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TAMYRES SANTOS GUERRA

CALOR E FLUIDOS
1ª LEI DA TERMODINÂMICA

UBERLÂNDIA
2018
TAMYRES SANTOS GUERRA

CALOR E FLUIDOS
1ª LEI DA TERMODINÂMICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Engenharia Mecânica.

Orientador: Carla Palma

UBERLÂNDIA
2018
TAMYRES SANTOS GUERRA

CALOR E FLUIDOS

1ª LEI DA TERMODINÂMICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Engenharia Mecânica.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Uberlândia, 12 de dezembro de 2018


Dedico este trabalho de conclusão de
curso à minha mãe, ao pai e aos meus
irmãos pelos ensinamentos e incentivos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me dado saúde e força para alcançar essa conquista.
À minha mãe, ao meu pai e aos meus irmãos por todo o suporte, carinho,
paciência e conselhos.
Ao meu namorado, que compreendeu a distância durante a graduação, apoiando
e incentivado a concluir o curso.
Aos meus parentes, em especial as tias Amparo, Assunção e Marília, pelas
palavras de encorajamento e reforço.
Aos meu professores e colegas pelo convívio, orientações e incentivos.
E a todas as pessoas que me ajudaram a obter êxito nessa etapa.
GUERRA, Tamyres Santos. Calor e fluidos: 1ª Lei da termodinâmica. 2018. Número
total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia Mecânica – Faculdade
Pitágoras, Uberlândia, 2018.

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo a compreensão da primeira lei da termodinâmica


através do funcionamento trocador de calor. Para a análise, foi utilizado a formulação
da primeira lei da termodinâmica em regime permanente e volume de controle. A
metodologia deste trabalho, consiste em revisão bibliográfica, pesquisada em artigos
científicos, livros e trabalhos acadêmicos na área de calor e fluido compreendidos
desde 1990 até a atualidade. Os conceitos físicos e termodinâmicos de calor, trabalho,
energia, o Engenho de Joule, o princípio de conservação de energia e a lei zero são
exemplos de conceitos que sustentam este trabalho, assim como os conceitos de
troca de calor e equilíbrio termodinâmico. Ao demonstrar o comportamento do
trocador de calor para exemplificar e contatar a primeira lei da termodinâmica, este
estudo permite a compreensão de forma simples e sistêmica de um conhecimento
científico, impulsionando dessa forma o entendimento de conceitos físicos e
termodinâmicos na prática.

Palavras-chave: Primeira lei da termodinâmica; Volume de controle; Trocador de


calor.
GUERRA, Tamyres Santos. Calor e fluidos: 1ª Lei da termodinâmica. 2018. Número
total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia Mecânica – Faculdade
Pitágoras, Uberlândia, 2018.

ABSTRACT

This work aims to understand the first law of thermodynamics through the heat
exchanger operation. For the analysis, the formulation of the first law of
thermodynamics in permanent regime and volume of control was used. The
methodology of this work consists of bibliographical review, researched in scientific
articles, books and academic works in the area of heat and fluid understood from 1990
to the present time. The physical and thermodynamic concepts of heat, work, energy,
Joule's ingenuity, the principle of energy conservation and zero law are examples of
concepts that support this work, as well as the concepts of heat exchange and
thermodynamic equilibrium. By demonstrating the behavior of the heat exchanger to
exemplify and contact the first law of thermodynamics, this study allows a simple and
systemic understanding of a scientific knowledge, thus boosting the understanding of
physical and thermodynamic concepts in practice.

Key-words: First law of thermodynamics; Control volume; Heat exchanger.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Calor e Trabalho ..................................................................................... 15


