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Sumário
1 Fundamentos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1 Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Operações com números reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3 Aplicações e funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 Polinômios e sistemas de equações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2 Um pouco da nomenclatura da geometria plana . . . . . . . . . . . . . . . 10
3 Sistemas de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4 Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.1 Operações com vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.2 Funções e o método cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5 Estudo de retas e planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5.1 Equações de retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5.2 Equações de planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.3 Interseções de retas e planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.4 Posições relativas entre retas e planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.5 Perpendicularidade e ortogonalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.6 Ângulos em retas e planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.7 O conceito de distância através de vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6 Cônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6.1 Elipses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6.2 Hipérboles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
6.3 Parábolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7 Translações de elipses, hipérboles e parábolas . . . . . . . . . . . . . . . . 54
8 Superfícies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
8.1 Esferas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
8.2 Elipsoides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
8.3 Hiperboloides de uma folha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
8.4 Hiperboloides de duas folhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
8.5 Paraboloides elípticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
8.6 Paraboloides hiperbólicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
1
Sumário Sumário
Uma ideia matemática abstrata, sem contato com a intuição e a natureza, é freqüentemente
vista como uma «curiosidade matemática» e desprezada pelo ceticismo daqueles que valorizam
somente a prática e a aplicação.
Ocorre que a história registra inúmeros exemplos de «ideias curiosas», desenvolvidas por
matemáticos despreocupados com a praticidade, e que se mostraram indispensáveis em
trabalhos de outros profissionais de outras áreas do conhecimento.
1
François Viète (1540-1603) em A introdução à arte analítica (1591) e Zetéticas (1593) mostra novos
métodos de álgebra simbólica aplicáveis à geometria; Pierre de Fermat (1601-1665) em Introdução aos
locais planos e sólidos (1637) é o primeiro a fazer a aplicação sistemática de coordenadas; René Descar-
tes (1596-1650) em A Geometria (1637) propõe um método de resolução sistemática de problemas de
geometria pelo cálculo algébrico. Estas publiações marcam o nascimento da geometria analítica.
2
É o mais elementar e o mais antigo ramo da matemática. É a ciência matemática que se preocupa com
os números e as operações que com eles se pode fazer. «A Aritmética é a base de toda a matemática, pura
ou aplicada. É a mais útil das ciências e provavelmente não existe nenhum outro ramo do conhecimento
humano tão espalhado entre as massas» Tobias Dantzig (1884-1956).
1 Fundamentos básicos
Capítulo 1
Fundamentos básicos
Este capítulo se ocupa com as ideias mais básicas que darão sustentação ao curso e
que aparecem nas principais partes do texto.
leia ’Y é formado dos pontos A que pertencem a X tais que A verifica a propriedade P’.
Usa-se a notação Y ⊂ X, leia ’Y está contido em X’, ’Y é subconjunto de X’, para
indicar que cada ponto de Y é também ponto de X.
Como exemplo, S 1 é subconjunto do plano euclidiano R2 , pode-se escrever S 1 ⊂ R2 .
A ideia de igualdade em matemática não é tão simples como muitos acham: quando
se diz ’X é igual a Y’, quer-se dizer que todos os pontos do conjunto X são pontos do
conjunto Y, e todos os pontos de Y são também pontos de X. Neste caso, escrevemos
X = Y. Mas basta um ponto de X não ser ponto de Y, ou um ponto de Y não ser ponto
de X, para que os conjuntos não sejam iguais e então escrevemos X 6= Y.
Com dois conjuntos podemos formar três tipos especiais de conjuntos:
1) A união de X e Y é o conjunto
X ∪ Y = {pontos A; A ∈ X ou A ∈ Y}.
2) A interseção de X e Y é o conjunto
X ∩ Y = {pontos A; A ∈ X e A ∈ Y}.
X × Y = {(x, y); x ∈ X e y ∈ Y}
√ 1 1
y n = ( n x)n = (x√ n)
n
= xn n = x.
√ Observe que 4 =√2. Por outro lado, existem dois números√cujo quadrado √ é 4, pois
x2 = x, se x ≥√0, e x2 = q −x, se x < 0. Assim, x 2
= 4 ⇔’3
’ x2 = 4 ⇔ ±x =2⇔
x = ±2. Então, 22 = 2 e (−2)2 = 2.
Quando em um cálculo de distância, área, volume, chega-se a ±x, a solução é x > 0.
4) A relação de ordem para os números reais. Dados x, y ∈ R, escreve-se x < y (leia
’x é menor do que y’) quando y − x ∈ R+ . Também podemos escrever y > x (’y é maior
do que x’). Claro que x > 0 quando x ∈ R+ e x < 0 quando x ∈ R− .
5) O valor absoluto de x ∈ R, módulo de x, é definido por |x| = max{x, −x} =
x, se x ≥ 0
e possui as seguintes propriedades:
−x, se x < 0
1. |x| ≥ 0 e |x| = 0 se e somente se x = 0;
2. |x − y| = |y − x|;
3. |xy| = |x||y|;
x |x|
4. | | = , para y 6= 0;
y |y|
5. |x + y| ≤ |x| + |y|.
Como subproduto da definição, para qualquer x ∈ R, tem-se −x ≤ |x|, x ≤ |x| e
−|x|
≤ x ≤ |x|. Exemplos, | − 4| = 4, | − π + 3| = π − 3 (π: pi, ’p’ latino), |x − 3| =
x − 3, quando x ≥ 3
−x + 3 quando x < 3
.
( . . )
a-r x a a+r
1 3 5
Por exemplo, |x − 2| < é o intervalo dos números x ∈ R tais que < x < .
2 2 2
Um propriedade do módulo bastante útil é a desigualdade do triângulo: dados
x, y ∈ R, vale |x + y| ≤ |x| + |y|.
9x2 − 4y 2 − 36 = 0
3x + 2y + 15 = 0
Resolver um sistema de equações significa obter valores para as variáveis, de modo que
ambas equações do sistema sejam simultaneamente satisfeitas.
Existem várias técnicas, mais aqui no curso de geometria analítica e cálculo vetorial
se emprega basicamente duas.
1) Somar o membro esquerdo de uma equação com o membro esquerdo da outra, o
que gera o membro esquerdo de uma expressão auxiliar. Somar o membro direito de
uma equação do sistema com o membro direito da outra, o que gera o membro direito da
expressão auxiliar. Então, isolar uma das variáveis na expressão auxiliar e substituí-la em
uma das equações originais do sistema.
2) Isolar de imediato uma das variáveis em uma das equações do sistema, e substituí-la
em outra equação do sistema.
−3x − 15
No caso do sistema exemplo, isole y na equação mais simples e obtenha y = .
2
−3x − 15 −3x − 15 2
Agora, substitua y por na outra equação, assim 9x2 − 4( ) − 36 =
2 2
29
0 ⇒ 9x2 − 9x2 − 90x − 225 − 36 = 0 ⇒ −90x − 361 = 0 ⇒ x = − .
10
−3x − 15
Agora, volte à expresta obtida ao se isolar y, isto é, y = , e substitua x por
2
29 −3x − 15 3 15 3 29 15 63
− . Deste modo, y = = − x− = − (− ) − = − . Portanto, a
10 2 2 2 2 10 2 20
solução do sistema
9x2 − 4y 2 − 36 = 0
3x + 2y + 15 = 0
29 63
éx=− ey=− .
