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DEPARTAMENTO DE FÍSICA
Licenciatura em Física
A Termodinâmica
Discentes:
8 Conclusão ................................................................................................................ 19
Existem quatro leis na Termodinâmica, que chamamos lei zero, primeira, segunda e
terceira. Cronologicamente, somente a terceira está corretamente enumerada. A segunda
começou a ser formulada em 1824, com o trabalho de Sadi Carnot, sua forma final foi
enunciada por Clausius em torno de 1850. A primeira lei apareceu logo depois com os
trabalhos de Mayer, baseando-se nas experiências de Joule. A terceira teve sua origem
nos trabalhos de Nernst, no início do século XX, e a lei zero só foi estabelecida 20 anos
depois. (Savi & Colucci,2012, p.14)
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2 Delimitando o espaço e o tempo de análise
Segundo (Gomes, 2012, p.3) O fogo sempre esteve presente na vida do homem,
despertando medo, respeito e admiração. Há evidências de sua utilização, de modo
voluntário, a cerca de 300.000 mil anos atrás. Ele era produzido, possivelmente, por atrito
entre galhos ou por choque entre pedras cujas faíscas provocadas incendiavam palhas
secas. A partir dessa época, não se conhece nenhuma sociedade que tenha vivido sem a
capacidade de manuseá-lo.
Essa aquisição modificou os nossos hábitos alimentares, além de ter possibilitado uma
emigração da África para as zonas mais frias, como a Europa e a Ásia. Sem o domínio
sobre o fogo, o homem não teria fundido o cobre e o estanho, criando a liga de bronze.
Dessa forma, não teria conseguido confecionar diversos tipos de ferramentas, armaduras,
armas brancas e instrumentos agrícolas. (Gomes, 2012, p.3)
Além dessas considerações filosóficas, pode-se estudar o fogo sobre vários aspetos, pois
ele participa de muitos fenômenos físicos e químicos. Por exemplo, a sua presença, ou
ausência, muito mais do que a do Sol, fez o homem pensar sobre os processos de
aquecimento e de resfriamento.
A nossa análise terá início a partir do momento que os conceitos de calor e temperatura
começaram a ser diferenciados e os primeiros estudos quantitativos sobre as ocorrências
que envolvem aquecimento e resfriamento foram realizados. Desse modo, conseguiremos
abordar tanto a primeira teoria científica mais elaborada sobre o conceito de calor quanto
os primórdios da teoria aceita atualmente.
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3 A Teoria do Calórico
Em sua obra (Savi & Colucci,2012, p.15) Afirma que o calórico era visto como um fluido
imponderável contido nos materiais e, portanto, a sua quantidade deveria ser finita.
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Black#/media/Ficheiro:Black_Joseph.jpg
A teoria do calórico surgiu, pela primeira vez com Joseph Black ( 1778 – 1799), químico
e físico inglês, como explicação dos fenómenos caloríficos. Foi ele quem fez a distinção
entre temperatura e calor. Para Black, o calórico seria um fluido sem peso, muito elástico,
indestrutível, capaz de penetrar em qualquer corpo sob influencia de causas exteriores,
bem determinadas. (Aragão, 2006, pp.43-44)
Ainda na mesma obra (Aragão, 2006) afirma que A questão do calórico ter ou não peso
foi motivo de grande polêmica. Benjaimim Thomson conde de Rumford (1753-1814) (fig
1), demonstrou que o calórico não produzia qualquer alteração no peso dos corpos.
Explicava as diferenças dos calores específicos das diferentes substancias, admitindo que
as diferenças dos calores específicos das diferentes substancias, admitindo que as
diferentes espécies de materiais atraiam o calórico de formas diferentes.
O próprio Rumford começou a duvidar desta hipótese do calórico e, em 1798 ele mesmo
começou a atacá-la, depois de investigar a produção do calor por atrito.
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Figura 2: Benjamin Thomson conde de Rumford (1753-1814)
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Thompson#/media/Ficheiro:Benjamin_Thompson.jpg
Com o auxílio de uma junta de cavalos Rumford fez girar um tubo de canhão de bronze
contendo em seu interior uma bucha que, devido ao atrito, liberava o calor que causava o
derretimento de gelo ou a ebulição da água colocados em contato, em volta do tubo.
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Eis o comentário de Rumford, conforme Passos (2009), “o calor gerado por atrito, nesses
experimentos, era ilimitado... o que me pareceu extremamente difícil, ou quase
impossível, imaginar qualquer coisa capaz de ser provocada e comunicada, nesses
experimentos, exceto pelo movimento”. Ganhava força a associação entre calor e
movimento ou vibração das partículas. Mesmo após as observações empíricas de
Rumford a teoria do calórico ainda continuou sendo admitida por diversos pesquisadores,
como Carnot e Kelvin. Rumford também determinou, através dessas observações e com
os conhecimentos de calorimetria da época, que o equivalente mecânico do calor valia
5,5 J/cal.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/James_Prescott_Joule#/media/Ficheiro:SS-joule.jpg
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James Prescott Joule foi um fabricante inglês de cerveja que, apoiado em sua fé,
acreditava que a lei da conservação da energia era algo místico baseado na religião. Em
uma série de experimentos que durou 40 anos, ele mediu o equivalente mecânico do calor.
