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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Sistema de Coordenadas

Nome e Código de Estudante

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina: Cartografia e Topografia

Ano de Frequência: 2° Ano

Chimoio, Abril, 2024


Índice
1.0 Introdução...........................................................................................................................3
1.1 Metodologia........................................................................................................................3
Capítulo II.................................................................................................................................4
2.0 Revisão de literatura...........................................................................................................4
2.1 Sistema de coordenadas......................................................................................................4
2.1.1 Sistema de Coordenadas Cartesianas..............................................................................4
2.1.2 Sistema de coordenadas geodésicas................................................................................4
2.1.3 Sistema de coordenadas planas.......................................................................................5
2.1.4 Sistema de projecção UTM.............................................................................................5
2.1.5 Sistema de coordenadas topográficas..............................................................................6
2.2 Aplicação prática dos sistemas de coordenadas.................................................................7
2.2.1 Navegação precisa...........................................................................................................7
2.2.2 Estudos climáticos e meteorológicos..............................................................................7
2.2.3 Planejamento urbano e territorial....................................................................................7
2.2.4 Estudos de Biodiversidade..............................................................................................8
2.2.5 Exploração mineral e recursos naturais...........................................................................8
2.2.6 Estudos arqueológicos e históricos..................................................................................8
2.2.7 Localização e Serviços de Emergência...........................................................................8
Capítulo III...............................................................................................................................9
3.0 Conclusão...........................................................................................................................9
Capítulo IV.............................................................................................................................10
4.0 Referências bibliográficas................................................................................................10
Capítulo I

1.0 Introdução
Em passado recente, a realização de levantamentos cadastrais, fossem de natureza urbana ou
rural, envolviam apenas conhecimentos relativos à área da topografia, sem a preocupação de se
fazer o referenciamento a sistemas de coordenadas planas rectangulares utilizadas na cartografia
convencional associadas a um Sistema de Referência Geodésico adoptado oficialmente. Todo
trabalho de topografia era referenciado a coordenadas arbitrárias.

Conforme Azambuja (2007), essa forma de trabalho se justifica, em parte pelo desconhecimento,
mas também pela dificuldade de realizar transporte de coordenadas de marcos de precisão,
normalmente implantados em locais de difícil acesso situados a consideráveis distâncias da
região onde os trabalhos eram realizados, bem como a pequena escala normalmente adoptada nas
cartas convencionais disponíveis. Como alternativa a este procedimento de transporte de
coordenadas, poderiam ser realizadas observações astronómicas para a determinação aproximada
de coordenadas geodésicas, técnicas estas desconhecidas por parcela significativa dos
profissionais da topografia convencional.

1.1 Metodologia
Para a materialização do trabalho, pautamos pela pesquisa exploratória que consistiu na revisão
de artigos, manuais, internet e outros instrumentos didácticos que achamos credíveis.

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Capítulo II

2.0 Revisão de literatura

2.1 Sistema de coordenadas


São aqueles que dão valores, quantitativos numéricos em relação a sua origem para o ponto em
questão. Os mais utilizados em mapeamento são os sistemas de coordenadas: geográficas ou
geodésicas, planas e cartesianas, UTM, etc.

2.1.1 Sistema de Coordenadas Cartesianas

Um sistema coordenado cartesiano no espaço 3-D é caracterizado por um conjunto de três rectas
(x,y e z), denominados de eixos coordenados, mutuamente perpendiculares. Ele associado à um
Sistema de Referência Geodésico, recebe a denominação de Sistema Cartesiano Geodésico de
modo que: O eixo X coincidente ao plano equatorial, positivo na direcção de longitude 0°; O
eixo Y coincidente ao plano equatorial, positivo na direcção de longitude 90°; e O eixo Z é
paralelo ao eixo de rotação da Terra e positivo na direcção norte.

