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Informações para leitura ................................................................................................................................................. 3


Apresentação .................................................................................................................................................................... 4
Capítulo 1 ............................................................................................................................................................................ 5
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1.1 Histórico/ 5
1.2 Aplicações/ 6
1.3 Definições/ 7
1.4 Sistemas de projeções/ 8
1.5 Sistema Mongeano de projeções/ 10
Exercícios de aplicação ............................................................................................................................................ 11
Capítulo 2 ......................................................................................................................................................................... 13
ESTUDO DO PONTO
2.1 Generalidades/ 13
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 17
2.2 Planos bissetores/ 19
2.3 Simetria/ 20
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 23
Capítulo 3 ......................................................................................................................................................................... 25
ESTUDO DA RETA
3.1 Posição da reta/ 25
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 29
3.2 Pertinência entre ponto e reta/ 32
3.3 Traços notáveis de uma reta/ 33
3.4 Reta de Perfil/ 35
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 39
3.5 Posição relativa entre retas/ 43
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 46
Capítulo 4 ......................................................................................................................................................................... 48
ESTUDO DO PLANO
4.1 Determinação do plano/ 48
4.2 Traços do plano/ 49
4.3 Classificação dos planos/ 51
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 57
4.4 Pertinência entre reta e plano/ 58
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 64
Continuação de pertinência entre reta e plano/ 67

1
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 69
4.5 Paralelismo de retas e planos/ 72
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 75
4.6 Interseção de retas e planos/ 77
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 79
Capítulo 5 ......................................................................................................................................................................... 82
MÉTODOS DESCRITIVOS
5.1 Generalidades/ 82
5.2 Métodos das mudanças de planos/ 83
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 87
Continuação de métodos das mudanças de planos/ 90
Exercícios de aplicação ........................................................................................................................................... 94
5.3 Aplicação na prática profissional/ 98
5.4 Método da rotação/ 99
Exercícios de aplicação .........................................................................................................................................104
Capítulo 6 .......................................................................................................................................................................107
ESTUDO DOS SÓLIDOS
6.1 Generalidades/ 107
6.2 Representação de poliedros/ 108
Exercícios de aplicação .........................................................................................................................................113
Respostas aos problemas/ 117

2
Ícones

ATENÇÃO! INFORMAÇÃO ADICIONAL IMPORTANTE!

VÍDEO PARA COMPLEMENTAR O APRENDIZADO

Lista de abreviatura e sinais

(A), (B), (C)... > Pontos


(A)(B) ... > Retas
A, B, C ou r, s, t... > Projeção horizontal do ponto ou da reta
A, B’, C’ ou r’, s’, t’... > Projeção vertical do ponto ou da reta
(π) > Plano horizontal
(π’) > Plano vertical
(π”) > Plano lateral
π π’ > Linha de terra
α, β, γ... > Planos
βi e βp > Bissetor ímpar e bissetor par
(V) > Traço vertical
(H) > Traço horizontal
(I) > Traço com o bissetor ímpar
(P) > Traço com o bissetor par
απ, βπ, γπ... > Traço horizontal do plano
απ’, βπ’, γπ’... > Traço vertical do plano
A’1, B’1, C’1... > Cota alterada por mudança de plano
A1, B1, C1... > Afastamento alterado por mudança de plano
(Ā) > Ponto rotacionado em torno de um eixo
GD > Geometria Descritiva
VG > Verdadeira grandeza
LT > Linha de terra
≡󠇭 > Coincidentes
⁄⁄ > Paralela
Ʇ > Perpendicular
 > Oblíquo

3
Prezados estudantes,

Essa apostila foi desenvolvida com o intuito de auxiliá-los no aprendizado da Geometria Descritiva,
sintetizando os principais conceitos envolvendo este universo. Desenvolvida por Gaspar Monge, no fim
do século XVIII, este é o ramo da matemática dito como ferramenta básica para o domínio do espaço
tridimensional, sendo a base para o desenvolvimento do Desenho Técnico.

A Geometria Descritiva, de maneira geral, estuda a forma das figuras geométricas por meio de suas
projeções. É um dos tópicos que integram os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharias, sendo
extremamente necessária para que os discentes desenvolvam a habilidade de visualização espacial,
requerida para o exercício das profissões mencionadas. O Desenho Técnico, que compreende o Desenho
Arquitetônico, desenho de peças industriais, de projetos estruturais e desenhos topográficos, é baseado
no sistema de projeção Mongeano, demonstrando a importância dos conhecimentos de Geometria
Descritiva para o domínio de conteúdos e ferramentas profissionalizantes. Inclusive, vários problemas
reais de Arquitetura e Engenharias podem ser estudados e solucionados por meio da aplicação dos
conceitos de Geometria Descritiva.

Esse material foi produzido pela professora Beatryz Cardoso Mendes e pela discente da Universidade
Federal de Viçosa (UFV), Rainara Teixeira Viana. O conteúdo tem como base os livros técnicos
relacionados ao assunto e as Notas de Aula do professor Luiz Fernando Reis (versão de 2007), ex-
docente do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFV. Caso identifique algum erro, não hesite
em comunicar para que essa apostila esteja em contínuo processo de revisão.

Tenha um bom início de semestre, e bons estudos!

4
Capítulo
í
1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1.1 1.1 HISTÓRICO

As bases da Geometria Descritiva foram desenvolvidas no final do século XVIII, pelo matemático francês
Gaspard Monge. Gaspard Monge era filho de um amolador de facas, sendo considerado, desde cedo,
o gênio da família. Foi um matemático e um engenheiro nato, que tinha
grande capacidade de visualizações tridimensionais complexas. Aos 16
anos já havia construído um carro de bombeiros e um mapa completo da
cidade de Beaune, demonstrando também seus conhecimentos na área
da mecânica e da agrimensura.

Monge se destacou, sobretudo, quando estava na Escola Militar de


Mézières, e propôs uma solução geométrica muito mais rápida para a
questão de defesa em fortificações (a ideia era que nada ficasse exposto
ao fogo direto do inimigo). Esse método criado por Monge foi mantido em
segredo até o ano de 1794. Até então, ele atuava na escola ensinando o
novo método aos futuros engenheiros militares.

A Geometria Descritiva revolucionou o desenho mecânico e a engenharia militar. Os feitos de Monge


foram tão reconhecidos na França que Napoleão, em 1804, nomeou-o como Conde de Péluse como um
ato de agradecimento por todos os méritos e serviços prestados.

Além disso, participou ativamente da Revolução Francesa, foi Ministro da Marinha, e participou ainda do
Comitê de Pesos e Medidas. Era, também, um grande defensor das instituições de ensino. Após a queda
de Napoleão, o cientista perdeu os títulos e honrarias a ele concedidos, falecendo em 1818 devido à
problemas cardíacos.

“Eu uso dois trunfos infalíveis:


uma tenacidade invencível e mãos
que traduzem meu pensamento
com fidelidade geométrica”

5
1.2 APLICAÇÕES
2

“A geometria relaciona-se com o mundo da natureza, da arte, da tecnologia e do pensamento


matemático.”

(MONTENEGRO,1991, p.6)

Do mesmo modo, a Geometria Descritiva (GD) busca te envolver com o mundo real e seu aprendizado
é extremamente útil na resolução de certos problemas, tais como:

 Encontrar a verdadeira grandeza de objetos, por exemplo, das faces de telhados, cabos, antenas,
entre outros.

Determinação do comprimento, inclinação e direção de cada cabo de uma antena.

Fonte: ARAUJO,2001.

 Determinar o ângulo entre asas de um avião e a visibilidade entre as arestas visíveis das asas.

Fonte: ARAUJO,2001.

 Determinar a área de objetos a partir da verdadeira grandeza de suas faces. Uma aplicação
prática: ao conhecer a VG das faces de um telhado é possível encontrar a quantidade total de
telhas necessárias para cobri-lo.

6
Capítulo
í
1
1.3 DEFINIÇÕES
2

Geometria descritiva: ramo da Matemática Aplicada que estuda os objetos tridimensionais segundo
suas projeções em um plano.

Objeto tridimensional Forma x Dimensão

Aspecto, Grandeza que


configuração caracteriza
(Ex: forma uma medida
arredondada) do objeto

Elementos fundamentais da Geometria Descritiva:

PONTO: é o elemento que não apresenta forma nem dimensão. Mas, a partir dele, pode-se obter
qualquer outra forma geométrica.

O movimento do ponto no espaço dá origem à linha. Se a direção do movimento for sempre na mesma
direção, tem-se uma linha reta.

RETA: é o elemento que possui apenas uma dimensão, o comprimento. Uma reta é ilimitada nos dois
sentidos, ou seja, não possui início nem fim.
r
Reta:

Segmento de reta (𝐴𝐵


̅̅̅̅ ):

Semirreta:

Quando uma reta se desloca em uma trajetória retilínea e paralela a si mesma, dá origem a uma
superfície plana, ou simplesmente “plano”.

PLANO: é o elemento que possui duas dimensões.

Da mesma forma que a reta, também é infinito.

Pode-se ter também semiplanos.


(α)

Anotações

7
Capítulo
í
1
1.4 SISTEMAS DE PROJEÇÕES
2hv

A Geometria Descritiva é baseada na projeção de objetos em planos.


(A)
Elementos que compõem um sistema de projeção:

1. (A) → ponto objetivo ou objeto

2. Projetante de (A)

3. Projeção de (A)

4. Superfície de projeção (α)

5. Centro de projeções (ou polo)

Em um sistema de projeção reta-plano, a projetante é uma reta, e a superfície de projeção é um


plano.

A posição do centro de projeções define duas situações:

a. Quando o centro de projeções está a uma distância finita do objeto, as projetantes são
divergentes. Dessa forma, tem-se um Sistema de Projeção Cônica.

b. Quando o centro de projeções está a uma distância infinita do objeto, as projetantes são paralelas
entre si. O ângulo de incidência sobre o plano de projeção pode variar entre 0° e 180°. Esse sistema
recebe o nome de Sistema de Projeções Cilíndricas.

