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Goodfrei Castigo César Cabral

HISTORIAL DO SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA TERMODINÂMICA

Universidade Rovuma
Nampula

2020

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Goodfrei Castigo César Cabral

HISTORIAL DO SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA TERMODINÂMICA

Trabalho de carácter avaliativo a ser


apresentado na Faculdade de Ciências
Naturais Matemática e Estatística da
cadeira de Termodinâmica e Física
molecular, do curso de licenciatura em
ensino de Física, 10Ano: Leccionado
pelo Docente
dr : Momade Jaime Chau.

Universidade Rovuma
Nampula
2020

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Índice

Introdução………………………………………………………………………………4

Desenvolvimento……………………………………………………………………….5

História do surgimento da termodinâmica………………………………………………5

Termodinâmica desde os tempos antigos……………………………………………….6

Termodinâmica como ciência……………………………………………………………7

Evolução da termodinâmica…………………………………………………………….7

Conceito da termodinâmica…………………………………………………………….7

Leis da termodinâmica………………. ……………………………………. …. ……...8

Principais precursores da termodinâmica……. ……………………………………… 13

Aplicação da termodinâmica………………………………………………………….13

Conclusão………………………………………………………………………………14

Referências bibliográficas……………………………………………………………...15

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Introdução

O presente trabalho baseia-se no historial do surgimento e desenvolvimento da


termodinâmica.

O fruto deste é o resultado de uma investigação bibliográfica na qual pretendo fazer luz
sobre o tema em causa, esclarecendo conceitos fundamentais, abrir horizontes e
apresentar directrizes básicas que podem pela generalidade compreender os diversos
conceitos.

Ao longo desse tema são desenvolvidos vários aspectos sobre o tema, que tem por
objectivo imediato a apresentação do historial do surgimento e desenvolvimento da
termodinâmica, e por sua vez da citação, dos principais precursores desta época.

Com propósito metodológico, recorri a pesquisas bibliográficas, uma vista de olhar nos
serviços electrónicos (internet), seguindo da compilação da informação recolhida fez-se
o que a seguir nos é apresentado.A história da termodinâmica é uma etapa
fundamental na história da física, da química e da história da ciência em
geral.  Devido à relevância da termodinâmica em muitas partes da ciência e
da tecnologia, a história da termodinâmica tem sido util por natureza, com o
desenvolvimento da mecânica clássica, da mecânica quântica, do
magnetismo e da ciência da velocidade química, e em campos práticos mais
remotos, como meteorologia, teoria da informação e biologia (fisiologia), e
o motor a vapor, máquinas de combustão interna.  Também está ligado a
avanços tecnológicos, como criogenia e  geração de electricidade.O
desenvolvimento da termodinâmica continuou e continuou com a teoria
atômica. Além disso, com uma abordagem engenhosa, ele mobilizou novas
direções em probabilidade e estatística;  Veja, por exemplo, a linha do tempo
da termodinâmica.

Porém para a concretização do trabalho fiz uso do método de consulta bibliográfica


como forma de finalizar o trabalho.

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Desenvolvimento

História do surgimento da termodinâmica

A termodinâmica surgiu em 1650,  Otto Von Guericke foi seu criador. Ele foi o
responsável pela criação da primeira bomba de vácuo  do mundo, além de criar o
primeiro vácuo artificial através das esferas de Magduberg. Anos depois  Robert
Boyle tomou conhecimento dos experimentos de Otto, e juntamente com  Robert
Hooke, construiu uma bomba de ar. Com essa bomba, Boyle e Hooke perceberam a
relação entre  pressão, volume e temperatura, com essa descoberta Boyle formulou uma
lei que estabelece que a pressão e o volume são inversamente proporcionais. Essa lei
ficou conhecida como Lei de Boyle.

Por volta de 3000 a.C. os egípcios relacionavam o calor com o  fogo. Hoje sabe-se que a
termodinâmica é o ramo da  Física que estuda as relações de troca entre o calor e o
trabalho realizado na transformação de um sistema físico. Ou seja, ela estuda como a
variação da pressão, da  temperatura e do  volume interfere nos sistemas físicos. O
estudo da termodinâmica surgiu da necessidade aumentar a eficiência das  máquinas
térmicas. O conhecimento dessas relações permitiram que  Thomas Savery criasse a
primeira  máquina a vapor.

