Você está na página 1de 38

Mobilização e

Manipulação Articular
PROF. MAX
Mobilização e Manipulação Articular

As técnicas de manipulação e mobilização tratam


disfunções articulares consequentes de quadros
sintomatológicos de dor, posturas incorretas, sobrecargas
articulares, rigidez muscular, entre outros, que podem limitar
os movimentos. Para a aplicação dessas técnicas, o
fisioterapeuta deve ter conhecimento da artrocinemática e dos
tipos de movimentos, como os fisiológicos e os acessórios.
Artrocinemática aplicada à mobilização
e à manipulação articular

Denomina-se artrocinemática o estudo dos movimentos


articulares, isto é, a forma como duas superfícies articulares se
movem uma sobre a outra (HOU-GLUM; BERTOTI, 2014). O
movimento artrocinemático se refere à maneira como faces
articulares adjacentes se movem durante o movimento
articular osteocinemático ou fisiológico (LIPPERT, 2013)
Para entender a Artrocinemática:
Que o tipo de movimento que ocorre em uma articulação depende do formato
das faces articulares.

Podem ser classificados como ovoides ou selares.

Uma superfície articular côncava se move sobre uma superfície convexa fixa na
mesma direção do membro do corpo que está se movendo.

A superfície de uma articulação convexa se movimenta sobre uma superfície


côncava de um membro em direção oposta.
TIPOS DE MOVIMENTOS
MOVIMENTOS FISIOLÓGICOS São aqueles que podem ser realizados voluntariamente pelo
indivíduo. Envolvem os movimentos realizados nos planos
anatômicos sagital, frontal e transversal, como flexão, extensão,
rotação, adução, abdução, pronação e supinação (RAUSCHKOLB;
GOMES, 2016).

MOVIMENTOS ACESSÓRIOS É caracterizado pela forma como as superfícies articulares se


movem uma em relação à outra. Esse movimento é
involuntário, exigindo uma força externa para a sua realização.
Esses movimentos são considerados artrocinemáticos
(VASCONCELOS; LINS; DANTAS, 2014).
TIPOS DE MOVIMENTOS
MOVIMENTOS ACESSÓRIOS
A mobilidade intra-articular se refere aos movimentos
realizados entre as superfícies articulares, os quais são
fundamentais para o funcionamento articular normal durante a
amplitude de movimento. Esses movimentos englobam giro,
rolamento, compressão, deslizamento e separação das
superfícies articulares, e não podem ser realizados de forma
ativa (KISNER; COLBY, 2016).

Os movimentos artrocinemáticos são classificados em três:


rolamento, deslizamento e rotação.
TIPOS DE MOVIMENTOS
CONGRUÊNCIA ARTICULAR
É o encaixe perfeito das faces articulares. Quando duas faces articulares estão em contato
máximo uma com a outra, isto é, estão comprimidas ao ponto de a separação ser difícil, dizemos
que essa articulação é congruente.

CADEIA CINÉTICA ABERTA CADEIA CINÉTICA FECHADA

É quando as superfícies articulares não se ajustam Nessa posição, há maior área de contato da superfície
perfeitamente. Nela os componentes capsulares e os articular, as inserções e os ligamentos estão mais
ligamentos estão relaxados, e é possível uma separação afastados e sob tensão, e os componentes capsulares
passiva entre as superfícies articulares. As técnicas de estão mais comprimidos. Além disso, as articulações
mobilização são bem aceitas nessa posição, a qual estão mais apertadas para dificultar a separação
possibilita ainda movimentos de rolamento, rotação e (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
deslizamento (LIPPERT, 2013).
DIFERENÇA ENTRE MOBILIZAÇÃO E
MANIPULAÇÃO ARTICULAR

A mobilização articular é caracterizada por


movimentos passivos lentos sendo realizados em
grande amplitude. Ela tem como objetivos melhorar a
congruência articular, reduzir a dor e/ou o edema,
reduzir o atrito mecânico na articulação e restaurar a
biomecânica articular. Os movimentos podem ser
fisiológicos, acessórios ou combinados (RAUSCHKOLB;
GOMES, 2016).
DIFERENÇA ENTRE MOBILIZAÇÃO E
MANIPULAÇÃO ARTICULAR

A manipulação articular é uma técnica feita num


movimento acessóriode alta velocidade e no final da
amplitude. É realizada com pacientes que possam
relaxar com essa técnica ou que se sintam confortáveis
com ela. Tanto a manipulação quanto a articulação
somente são realizadas pelo fisioterapeuta utilizando
movimentos de deslizamento, rolamento, giro,
aproximação e separação (RAUSCHKOLB; GOMES,
2016).
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
TÉCNICAS OSCILATÓRIAS SUAVES
OU DE MAITLAND