Se o ângulo das projetantes for Se o ângulo das projetantes for


diferente de 90° (retas igual a 90°, elas são ortogonais
inclinadas), denomina-se ao plano de projeção; neste caso,
Sistema de Projeções Cilíndricas denomina-se Sistema de
Oblíquas. Projeções Cilíndricas Ortogonais.

O Sistema de Projeções Cilíndricas Ortogonais são comumente referenciados como Sistema de Projeções
Ortogonais ou, simplesmente, projeções ortogonais. Este será o sistema aplicado na Geometria Descritiva,
e que também é utilizado no Desenho Técnico. Por que?!

Anotações

8
Capítulo
í
1
SISTEMA DE PROJEÇÃO CÔNICA

SISTEMA DE PROJEÇÕES CILÍNDRICAS OBLÍQUAS E ORTOGONAIS

Para compreender mais, assista o vídeo:

“Projeção Ortogonal – Fachada Frontal – Villa Savoye”

Anotações

9
Capítulo
í
1
1.5 SISTEMA MONGEANO DE PROJEÇÕES
2hv
nh
O Sistema Mongeano de Projeções é composto por dois planos, perpendiculares entre si: o plano
horizontal (π), e o plano vertical (π’). Dessa forma, para um mesmo objeto ou ponto objetivo, tem-se duas
projeções ortogonais para representá-lo.

A linha de interseção dos dois planos é denominada Linha de Terra.

Os dois planos dividem o espaço em quatro regiões, conhecidas como diedros, conforme mostrado na
figura abaixo.

São definidos, ainda, quatro semiplanos: plano horizontal anterior (π A); plano horizontal posterior (πP);
plano vertical superior (π’S); e plano vertical inferior (π’I).

Rebatendo-se o plano horizontal (π) no plano


vertical (π’), com um giro de 90° no sentido
horário e em torno da linha de terra, pode-se
representar um objeto no espaço
tridimensional em apenas um plano. Essa
transposição de um sistema 3D para 2D é
chamada de épura. Isso permite a resolução
de inúmeros problemas geométricos utilizando
um único plano – a folha de papel, por
exemplo.

Anotações

10
Capítulo
í
1
Exercícios de aplicação:

01. Determinar a posição do triângulo (J)(K)(L) no espaço, sabendo-se as coordenadas das suas projeções
no plano horizontal (π) e no plano vertical (π’). O sistema de projeção utilizado é o Sistema Ortogonal.
Dados:

J: (85;25)

K: (110;65)

L: (120;55)

J’: (25;120)

K’: (65;145)

L’: (55;90)

Anotações

11
Capítulo
í
1
02. Determinar as projeções do sólido (M)(N)(P)(Q)(R)(S)(T)(U)(V)(W)(X)(Y), conhecendo-se as projeções
de um dos seus vértices e sabendo-se que o sistema de projeção adotado é o Sistema Ortogonal.

P: (150;70)

P’: (70;160)

Anotações

12
Capítulo
2
ESTUDO DO PONTO

2.1 GENERALIDADES

Para iniciar os nossos estudos sobre as projeções no Sistema Mongeano, vamos considerar um ponto
posicionado no espaço. Este ponto irá apresentar duas projeções: uma referente ao plano horizontal, e
outra referente ao plano vertical. A distância do ponto até o plano vertical é chamada de afastamento;
até o plano horizontal, é chamada de cota. Essas distâncias compõem as coordenadas de um ponto.

Observando a figura abaixo, vemos que existe uma linha que une as duas projeções. Essa linha é
denominada linha de chamada ou linha de projeção, e será sempre perpendicular à linha de terra.

A depender da posição relativa do ponto, o


afastamento e a cota podem ter sinal positivo ou
negativo. Vamos utilizar a seguinte convenção:

→ afastamento positivo caso o ponto esteja à


direita do plano vertical;

→ cota positiva caso o ponto esteja acima do


plano horizontal.

O quadro abaixo resume quais são os sinais das


coordenadas de acordo com a localização do
ponto:

Posição 1º D 2° D 3° D 4° D HA HP VS VI LT

Afastamento

Cota

Anotações

13
Capítulo
2
Conforme abordamos inicialmente, o ponto está localizado no espaço. Então, para que este seja
localizado no sistema tridimensional, é necessário conhecer uma terceira coordenada para defini-lo. Essa
coordenada é a abscissa, determinada como a distância do ponto a um plano lateral de projeções (π”),
ortogonal aos planos horizontal e vertical, e que define o ponto de origem (O) na linha de terra.

Vamos trabalhar com uma convenção para representação do ponto e suas projeções:

→ O ponto objetivo será designado por uma letra maiúscula, entre parênteses.

→ A projeção no plano horizontal será designada pela mesma letra, maiúscula, sem parênteses.

→ A projeção no plano vertical será designada pela mesma letra, maiúscula, sem parênteses e com um
apóstrofo.

→ A projeção no plano lateral será designada pela mesma letra, maiúscula, sem parênteses e com aspas.

Anotações

14
Capítulo
2
As coordenadas do ponto serão apresentadas na seguinte ordem:

x = abscissa
Não confunda essas
y = afastamento
coordenadas com as
z = cota coordenadas cartesianas!

Notação: (A) (x;y;z)

Serão apresentadas, agora, as coordenadas do ponto em sua épura. Para tal, vamos considerar um
ponto (A) localizado no 1° diedro.
Cota positiva:
projeção acima da LT
Afastamento positivo:
projeção abaixo da LT

Entendendo a épura do ponto localizado no 1° diedro, vamos estender o mesmo raciocínio aos 2°, 3° e
4° diedros:

2º diedro

Anotações

15
Capítulo
2
3º diedro

4° diedro

Anotações

16
Capítulo
2
Exercícios de aplicação:

01. Desenhar a épura (genérica) de um ponto localizado no:

a) plano horizontal anterior;

b) plano horizontal posterior;

c) plano vertical superior;

d) plano vertical inferior.

HA HP

VS VI

Anotações

17
Capítulo
2
02. Construa a épura do ponto D de coordenadas (2, 3, -1).

03. Construa a épura do triângulo CDE, dados C= (-3,2,3), D= (0,3,4) e E= (4,0,2).

18
Capítulo
2
2.2 PLANOS BISSETORES

Além dos planos principais de projeção - horizontal e vertical, vamos trabalhar também com os planos
bissetores.

Esses planos dividem os diedros em duas partes iguais; dessa forma, estão a 45° dos planos principais.

Existem dois planos bissetores: o bissetor ímpar (βi), que divide os 1° e 3° diedros; e o bissetor par (βp), que
divide os 2° e 4° diedros.

Se o ponto estiver localizado no plano bissetor ímpar, possuirá cota e afastamento iguais em módulo e
sinal; em épura, as duas projeções são simétricas em relação à linha de terra.

Por outro lado, se o ponto estiver localizado no plano bissetor par, a cota e o afastamento serão iguais
em módulo, mas com sinais contrários; dessa forma, em épura, as duas projeções serão coincidentes.

Anotações

19
Capítulo
2
2.3 SIMETRIA

Dois pontos quaisquer podem ser simétricos em relação a um terceiro ponto, a uma reta ou a um plano.

No primeiro caso, o terceiro ponto é equidistante dos outros dois. No segundo caso, a reta é mediatriz do
segmento formado entre os dois pontos. No terceiro caso, o plano é mediador do segmento formado
entre os dois pontos (ver figura abaixo).

Casos particulares de simetria

1°: Simetria em relação ao plano horizontal de projeções

Quando dois pontos são simétricos em relação ao plano horizontal de projeções, em épura as projeções
horizontais são coincidentes, e as projeções verticais são simétricas em relação à LT.

Anotações

20
Capítulo
2
2°: Simetria em relação ao plano vertical de projeções
Quando dois pontos são simétricos em relação ao plano vertical de projeções, em épura as projeções
verticais são coincidentes, e as projeções horizontais são simétricas em relação à LT.

3º: Simetria em relação ao bissetor ímpar

Quando dois pontos são simétricos em relação ao plano bissetor ímpar, em épura as projeções de nomes
contrários são simétricas em relação à LT.

Anotações

21
Capítulo
2
4°: Simetria em relação ao plano bissetor par

Quando dois pontos são simétricos em relação ao plano bissetor par, em épura as projeções de nomes
contrários são coincidentes.

5º: Simetria em relação à linha de terra

Quando dois pontos são simétricos em relação à LT, em épura as projeções de mesmo nome são
simétricas em relação à LT.

Anotações

22
Capítulo
2
Exercícios de aplicação:

04. Desenhe a épura dos pontos dados a seguir, de acordo com suas coordenadas. Em seguida,
determine a localização dos pontos no Sistema Mongeano.

(A) (0; 0; 0)

(B) (2; 1; 4)

(C) (3; 2; -1)

(D) (4; -3; -2)

(E) (5; -1; 3)

05. Para as épuras apresentadas a seguir, determine a localização dos pontos em relação aos planos de
projeção.

(A): ______________ (E): ______________

(B): ______________ (F): ______________

(C): _____________ (G): _____________

(D): _____________

23
Capítulo
2
06. Represente, em épura, o ponto (C) simétrico ao ponto (D) em relação ao plano horizontal, e o ponto
(E) simétrico ao ponto (F) em relação ao plano vertical. Dados: (D) (0;2;4) e (F) (2;1;3).

Obs.: faça as representações dos pontos e seus simétricos em uma única linha de terra.

Anotações

24
Capítulo
Capítulo
23
ESTUDO DA RETA

3.1 POSIÇÕES DA RETA

Definição: do ponto de vista da Geometria Descritiva, uma reta é bem definida quando são conhecidas
suas projeções vertical e horizontal. Dessa forma, uma reta (r) qualquer, compreendida entre os pontos
(A) e (B), é definida pelas suas projeções r e r’, correspondentes às projeções AB e A’B’.

De acordo com a posição da reta em relação aos planos de projeção, estas podem apresentar
características específicas, sendo possível estabelecer uma classificação segundo estas posições.