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Fig1: O ”motor de Savery” de 1698- a primeira maquina a vapor com utilidade
comercial foi construída por Thomas Savery

As primeiras máquinas a vapor surgiram na  Inglaterra durante o  século XVIII. Elas


eram usadas para retirar água acumulada nas  minas de  ferro e  carvão e para  fabricar
tecidos. No entanto, em 1697, com base em projectos de Papin, o engenheiro  Thomas
Savery construiu os primeiros motores, embora estes motores iniciais fossem grosseiros
e ineficientes, o que atraiu a atenção dos principais cientistas da época. Um desses
cientistas foi  Sadi Carnot, o "pai da termodinâmica", que em 1824 publicou Reflexões
sobre a Força Motriz do Fogo, um discurso sobre o calor, potência e eficiência do
motor. Isto marca o início da Termodinâmica como ciência moderna. Em 1816, Robert
Stirling patenteou o motor que leva o seu nome e que, teoricamente, seria maquina
térmica mais eficiente.

Termodinâmica desde os tempos antigos

Os antigos viam o calor como algo relacionado ao fogo.  Os antigos egípcios
consideravam que o  calor estava relacionado às origens mitológicas.  Na
tradição filosófica ocidental, Empédocles propôs uma teoria de quatro
elementos, na qual todas as substâncias derivam da terra, água, ar e
fogo. Cerca de 500 a. C., o filósofo grego Heráclito argumentou que os três
principais elementos da natureza eram fogo, terra e água.

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No período moderno, o calor era considerado uma medida de um fluido
invisível, conhecido como calórico.  Os corpos foram capazes de conter uma
certa quantidade desse fluido, o que levou ao termo capacidade de calor.

Nos séculos XVIII e XIX, os cientistas abandonaram a idéia de um calórico


físico e, em vez disso, entenderam o calor como uma manifestação da energia
interna de um sistema. Hoje o calor é a transferência de energia
térmica desordenada.
Termodinâmica como ciência

O físico e químico irlandês Robert Boyle, em 1656, em coordenação com o


cientista inglês Robert Hooke, construiu uma bomba de ar.  Ao usar esta
bomba, Boyle e Hooke notaram a correlação pressão-volume:
PV=constante. Naquela época, o ar era para ser um sistema de partículas
imóveis, e não era interpretado como um sistema de moléculas em
movimento.

Nos anos seguintes, mais variações de motores a vapor foram construídas,


como o Newcomen Engine e mais tarde o   Watt Engine. O principal problema
com esses primeiros motores era que eles eram lentos e desajeitados,
convertendo menos de 2% de combustível fóssil, geralmente  carvão, em
trabalho útil. Daí a necessidade de uma nova ciência da dinâmica motora.
Evolução Histórica da Termodinâmica

A Termodinâmica nasceu no século XIX, como resultado das preocupações relativas ao


aperfeiçoamento das primeiras máquinas a vapor, dos laços entre os fenómenos
mecânicos e os térmicos assim como da evolução da calorimetria. Ela é a área das
ciências físicas que estabelece uma estreita ligação entre a ciência e a sociedade e cujos
primeiros passos do seu desenvolvimentos tiveram como factores impulsionadores os
problemas da sociedade e não propriamente os problemas físicos.

Conceito da termodinâmica

Para entendermos a termodinâmica, alguns conceitos têm que estar bem estruturados em
nossas cabeças. São eles:

Temperatura: grau de agitação das moléculas;

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Calor: troca de energia térmica entre os corpos;

Energia: capacidade de um corpo em realizar trabalho.

A  termodinâmica é o ramo da física clássica que estuda e descreve as


transformações termodinâmicas induzidas pelo   calor e pelo trabalho em um 
sistema termodinâmico, como resultado de processos que envolvem mudanças
nas variáveis de  temperatura e estado de energia.

Objecto de estudo da Termodinâmica

A Termodinâmica estuda os processos que ocorrem em porções de matéria sólida,


líquida ou gasosa, os quais implicam trocas de energia entre estas porções e o ambiente.

Leis da Termodinâmica.

A história da Termodinâmica se baseia nas descobertas das suas três leis.