10 20
Como estamos estudando uma matéria de geometria, onde um dos elementos fun-
29 63
damentais é o ponto, dizemos então que o ponto (x, y) = (− , − ) é a solução do
10 20
problema. E como se trata de um problema geométrico, somos obrigados à fazer uma
interpretação geométrica do sistema
9x2 − 4y 2 − 36 = 0
3x + 2y + 15 = 0
Capítulo 2
Um pouco da nomenclatura da geometria plana
1) Segmento de reta AB é o conjunto de todos os pontos alinhados (colineares) com
A e B e que estão entre A e B.
. .
A B
−→
2) Semi-reta AB é o conjunto AB ∪ {pontos P ; B está entre P e A}.
. .
A B
. .
A B
Três pontos são colineares se há uma reta que os contém; são não-colineares se não
estão simultaneamente em uma mesma reta.
4) A intersecção de duas retas é um
único ponto e determina um plano. Isto é, A B
.
se retas r e s têm ponto comum A, escolha
.
B ∈ r, C ∈ s e o plano que contém r e s, o
plano que contém A, B e C não-colineares,
é a reunião {retas que passam por A e um
ponto de BC} ∪ {retas que passam por B e
.C
um ponto de AC} ∪ {retas que passam por
C e um ponto de AB}.
Dados uma reta r e um ponto P 6∈ r, existe um único plano Π (pi maiúsculo, ’P’) que
os contém. Duas retas são paralelas quando são coplanares (estão em um mesmo plano)
e disjuntas.
Dois planos são paralelos quando são disjuntos, infinitos planos paralelos determinam
o espaço, muitas vezes denotado pelo símbolo R3 , ou V3 .
Dados um plano Π e um ponto P 6∈ Π, existe um único plano Σ (sigma maiúsculo,
’S’) que contém P e é paralelo a Π.
−→ −→
5) Dadas duas semi-retas AB e AC, o plano que as contém .
B
fica dividido em duas partes, sendo que a parte convexa é
chamada ângulo e denotado por BAC. [ A é o vértice do
ângulo, as semi-retas limitantes são as arestas do ângulo.
A medida de BAC[ é um número, obtido por intermédio A.
[ e
.
do instrumento transferidor, e que se denota por m(BAC) C
também por med(BAC).[
[ = 60◦ ; na prática, e por abuso
Em teoria, a gente escreve med(BAC) de linguagem, a
[ = 60◦ .
gente pode escrever BAC
Supondo seis pontos em um plano, com os B.
quais se determinam ABC [ e EDF \ medindo E.
[
45 , podemos escrever ABC = 45 e EDF =
◦ ◦ \ A. 45º
45◦ . Mas não podemos escrever ABC[ = EDF \, 45º . .
pois os dois ângulos são conjuntos diferentes. F C
D .
6) Dados uma reta r e um ponto P 6∈ r, s
existe uma única reta s que contém P e é per-
pendicular a r, isto é, ficam definidos qua- .P
tro ângulos retos (= 90 ) a partir do vértice
◦
A = r ∩ s, e escreve-se r ⊥A s.
Existem infinitas retas em um plano Π que .
A r
contêm (passam) por um dado P ∈ Π e diz-
se que uma reta r é perpendicular a Π por P
(escreve-se r ⊥P Π) se for r perpendicular a r
duas quaisquer retas s, t ⊂ Π com s ∩ t = P .
7) A projeção (perpendicular) de uma reta r
sobre um plano Π é o conjunto de pontos A′ ∈ Π
←→ t
tais que AA′ ⊥A′ Π, com A ∈ r. .
P
s r s
A.
. A’
P
3 Sistemas de coordenadas
Capítulo 3
Sistemas de coordenadas
O conceito de distância é fundamental em geometria, com distância é possível definir
a ideia de coordenadas de um ponto, estudar retas, planos e muito mais.
Imagine pontos em algum conjunto X, no qual (1) é fixada uma unidade de medida de
comprimento (um centímetro (1 cm), um metro (1 m), etc.) e (2) a cada par de pontos
A, B ∈ X, fica estabelecido o número real d(A, B) = comprimento de AB, o qual verifica
as seguintes propriedades:
1. d(A, B) ≥ 0;
2. d(A, B) = 0 se e somente se A = B;
3. d(A, B) = d(B, A);
4. d(A, B) ≤ d(A, C) + d(B, C).
Esse número é conhecido como a distância entre A e B, também a distância de A
a B. Na prática, quando se trata de pontos na reta, no plano, ou no espaço (conjunto que
suporta uma infinidade de planos paralelos entre si), podemos imaginar d(A, B) obtido
através de uma régua, de uma fita métrica, ou mesmo por meio de um raio laser.
Coordenadas em um eixo
Eixo é o nome dado a uma reta onde estão fixados (1) um ponto, dito a origem do
sistema de coordenadas, (2) uma unidade de medida de comprimento e (3) um sentido
de movimento, chamado sentido positivo. Em geral, desenhamos uma reta horizontal
e o sentido positivo é da esquerda para a direita. E para uma reta vertical, o sentido
positivo é de baixo para cima. Então, se são dados A e B em um eixo, dizemos que B
está à direta de A, e que A está à esquerda de B, quando o sentido de movimento
de A para B coincide com o sentido positivo.
. .
A B sentido positivo
Qualquer eixo sempre está em correspondência biunívoca com R, e isto é feito assim.
Um ponto O é associado ao zero, este ponto é a origem do sistema de coordenadas. Para
um ponto A à direita de O corresponde o número a = d(A, O) que é a coordenada de
A, e para um ponto B à esquerda de O corresponde o número b = −d(B, O) que é a
coordenada de B.
b a
b 0 a
. . .
B O A
d(A, B) = |a − b|,
Coordenadas em um plano
Consideremos agora um plano Π onde estão dispostos dois eixos de mesma origem O,
um sendo horizontal e que se chama eixo-x, ou eixo Ox, e um que é vertical e que se
chama eixo-y, ou eixo Oy.
Dado um ponto P ∈ Π, existe uma única reta
P Oy
vertical que o contém e intercepta o eixo-x em X,
e existe uma única reta horizontal que contém P e
intercepta o eixo-y em Y . Em conseqüência, surgem
os números x = d(X, O) e y = d(Y, O) e que são
Y. .P
y
associados biunivocamente a P . Escrevemos então O.
P = (x, y), sendo que x é a 1a coordenada de P ,
.
X Ox
y é a 2a coordenada de P , também conhecidas
como abscissa e ordenada de P . x
Note que dependendo da posição de P , e por-
tanto dos pontos X ∈ eixo-x e Y ∈ eixo-y, cada
uma das coordenadas de P pode ser positiva, nega-
tiva ou zero.
Coordenadas no espaço
4 Vetores
Capítulo 4
Vetores
ap. 1 O segmento de reta desenhado de um ponto A para outro B é chamado segmento
orientado (A, B), sendo que A é sua origem e B é sua extremidade.
Diz-se que (C, D) é equipolente a (A, B), ou que (C, D) ’é uma cópia de’ (A, B),
quando:
1. (C, D) e (A, B) são paralelos, isto é, têm mesma direção;
2. (C, D) e (A, B) têm mesmo sentido, isto é, quando AC e BD não têm ponto comum;
ap. 2 3. (C, D) e (A, B) têm mesmo comprimento, isto é, d(A, B) = d(C, D).
−→
O vetor AB é o conjunto formado por (A, B) e todos os segmentos equipolentes a
−→
(A, B), ou seja, imaginamos AB como formado por todas as cópias de (A, B).
vetor AB .D
C
. .B
A.
.Y
X.
