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Biomecânica articular

Prof. Maria Julia Lyra


Resgatando....
• Osteocinemática: movimento dos ossos;
• Descreve o movimento dos ossos em relação aos três principais
planos cardinais do corpo:
• Sagital;
• Frontal;
• Horizontal;
Tipos de articulação
Revendo...
Articulações imóveis
• Sinartroses (imóveis) (syn = junto; arthron = articulação): essas
articulações fibrosas podem atenuar a força (absorver impacto), mas
permitem pouco ou nenhum movimento dos ossos que formam uma
articulação.

• Sutura: O único exemplo no corpo humano são as suturas do crânio.


• Sindesmose (syndesmosis = ligado por feixes): nessas articulações, um tecido
fibroso denso mantém os ossos juntos, permitindo um movimento
extremamente limitado. Ex.: Artc. coracoacromial, radiulnar média,
tibiofibular média e tibiofibular inferior.
Articulações discretamente móveis
• Anfiartrose (levemente móveis) (amphi = dos dois lados): essas
articulações atenuam as forças aplicadas e permitem mais movimento
nos ossos adjacentes do que as articulações sinartróideas.

• Sincondrose (syncondrosis = unido por cartilagem): nessas articulações, os


ossos são unidos por uma fina camada de cartilagem hialina. EX.: Art.
esternocostais e as lâminas epifisiais (antes da ossificação).
• Sínfise: nessas articulações, um disco de fibrocartilagem separa os ossos. Ex.:
art. vertebrais e a sínfise púbica.
Articulações móveis

• Diartrose ou sinovial (móvel) (diarthrosis =


“articulação completa”, indicando apenas
pequenas limitações à capacidade de
movimento): nessas articulações, as
superfícies dos ossos são cobertas por uma
cartilagem articular, uma cápsula articular
envolve a articulação e uma membrana
sinovial aderida ao interior da cápsula
articular secreta um lubrificante conhecido
como líquido sinovial
Graus de liberdade
• Quantidades de movimentos independentes permitidos em uma
articulação.
• p. ex. um movimento de flexão e extensão, representa 1 grau de
liberdade).
Graus de liberdade
• Articulação UNIAXIAL – 1 grau de liberdade (Ex: Cotovelo e rádio-
ulnar)

• Articulação BIAXIAL – 2 graus de liberdade (Ex: Punho, joelho e


tornozelo)

• Articulação TRIAXIAL – 3 graus de liberdade (Ex: Ombro, quadril e


coluna vertebral)
Cartilagem articular
• Objetivos importantes:
• (a) resiste à compressão e distribui a carga aplicada sobre a articulação por
uma área ampla, reduzindo o estresse em qualquer ponto de contato entre os
ossos;
• (b) permite o movimento dos ossos nas articulações com atrito e desgaste
mínimos.
• É um tecido macio, poroso e permeável, hidratado.
• Ela consiste em células especializadas chamadas de condrócitos
imersas em matriz de fibras colágenas, proteoglicanos e proteínas não
colagenosas.

 A matriz protege os condrócitos e sinaliza as mudanças na


pressão local para os condrócitos.
 Os condrócitos mantêm e restauram a cartilagem do
desgaste, embora esta capacidade diminua com o
envelhecimento, doenças e lesões.
Danos a cartilagem
• A cartilagem articular tem pouca ou nenhuma capacidade de se curar ou
regenerar.
• As lesões nesse tecido tendem a progredir;

• Uma abordagem promissora para reparar um dano à cartilagem articular é a


regeneração cartilaginosa autóloga, um procedimento em que condrócitos
saudáveis são removidos artroscopicamente da articulação do paciente e são
cultivados em laboratório com base em princípios de engenharia tissular.
 Após algumas semanas, as células crescem, formando tampões de cartilagem que podem ser
inseridos artroscopicamente na área danificada da cartilagem.
Uma revisão de 20 estudos revelou que, entre atletas com lesões articulares tratados com esse
procedimento, 73% recuperaram a função articular suficientemente para retomar a competição
esportiva
Fibrocartilagem articular
• Na forma de um disco
fibrocartilaginoso quanto na
forma de discos parciais
conhecidos como meniscos;
• Os discos intervertebrais e os
meniscos do joelho;
As funções da fibrocartilagem articular
podem incluir:
• Distribuição das cargas pelas superfícies articulares.
• Melhora do encaixe das superfícies articulares.
• Limitação do deslocamento ou deslizamento de um osso em relação a outro.
• Proteção da periferia da articulação.
• Retenção de lubrificação das articulações.
• Absorção de impacto
ESTABILIDADE ARTICULAR
• A estabilidade de uma articulação é sua capacidade de resistir ao
deslocamento.
• Especificamente, é a capacidade de resistir ao deslocamento da
extremidade de um osso em relação a outro para prevenir lesão aos
ligamentos, músculos e tendões que as rodeiam.
• Posição de travamento  Orientação articular em que o contato entre as
superfícies dos ossos que formam uma articulação é máximo.
• Maior área de contato  o acetábulo fornece um soquete relativamente profundo para a
cabeça do fêmur  ++ área de contato;
• Quadril é uma articulação estável.