Figura 2 – Engenho de Joule................................................................................... 16
Figura 3 – Lei Zero .................................................................................................. 19
Figura 4 – Trocador de calor casca tubos ............................................................... 22
Figura 5 – Trocador de calor casca tubos configuração contracorrente .................. 23
Figura 6 – Volume de controle................................................................................. 24
Figura 7 – Volume de Controle que sofre alterações .............................................. 25
Figura 8 – Volume de Controle para a análise da eq. da 1ª lei da termodinâmica .. 26
Figura 9 – Primeira lei da termodinâmica para volume de controle ......................... 27
Figura 10 – Estado da massa não varia ao longo do tempo ................................... 28
Figura 11 – Primeira lei da termodinâmica para regime permanente. ..................... 29
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2. PRIMEIRA LEI TERMODINÂMICA ................................................................... 14
3. TROCADORES DE CALOR .............................................................................. 19
4. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PARA VOLUME DE CONTROLE E
REGIME PERMANENTE .......................................................................................... 24
4.1 VOLUME DE CONTROLE .................................................................................. 24
4.2 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PARA VOLUME DE CONTROLE .......... 25
4.3 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PARA REGIME PERMANENTE ............ 27
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 30
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 31
13

1. INTRODUÇÃO

Trocadores de calor são comumente utilizados na indústria, possuem esse


destaque por serem dispositivos eficientes, simples e de fácil manuseio para trocar
calor de um meio para o outro. Mas, apesar da simplicidade e do fácil manuseio os
trocadores de calor são suportados por uma gama de conhecimento científico.
Compreende- se nessa gama, a primeira lei da termodinâmica.
A relevância deste trabalho se faz presente no estudo da utilização de um
invento comercial para a constatação de uma lei termodinâmica. Este estudo permite
o contato com a diversidade científica sobre o tema e o entendimento dos conceitos
físicos e termodinâmicos na prática.
Ao decorrer da história diferentes formas de energia, calor e trabalho foram
descobertas. Essas descobertas foram importantes para formular a primeira lei da
termodinâmica, que por sua vez, é importante na formulação de equipamentos e
máquinas. De que forma se dá o funcionamento dos trocadores de calor, e como ele
é útil no entendimento da 1ª lei da termodinâmica?
Este trabalho tem por objetivo demonstrar o comportamento do trocador de
calor para exemplificar e constatar a 1ª lei da termodinâmica. Apresentando conceitos
e definições da 1ª lei da termodinâmica, explicando o funcionamento do trocador de
calor e compreendendo volume de controle e regime permanente.
A revisão bibliográfica de artigos e pesquisas são a base desse trabalho, bem
como obras literárias de Frank Incropera e Richard Sonntag, Claus Borgnakke, Van
Wylen, com o intuito de entender a primeira lei termodinâmica para volumes de
controle e regime permanente, através do funcionamento do trocador de calor.
14

2. PRIMEIRA LEI TERMODINÂMICA

2.1 TERMODINÂMICA

A termodinâmica se sustenta em dois conceitos fundamentas, calor e trabalho,


sendo estes entendidos como formas de transferência de energia entre sistemas. De
acordo com Wylen, Sonntag, Borgnakke (1997, p. 14) “A termodinâmica é a ciência
que trata do calor, do trabalho e daquelas propriedades das substâncias relacionadas
ao calor e ao trabalho”.
Esta ciência é consolidada por leis básicas, segundo Rudnytstk (2013) cada lei
transporta os significados das propriedades termodinâmicas que ajudam a similar e
presumir o funcionamento de um sistema físico. Dentre estas leis, está a primeira lei
da termodinâmica também conhecida como a lei da conservação de energia.

2.2 CALOR E TRABALHO

O termo calor, muito utilizado na termodinâmica, pode ser definido, como sendo
a energia em trânsito quando ocorre variação de temperatura entre os corpos. Em
outras palavras, o calor é a consequência quando ocorre diferença de temperatura
entre corpos.
Outra termo muito utilizado nessa ciência é o trabalho. Em física, o trabalho é
definido pela equação a seguir (Equação 1):
W = F · d (1)

Onde F é a força e d a distância. Logo, trabalho é igual a multiplicação da força


pela à distância. Em termodinâmica, trabalho é definido segundo Wylen, Sonntag,
Borgnakke (1997, p. 55) “Um sistema realiza trabalho se o único efeito sobre o meio
(tudo externo ao sistema) puder ser o levantamento de um peso”.
Além de muito utilizados, o calor e o trabalho são eventos temporários em um
sistema. Portanto, a distinção destes dois termos se faz importante para entender as
propriedades e características de cada, bem como a compreensão da relação entre
os dois.
Em um contexto prático, quando é cedido calor ao sistema, nota se dois
fenômenos. São eles, o aumento da temperatura e a expansão gasosa. A energia
15

interna (U), que refere-se a soma da energia das partículas, aumenta na medida que
a temperatura é aumentada e a expansão gasosa condiz a produção de trabalho. De
acordo a Figura 1:
Figura 1 - Calor e Trabalho

Fonte: Adaptado de Bisquolo (2005).