Lei zero da termodinâmica

A lei zero é a que define a temperatura;

Embora a noção de quente e frio pelo contacto com a pele seja de uso corrente, ela pode
levar a avaliações erradas de temperatura. De qualquer forma, é da observação
quotidiana dos corpos quentes e frios que se chega ao conceito de temperatura. Levando
em conta essas observações, assim postulou-se a lei zero: se A e B são dois corpos em
equilíbrio térmico com um terceiro corpo C, então A e B estão em equilíbrio térmico um
com o outro, ou seja, a temperatura desses sistemas é a mesma.

A Primeira Lei da Termodinamica

A primeira lei da termodinâmica (calor, trabalho mecânico e energia interna) é a do


princípio da conservação da energia;

Ela estabelece que “Num sistema isolado a energia interna permanece constante.”

Contribuíram decisivamente para o aparecimento da primeira Lei da Termodinâmica os


seguintes cientistas:

Nicolas Léonard Sadi Carnot (1791-1832), físico francês, considerado o pai da


Termodinâmica.

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Carnot apresentou em 1824 um trabalho (Reflexões sobre a potência motriz do fogo e
sobre as máquinas preparadas para desenvolver essa potência) que depois de ter sido
inicialmente ignorado, constitui actualmente uma das obras-primas da História das
Ciências.

Nessa sua obra Carnot escreveu a seguinte frase: “Ninguém ignora que o calor pode ser
a causa do movimento. Que ele possui até uma grande potência motriz: as máquinas a
vapor, hoje tão espalhadas, são uma prova eloquente para quem tiver olhos para ver.”

Nos seus estudos Carnot também admitiu como correcta a teoria do calórico, o que
significava para ele, que no processo que ocorre na máquina a vapor devia haver
“conservação de calor”.

Experiência de Joule

A energia interna pode aumentar através da realização de trabalho (W) sobre o sistema,
ou por meio da passagem de calor (Q) do exterior para o sistema. Assim, a variação da
energia interna (ΔU) é dada pela seguinte equação, que traduz a 1ª Lei da
Termodinâmica:

ΔU= W + Q

Um dos possíveis enunciados desta lei é:

“A variação da energia interna de um sistema é igual à energia transferida através da


fronteira, tanto pela realização de trabalho como pela ocorrência de um fluxo de
calor.”(1 cal = 4,188J ).

Num sistema isolado, Q = 0 e W = 0, a variação da energia interna é zero, ΔU=0 e a


energia interna permanece constante.

A primeira lei da termodinâmica fornece-nos a equação que permite calcular o trabalho


realizado em função das quantidades de calor das duas fontes:

T = QQ – QF

Substituindo essa relação na equação anterior, podemos encontrar outra forma de


calcular o rendimento de uma máquina térmica, observe:

η =_QQ – QF_
        QQ

Simplificando a expressão, temos:

η = 1 -QF
            QQ

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A segunda Lei da Termodinâmica.

Apesar de ser denominada “2ª Lei da Termodinâmica”, esta foi a primeira a ser
formulada.

A segunda lei define entropia e fornece regras para conversão de energia térmica em


trabalho mecânico.

A lei diz que “a entropia do Universo aumenta numa transformação espontânea e


mantém-se constante numa situação de equilíbrio.”

A entropia do Universo

Como o Universo é constituído pelo sistema e pelo exterior, a variação da entropia no


Universo (ΔSuniv) para qualquer processo é a soma das variações de entropia no
sistema (ΔSsist) e do exterior (ΔSext).

∆ S univ=∆ S sist +∆ S ext

Rudolf Clausius foi quem, a partir das ideias de Carnot, clarificou muitos dos conceitos
da 2ª Lei da Termodinâmica dando-lhe a forma actual.

“É impossível que uma máquina frigorífica que trabalhe ciclicamente transfira energia
como calor, de um corpo frio para outro quente, sem que um agente externo realize
trabalho.”

Ao considerar que existia uma equivalência entre calor e trabalho e que era impossível
realizar um processo cíclico em que se transfira calor de um corpo mais frio para um
corpo mais quente, Clausius descrevia, respectivamente, a primeira e a segunda Lei da
Termodinâmica.

Em 1854, Clausius introduziu o conceito do valor de equivalência de uma


transformação térmica e que era medido pela relação entre a quantidade de calor (q) e a
temperatura (T) na qual ocorria a transformação. Por intermédio desse conceito físico,
fez a distinção entre processos reversíveis e irreversíveis. Assim, assumiu
arbitrariamente que a transformação de calor de um corpo quente para um frio tinha um

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valor de equivalência positivo.  