A origem é definida quanto a localização. Se está localizada no centro de massas da Terra


(geocêntro), as coordenadas são denominadas de geocêntricas, usualmente utilizadas no
posicionamento à satélites.

2.1.2 Sistema de coordenadas geodésicas

Define-se como coordenadas geodésicas de um ponto P qualquer na superfície do elipsóide


como: Latitude geodésica é o ângulo formado entre a normal (linha perpendicular ao elipsóide)
no ponto considerado e o plano equatorial do elipsóide. Esta coordenada tem sinal positivo no
hemisfério norte e negativo no hemisfério sul, pode-se também ser indicada pela letra N quando
no hemisfério norte ou S no hemisfério sul.

Longitude geodésica é o ângulo formado entre o meridiano de origem (Greenwich) e o meridiano


do ponto considerado, contado sobre o plano equatorial. Esta coordenada é positiva a leste de
Greenwich e negativa a oeste. Podendo ser indicada pelas letras E e W para leste ou oeste
respectivamente.

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Altitude geométrica ou elipsoidal corresponde à distância entre o ponto considerado à superfície
do elipsóide medida sobre a sua normal. Esta coordenada é nula sobre o elipsóide. As
coordenadas curvilíneas podem ser representadas em um sistema cartesiano, através de
formulações que fazem associações entre estes dois sistemas (Cartesiano e Geodésico).

2.1.3 Sistema de coordenadas planas

As coordenadas podem ser representadas no plano através dos componentes Norte (N) e Leste
(E) regularmente utilizadas em mapas e cartas, referidas a um determinado sistema de referência
geodésico. Para representar uma superfície curva em plana são necessárias formulações
matemáticas chamadas de projecções.

2.1.4 Sistema de projecção UTM

UTM é um sistema de coordenadas baseado no plano cartesiano (eixo x,y) e usa o metro (m)
como unidade para medir distâncias e determinar a posição de um objecto. Diferentemente das
Coordenadas Geodésicas, o sistema UTM, não acompanha a curvatura da Terra e por isso seus
pares de coordenadas também são chamados de coordenadas planas. Os fusos do sistema UTM
indicam em que parte do globo as coordenadas obtidas se aplicam, uma vez que o mesmo par de
coordenadas pode se repetir nos 60 fusos diferentes.

De uma forma mais simples, o mundo é dividido em 60 fusos, onde cada um se estende por 6º de
longitude. Os fusos são numerados de um a sessenta começando no fuso 180º a 174º W Gr. e
continuando para leste. Cada um destes fusos é gerado a partir de uma rotação do cilindro de
forma que o meridiano de tangencia divide o fuso em duas partes iguais de 3º de amplitude
(IBGE, 2013).

O quadriculado UTM está associado ao sistema de coordenadas plano-retangulares, tal que um


eixo coincide com a projecção do Meridiano Central do fuso (eixo N apontando para Norte) e o
outro eixo, com o do Equador. Assim cada ponto do elipsóide de referência (descrito por latitude,
longitude) estará associado ao terno de valores Meridiano Central, coordenada E e coordenada
N. No sistema UTM é adoptado um elipsóide de referência que procura ser unificado com um

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elipsóide internacional, cujos parâmetros vêm sendo determinados com maior precisão.
Inicialmente, era utilizado um elipsóide diferente para cada país ou grupo de países.

Ele também usa um factor de redução de escala, que corresponde a tomar um cilindro reduzido a
esse valor, de forma a se tornar secante ao esferóide terrestre. Isso diminui o valor absoluto das
deformações, e em vez de se ter uma linha de verdadeira grandeza (k=1) e deformações sempre
positivas (ampliações), passam-se a ter duas linhas de deformação nula (K=1), com redução no
interior (k <1) e ampliação no exterior (k>1).