1 Reta vertical

É a reta paralela ao plano vertical de projeções, e perpendicular ao plano horizontal.

Em épura:
- cota variável;
- abscissa e afastamento constantes;
- projeção vertical em verdadeira
grandeza;
- projeção horizontal é um ponto;
- projeção vertical perpendicular em
relação à LT.

Anotações

25
Capítulo
Capítulo
23
Reta frontal
2
É a reta paralela ao plano vertical de projeções, e oblíqua ao plano horizontal.

Em épura:
- cota e abscissa variáveis;
- afastamento constantes;
- projeção horizontal paralela à LT;
- projeção vertical em verdadeira
grandeza e oblíqua em relação à LT;
- o ângulo da projeção vertical em
relação à LT é o mesmo ângulo que a reta
faz com o plano horizontal de projeção.

Reta fronto-horizontal
3
É a reta paralela ao plano vertical e ao plano horizontal de projeções, simultaneamente.

Em épura:
- cota e afastamento constantes;
- abscissa variável;
- projeções horizontal e vertical
paralelas à LT e em verdadeira
grandeza.

Anotações

26
Capítulo
Capítulo
23
4 Reta horizontal

É a reta paralela ao plano horizontal de projeções, e oblíqua ao plano vertical.

Em épura:
- abscissa e afastamento variáveis;
- cota constante;
- projeção vertical paralela à LT;
- projeção horizontal em verdadeira
grandeza e oblíqua em relação à LT;
- o ângulo da projeção horizontal em
relação à LT é o mesmo ângulo que a
reta faz com o plano vertical de projeção.

5 Reta de topo

É a reta paralela ao plano horizontal de projeções e perpendicular ao plano vertical.

Em épura:
- afastamento variável;
- abscissa e cota constantes;
- projeções horizontal
perpendicular à LT e em
verdadeira grandeza;
- projeção vertical é um ponto.

Anotações

27
Capítulo
Capítulo
23
6 Reta de perfil

É a reta oblíqua aos dois planos de projeções e ortogonal à linha de terra.

Em épura:
- abscissa constante;
- afastamento e cota variáveis;
- Projeções horizontal e vertical
perpendiculares à LT.

7 Reta qualquer

É a reta oblíqua aos planos horizontal e vertical de projeções, sem nenhuma posição específica
em relação à linha de terra.

Em épura:
- cota, afastamento e
abscissas variáveis;
- projeções horizontal e
vertical oblíquas à LT.

Para compreender mais, assista o vídeo:

“Geometria Descritiva aula -02- Classificação das retas”

Anotações

28
Capítulo
Capítulo
23
Exercícios de aplicação:

01. Classifique as retas apresentadas abaixo, em épura, de acordo com a sua posição em relação aos
planos de projeção.

_______________________ ________________________ ______________________ _____________________

02. Para as retas a seguir, defina a localização destas em relação aos planos de projeção.

1ª: _____________________

2ª: _____________________

3ª: _____________________

4ª: _____________________

Anotações

29
Capítulo
Capítulo
23
03. Complete as sentenças abaixo:

a) A projeção de uma reta apresenta sua verdadeira grandeza quando tal reta for _________________ ao
plano sobre a qual ela se projeta.

b) As retas __________________ e ___________________ não apresentam projeções nos planos π e π’ em


verdadeira grandeza.

c) A reta horizontal é ___________________ ao plano π e _________________ a π’. O ângulo que ela forma
com π’ é o mesmo que a sua projeção _____________________ faz com a linha de terra. A reta horizontal
possui _________________ constante.

d) A reta vertical é _____________________ a π e _____________________ a π’. Possui abscissa e afastamento


___________________. Em épura, a projeção vertical está em _________________________ e a projeção
horizontal é _____________________.

04. Dada as retas definidas por dois de seus pontos, desenhe a épura de cada uma delas.

Reta 1: (A) (2;3;5); (B) (4; ?; 1); (A)(B) frontal

Reta 2: (C) (3;1;4); (D) (?; ?; 1); (C)(D) vertical

Anotações

30
Capítulo
Capítulo
23
05. Complete as projeções de um segmento de reta de topo (C)(D), que mede 3 cm. Sabe-se que o
afastamento de (D) é maior que o de (C).

06. Complete as projeções do triângulo isósceles (A)(B)(C), tal que o lado (A)(B) seja frontal e o (A)(C)
horizontal, formando 45º com o plano π’.

31
Capítulo
Capítulo
23
3.2 PERTINÊNCIA ENTRE PONTO E RETA

Basicamente, um ponto pertence a uma reta se as suas projeções de mesmo nome estão sobre as
projeções de mesmo nome da reta. Em outras palavras, um ponto pertence a uma reta quando a sua
projeção horizontal está sobre a projeção horizontal da reta, e a sua projeção vertical está sobre a
projeção vertical da reta.

A única exceção é a reta de perfil. Para verificar a pertinência entre um ponto e a reta de perfil, deve-se
determinar uma terceira projeção da reta, sendo está a projeção lateral. Estudaremos a reta de perfil
com mais detalhes adiante.

Anotações

32
Capítulo
Capítulo
23
3.3 TRAÇOS NOTÁVEIS DE UMA RETA

O traço de uma reta sobre um plano pode ser definido como o ponto em que essa reta intercepta (ou
“fura”) o plano. Dessa forma, tem-se dois traços notáveis referentes aos planos π e π’, e os traços referentes
aos planos bissetores (βP e βI).

O traço sobre o plano π’ é denominado como traço vertical, sendo designado pela letra V entre
parênteses (V). Por ser um ponto localizado no plano π’, possui afastamento nulo. Logo, em épura, sua
projeção horizontal V está sobre a linha de terra, e a projeção vertical V’ coincide com o próprio ponto
(V).

Analogamente, o traço horizontal é o ponto da reta que intercepta o plano π, sendo designado pela letra
H entre parênteses (H). Por estar situado em π, o ponto (H) possui cota nula. Portanto, a projeção vertical
H’ também está sobre a linha de terra, e a projeção horizontal H coincide com o próprio ponto (H).

Anotações

33
Capítulo
Capítulo

Além dos traços relacionados aos planos principais, tem-se também os traços referentes aos planos
23
bissetores. O traço com o bissetor ímpar (I) é o ponto onde a reta intercepta tal plano. Neste caso, trata-
se de um ponto pertencente à reta cujas projeções são simétricas em relação à LT.

O traço com o bissetor par (P) é o ponto onde a reta intercepta tal plano bissetor, de modo que o ponto,
pertencente à reta, apresenta projeções coincidentes.

Anotações

34
Capítulo
Capítulo
23
3.4 RETA DE PERFIL

Anteriormente, vimos que a pertinência entre um ponto e uma reta se dá quando as projeções de um
ponto estão sobre as projeções de mesmo nome da reta. No entanto, quando se trata da reta de perfil,
essa premissa pode não ser verdadeira, devido a características especiais da própria reta. Assim, essa
simples verificação em épura não é suficiente para confirmar se o ponto pertence à reta de perfil,
conforme podemos ver na imagem abaixo.

Para confirmar a pertinência entre um ponto e a reta de perfil, portanto, faz-se necessário a utilização de
uma terceira projeção da reta, obtida por meio de um plano de projeção lateral. A terceira projeção
permite, também, determinar a verdadeira grandeza da reta, bem como os ângulos que a mesma faz
em relação aos planos vertical e horizontal.

O plano lateral (π”) é perpendicular aos planos horizontal e vertical, simultaneamente, de modo que este
contenha a reta de perfil. Para a representação em épura, esse plano sofrerá uma rotação, no sentido
anti-horário, em torno da sua interseção com o plano vertical de projeções. Após o giro, tem-se a terceira
projeção da reta.

Desse modo, para que a pertinência entre ponto e reta de perfil seja comprovada, a terceira projeção
do ponto deve pertencer à terceira projeção da reta de perfil e reciprocamente.

Anotações

35
Capítulo
Capítulo
23

Como construir a terceira projeção, em épura?! Siga este


passo-a-passo:
1. Faz-se um giro de 90° das projeções horizontais dos
pontos que definem a reta, no sentido anti-horário. O raio
do giro deve ser a linha de chamada da projeção, ou seja, a
distância da projeção horizontal de cada ponto à linha de
terra. O giro é feito em torno do ponto de interseção da
linha de chamada com a linha de terra.
2. Da interseção do giro com a LT, sobe uma vertical até a
altura da projeção vertical do ponto. Nessa posição, tem-se
a terceira projeção.

As figuras abaixo demonstram a projeção lateral de pontos contidos no 2º, 3º e 4° diedros, em épura.

Anotações

36
Capítulo
Capítulo
23
Nota-se que, se a épura for dividida de modo semelhante aos quadrantes, sendo os elementos divisores
a linha de terra e a linha de chamada do ponto (que coincide com a interseção π”π’), as projeções
laterais dos pontos teriam a sua localização, de acordo com o diedro de origem, conforme mostrado
abaixo.

TRAÇOS NOTÁVEIS EM UMA RETA DE PERFIL

Assim como a verificação da pertinência


entre ponto e reta de perfil, a determinação
dos traços notáveis desta reta também será
feita por meio da terceira projeção.

A interseção da terceira projeção com a linha


π” π’ ou, em outras palavras, a linha de
chamada que contém a reta de perfil, define
o traço vertical da reta (V), que coincide com
as projeções V’ e V”.

A interseção da terceira projeção da reta


com a linha de terra define a terceira
projeção do traço horizontal (H”). Fazendo-se
o rebatimento dessa projeção até a
interseção π” π’, determina-se a projeção
horizontal H que equivale ao próprio traço (H).

As projeções H’ e V ocorrem na linha de terra,


conforme o raciocínio que já aplicamos
anteriormente.

Anotações

37
Capítulo
Capítulo
23
TRAÇOS NOTÁVEIS EM UMA RETA DE PERFIL

Traços com os bissetores:

Assim como no caso dos traços horizontal e vertical, os traços da reta de perfil com os bissetores também
são obtidos por meio da terceira projeção da reta.

