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Noções de Sistemas
de Informação
Geográfica
Iana Alexandra Alves Rufino
Iana Daya Cavalcante Facundo
2.1.1 Cartografia
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2.1.2 Mapa
Figura 2.1. Relações interdisciplinares entre SIG e outras áreas (Maguire et al.,
1991)
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geodésia. Para representar a superfície da Terra é necessário estabelecer um
sistema tal que, um ponto representado no mapa corresponda a um homólogo na
superfície terrestre. Isto se faz através de um sistema de coordenadas.
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Figura 2.4. Latitude e longitude.
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superfície da Terra e seus correspondentes no plano de projeção do mapa. Para
se obter essa correspondência, utilizam-se os sistemas de projeções
cartográficas.
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coincidente com o eixo de rotação da Terra), os meridianos e os paralelos são
representados por retas perpendiculares. A projeção é conforme ou isogonal
quando mantêm os ângulos ou as formas de pequenas feições. Convém lembrar
que a manutenção dos ângulos acarreta uma distorção no tamanho dos objetos
no mapa.
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A latitude de origem corresponde a um paralelo de referência escolhido
para posicionar o eixo x do sistema de coordenadas planas ou de projeção. A
latitude de origem costuma ser o equador para a maior parte das projeções.
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Nos anos 80, a computação gráfica fez que surgissem softwares que
permitiam a transcrição de mapas para o meio digital. Esta transcrição era
executada com auxílio de mesas digitalizadoras. O processo consiste em uma
mesa que possui uma malha magnética, um cursor e um computador com um
software que interpreta o sinal emitido pelo cursor sobre a mesa. Este processo
ainda é muito utilizado quando se faz uso de mapas existentes, porém, apresenta
vários inconvenientes em geral como a má qualidade das cartas e mapas
existentes, descontinuidade entre as cartas, grande número de informações que
requerem uma análise maior nas interpretações dos elementos a serem
transferidos, tornando assim um trabalho minucioso, demorado e o material
obtido é freqüentemente desatualizado.
No final dos anos 80 surgiu o scanner e a vetorização. O scanner consiste
em um aparelho que copia a carta na íntegra, tornando-a uma imagem, porém
apresenta todas as imperfeições da carta. A vetorização que não é uma operação
simples e não totalmente automática veio permitir que esta imagem fosse
transformada em um arquivo vetorial somente com as informações necessárias
ao usuário. Novamente esbarramos na qualidade das cartas existentes e seu
estado de apresentação muitas vezes degenerado fazendo com que as
imperfeições apresentadas atrapalhem a manipulação do produto.
Hoje com o scanner de alta precisão já podemos trabalhar com sistemas
computacionais que permitem o uso das imagens das aerofotos com maior
eficácia e precisão dando assim uma melhor performance no desenvolvimento
dos trabalhos cartográficos associando as ortofotos digitais e os arquivos vetores
o que permite uma dinâmica maior na análise das informações de um mapa.
Com o desenvolvimento da computação gráfica foi possível a adaptação
dos restituidores analógicos para produção de cartas de forma on-line evitando-
se a passagem pela mesa digitalizadora. A restituição on line é realizada em
estereorestituidores e devem ser representados todos os elementos naturais e
artificiais, visíveis e identificáveis nas fotografias e compatíveis com a escala da
planta, em níveis de informações.
As funções de entrada de dados continuam a demandar uma fração
desproporcionada dos recursos para a implantação de um SIG. Seu custo é às
vezes um impedimento para a adoção de SIG em organizações. O que distingue
os vários enfoques com relação à entrada de dados é o grau de automatização
alcançado. Processos manuais são bastante propensos a erros, apesar da
sofisticação dos dispositivos e software disponíveis, e a solução destes erros por
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procedimentos automáticos é lenta e custosa. A digitalização por processos mais
automatizados (digitalização semi-automática e automática) é economicamente
interessante e vai se tornar cada vez mais viável, à medida em que cresce o
custo de mão-de-obra e decresce o custo de equipamentos e software.
