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AULA 04 – RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS

ARTROCINEMÁTICA E OSTEOCINEMÁTICA

Profa. Dra. Patricia Martinelli


AMPLITUDE DE MOVIMENTO

Técnica básica usada para examinar a mobilidade e iniciar o


movimento nos programas de intervenção terapêutica.

O movimento necessário para realizar atividades funcionais


pode ser entendido, em sua forma mais simples, como:

A ação de forças musculares ou externas que movem os ossos


em diferentes padrões ou amplitudes de movimento.
MOBILIZAÇÃO COM MOVIMENTO (MM)

Aplicação concorrente de uma mobilização acessória sustentada


(realizada por um fisioterapeuta) e um movimento fisiológico ativo
até o final da amplitude (executado pelo paciente).

Uma pressão adicional passiva, ou alongamento, no final da


amplitude é então aplicada sem o obstáculo da dor.

As técnicas são sempre aplicadas no sentido livre de dor e são


descritas como a correção do curso articular decorrente de uma
falha de posicionamento.
CONGRUÊNCIA

Posição na qual as superfícies articulares estão em contato máximo uma com a outra;

Normalmente ocorre em um extremo de uma ADM


INCONGRUÊNCIA

Posição em que há congruência mínima, cápsula, ligamento encontram-se frouxos;

A separação passiva adicional das superfícies articulares podem ocorrer nessa posição.
FLEXIBILIDADE
É a capacidade que as articulações detêm de terem uma ADM dentro dos limites
morfológicos, sem o risco de provocar lesão.

Ex. uma pessoa com ótima flexibilidade nos joelhos pode ter uma péssima nos ombros.
ALONGAMENTO

É o conjunto de técnicas utilizadas para manter ou aumentar a ADM.

o aumento do alongamento fará aumentar o grau de


de determinada articulação flexibilidade
MOBILIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO ARTICULAR

Planos cardinais cinesiológicos


(Sagital, Coronal e Transverso)
MOVIMENTOS
FISIOLÓGICOS
Flexão, Extensão, Adução, Abdução,
Pronação e Supinação
MOVIMENTOS
PASSIVOS
Realizados somente passivamente pelo
fisioterapeuta
MOVIMENTOS
ACESSÓRIOS
Aproximação, Separação, Deslizamento,
Rolamento e Giro
MOVIMENTOS OSTEOCINEMÁTICOS
OSTEO + CINEMÁTICA = JÁ EXPLICAM SUA DEFINIÇÃO

SÃO OS MOVIMENTOS DOS


OSSOS, SÃO OS MOVIMENTOS
os movimentos que ANGULARES GROSSEIROS E
realizamos ativamente FISIOLÓGICOS DO CORPO.
Ex. flexão e extensão.

São descritos nos três planos do corpo:


flexão e extensão no plano sagital, SÃO OS MOVIMENTOS
CLÁSSICOS DA DIÁFISE
abdução e adução no plano frontal ÓSSEA.
e rotação medial e lateral no plano transverso.
RESULTANTES
DE
CONTRAÇÕES
MOVIMENTOS MUSCULARES
CLÁSSICOS

MOVEM O
OSSO OU
ARTICULAÇÃO

OSTEOCINEMÁTICA
MOVIMENTOS FISIOLÓGICOS

Movimentos fisiológicos são aqueles que o paciente pode fazer


voluntariamente (ou seja, os movimentos clássicos ou
tradicionais, como flexão, abdução e rotação).

O termo OSTEOCINEMÁTICA é usado para descrever esses


movimentos dos ossos.
MOVIMENTOS ARTROCINEMÁTICOS
ARTRO + CINEMÁTICA = referência aos movimentos articulares propriamente ditos = dentro da articulação

Ex. rotação, rolamento, giro, compressão e tração

Esses movimentos podem ser feitos de


forma passiva ou ativa, São MOVIMENTOS ACESSÓRIOS que
ocorrem entre superfícies articulares
mas RECUPERADOS DE FORMA durante movimentos fisiológicos.
PASSIVA.

Utilizados PARA RESTAURAR A BIOMECÂNICA


ARTICULAR NORMAL
Esses movimentos não podem ser diminuindo a dor,
realizados ativamente pelo paciente,
alongando ou liberando
com menos trauma determinadas estruturas.
MOBILIDADE
INTRA-
ARTICULAR

MOVIMENTOS
ENTRE AS
SUPERFÍCEIS
ARTICULARES

ATROCINEMÁTICA
MOVIMENTOS ACESSÓRIOS
São os movimentos que ocorrem dentro da articulação ou em estruturas vizinhas,
porém o paciente NÃO TEM CONTROLE VOLUNTÁRIO sobre eles, e são necessários
para a ADM normal dos movimentos fisiológicos da articulação.

