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Movimento retilíneo de queda com resistência do

ar apreciável. Pg.89/91
Movimento retilíneo de queda com resistência do ar apreciável

Numa queda livre, como vimos, dois corpos de massas


e formas diferentes como, por exemplo, uma pena e
um berlinde, deixados cair da mesma altura, chegam
ao solo ao mesmo tempo.

Mas, se fizermos a experiência, verificaremos que o


berlinde chega primeiro, devido ao efeito da força de
diferente intensidade que o ar exerce sobre os corpos,
oposta ao movimento, designada por força de
resistência do ar.
Os corpos chegariam ao solo ao mesmo tempo na Lua, pois esta não tem
atmosfera e, por isso, não há resistência ao movimento, ou na Terra no
interior de câmaras de onde se retira o ar.

Na Terra, em condições normais, atuam duas forças no corpo, o peso, , e


a força de resistência do ar, , oposta ao movimento.

1 Forças que atuam na queda de um corpo quando a


resistência do ar não é desprezável.
O berlinde é pequeno e compacto, pelo que a força que o ar exerce sobre
ele, oposta ao seu movimento e designada por força de resistência do ar
tem uma intensidade pequena comparada com a do peso.

O mesmo não acontece com a pena, de peso bastante menor do que o do


berlinde. Além disso, quando cai, a área transversal ao movimento (a área
que «corta» o ar) é maior do que no berlinde, o que aumenta a força de
resistência do ar.

Como esta força se opõe ao movimento, a pena demora mais tempo a


chegar ao solo do que o berlinde, atingindo-o com menor velocidade.
As gotas de chuva chegam ao solo com
velocidade relativamente baixa, apesar de
caírem de grandes alturas, pois à medida que
descem, a velocidade aumenta devido ao peso,
mas, ao mesmo tempo, a força de resistência
do ar também aumenta, o que leva a que, a
certa altura, a velocidade deixe de aumentar.
As gotas de água da chuva,
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apesar de caírem de uma
grande altura, não chegam ao
A força de resistência do ar depende, solo com velocidade muito
entre outros fatores, da forma e tamanho elevada devido à força de
do corpo, e aumenta com a velocidade. resistência do ar.
Se a velocidade variar, a força de resistência do ar também varia, o mesmo
acontecendo com a resultante das forças e com a aceleração: o movimento
será variado (e não uniformemente variado).

Força de resistência do ar, :


― opõe-se ao movimento;
― depende da forma e tamanho do corpo;
― aumenta com a velocidade do corpo;
― varia quando a velocidade varia.

É devido à resistência do ar que um paraquedista chega ao solo em segurança.


Que forças atuam no paraquedista ?
Forças que atuam no paraquedista

Durante a queda vertical, as forças que atuam sobre o paraquedista são:

• a força da resistência do ar ⃗ Rar


𝑅 𝑎𝑟
(vai variando)

• a força da atração gravítica ⃗


𝐹
(sempre constante) g
Descrição do movimento do paraquedista
Antes da abertura do
paraquedas No início da queda a velocidade
aumenta, assim como a força de
resistência do ar. A sua intensidade é
inferior à do peso e, por isso, a
resultante das forças tem o sentido
do movimento.
A resultante das forças vai
diminuindo porque vai aumentando a
resistência do ar. A aceleração vai Movimento retilíneo acelerado:
diminuindo. – velocidade aumenta;
– aceleração diminui.
Descrição do movimento do paraquedista
Antes da abertura do
paraquedas
Devido ao aumento da força de
resistência do ar, a sua intensidade
acaba por igualar a do peso. A
resultante das forças e a aceleração
tornam-se nulas e a velocidade fica
constante.
Esta velocidade chama-se 1.ª
velocidade terminal
(é cerca de 200 km h−1). Movimento retilíneo uniforme:
– velocidade constante;
– aceleração nula.
Descrição do movimento do paraquedista
Depois da abertura Após se atingir a primeira velocidade
do paraquedas terminal o paraquedas é aberto. Devido à
sua forma, há um aumento brusco da
força de resistência do ar, cuja
intensidade fica maior do que a do peso.
A resultante das forças passa a ter
sentido oposto ao movimento, o que faz
diminuir a velocidade. Por isso a força de
resistência do ar começa a diminuir e o
mesmo acontece com a resultante das
forças e a aceleração. O intervalo de Movimento retilíneo
tempo desta fase do movimento é muito retardado:
menor do que a duração total do – velocidade diminui;
movimento. – aceleração diminui.
Descrição do movimento do paraquedista
Depois da abertura
do paraquedas