−→
Quando falamos em vetor AB, pensamos um segmento orientado (A, B) que é dese-
−→
nhado onde quisermos. Por isto, é comum dizer que (A, B) representa AB, que (A, B)
−→
pertence a −→
v , podemos escrever (A, B) ∈ − →
v e−→v = AB.
−→ −−→
Se (A, B) e (C, D) são equipolentes, então AB = CD e reciprocamente.
Muitas vezes não é de interesse destacar qualquer segmento orientado para indicar um
−
→ −
vetor, usamos então letras minúsculas com uma seta superior tal como − →a , b ,→v , etc.
É muito comum ver em textos científicos a ilustração que deve
v
ser interpretada com cuidado: o símbolo − →v ao lado do segmento
orientado (flecha) está somente nos lembrando que este segmento
orientado é um dos infinitos segmentos orientados que formam o vetor. Não é o vetor
propriamente dito! Bem ao contrário do que muitos acham, não podemos desenhar
vetor simplesmente porque vetor não é um segmento de reta.
−
→u e −→
v são paralelos quando os segmentos orientados de um vetor são paralelos
aos segmentos orientados do outro vetor, neste caso escreve-se − →
u k −→v . E os vetores
são ortogonais quando os segmentos orientados de um são ortogonais (formam 90◦ ) aos
segmentos orientados do outro, neste caso escreve-se −→u ⊥−→v.
−→ −→
A norma de AB é o comprimento do segmento geométrico AB e é denotado por |AB|.
Assim, |−→
v | = 3 significa que −
→
v é formado por uma infinidade de segmentos orientados
todos medindo 3. Dizemos que − →v mede 3, que −
→
v tem norma 3, que −
→
v tem comprimento
igual a 3.
−
→ −→
v = AB = (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ). ap. 3
−
→ −−→
v = CD = (x4 − x3 , y4 − y3 , z4 − z3 ) = (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ).
Exemplo 1. Os segmentos orientados (A, B) e (C, D), com A = (1, 2, 3), B = (5, 3, 1),
C = (−2, 1, 4) e D = (2, 2, 2), pertencem ao vetor −
→
v = (5 − 1, 3 − 2, 1 − 3) = (4, 1, −2),
obtido com as coordenadas de A e de B. Se usarmos as coordenadas de C e D, tem-se
−
→
v = (2 − (−2), 2 − 1, 2 − 4) = (4, 1, −2).
Soma de vetores
−
→ −
→
A soma de −→
a = (x1 , y1 , z1 ) e b = (x2 , y2 , z2 ) é o vetor −
→
a + b = (x1 +x2 , y1 +y2, z1 +z2 ),
e valem as seguintes propriedades:
−
→ −
→ →
1. (−
→a + b )+− →c =− →a +( b +− c );
−
→ −
→ − → − →
2. a + b = b + a ;
−
→
3. −
→a + (−−→
a ) = 0 , de modo que −− →
a = (−x1 , −y1 , −z1 ).
→
−
Exemplo 2. Suponha − →
a = (3, 2, −1), b = (−2, 2, 1) e − →c = (6, 0, 2).
−
→ −
→ −
→
Então ( a + b ) + c = [(3, 2, −1) + (−2, 2, 1)] + (6, 0, 2) = (1, 4, 0) + (6, 0, 2) = (7, 4, 2)
−
→ →
e−
→a +(b +− c ) = (3, 2, −1) + [(−2, 2, 1) + (6, 0, 2)] = (3, 2, −1) + (4, 2, 3) = (7, 4, 2). E
−−
→a = −(3, 2, −1) = (−3, −2, 1).
Diferença de vetores
−
→ −
→ → −
→
A diferença entre − →a = (x1 , y1 , z1 ) e b = (x2 , y2 , z2 ) é o vetor −
→
a − b =−
a + (− b ) =
(x1 − x2 , y1 − y2 , z1 − z2 ).
−
→ −
→
Exemplo 3. Sendo − →a = (1, 1, 1) e b = (7, 5, 3), então −
→
a − b = (1, 1, 1) − (7, 5, 3) =
−
→ → − →
(−6, −4, −2). Tem-se também b + − c = 0 implica que (7, 5, 3) + (x, y, z) = (7 + x, 5 +
−
→
y, 3 + z) = (0, 0, 0), logo x = −7, y = −5, z = −3. De fato, − →c = (−7, −5, −3) = − b .
Norma de vetor
Visto que os eixos coordenados √ 2Ox, Oy, Oz são perpendiculares entre si, a norma de
−
→ −
→
a = (x, y, z) é o número | a | = x + y + z 2 . 2
−→ −−→ −→
E se − →
a = AB, com A =q(x1 , y1, z1 ), B = (x2 , y2, z2 ) 6= O, então |− →a | = |OB − OA| =
|(x2 , y2 , z2 ) − (x1 , y1 , z1 )| = (x2 − x1 )2 + (y2 − y1 )2 + (z2 − z1 )2 .
−
→ −
→
Quando dois vetores são ortogonais, vale |− →
a + b |2 = |− →
a |2 + | b |2 .
√ √
Exemplo 4. −
→
a = (4, 3, 1) tem norma 42 + 32 + 12 = 26.
−→
Exercício 15. Qual a coordenada faltante de A = (2, y, 1), de modo que AB, com
B = (4, 5, 7), tem norma 7?
O produto de x ∈ R por −
→
a = (x1 , y1 , z1 ) é o vetor x−
→
a = (xx1 , xy1 , xz1 ), e valem as
seguintes propriedades:
.D
1. |x−
→a | = |x||−
→
a |, isto é, todos os segmentos 2 v = CD
orientados que pertencem a x− →a são paralelos .B | v |=5
−
→
aos segmentos orientados de a , mas medindo v = AB . | 2 v |=10
o comprimento de qualquer um destes multipli- |_ _1 v |=2,5
.E 2
cado por |x|; A
.
_ _1 v = EF
2. x−→
a e− →
a são de mesma direção e mesmo C
. . 2
F
sentido se x > 0; e são de mesma direção e .
sentidos contrários se x < 0.
Assim, a multiplicação de um vetor por um escalar negativo implica que todos os
segmentos orientados do vetor têm o sentido inicial invertido (rotação de 180◦ ).
3. x(y −
→a ) = (x.y)−→a;
4. x a + y a = (x + y)−
−
→ −
→ →
a;
−
→ −
→ −
→ −
→
5. x a + x b = x( a + b );
−
→ − →
6. 0−
→a =x0 = 0.
−
→ √
Exemplo 5. Considere − →a = (10, −1, 1) e b = (3, 2, 5). Temos |−→a | = 102, 3− →
a =
−
→ −
→ −
→
3(10, −1, 1) = (30, −3, 3), −2 b = −2(3, 2, 5) = (−6, −4, −10), 3 a + 2 a = 3(10, −1, 1) +
−
→
2(10, −1, 1) = (50, −5, 5) = 5−→a . E 4−
→
a + 4 b = 4(10, −1, 1) + 4(3, 2, 5) = (52, 4, 24) =
−
→
4(13, 1, 6) = 4(−
→
a + b ).
1−→
Exercício 16. Qual é a norma de v + 3−
→
w , em que −
→
v = (2, 1, 5) e −
→
w = (3, −4, 2)?
2
Produto interno
−
→
O produto interno de −→a = (x1 , y1, z1 ) por b = (x2 , y2 , z2 ) é denotado pelo símbolo
−
→ −
→ −
→ −
→
a . b e corresponde ao número |−
→
a || b | cos α , em que α é o ângulo formado por − →
a e b.