No caso do traço com o bissetor ímpar, a terceira projeção do mesmo (I”) é definida como a interseção
da terceira projeção da reta de perfil com a linha de interseção entre o plano π”βi, representada em
épura conforme mostrado na figura abaixo. As projeções vertical e horizontal são simétricas em relação
à LT e obtidas por alçamento.

A determinação do traço com o bissetor par é similar: a terceira projeção deste traço (P”) é definida pela
interseção entre a terceira projeção da reta de perfil e a linha de interseção π”βp. As projeções vertical e
horizontal são coincidentes e também obtidas por alçamento.

Anotações

38
Capítulo
Capítulo
23
Exercícios de aplicação:

07. Determine os traços das retas a seguir, dadas por suas projeções e indique a trajetória de cada uma
delas.

Anotações

39
Capítulo
Capítulo
23
08. Determine os traços da reta de perfil (A)(B) a seguir, e indique a sua trajetória.

09. Construa a épura do segmento (M) (2;2;?) (N) (?;?;-1), conhecendo-se o seu traço (P) (5;?;-4) no
bissetor par, e sabendo-se que ele não tem traço no bissetor ímpar.

Anotações

40
Capítulo
Capítulo
23
10. Determine os traços da reta de perfil AB com os bissetores.

(A) (0;-3;-2)
(B) (?; 1;4)

Anotações

41
Capítulo
Capítulo
23
11. Nas projeções da reta de perfil definida pelos pontos (M) e (N), localize os seguintes pontos:

(A), de cota = 5 cm

(D), de afastamento = 3 cm

(B), de cota = - 2 cm

(F), de afastamento = 0 cm

Anotações

42
Capítulo
Capítulo
23
3.5 POSIÇÃO RELATIVA ENTRE RETAS

Duas retas no espaço podem estar posicionadas de modo que estejam em planos diferentes, ou no
mesmo plano. No primeiro caso, diz-se que as retas são reversas ou não-coplanares, conforme
exemplificado nas figuras abaixo.

Quando as retas são coplanares, isto é, estão em um mesmo plano, elas podem ser concorrentes ou
paralelas entre si. Elas são concorrentes quando possuem um ponto em comum, que se diz “próprio”.
Duas retas são paralelas quando não possuem ponto comum (neste caso, o ponto comum é impróprio,
ou seja, não existe), e assumem a mesma direção. Vamos entender, descritivamente, as duas situações
aqui mencionadas.

Retas concorrentes:

Em épura, duas retas são concorrentes quando o ponto de interseção das projeções verticais e o das
projeções horizontais estiverem na mesma linha de chamada (mesma abscissa).

Anotações

43
Capítulo
Capítulo
23
No caso de duas retas frontais, as projeções horizontais das duas retas são coincidentes e formam uma
linha paralela à linha de terra, de modo que a projeção horizontal do ponto de interseção das duas retas
também pertence a esta linha.

Para verificar se uma reta de perfil é concorrente à outra reta que não o seja, deve-se verificar se o ponto
de concurso visto em épura é, de fato, um ponto comum às duas retas. Neste caso, deve-se utilizar a
verificação de pertinência entre ponto e reta de perfil, como já vimos anteriormente.

Em relação à duas retas de perfil, estas só serão concorrentes se estiverem na mesma abscissa (no mesmo
plano). Ainda assim, deve-se avaliar se as projeções laterais (terceiras projeções) das retas são
concorrentes, pois mesmo estando na mesma abscissa, as retas podem também assumir a condição de
paralelismo.

Anotações

44
Capítulo
Capítulo
23
Se, em épura, for verificada a existência de um ponto comum em apenas um par de projeções, ou os
pontos de interseção das projeções estiverem em abscissas diferentes, considera-se que as retas não são
concorrentes, e sim reversas.

Retas paralelas:

Pode-se dizer que duas retas são paralelas quando as suas projeções de mesmo nome são paralelas entre
si. A condição de paralelismo também é verificada quando duas projeções de mesmo nome são
coincidentes, e as outras duas são paralelas. Isso acontece quando as duas retas paralelas pertencem a
um plano ortogonal a algum dos planos de projeções.

Anotações

45
Capítulo
Capítulo
23
Exercícios de aplicação:

12. Classifique cada par de retas apresentado a seguir de acordo com a posição relativa entre as retas.

________________________ ________________________

____________________ ________________________

Anotações

46
Capítulo
Capítulo
23
13. Por um ponto (A) (2;2;2) trace uma reta (A)(B) paralela a uma reta dada (C)(D).

(B) (0;?;?)

(C) (-1;-1;3)

(D) (3;0;-1)

14. Por um ponto (A), trace duas retas (A)(B) e (A)(C) paralelas, respectivamente, às retas (D)(E) e (F)(G)
que se cortam, sabendo-se que (F)(G) é uma reta vertical.
(A) (-2;2;3)
(B) (0;??)
(C) (-2;?;1)
(D) (1;0;-1)
(E) (5;-3;-2)
(F) (3;?;0)
(G)(3;?;-3)

Anotações

47
Capítulo
4
ESTUDO DO PLANO

4.1 DETERMINAÇÃO DO PLANO

Um plano pode ser determinado pelas seguintes condições:

a) Três pontos não alinhados, ou não colineares.

b) Uma reta e um ponto que não pertence a esta reta.

c) Duas retas concorrentes.

d) Duas retas paralelas.

Cada condição de determinação do plano corresponde a uma forma de representá-lo descritivamente,


conforme pode ser visto na figura abaixo.

Anotações

48
4
4.2 TRAÇOS DO PLANO

Se relembrarmos o conceito de traço de uma reta, temos que o traço se refere ao ponto de interseção
da reta com um dos planos de projeção (π ou π’). Analogamente, no caso do plano, seus traços são
definidos como a interseção deste plano com os planos de projeção (horizontal e vertical). Então, os
traços do plano não são pontos, mas retas.

 O traço horizontal é a reta segundo a qual um plano α corta o plano horizontal de projeções (π),
sendo, então, denominada como απ.
 O traço vertical é a reta segundo a qual o plano α corta o plano vertical de projeções (π’), sendo,
então, denominada como απ’.

Cada traço de um plano terá uma das projeções coincidentes com a própria reta, e a outra
projeção estará sobre a linha de terra.

Um plano pode ter um ou dois traços, dependendo da sua posição em relação aos planos de projeção.
Por exemplo, se um plano é paralelo ao plano vertical de projeções, eles não se interceptam e, portanto,
não há traço vertical. Diz-se que todo plano tem, pelo menos, um traço, pois não pode ser paralelo,
simultaneamente, aos dois planos de projeção.

Neste caso, em épura, o traço existente é paralelo à LT, de acordo com a medida de cota ou
afastamento que o plano apresenta.

Anotações

49
4
Outro teorema importante é que, no caso dos planos que possuem dois traços, estes traços distintos
concorrem na linha de terra, a partir de um ponto em comum (T), ou são paralelos à linha de terra.

Considerando o primeiro caso, a definição dos traços em épura é feita a partir do ponto em comum na
linha de terra e os ângulos que cada traço faz com a referida linha.

Em relação ao segundo
caso, em que os traços são
paralelos à LT, o traçado
em épura é feito a partir
dos valores de
afastamento do traço
horizontal, e cota do traço
vertical. Os traços podem,
também, ser coincidentes
com a linha de terra.]

A vantagem da
representação de um
plano por seus traços está
na simplicidade, uma vez
que, com apenas duas
projeções (απ e απ’) e a
linha de terra, pode-se
representar o plano em
épura. Se, ao invés dessa
solução, cada plano
fosse representado por
duas de suas retas,
teríamos quatro
projeções mais a linha de terra, tornando a visualização do problema muito mais complexa.

Além disso, a representação dos traços do plano permite a identificação da sua posição particular em
relação aos planos de projeção, aos planos bissetores e à linha de terra. Essas posições particulares serão
listadas no próximo tópico.

Anotações

50
4
4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS PLANOS

Assim como aprendemos sobre as retas, também existe uma classificação dos planos de acordo com a
sua posição em relação aos planos de projeções e aos planos bissetores.

1 PLANO HORIZONTAL

É o plano paralelo ao plano horizontal de projeções. Em épura, tem-se apenas um único traço (vertical),
que é paralelo à linha de terra.

2 PLANO FRONTAL

É o plano paralelo ao plano vertical de projeções. Em épura, tem-se apenas um único traço (horizontal),
que é paralelo à linha de terra.

Anotações

51
4
3 PLANO DE TOPO

É o plano perpendicular ao plano vertical de projeções e oblíquo ao plano horizontal de projeções. Em


épura, o traço vertical é oblíquo à linha de terra, e faz com esta linha o mesmo ângulo que o plano faz
com e o plano horizontal de projeções. O traço horizontal, por sua vez, é perpendicular à linha de terra.

4 PLANO VERTICAL

É o plano perpendicular ao plano horizontal de projeções e oblíquo ao plano vertical de projeções. Em


épura, o traço horizontal é oblíquo à linha de terra, e faz com esta linha o mesmo ângulo que o plano
faz com o plano vertical de projeções. O traço vertical, por sua vez, é perpendicular à linha de terra.

Anotações

52
4
5 PLANO PARALELO À LINHA DE TERRA

É o plano paralelo à linha de terra e oblíquo aos dois planos de projeções. Em épura, os traços horizontal
e vertical são paralelos à linha de terra.

6 PLANO QUE CONTÉM A LINHA DE TERRA

É o plano que contém a linha de terra e é oblíquo aos dois planos de projeções. Em épura, os traços do
plano coincidem com a linha de terra; portanto, para definir o plano, é necessário definir um ponto do
plano que não pertença à linha de terra.

Anotações

53
4
7 PLANO DE PERFIL

É o plano ortogonal aos dois planos de projeções, simultaneamente. Em épura, os traços horizontal e
vertical são perpendiculares à linha de terra.

8 PLANO PERPENDICULAR AO BISSETOR ÍMPAR

É o plano oblíquo aos dois planos de projeções e à linha de terra, além de perpendicular ao βi. Em
épura, os traços são oblíquos à linha de terra e simétricos em relação a ela.