Seus dados confirmaram que a dissipação de certa quantidade de energia mecânica ou
elétrica, sempre resultava ser proporcional a uma quantidade de calor. (Jewett, e
Serway,2011, p.160)
A forma geral da primeira lei da termodinâmica reconhece que uma variação na energia
interna de um sistema pode ser acompanhada por uma troca de calor, uma realização de
trabalho, ou uma combinação de ambos os processos. O calor adicionado uma variação é
usada para aparece como e/ou ao sistema na energia interna realizar trabalho. A
formulação matemática dessa afirmação expressa a primeira lei da termodinâmica em sua
forma mais geral:
∆𝑬𝒊𝒏𝒕 = 𝑸 + 𝑾
Figura 4: Experiência de Joule para determinar o equivalente mecânico do calor. Fonte: (Jewett, e
Serway, 2011)
Se a energia transformada nos rolamentos e a energia que passa pelas paredes devido ao
calor forem desprezadas, as diminuições de energia potencial do sistema conforme os
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blocos caem é igual ao trabalho realizado pela roda de pás sobre a água e ao aumento da
energia interna da água. Se os dois blocos caem por uma distância h, a diminuição da
energia potencial é 2mgh, onde m é a massa de um bloco; essa energia causa um aumento
na temperatura da água.
Convém notar que Q é o nome dado para a quantidade líquida de calor adicionada ao
sistema. Se Q acontece ser negativo, isso simplesmente significa que o sistema rejeitou
certa quantidade de calor.
A relação da primeira lei pode ser lida da seguinte forma: quando adicionamos calor ao
sistema, parte desse calor é usada para aumentar a energia interna, e outra parte é utilizada
para que o sistema realize trabalho. A figura 5 apresenta os dois processos que fazem
variar a energia interna de um sistema, composto por um gás, encerrado em um cilindro
de volume variável.
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calor e trabalho são manifestações diferentes de uma única quantidade que chamamos
energia.
𝒅𝑸 = 𝒅𝑬 + 𝒅𝑾
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reconhecimento da teoria cinética dos gases e da lei da conservação da energia, William
Thomson, mais conhecido por Lord Kelvin (1824-1907) engenheiro, matemático e físico
inglês, e ainda por Rudolph Julius Emmanuel Clausis (1825-1888), físico e matemático
alemão, constitui a base para a formulação da segunda lei da termodinâmica, enunciada
pela primeira vez em 1854. Carnot desenvolveu as suas investigações, principalmente
sobre termodinâmica e sobre a noção de entropia. (Aragão, 2006)
Fonte: https://www.pinterest.com/pin/389842911475079317/?nic_v3=1a2aldKUj
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Figura 8. Rudolf Clausius. Fonte:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Segunda_lei_da_termodin%C3%A2mica
Ludwig Boltzman (1844-1906) físico alemão que foi um dos criadores da teoria cinética
dos gases, fez importantes contribuições sobre o calor específico da teoria cinética dos
gases e sobre a segunda lei da termodinâmica. Boltzman provou que a entropia
termodinâmica de um sistema, a uma dada energia, estava relacionada com o número de
estados microscópicos possíveis através de uma constante, a constante de Boltzman.
(Aragão, 2006)
Fonte: https://www.pinterest.com/pin/164311086381865828/?nic_v3=1a2aldKUj
𝒅𝑺
≥𝟎
𝒅𝒕
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quente e uma contendo gás frio, com um pequeno orifício conectando-as. O calor desloca-
se da área quente para a fria, partículas rápidas colidem com partículas lentas provocando
a aceleração delas e vice-versa. Eventualmente, o gás em ambas as caixas conterá uma
distribuição parecida de partículas e velocidades e terá a mesma temperatura. (Rooney,
2013)
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5.2 Max Planck e a Segunda Lei da Termodinâmica
Sabemos que os enunciados da segunda lei da termodinâmica foram, inicialmente,
apresentados por Clausius e Thomson (Kelvin). O enunciado de Kelvin para a segunda
lei nos diz que é impossível, por meio de um agente material inanimado, derivar efeito
mecânico de uma porção de matéria resfriando-a abaixo da temperatura do mais frio dos
objetos adjacentes. Entretanto, em alguns livros-texto este enunciado é referido como
enunciado Kelvin-Planck. Talvez isso se deva ao fato de que o enunciado apresentado por
Planck tem um caráter mais geral do que o de Kelvin. Outros livros apresentam como
sendo o enunciado de Kelvin, embora os termos do enunciado sejam muito próximos da
formulação de Planck.