MOVIMENTOS
ACESSÓRIOS

MOVIMENTOS
MOVIMENTOS
INTRA-
INTEGRANTES
ARTICULARES
MOVIMENTOS INTEGRANTES

São movimentos que ocorrem em estruturas vizinhas à


articulação para permitir a ADM normal dos movimentos
fisiológicos.
SÃO DE CONTROLE INVOLUNTÁRIO.

EXEMPLOS Rotação da escápula na abdução de ombro;

Protração da escápula na extensão do ombro;


MOVIMENTOS INTRA-ARTICULARES
(ARTROCINEMÁTICA)
São movimentos que ocorrem dentro da articulação.

Esses movimentos são necessários para que ocorra a ADM normal dos movimentos
fisiológicos, porem o paciente NÃO TEM CONTROLE VOLUNTÁRIO SOBRE ELES.

Rolamento Deslizamento Giro

Compressão Tração
1 - ROLAMENTO
• As superfícies são incongruentes.
• Novos pontos de uma superfície encontram novos pontos na
superfície oposta.
• Ocorre na mesma direção que a oscilação.
• Causa compressão de um lado e separação de outro.
O rolamento é sempre na mesma direção que o movimento
ósseo mesmo convexo ou côncavo.
2 - DESLIZAMENTO As superfícies são planas

Se o osso que se move for convexo: deslizamento ocorre na direção oposta à do movimento .

Se osso que se move for côncavo: deslizamento na mesma direção do movimento.

Representação de uma superfície deslizando sobre a outra,


sendo (A) planas ou (B) curvas.
O MESMO PONTO de uma superfície fica em contato com NOVOS
PONTOS da superfície oposta

Regra do convexo- côncavo


A regra do côncavo – convexo

é importante para o terapeuta

DETERMINAR A DIREÇÃO DA
FORÇA MOBILIZADORA

EM TÉCNICAS DE
MANIPULAÇÃO ARTICULAR.

A - Quando a superfície articular que se move B - Quando a superfície que se move é côncava o
é convexa, o deslizamento ocorre na direção deslizamento ocorre na mesma direção do
aposta à do movimento angular do osso movimento angular do osso.
3 - GIRO
Rotação de um segmento sobre um eixo estacionário.

Ocorre em combinação com o rolamento e deslizamento.


4 - COMPRESSÃO

Diminuição do espaço articular

Cargas compressivas normais: nutrição

Cargas compressivas altas: deterioração

Contração muscular e rolamento:


COMPRESSÃO.
5 - TRAÇÃO

Separação das superfícies Controla a dor e alonga a


tração cápsula retraída

DESLIZAMENTO TRAÇÃO
TIPOS DE ARTICULAÇÃO
Os movimentos artrocinemáticos são influenciados pela FORMA DAS SUPERFÍCIES
ARTICULARES, as quais determinam as articulações em ovoide ou selar.
Ovóide : uma superfície é convexa e outra é côncava
Selar: uma superfície é côncava em uma direção e convexa na outra,
com a superfície oposta convexa e côncava.
A superfície convexa
MOVE-SE SOBRE o osso
Se um osso da move-se em SENTIDO
que apresenta
convexidade OPOSTO ao do
concavidade
segmento ósseo

Quando um osso convexo


move-se sobre um
côncavo

Primeiro ocorre um
movimento de rolamento
convexidade
anterior
concavidade
E deslizamento
posterior

Os dois movimentos
em DIREÇÕES
OPOSTAS Osso convexo sobre superfície côncava
A estrutura côncava se
Se um osso com a For MOVIDO SOBRE o moverá no MESMO
concavidade osso com a convexidade SENTIDO do segmento
ósseo

Quando um osso côncavo


for movido sobre um osso
convexo

Primeiro a estrutura
côncava rola
anteriormente concavidade
convexidade
E desliza
anteriormente

Os dois movimentos
na MESMA DIREÇÃO Osso côncavo sobre superfície convexa
Definição – MOBILIZAÇÃO ARTICULAR

Técnicas passivas de baixa velocidade usadas para tratar disfunções articulares como a
RIGIDEZ, HIPOMOBILIDADE E DOR.
MANIPULAÇÃO
Técnica passiva usando movimentos fisiológicos ou acessórios aplicados bruscamente
com alta velocidade.

A alta velocidade de aplicação de técnicas de manipulação não permite que o paciente


tenha controle da execução das mesmas.