Anotações

54
4
9 PLANO PERPENDICULAR AO BISSETOR PAR

É o plano oblíquo aos dois planos de projeções e à linha de terra, além de perpendicular ao βp. Em
épura, os traços são oblíquos à linha de terra coincidentes.

10 PLANO PARALELO AO BISSETOR ÍMPAR

É um plano paralelo à linha de terra e com essa característica específica de ser, também, paralelo ao
βi. Em épura, os traços são paralelos à linha de terra e coincidentes.

Anotações

55
4
11 PLANO PARALELO AO BISSETOR PAR

É um plano paralelo à linha de terra e com essa característica específica de ser, também, paralelo ao
βp. Em épura, os traços são paralelos e simétricos à linha de terra.

12 PLANO QUALQUER

É um plano oblíquo aos dois planos de projeção e à linha e terra, sem nenhuma propriedade específica.
Em épura, os traços são oblíquos à linha de terra com angulações distintas.

Para visualizar os tipos de planos, assista o vídeo:

“Classificação dos planos”

Anotações

56
4
Exercícios de aplicação:

01. Dados os planos por seus traços, classifique-os de acordo com sua posição em relação aos planos
de projeção, aos planos bissetores e à linha de terra.

____________________
____________________

____________________
____________________

____________________ ____________________

02. Representar em épura um plano horizontal, por duas retas paralelas.

57
4
4.4 PERTINÊNCIA ENTRE RETA E PLANO

A avaliação de pertinência entre reta e plano irá depender de como o plano é dado em épura.

Se o plano é dado por seus traços, uma reta pertence a este plano se os traços da reta estiverem sobre
os traços de mesmo nome do plano. A reta também pertencerá ao plano se um dos traços estiver sobre
o traço de mesmo nome do plano, e a outra projeção for paralela ao outro traço do plano.

Anotações

58
4
Se o plano for definido por duas retas, concorrentes ou paralelas, uma reta pertencerá a este plano se:

 Possuir, pelo menos, dois pontos distintos sobre duas retas deste plano; ou seja, for concorrente a
duas retas distintas do plano;
 For concorrente a uma reta do plano e paralela à outra reta do mesmo plano.

Anotações

59
4
Anteriormente, vimos os tipos de planos que podem ser definidos segundo a sua posição em relação aos
planos de projeção e à linha de terra. Em cada um destes planos definidos, pode-se citar também os
tipos de retas que pertencem a estes planos.

PLANO RETAS

Horizontal

Fronto-horizontal

Horizontal

Reta de topo

Frontal

Fronto-horizontal

Frontal

Vertical

Anotações

60
4
PLANO RETAS

De topo

Reta de topo

Frontal

Qualquer

Vertical

Vertical

Horizontal

Qualquer

Anotações

61
4
PLANO RETAS

Paralelo à linha de terra

Reta de Perfil

Fronto-horizontal

Qualquer

Contém à linha de terra

Fronto-horizontal

Reta de perfil

Qualquer

Anotações

62
4
PLANO RETAS

Plano de perfil

Reta de topo

Reta de perfil

Vertical

Qualquer

Qualquer

Horizontal

Frontal

Reta de perfil

Para compreender mais, assista o vídeo:

“Retas do plano”

Anotações

63
4
Caso seja necessário o uso de retas
Exercícios de aplicação:
auxiliares pertencentes ao plano, tente
achar seus traços.

03. Dados os planos determinados por duas retas (r) e (s), determine os seus traços e classifique-o.

64
4
04. Dados os planos por seus traços, determine a outra projeção da reta (r) que lhes pertence.

Anotações

65
4
05. Dados os planos por duas de suas retas (r) e (s), determine a outra projeção da reta (t) que também
pertence a este plano.

06. Determine os traços do plano (α) do qual se conhecem uma reta fronto-horizontal (A)(B) e o ponto
(C).

(A)(1; 1; 2)

(B) (4; ?; ?)

(C) (3,5; 2; 1)

Anotações

66
4
Ainda dentro da temática de pertinência entre reta e plano, pode-se expor a regra geral de
pertinência de ponto e plano: um ponto pertence a um plano se pertencer a uma reta deste
plano.

RETAS PRINCIPAIS DE UM PLANO

Essa é a denominação para as retas que são paralelas a qualquer um dos planos de projeção, por elas
apresentarem uma larga aplicação na resolução de exercícios.

As retas principais de um plano são subdivididas em horizontais e frontais. As horizontais de um plano são
as retas do plano paralelas ao plano horizontal de projeções. Ainda, essas retas são paralelas ao traço
horizontal do plano ao qual pertencem.

As verticais de um plano são as retas do plano paralelas ao plano vertical de projeções. De modo
análogo, essas retas são paralelas ao traço vertical do plano ao qual pertencem.

Nota-se que, nem sempre, as


horizontais e frontais de um
plano serão retas horizontais ou
frontais. Por exemplo, em um
plano vertical, a frontal do
plano é uma reta vertical, por
ser a única que atende aos
critérios estabelecidos para tal.

Anotações

67
4
RETAS DE MÁXIMO DECLIVE E DE MÁXIMA INCLINAÇÃO

A reta de máximo declive é a reta do plano que faz o maior ângulo possível em relação ao plano
horizontal de projeções. Esse ângulo é máximo quando a reta é perpendicular à interseção entre os dois
planos; portanto, a reta de máximo declive de um plano é perpendicular ao seu traço horizontal, de
modo que a projeção horizontal da reta também o seja.

A reta de máxima inclinação é a reta do plano que faz o maior ângulo possível em relação ao plano
vertical de projeções. De modo análogo ao que vimos anteriormente, esta reta – e a sua projeção vertical
- deve ser perpendicular ao traço vertical do plano.

Anotações

68
4
Exercícios de aplicação

07. Dados os planos por seus traços, determine as projeções de uma horizontal e de uma frontal de
cada plano, passando pelo ponto (M) do plano.

Anotações

69
4
08. Dados os planos por seus traços, determine as projeções da reta de máximo declive e de máxima
inclinação de cada plano, passando pelo ponto (M) do plano.

Anotações

70
4
09. Dado o plano por duas retas (r) e (s), determine as projeções:

(A) de uma horizontal do plano que passe pelo ponto (B);


(B) da reta de máximo declive.

Anotações

71
4
4.5 PARALELISMO DE RETAS E PLANOS

1º Caso: Reta paralela a plano

De modo geral, pode-se afirmar que uma reta é paralela a um plano se for paralela a alguma reta desse
plano. A figura abaixo ilustra essa situação: (r) é paralela a (s), que pertence ao plano (α). Logo, pode-se
concluir que (r) é paralela a (α).

2º Caso: Plano paralelo à reta

Reciprocamente, um plano é paralelo a uma reta quando contém uma paralela a esta reta.

Pode-se, ainda, por um ponto dado, traçar um plano que seja paralelo a duas retas reversas (ou não-
coplanares). Neste caso, basta traçar, pelo ponto dado, duas retas que sejam paralelas às retas dadas
e concorrentes entre si. Os traços do plano formado podem ser obtidos a partir dos traços das retas
auxiliares.

Anotações

72
4
Uma outra situação é construir, por uma reta, um plano que seja paralelo à outra reta. Nesta situação,
basta construir uma reta auxiliar que seja, ao mesmo tempo, concorrente à reta em que se deseja
construir o plano, e paralela à reta cujo plano deve ser paralelo.

3º Caso: Plano paralelo a plano

Pode-se dizer que dois planos são paralelos quando um deles possui um par de retas concorrentes em
que ambas sejam paralelas ao outro plano. Ou, em outras palavras, dois planos são paralelos quando
seus traços correspondentes são paralelos entre si. A única exceção é quando dois planos são paralelos
à linha de terra, uma vez que, em épura, obrigatoriamente os traços serão paralelos, mas os planos
podem se interceptar.

Anotações

73
4
Para verificar o paralelismo entre dois planos paralelos à linha de terra, deve-se recorrer a um plano
auxiliar de perfil, que intercepte os dois referidos planos. Então, avalia-se as retas de interseção dos
planos com o plano de perfil, por meio de rebatimento. Se as interseções são paralelas entre si, então os
planos também o são.

Exercícios de aplicação:

10. Conduza, pelo ponto (O), um plano paralelo ao plano definido por (r) e (s).

Anotações

74
4
11. Construa, os traços do plano (λ), de modo que ele seja paralelo ao plano (α) e que contenha o ponto
(P).

Anotações

75
4
4.6 INTERSEÇÃO DE RETAS E PLANOS

Dois planos que não são paralelos, ou seja, se interceptam, são chamados como planos secantes. A
interseção de dois planos secantes é sempre uma reta. Deve, portanto, determinar dois pontos que
pertencem a ambos os planos, ou um ponto se a direção da reta de intercessão for conhecida.

Quando os dois planos secantes são representados por seus traços, a solução é, em geral, imediata, pois
a reta de interseção deve ter os seus traços horizontal e vertical em ambos os planos; dessa forma, os
pontos (H) e (V) estão na interseção dos traços dos planos secantes.

Se os traços dos planos não concorrerem nos limites da épura, deve-se recorrer à utilização de planos
auxiliares para determinar a reta de interseção. Isso será melhor explicado em um exercício prático.

Se um dos planos for definido por duas retas, e o outro for um plano “projetante” a um ou aos dois planos
de projeção, a solução também é imediata. Isso porque uma das projeções da reta de interseção será
conhecida, como demonstrado na figura abaixo.

Planos projetantes:
- Horizontal
- Frontal
- Vertical
- Topo
- Perfil
São planos perpendiculares a
um ou aos dois planos de
projeção.

Anotações

76
Se os planos secantes possuírem traços de mesmo nome paralelos, e os outros concorrerem dentro dos
4
limites da épura, a solução também é imediata. Neste caso, uma das projeções da reta será paralela aos
traços paralelos dos planos, e um dos pontos dessa reta será a interseção dos traços concorrentes dos
planos.