Mesmo sendo considerada como um dos melhores sistemas de projecção para a cartografia de
médias de grandes escalas, a projecção UTM apresenta algumas limitações para a representação
do globo terrestre, pois mantém precisão dos ângulos, mas possui imprecisões nas medições de
áreas e distâncias (INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA, 2013)

O sistema UTM emprega diferentes escalas dentro do mesmo fuso de representação. Não
proporciona continuidade de representação entre os diferentes fusos, os erros aumentam na
medida em que os dados se afastam do meridiano central e da latitude de origem. (INSTITUTO
POLITÉCNICO DE BEJA, 2013).

2.1.5 Sistema de coordenadas topográficas

A posição relativa dos pontos da superfície terrestre é caracterizada pelas coordenadas num
sistema de referência. Qualquer que seja o sistema envolvido, tais coordenadas são: a abcissa e a
ordenada. Em topografia, as coordenadas são referidas ao plano horizontal de referência, o
plano topográfico; o sistema de coordenadas topográficas é definido por um sistema plano-
retangular XY, sendo que o eixo das ordenadas (Y) está orientado (é paralelo) segundo a
direcção norte-sul (magnética ou verdadeira) e o eixo positivo das abcissas (X) forma 90º na
direcção leste. Uma terceira grandeza, a altura (cota ou altitude) junta-se às coordenadas planas
X e Y, definindo a posição tridimensional do ponto.

As operações de campo para a obtenção das coordenadas topográficas consistem na medição de


uma distância horizontal, um ângulo horizontal e uma distância vertical ou ângulo vertical para

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cada ponto, além da determinação da orientação em relação a uma direção fixa: direção norte-
sul.

No escritório as coordenadas são calculadas em função das medidas de campo, as medidas de


distâncias e ângulos horizontais permitem calcular as coordenadas planas X e Y, enquanto as
medidas de distâncias verticais ou ângulos verticais conduzem às cotas ou altitudes.

Um ponto é definido neste sistema através de uma coordenada denominada abscissa (coordenada
X) e outra denominada ordenada (coordenada Y). Um dos símbolos P(x,y) são utilizados para
denominar um ponto P com abscissa x e ordenada y.

2.2 Aplicação prática dos sistemas de coordenadas

2.2.1 Navegação precisa


As coordenadas geográficas são essenciais para uma navegação precisa tanto em terra como em
Mar. Com base nas coordenadas é possível determinar a posição exacta de um navio, avião ou
qualquer outro veículo. Isso permite traçar rotas mais eficientes, evitar obstáculos e chegar ao
destino desejado com maior precisão. Além disso, coordenadas geográficas também são
utilizadas em sistemas GPS que se baseiam nessas informações para fornecer orientação precisa
aos usuários.

2.2.2 Estudos climáticos e meteorológicos


As coordenadas geográficas desempenham um papel fundamental nos estudos meteorológicos e
do clima. Ao registar as coordenadas de diferentes pontos da Terra, os cientistas podem colectar
dados sobre temperatura, humidade, pressão atmosférica e outros factores climáticos. Essas
informações são importantes para prever o clima e entender os padrões climáticos e tomar
medidas para mitigar os efeitos das alterações climáticas. Além disso, as coordenadas
geográficas também são utilizadas para mapear a distribuição de fenómenos meteorológicos
como furacões e tornados.

2.2.3 Planejamento urbano e territorial


No domínio do planeamento urbano e territorial, as coordenadas geográficas são utilizadas para
mapear e acompanhar o crescimento das cidades, identificar áreas de risco e planear o
desenvolvimento de infra-estruturas, com base nas coordenadas, é possível determinar a

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localização exacta de edifícios, ruas, parques e outros elementos urbanos. O planeamento de
novos projectos como a construção de estradas, redes de transportes públicos e zonas de lazer.
Além disso, as coordenadas geográficas também são utilizadas para delimitar fronteiras entre
países e definir limites territoriais.