A técnica Maitland é uma técnica manual caracterizada por


movimentos oscilatórios passivos, rítmicos e graduados em
quatro níveis, que tem a finalidade de restaurar a
artrocinemática. Descrevem-se vários graus de oscilação para a
mobilização articular, de acordo com a dosagem e velocidade da
aplicação (OLIVEIRA; SILVA, 2013; KISNER; COLBY, 2016).
TÉCNICAS OSCILATÓRIAS SUAVES
OU DE MAITLAND
TÉCNICAS DE TRAÇÃO OU DE
KALTENBORN

A tração é caracterizada por puxar uma estrutura articular para


produzir afastamento das superfícies articulares. É considerada uma técnica
intraarticular sustentada suave e realizada como forma perpendicular ao
plano de tratamento, sendo aplicada para diminuir a dor e restaurar a ADM.
TÉCNICAS DE TRAÇÃO OU DE
KALTENBORN
MOBILIZAÇÃO ESCAPULO-
TORÁCICA

A mobilização descrita a seguir tem por objetivo alongar


os tecidos moles que sustentam a articulação escapulotorácica
a fim de permitir os movimentos de elevação, depressão,
prostração, rotações para cima e para baixo e retração para
atingir a mobilidade no complexo do ombro.
TÉCNICA OSCILATÓRIA NA REGIÃO
CERVICAL

Essa técnica é aplicada para limitações de movimentos de


inclinação ou rota-cionais da região cervical. É realizada com o
objetivo de restaurar a amplitude de movimento e reduzir a
dor e a rigidez articular.
TÉCNICA DE TRAÇÃO PARA A
ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL

Essa técnica é aplicada para restaurar o movimento de


adução horizontal do ombro limitado por aderências na
região da articulação glenoumeral, ou em limitação de
movimento por dor.
TÉCNICAS DE MOBILIZAÇÃO E
MANIPULAÇÃO ARTICULAR

Atualmente, as técnicas de mobilização e manipulação mais


utilizadas são Maitland, Mulligan, Kaltenborn, quiropraxia,
osteopatia, entre outras (DUTTON, 2010; PRENTICE, 2012;
THOMSON; PETTY; MOORE, 2013; FAHLGREN et al., 2015;
BENNETT; MACFARLANE; VAUGHAN, 2017).
Técnicas de mobilização e manipulação
articular aplicadas aos membros superiores
FALANGES

O fisioterapeuta realiza a estabilização de uma falange


e mobiliza a outra. Juntamente com esta técnica, pode ser
realizada a tração, uma vez que são superfícies que
permitem a separação das estruturas, no plano
perpendicular. Na tração, há separação das superfícies
articulares e manutenção por alguns segundos, retornando
a posição inicial. Na mobilização articular, deve-se afastar e
aproximar as estruturas repetidamente, no plano
longitudinal das estruturas.
METACARPOS

O fisioterapeuta utiliza a região tenar e os polegares


de ambas as mãos, posicionando-os ao longo das
estruturas a serem mobilizadas na mão do paciente. Uma
das mãos vai estabilizar um ponto e a outra vai mobilizar o
metacarpo. Neste caso, não se realiza tração, pois as
estruturas não permitem a separação real entre elas.
RÁDIO-ULNAR DISTAL
E RADIO-CÁRPICA
Para esta articulação existem diversas formas para a
mobilização articular. A forma geral, que é bastante
utilizada, se dá com o fisioterapeuta estabilizando a região
distal de Rádio e Ulna e mobilizando a região do carpo, no
sentido ântero-posterior. Nesta manobra, pode-se associar
a tração, realizando a separação real das estruturas do
Rádio e Ulna e a primeira fileira dos ossos do carpo.
Além disso, existe a mobilização em ‘8’, onde o
fisiotera_x0002_peuta posiciona a região tenar e dos
polegares para estabilizar o punho do paciente e realiza o
movimento com a articulação, dese_x0002_nhando um
oito, com a maior amplitude possível.
OMBRO

Deslizamento da cápsula inferior – a técnica consiste


em prender o braço do paciente, posicionando seu
antebraço entre o braço e o corpo do fisioterapeuta. A mão
caudal do fisioterapeuta fica na região próxima ao cotovelo
do paciente, enquanto a mão cefálica estabiliza a Escápula,
realiza-se a mobilização da cabeça do Úmero
inferiormente. Esta manobra é utilizada quando há
comprometimento no plano sagital da articulação (flexão e
abdução de ombro).
OMBRO

Tração de ombro – braço do paciente posicionado em


90° de abdução, com o fisioterapeuta estabilizando este
braço da mesma forma descrita anteriormente. Realiza-se a
separação das estruturas, afastando o Úmero da cavidade
glenóide. Esta manobra é realizada a partir do momento
em que o paciente evolui na melhora para a abdução do
ombro. Uma variação desta técnica pode ser realizada com
o paciente em decúbito ventral. O fisioterapeuta estabiliza
o braço do paciente entre as pernas e mobiliza o úmero
proximal com as duas mãos, anterior e posteriormente.
Técnicas de mobilização e manipulação
articular aplicadas aos membros inferiores
FALANGES

