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Benjamin Thompson (1753-1814) nasceu em 1753 em Massachusets e veio a falecer em

1814 em Paris. Quando as tropas britânicas foram forçadas a abandonar Boston passou a
servir nas tropas inglesas como tenente-coronel, e sua função, na prática, era de um
excelente engenheiro.

Dentre as muitas coisas que ajudou a planejar, estavam a construção e o


aperfeiçoamento das armas de fogo As suas contribuições à Física nasceram todas da
preocupação com o calor e com os fenômenos a ele relacionados, frutos da preocupação
com a produção de armamentos. Na Baviera atuou como um eficiente engenheiro militar e
administrador, recebendo o título de Conde. Escolheu o nome de Rumford em
homenagem à cidade onde a sua primeira esposa nasceu.

Ao trabalhar na perfuração de canhões na Baviera, Conde Rumford teve a intuição sobre


a natureza dinâmica do calor, a sua mais famosa contribuição à ciência. Contudo, os seus
experimentos não foram decisivos para provar que o calórico não existia.

E é a partir de 1787, que o físico e inventor Benjamin Thompson, mais conhecido como
Conde de Rumford, vai realizar inúmeras experiências neste contexto. Numa delas
Rumford fez o seguinte: em um frasco colocou água e em um segundo frasco idêntico ao
primeiro colocou mercúrio, vedando os dois frascos. Em seguida pesou os frascos a uma
temperatura de 61°F (encontra-se em grau Fahrenheit (°F), o que equivale a 16.1°C) e
depois a uma temperatura de 30°F (corresponde a -1.1°C). Como a água e o mercúrio
possuem calores específicos bem diferentes era de se esperar que fosse obtida uma
diferença na medida de peso em cada uma das temperaturas. Porém, Rumford não
encontrou nenhuma diferença na medida do peso nos frascos.

Ao inspecionar a produção de canhões feitos de bronze na Baviera, quando era Ministro


da Guerra, Rumford notou que blocos maciços de bronze ficavam incandescentes quando
a broca perfuradora utilizada para fazer o furo ia desgastando o metal. O cientista
britânico notou a ausência de troca de substâncias durante o processo, mesmo havendo
aquecimento de ambos os materiais, o que colocava em risco a ideia de que o calor era
uma substância. Numa outra das suas experiências Rumford introduziu na água um
canhão que ia ser perfurado, com o objetivo de que o calor produzido pela broca em atrito
com o canhão fosse transferido para a água. Foram utilizados cavalos conectados ao eixo
da broca para fazer a broca girar, como ilustrado na Fig. 2. Depois de algumas horas da
broca perfurando o canhão, a água começou a ferver. Rumford conclui que fora o
movimento dos cavalos que havia fervido a água através do atrito da broca perfurando o
canhão. Depois de realizar e analisar vários experimentos neste sentido, Rumford chegou
à conclusão que não havia como explicar o fenômeno abordando o calor como um fluido,
deduzindo então, que a energia que aquecia os materiais tinha como origem a energia
mecânica das brocas em rotação.

Figura 1 e Figura 2, respetivamente.

Ao correlacionar a equivalência da energia motriz (refere-se à energia utilizada para


realizar trabalho mecânico ou para produzir movimento com o calor), Rumford deixou
claro que o calor é uma forma de energia, e se tornou um dos primeiros cientistas a
analisar a equivalência entre calor e energia mecânica, não podendo os créditos desta
análise ser unicamente atribuídos a Joule, do qual falaremos já a seguir. As pesquisas de
Rumford foram publicadas nos anos de 1798 e 1799, onde ele enunciou que: “o calor é
uma forma de movimento e não tem peso”. Em 1799, o químico inglês Sir Humphry Davy,
realizou experiências sobre a produção de calor por meio de atrito, chegando à mesma
conclusão que Rumford, ou seja, que o calor não tem peso e é uma forma de movimento.

Em 1804, num outro de seus experimentos, Rumford inseriu um termômetro em um balão


com ar rarefeito. Após vedar o balão com o termômetro dentro, colocou-o dentro de um
recipiente com água quente e observou uma pequena variação para mais na temperatura
marcada pelo termômetro. Dessa forma Rumford chegou à conclusão de que o calor
podia se propagar no vácuo. Em outras experiências, verificou que superfícies que
emitiam calor mais fracamente eram as que refletiam mais intensamente. Observou
também que a temperatura de um corpo escurecido se relacionava com a intensidade da
radiação solar. O matemático e físico escocês Sir John Leslie, também obteve no ano de
1804, resultados similares aos obtidos por Rumford.

