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Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC)

Curso de Engenharia Química

Introdução aos Cálculos de


Engenharia Química

Profa. Dra. Guilhermina Schultz Siaka


guilhermina.siaka@isptec.co.ao
“O gênio é composto por 2% de talento e de 98% de
perseverante aplicação.”

Ludwing Van Beethoven


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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Introdução aos Cálculos de Engenharia
1.1 Unidades e dimensões;
1.2 Análise dimensional;
1.3 Representação e análise de dados.

2. Processos Químicos e Variáveis de Processos


2.1 Variáveis de processos;
2.2 Classificação dos vários tipos de variáveis de processos.

3. Processos de Separação e Reactores


3.1 Processos de separação;
3.2 Identificação do agente de separação;
3.3 Propriedade característica da separação;
3.4 Equipamentos de separação;
3.5 Reactores químicos e biológicos;
3.6 Tipo e critérios de selecção;
3.7 Diagrama de fabrico;
3.8 Simbologia;
3.9 Diagrama de blocos.
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
4. Balanços de Massa
4.1 Equação geral do balanço mássico;
4.2 Balanços de massa a processos sem reacção;
4.3 Estequeometria;
4.4 Reagente limitante e em excesso;
4.5 Conversão, rendimento e selectividade;
4.6 Balanços de massa a processos com reacção;
4.7 Balanço aos átomos;
4.8 Substâncias de ligação;
4.9 Noções de reciclagem, purga e by-pass;
4.10 Aplicações de balanços de massa a processos com reciclagem e purga.

5. Balanços de Energia
5.1 Equação geral do balanço energético;
5.2 Balanço entálpico e estado de referência;
5.3 Capacidade calorífica; entalpia de mudança de fase; entalpia de formação padrão e
entalpia de combustão;
5.4 Aplicações de balanços de energia a processos sem reacção;
5.5 Aplicações de balanços de energia a processos com reacção.
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Atividades e Estratégia de Ensino


- Aulas presenciais;
- Listas de exercícios;
- Avaliações e avaliação contínua (seminários ou trabalhos ou prova surpresa - 12% resultado
final).

Avaliação

RExame = resultado final, incluindo a nota do exame ordinário;


AC = média da avaliação contínua incluindo a avaliação dos seminários;
PP - média da avaliação das provas parcelares;
Escala 0 à 20: Aprovado ≥ 10
RRecurso = 0,4 RExame + 0,6 RRecurso
RRecurso = resultado final incluindo a nota do exame de recurso.
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BIBLIOGRAFIA
1. DORAN, P.M. Bioprocess Engineering Principles. Academic Press, New York, 1995.
2. FELDER, R.M.; ROUSSEAU, R.W. Elementary Principles of Chemical Processes.
John Wiley, New York, 3ª ed. 2000.
3. HIMMELBLAU, D. M., PRENTICE HALL. Basic Principles and Calculations in
Chemical Engineering. 6ª ed. 1996.
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1. INTRODUÇÃO AOS CÁLCULOS DE ENGENHARIA QUÍMICA


Engenheiros estão sempre medindo algo. Ex: comprimento, tempo, pressão, etc…
Então, o que é medir?
Comparar

Necessidade de um sistema métrico que seja utilizado como padrão

1.1 Unidades e Dimensões


Uma quantidade medida ou contada tem um valor numérico (ex: 7,4) e uma unidade (ex: m).
Dimensão - valor numérico, quantidade física que pode ser observada e medida ou calculada
pela multiplicação ou divisão de outras dimensões.
comparação direta com um padrão ou com um aparelho de
Medição de uma dimensão
medida (medição direta). Ex: comprimento, tempo, massa,
temperatura, etc.
Ou calculada através das medições de outras dimensões
(medição indireta). Ex: comprimento/ tempo = velocidade.

Unidades - meios de expressar as dimensões. Ex: metro para comprimento, minuto para
tempo, etc.
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Dimensões e unidades básicas e derivadas


➢ Dimensões/Unidades fundamentais (ou básicas): são aquelas que podem ser medidas
independentemente umas das outras, sendo suficientes para descrever quantidades físicas
essenciais. Ex: massa de 100 kg, comprimento de 1 metro, tempo de 80 segundos,
temperatura de 45 °C, etc.