Fonte: https://www.pinterest.com/pin/154529830943288572/?nic_v3=1a2aldKUj
Para Planck havia apenas uma forma de mostrar claramente a importância da segunda lei,
a que se baseie em fatos, formulando proposições que podem ser comprovadas ou
refutadas por experimentos. Segundo ele, são três as proposições essenciais que
caracterizam o processo de transformação de calor em trabalho:
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Com estas três proposições Planck destacou uma noção que até então não havia aparecido
com tanta enfase: a noção de irreversibilidade. Então, a partir desta noção presente nas
proposições acima ele chega a seguinte definição: “Um processo que não pode ser
completamente revertido é chamado irreversível, todos os outros processos são chamados
reversíveis”. (Nórbega, Freire Jr, & Pinho, 2013)
Nernst (Aragão, 2006) formulou o seu teorema do calor, que dizia “Em qualquer reação
envolvendo só sólidos cristalinos, a variação da entropia é nula”.
Fonte: https://www.pinterest.com/pin/518758450805723374/?nic_v3=1a2aldKUj
𝐥𝐢𝐦 ∆𝑺 = 𝟎
𝑻→𝟎
Robert Boyle discutiu pela primeira vez o conceito de uma temperatura mínima possível
em 1665, em New Experiments and Observations Touching Cold, no qual se referia à
ideia como primum frigidum. Muitos cientistas da época acreditavam na existência de
“algum corpo que é, por sua própria natureza, supremamente frio e pela participação do
qual todos os outros corpos obtêm essa qualidade”. (Rooney, 2013)
Fonte: https://www.pinterest.com/pin/379357968616725332/?nic_v3=1a2aldKUj
Contudo, essa medida quase correta não foi aceita universalmente. Pierre-Simon Laplace
e Antoine Lavoisier sugeriram em 1780 que o zero absoluto pode ser 1.500 a 3.000 graus
abaixo do ponto de congelamento da água, e que no mínimo deve ser 600 graus abaixo
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do congelamento. John Dalton atribuiu -3000°C. Joseph Gay-Lussac chegou mais perto,
depois de investigar como o volume e a temperatura de um gás estão relacionados. Ele
descobriu que se a pressão é mantida constante, o volume de um gás aumenta em 1/273
para cada alta de 1°C acima de zero. (Rooney, 2013)
O problema tomou um rumo diferente depois que Joule mostrou que o calor é mecânico.
Em 1848, William Thomson (mais tarde Lorde Kelvin) concebeu uma escala de
temperatura com base nas leis da termodinâmica, e não nas propriedades de qualquer
substância (ao contrário de Fahrenheit e Celsius). Kelvin encontrou um valor para o zero
absoluto que é aceito ainda hoje, de -273,15°C muito próximo do valor derivado do
termômetro de ar e da teoria de Gay-Lussac. A escala Kelvin baseia-se na escala Celsius,
mas começa em -273,15°C, e não em 0°C. (Rooney, 2013)
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Figura 15. Ralph H. Fowler. Fonte: https://collectionimages.npg.org.uk/std/mw110025/Sir-
Ralph-Howard-Fowler.jpg
A lei zero da termodinâmica afirma que "se dois corpos A e B estão separadamente em
equilíbrio térmico com um terceiro corpo C, então A e B estão em equilíbrio térmico entre
si". Essa lei permite a definição de uma escala de temperatura, como por exemplo, as
escalas de temperatura Celsius, Fahrenheit, Kelvin, Réaumur, Rankine, Newton e Leiden.
(Sears & Zemansky, 2008)
8 Aplicações da Termodinâmica
Através das leis da termodinâmica, podem-se obter, para quaisquer substâncias, os calores
específicos referentes à pressão e volume constantes e através das equações pode-se
demonstrar como as variações dos calores específicos estão relacionadas com outras
propriedades dos corpos. (Aragão, 2006)
Esta teoria é também muito importante em astrofísica e a sua aplicação aos problemas
da radiação contribuiu para a formulação da teoria quântica. (Aragão, 2006)
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9 Conclusão
Conclui-se que a Termodinâmica envolve situações em que a temperatura ou o estado
(sólido, líquido, gás) de um sistema muda por causa de transferências de energia. E
também, a Termodinâmica explica as propriedades do volume da matéria e a correlação
entre elas e a mecânica de átomos e moléculas.
Assim como se supunha que o calor fosse resultado do calórico, alguns cientistas dos anos
1780 acreditavam que o frio pudesse ser uma propriedade produzida pela presença de
uma substância chamada "frigó- rica". Esta foi desacreditada pelo filósofo e físico suíço
Pierre Prévost (1751-1839), que afirmou que o frio é simplesmente a ausência de calor e
mostrou em 1 791 que todos os corpos, não importa o quanto pareçam ser frios, radiam
calor. (Rooney, 2013)
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10 Referências bibliográficas
• Nórbega, M., Freire Jr, O., & Pinho, S. (2013). Max Planck e os enunciados da
Segunda lei da termodinâmica. Revista Brasileira de Ensino de Física.
Recuperadoem:
https://www.scielo.br/j/rbef/a/bYh7fjF7QhXgqTW4cgyd3qS/?format=pdf&lang
=pt
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