James Prescott Joule nasceu em 1818 em Salford, e faleceu em 1889, em Sale. Após a
sua morte, em sua honra foi atribuído o seu nome, Joule, à unidade de energia. Foi
fabricante de cerveja, atividade familiar, realizando as suas experiências científicas nas
horas que lhe sobravam. Em 1838 transformou uma das divisões da casa do pai num
laboratório e iniciou as suas investigações.. Durante os dez anos seguintes dedicou-se ao
aperfeiçoamento de métodos experimentais que lhe.

Em 1850, Joule apresentou aos membros da Royal Society uma nova monografia onde
revia todo o seu anterior trabalho, descrevia pormenorizadamente o equipamento utilizado
e apresentava o registo de todas as medidas efetuadas bem como a sua análise
estatística. O equipamento experimental, desenvolvido por Joule consistia numa roda de
pás colocada horizontalmente numa cuba que continha água. Esta roda era colocada em
movimento através de um molinete ao qual se ligavam duas massas. A queda das massas
arrastava então as pás, por meio do molinete, e a fricção gerada pelo movimento das pás
na água aquecia-a. A cuba (calorímetro) era um vaso cilíndrico de cobre contendo no seu
interior 4 placas verticais fixas em intervalos de 90º e um agitador de latão com 8 pás
presas a um eixo vertical (roda de pás) isolado por um revestimento de madeira capaz de
minimizar as perdas de calor por condução. As massas, de 46,3 kg ou 22kg, eram
suspensas por cordas num eixo ligado a uma roldana. As roldanas ao moverem-se faziam
girar o eixo vertical da roda de pás. Depois de caírem de uma altura de cerca de 5 pés,
eram recolocadas no eixo e caíam novamente. Entre o equipamento e o experimentador
existia uma placa de madeira de forma a anular o calor irradiado pelo experimentador. A
temperatura do laboratório era registada antes, durante e depois da experiência. Desta
forma, Joule determinava se o aumento de temperatura do banho teria como causa
apenas a fricção ou também a radiação proveniente da atmosfera envolvente. A fim de
determinar com precisão a quantidade de calor envolvida na experiência, Joule
determinou o calor específico do cobre e do latão da roda de pás. Relatou, ainda, uma
série de experiências semelhantes às efetuadas anteriormente, mas para as quais utilizou
jogos diferentes de palhetas para a roda de pás: um de latão, um de ferro forjado e um
último de uma liga de ferro e carbono. Joule demonstrou, assim, que a relação entre
trabalho e calor não dependia dos materiais nem dos processos utilizados.
Relativamente aos contributos destas experiências na clarificação da definição do
conceito de calor as experiências de Thompson e Joule foram fundamentais para a
clarificação e avanço da definição do conceito de calor. Cada um desses cientistas
contribuiu de maneira significativa em aspetos diferentes relacionados ao calor.

Por um lado as experiências de Rumford, desafiaram a visão predominante na época de


que o calor era uma substância fluida chamada "calórico" que se transferia de um objeto
para outro. Ao realizar experimentos que envolviam a fricção mecânica, observou a
produção contínua de calor, contradizendo a ideia de que o calor era um fluido finito que
se esgotava. As suas observações sugeriram que o calor era uma forma de energia em
movimento e que podia ser gerado por trabalho mecânico. Por outro lado, James Joule
contribuiu para a compreensão quantitativa do calor e sua relação com outras formas de
energia. Ele realizou uma série de experimentos precisos para determinar a equivalência
entre trabalho mecânico e calor. Através das suas experiências, conhecidas como
experimentos de Joule, ele estabeleceu a relação entre a energia mecânica gasta em um
sistema e o calor criado, demonstrando que energia térmica e trabalho mecânico eram
formas intercambiáveis de energia.

Os trabalhos de Rumford e Joule, em conjunto, ajudaram a desmistificar a visão antiga do


calor como uma substância fluida e a estabelecer o calor como uma forma de energia
convertível em outras formas de energia. As suas contribuições foram fundamentais para
o desenvolvimento da termodinâmica, pois permitiram concluir que é possível variar a
energia interna de um sistema de duas maneiras diferentes mas equivalentes: por
transferência de energia por calor ou por transferência de energia através de trabalho
mecânico, e da compreensão moderna do calor como uma manifestação da energia.

Por fim, atualmente, designa-se por calor a energia transferida espontaneamente entre
sistemas a temperaturas diferentes. Chegamos então ao fim deste trabalho,este não seria
possível sem a informação que me foi fornecida pelos sites: Sobre-a-Evolucao-do-
Conceito-de-Calor-e-Energia-Termica.pdf (researchgate.net); TEXTO I: BENJAMIN
THOMPSON E A TEORIA DO CALÓRICO (1library.org); Contribuições de James Prescott
Joule - PrePara ENEM; Capa (unl.pt); Aula digital e Google. Obrigada pela atenção!

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