• Posição destravada  Qualquer orientação articular diferente da posição de


travamento.
• Menor área de contato  Cavidade glenoidal tem um diâmetro vertical que corresponde a
aproximadamente 75% do diâmetro vertical da cabeça umeral e um diâmetro horizontal de
60% do tamanho da cabeça umeral - - área de contato;
• Contribui para o ombro ser uma articulação instável.
Disposição dos ligamentos e dos músculos
• Ligamentos, músculos e tendões afetam a estabilidade relativa das
articulações.
• No joelho e o ombro (configuração óssea não é particularmente
estável)
Tensão nos ligamentos e nos músculos contribui de modo
significativo para a estabilidade articular por ajudar a manter juntas
as extremidades articulares dos ossos em posição.

Se esses tecidos estão fracos por desuso ou frouxos por terem sidos estirados,
a estabilidade da articulação é reduzida.
Ligamentos e músculos fortes frequentemente aumentam a estabilidade
articular.
FLEXIBILIDADE ARTICULAR
• Flexibilidade articular é um termo utilizado para descrever a
amplitude de movimento (ADM) permitida em cada um dos planos de
movimento em uma articulação.
• A flexibilidade estática é considerada melhor indicador da rigidez ou
frouxidão relativa de uma articulação em termos de implicações para
potencial de lesões.

Amplitude de movimento
Ângulo ao longo do qual uma articulação
se move da posição anatômica até o limite
extremo do movimento do segmento em
uma determinada direção
Mensuração da amplitude de movimento de
uma articulação
• A ADM de uma articulação é mensurada em graus.
• Na posição anatômica, todas as articulações são consideradas em zero grau.
• A ADM para flexão do quadril  Tam. do ângulo pelo qual a perna estendida se
move de zero grau até o ponto de flexão máx.
• A ADM para extensão (retorno à posição
anatômica) é a mesma para a flexão.

goniômetro
Fatores que influenciam a flexibilidade da
articulação
• Uma articulação com ADM exagerada  hipermóvel.
• Fatores:
• A forma das superfícies articulares dos ossos e a quantidade de músculo ou tecido adiposo
interferente podem limitar o movimento no extremo de uma ADM.
• Ex.: cotovelo está em hiperextensão extrema; Músculo e/ou gordura na face anterior do
braço podem limitar a flexão do cotovelo.

• Ligamentos encurtados e músculos com extensibilidade limitada são os inibidores


mais comuns da ADM de uma articulação.
Resgatando...

• Osteocinemática: movimento dos ossos;


• Descreve o movimento dos ossos em relação aos três principais
planos cardinais do corpo:
• Sagital;
• Frontal;
• Horizontal;

• Artrocinemática: movimento das articulações;


Osteocinemática

Cadeias cinéticas:
• Refere-se a uma série de ligações segmentadas
articuladas como a pelve, a coxa, a perna e o pé,
conectadas ao membro inferior;
Cadeias cinéticas
• Os movimentos podem ser considerados em duas
perspectivas (cadeias cinéticas):

1. O segmento distal pode girar contra o segmento


proximal relativamente fixo.
(p. ex. cadeira extensora, mesa flexora, entre outros)
2. O segmento proximal pode girar contra um segmento
distal relativamente fixo.
(p. ex. agachamento, leg press, entre outros)
Cadeias cinéticas
• Aberta:
• o segmento distal de uma cadeia cinética, como o pé no
membro inferior, não está preso ao solo ou outro objeto
imóvel;
• Movimentos do segmento distal.
Cadeias cinéticas
• Fechada:
• o segmento distal de uma cadeia cinética está preso ao
solo ou outro objeto imóvel;
• Movimentos do segmento proximal
Cadeias cinéticas

• Nos membros superiores:


• Realizam predominantemente movimentos do segmento
distal sobre o proximal (CC Aberta);

• Nos membros inferiores:


• Realizam os dois movimentos (distal sobre proximal e
proximal sobre distal);

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