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Técnicas de

Mobilização Articular
Combinada

Formação em Osteopatia Estrutural

EBRAFIM
Escola Brasileira de Fisioterapia Manipulativa
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Técnicas de Mobilização Articular Combinada
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TÉCNICAS DE MOBILIZAÇÃO ARTICULAR COMBINADA

Introdução

Brian Mulligan desenvolveu o conceito Mulligan, técnica manual muito


utilizada em diversos países e com resultados rapidamente percebidos pelo
paciente. Tem como auxílio para as técnicas, além das mãos do terapeuta,
cintos para executá-las.
Esse método pode ser utilizado como diagnóstico e também como
tratamento. Aborda princípios biomecânicos de micromovimento acessório e plano articular dentro
de cada articulação do nosso corpo. Brian Mulligan utilizou ferramentas dentro do seu método que
respeitam os princípios de Kaltenborn, ou melhor, em cima destes utilizou novas idéias de avaliação
e tratamento de articulações axiais e apendiculares. “NAGs, SNAGs e MWM´s” são baseadas nesses
princípios.

Micromovimentos - Movimento Acessório

Movimentos ósseos e articulações


Os movimentos dos ossos produzem
movimentos articulares associados. A relação entre
um movimento ósseo (osteocinemática) e seu
movimento articular associado (artrocinemática)
forma a base para muitas técnicas de avaliação e
tratamento das articulações. A técnica de Mobilização Articular Combinada não é diferente, e
apresenta grandes resultados, pois essa técnica é aplicada por fisioterapeutas no mundo inteiro.

Translação/deslizamento
O terapeuta utiliza uma força em um determinado corpo, e todos os pontos desse corpo
movimentam-se em paralelo ao plano articular (plano de tratamento), causando assim um
deslizamento entre as superfícies articulares.
Se a superfície articular côncava se move: o rolamento e o deslizamento ocorrem na mesma
direção.

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Se uma superfície articular convexa se move: o deslizamento e o rolamento ocorrem em


direções opostas.

Plano articular

Posições de referência
O corpo é dividido em três planos anatômicos situados em ângulos retos:
 Plano sagital: divide o corpo simetricamente em duas metades - direita e esquerda;
 Plano frontal: divide o corpo em duas metades - anterior posterior;
 Plano transversal: divide o corpo em metades- cranial e caudal e as extremidades em
proximal e caudal.
Os eixos anatômicos – sobre os quais ocorrem os movimentos ósseos:
 Eixo sagital (ântero-posterior)
 Eixo frontal (transverso)
 Eixo longitudinal (vertical)

Posicionamento tridimensional
A eficácia da avaliação da articulação e o tratamento por mobilização podem ser melhorados
pelo entendimento do posicionamento da articulação.

Plano de tratamento
O conceito de plano de tratamento foi descrito originalmente em 1954 por Kaltenborn como
plano articular. Na década de 70, Dennis Morgan o nomeou como plano de tratamento.

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É nesse plano que o


deslizamento deve ser executado. O
plano de tratamento é uma linha
imaginária que passa sobre a
superfície articular côncava. Se
movimentarmos a superfície côncava
(A), consequentemente, sempre
ocorrerá mudança no plano de tratamento, diferentemente, se movermos a superfície convexa (B).
Lembrar que sempre o deslizamento terapêutico deve ocorrer paralelamente ao plano de
tratamento e este vai depender do posicionamento e anatomia articular.
A compressão articular que é um movimento perpendicular ao plano de tratamento, é eficaz
quando utilizado como critério de diagnóstico de patologias articulares e intra-articulares, mas deve
ser evitada como forma de tratamento, pois pode causar restrição de mobilidade e dor.

Segmentos
 Cervical:
o alta (C1 e C2): plano horizontal, ligeiramente oblíquo superior;
o média e baixa (C3 a C7): plano vertical com obliquidade para cima.
 Torácico:
o cifose: plano mais horizontal;
o retificação: plano mais vertical.
 Lombar:
o plano vertical.
 Periféricos:
o ombro;
o cotovelo;
o punho;
o quadril;
o joelho;
o tornozelo.

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Sem dor

O conceito de Mobilização Articular Combinada apresenta como filosofia um tratamento sem


dor. Sabemos que outras técnicas não respeitam esse princípio, mas dentro desta, deve ser aceito,
pois do contrário nos levará ao insucesso e piora do quadro álgico do paciente.
Temos que ter em mente que tudo isso discutido dependerá da experiência do terapeuta em
posicionar e realizar os ajustes necessários à articulação, aplicação da força, direção do movimento e
segmento trabalhado, pois o tratamento é executado livre de dor, em alguns casos com um pouco de
desconforto. Se após os procedimentos para execução do tratamento, o paciente ainda está
desconfortável, aconselhamos a mudança da técnica.