O calor adicionado ao sistema, não é perdido, mas sim transformado em


trabalho e alteração da energia interna.

2.3 EXPERIMENTO DE JOULE

O físico britânico, James Prescott Joule, viveu entre 1818 a 1889, é conhecido
pelas suas diversas contribuições cientificas na termodinâmica, entre elas o
experimento que contribuiu para formular a lei da conservação de energia.
O experimento de Joule consiste em um engenho com duas massas presas por
um cordão que passa por duas polias e percorre um carretel conectado ao recipiente
com água. Conforme mostra a Figura 2.
16

Figura 2 - Engenho de Joule

Fonte: Silva (2018).

Segundo Silva (2018), no experimento, conforme ocorre a descida das massas


o conjunto gira e a temperatura da água é aquecida no recipiente.
Joule pode observar que a energia potencial gravitacional era convertida em
energia interna e dessa forma ocorria o aumento da temperatura. Mais que isso,
conforme Silva (2018), Joule pode constatar a conservação de energia em um
sistema, já que a diminuição da energia potencial gravitacional, acarretava no
aumento da energia interna da água presente no recipiente.

2.4 PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Como o próprio nome sugere, o princípio ou lei da conservação de energia


compreende-se que a energia total de um sistema não muda, apenas se transforma.
Isto é, a quantidade total de energia de um sistema, sendo a energia a capacidade do
corpo de realizar trabalho, mantém-se constante.
17

Este conceito da manutenção da energia, é importante para se fazer algumas


previsões do comportamento do sistema. Já que independentemente da
complexidade deste sistema, quando ocorre transformação de energia, a quantidade
total de energia permanece a mesma.

2.5 A PRIMERA LEI DA TERMODINÂMICA

Muitos pesquisadores dos últimos séculos, contribuíram para a formulação da


primeira lei da termodinâmica. Formulação esta, que demandou grande uso da física
e engenharia e hoje é descrita segundo Wylen, Sonntag, Borgnakke (1997) que para
um sistema que desempenha um ciclo, a integral cíclica do calor corresponde à
integral cíclica do trabalho.
Dessa forma, ao definir matematicamente a primeira lei termodinâmica, tem-se
(Equação 2):
J ∮ ẟ Q = ∮ ẟ W (2)

Um outra forma de definir matematicamente a 1ª lei da termodinâmica, é


compreendendo um sistema que foi fornecido calor, conforme a Figura 1,
anteriormente citada. Sabe - se que ao ser oferecido calor ao sistema, a energia deste
calor pode resultar em energia interna, trabalho ou energia interna mais trabalho.
(Equação 3):
Q = W + ΔU (3)

Manipulando essas variáveis e considerando trabalho positivo quando a


energia saí do sistema, tem-se que a 1ª lei da termodinâmica também pode ser
determinada segundo a Equação 4:
ΔU = Q - W (4)

Onde ΔU é variação de energia interna, Q calor e W trabalho. Logo, a variação


da energia interna de um sistema é igual a diferença do calor pelo trabalho.
O conhecimento da primeira lei da termodinâmica, permite observar e prever o
comportamento de diferentes sistemas termodinâmicos. Possibilitando assim,
18

conhecer o funcionamento de equipamentos e máquinas, como os trocadores de


calor. Conforme Wylen, Sonntag, Borgnakke (1997, p. 116).

É sempre mais simples escrever a primeira lei para um volume de controle


que engloba o trocador de calor (incluindo os dois escoamentos) e neste caso
é normal admitirmos que a transferência de calor para o ambiente é nula.