Fig3: Máquina térmica utilizada para o transporte de cargas e pessoas.

Em 1865, publicou um trabalho no qual propôs o termo entropia (do grego entropé
significa mudança, volta), representado por S, em lugar do termo valor de equivalência,
que havia usado em 1854.

Em 1865, publicou um trabalho no qual propôs o termo entropia (do grego entropé
significa mudança, volta), representado por S, em lugar do termo valor de equivalência,
que havia usado em 1854.

A capacidade de dedução de Clausius, baseada em análises matemáticas relativamente


simples, permitiu-lhe chegar a uma equação que relaciona a entropia com a

(
transferência de calor, para um processo reversível dS=
dQrev
T )
e para um processo

(
irreversível dS>
dQrev
T ) . Estas expressões são um desenvolvimento das ideias de
Carnot e permitem concluir que:

Esta é uma das formas de exprimir a actual 2ª Lei da Termodinâmica que resultou,
principalmente, dos esforços de dois cientistas: Carnot e Clausius.

“Em qualquer transformação que se produza num sistema isolado, a entropia do sistema
aumenta ou permanece constante. Não há portanto qualquer sistema térmico perfeito no
qual todo o calor é transformado em trabalho. Existe sempre uma determinada perda de
energia”.

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Entende-se por processos irreversíveis os processos que ocorrem espontaneamente num
dado sentido e que não podem ser revertidos por uma mudança infinitesimal,como, por
exemplo, o arrefecimento espontâneo num sistema isolado.

Em 1867, Maxwell escreveu uma carta na qual apresentou o carácter probabilístico da


2ª Lei da Termodinâmica, através do seguinte exemplo:

“Um recipiente que possui uma parede no meio com uma janela que poderá ser
manipulada por um porteiro (denominado Demónio de Maxwell por William Thomson),
contém um gás a uma determinada temperatura. Através dessa janela, o porteiro
deixaria passar partículas que tivessem velocidade alta e impediria a passagem das
partículas que tivessem velocidade baixa, já que, segundo a sua distribuição de
velocidades, num gás em equilíbrio, as partículas distribuem-se com as mais variadas
velocidades.”

Assim, depois de um certo tempo, um lado do recipiente estaria mais quente que o
outro, mostrando, assim, que o fluxo de calor poderia ocorrer em dois sentidos, e não
em apenas um, conforme indicava a 2ª Lei da Termodinâmica.

Ludwig Edward Boltzmann (1844-1906), físico austríaco, introduziu, em 1872, a


interpretação estatística da entropia. A entropia do sistema (S) é relacionada com a
constante de Boltzmann (k) e com o número de diferentes meios de distribuição de
átomos e moléculas da amostra e que podem dar origem à mesma energia (W).

S= K . lnW

A terceira Lei da Termodinâmica

E a terceira lei aponta limitações para a obtenção do zero absoluto de temperatura.

Os cientistas seguintes contribuíram para a formulação da terceira Lei da


Termodinâmica:

Walther Hermann Nerst (1864-1941), físico- químico polaco e Max Karl Ernst Ludwig
Planck (1858-1947), físico alemão enunciou, em 1912, a 3ª Lei da Termodinâmica.

A 3ª Lei da Termodinâmica pode ser enunciada da seguinte forma:

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“A entropia de todos os cristais perfeitos é igual no zero absoluto de temperatura.” Ou
“a entropia de todos os corpos tende a zero quando a temperatura tende aos zero
absolutos”.

Principais precursores da termodinâmica

Os principais precursores que contribuíram para o desenvolvimento da termodinâmica


para além do pai da termodinâmica o Sadi Carnot, foram:

 Nicolau Copérnico (1473 – 1543)


 Galileu Galileu (1564 - 1642)
 Johannes Kepler (1571 – 1628)
 Isaac Newton (1642 – 1727)
 Antoine Laurent Lavoisier (1743 – 1749)
 Charles Darwin (1809 – 1882)
 Albert Einstein (1879 – 1955)

Aplicação da termodinâmica.