➢ Dimensões/Unidades derivadas: são aquelas que podem ser desenvolvidas em termos de


dimensões/unidades fundamentais. Ex: força de 50 Newton (N = kg.m/s2), 200 Joules de
energia (J = kg.m2/s2 ou Pa.m3).

Operações e unidades
Toda equação que representa um sistema físico só é válida se for dimensionalmente consistente,
isto é, todos os seus termos quando SOMADOS, SUBTRAÍDOS ou IGUALADOS, devem ter
as mesmas dimensões e serem representados pelas mesmas unidades.
5 m + 12 m = 17 m Consistente: tanto as unidades quanto as dimensões são iguais!

9 kg + 5 J = ? Inconsistente: tanto as unidades quanto as dimensões são diferentes!

20 libras + 7 g = ? As dimensões são as mesmas, mas precisam ser convertidas


na mesma unidade.
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Operações e unidades
Mas, os valores numéricos e suas unidades correspondentes podem ser combinados por
MULTIPLICAÇÃO ou DIVISÃO:

5 𝑁 × 6 𝑚 = 30 𝑁. 𝑚

10 km
= 5 𝑘𝑚/ℎ
2ℎ
50 km
× 4 ℎ = 200 𝑘𝑚

10 g
=2 Quantidade adimensional
5𝑔

Consistência dimensional
As equações, para serem válidas, devem ser dimensionalmente consistentes (homogêneas):
isto é, todos os termos aditivos nos dois lados da equação devem ter as mesmas dimensões.
Considere a equação:
1 𝐿. 𝑠 𝐾𝑀 1 𝐿 1 𝐿. 𝑠
( )= (𝑠) × ( )+ ( )
𝑣 𝑚𝑜𝑙 𝑣𝑚𝑎𝑥 𝐶𝑆 𝑚𝑜𝑙 𝑣𝑚𝑎𝑥 𝑚𝑜𝑙
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Esta equação é dimensionalmente homogênea, já que cada um dos termos 1/v, KM/(vmax.CS)
e 1/vamx tem as mesmas dimensões. Também é consistente nas suas unidades (L.s)/mol.

Se a equação for dimensionalmente homogênea e tem unidades inconsistentes, os


termos podem ser tornados consistentes aplicando os fatores de conversão apropriados.

Por sua vez, a equação 1/v = 1/vmax + KM/vmax não é dimensionalmente consistente e não
pode ser válida.

Exemplo 1: A gravação de um microchip segue aproximadamente a relação:


𝑑 = 16,2 − 16,2𝑒 −0,021𝑡 𝑡 < 200
Em que d é a profundidade da gravação em mícrons (micrômetros, µm) e t é o tempo de
gravação em segundos. Quais são as unidades associadas aos números 16,2 e 0,021?

Número Adimensional
Em Engenharia algumas variáveis não tem nenhuma unidade resultante. A estrutura e a
composição (em varáveis) desses grupos costumam ser sugeridas tanto por razões teóricas
quanto por experimentos.

Tal agrupamento de variáveis ou parâmetros é chamado de grupo adimensional ou não-


dimensional.
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Considere o número de Reynolds:

sendo: v = velocidade média do fluido (ex: cm/s)


𝝆𝑫𝒗 D = diâmetro interno do tubo (ex. cm)
𝑹𝒆 = μ = viscosidade dinâmica do fluido (ex. centipoise – cP (10-2g/cm.s))
𝝁
ρ = densidade ou massa específica do fluido (ex: kg/cm3)

Laminar se Re < 2100 (ou 2300)


Transição → muda de um regime para outro, se 2100 < Re < 4000
Turbulento se Re > 4000
Exercício 1. Considere a equação:
d 𝑓𝑡 = 3𝑡 𝑠 + 4

a) Se a equação é válida, quais são as dimensões das constantes 3 e 4?


b) Se a equação é consistente em suas unidades, quais as unidades de 3 e 4?
c) Deduza uma equação para a distância em metros em termos do tempo em minutos.

Quais são as unidades de 54,861 e 1,219?


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O exemplo anterior mostra um procedimento geral para reescrever uma equação em


termos de novas variáveis tendo as mesmas DIMENSÕES, mas diferentes unidades:

PROCEDIMENTO:
1. Defina novas variáveis que tenham as unidades desejadas.
2. Escreva expressões para cada variável velha em termos da variável nova correspondente.
3. Substitua estas expressões na equação original e simplifique.