Dessa forma, a análise do comportamento do trocador de calor permite uma


compreensão mais simples e sistêmica da 1ª lei da Termodinâmica.
19

3. TROCADORES DE CALOR

3.1 LEI ZERO DA TERMODINÂMICA

Percebe - se que após esquentar o chá, este costuma esfriar ao longo do


tempo. O contrário também é percebido, já que após um período de retirada da água
da geladeira, a mesma costuma esquentar. Isso ocorre, porque o corpo precisa trocar
calor, em outras palavras o corpo necessita ceder ou ganhar calor em busca do
equilíbrio térmico.
No último século, constatou que seria necessário formular uma lei antes da
primeira e segunda lei da termodinâmica que já existiam nessa época. Surge então, a
lei zero da termodinâmica.
Conforme Silva (2018), a lei zero da termodinâmica declara que se um corpo A
tem a mesma temperatura do corpo C e se o corpo B também possui a mesma
temperatura do corpo C, então o corpo A e o corpo B também possuem a mesma
temperatura e estão em equilíbrio térmico, também chamado de equilíbrio
termodinâmico. Isso ocorre mesmo que o corpo A e o corpo B não se encontre em
contato. (TA = TB = TC). De acordo Figura 3 a seguir:
Figura 3 - Lei Zero

Fonte: Guerra (2018)


20

Conforme Silva (2018), mesmo a lei zero da termodinâmica sendo concebida


posteriormente das outras duas leis da termodinâmica, ela recebe esse nome pois a
sua compreensão se faz necessária para entender essas outras leis.

3.2 TROCA DE CALOR

Sendo o calor uma energia em trânsito, conforme descrito anteriormente, ele


se movimenta de um corpo ao outro, buscando equilíbrio térmico e permitindo assim
a troca de calor.
De acordo Teixeira (2018), os corpos podem trocar calor de três diferentes
formas, condução, convecção e radiação. A condução é uma transferência de calor
microscopia, a rotação e a vibração das moléculas permite que molécula com mais
energia (corpo com maior temperatura) troque energia com uma molécula com menos
energia (corpo com menor temperatura).
Ao estabelecer matematicamente a condução, Wylen, Sonntag, Borgnakke
(1997, p. 67) revela que “A taxa de transferência de calor por condução é função da
diferença de temperatura e também de habilidade da substância realizar a
transferência de energia. Isto é expresso pela lei de Fourier da condução”. A lei de
Fourier é dada na Equação 5:
Q = -k A dT/dx (5)

Onde k é a condutibilidade térmica, A área total e dT/dx é o gradiente de


temperatura.
A convecção é uma transferência de calor que ocorre de forma microscópia e
macroscópica, acontece em escoamentos. Segundo Wylen, Sonntag, Borgnakke
(1997), a convecção ocorre quando o movimento do escoamento move matéria, que
possui energia, sobre uma superfície que dispõe de temperatura diferente do
escoamento.
A convecção pode ser dada pela lei de resfriamento de Newton, conforme a
seguir pela Equação 6:
dQ/dt = hA ΔT(6)

Na equação, o termo h é o coeficiente de transferência de calor por convecção


e ΔT é a variação de temperatura.
21

A terceira forma de transferência de calor, é a radiação. Nela a transferência


pode acontecer no vácuo e energia é propagada por ondas eletromagnéticas.
Conforme Wylen, Sonntag, Borgnakke (1997), para que a radiação ocorra é preciso
de um meio material para que aconteça a emissão e a absorção de energia. A taxa
de emissão superficial de energia pode ser dada pela Equação 7:
dQ/dt = εσA Ts4 (7)

A temperatura da superfície e a constante de Stefan – Bolztmann é dado na


equação pelos termos Ts4 e σ respectivamente.
Independente da forma de transferência de calor, quando corpos trocam calor
entre si, o total da quantidade de calor trocado por esses corpos é anulada.
A troca de calor ocorre quando o calor de corpos que estão em diferentes
temperaturas, é transferido de um para o outro, afim de atingir o equilíbrio térmico.
Conforme Incropera, et al. (2008) o procedimento de transferência de calor entre dois
fluidos que estão a temperaturas diferentes e distantes por uma parede sólida ocorre
em vários seguimentos da engenharia, como trocadores de calor.