Se os planos possuem traços de mesmo nome que concorrem nos limites da épura, e o outro par de traços
concorre fora desses limites, um dos pontos da reta de interseção é imediato. Para a determinação do
segundo, deve-se utilizar um plano auxiliar que seja paralelo a um dos planos de projeção (horizontal ou
frontal, a depender do problema). Assim, pode-se determinar as retas de interseção dos planos dados
com o plano auxiliar e, em seguida, o ponto de interseção dessas retas, que é o ponto procurado.

Esse mesmo recurso se aplica caso os traços dos planos secantes concorram na linha de terra, ou quando
um dos planos contém a linha de terra.

Anotações

77
4
Se os dois planos secantes são paralelos à linha de terra, a determinação da reta de interseção também
exige a utilização de um plano auxiliar que seja ortogonal a um ou aos dois planos de projeção (π e π’).

Assim, deve-se identificar apenas um ponto da reta de interseção, uma vez que sua direção é conhecida
– será sempre uma reta fronto-horizontal.

Um ponto importante de ser considerado é que a reta de interseção entre dois planos deve ser
uma reta que possa estar contida em ambos os planos. Por exemplo, consideremos o caso da
interseção entre um plano horizontal e um plano de topo:

Retas do plano horizontal: Retas do plano de topo:

 Fronto-horizontal  Frontal
 Horizontal  De topo
 De topo  Qualquer

Portanto, a reta de interseção dos dois planos só pode ser uma reta de topo.

Anotações

78
4
Exercícios de aplicação:

12. . Determine a interseção de um plano (α) que contém o ponto (T) com o plano definido pela linha de
terra e o ponto (A).

(A) (4;1;2)

(T) (0;0;0)

απ' = 45º

απ = -35º

13. Determine a interseção de dois planos quaisquer (α) e (β), cujos pontos de concurso na linha de terra
são, respectivamente, (T) e (J).

(T) (0;0;0)

(J) (6;0;0)

απ' = 60º απ = -30º

βπ' = 75º βπ = -120º

79
4
14. . Determine a interseção de dois planos (α) e (β) paralelos à linha de terra, de acordo com as distâncias
dos seus traços com a linha de terra, dadas abaixo:

απ‘ = 3,5 cm (cota positiva)

απ = 1,5 cm (afastamento positivo)

βπ‘ = 2,5 cm (cota positiva)

βπ = 3,0 cm (afastamento positivo)

Para praticar mais, assista o vídeo:

“Geometria Descritiva - Plano - Exercícios Resolvidos (3/9)”

Anotações

80
4
15. Para revisar as características dos planos complete o quadro:
A) Na épura desenho os traços do plano.
B) Indique as características do plano na épura e no espaço.
C) Indique em qual plano de projeções aparece a VG de uma figura contida no plano.

Nome Horizontal Frontal Vertical De topo Perfil Rampa ou Contém a Qualquer


// a LT LT
Épura

Espaço
caracte.

Épura
caracte.

VG

Anotações

81
Capítulo
5
MÉTODOS DESCRITIVOS

5.1 GENERALIDADES

Existem alguns problemas na Geometria Descritiva que só podem ser resolvidos se os elementos ocupam
uma posição particular no sistema de projeções. Isso, porque, dependendo do objeto, pode-se não obter
todas as informações relacionadas à sua geometria quando se é utilizado o sistema de referência
tradicional – (π) e (π’). Por exemplo, pode-se querer visualizar o plano de rampa, contido no elemento
geométrico mostrado ao lado.

O conhecimento de informações como verdadeira


grandeza de arestas e faces, distância real entre elementos
e suas posições relativas é de extrema importância para o
desenvolvimento do projeto geométrico deste objeto.

Nesse sentido, é necessário a criação de projeções auxiliares


a partir das projeções principais. Os procedimentos para a
obtenção destas projeções auxiliares são chamados de
“Métodos Descritivos”. Nos métodos descritivos, a posição do
objeto ou o sistema de referência sofre alterações, que
permitem obter informações que não são vistas nas
projeções convencionais.
Fonte: Teixeira e Silva, 2018.

Existem dois métodos descritivos: no primeiro, denominado como Método das Mudanças de Plano, o
objeto permanece em sua posição original e novos sistemas de referência são gerados, modificando a
posição do plano (π) ou do plano (π’). No segundo, o Método das Rotações, o sistema de referência
original é mantido, e o objeto é deslocado de sua posição inicial para a obtenção de novas projeções.
Há ainda o Método do Rebatimento, que é um caso particular da rotação.

Dos métodos citados, o mais usual é o Método das Mudanças de Plano, que é o método que veremos
com mais detalhes.

Anotações

82
Capítulo
5
5.2 MÉTODOS DAS MUDANÇAS DE PLANOS

O Método das mudanças de plano consiste em modificar a posição dos planos de projeção – o vertical,
ou o horizontal. Para isso, o plano vertical pode ser girado em torno de um eixo vertical, e o plano
horizontal pode ser girado em torno de um eixo de topo. Ressalta-se que esse novo plano deve
permanecer perpendicular ao outro plano de projeção. Essa terceira projeção obtida continua sendo
uma projeção ortogonal, como já temos trabalhado no Sistema Mongeano.

MUDANÇA DO PLANO VERTICAL

Havendo uma mudança de plano, será criada uma nova linha de terra, de forma que podem ser
observados, na mesma épura, dois sistemas de projeções. Na figura abaixo, é mostrado um exemplo de
mudança de plano vertical.

Anotações

83
Capítulo
5
Na figura anterior, observa-se que a nova linha de terra foi representada com dois traços em cada
extremidade, ao invés de apenas um. Em relação ao novo sistema de projeções (π’1 e π), a projeção
horizontal do ponto (A) não sofre alteração, já que este plano permaneceu no mesmo lugar. Ressalta-se
que a projeção não foi alterada, mas o valor do afastamento sim.

Em relação à cota, o seu valor foi mantido o mesmo, mas a projeção vertical do ponto foi alterada para
A’1. Conclui-se, portanto, que a cota permanece a mesma em grandeza e em sentido (era positiva e se
manteve positiva).

Como tem-se uma nova linha de terra, a escolha do semiplano (πA) se torna livre; ou seja, ele pode ser
considerado antes ou após o plano (π’1). Dependendo da escolha, no novo sistema pode haver
alteração do diedro do ponto, conforme mostrado abaixo.

Anotações

84
Capítulo
5
Na mudança de plano vertical, estando o ponto no primeiro diedro, por exemplo, ele só
poderá ocupar as seguintes posições no novo sistema de referência:
 Permanecer no primeiro diedro;
 Passar para o segundo diedro;
 Passar para o plano (π’1), caso esse plano passe pelo próprio ponto objetivo.

MUDANÇA DO PLANO HORIZONTAL

No caso de mudança do plano horizontal, este é rotacionado em torno de um eixo de topo. Assim, no
novo sistema de projeções, o afastamento do ponto (A) é mantido o mesmo, em grandeza e sentido, mas
sua projeção horizontal muda de posição, se tornando A1. De forma semelhante ao caso anterior, a
escolha do semiplano π’S é livre, podendo ser considerado acima ou abaixo do plano (π1).

Em relação à projeção vertical do ponto, esta permanece na mesma posição, resultando, então, em
uma alteração no valor da cota no novo sistema de referência.

Vale ressaltar que, seja na mudança de plano vertical ou horizontal, a linha de chamada que une as
projeções do ponto continua sendo perpendicular à nova linha de terra.

Anotações

85
Capítulo
5

Anotações

86
Capítulo
5
Se o ponto estiver, inicialmente, no primeiro diedro, após a mudança do plano horizontal ele
pode ocupar as seguintes posições:
 Permanecer no primeiro diedro;
 Passar para o quarto diedro;
 Passar para o plano (𝜋1), se este novo plano passar pelo ponto objetivo.

Exercícios de aplicação

01. Por uma mudança de plano de projeção, situar o ponto (A) no 2º diedro do novo sistema.

(A) (1; 2; 3)

Anotações

87
Capítulo
5
02. Dado o ponto (M), submetê-lo a uma mudança de plano de projeção, de modo que ele venha a se
situar no bissetor do mesmo diedro em que se encontra.

(M) (0; 2; 1)

03. Por uma mudança de plano de projeção, situar o ponto (A) no 3º diedro do novo sistema.

(A) (0; 1; -2)

Anotações

88
Capítulo
5
04. Dados os pontos (A) e (B), efetuar uma mudança de planos, de modo que (A) se situe no (βi) e (B) se
situe no (βp) do novo sistema.

(A) (1; 3; 1)

(B) (4; 1; -2)

Anotações

89
Capítulo
5
PRINCIPAIS APLICAÇÕES DA MUDANÇA DE PLANOS

Assim como vimos a aplicação da mudança de planos em pontos, podemos aplicar a mesma operação
em retas. Na verdade, a mudança de planos para a representação de uma reta seria, basicamente, a
obtenção das novas representações de dois pontos dessa reta.

Por exemplo, dada uma reta (A)(B), e desejando-se uma mudança de plano vertical, basta aplicar a
operação de mudança de plano para cada ponto (A) e (B) dessa reta, sendo obtidas as novas projeções
A1’ e B1’, e a nova projeção vertical dessa reta.

EXEMPLO 1: Tornar frontal uma reta qualquer

Anotações

90
Capítulo
5
EXEMPLO 2: Tornar horizontal uma reta qualquer

EXEMPLO 3: Tornar vertical (ou de topo) uma reta qualquer.

Para tornar uma reta qualquer em uma reta que seja perpendicular a algum dos planos de projeção, é
necessária uma dupla mudança de planos. Por exemplo, se a intenção é transformar a reta em uma
vertical, deve-se realizar a primeira mudança de plano, girando o plano π’, transformando a reta em uma
frontal. Em seguida, realiza-se a segunda mudança de plano, girando o plano π de modo que a reta
frontal fique perpendicular ao plano π 1.

Assim, no novo sistema de projeção (π1’)( π1), a reta inicial é uma reta vertical.

Anotações

91
Capítulo
5

EXEMPLO 4: Situar uma reta no plano bissetor.