2.2.4 Estudos de Biodiversidade


As coordenadas geográficas são de extrema importância para estudos de biodiversidade, ao
registar as coordenadas de diferentes áreas, os cientistas podem mapear a distribuição das
espécies, identificar áreas de alta biodiversidade, monitorar mudanças ao longo do tempo, isso é
essencial para a conservação da natureza e para a tomada de decisões. Decisões relacionadas
com a protecção de ecossistemas frágeis.

2.2.5 Exploração mineral e recursos naturais


As coordenadas geográficas desempenham um papel crucial na exploração mineral e na
identificação de recursos naturais. Ao registar as coordenadas de áreas potencialmente ricas em
minerais, os geólogos podem direccionar suas pesquisas para optimizar a exploração.

2.2.6 Estudos arqueológicos e históricos


As coordenadas geográficas são de grande importância para estudos arqueológicos históricos,
orientando as coordenadas de sítios arqueológicos e sítios históricos. Os investigadores podem
mapear a distribuição de vestígios do passado, identificar áreas de interesse e planear escavações,
o que é essencial para a preservação do património cultural e a compreensão da história humana.

2.2.7 Localização e Serviços de Emergência


As coordenadas geográficas desempenham um papel crucial na localização e nos serviços de
emergência. Ao fornecer as coordenadas de um local de emergência, como um acidente de carro
ou incêndio, os serviços de emergência podem chegar ao local com maior precisão e velocidade.

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Capítulo III

3.0 Conclusão
O desconhecimento sobre cartografia, especificamente projecções, levam à interpretações
equivocadas dos resultados, como por exemplo, encontrar erros de fechamento maior do que o
esperado, quando na verdade boa parcela desse erro pode ser resultado de má aplicação
metodológica do cálculo.

Mesmo que as técnicas de obtenção de dados em topografia tenham evoluído de forma


significativa ao longo das últimas décadas, com a gradual substituição das antigas trenas,
teodolitos convencionais e níveis de bolha por distanciómetros, estações totais e níveis
electrónicos, o resultado dessas observações, traz resumidamente, assim como antigamente,
obtenção de distâncias, ângulos e diferenças de nível (cotas).

Com o advento do GPS, surgiu a possibilidade de vinculação das medições topográficas com
pontos obtidos por GPS, podendo obter ao final do processo pontos georreferenciados,
normalmente, em coordenadas UTM, vinculadas ao Sistema Geodésico.

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Capítulo IV

4.0 Referências bibliográficas


BAKKER, M. P. R. Introdução ao estudo da Cartografia: noções básicas. Rio de Janeiro: D. H.
N., 1965.

BORGES, Alberto de Campos. Topografia. São Paulo: Edgard Bluncher, 1977.


BORGES, Alberto de Campos. Topografia. 2. Ed. Revista e ampliada. São Paulo: Edgard
Bluncher, 2004.

BRANDALIZE, M.C.B. Topografia. PUC/BR. Disponível em: www.topografia.com.br. Acesso


em: maio de 2013.

CEFET – Apostila Fundamentos da Topografia. 2011.

COMASTRI, J. Aníbal; TULER, J. Claudio. Topografia – Altimetria. 3º Ed. Viçosa: UFV 2003.

CRUZ, C.B.M; PINA, M.F. Fundamentos de Cartografia. CEGEOP Unidades didáticas 29 a 41.
Volume 2. Rio de Janeiro: LAGEOP /UFRJ, 2002.

FUNDAÇÃO IBGE. Noções Básicas de Cartografia. Disponível em


http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia. Acesso em: maio de 2013.

GARNÉS, S.J.A.; SIQUEIRA, V.P.; CACHO, J.P.Definição para implantação do sistema


topográfico local de Campo Grande-MS e análise das fórmulasda NBR-14.166. In: Anais do IV

Colóquio Brasileirode Ciências Geodésicas, UFPR, 2005.

INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA. Engenharia topográfica. Disponível


em:http://www.estig.ipbeja.pt/~hjmo/coordenacao_top.html. Acesso em: maio de 2013.

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