3.3 TROCADORES DE CALOR

Os trocadores de calor são bastante utilizados em refrigeradores, ar


condicionado, em produção de potência, manipulação química, aquecedores
industriais e ambientais e em muitos processos nas usinas de petróleo, gás, geração
de energia entre outras.
Para definir trocador de calor, Mattjie, Ristof, Michels (2013, p. 2) expõe que:

Pode ser definido como sendo um dispositivo utilizado para a realização da


troca térmica entre dois ou mais fluidos de temperaturas diferentes. Em
processos industriais são encontrados várias formas para a transferência de
calor. O trocador de calor aquece ou esfria um determinado fluido e isso é de
suma importância para a eficiência do processo como um todo.

Dessa forma, trocadores de calor são equipamentos que efetua a troca de calor
através de fluidos que estão em temperaturas diferentes.
A grande gama de aplicações dos trocadores de calor e as características de
cada equipamento, permite classificar os trocadores de calor de diferentes formas.
Um exemplo de classificação destes engenho, é em função da configuração do
22

escoamento e do modelo de construção. Segundo Incropera, DeWitt (2008, p. 425)


“No trocador de calor mais simples, os fluidos quente e frio se movem no mesmo
sentido ou em sentidos opostos em uma construção com tubos concêntricos (ou
bitubular)”.
Dentre os diversos trocadores existentes, tem- se o trocador de calor casco e
tubos, sendo este usualmente aplicado na indústria.

3.3.1 Trocadores de calor casca tubos

Bastante comum na indústria química, a classe de projetos de trocador de calor,


casca tubos costuma ser utilizado com os fluidos água e óleo. Ele é composto por
tubos com fluido no interior do casco, que também possui um fluido, porém sendo este
diferente do fluido presente no tubo. É frequente o emprego da água nos tubos e óleo
no casco. A imagem a seguir apresenta o trocador de calor casca tubos do tipo AES,
Figura 4:
Figura 4 - Trocador de calor casca tubos

Fonte: Souza (2013)

De acordo Souza, Monique (2013, p.5) “os fluidos entram no trocador por
extremidades opostas do trocador – configuração contracorrente.” Figura 5:
23

Figura 5 - Trocador de calor casca tubos configuração contracorrente

Fonte: Martinelli (2017)

Assumindo a água e o óleo como fluidos aplicados a este equipamento, tem –


se que o óleo flui pelo casco e a água de resfriamento flui pelos tubos.
Segundo Martinelli (2017), para compreender o funcionamento do trocador de
calor casca tubos, pode-se defini - lo como um equipamento composto por duas séries
de tubos. Uma série dos tubos, contém o fluido que deverá diminuir ou aumentar sua
temperatura e a outra série de tubos, inclui o fluido que irá dar ou receber calor.
Dessa forma, cada fluido possui uma temperatura diferente e ao cruzarem um
pelo outro, os fluidos trocam calor, gerando dessa forma, a mudança de temperatura
neles. Logo, os fluidos irão aumentar ou diminuir sua temperatura dependendo da
finalidade proposta.
24

4. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PARA VOLUME DE CONTROLE E


REGIME PERMANENTE

4.1 VOLUME DE CONTROLE

No estudo da termodinâmica, assim como em muitas outras ciências, é


preciso identificar o objeto de análise que está se trabalhando, assim surge o
conceito de volume de controle, onde ocorrerá o fluxo de massa. De acordo
com Wylen, Sonntag, Borganakke (1997) um volume de controle pode ser
definido quando a análise se dar por meio fluxos de massa.
Um exemplo de volume de controle é apresentado na Figura 6.
Figura 6 - Volume de Controle

Fonte: Wylen, Sonntag, Borganakke (1997)

Assim, o volume de controle é um volume determinado no espaço, que pode


ser idealizado pela a análise que se deseja fazer ou pela própria estrutura física que
se tem.
Para se determinar as dimensões do volume de controle, Wylen, Sonntag,
Borgnakke (1997, p. 109) cita que:

O tamanho e a forma do volume de controle são arbitrários e podem ser


definidos de modo que a análise a ser feita seja a mais simples possível. A
superfície pode ser fixa ou móvel, entretanto, o movimento desta deve ser
referenciado em relação a algum sistema de coordenadas.
25

A superfície do volume de controle pode ser cruzado por uma massa, por calor
e por trabalho. Dessa forma, a massa e as propriedades que já estão presentes no
volume de controle, podem sofrer alterações.
Um modelo de volume de controle que passa por essas alterações está a seguir
na Figura 7:
Figura 7- Volume de Controle que sofre alterações

Fonte: Wylen, Sonntag, Borganakke (1997)

Nota – se na figura 7, que o volume de controle apresenta transferência de


calor, deslocamento da fronteira e aglomeração de massa e energia.