Sabe-se que uma reta pertencente ao plano bissetor possui os mesmos valores, em módulo, de cota e
afastamento. Portanto, ao realizar a mudança de plano, deve-se utilizar algum artifício que garanta essa
propriedade.

Neste caso pode-se, por exemplo, mudar o plano vertical, para que a reta fique situada no bissetor do
diedro formado por (π) e (π1’). O passo-a-passo é:

● determinar o traço horizontal da reta. Por esse ponto, passará a nova linha de terra;

● pela projeção horizontal de um ponto da reta, traçar um círculo cujo raio seja igual à cota do
ponto;

● traçar a nova linha de terra passando pelo traço horizontal e tangente ao círculo.

Anotações

92
Capítulo
5

Reta no bissetor ímpar Reta no bissetor par

Anotações

93
Capítulo
5
Exercícios de aplicação

05. Tornar frontal, por uma mudança de plano, a reta (A)(B).

(A) (1; 3; 1)

(B) (4; 1; 2,5)

06. Fazer com que a reta (A)(B), após uma mudança de planos, fique perpendicular ao plano vertical de
projeções.

(A) (1; 2; 2)

(B) (4; 1; 1,5)

94
Capítulo
5
07. Fazer com que a reta (A)(B), após uma mudança de plano vertical, fique situada no (βi) no novo
sistema de planos
(A) (3; 2; 1)

(B) (5; 3; 2)

08. Encontre a verdadeira grandeza da viga, representada pela reta (A)(B), pelo método da mudança
de planos. (A) (-2;1;1) (B) (-1;3;3)

95
Capítulo
5
09. Por meio da mudança de planos, representar a verdadeira grandeza do triângulo (A)(B)(C). A
verdadeira grandeza deve ser representada, após a mudança de planos, em sua projeção vertical.
(A) (1; 1; 1,5)
(B) (3; 2; 0,5)
(C) (4,5; 0,5; 2,5)

Anotações

96
Capítulo
5
10. Determine a VG da figura plana ABC.
(A) (2,5;2;4) (C) (2,5;4;0,5)
(B) (2,5;2;0,5)

Anotações

97
Capítulo
5
5.3 APLICAÇÃO NA PRÁTICA PROFISSIONAL

A partir da obtenção da distância entre retas reversas pode-se projetar com o menor comprimento
possível um túnel de ventilação entre dois túneis de escavação em uma mina de carvão. Na figura 1
abaixo o túnel de ventilação a ser obtido está na cor azul e os dois túneis de escavação em verde.

Figura 1 Exemplificando os túneis por retas:

Fonte: Aymone,2014.

Note que as retas ab e cd não têm a mesma posição da Figura 1, que está somente ilustrando a situação
real. As duas são retas oblíquas e, para a obtenção da distância entre elas, é criada a reta cd. Para isso,
primeiramente coloca-se uma nova linha de terra (1|H) paralela à c H d H, transferindo as cotas da
projeção (F) e, assim, obtém-se a VG em c 1 d 1. Posteriormente, faz-se uma nova linha de terra (1|2)
perpendicular à c1 d1, transferindo os afastamentos da projeção (H), em relação à (1|H), e acumula-se
a reta em c2 d2. A distância em VG é a perpendicular entre c2 d 2 e a2 b2, indicada por T.L.). Por fim, realiza-
se o retorno do segmento distância em x 2 y 2 para todas as projeções, sendo x 1 y 1 paralelo à linha de
terra (1|2), (Aymone,2014).

Anotações

98
Capítulo
5
5.4 MÉTODO DA ROTAÇÃO

Agora que já compreendemos o Método de Mudança de Plano, vamos aprender sobre o Método da
Rotação. No primeiro, os planos de projeção eram modificados para a obtenção de novas vistas. No
segundo, o objeto a ser visualizado é que sofrerá mudança de posição, sendo rotacionado em torno de
uma reta denominada como “eixo de rotação”.

Ressalta-se que o eixo de rotação é sempre perpendicular a um dos planos de projeção; ou seja, será
uma reta vertical ou uma reta de topo. Se o eixo não for perpendicular a algum dos planos, será
necessário, previamente, realizar uma mudança de plano para torná-lo nesta condição.

Iremos aplicar o processo de rotação em pontos e retas.

ROTAÇÃO DO PONTO

 ROTAÇÃO EM TORNO DE UM EIXO VERTICAL

Vamos considerar um ponto (A), situado no primeiro diedro. Esse ponto será submetido a uma rotação
em torno do eixo vertical (e), que consiste em uma reta vertical. Após a rotação, o ponto (A) ocupará
uma nova posição, sendo então designado por (Ā). A amplitude de rotação é dada pelo ângulo ω.

Observa-se que, quando o ponto é rotacionado em torno do eixo (e), ele descreve um círculo que
pertence ao plano horizontal, ou seja, é paralelo ao plano horizontal de projeções e perpendicular ao
vertical. Assim, a projeção horizontal desse círculo o representa em verdadeira grandeza.

A cota do ponto rotacionado permanece inalterada, porém tem-se novas projeções em uma nova
abscissa: Ā’ e Ā.

Anotações

99
Capítulo
5
Admitindo o ponto e o eixo no 1º diedro, o ponto pode assumir as seguintes localizações, após a rotação:

o permanecer no 1º diedro;

o pertencer ao π’, quando a distância do ponto ao eixo for igual à distância do eixo ao plano
vertical de projeções (afastamento do eixo);

o pertencer ao 2º diedro, quando a distância do ponto ao eixo for superior ao afastamento do eixo.
Nesse caso, a trajetória circular percorrida pelo ponto “atravessa” o plano vertical, de modo que
a projeção horizontal do círculo intercepta a linha de terra. Ainda, nesse caso, o ponto também
pode pertencer ao π’, caso a sua nova posição seja nessa interseção entre o círculo e o plano
vertical.

 ROTAÇÃO EM TORNO DE UM EIXO DE TOPO

No caso de uma rotação em torno de um eixo de topo, a trajetória circular descrita pelo ponto pertence
a um plano frontal, ou seja, é paralela ao plano vertical e perpendicular ao plano horizontal de projeções.
Dessa forma, a projeção vertical do círculo o representa em verdadeira grandeza.

Neste caso, o afastamento do ponto, após a rotação, se mantém constante, e novas projeções Ā’ e Ā
são obtidas em uma nova abscissa.

Anotações

100
Capítulo
5
Admitindo-se o ponto e o eixo no 1º diedro, o ponto pode assumir as seguintes localizações:

o permanecer no 1º diedro;

o pertencer ao π, caso a distância do ponto ao eixo seja igual à distância do eixo ao plano horizontal
de projeções (cota);

o pertencer ao 4° diedro, caso a distância do ponto ao eixo seja superior à cota do eixo, de modo
que a trajetória circular “atravessa” o plano horizontal. Neste caso, a projeção vertical do círculo
intercepta a linha de terra. Ainda, o ponto também pode pertencer ao π, caso a sua nova posição
seja nessa interseção entre o círculo e o plano horizontal.

ROTAÇÃO DE UMA RETA

No caso da rotação de uma reta, se esta gira em torno de um eixo, todos os pontos da reta percorrem o
mesmo giro, a mesma angulação, e no mesmo sentido.

Por questões de facilidade no traçado da épura, recomenda-se que a reta e o eixo de rotação sejam
coplanares. Além disso, se um dos pontos da reta pertencer também ao eixo, esse ponto permanecerá
imóvel após a rotação, sendo necessário girar apenas o segundo ponto que define a reta.

Anotações

101
Capítulo
5
o Reta e eixo coplanares

o Reta e eixo não coplanares (reversos)

Se a reta (A)(B) for reversa ao eixo, os dois pontos da reta deverão ser rotacionados. No caso de um eixo
vertical, sabe-se que as cotas dos pontos são mantidas. Para determinar as novas projeções, deve-se
seguir o procedimento dado:

- Da projeção “e” do eixo, traça-se o segmento eB, perpendicular à projeção horizontal da reta. Esse
segmento será o raio do círculo de rotação do ponto (B);

- Após o giro de (B), de uma determinada amplitude (aleatória ou estabelecida pelo exercício), tem-se a
projeção 𝐵. Assim, traça-se uma reta tangente ao segmento e𝑩, que é a nova projeção da reta
rotacionada;

- Faz-se o giro da projeção A, no mesmo sentido de B, até encontrar com a nova projeção horizontal da
reta.

Anotações

102
Capítulo
5
o Reta e eixo não coplanares (reversos)

● Determinação da verdadeira grandeza (V.G.) de uma reta qualquer

Por meio da rotação, pode-se também determinar a verdadeira grandeza de uma reta qualquer. Isso
ocorre quando uma das projeções da reta se torna paralela à linha de terra, ou seja, a reta se torna
paralela a algum dos planos de projeção. Assim, a outra projeção representa a reta em verdadeira
grandeza, como é o caso de retas horizontais e frontais.

É necessário ressaltar que, para tornar uma reta qualquer em uma frontal, deve-se aplicar a rotação em
torno de um eixo vertical. Por outro lado, para torná-la horizontal, deve-se utilizar um eixo de topo.

Aplicação: a rotação completa


de um ponto ou de uma figura
é empregada principalmente
quando se quer saber o raio de
ação de uma peça de
movimento rotativo.

Anotações

103
Capítulo
5
Exercícios de aplicação

11. Girar o ponto (A) em torno no eixo (O)(Z) até que ele se situe no plano (π).

12. Girar o ponto (A) em torno do eixo vertical (O)(Z) até situá-lo no (βi).
(A) (0; 3; 2)
(B) (O) (2; 2; 1,5)
(Z) (?; ?; 0)

104
Capítulo
5
13. Dada a reta (A)(B), torná-la horizontal girando-a em torno do eixo (e).

(A) (0; 2; 0,5)

(E) (1,5; 1; 2)

(Eixo) (2,5; ?; 4,5)

A seguir, um exemplo resolvido de rotação de reta:

“Métodos Descritivos - Rotação - Parte 02 - Rotação aplicada em retas”

Anotações

105
Capítulo
5
14. Encontre a verdadeira grandeza do segmento AB a partir da rotação em torno do eixo CD.

(A) (-2;2,5;1)
(B) (0; 2;3)
(C) (0;2; 1)
(D) (?; 2; 4)

Anotações

106
Capítulo
6
ESTUDOS DOS SÓLIDOS

6.1 GENERALIDADES

Em nosso estudo sobre os sólidos iremos, inicialmente, abordar alguns conceitos básicos relacionados.