−
→
Prova-se que −
→a . b é igual também a x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 , de modo que podemos
escrever tanto
−
→ −
→ −
→
a . b = |−
→
a || b | cos α,
quanto
−
→ −
→
a . b = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 .
x1 x2 + y1 y2 + z1 z2
ap. 4 Evidente então que cos α = q q .
x21 + y12 + z12 x22 + y22 + z22
Valem as seguintes propriedades:
−
→ −
→ −
→
1. Se −→a e b são não nulos, então − → a ⊥ b ⇔− →a . b = 0;
−
→ − →→
2. −
→a . b = b .−a;
−
→ −
→ → − →
3. k( a . b ) = k −
−
→ →
a.b =− a .k b , ∀k ∈ R;
−
→ → − −
→→ − −
→ → −
→ →−
4. (−
→a + b ).− c =→ a .−
→
c + b .−c e→ a .( b + − c)=− →a. b +− a .→
c.
−
→ −
→
Exemplo 7. Se |−
→
a | = 4, | b | = 3 e cos α = 0, 5, então −
→
a . b = 4.3.0, 5 = 6.
−
→ −
→
Exemplo 8. Considere − →a = (5, 4, 1) e b = (−1, 1, 2). O produto interno é − →a.b =
−
→ √ √ 1
5(−1) + 4.1 + 1.2 = 1 e também |− →
a || b | cos α = 42 6 cos α, logo cos α = √ √
42 6
−
→ −
→
implica em α = 86, 3883 . Note que a .5 b = (5, 4, 1).(−5, 5, 10) = −25 + 20 + 10 = 5 =
◦
−
→ −
→ →
5−→a . b . Sendo − →c = (2, 3, −2), tem-se (−→a + b ).− c = [(5, 4, 1) + (−1, 1, 2)].(2, 3, −2) =
−
→→
(4, 5, 3).(2, 3, −2) = 4.2 + 5.3 + 3.(−2) = 17. E − →
a .−
→
c + b .− c = (5, 4, 1).(2, 3, −2) +
(−1, 1, 2).(2, 3, −2) = 20 − 3 = 17.
ap. 5 −
→v , também a componente de − →
u ao longo de − →v.
−
→
Exemplo 9. A projeção de − →a = (5, 4, 1) sobre b = (−1, 1, 2) é o vetor proj→ −
→
− a =
b
−
→ −
→
a.b −→ 1 1 1 1 1−
→
→ 2 b = 6 (−1, 1, 2) = (− 6 , 6 , 3 ), que neste caso é 6 b .
−
|b|
−
→
Exercício 18. A ideia é decompor − →
v = (6, 8, 1) como soma de dois vetores −
→
a e b , tais
−
→
que −
→
a é paralelo a −
→
u = (1, 3, −2) e b é ortogonal.
Produto vetorial
−
→
O produto vetorial de − →
a = (x1 , y1 , z1 ) por b = (x2 , y2 , z2 ) é denotado pelo símbolo
−
→ −
→
a ∧ b e corresponde ao vetor que tem as seguintes propriedades:
−
→ → − −
→ − → −
→
1. −
→a ∧ b ⊥− a e→ a ∧ b ⊥ b , isto é, − →a ∧ b é ortogonal simultaneamente a − →a e b;
−
→ −
→ −
→
2.|−
→
a ∧ b | = |−
→a || b | sen α, em que α é o ângulo formado por − →a e b , isto é, a norma
−
→ −
→
de −
→
a ∧ b é igual à área do paralelogramo definido por − →a e b;
−
→ → − → −
→→ − →
3. −
→a, b e −
a ∧ b verificam a regra da mão direita, isto é, det(− →
a b − a ∧ b ) > 0.
a b
<
c = x a +y b +z a b
<
e
a
Área |a b|
<
!
−
→ −
→ −2 1
Por exemplo, se − →a = (4, −2, 1) e b = (5, 1, 3), então −
→
a ∧ b = (det ,
1 3
! !
4 1 4 −2
− det , det ) = (−7, −7, 14).
5 3 5 1
Valem mais algumas propriedades:
−
→ −
→
1. −
→a ∧ b = 0 se e somente se (1) ao menos um dos vetores é nulo ou (2) se são
colineares;
−
→ −
→ →
2. −
→
a ∧ b =−b ∧− a;
−
→ −
→ −
→
3. k( a ∧ b ) = a ∧ k b = k −
−
→ −
→ →
a ∧ b;
−
→ → −
→ → − −
→ → − −
→ →
4. −
→
a ∧( b +− c)=− →a ∧ b +− a ∧→ c e (− →
a + b)∧−c =→ a ∧−
→c + b ∧−
c.
−
→
Exemplo 10. Vamos trabalhar com − →a = (3, −2, 2) e b = (1, 5, 5). O produto vetorial
−
→
é −
→a ∧ b = (−2.5 − 2.5, −(3.5 − 2.1), 3.5 − (−2).1) = (−20, −13, 17). Verificando a
−
→ → − → →
ortogonalidade dele com relação a − →
a e b : (− a ∧ b ).− a = (−20, −13, 17).(3, −2, 2) =
−
→ −
→ − →
−60 + 26 + 34 = 0 e ( a ∧ b ). b = (−20, −13, 17).(1, 5, 5) = −20 − 65 + 85 = 0.
−
→ →
Note que b ∧ − a = (5.2−5.(−2), −(1.2−5.3), 1(−2)−5.3) = (20, 13, −17) = −(−20, −13,
−
→ −
→
17) = −( a ∧ b ). Também −
−
→ →a ∧ 3 b = (3, −2, 2) ∧ (3, 15, 15) = (−2.15 − 2.15, −(3.15 −
−
→
2.3), 3.15 − (−2).3) = (−60, −39, 51) = 3(−20, −13, 17) = 3(− →
a ∧ b ). E sendo − →c =
−
→ −
→ −
→
(4, 4, 2), então a ∧ ( b + c ) = (3, −2, 2) ∧ (5, 9, 7) = (−2.7 − 2.9, −(3.7 − 2.5), 3.9 −
−
→ → −
(−2).5) = (−32, −11, 37) e, por fim, −
→
a ∧ b +− a ∧→ c = (−20, −13, 17) + (−12, 2, 20) =
(−32, −11, 37).
1 1
Exercício 19. Dados −
→
u = ( , , 2) e −→
v = (4, 6, 2), determine −
→
w ortogonal a −
→
u , de
2 2
sorte que u ∧ w = u ∧ −
−
→ −
→ −
→ →
v. Interprete geometricamente.
−
→
u e − →
v são paralelos entre si, são linearmente dependentes (L.D.), quando os
segmentos orientados dos dois vetores são paralelos entre si. Isto significa que se pode
posicionar um segmento orientado de − →
u sobre a mesma reta que contém algum segmento
−
→
orientado de v , e vice-versa. Numericamente, existem dois únicos números reais a e b,
tais que
−
→
a−
→
u + b− →
v = 0,
ap. 7 o que é equivalente a se escrever −
→
u = p− →
v.
Se dois vetores não são paralelos entre si, são ditos linearmente independentes (L.I.).
−
→
u ,−
→v e− →
w são paralelos a um plano, são linearmente dependentes (L.D.), quando
os segmentos orientados dos três vetores são paralelos entre si. Isto significa que se pode
posicionar um segmento orientado de − →u , outro de − →
v e outro de − →
w sobre um mesmo
plano, a fim de formar um triângulo. Numericamente, existem três únicos números reais
a, b e c, tais que
−
→
a−
→u + b−
→
v + c−
→
w = 0,
o que é equivalente a se escrever −
→
u = p−→
v + q−
→
w. ap. 8
−
→ →
− −
→ −
→ −
→ −
→
Prova-se que u , v e w são paralelos a um plano se e somente se det( u v w ) = 0.