2.2 Geoprocessamento
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segunda metade deste século, da tecnologia de Informática, tornou-se possível
armazenar e representar tais informações em ambiente computacional, abrindo
espaço para o aparecimento do Geoprocessamento.
Nesse contexto, o termo Geoprocessamento denota a disciplina do
conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o
tratamento da informação geográfica e que vem influenciando de maneira
crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes,
Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional. As ferramentas
computacionais para Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de
Informação Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao
integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados geo-
referenciados.
Tornam ainda possível automatizar a produção de documentos
cartográficos. Pode-se dizer, de forma genérica, “Se onde é importante para seu
negócio, então Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho”. Sempre que o
onde aparece, dentre as questões e problemas que precisam ser resolvidos por
um sistema informatizado, haverá uma oportunidade para considerar a adoção
de um SIG.
Devido a sua ampla gama de aplicações, que inclui temas como
agricultura, floresta, cartografia, cadastro urbano e redes de concessionárias
(água, energia e telefonia), há pelo menos três grandes maneiras de utilizar um
SIG:
Como ferramenta para produção de mapas - geração e visualização de
dados espaciais;
Como suporte para análise espacial de fenômenos - Combinação de
informações espaciais;
Como um banco de dados geográficos - com funções de
armazenamento e recuperação de informação espacial.
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enorme potencial, principalmente se baseado em tecnologias de custo
relativamente baixo, em que o conhecimento seja adquirido localmente.
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2.3 Estrutura de um SIG
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comunicação entre profissionais que se utilizam da mesma nomenclatura para se
referir a conceitos diferentes. Assim, para um entendimento mais completo, é
necessário explicar os principais componentes de um SIG, no qual o software é
apenas um desses componentes. Os outros elementos a serem definidos são:
hardware, dados, usuários e as metodologias de análise. A Figura 2.9 ilustra estes
componentes.
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tipo de software o Mapinfo Professional, o ArcGIS, o IDRISI, o SPRING e o MGE,
dentre outros. Assim como os SIG, os Softwares de SIG possuem várias
definições. Tomemos as principais como exemplo:
• Softwares destinados ao processamento de dados referenciados
espacialmente e empregados na manipulação de dados de diversas fontes,
possibilitando a recuperação e o cruzamento de informações bem como a
realização dos mais diversos tipos de análise espacial;
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Figura 2.11. Representação esquemática de um software de SIG
Muitos problemas no uso de ferramentas de geoprocessamento decorrem
do fato de que, por inexperiência, muitos técnicos utilizam sistemas CAD
(Compute Aided Design) como SIG. Assim consideramos relevante estabelecer a
diferença entre as duas tecnologias.
Um sistema CAD é uma ferramenta para capturar desenhos em algum
formato legível por uma máquina. Os modelos CAD tratam os dados como
desenhos eletrônicos em coordenadas do papel. Nas aplicações CAD, existem
muitas vezes regularidades nos objetos (como sólidos de revolução), que podem
se modeladas, com o uso de técnicas como a da geometria construtiva dos
sólidos.
Em contraste, num sistema de Geoprocessamento, os dados têm poucas
simetrias e regularidades que possam ser reproduzidas. Mais ainda, os dados
estão sempre georreferenciados, isto é, localizados na superfície terrestre. Na
grande maioria dos casos, os dados estão numa projeção cartográfica, o que
impõe uma distorção relativa às coordenadas geográficas.
Diferente dos sistemas CAD, uma das características básicas e gerais de
um SIG é a sua capacidade de tratar as relações espaciais entre objetos
geográficos (topologia). Armazenara a topologia (vizinhança, proximidade,
pertinência) de um mapa é uma das características básicas que fazem distinguir
um SIG de um CAD.