4.2 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PARA VOLUME DE CONTROLE

É ideal para situações onde ocorre escoamento de matéria na fronteira do


volume de controle.
26

De acordo com Wylen, Sonntag, Borgnakke (1997) nas observações de


fenômenos envolvendo volumes de controle, é preciso cogitar os fluxos de massa de
entrada e de saída do volume de controle, ainda segundo Wylen, Sonntag, Borgnakke
(1997) preciso também observar o aumento líquido de massa no interior do volume
de controle.
Ao se fazer uma análise da primeira lei da termodinâmica para o volume de
controle, obtermos a Equação 8:
E2 – E1 = 1Q2 -1W2 (8)

Esta análise pode ser entendida através da Figura 8:


Figura 8 - Volume de Controle para a análise da eq. da 1ª lei da
termodinâmica

Fonte: Wylen, Sonntag, Borganakke (1997)

A figura 8, apresenta um volume de controle, onde a mudança de energia


ocorre pelas taxas de transferência de energia percebido na fronteira. A análise da
primeira lei da termodinâmica em volume de controle permite notar que o fluido ao
atravessar a fronteira possui uma energia por unidade de massa. Essa energia por
unidade de massa, é descrita pela Equação 9:
e = u + (1/2 v²) + gZ (9)
27

Toda vez que o fluido movimento pelo volume de controle, ocorre trabalho na
fronteira. A taxa deste trabalho, também chamada de taxa de trabalho do escoamento,
é dada pela Equação 10:
dW (escoamento)/dt = F * V (10)

O trabalho é realizado tanto pelo volume de controle quanto pelo ambiente.


Segundo Wylen, Sonntag, Borgnakke (1997, p. 112) “o volume de controle realiza
trabalho para descarregar os escoamentos e o ambiente realiza trabalho para que
exista o escoamento dentro do volume de controle”.
A entalpia (h) pode ser definida como a energia interna de uma substância e
pode ser dada pela Equação 11:
h = u + (pv) (11)

Ao definir a entalpia, a energia total por unidade de massa no escoamento,


pode ser reescrita pela Equação 12:
e + pv = h +(1/2 v²) + gZ (12)

Acrescentando as equações anteriores e reformulando a equação 8, para a


primeira lei da termodinâmica para volume de controle, tem – se uma nova equação
definida segundo Wylen, Sonntag, Borgnakke (1997, p. 114) conforme a Figura 9:
Figura 9 - Equação da primeira lei da termodinâmica para volume de
controle.

Fonte: Wylen, Sonntag, Borganakke (1997)

É possível realizar análise para volume de controle utilizando a equação


descrita na Figura 9.

4.3 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PARA REGIME PERMANENTE

É ideal para turbinas, compressores, caldeiras, misturador, entre outros, já que


não inclui a fase transitória. Dessa forma é importante ressaltar hipóteses que podem
ocorrer para se ter regime permanente.
28

Para essas hipóteses, Wylen, Sonntag, Borgnakke (1997, p. 114) menciona


que:
1.O volume de controle não se move em relação ao sistema de
coordenadas. 2. O estado da substancia, em cada ponto do volume de
controle, não varia com o tempo.3. O fluxo de massa e o estado desta
massa em cada área discreta de escoamento na superfície de controle
não varia com o tempo. As taxas nas quais o calor e o trabalho cruzam a
superfície de controle permanecem constantes.

Cada hipótese proporciona a adequação da primeira lei da termodinâmica. A


primeira hipótese permite entender que não existe trabalho sendo agregado na
medida que o volume de controle sofre aceleração.
Através da segunda hipótese tem-se as relações da Figura 10:
Figura 10 - Estado da massa não varia ao longo do tempo.