Devido à diminuição da força de


resistência do ar, a sua intensidade acaba
por igualar a do peso. A resultante das
forças e a aceleração tornam-se nulas
novamente e a velocidade fica constante.
Esta velocidade chama-se 2.ª velocidade
terminal (é cerca de 20 km h−1 ou menos). Movimento retilíneo
uniforme:
– velocidade constante;
– aceleração nula.
Note-se que a aceleração, quando não é nula, é variável (o movimento não
é uniformemente variado) e que só no instante inicial (t = 0) é igual à
aceleração gravítica.

Vamos estudar os gráficos velocidade-tempo e posição-tempo para o


movimento do paraquedista e a respetiva descrição física considerando o
eixo dos yy dirigido para baixo e com origem na posição inicial do
paraquedista.

Os intervalos de tempo não estão representados à escala (o intervalo [t2, t3]


é muito pequeno).
Gráficos posição-tempo e velocidade-tempo do movimento de queda de um paraquedista
análise descritiva nas pg.90/91

B
A
C

A velocidade terminal, num movimento de queda com resistência do ar apreciável, é a


Pg.91 velocidade que um corpo em queda vertical atinge quando o módulo da resistência
do ar iguala o módulo do seu peso.
Gráfico velocidade-tempo

Antes da abertura do paraquedas: [0, t2]

[0, t1]: movimento retilíneo acelerado;


a velocidade aumenta; a aceleração diminui
(o declive das retas tangentes está a diminuir);
vy > 0 e ay > 0.

[t1, t2]: movimento retilíneo uniforme;


a velocidade é constante: 1.ª velocidade terminal;
a aceleração é nula.
Gráfico velocidade-tempo

Depois da abertura do paraquedas: [t2, t4]

[t2, t3]: movimento retilíneo retardado;


a velocidade diminui; a aceleração, depois do
aumento súbito (quando o paraquedas abre),
diminui (o declive das retas tangentes está a
diminuir); vy > 0 e ay < 0.

[t3, t4]: movimento retilíneo uniforme;


a velocidade é constante: 2.ª velocidade terminal;
a aceleração é nula.
Gráfico posição-tempo

Antes da abertura do paraquedas: [0, t2]

[0, t1]: curva com concavidade para cima (não é


uma parábola pois o movimento não é
uniformemente variado).

[t1, t2]: reta, cujo declive dá a componente escalar


da 1.ª velocidade terminal.
Gráfico posição-tempo

Depois da abertura do paraquedas: [t2, t4]

[t2, t3]: curva com concavidade para baixo (não é


uma parábola).

[t3, t4]: reta, cujo declive dá a componente escalar


da 2.ª velocidade terminal.
ATIVIDADE

O gráfico representa o módulo da velocidade de um paraquedista,


segundo a direção vertical, em função do tempo.
Indique o(s) intervalo(s) de tempo em que:

(A) a força resultante é nula.

(B) o módulo da aceleração diminui.

(C) a resistência do ar aumenta.

(D) a velocidade tem sentido oposto à aceleração


ATIVIDADE

O gráfico representa o módulo da velocidade de um paraquedista,


segundo a direção vertical, em função do tempo.
Indique o(s) intervalo(s) de tempo em que:

Resolução:
(A) [t1, t2] e [t3, t4]
(B) [0, t1] e na parte final de [t2, t3]
(C) [0, t1] e na parte inicial de [t2, t3]
(D) [t2, t3]

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