Se três vetores não são paralelos a um plano, são ditos linearmente independentes
(L.I.).
Exercício 20. Estude a dependência linear ou não de −
→
u = (1, 3, −2) e −
→
v = (−2, −6, 4).
4 →
u = (11, 3, ), −
Exercício 21. Estude a dependência linear ou não de −
→ v = (5, −1, −1) e
−
→ 3
w = (1, 3, 2).
Oz
.B
a
e3
.F
A.
. e2
O ze
e1 3
C.
xe 1 Oy
Ox E.
ye 2
.D
Observações:
1. Quando o sistema de coordenadas ortogonal é fixado, em vez de escrever − →
a como
−
→ −
→ −
→ −
→ −
→
a = x e1 + y e2 + z e3 , pode-se escrever a = (x, y, z). Esses números são as coordenadas
de −
→
a.
2. Mas também podemos pensar − →a = (x, y, z) obtido como no início desta seção, ou
seja, determinados a origem A = (x1 , y1 , z1 ) e a extremidade B = (x2 , y2 , z2 ) de algum
segmento orientado contido em − →
a , então −
→a = (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ).
3. Com o objetivo de simplificar os cálculos vetoriais, fixam-se − →e1 = (1, 0, 0), →−
e2 =
(0, 1, 0) e −
→
e3 = (0, 0, 1), de modo que, com estas coordenadas, tem-se |− →
e1 | = |−
→
e2 | = |−
→
e3 | =
1, −→
e1 .−
→
e2 = 0, −
→
e1 .−
→
e3 = 0 e −→e2 .−
→
e3 = 0.
Como exemplo, a = 3 e1 + 4−
−
→ −
→ →
e2 − 2−→
e3 = 3(1, 0, 0) + 4(0, 1, 0) − 2(0, 0, 1) = (3.1 + 4.0 −
2.0, 3.0 + 4.1 − 2.0, 3.0 + 4.0 − 2.1) = (3, 4, −2), isto é, as coordenadas de − →a coincidem
−
→ −
→
ap. 10 com os números que multiplicam e1 , e2 e e3 . −
→
4. Por fim, veremos uma relação surpreendente entre coordenadas de um ponto e
coordenadas de um vetor. Suponha P = (x, y, z) como visto na seção 3, pg 12. É
evidente que se pode ligar O = (0, 0, 0) com P , dando origem ao segmento orientado
−→
(O, P ), e assim OP = (x − 0, y − 0, z − 0) = (x, y, z). Portanto, as coordenadas de P são
−→
emprestadas para OP .
−→ −→
Inversamente, se OP = (x, y, z), tem-se P = O + OP = (0, 0, 0) + (x, y, z) = (x, y, z) e
−→
assim as coordenadas de OP são emprestadas para P . Mas, observe que esta manipulação
ap. 11 numérica somente tem sentido quando se toma vetores com origem O = (0, 0, 0).
−→ −→
Exemplo 11. Considerando P = (3, 2, −1), então OP = (3, 2, −1). E se OA = (−1, 5, 5),
então A = (−1, 5, 5).
Exemplo 12. − →
v = (1, 4, −5) diz que os segmentos orientados que formam − →v são para-
lelos, de mesmo sentido e comprimento relativamente aquele segmento orientado que tem
−→
origem O = (0, 0, 0) e extremidade P = (1, 4, −5). Claro que OP = (1, 4, −5) = −
→
v.
−→
Exemplo 13. Sendo A = (4, 2, 1) e B = (−2, −3, 5), então AB = (−6, −5, 4). E se C =
−−→ −→
(1, −3, 7), quais as coordenadas de D, de sorte que CD = AB? Escrevemos D = (x, y, z)
−−→
e ocorre de CD = (x − 1, y − (−3), z − 7) = (−6, −5, 4) e assim D = (−5, −8, 11).
Exemplo 14. Sejam A = (3, 4, 2) e B = (−2, 6, 1). No caso dos vetores com origem em
−→ −−→ −→
O = (0, 0, 0), temos OA = (3, 4, 2) e OB = (−2, 6, 1). Quanto a AB, é igual ao vetor
−−→ −→
OB − OA = (−2, 6, 1) − (3, 4, 2) = (−5, 2, −1).
−→
Exemplo 15. Supondo A e B do exemplo acima, 4 AB = 4(−5, 2, −1) = (−20, 8, −4),
1 −→ 1 5 2 1
− AB = − (−5, 2, −1) = ( , − , ).
3 3 3 3 3
A. T. Béhague - Prof. Doutor IME/UERJ 24 Geometria Analítica - 2021/2
4 Vetores 4.1 Operações com vetores
1 1 2
Exemplo 16. Se − →
w = (1, 2, 6) e 3−
→v =− →
w , então −
→
v = (1, 2, 6) = ( , , 2).
3 3 3
Exemplo 17. Resolva a equação vetorial 3− →u + 2(−
→v +−→
w ) = 5(−→
w −− →v ) na incógnita −
→
w.
−
→
O objetivo é bem simples, aplicar propriedades operacionais a fim de isolar w na equação.
Com isto em mente, 3− →u + 2(−→
v +− →w ) = 5(−→
w −− →
v ) ⇒ 3−→u + 2−
→v + 2− →
w = 5− →w − 5−
→v ⇒
−
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→
3 u + 2 v + 2 w + (−2 w ) = 5 w − 5 v + (−2 w ) ⇒ 3 u + 2 v + 0 = 5 w − 2 w − 5 v ⇒
−
→
3−
→u + 2−→
v = 3−→
w − 5−→
v ⇒ 3− →
u + 2− →
v + 5−→v = 3−→
w − 5−→v + 5−→
v ⇒ 3−→u + 7− →v = 3−→
w+ 0 ⇒
1 − 1 → 7→ − 7→
(3→
w ) = (3− u + 7−
→v ) ⇒ 1−→
w = 1− →
u + − v e→w =− →
u + − v.
3 3 3 3
Exemplo 18. Resolva o sistema de equações vetoriais nas incógnitas − →x e− →
y.
−
→
x − 3−
→
y = −10−→
v
−
→
x + y = 7 u − 6−
−
→ −
→ →
v
1o método. Isolar uma das incógnitas em uma das equações e substitui-la na outra equa-
−
→ →
ção. Vamos isolar −→x em − →
x −3− →y = −10− →
v: −→x −3−→
y +3−→y = −10− →
v +3−→
y ⇒− →x+0 =− x =
−
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→
−10 v + 3 y . Substituindo x por −10 v + 3 y na segunda equação, (−10 v + 3 y ) + y = −
→ −
→
7−
→u −6−→
v ⇒ −10− →v +4− → y = 7− →
u −6−→
v ⇒ −10− →
v +4−→y +10−→v = 7−→u −6−→
v +10−→v ⇒ −10− →v+
−
→ − 1 − 1 − 7−
−
→ −
→ −
→ −
→ → −
→ −
→ → → −
→
10 v +4 y = 7 u +4 v ⇒ 0 +4 y = 7 u +4 v ⇒ 4 y = (7 u +4 v ) ⇒ 1 y = u +1− −
→ → →v
4 4 4
7→ − 7→ −
y = −
e então −
→ u +→ v . Por fim, substitua − →y por − u +→ v em − →
x = −10− →v + 3−→y , ou seja,
4 4
−
→ 7→ − 21 → 21 → 21 →
x = −10− →
v + 3( − u +→ v ) = −10−→v + − u + 3−→v = − u − 10−→
v + 3−
→v = − u − 7− →
v.
4 4 4 4
21 → 7→ −
Portanto, a resposta é − →x = − u − 7−→v e− →
y = − u +→ v.
4 4
2 método. Multiplique os membros de uma das equações por um dado número e depois
o
→
− −
→
Exemplo 21. Dados − →a = (2, −7, 3), b = (−5, 1, 1), tem-se − →a . b = 2.(−5) + (−7).1 +
3.1 = −14. Essa informação por si só é pouco valiosa, mas é essencial no estudo do ângulo
−
→ −
→
formado pelos vetores. De fato, −
→
a . b = |−
→
a || b | cos α = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 implica em
x1 x2 + y1 y2 + z1 z2
α = arccos q q .
x21 + y12 + z12 x22 + y22 + z22
14
Os vetores em questão formam ângulo igual a arccos − √ √ = 110, 0095◦.
62 27
−
→
Exemplo 22. Determine o ângulo que a = (3, −6, 2) forma com os eixos coordenados.
Vamos denotar por φ1 o ângulo entre − →a e−→e1 = (1, 0, 0) (está em Ox), por φ2 o ângulo
entre a e e2 = (0, 1, 0) (este em Oy) e por φ3 o ângulo entre −
−
→ −
→ →
a e−→
e3 = (0, 0, 1) (contido
3
em Oz). Assim, − →
a .−
→
e1 = 7 cos φ1 = 3 implica cos φ1 = , φ1 = 64, 6231◦. Analogamente,
7
−
→ 6
a . e2 = 7 cos φ2 = −6 implica cos φ2 = − e φ2 = 148, 9973◦, e −
−
→ →a .−
→
e3 = 7 cos φ3 = 2
7
2
ap. 12 implica cos φ3 = e φ3 = 73, 3985◦.
7
−
→
Exercício 23. Os vetores − →a = (2, −2, 1) e b = (1, 2, 2) são ortogonais.
−
→ −
→
Exemplo 23. O produto − →a ∧ b , se for − →a = (2, 3, −1) e b = (1, 2, 1), é o vetor
−
→ −
→
a ∧ b = (3.1 − (−1).2, −(2.1 − (−1).1), 2.2 − 3.1) = (5, −3, 1).
Capítulo 5
Estudo de retas e planos
A partir de agora começa o estudo dos tópicos centrais de um curso de geometria
analítica, os que tratam de retas e de planos (capítulo 5), de cônicas (capítulo 6 e 7), de
quádricas (capítulo 8) e das várias propriedades associadas, tudo isto fazendo forte uso
de sistemas de coordenadas e de equações.
ap. 14 X = A + a−
→
v (1). .X
r : X = A + a−
→
v , ∀a ∈ R,
para ligar a reta r e a equação vetorial a ela associada. Essa nos diz que, para cada
número real a, existe um único ponto X ∈ r, e vice-versa.
O ponto A é pensado como um marco zero para medição de distância, |− →
v | indica uma
−−→
unidade de distância. A distância de A a X é |AX| = |a|| v |; para a = 1, X = A + −
−
→ →v
−
→ −
→ −
→
dista | v | de A; quando a = −2, X = A − 2 v dista 2| v | de A, e assim por diante.
Agora note bem, A e − →
v são irrelevantes para descrever r, se trocarmos A por outro
P ∈ r, trocarmos − →
v por outro vetor diretor −→u e então X = P + a− →u , ∀a ∈ R, é uma
equação vetorial de r.
Sendo (O, ε) um sistema de coordenadas, segundo o qual A = (x1 , y1 , z1 ), X = (x, y, z)
e v = (v1 , v2 , v3 ), então X = A + a−
−
→ →
v ⇔ (x, y, z) = (x1 , y1, z1 ) + a(v1 , v2 , v3 ) = (x1 +
av1 , y1 + av2 , z1 + av3 ) ⇔
x = x1 + av1
y = y1 + av2 (2)
z = z1 + av3
x − x1 y − y1 z − z1
= = (3)
v1 v2 v3
x = 4 + 7a
y = 3 + 6a
z = 5 + 5a
Exemplo 27. Como proceder para determinar as várias equações de r que passa por (que
contém) A = (3, 4, 2) e B = (2, 3, 1)?
−→
Basta fixar um ponto sobre a reta e um vetor diretor, digamos A e AB = (−1, −1, −1).
−→
Agora é imediato, qualquer X = (x, y, z) está sobre r se e somente se X = A + aAB.
Portanto, a equação de r na forma vetorial é (x, y, z) = (3, 4, 2) + a(−1, −1, −1), ∀a ∈ R.
x = 3 − a
As equações paramétricas de r são y = 4 − a e as equações de r na forma simétrica
z = 2−a
x−3 y−4 z−2
são = = .
−1 −1 −1
x−3 y−4
Cuidado, está errado escrever −x + 3 em vez de , −y + 4 no lugar de ,
−1 −1
z−2
−z + 2 em vez de .
−1
Exercício 24. Sendo√ A = (1, 2, 5) e r : X = (1, −2, 1) + a(5, 4, 3), determine os pontos
sobre r que distam 16, 4 de A.
Exercício 25. Determine as equações das retas que passam por dois dos pontos A =
(3, 6, −7), B = (−5, 2, 3) e C = (4, −7, −6). Depois, determine as extensões das arestas
de ABC e a área da região triangular associada.
Exercício 26. 1) Verifique que toda reta r contida no plano coordenado Oxy pode ser
descrita por uma equação da forma ax + by + c = 0 (esta é a equação geral de r) e por
uma equação da forma y = mx + n (esta é a equação reduzida de r).
2) Interprete geometricamente os números m e n.
3) Mostre também que − →
v = (a, b) é ortogonal a r.
4) Determine as equações geral e reduzida da reta que contém A = (3, 2) e B = (7, 7).
5) Qual é a posição relativa entre r : y = 3x − 4 e s : 2x + 6y − 5 = 0?
Exercício 27. Seja r a reta determinada por A = (1, 0, 1) e B = (3, −2, 3). Verifique se
P = (−9, 10, −9) pertence a r. Obtenha dois vetores diretores de r e dois pontos de r,
distintos de A e B.
Exercício 28. Sejam X = (−5, 2, 3) e Y = (4, −7, −6). Escreva equações nas formas
←→
vetorial, paramétrica e simétrica para a reta XY . Verifique se A = (3, 1, 4) está nesta
reta.
Exercício 29. Dados P = (1, 2, 3) e −→u = (3, 2, 1), escreva equações da reta que contém
−
→
P e é paralela a u , nas formas vetorial, paramétrica e simétrica. Obtenha dois vetores
diretores unitários desta reta.
Exercício 30. Obtenha dois pontos e dois vetores diretores da reta dada por
x=1−a
y=a
z = 4 + 2a
Verifique se M = (1, 3, −3) e N = (−3, 4, 12) pertencem à reta.
2x − 1 1−y
Exercício 31. Mostre que as equações = = z + 1 descrevem uma reta,
3 2
escrevendo-as na forma simétrica. Exiba um ponto e um vetor diretor da reta.
Exercício 32. Use somente números inteiros para escrever uma equação vetorial da reta
que contém o ponto
√ médio
√ do segmento de reta de extremidades (1, 1, 3) e (3, 1, −1) e tem
√
3 3 3 3
vetor diretor ( , ,− ).