As mobilizações das falanges dos membros inferiores


seguem a mesma técnica de mobilizações das falanges de
membros superiores.
METATARSOS

As mobilizações de metatarsos dos membros


inferiores seguem a mesma técnica de mobilizações de
metacarpos de membros superiores.
JOELHO

Paciente posicionado em decúbito dorsal, flexão de


quadril, flexão de joelhos e o pé apoiado sobre a maca. O
fisioterapeuta estabiliza o pé do paciente com o seu joelho
ou sentando sobre o mesmo. As mãos são posicionadas
envolvendo a articulação do joelho e realiza-se a
mobilização semelhantes à movimentos de gaveta (anterior
ou posterior).
Além disso, o fisioterapeuta pode estabilizar um dos
ossos (Tíbia ou Fíbula) e mobilizar o outro, realizando
movimentos com o osso em questão.
QUADRIL

Deslizamento inferior – Paciente posicionado em


decúbito dorsal com flexão coxofemoral e a perna apoiada
no ombro do fisioterapeuta. A mobilização articular deve
ser realizada com o bordo cubital das mãos do
fisioterapeuta, que estarão apoiadas sobre articulação
coxofemoral e o fisioterapeuta puxando o Fêmur no
sentido caudal. Esta mobilização é utilizada para o ganho
dos movimentos de flexão e abdução de quadril.
QUADRIL
Uma variação desta técnica pode ser realizada com o
membro inferior do paciente a ser trabalhado em extensão
e o membro inferior contralateral em flexão, para evitar o
deslocamento do paciente. O fisioterapeuta segurando na
articulação do tornozelo do paciente realiza a manobra de
mobilização puxando a perna do paciente no sentido
caudal. Nesta manobra ocorre a mobilização do quadril e a
tração do joelho.
Caso o paciente tenha alguma disfunção na
articulação do joelho em que ele não suporte a tração
realizada na manobra descrita anteriormente, a
mobilização pode ser realizada com o fisioterapeuta
segurando na região distal do Fêmur e realizar a manobra
mobilizando a articulação no sentido caudal.
QUADRIL
Além disso, com o paciente em decúbito ventral,
quadril em extensão e coxa apoiada no braço caudal do
fisioterapeuta. O bordo cubital da mão cefálica do
fisioterapeuta é apoiada sobre a articulação coxofemoral
do paciente e realiza-se a mobilização da articulação. Esta
manobra pode ser utilizada para o ganho de extensão de
quadril.
Caso o membro inferior do paciente seja pesado e o
fisioterapeuta não consiga sustentar o peso, pode-se apoiar
algum artefato para sustentar o membro inferior do
paciente em extensão. Em seguida, o fisioterapeuta apoia o
bordo cubital das duas mãos sobre a articulação
coxofemoral do paciente e realiza a mobiliza-ção.
QUADRIL
Com o paciente em decúbito ventral, flexão de joelho
e rotação externa de quadril. Com a mão caudal, o
fisioterapeuta estabiliza o pé do paciente sobre o membro
inferior contralateral. O bordo cubital da mão cefálica é
posicionado sobre a articulação coxofemoral do paciente e
realiza-se a mobilização.
Técnicas de mobilização e manipulação
articular aplicadas à coluna vertebral
PROCESSOS
A mão
ESPINHOSOS
não dominante do fisioterapeuta é apoiada
sobre a dominante, formando um “C” com o polegar e o
indicador. Com a região hipotenar apoiada sobre o
processo espinhoso que deseja se tratar, realiza-se a
mobilização, pressionando para baixo e retornando
continuamente, de acordo com o grau desejado. Para as
vértebras da coluna cervical, o fisioterapeuta deve utilizar
os polegares para a mobilização dos processos espinhosos.
PROCESSOS
TRANSVERSOS
Com as mãos cruzadas, o fisioterapeuta utiliza a região
hipotenar posicionando-as sobre os processos transversos
das vértebras do paciente, realizando a mobilização
articular de forma alternada. Para as vértebras cervicais, da
mesma maneira que no processo espinhoso, o
fisioterapeuta deve utilizar os polegares para realizar a
mobilização dos processos transversos.
TRAÇÃO DA COLUNA
CERVICAL
Paciente posicionado em decúbito dorsal, com a
cabeça para fora da maca, apoiada sobre a mão do
fisioterapeuta. O paciente deve estar com a cabeça o mais
relaxada possível. O fisioterapeuta posiciona o bordo
cubital de uma mão na base do Occipital do paciente e a
outra sobre o processo mentual.
Uma variação desta técnica pode ser realizada com o
fisioterapeuta apoiando a mão sobre o ombro do paciente,
empurrando-o no sentido contrário à tração da coluna
cervical. A cabeça do paciente estará em rotação e
inclinação lateral para o lado contralateral.
ATÉ A PRÓXIMA!

Você também pode gostar