Exercício 2. A velocidade específica de uma determinada reação química (k) varia com a
temperatura (T) segundo a equação:

𝑚𝑜𝑙 −20.000
5𝑒 1,987𝑇
𝑘 = 1,2 × 10
𝑐𝑚3 𝑠

Em que as unidades das quantidades 20.000 são cal/mol e T está em Kelvin (K). Quais são as
unidades das constantes 1,2 x 105 e 1,987?
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Sistemas de Unidades
São conjuntos de unidades utilizadas para representar as diversas grandezas de
modo uniforme.

Necessidade de uniformização das formas de


expressar as grandezas físicas.

Sistemas absolutos: massa, comprimento e Sistemas gravitacionais: força é


tempo são considerados grandezas primárias considerada grandeza primária, ao
(Força são derivadas das unidades básicas) invés de massa

Sistema Internacional (SI)


Sistema Americano de Engenharia
1960: 11a. Conferência Geral de Pesos e Medida (CGPM)

Sistema CGS
Centímetro, Grama, Segundo
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Unidades do SI
Quantidade física Nome da unidade Símbolo Definição (SI)

Unidades básicas
Comprimento metro (SI), centímetro (CGS) m (SI), cm (CGS)
Massa quilograma (SI), grama (CGS) kg (SI), g (CGS)
Tempo segundo s
Temperatura kelvin K
Moles grama-mol mol ou g-mol

Unidades derivadas
Energia joule (SI), erg (CGS) J (SI), erg (SGS) kg.m2.s-2 → Pa.m3
Força newton (SI), dina (CGS) N (SI), dina (CGS) kg.m.s-2 → J.m-1
Potência watt W kg.m2.s-3 → J.s-1
Densidade quilograma por metro cúbico metro
Velocidade kg.m-3
metro por segundo
Aceleração m.s-1
metro por segundo ao
m.s-2
quadrado
Pressão newton por metro quadrado, N.m-2 ; Pa
pascal
Capacidade calorífica joule por (kilograma.kelvin) J.kg-1.K-1
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Unidades do SI

Quantidade física Nome da unidade Símbolo


Unidades alternativas
Tempo minuto, hora, dia, ano min, h, d, a
Temperatura grau Celsius °C
Volume litro (dm3) L
Massa tonelada (Mg), grama t, g
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Unidades do Sistema Americano de Engenharia


Quantidade física Nome da unidade Símbolo

Unidades básicas
Comprimento pé ft
Massa Libra (massa) lbm
Tempo Segundo, minuto, hora, dia s, min, h, dia
Temperatura Rankine ou Fahrenheit °R ou °F
Quantidade molar Libra mol lb mol

Unidades derivadas
Energia British Thermal Unit (unidade térmica Btu, (ft)(lbf)
inglesa) pé-libra (força)
Força libra (força) lbf
Potência cavalo-vapor (horse-power) hp
Densidade libra (massa) por pé cúbico lbm/ft3
Velocidade pé por segundo ft/s
Aceleração pé por segundo ao quadrado ft/s2
Pressão libra (força) por polegada quadrada lbf/in2, psi
Capacidade calorífica Btu por libra (massa) por grau F Btu/(lbm)(°F)
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No Sistema Americano de Engenharia a unidade de força é a libra-força (lbf),


definida como o produto de uma unidade de massa (lbm) pela aceleração da
gravidade ao nível do mar e a 45° de latitude, que vale 32,174 ft/s².

Ou seja: 1 lbf ≠ 1 lbm.ft/s² 1 lbf = 32,174 lbm.ft/s²

Fatores de conversão para unidade de força:

1kg.mΤ𝑠 2 32,174𝑙𝑏𝑚.𝑓𝑡Τ𝑠2
𝑔𝑐 = = =1
1𝑁 1𝑙𝑏𝑓

Obs: gc é apenas um fator de conversão, não deve ser confundido com a aceleração da gravidade g.

𝑔 = 9,8 𝑚Τ𝑠 2 = 32,174 𝑓𝑡Τ𝑠 2


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Múltiplos e submúltiplos de unidades

Prefixos Símbolo Fator Comprimento (m) Massa (g) Volume (L)


giga G 109 Gm Gg GL
mega M 106 Mm Mg ML
quilo k 103 km kg kL
hecto h 102 hm hg hL
deca da 10 dam dag daL
deci d 10-1 dm dg dL
centi c 10-2 cm cg cL
mili m 10-3 mm mg mL
micro μ 10-6 μm μg μL
nano n 10-9 nm ng nL
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Conversão de unidades
Necessário o uso de FATORES DE CONVERSÃO para que a equação fique
dimensionalmente consistente:

Um par de fatores de conversão são grandezas que formam uma


razão tal que o ato de multiplicar um termo por esta razão é o
mesmo que multiplicar o termo por 1.
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Conversão de unidades
Ex: Como tornar a equação abaixo dimensionalmente consistente?

Sugestão: escolher uma das 2 unidades como referência e converter a outra.


Ex.: escolhendo kg/s como referência
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Conversão de unidades
O fator de conversão não poderia ser escrito desta forma:
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Conversão de unidades
Exemplo 2: Converter 3,5 km para metros.

𝟏 𝒌𝒎
1 km =103 m e a razão de conversão é 𝟏𝟎𝟑 𝒎

O valor a ser convertido é multiplicado pela razão de conversão que venha cancelar a
unidade a ser alterada:

𝟏𝟎𝟑 𝒎
3,5 km × = 𝟑, 𝟓 × 𝟏𝟎𝟑 𝒎
𝟏 𝒌𝒎
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Conversão de unidades
Exemplo 3: Converta uma aceleração de 1 cm/s2 em seu equivalente em km/ano2.

Exemplo 4: Converta 2 km em milhas.

Exemplo 5: Converta 400 in3/d em cm3/min.

Exemplo 6: converta 23 lbm.ft/min2 em seu equivalente em kg.cm/s2.

Exemplo 7: O calor específico da amônia é Cp = 0,50 Btu/lbm.°F. Converta no valor


equivalente em J/g.°C. Dados: 1 J = 9,486x10-4 Btu; 1 lbm = 454 g.

Exemplo 8: Converta para o SI os seguintes parâmetros:


a) densidade de 60 lbm/ft3 para kg/m3.
b) energia de 1,7 x 103 Btu para kJ.
c) entalpia de 2475 Btu/lbm para kJ/kg.
d) pressão de 14,69 psig para kPa.
e) viscosidade de 20 cp para Pa.s.

OBS: Não usar regra de três para fazer as conversões.


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Conversão de unidades
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Conversão de unidades
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Conversão de unidades
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Conversão de unidades
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Representação e análise de dados de processos


A operação de qualquer processo químico nas medições das variáveis de processo - T,
P, F, C, etc.
Medir diretamente estas variáveis devem ser usadas técnicas indiretas.

Exemplo: Medir a concentração (C) de um soluto em uma solução.

Medir uma outra quantidade X (condutividade térmica ou elétrica


ou a absorbância de luz ou o volume titulado)

Calcula C a partir do valor conhecido de X.

A relação entre C e X é determinada em um experimente separado de calibração, no qual soluções de


concentração conhecida são preparadas e X é medido para cada solução.
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Consideremos um experimento de calibração no qual uma variável y é medida para vários


valores de uma outra variável x:

Hidrólise da lactose (Lac) 1,00


y = 2,7973x

CONCENTRAÇÃO DE
0,80 R² = 0,9988
Lac Gli + Gal

GLICOSE (g/L)
0,60

Curva de calibração: 0,40

Amostras (Glicose (Gli)) 0,20

0,00
0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350

ABSORBÂNCIA

Determinação da concentração de glicose


GOD-PAP
C1 C2 C3 C4 ... Espectrofotômetro
(505 nm)
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O objetivo é usar os dados de calibração para estimar o valor de y para um valor de x dentro
do intervalo dos pontos tabelados (interpolação) ou além deste intervalo (extrapolação).

Técnicas de interpolação e extrapolação é comumente usada, incluindo interpolação linear


de dois pontos, interpolação gráfica e ajuste de curvas.

Qual desses métodos é o mais apropriado?

Figura 1 - Gráficos representativos de dados experimentais.


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Interpolação linear de dois pontos

Pode-se usada para estimar y para um x


entre x1 e x2, ou, para estimar y para um x
fora deste intervalo (extrapolar os dados).

Exemplo 1: Valores de uma variável (f) são medidos em diferentes tempos (t):

Mostre que, se a interpolação linear de dois pontos é usada, (a) f(t = 1,3) =?; (b) t(f= 5) = ?.
OBS: Fazer a interpolação na calculadora e usando a fórmula.
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Ajustando uma Linha Reta


Uma forma conveniente de indicar como uma variável depende de outra é com uma equação:
y = 3x + 4
Suponha que os valores de uma variável dependente y foram medidos para vários valores de
uma variável independente x, e um gráfico de y versus x em coordenadas retangulares
fornece o que parece ser uma linha reta. Qual equação que você usaria para representar esta
relação entre y e x?

y = ax + b

Inclinação:

Intercepto:

Uma vez calculado a e b é conveniente checar o resultado verificando se a Equação em azul


é satisfeita no ponto (x1, y1) ou (x2, y2) que não foi usado para calcular b.
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Exemplo 2: Ajustando uma linha reta a dados de calibração de um medidor de fluxo.


Dados da calibração de um rotâmetro (vazão versus leitura do rotâmetro) são como segue:


a) Desenhe a curva de calibração e determine uma equação para 𝑉(𝑅) pelo método das
fórmulas e por regressão linear na calculadora.
b) Calcule a vazão que corresponde a uma leitura no rotâmetro de 36.
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Ajustando Dados Não-lineares


Ajustar uma equação não-linear (qualquer outra que não seja y = ax + b) aos dados é
normalmente mais difícil do que ajustar uma reta; no entanto, com algumas equações não-
lineares você ainda pode fazer ajustes de linha reta se você representar graficamente os seus
dados de maneira conveniente.
Exemplos:
a) y = ax2 + b. Plote y versus x2.
b) y2 = a/x + b. Plote y2 versus 1/x.
c) 1/y = a(x + 3) + b. Plote 1/y versus (x + 3)

Exemplo 3: Ajuste de curva linear a dados não-lineares.


Uma vazão mássica 𝑚ሶ g/s é medida como função da temperatura T(ºC).

Existem razões para acreditar que 𝑚ሶ varia linearmente com a raiz quadrada de T:
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Use um gráfico de linha reta para verificar esta fórmula e determinar a e b. Depois, determine
a e b pela regressão linear na calculadora.

Tabela de dados aumentada adicionando-se uma linha para T1/2 e 𝑚ሶ plotada em função de T1/2.
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Duas funções não-lineares que acontecem com frequência na análise de processos são a
função exponencial, y = t.ep.x [ou y = t.exp(p.x)], e a lei de potências, y = txp.
Como descrever como podem ser determinados os parâmetros destas funções por ajuste linear?
Revisando alguns conceito elementares de álgebra:

O logaritmo natural (ln) é o inverso da função exponencial:

Disto segue-se que

e
O logaritmo natural de um número pode ser calculado a partir do logaritmo comum (log10 ou
apenas log usando a relação:
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As regras para logaritmos de produtos e potências são aplicáveis a logaritmos naturais:


y = ax, então ln y = ln a + ln x, e se y = xb, então ln y = b ln x.

Estas propriedades sugerem formas de ajustar as funções exponencial e lei de potências a


dados (x, y):
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Coordenadas Logarítmicas
Escala logarítmica

Um gráfico com escalas logarítmicas em


ambos os eixos é chamado de gráfico log, e
um gráfico com um eixo logarítmico e um
retangular (com espaços iguais) é chamado de
gráfico semilog.

Figura 2 - Construção de uma escala logarítmica.


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Suponhamos, por exemplo, que y e x estão relacionados pela equação y = a exp(bx)


(ln y = ln a + bx). Para determinar a e b, usa-se a seguinte equação:

Exemplo 4:
Um gráfico de F versus t proporciona uma linha que passa pelos pontos (t1 = 15, F1 = 0,298)
e (t2 = 30, F2 = 0,0527 em (1) um gráfico semilog e (2) um gráfico log. Em cada caso,
calcule a equação que relaciona F e t.
1. Gráfico semilog
ln F = b.t + ln a F = aebt
2. Gráfico log
ln F= b.ln t + ln a F = atb
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Ajustando uma Linha a Dados Espalhados
É bastante fácil ajustar uma linha quando os dados têm esta forma:

No entanto, a vida sendo do jeito que é, é muito mais provável que você se encontre com
dados que se comportem desta forma:

Existem várias técnicas estatísticas


para ajustar uma função a um conjunto
de dados espalhados. A aplicação da
mais comum - regressão linear ou o
método dos mínimos quadrados.

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