49 98 7
Π : X = A + p−
→
u + q−
→
v , ∀p, q ∈ R,
diretor. . u . X 2+ v = Y1+2 u
Para cada q ∈ R fixado, existe um Yq Yq X1 .
igual a A+q − →
v e então X = A+p− →u +q −→
v = X2
rp
−
→
Yq + p u é a equação vetorial da reta sq sq .
que passa por Yq e tem − →
u como um vetor . Xp
Xp+q v = Yq +p u
diretor. A interseção de rp e sq e o ponto
Xp + q − →
v = Y q + p− →u.
Isto significa que podemos pensar em
um sistema de coordenadas no plano usando A, − →u e− →v , tal que s0 : X = A + p− →
u é o eixo
−
→
das abscissas e r0 : X = A + q v é o eixo das ordenadas. A unidade de distância em s0 é
|−
→u |, em r0 , é |−
→
v |.
2 . Pode-se utilizar vários pares de vetores não paralelos entre si para definir várias
a
3a . Suponha planos Π, Σ (Sigma: o ’S’ latino) e ∆ (delta maiúsculo, o ’D’ latino) que
admitem − →
u e −→v como vetores diretores. Fixando, ao acaso, A ∈ Π, B ∈ Σ e C ∈ ∆,
então Π : X = A + p− →
u + q− →
v , Σ : X = B + p−→
u + q−
→
v e ∆ : X = C + p−
→u + q−→v.
Sendo (O, ε) um sistema de coordenadas, segundo o qual A = (x1 , y1 , z1 ), X = (x, y, z),
−
→u = (u1 , u2 , u3) e −→v = (v1 , v2 , v3 ), então X = A + p−
→
u + q−→
v ⇔ (x, y, z) = (x1 , y1 , z1 ) +
p(u1 , u2 , u3) + q(v1 , v2 , v3 ) ⇔
x = x1 + pu1 + qv1
y = y1 + pu2 + qv2 (5)
z = z1 + pu3 + qv3
Exemplo 28. Seja Π um plano que contém A = (1, −2, 3) e é paralelo a − →u = (1, 4, 7) e
−
→v = (5, −6, 7). A equação vetorial de Π é simplesmente (x, y, z) = (1, −2, 3) + p(1, 4, 7) +
q(5, −6, 7), ∀p, q ∈ R. As equações na forma paramétrica são
x = 1 + p + 5q
y = −2 + 4p − 6q
z = 3 + 7p + 7q
Exemplo 29. Como proceder para determinar as equações de Π que passa por (que
contém) A = (4, 3, 2), B = (8, −4, 6) e C = (−1, −2, 3)?
É suficiente fixar um ponto sobre Π e dois vetores diretores (não paralelos entre si),
−→ −→
digamos A, AB = (4, −7, 4) e AC = (−5, −5, 1). Então X = (x, y, z) ∈ Π ⇔ X =
−→ −→
A + pAB + q AC. Portanto, a equação vetorial de Π é (x, y, z) = (4, 3, 2) + p(4, −7, 4) +
q(−5, −5, 1), ∀p, q ∈ R. As equações paramétricas de Π são
x = 4 + 4p − 5q
y = 3 − 7p − 5q
z = 2 + 4p + q
! ! !
u u u u u u
se e somente se (x − x1 ) det 2 3 − (y − y1 ) det 1 3 + (z − z1 ) det 1 2 =
v2 v3 v1 v3 v1 v2
a(x − x1 ) + b(y − y1 ) + c(z − z1 ) = ax + by + cz − ax1 − by1 − cz1 = 0. Denotando
d = −ax1 − by1 − cz1 = −(ax1 + by1 + cz1 ), temos finalmente
ax + by + cz + d = 0 (6)
Exercício 37. Determine uma equação geral para o plano que contém A = (9, −1, 3) e é
paralelo a −
→
u = (2, 5, 5) e −
→
v = (1, 1, 1).
Exercício 38. Obtenha um vetor normal para o plano que intercepta os eixos coordenadas
em X = (4, 0, 0), Y = (0, −3, 0) e Z = (0, 0, 11).
Exemplo 30. r : (x, y, z) = (1, 1, 4) + a(1, 3, 2) e s : (x, y, z) = (−4, −2, −3) + b(2, 2, 3).
1 + a = −4 + 2b
Basta resolver o sistema 1 + 3a = −2 + 2b . Por exemplo, da 2a equação, tira-se a =
4 + 2a = −3 + 3b
−3 + 2b −3 + 2b 2
e a substituição na 1a equação leva a 1 + = −4 + 2b ⇒ b = −4 + 2b ⇒
3 3 3
2b = −12 + 6b ⇒ b = 3 e a = 1. Agora é só testar: substitua a por 1 na equação de r e b
por 3 na de s, o resultado é o ponto (2, 4, 6) comum às retas, portanto temos duas retas
concorrentes (logo coplanares).
Nota: o que foi feito com equações vetoriais, pode ser feito com equações paramétricas
e equações na forma simétrica.
x−5 y+2 z − 13
Exemplo 31. r : = = e Π : 6x + 2y + 2z − 16 = 0.
1 −1 4
y+2
x−5=
−1 y+2
Deve-se resolver o sistema y + 2 = z − 13 . Isolando y em x − 5 = ez
−1 4 −1
6x + 2y + 2z − 16 = 0
y+2 z − 13
em = , tem-se y = −x + 3 e z = 4x − 7. Então 6x + 2y + 2z − 16 = 0 ⇒
−1 4
6x + 2(−x + 3) + 2(4x − 7) − 16 = 12x − 24 = 0 ⇒ x = 2, y = 1 e z = 1. Portanto,
(2, 1, 1) é o ponto comum à reta e ao plano, temos a situação de uma reta que intercepta
um plano, mas não é subconjunto deste.
Nota: o que foi feito com equação na forma simétrica de reta e equação geral de plano,
pode ser feito com os outros tipos de equações.
Exemplo 32. Π : (x, y, z)= (1, 3, −1)+p(3, 4, 2)+q(−2, −1, 3) e Σ : 6x+y −11z −20 = 0.
x = 1 + 3p − 2q
y = 3 + 4p − q
Basta resolver o sistema com cinco incógnitas. No entanto, é
z = −1 + 2p + 3q
6x + y − 11z − 20 = 0
mais fácil converter (x, y, z) = (1, 3, −1) + p(3, 4, 2) + q(−2, −1, 3) para a forma geral e
resolver um sistema com duas equações e três incógnitas. De fato (3, 4, 2) ∧ (−2, −1, 3) =
(14, −13, 5) implica que Π : 14x − 13y + 5z + 30 = 0. Assim, Π ∩ Σ será o conjunto solução
do sistema de equações
14x − 13y + 5z + 30 = 0
6x + y − 11z − 20 = 0
S n
n
. s
E
u
P .A r
v
s
P
.
m .
B
m
D
.
t
C
r
.
t
x
= 1 + 2a
ou paralelas distintas, e isto é feito pela análise da interseção entre r : y = 3 + 3a
z = 4a
x
= −4b
e s : y = −6b . Igualando as equações de mesma coordenada, ocorre 1 + 2a =
z = 4 − 8b
a 1
−4b, 3 + 3a = −6b, 4a = 4 − 8b. Isolando b na primeira equação, tem-se b = − − ,
2 4
3
substitua b na segunda equação e o resultado é a equação 3a + 3 = 3a + , sem solução.
2
Não há ponto comum. Uma vez que r e s são paralelas distintas, há somente um plano que
as contém e se torna necessário e suficiente determinar um ponto e dois vetores diretores.
Aproveite A = (1, 3, 0) e −
→
r = (2, 3, 4). Para achar um outro vetor diretor, tome B ∈ s,
−→
digamos B = (−4, −6, −4), com o qual se estabelece AB = (−5, −9, −4). Portanto,
x = 1 + 2p − 5q
y = 3 + 3p − 9q
z = 4p − 4q
É necessário calcular os coeficientes das equações gerais dos dois planos. Para Π, (1, 1, 2)∧
(3, 3, 1) = (−5, 5, 0), logo a = −5, b = 5, c = 0. Usando (4, 2, 4), tem-se d = 10. Para
Σ, (1, 1, 1) ∧ (5, 3, 4) = (1, 1, −2), logo m = 1, n = 1, p = −2. Usando (2, 1, 2), tem-se
q = 1. É imediato que não existe número k 6= 0, tal que a = km, b = kn, c = kp, logo
os planos em questão são transversais. Outro modo: os vetores (−5, 5, 0) e (1, 1, −2) não
são paralelos entre si, isto impede que os planos sejam paralelos, logo são transversais.
Devido à esta transversalidade, é óbvio que Π ∩ Σ é uma reta; os pontos sobre a reta são
1 1
da forma (x, x − 2, x − ) (verifique!). Logo (0, −2, − ) é um ponto de Π ∩ Σ.
2 2
Exercício 43. Estude a posição relativa de r : X = (1, 1, 1)+a(3, 2, 1) e Π : X = (1, 1, 3)+
a(1, −1, 1) + b(0, 1, 3). Se forem transversais, obtenha o ponto comum.
Exercício 44. Calcule os valores de a, b ∈ R para que r : X = (b, 2, 0) + c(2, a, a) esteja
contida em Π : x − 3y + z − 1 = 0.
Exercício 45. A reta t é paralela a Oxz, está contida em Π : x + 2y − z − 2 = 0, e é
concorrente com s : X = (2, 1, 1) + a(1, 0, 2). Determine uma equação vetorial de t.
−→ →
Qualquer ponto B = (x, y, z) sobre o plano faz com que AB.− v = 0, isto é, (x − 3)2 + (y −
4)(−1) + (z − 1)3 = 0. Assim, 2x − y + 3z − 5 = 0 é a equação geral deste plano. Note
que os três primeiros coeficientes da equação geral são exatamente as coordenadas de − →v!
Exemplo 38. Obter uma equação vetorial para a reta que contém A = (1, 3, 7) e é
perpendicular a Π : 2x − y + z − 6 = 0.
É muito simples, basta aproveitar o vetor normal a Π como vetor diretor, assim (x, y, z) =
(1, 3, 7) + a(2, −1, 1) é a equação vetorial da reta procurada.
Exercício 46. O objetivo é decompor − →v = (−3, 1, −3) como a soma de dois vetores, um
paralelo e outro ortogonal ao plano (x, y, z) = (1, 2, 3) + p(1, −2, −2) + q(2, 3, 1).
Exercício 48. Mostre que a (x, y, z) = (4, 3, 7)+a(−1, −1, 1) intercepta 3x−y+z−10 = 0
segundo 10, 025◦ .
Exercício 49. Qual é o ângulo formado pelo plano que intercepta os eixos coordenados
em (−5, 0, 0), (0, 2, 0), (0, 0, 1), e (x, y, z) = (3, 0, 2) + p(1, 2, 1) + q(−3, 4, 2)?
a única que se utiliza neste curso, se justifica porque em R3 a linha mais curta ligando
dois pontos quaisquer é o segmento de reta limitado por aqueles pontos. A fim de se
estender este conceito para conjuntos, a geometria euclidiana nos ensina que é necessário
e suficiente utilizar retas perpendiculares:
1) Seja A = (x1 , y1 , z1 ) não contido em r : (x, y, z) = B+b−
→
r = (x2 , y2, z2 )+b(r1 , r2 , r3 ).
←→
É fácil ver que, dentre os segmentos AX (X ∈ r), o mais curto é AA′ , tal que AA′ ⊥ r.
Existem duas opções, uma exige determinar A′ , em que
A
Sem fazer uso de A′ , seja C = B + − →
.
r . A área
1 −→ −−→ 1 −−→
de ABC é igual a |BA ∧ BC| e a |BC|d(A, A′), logo
.
B
2 2 r
−→ − →
.
C
|BA ∧ r |
.
d(A, A ) =
′
. X .
ap. 20
−
→
|r| A’
Note que B e C são irrelevantes, se forem trocados por outros pontos de r, a distância
não varia!
2) Seja A = (x1 , y1 , z1 ) não contido em Π : (x, y, z) = B + p− →u + q−
→
v = (x2 , y2, z2 ) +
p(u1 , u2 , u3) + q(v1 , v2 , v3 ). O raciocínio é idêntico ao do item (1): dentre os segmentos
←→
AX, com X ∈ Π, o mais curto é AA′ , tal que AA′ ⊥ Π.
−−→ →
A. A′ é tal que A′ A e −
n são paralelos entre si, em que
.C
este último é escolhido dentre os que são normais a Π.
Basta então resolver o sistema
. A’ P
A′ = (x2 , y2 , z2 ) + a1 (u1 , u2, u3 ) + a2 (v1 , v2 , v3 )
X. n
−−→
. A′ A = k −
→n
B
e calcular d(A, A′ ) que é a distância de A até Π. A
fim de evitar determinar A′ , escolha B ∈ Π e um vetor
−
→
qualquer n normal a Π, com origem em B. ap. 21
−→ →
−→ −
→ |BA.−n|
Então a projeção de BA sobre n mede d(A, A ) = ′
−
→ . ap. 22
|n|
−→ → −
−
→ −
→ −
→ |BA.− u ∧→ v|
Claro que n = u ∧ v é uma excelente escolha e então d(A, A ) = ′
−
→ −
→ . Em
|u ∧ v|
termos de coordenadas, A = (x , y , z ), B = (z , y , z ), −
1 1 1
→u = (u , u , u ), −
2 2 2
→v = (v , v , v ),
1 2 3 1 2 3
|a(x1 − x2 ) + b(y1 − y2 ) + c(z1 − z2 )| |ax1 + by1 + cz1 + d|
ocorre de d(A, A ) = ′ √ = √ , em
a2 + b2 + c2 a2 + b2 + c2
que a, b, c, d são os coeficientes da equação geral de Π.
Algumas conseqüências:
1a . A distância entre retas paralelas distintas r e s é obtida escolhendo um A ∈ r e
−→ →
|BA ∧ − r|
um B ∈ s, de modo que d(r, s) = −
→ . P
|r|
2a . A distância entre retas reversas r e s. Há .
um único plano Π que contém r e é paralelo a s (de r s =n
<
equação X = B +p− →r +q −
→s ), ocorre então de −→r ∧−
→s
ser normal a Π. A −→ distância entre as retas é então r
−
→
|BA. r ∧ s |−
→ s
igual a d(r, s) = . B
|−
→r ∧−→ A
.
.
s| s
Note que existe um único ponto R ∈ r e um
único ponto S ∈ s tais que d(R, S) ≤ d(X, Y ), ∀X ∈ r
−→ → −→ →
r, Y ∈ s. Para encontrá-los, observe que RS.− r = 0 e RS.−
s = 0.
3 . A distância entre planos paralelos Π e Σ é obtida escolhendo um A ