canal aberto sempre tem duas laterais e um fundo, onde o escoamento satisfaz a condição de não
escorregamento. Portanto, mesmo um canal reto tem uma distribuição de velocidades tridimensional. Na Figura
10.1 são mostradas algumas medições de contornos de velocidade em canais abertos. Os perfis são bastante
complexos, com a velocidade máxima ocorrendo geralmente no plano médio, em torno de 20% abaixo da
superfície. Em canais muito largos e rasos, a velocidade máxima fica próxima da superfície e o perfil de velocidades
é aproximadamente logarítmico desde o fundo até a superfície livre, como na Equação (6.62).
Em canais não circulares há também movimentos secundários similares aos da Figura 6.16 para escoamentos em
dutos fechados. Se o canal tiver curvas e meandros, o movimento secundário se intensifica devido aos efeitos
centrífugos, com a alta velocidade ocorrendo próximo ao raio externo da curva. Os canais naturais curvos estão
sujeitos a fortes efeitos de erosão e de deposição no fundo.
Figura 10.1
Contornos isovelocidade medidos em escoamentos típicos de canais abertos retilíneos (Da referência 2). Fonte: V. T.
Chow, Open Channel Hydraulics, Blackburn Press, Caldwell, NJ, 2009.
Figura 10.2
Geometria e notação
para escoamento em
canal aberto:
(a) vista lateral;
(b) seção transversal.
Todos os parâmetros
são constantes no
escoamento
uniforme.
Com o advento dos supercomputadores, é possível fazer simulações numéricas de padrões complexos de
escoamentos como os da Figura 10.1 [27, 28]. No entanto, a abordagem prática de engenharia aqui adotada é fazer
uma aproximação de escoamento unidimensional, como na Figura 10.2. Como a massa específica do líquido é
aproximadamente constante, a equação da continuidade para escoamento permanente reduz-se à vazão
volumétrica Q constante ao longo do canal
(10.1)
em que V é a velocidade média e A a área da seção transversal local, representada na Figura 10.2.
Uma segunda relação unidimensional entre a velocidade e a geometria do canal é a equação da energia, incluindo
perdas por atrito. Se os pontos 1 (a montante) e 2 (a jusante) estiverem na superfície livre, p1 = p2 = p∞ , resulta,
para escoamento permanente, que:
(10.2)
em que z representa a elevação total da superfície livre, que inclui a profundidade y da água (ver Figura 10.2a) mais
a altura do fundo (inclinado). A perda de carga por atrito hp é análoga à perda de carga do escoamento em duto da
Equação (6.10):
(10.3)
em que f é o fator de atrito médio (Figura 6.13) entre as seções 1 e 2. Como os canais têm forma irregular,
considera-se seu "tamanho" como o raio hidráulico:
(10.4)
O número de Reynolds local do canal seria Re = V * Rh / ν , que em geral é altamente turbulento (>1 E5). Os únicos
escoamentos laminares de ocorrência comum em canais são as camadas finas de água que se formam durante a
drenagem de águas pluviais de ruas e pistas alagadas dos aeroportos.
O perímetro molhado Pm (ver Figura 10.2b) inclui os lados e o fundo do canal, mas não a superfície livre e,
naturalmente, não inclui as partes dos lados acima do nível da água. Por exemplo, se um canal retangular tem
largura b, altura h e contém água até a profundidade y , seu perímetro molhado é:
O método mais comum para se classificar escoamentos em canais abertos baseia-se na taxa de variação da
profundidade da superfície livre. O caso mais simples e mais amplamente analisado é o de escoamento uniforme,
em que a profundidade (e, em consequência, a velocidade do escoamento permanente) permanece constante. As
condições de escoamento uniforme são aproximadamente verificadas em canais longos e retos, de declividade e
área constantes. Para um canal em escoamento uniforme, diz-se que ele escoa em sua profundidade normal yn
que é um importante parâmetro de projeto.
Se a declividade do canal ou sua seção transversal variar, ou se houver uma obstrução no escoamento, a
profundidade irá se alterar e diz-se que o escoamento é variado. O escoamento é gradualmente variado se a
aproximação unidimensional for válida e rapidamente variado em caso contrário. A Figura 10.3 mostra alguns
exemplos desse método de classificação. As classes podem ser resumidas da seguinte forma:
1. Escoamento uniforme (profundidade e declividade constantes)
2. Escoamento variado:
a. Gradualmente variado (unidimensional)
b. Rapidamente variado (multidimensional)
Figura 10.3
Classificação do
escoamento em canal
aberto por regiões de
perfis de profundidade
correspondentes a
escoamento rapidamente
variado (ERV), escoamento
gradualmente variado
(EGV) e escoamento
uniforme.
Em geral, o escoamento uniforme é separado do escoamento rapidamente variado por uma região de escoamento
gradualmente variado. O escoamento gradualmente variado pode ser analisado por uma equação diferencial de
primeira ordem (Seção 10.6), mas o escoamento rapidamente variado requer experimentação ou dinâmica dos
fluidos computacional tridimensional [14, 27, 28].
(10.5)
na qual y é a profundidade da água. O escoamento se comporta diferentemente dependendo desses três regimes
de escoamento:
O número de Froude para canais irregulares é definido na Seção 10.4. Conforme mencionamos na Seção 9.10, há
uma forte analogia aqui com os três regimes de escoamento compressível do número de Mach: subsônico (Ma <
1), sônico (Ma = 1) e supersônico (Ma > 1). Vamos seguir essa analogia nas Seções 10.4 e 10.5. A Referência 21
também segue essa analogia.
Para o volume de controle da Figura 10.4b, a relação de continuidade unidimensional é, para a largura b do canal,
ou (10.7)
Isso é análogo à Equação (9.10); a mudança de velocidade δV induzida por uma onda de superfície é pequena se a
onda for "fraca", δy << y . Se desprezarmos o atrito do fundo na pequena distância através da onda na Figura
10.4b, a relação de quantidade de movi- mento é um balanço entre a força líquida de pressão hidrostática e o fluxo
líquido de quantidade de movimento:
ou (10.8)
Essa expressão é análoga à Equação (9.12). Eliminando δV entre as Equações (10.7) e (10.8) obtemos a expressão
desejada para a velocidade de propagação da onda:
(10.9)
Quanto "mais forte" for a altura da onda δy , mais rápida será a velocidade c da onda, por analogia com a
Equação (9.13). No limite de uma onda com altura infinitesimal δy→0 , a velocidade se torna
(10.10)
Essa é a velocidade de uma onda de superfície, equivalente à velocidade do som a de um fluido, e, portanto, o
número de Froude no escoamento em canal Fr = V / c0 é o análogo do número de Mach. Para y = 1 m, c0 = 3,1 m/s.
Assim como na dinâmica dos gases, um escoamento em canal pode acelerar do regime subcrítico, passando pelo
crítico, até o supercrítico e, em seguida, retornar ao regime subcrítico por meio de uma espécie de choque normal
chamado ressalto hidráulico (Seção 10.5). Isso está ilustrado na Figura 10.5. O escoamento a montante da
comporta de fundo é subcrítico. O escoamento acelera até o regime crítico e depois supercrítico quando passa sob
a comporta, que funciona como uma espécie de "bocal". Mais a jusante o escoamento sofre um "choque" de volta
ao regime subcrítico porque a altura do "recipiente" a jusante é muito grande para manter o escoamento
supercrítico. Observe a semelhança com os escoamentos de gás em um bocal da Figura 9.12.
A profundidade crítica
está representada por uma linha tracejada na Figura 10.5, para referência. Assim como a profundidade normal
yn , yc é um parâmetro importante na caracterização do escoamento em canal aberto (ver Seção 10.4).
Na Referência 15 há uma excelente discussão sobre os vários regimes de escoamento em canal aberto.
Figura 10.5
O escoamento sob uma
comporta de fundo acelera
do regime subcrítico ao
regime crítico e ao
supercrítico e, em seguida,
salta de volta para o regime
subcrítico.
em que L é a distância horizontal entre as seções 1 e 2. Logo, a perda de carga equilibra a perda em altura do
canal. Em essência, o escoamento é totalmente desenvolvido, de modo que é válida a relação de Darcy-Weisbach,
Equação (6.10)
(10-12)
com Dh = 4 * A / Pm usado para representar os canais não circulares. A geometria e a notação para análise do
escoamento em canal aberto são mostradas na Figura 10.2.
Combinando as Equações (10.11) e (10.12), obtemos uma expressão para a velocidade do escoamento uniforme
em um canal:
(10.13)
Para uma dada forma de canal e uma rugosidade de fundo, a quantidade (8*g/f )^(1/2) é constante e pode ser
representada por C . A Equação (10.13) torna-se
(10.14)
Essas fórmulas são as conhecidas fórmulas de Chézy, desenvolvidas pelo engenheiro francês Antoine Chézy em
conjunto com seus experimentos no Rio Sena e no Canal Courpalet em 1769. A grandeza C , chamada de
coeficiente de Chézy, varia de aproximadamente 30 m(1/2)/s para pequenos canais rugosos até 90 m(1/2)/s para
canais grandes e lisos.
No século XIX, muitas pesquisas em hidráulica [16] foram dedicadas à correlação do coeficiente Chézy com a
rugosidade, a forma e a declividade de vários canais abertos. As correlações foram feitas por Ganguillet e Kutter
em 1869, Manning em 1889, Bazin em 1897 e Powell em 1950 [16]. Todas essas formulações são discutidas em
detalhes na Referência 2, Capítulo 5. Aqui vamos limitar nosso tratamento à correlação de Manning, a mais
popular.
==========================================================
EXEMPLO 10.1
Um canal reto e retangular tem 1,8 m de largura e 0,9 m de profundidade e está com uma declividade de 2o. O
fator de atrito é 0,022. Estime a vazão para escoamento uniforme em metros cúbicos por segundo.
Solução
Passos da solução: Simplesmente calcule cada termo na fórmula de Chézy, Equação (10.13):
Então:
Resposta
Comentários: Os cálculos de escoamentos uniformes são diretos, se as geometrias forem simples. Os resultados
são independentes da densidade e da viscosidade da água porque o escoamento é totalmente rugoso e dirigido
pela gravidade. Observe a vazão elevada, maior do que em alguns rios. Dois graus é uma declividade bastante
acentuada.
==========================================================
A abordagem fundamentalmente mais adequada à fórmula de Chézy é o uso da Equação (10.13) com o fator de
atrito favaliado por meio do diagrama de Moody, Figura 6.13. Sem dúvida, as instituições de pesquisa em canais
abertos [18] recomendam enfaticamente o uso do fator de atrito em todos os cálculos. Como os canais típicos são
grandes e rugosos, usa-se, em geral, o limite de escoamento turbulento totalmente rugoso da Equação (6.48)
(10.15)
(10.16)
na qual n é um parâmetro de rugosidade. Como é claro que a fórmula não é dimensionalmente consistente, ela
requer um fator de conversão α que muda de acordo com o sistema de unidades utilizado:
(10.17)
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
1.1 A Energia em Trânsito: o Calor
1.2 Transferência de Calor
2.1 Calores e Mudança de Fase Conteúdo Complementar (não conta
2.2 A Primeira Lei da Termodinâmica p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
3.1 Leis da Termodinâmica voltada a Fenômenos C.1 Fluido como Continuum
3.2 Fundamentos da Estática dos Fluidos C.2 Escoamento Compressíveis
4.1 Estática dos Fluidos II C.3 Escoamento Viscosos Internos
4.2 Escoamento Laminar C.4 Escoamentos Viscosos Externos
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar os escoamentos viscosos externos. Conhecerá
também os princípios de arrasto e sustentação, princípios fundamentais para que um avião decole e
voe durante horas.
Bons estudos.
Viajar em um navio transatlântico faz parte do objetivo de viagem de muitas pessoas, não é mesmo?
Imagine que você tenha sido convidado pela equipe técnica para projetar um novo navio com a maior capacidade
de passageiros do mundo.
O DESAFIO É GRANDE!
Você, como responsável pelo projeto, será convidado a participar de um programa de televisão, no qual você
precisará explicar o projeto para pessoas leigas no assunto.
a) O navio que está sendo projetado por sua equipe será o maior navio de passageiros do mundo.
Ele será projetado para se deslocar em água doce ou salgada? Com relação a essa variável, o
comportamento do navio é o mesmo ou tem alguma diferença?
elm = a) O projeto prevê navegação em água doce ou salgada. Como a água doce apresenta densidade pouco
menor que a da água salgada, sob mesma condição de deslocamento (toneladas), o calado do navio será um
pouco maior quando estiver em água doce.
b) O navio será projetado para operar sob as diversas condições de mar.
FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL: CALOR E FLUIDOS - B (2023.MAR)
Desafio (Aula C.4 Escoamentos Viscosos Externos) - PÓS GABARITO
Pleito: Corrigir Padrão de Resposta.
Justificativa:
- item a) O comportamento do navio em água doce e salgada é diferente, sendo importante essa análise no
projeto. Água doce e salgada são dois fluidos distintos, muda densidade, viscosidade, muda calado, volume de
água deslocada, superfície molhada...
Obs.1: a pergunta do item a) se refere ao comportamento do navio, não a equações, como informou o padrão de
resposta.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda
apenas "será encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem do Padrão de Resposta:
C.4 Infográfico
Os escoamentos viscosos externos consideram o escoamento de fluido em torno de um corpo
sólido. Nesse caso, o corpo sólido fica mergulhado dentro do fluido, para que este possa se
deslocar livremente em torno do corpo sólido.
Entretanto, na prática, corpos sólidos (prédios, pontes, navios) não são necessariamente
aerodinâmicos. Neste Infográfico, será abordado o escoamento do fluido em torno de objetos
sólidos.
Os escoamentos em torno de um corpo sólido cilíndrico têm várias regiões em que o comportamento do fluido
será diferente. Existem a região de camada limite-laminar e a região de camada-limite turbulenta, mas, além disso,
há a região da esteira, em que ocorre a separação do fluido da superfície do corpo sólido.
Ponto de separação – local onde acaba a presença da camada-limite, gerando, assim, a região separada. A partir
deste ponto, o fluido escoa em torno do objeto e não continua na direção paralela à superfície.
Esteira - região de separação do fluido: o escoamento é não estacionário, criando redemoinho alternados.
O escoamento ao redor de um corpo carenado tem todos os mesmos componentes da Figura 8.1, exceto por não
ter região separada significativa e sua esteira ser muito menor.
O escoamento não viscoso de corrente livre normalmente é irrotacioal, apesar de poder ser um escoamento
rotacional com vorticidade, por exemplo, o escoamento próximo ao solo ao redor do tronco de uma árvore ou
água próxima do solo ao redor de um pilar no rio; a áuga escava uma depressão na areia em frente ao pilar e o ar
escava uma depressão semelhante na neve em frente à árvore. A vorticidade no ar ou na água que se aproxima
explica o fenômeno observado.
O limite da região separada é mostrado em local médio, contudo, esse limite é altamente transiente e pode trocar
massa lentamente com a corrente livre, apesar de as linhas de corrente do médio permanecerem fora da região
separada. A região separada fica sempre dentro da esteira.
Observe a região em que o ar entra em contato com a superfície do corpo sólido, neste caso, o carro. Essa região
está demonstrada pela zona azul. Há um deslocamento de ar em torno do automóvel. Nesse caso, o carro tem
geometria aerodinâmica, o que facilita seu deslocamento. A zona de esteira é caracterizada pela região localizada
próxima às sinaleiras traseiras, mostrada em detalhe pelos vórtices formados.
C.4 Conteúdo do livro
Saber mais detalhes sobre os escoamentos viscosos externos é fundamental para a descrição de
vários projetos de engenharia, como por exemplo, o deslocamento de um navio ou de um avião e o
comportamento de uma torre frente a ventos fortes em uma tempestade.
No Capítulo Escoamentos viscosos externos, do livro Mecânica dos fluidos, serão apresentadas as
características da camada-limite e suas equações, demonstrando o cálculo da espessura da camada-
limite. Você estudará também sobre os escoamentos laminar e turbulento dentro do escoamento
viscoso externo. Por fim, você aprenderá os princípios de arrasto e sustentação aplicados nos
escoamentos viscosos externos.
Boa leitura.
Introdução
No escoamento viscoso interno, o fluido se desloca internamente à tu-
bulação, limitado pelas paredes dela. Em relação ao comportamento da
camada limite do fluido dentro da tubulação, ela cresce até preencher
todo o tubo. Assim, a viscosidade tem seu efeito dominante para esse
tipo de escoamento (MORAN et al., 2005).
Já no escoamento externo, o fluido não está confinado e está livre
para expandir. A camada limite pode crescer livremente, com espessura
variável. O corpo sólido sofre a ação desse escoamento externo, surgindo,
então, a força de arrasto.
A dinâmica de fluidos computacional ajuda na compreensão desse as-
sunto e calcula o deslocamento desse fluido. Isso porque corpos comple-
xos necessitam de dados experimentais para que seja possível descrever
as forças causadas pelo escoamento (MUNSON; YOUNG; OKIISHI, 2004).
Escoamentos viscosos externos estão voltados a grandes áreas da
engenharia, como: aerodinâmica (movimento de aviões, foguetes e pro-
jéteis), hidrodinâmica (navios e submarinos), transporte (movimento de
automóveis, motocicletas e caminhões) e até na oceânica (movimento
de qualquer corpo ancorado) (WHITE, 2018).
2 Escoamentos viscosos externos
Figura 1. Camada limite para uma placa plana, demonstrada para a região laminar e
turbulenta.
Fonte: White (2018, p. 451).
Escoamentos viscosos externos 3
Prandtl, em 1904, definiu a espessura da camada limite (δ), determinada pela distância
linear da superfície do corpo sólido em que a velocidade paralela atinge 99% da
velocidade do fluido. Após demonstração de fórmulas e usando conceitos da mecânica
dos fluidos, ele obteve a seguinte relação entre o tipo de escoamento e a espessura
da camada limite com o número de Reynolds (POTTER; WIGGERT, 2018).
4 Escoamentos viscosos externos
laminar
turbulento
elm = fig
copiada de
White, eq
não estão
aqui!
U
1,40
1,23
1,07
0,90
0,73
0,57
0,40
0,23
0,07
–0,10
Figura 4. Regiões de camada limite dentro do escoamento de uma placa plana com
espessura desprezível.
Fonte: Adaptada de VectorMine/Shutterstock.com.
8 Escoamentos viscosos externos
(1)
10 Escoamentos viscosos externos
elm = na próx pág, copiada figura completa do White, p478, com excerto de texto abaixo.
Em geral, não podemos ressaltar suficientemente a importância do uso de linhas aerodinâmicas nos corpos
(carenamento) para a redução de arrasto a números de Reynolds acima de 100. Isso está ilustrado na Figura
7.15. O cilindro retangular (Figura 7.15a) tem separação forçada em todas as quinas e um arrasto muito alto. O
arredondamento do seu nariz (Figura 7.15b) produz uma redução de arrasto em torno de 45%, mas o CA é
ainda alto. Uma carenagem adicional na traseira, com um bordo de fuga agudo (Figura 7.15c), reduz o arrasto
em mais 85%, atingindo-se o mínimo prático para a espessura dada. Servindo como contraste significativo, o
cilindro circular da Figura 7.15d tem apenas um oitavo da espessura e um trezentos avos da seção transversal
da Figura 7.15c, e ainda assim tem o mesmo arrasto. Para veículos de alto desempenho e outros corpos
móveis, a palavra de ordem é redução de arrasto, havendo nesse sentido uma pesquisa intensa e contínua,
visando tanto a aplicações aerodinâmicas como hidrodinâmicas [20, 39].
Corpos bidimensionais
O arrasto de alguns corpos representativos de grande envergadura (quase bidimensionais) está mostrado em
função do número de Reynolds na Figura 7.16a. Todos os corpos têm alto CA a números de Reynolds muito
baixos (escoamentos muito lentos), Re≤ 1,0, afastando-se para altos números de Reynolds segundo seu grau de
carenamento. Todos os valores de CA estão baseados na área planificada, exceto a placa normal ao
escoamento. Os pássaros e o planador, é claro, não são muito bidimensionais, tendo envergaduras de
comprimento apenas modesta. Observe que os pássaros não são tão eficientes quanto os planadores ou
aerofólios modernos [14, 15].
Figura 7.15
A importância do
carenamento na redução do
arrasto de um corpo (CA
baseado na área frontal):
(a) cilindro retangular;
(b) nariz arredondado;
(c) nariz arredondado e
carenagem com bordo de
fuga agudo;
(d) cilindro circular co o
mesmo arrasto do caso (c).
Figura 7.16 Coeficientes de arrasto de corpos lisos a baixos números de Mach: (a) corpos bidimensionais; (b)
corpos tridimensionais. Observe a independência do número de Reynolds dos corpos rombudos a altos Re.
Princípios de arrasto e sustentação
Os princípios de arrasto e sustentação são fundamentais para descrever o
escoamento de ar em torno de aeronaves, automóveis, navios e, até mesmo, o
deslocamento de peixes (MORAN et al., 2005).
Lembre-se de que o corpo está imerso dentro de um fluido e que o mesmo
está sujeito à interação entre o corpo e o fluido que se encontra ao redor dele. Se
fixarmos o sistema de coordenadas no corpo e considerarmos o deslocamento
do fluido ao invés do deslocamento do objeto, assim, a velocidade do fluido
é considerada velocidade a montante (MORAN et al., 2005).
Sendo assim, a força resultante na direção da velocidade a montante é
chamada de arrasto, Ɗ, e a força resultante normal à velocidade a montante
é denominada sustentação, Ł (ROTAVA, 2011).
Escoamentos viscosos externos 11
(2)
(3)
Nesta Dica do Professor, você conhecerá melhor as forças de sustentação e de arrasto, conceitos
muito usados na aviação.
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Historicamente, vários pesquisadores buscaram de alguma forma copiar o movimento dos pássaros, mas poucos
foram assertivos nessa cópia. Podemos citar desde Leonardo da Vinci até Santos Dumont, que, com seu 14 Bis,
conseguiu finalmente despertar o interesse na Aviação Mundial. Mas afinal como um avião voa?
Para que um avião voe, é necessário que exista uma força para vencer o seu peso. Os conceitos envolvidos
durante o decolar e o pousar de uma aeronave estão ligados diretamente aos conceitos de mecânica dos fluidos.
Temos o primeiro problema a ser resolvido: o peso do avião. O peso do avião precisa ser controlado e, ao mesmo
tempo, vencido para que ele possa sair do chão; aqui reside o primeiro conceito da Mecânica dos fluidos: a
caracterização do tipo de escoamento.
No caso do voo de uma aeronave, o escoamento será viscoso externo, tendo como fluido o ar atmosférico, que
será responsável pela sustentação da aeronave durante o voo .
O ar atmosférico é composto por uma mistura de oxigênio, nitrogênio e água e pode sofrer alterações de
densidade, temperatura e pressão. Ao ocorrer o deslocamento de ar, ocorre a geração do vento e, se esse vento
estiver a seu favor, temos uma soma de esforços, o que resulta em menores forças para voar.
Mas em relação ao peso do avião? Somente o vento não seria responsável por manter o avião no ar?
O arrasto é uma força aerodinâmica formada devido à resistência do ar. Essa força é aquela que se opõe ao
movimento do avião. São fatores que alteram o arrasto: a rugosidade superficial e a diferença de pressão. O
arrasto pode ser dividido em três itens: arrasto de atrito, arrasto de forma e arrasto induzido.
A força de tração é a força responsável por levar a aeronave para a frente. Para que ela entre em ação, serão
necessários alguns tipos de motores como motores a hélice e turbinas.
A força peso é a função da força da gravidade e da massa do corpo. Ressalta-se que não há como alterar o valor
do Peso, se não for pela redução da massa da aeronave. O peso influencia diretamente no pouso e decolagem
dos aviões: aviões com maior peso precisam se deslocar por uma distância maior, um maior comprimento, para
conseguir velocidade suficiente para que a força de sustentação anule o seu peso.
Em resumo, vimos os princípios de arrasto e sustentação dentro de um exemplo do nosso cotidiano. A aviação
desperta a curiosidade na maior parte da população. Sem a força de sustentação não há como anular o peso de
uma aeronave.
C.4 Exercícios
elm = deve ser A, o temo infeliz sist coord VARIÁVEL deve querer lembrar que fixamos o sist de coord no
corpo (avião por exemplo) e nâo à terra. Assim, como o sist de coord se move junto com o corpo, este corpo
estará estacionário em relação a esse sist de coord.
elm = D também está correta, pois CA depende de Reynolds. Ver extrato Cengel 2015, p614, próx pág.
2 Gab E = O coeficiente de arrasto é um valor numérico determinado experimentalmente por meio de túnel de
vento ou de água. Indica matematicamente o valor do arrasto considerando a geometria, o formato
aerodinâmico e a área de referência do corpo imerso dentro do fluido.
Conforme mencionamos na Seção 11-2, a força de arrasto é a força total exercida por um fluido sobre um corpo na
direção do escoamento devido aos efeitos combinados de forças de cisalhamento na parede e forças de pressão.
Frequentemente, é esclarecedor separar os dois efeitos e estudá-los separadamente.
A parte do arrasto que é devido diretamente à tensão de cisalhamento na parede τw , é chamada de arrasto de
atrito superficial (ou apenas arrasto de atrito FDatrito ), pois ela é causada por efeitos de atrito, e a parte que é
devido diretamente à pressão P é chamada de arrasto de pressão (também chamado de arrasto de forma devido à
sua forte dependência da forma ou formato do corpo). Os coeficientes de arrasto de atrito e pressão são definidos
como
(11-9)
Quando estão disponíveis os coeficientes ou forças de atrito e pressão, o coeficiente total de arrasto ou força de
arrasto pode ser determinado simplesmente somando-os,
(11-10)
O arrasto de atrito é a componente da força de cisalhamento da parede na direção do escoamento, e, portanto, ele
depende da orientação do corpo bem como da intensidade da tensão de cisalhamento na parede, τw . O arrasto de
atrito é zero para uma superfície plana normal ao escoamento e máximo para uma superfície plana paralela ao
escoamento, já que o arrasto de atrito nesse caso é igual à força de cisalhamento total na superfície. Portanto, para
escoamento paralelo sobre uma superfície plana, o coeficiente de arrasto é igual ao coeficiente de arrasto de atrito,
ou, simplesmente, o coeficiente de atrito. O arrasto de atrito é uma função que depende muito da viscosidade e
aumenta com o aumento da viscosidade.
O arrasto de pressão é proporcional à área frontal e à diferença entre as pressões que agem na frente e atrás do
corpo imerso. Portanto, o arrasto de pressão é normalmente dominante para corpos rombudos, pequeno para
corpos carenados como os aerofólios e nulo para placas planas e finas paralelas ao escoamento (Fig. 11-10). O
arrasto de pressão torna-se mais significativo quando a veloci- dade do fluido é muito alta para o fluido seguir a
curvatura do corpo, e, portanto, o fluido se separa do corpo em algum ponto e cria uma região de pressão muito
baixa na sua parte traseira. O arrasto de pressão nesse caso é devido à grande diferença de pressão entre os lados
da frente e de trás do corpo.