Define-se como poliedros os sólidos limitados por planos. Os encontros desses planos irão determinar as
arestas, os vértices e as faces dos poliedros. Em função do número de faces, os poliedros recebem
nomenclatura distinta, de acordo com o quadro abaixo:

4 lados Tetraedro

6 lados Hexaedro

8 lados Octaedro

12 lados Dodecaedro

20 lados Icosaedro

Os poliedros também podem ser classificados em côncavos e convexos. Os poliedros côncavos são
aqueles que, se tomados dois pontos quaisquer em duas faces distintas do poliedro, e ligá-los por um
segmento de reta, uma parte do segmento se situa “fora” do poliedro. No caso do poliedro convexo,
esse segmento sempre permanece “dentro” do mesmo.

Em relação ao formato das faces, os poliedros convexos podem ser classificados em regulares ou
irregulares. Os regulares são aqueles que apresentam todas as faces como polígonos regulares iguais.
Caso contrário, os poliedros são ditos como irregulares. Esse é o caso das pirâmides e dos prismas.

Prismas: os prismas são poliedros convexos irregulares cujas


bases estão contidas em planos paralelos entre si e são
polígonos quaisquer, e as faces laterais são paralelogramos
que possuem um lado em comum com cada uma das
bases, que são duas.
Quando os paralelogramos das faces laterais são
retângulos, e as bases são polígonos regulares, o prisma é
denominado como prisma reto; caso contrário, é
denominado como prisma oblíquo.

Anotações

107
Capítulo
6
Pirâmides: as pirâmides são poliedros cuja base
pode ser formada por um polígono qualquer, e as
faces laterais são triângulos, que possuem um lado
em comum com a base e concorrem todos no
mesmo ponto, chamado de vértice da pirâmide.
A pirâmide é considerada regular quando a base é
um polígono regular e a altura da pirâmide, traçada
perpendicularmente a partir do vértice, fica
posicionada no centro do polígono da base; caso
contrário, a pirâmide é denominada irregular ou
oblíqua.

6.2 REPRESENTAÇÃO DE POLIEDROS

A representação de poliedros em épura consiste, basicamente, na determinação das projeções de seus


vértices, arestas e faces, de acordo com as características geométricas do sólido e todos os conceitos
que aprendemos relacionados à Geometria Descritiva. Além disso, pode-se distinguir também, em épura,
as partes vistas das partes ocultas.

É importante ressaltar que os vértices, arestas e faces de um poliedro nada mais são que pontos, retas e
planos, cujas projeções horizontais e verticais já foram estudadas ao longo da disciplina. Portanto,
quando estudamos os sólidos, podemos aplicar todo o conhecimento adquirido ao longo do semestre.

As projeções ortogonais possibilitam a representação da visibilidade do sólido, ou seja, imagens de como


ele é visto por um “observador” situado a uma distância infinita do objeto, de modo que os raios de
projeção (ou raios visuais) são paralelos entre si e ortogonais aos planos de projeção. A partir dessa
condição, o contorno aparente horizontal de um sólido é a figura formada, no plano horizontal, pelos
raios visuais que limitam o sólido. De modo análogo, o contorno aparente vertical é a figura limitada
visualmente formada no plano vertical.

Anotações

108
Capítulo
6

Considerando os poliedros sendo sempre opacos, nota-se que alguns vértices, arestas e faces são vistas
pelo “observador”, e outras não. Portanto, o estudo da visibilidade dos poliedros consiste em analisar
quais são os elementos visíveis e invisíveis nas projeções. Abaixo, estão listadas as regras para o estudo de
visibilidade de poliedros convexos:

1. O contorno aparente é sempre visível.

2. Se duas arestas não se cortam, mas se cruzam em projeção, dentro do contorno aparente, e uma delas
é visível, a outra será invisível.

3. Se duas ou mais arestas se encontram em projeção, concorrendo em um ponto (um vértice, por
exemplo) no interior do contorno aparente, e uma delas for visível, todas as outras serão; pelo contrário,
se uma for invisível, as outras também serão invisíveis.

4. Se uma aresta contém um ponto visível que não está situado no contorno aparente, esta será toda
visível.

Ressalta-se que, para a representação de arestas invisíveis, deve-se utilizar linha tracejada.

Anotações

109
Capítulo
6

EXEMPLO: VISIBILIDADE DE UM TETRAEDRO

Anotações

110
Capítulo
6
SEÇÕES PLANAS DE POLIEDROS

Quando um plano, qualquer que seja, intercepta um poliedro, é formado um polígono que pertence a
ambos. Esse polígono é chamado de “seção plana do poliedro”. Neste capítulo, estudaremos as seções
planas de poliedros definidas pela passagem de planos projetantes.

Fonte: Apostila – Prof. Luiz Fernando Reis (2007).

Em épura, podemos determinar a seção plana de um poliedro


identificando os pontos de interseção, nas projeções, dos traços do
plano com a projeção do poliedro. Observando a imagem ao lado,
nota-se que o ponto de intercessão identificado na projeção vertical da
pirâmide deve pertencer à mesma aresta, quando considerada a
projeção horizontal.

Anotações

111
Capítulo
6
Para determinar a verdadeira grandeza de uma seção plana, podemos utilizar os métodos descritivos.
Como vimos no capítulo anterior, os métodos descritivos (mudança de plano, rotação e rebatimento)
permitem a obtenção da V.G. quando a mesma não é representada nas projeções mongeanas.

Iremos aprender, para este caso específico da seção plana, a aplicação do Método do Rebatimento
para a obtenção da V.G. deste polígono. O plano da seção, conforme dito anteriormente, é projetante
a um dos planos de projeção, e não projetante em relação ao outro, tendo, com este, uma reta de
interseção. Então, o método do rebatimento consiste, basicamente, em girar o plano da seção em torno
dessa interseção, até que coincida com o respectivo plano.

Em épura, é realizado o alçamento das projeções que indicam a interseção do plano da seção com o
poliedro. Ressalta-se que, para definir se o alçamento será realizado nas projeções verticais ou horizontais,
é necessário analisar qual é o plano projetante em questão. O procedimento, aplicado à mesma
pirâmide mostrada anteriormente, é indicado na figura a seguir.

Anotações

112
Capítulo
6
Exercícios de aplicação

01. Dadas as projeções dos pontos dos poliedros, faça o traçado do contorno aparente e a visibilidade
dos poliedros.

Anotações

113
Capítulo
6

114
Capítulo
6

Anotações

115
Capítulo
6
02. Determinar as projeções e a V.G. da seção plana imposta pelo Plano de Topo (α) a uma pirâmide
reta, de base hexagonal regular, situada inteiramente no 1º Diedro, sabendo que a base (A)(B)(C)(D)(E)(F)
está assente no Plano Horizontal de Projeções. Dados:

- (T) (6; 0; 0)

- Ângulo que απ’ faz com a Linha de Terra = +150°.

Anotações

116
Capítulo
6
RESPOSTAS AOS PROBLEMAS
Capitulo 1

01.

02.

117
Capítulo
6
Capitulo 2

01.

HA HP
A ≡󠇭 (A)

A’
A’
0 0

A ≡󠇭 (A)

VS VI
A’≡󠇭 (A)

0 0 A
A

A’≡󠇭 (A)

02.

118
Capítulo
6
03.

04.

119
Capítulo
6
05.

06.

120
Capítulo
6
Capítulo 3

01.

02.

121
Capítulo
6
03.

04.

122
Capítulo
6
05.

06.

123
Capítulo
6
07.

124
Capítulo
6
08.

09.

125
Capítulo
6
10.

11.

126
Capítulo
6
12.

13.

127
Capítulo
6
14.

Capítulo 4

01.

128
Capítulo
6
02.

03. A)

129
Capítulo
6

B)

130
Capítulo
6

C)

131
Capítulo
6
D)

04. A)

132
Capítulo
6
B)

C)

133
Capítulo
6
D)

134
Capítulo
6

05. A) B)

135
Capítulo
6
06.

136
Capítulo
6
07. A)

137
Capítulo
6

B)

138
Capítulo
6

08. A)

139
Capítulo
6
B)

09.

140
Capítulo
6
10.

11.

12.

141
Capítulo
6
13.

14.

142
Capítulo
6
15.

Capítulo 5

01.

143
Capítulo
6
02.

03.

04.

144
Capítulo
6
05.

06.

145
Capítulo
6
07.

08.

146
Capítulo
6
09.

10.

147
Capítulo
6
11.

12.

148
Capítulo
6
13.

14.

149
Capítulo
6
Capítulo 6

01.

Contorno aparente

Arestas invisíveis

Arestas visíveis

150
Capítulo
6
02.

Contorno aparente

Visibilidade na projeção vertical

-Vértice (E) possui menor


afastamento que (B) e (C)

151
Capítulo
6

Visibilidade na projeção horizontal

- Vértice (D) possui menor cota que


(v); logo, as arestas que chegam
em (d) são invisíveis.

03.

Contorno aparente

152
Capítulo
6
Visibilidade na projeção vertical

-Vértice (E) possui menor


afastamento que (B) e (C)

Visibilidade na projeção
horizontal

- Vértice (A) é visível (está


na face de topo)

- Vértice (C) e (D) são


invisíveis

153
Capítulo
6
04.

Contorno aparente

Visibilidade na
projeção vertical

-Vértice (B) é invisível

-Vértice (E1) é visível

154
Capítulo
6
Visibilidad
e na
projeção
horizontal

-Vértice
(A) e (A1)
possuem
as
maiores
cotas

155

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