Fonte: Wylen, Sonntag, Borganakke (1997)

Esta hipótese permite formular a Equação 13:


Σṁe = Σṁs (13)

A terceira hipótese adotada, permite entender que as vazões, os estados e as


taxas continuam constante ao longo do tempo. Logo, Equação 14:
ṁe = ṁs = ṁ (14)

As hipóteses estabelecidas possibilita que o processo de regime permanente


seja comumente utilizado em compressores e motores alternativos.
De acordo com Wylen, Sonntag, Borganakke (1997) isso se dar, pois através
da análise da primeira lei da termodinâmica para regime permanente é possível
considerar o fluxo como sendo o fluxo médio para o número de ciclos. Considera se
também essa analogia, para propriedades do fluido, para o calor e para o trabalho.
Ainda, é considerado que a energia e a massa no volume controle também é não
sofrem variação.
Para ilustrar, um condensador de um sistema de refrigeração é mostrado a
seguir como um exemplo da análise da primeira lei da termodinâmica regime
permanente, Figura 11:
29

Figura 11 - Primeira lei da termodinâmica para regime permanente.

Fonte: Wylen, Sonntag, Borganakke (1997)


30

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notório que ao decorrer da história diferentes formas de energia, calor e


trabalho foram descobertas. Essas descobertas foram importantes para formular a
primeira lei da termodinâmica, que por sua vez, permite a formulação de
equipamentos e máquinas, como trocadores de calor.
O trabalho cumpre seu objetivo que é demonstrar o comportamento do trocador
de calor para exemplificar e constatar a 1ª lei da termodinâmica, através da
explicação, sobre funcionamento do trocador de calor e a compreensão da 1ª lei da
termodinâmica para volume de controle e regime permanente.
Este trabalho pode ser melhorado, utilizando um tipo de trocador de calor
específico, para compreender a primeira lei da termodinâmica. Uma outra proposta
para trabalhos futuros é uma análise da segunda lei da termodinâmica para máquinas
térmicas. Alguns conceitos necessários para estes futuros trabalhos, como calor,
energia e trabalho, já são apresentados neste TCC.
31

6. REFERÊNCIAS

Bisquolo, Paulo Augusto. Termodinâmica (1): Calor, trabalho e rendimento.


Disponível em: < https://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/termodinamica-1-
calor-trabalho-e-rendimento.htm > Acesso em: 10 de set. de 2018

Incropera, Frank et al. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. Rio de


Janeiro: LTC, 2008. 425 p

Martinelli, Laira. Projeto de um protótipo de calor do tipo casco e tubos.


Disponível em: < https://techne.pini.com.br/2017/06/projeto-de-um-prototipo-de-
trocador-de-calor-do-tipo-casco-e-tubos/ > Acesso em: 14 de out. de 2018

Mattjie, Clovis A.; Ristof Renato; Michels Ademar . Projeto de um trocador de calor
para resfriamento de fluido em um circuito hidráulico utilizado na agricultura de
precisão. 3ª Semana Internacional das ENGENHARIAS DA FAHOR. Horizontina.
p 1-6. 2013. Disponível em:
<http://www.fahor.com.br/publicacoes/sief/2013/projeto_de_um_trocador.pdf>.
Acesso em: 10 de abr. de 2018.

Rudnytsky, Rafael. Primeira e Segunda lei da Termodinâmica. Disponível em:


<http://alimentoseengenharia.blogspot.com.br/2013/07/primeira-e-segunda-lei-da-
termodinamica.html > Acesso em: 09 de abr. de 2018

Santos, Vanice dos; Candeloro, Rosana J. Trabalhos acadêmicos: uma


orientação para pesquisa e normas técnicas. Porto Alegre: RS: AGE, 2006. 43p.

Silva, Domiciano Correa Marques da. Experiência de Joule. Disponível em: <
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/experiencia-joule.htm> Acesso em: 26
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Silva, Domiciano Correa Marques da. Lei zero da termodinâmica. Disponível em: <
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/lei-zero-termodinamica.htm > Acesso
em: 13 de out. de 2018

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