Sabemos que a Termodinâmica, também denominada de termologia, tem diversas


aplicações.
Sua aplicação vai desde as máquinas térmicas à meteorologia, com a medição de
pressão e temperatura, humidade relativa do ar. Ou seja, existem inúmeros instrumentos
que permitem medir as características variáveis dos gases, como os hidrômetros, que
conferem a humidade relativa do ar e o barómetro, que afere a pressão.

A termodinâmica também é aplicada em larga escala nos automóveis. No processo de


combustão, há uma grande liberação de calor e energia. Essa energia térmica é
aproveitada para realizar o trabalho mecânico. A termodinâmica também é aplicada em
outras situações, como na turbina de avião e nas usinas termoeléctricas, que se utilizam
do calor produzido pela fissão atómica.

Uma das aplicações da termodinâmica está ligada à ciência dos materiais, que estuda
meios para obtenção de novos tipos de materiais, que possuam propriedades químicas e
físicas bem definidas. A termodinâmica, podemos assim dizer, é uma das bases da
engenharia dos materiais, pois os processos de fabricação de novos materiais envolvem
bastante a transferência de calor e trabalho para as matérias-primas.

Por exemplo, uma peça cerâmica necessita passar por um processo de cozimento com
temperaturas muito elevadas, que chegam a ser superiores a 1.000°C. Suas propriedades
físicas finais dependerão do tempo e da temperatura aos quais ela foi submetida.

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Conclusão

Reunindo as conclusões de Carnot, e tendo em vista as discussões sobre a


necessidade de se preocupar com a natureza do calor, Clausius reelaborou a
termodinâmica em torno da ideia de transformação, equivalência e conservação,
o que possibilitou formalizações das leis da termodinâmica, revelando o papel
preponderante da matemática como estruturante da sua teoria. Tal reelaboração
só foi possível através do rompimento com o conceito substancialista de calor e
a adopção de uma concepção energética como algo que se conserva na natureza
permitindo transformações que tem como consequências sua perda de qualidade
e consequentemente sua busca a um estado de equilíbrio que redundaria na
morte térmica do universo.
Em seus trabalhos Clausius evidenciou uma nova linguagem para a Física: a de
que, contrariamente às transformações mecânicas em que os ideais de
conservação e de reversibilidade coincidem como é o caso do princípio de
conservação da energia, é necessário ir além. É preciso achar um meio de
exprimir a distinção entre fluxos “úteis” àqueles que compensam exactamente
uma conversão e os fluxos “dissipados”, perdidos, os que uma inversão do
funcionamento do sistema não poderia reconduzir à fonte quente. É este o papel
da função de estado que ele denominou de entropia S.
Entretanto, Carnot e Clausius em seus estudos protegeram os sistemas dos
fluxos que constituem a natureza, pondo-o numa redoma. Elaboraram uma
termodinâmica que é categorizada hoje como “termodinâmica do equilíbrio”.
Nos mundos que conhecemos, o equilíbrio é um estado raro e precário. No
mundo real a regra é o “não equilíbrio”. Sabemos, no entanto, que a intervenção
teórica que isolou o sistema do resto do universo, levou Carnot e Clausius a
darem contribuições valiosas para a compreensão do funcionamento das
máquinas térmicas e forneceu a base do desenvolvimento da termodinâmica,
gerando consequências e indagações que se alastraram e redundaram na
termodinâmica do “não equilíbrio” cujo tratamento não cabe nesse trabalho.

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Referências bibliográficas

− TIPLER, P. A; Física Mecânica, Oscilações e Ondas Termodinâmica – Volume 1, 4ª


Edição, LTC Editora; Rio de Janeiro RJ 2000

− BUECHE, F. e HECHT, E; Física Nona Edição, McGraw-Hill; Lisboa 2001

− CENGEL, Y. e BOLES, M. Termodinâmica, Quinta Edição, McGraw-HillS. Paulo


2007

− HALLIDAY, R. e RESNICK, R. Physics Parts 1 and 2, Third Edition, John Wiley &
Sons, New York 1960.

 RONAN, Colin A. (1987).  História Ilustrada da Ciência: da Renascença à Revolução


Científica.  3. Rio de Janeiro: Zahar. P. 120. ISBN 85-85061-68-5

Energy Conversion. Autores: D. Yogi Goswami & Frank Kreith. CRC Press, 2007, pág.
12-1, (em inglês)  ISBN 9781420044324 Adicionado em 12/06/2018.

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