Mas o carenamento tem efeitos opostos sobre arrastos de pressão e de atrito. Ele diminui o arrasto de pressão
retardando a separação da camada limite e reduzindo assim a diferença de pressão entre a parte da frente e de
trás do corpo, e aumenta o arrasto de atrito porque aumenta a área superficial. O resultado final depende de
qual efeito predomina. Portanto, qualquer estudo de otimização para reduzir o arrasto de um corpo deve levar
em consideração ambos os efeitos e deve tentar diminuir a soma dos dois, como está ilustrado na Fig. 11-11. O
arrasto total mínimo ocorre em D / L = 0,25 para o caso mostrado na Fig. 11–11. Para o caso de um cilindro
circular com a mesma espessura da forma carenada da Fig. 11-11, o coeficiente de arrasto seria,
aproximadamente, cinco vezes maior. Portanto, é possível reduzir o arrasto de um componente cilíndrico para
um quinto usando-se carenagens apropriadas.
O efeito do carenamento sobre o coeficiente de arrasto pode ser descrito melhor considerando-se cilindros
elípticos longos com diferentes relações de aspecto (ou comprimento dividido pela espessura) L / D , onde L é o
comprimento na direção do escoamento e D é a espessura, como mostra a Fig. 11-12. Note que o coeficiente de
arrasto diminui drasticamente à medida que a elipse se torna mais fina. Para o caso especial de L / D = 1 (um
cilindro circular), o coeficiente de arrasto é CD = 1 com esse número de Reynolds. À medida que a relação de
aspecto diminui e o cilindro se assemelha a uma placa plana, o coeficiente de arrasto aumenta para 1,9, o valor
para uma placa plana normal ao escoamento. Note que a curva se torna quase chata para relações de aspecto
maiores do que aproximadamente 4. Portanto, para um dado diâmetro D, formas elípticas com uma relação de
aspecto de aproximadamente L / D = 4 normalmente oferecem um bom compromisso entre o coeficiente de
arrasto total e o comprimento L . A redução no coeficiente de arrasto com altas razões de aspecto é devido,
principalmente, à camada limite ligada à superfície por mais tempo e à recuperação de pressão resultante. O
arrasto de atrito sobre um cilindro elíptico com uma relação de aspecto de 4 é desprezível (menos de 2% do arrasto
total com esse número de Reynolds).
FIGURA 11-12
A variação do coeficiente
de arrasto de um cilindro
elíptico longo com a
relação de aspecto. Aqui
CD é baseado na área
frontal b*D onde b é a
largura do corpo. De Blevins
(1984).
À medida que a relação de aspecto de um cilindro elíptico é aumentada quando ele é achatado (isto é, diminuindo
D e conservando L constante), o coeficiente de arrasto começa a aumentar e tende ao infinito à medida que L /
D → ∞ (isto é, à medida que a elipse se torna semelhante a uma placa plana paralela ao escoamento). Isso é
devido à área frontal, que aparece no denominador na definição de CD , aproximando-se de zero. Isso não quer
dizer que a força de atrito aumenta drasticamente (na realidade, a força de atrito diminui) à medida que o corpo
se torna plano. Isso mostra que a área frontal é inadequada para uso nas relações de força de arrasto para corpos
delgados como aerofólios finos e placas planas. Nesses casos, o coeficiente de arrasto é definido com base na área
planiforme, que é simplesmente a área superficial para uma placa plana paralela ao escoamento. Isso é bastante
apropriado pois para corpos delgados o arrasto é quase inteiramente devido ao arrasto de atrito, que é
proporcional à área da superfície.
O carenamento acrescenta a vantagem da redução da vibração e ruído. O carenamento deve ser considerado
somente para corpos rombudos que estejam submetidos a escoamento de fluido em alta velocidade (e, portanto,
altos números de Reynolds) para os quais a separação do escoamento é uma possibilidade real. Não é necessário
para corpos que normalmente envolvam escoamentos com baixo número de Reynolds (por exemplo, escoamentos
lentos nos quais Re < 1 ), conforme discutido no Cap. 10, já que o arrasto nesses casos é quase inteiramente
devido ao arrasto de atrito, e o carenamento somente aumentará a área da superfície e, por isso, o arrasto total.
Portanto, um carenamento descuidado pode, na realidade, aumentar o arrasto em vez de diminuí-lo.