Ex. Osteopatia , Thrust


MANIPULAÇÃO
Refere-se às técnicas de terapia manual usadas para modular a dor e tratar as disfunções
articulares que limitam a amplitude de movimento (ADM), abordando especificamente
alterações na mecânica articular.

A mecânica articular pode estar alterada em razão de:

dor, mecanismo de defesa muscular derrame articular,

contraturas ou aderências nas ou desalinhamento das


cápsulas articulares ou ligamentos superfícies ósseas.
de suporte
TÉCNICAS OSCILATÓRIAS GRADUADAS
G1- pequena amplitude no G2- grande amplitude no meio da G3- grande amplitude até
início da amplitude do amplitude do movimento, não o limite da mobilidade
movimento. atingindo o limite. existente.

G4- pequena amplitude no limite da mobilidade G5- thrust em alta velocidade


existente e forçadas na resistência.
APLICAÇÕES
G1- pequena amplitude no G2- grande amplitude no meio da
início da amplitude do amplitude do movimento, não
movimento. atingindo o limite.

GRAU I E II : ANALGESIA (fase aguda)

G3- grande amplitude até o G4- pequena amplitude no


limite da mobilidade limite da mobilidade existente
existente. e forçadas na resistência.

GRAU III E IV : AUMENTAR A ADM


(fase subaguda e crônica)
VELOCIDADE E DURAÇÃO

G1- pequena amplitude no início da G4- pequena amplitude no limite da mobilidade


amplitude do movimento. existente e forçadas na resistência.

GRAU I E IV : OSCILAÇÕES RÁPIDAS 3 à 4 SEGUNDOS .

G2- grande amplitude no meio da amplitude G3- grande amplitude até o limite da mobilidade
do movimento, não atingindo o limite. existente.

GRAU II E III : OSCILAÇÕES REGULARES 1 À 2 MINUTOS.


TÉCNICAS COM TRANSLAÇÃO MANTIDA
GRAU 1: tração articular de pequena GRAU 2: deslizamento suficiente para tensionar os
amplitude →(analgesia) tecidos ao redor da articulação → (manter a ADM)

GRAU 3: tração e deslizamento


suficiente para alongar a cápsula e
tecidos vizinhos
→ AUMENTAR a ADM
OBSERVAÇÕES

Posição do Posição da
Estabilização.
paciente. articulação.

Força do Direção do
Reavaliação
tratamento. movimento.

Programa
total de
reabilitação.
VANTAGENS DA MOBILIZAÇÃO

• Dosagem da força;
• Força aplicada perto da articulação;
• Força seletiva, aplicada no tecido desejado.
• A direção da mobilização acompanha a mecânica articular.
EFEITOS
Mantém a Analgesia e
Nutrição da
extensibilidade nos diminuição do
cartilagem
tecidos articulares espasmo muscular.

Aumenta a
Aumento ou
Estímulo velocidade de
manutenção da
proprioceptivo. execução do
ADM
movimento

Recupera ou
melhora a função
estabilizadora.
INDICAÇÕES

Hipomobilidade articular reversível.

Disfunções musculoesqueléticas e articulares

Doenças do sistema nervoso

Traumas

Limitação progressiva

Imobilidade funcional
Espondilolistese, hipermobilidade, lesões vertebrais com compressão de raízes
CONTRAINDICAÇÕES nervosas, compressão da cauda equina ou da medula (mielopatia) e estenoses.

Fraturas não consolidadas, fratura por stress, luxação e lesões ligamentares agudas.

Tumores e Infecções

Efusão articular

Osteoporose

Doenças inflamatórias (espondilite anquilosante, artrite reumatoide)

Problemas psicológicos, espasmo intenso.

Má formação congênita
PRECAUÇÕES

Tecido conectivo
Dor excessiva Artroplastias totais recém-formado, após
lesões ou cirurgias.

Idosos e crianças Pacientes hemofílicos


HIPOMOBILIDADE E HIPERMOBILIDADE REACIONAL COMPENSATÓRIA

Uma hipomobilidade corresponde a uma restrição de movimento em algum dos


eixos de movimento.

Uma hipomobilidade pode provocar uma hipermobilidade reacional e


compensatória, levando a sintomas à distância.

As hipomobilidades devem ser tratadas e NÃO AS HIPERMOBILIDADES, mesmo


sendo muitas vezes estes o local de dor.
BOM ESTUDO!
• VÍDEO (08:50min): https://www.youtube.com/watch?v=nIT8QTFnuaw
• TEMA: Artrocinemática e osteocinemática

• VÍDEO (03:40min): https://www.youtube.com/watch?v=d3ONBOXTvmQ


• TEMA: TERAPIA MANUAL - ARTROCINEMÁTICA

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