Técnicas

NAGs (Natural Apophysal Glides)


 São movimentos acessórios passivos oscilatórios realizados pelo terapeuta;
 Nesta técnica pode-se utilizar tração como forma de aliviar e facilitar o tratamento;
 Geralmente aplicados desde C2 até T4;
 NAG Central ou Unilateral.

NAGs Reverso
 Técnica aplicada quando houver insucesso com a utilização do NAGs;
 Melhor resposta na região torácica alta e charneira.

SNAGs (Sustained Natural Apophysal Glides)


 Movimento acessório passivo sustentado associado a um movimento ativo do paciente.
Trata especificamente o movimento biomecânico dentro do movimento em disfunção;
 São técnicas utilizadas na coluna vertebral;
 É indicada em grandes e pequenas limitações de movimento. A melhora do movimento
deve ocorrer antes do aparecimento da dor;
 SNAG Central ou Unilateral;
 A orientação de exercícios para casa (auto-tratamento) com tiras auxiliares - Auto-SNAG.

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SNAGs Cefaléia

Cefaléia presente
Nada mais é que um NAGs Sustentado. Essa técnica é utilizada como meio de diagnóstico
para cefaléias e também como forma de tratamento. Se durante a avaliação a cefaléia desaparecer –
saberemos então que a causa é cervical alta, se não desaparecer a origem não é cervical.
Existem duas técnicas abordadas: SNAG Cefaléia e o SNAG Cefaléia Reverso.

Cefaléia ausente
Essa técnica também pode ser usada como forma de diagnóstico e tratamento na região
cervical alta. É utilizada em pacientes que apresentem cefaléia do tipo crônica e que está ausente no
momento do tratamento.
O movimento abordado é a rotação, seja para avaliação como para tratamento.

MWMs (Mobilization with Moviment)


É utilizada em articulações que pertençam ao esqueleto apendicular, ou seja, articulações
periféricas.
Como as outras técnicas, devemos respeitar o plano de tratamento e trabalhar de forma
paralela ou perpendicular a ele, com o objetivo de melhorar a função e melhorar o quadro álgico -
recuperação da artrocinemática.
Usa-se um movimento acessório na linha articular, podendo utilizar compressão adicional no
final do movimento, desde que o paciente não apresente dor.
Também serve como diagnóstico e recurso de tratamento.

Bandagem
A bandagem deve ser utilizada para que o trabalho realizado pelo terapeuta durante a sessão
de tratamento, ou seja, a mobilização seja mantida através da colocação da bandagem.
A manutenção da posição óssea permitirá uma maior consciência proprioceptiva articular,
que gerará uma maior eficácia e evolução no tratamento e consequentemente um resultado final
satisfatório.

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Auto tratamento
O auto-tratamento é uma orientação necessária e extremamente importante.
O fisioterapeuta consciente sabe que o tratamento não ocorre simplesmente durante a
sessão em sua clínica, mas também a continuidade fora deste ambiente é fundamental.
Podemos citar alguns recursos utilizados:
 tiras cervical e lombar;
 as próprias mãos;
 exercícios;
 toalhas;
 bandagem;
 etc...

Indicações
 Diminuição de ADM;
 Dor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mulligan, B. Terapia Manual. 5ª Ed. São Paulo: Editora Premier, 2009.
Kapandji, AI. Fisiologia Articular – Volume 1, 2 e 3. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,
2000.
Sobotta, J. Atlas de Anatomia Humana.22ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2006.
Koeke PU, Wada JT, Queiroz RA. Tratado de Anatomia Palpatória - Vol. I - Membro Superior.
Campinas: Editora Saber, 2007.
Field D. Anatomia Palpatória. São Paulo: Manole, 2001.

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pelas Leis de Direitos Autorais. A reprodução, cópia ou comercialização deste material, por qualquer
meio, está sujeita às penas previstas em Lei.

Autoria:

Professor Bruno Gonçalves Dias Moreno

Professora Érica Mastelini

Professor Paulo Umeno Koeke

Professor Thiago Lopes Barbosa de Morais

Revisão:

Professor Assistente Augusto César de Moraes

Professor Bruno Gonçalves Dias Moreno

ESCOLA BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA MANIPULATIVA


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