Separação de escoamento
Quando dirigimos em estradas do interior, uma medida comum de segurança é diminuir bastante a velocidade nas
curvas fechadas para não ser jogado para fora da estrada. Muitos motoristas já constataram da forma mais penosa
que um carro não obedece aos comandos quando é forçado a fazer uma curva em velocidade muito alta. Podemos
visualizar esse fenômeno como a "separação dos carros” da estrada. Esse fenômeno é observado também quando
veículos em alta velocidade saltam nas lombadas. Em baixas velocidades, as rodas do veículo sempre se mantêm
em contato com a superfície da estrada. Mas em altas velocidades, o veículo é muito rápido para seguir a curvatura
da estrada e salta na lombada, perdendo contato com a estrada.
Um fluido age de maneira muito semelhante quando é forçado a escoar sobre uma superfície curva em altas
velocidades. O fluido sobe a parte ascendente da superfície sem problemas, mas tem dificuldade em permanecer
em contato com a superfície no lado da descida. Em velocidades suficientemente altas, a corrente do fluido se
separa da superfície do corpo. Isso é chamado de separação do escoamento (Fig. 11-13).
3 Gab E = A camada-limite é a região onde ocorre a aderência do fluido na superfície do corpo. A espessura da
camada-limite corresponde à distância a partir da superfície da placa na qual o valor da velocidade do fluido
corresponde a 99% da velocidade a montante.
4) Ao estudar sobre escoamentos laminar e turbulento nos escoamentos viscosos externos,
vimos que o escoamento turbulento pode ser estudado com uso de placa com espessura
desprezível. O escoamento de fluido ao redor de um cilindro circular também é importante.
Ao transpor a superfície de um cilindro circular, o fluido gera uma esteira atrás do cilindro.
Conforme MORAN (2005), marque a alternativa que explica corretamente a esteira.
A) A esteira não ocorre durante o deslocamento do fluido por meio de um cilindro circular.
C) A esteira ocorre pelo deslocamento da camada-limite; o fluido que escoa em torno do objeto
muda de direção, formando até redemoinhos em alguns casos.
E) A esteira ocorre pelo deslocamento da camada-limite; o fluido que escoa em torno do objeto
não muda de direção.
4 Gab C = O deslocamento do fluido em torno de um cilindro circular altera o escoamento do fluido na região
atrás deste. Essa região é caracterizada pelo deslocamento da camada-limite; o fluido que escoa em torno do
objeto muda de direção, formando até redemoinhos em alguns casos.
5) O arrasto é a força existente no deslocamento do fluido junto à superfície de um corpo
sólido. Segundo WHITE (2011), podemos calcular o coeficiente de arrasto em navios, em
aviões, em automóveis e até em sistemas biológicos, como as plantas.
Para a asa de um pássaro, com espessura fina e borda de ataque arredondada, temos a
mesma relação numérica que um aerofólio usado em automóveis, por exemplo. Para uma
aleta de sustentação, seu coeficiente de sustentação depende de quais variáveis?
Este Na Prática vai falar sobre a força de arrasto existente durante o deslocamento de navios e
como essa força tem influência na vida dos moradores de Veneza, na Itália.
ARRASTO E NAVEGAÇÃO
Durante o deslocamento de um navio dentro das águas do oceano, estas acabam gerando forças que impedem o
deslocamento do corpo sólido dentro de um fluido. E a maior contribuição está na força de arrasto. A força de
arrasto ocorre para o deslocamento de um carro, avião ou navio. Observe a figura a seguir, que demonstra o
deslocamento de água quando o navio se movimenta.
Em Veneza, uma cidade construída sobre terras alagadas, em que a água está presente na paisagem, os
venezianos dependem muito dos barcos como meio de transporte. Assim, como é uma linda cidade e um ponto
turístico mundial, os navios tentam se aproximar das construções, e a força de arrasto acaba colocando em risco
as edificações.
Sabe por que os moradores de Veneza reclamam dos transatlânticos que trazem turistas e dinheiro à cidade?
O navio gera uma força de arrasto (as forças que o mar faz contra o deslocamento do navio). Essa força reverbera
em ondas que empurram os canais de Veneza e forçam as paredes que sustentam a cidade.
Assim, os deslocamentos de navios, carros e aviões sofrem uma força contrária ao deslocamento destes: a força
de arrasto. No caso da navegação, isso coloca em risco cidades como Veneza.
C.4 Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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https://youtu.be/MAmkCLgvylw
Gigantes da Engenharia - Aeronaves (COMPLETO)
47 min
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https://youtu.be/WW73Z-B_n6I
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C.4
MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard N.; MUNSON, Bruce R.; DEWITT, David P. Introdução à
Engenharia de Sistemas Térmicos. LTC Editora. 1. ed. 2005. 620 p.
MUNSON, Bruce R.; YOUNG, Donald F; OKIISHI, Thoedore H. Fundamentos da Mecânica dos
Fluidos. Blucher. 4. ed. p. 584.
SAGAH, 2019.