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2.4. Mapas em SIG
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tamanho fixo. Cada célula terá um valor qualitativo correspondente ao tema
naquela localização espacial. A escolha entre a representação matricial e a
vetorial para um mapa temático depende do objetivo em vista. Para a produção
de cartas e em operações onde se requer maior exatidão, a representação
vetorial é mais adequada. As operações de álgebra de mapas são mais
facilmente realizadas no formato matricial. No entanto, para um mesmo grau de
exatidão, o espaço de armazenamento requerido por uma representação
matricial é substancialmente maior.
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- Serviços de utilidade pública, como água, luz e telefone;
- Redes de drenagem (bacias hidrográficas);
- Rodovias.
Mapas de redes também tratam de objetos, porém as informações gráficas
são armazenadas em coordenadas vetoriais, com topologia arco-nó: os atributos
de arcos incluem o sentido de fluxo e os atributos dos nós sua impedância
(custo de percorrimento). A topologia de redes constitui um grafo, que armazena
informações sobre recursos que fluem entre localizações geográficas distintas,
como ilustra a Figura 2.14.
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dinâmica, permite separar os diferentes níveis de informação relativos a uma
mesma rede.
O pacote mínimo disponível nos sistemas comerciais consiste tipicamente
de cálculo de caminho ótimo e alocação de recursos. Este pacote básico é
insuficiente para a realização da maioria das aplicações, pois cada usuário tem
necessidades distintas. No caso de um sistema telefônico, por exemplo, uma
questão pode ser: "quais são todos os telefones servidos por uma dada
caixa terminal?". Já para uma rede de água, pode-se perguntar: "Se
injetarmos uma dada percentagem de cloro na caixa d'água de um
bairro, qual a concentração final nas casas?"
Deste modo, um sistema de modelagem de redes só terá utilidade para o
cliente depois de devidamente adaptado para as suas necessidades, o que pode
levar vários anos. Isto impõe uma característica básica para esta aplicação: os
sistemas devem ser versáteis e maleáveis.
Um MNT pode ser definido como um modelo matemático que reproduz uma
superfície real a partir de algoritmos e de um conjunto de pontos (x, y), em um
referencial qualquer, com atributos denotados por z, que descrevem a variação
contínua da superfície. Um exemplo de MNT é apresentado na Figura 2.15. O
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processo de aquisição de uma grandeza com variação espacial produz,
usualmente, um conjunto de amostras pontuais. A partir destas amostras, pode-
se construir dois tipos de representação (veja a Figura 2.16):
2.4.5. Imagens
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Características importantes de imagens de satélite são: o número de
bandas imageadas no espectro eletromagnético (resolução espectral), a área da
superfície terrestre observada instantaneamente por cada sensor (resolução
espacial) e o intervalo entre duas passagens do satélite pelo mesmo ponto
(resolução temporal). A Figura 2.18 apresenta as imagens de três sensores
diferentes, com resoluções diferentes.
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O objetivo geral do Geoprocessamento é fornecer ferramentas para que os
diferentes usuários determinem a evolução espacial e temporal de um fenômeno
geográfico e as interrelações entre diferentes fenômenos, ou seja a análise
espacial. Alguns exemplos típicos de análise espacial de um SIG são:
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ESRI – Environmental Systems Research Institute. 1996. Introdução ao ArcView
GIS. Apostila de Curso. São Paulo.
GÓES, K. 2000. Autocad Map – Explorando as ferramentas de mapeamento. Rio
de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda.
IDOETA I.; TOSTES, F. 1999. Cartografia Digital. Apostila de curso – GIS BRASIL
99 – V Congresso e Feira para Usuários de Geoprocessamento da América
Latina. Salvador.
INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais. 2000. Fundamentos de
Geoprocessamento. Apostila de Curso. Disponível em: www.dpi.inpe.br (Junho,
2000).
MAGUIRE, D. 1991. An Overview and Definition of GIS. In: Maguire,D.; Goodchild,
M.; Rhind, D. (eds) Geographical Information Systems: Principles and
Applications. New York: John Wiley and Sons, pp. 9-20.
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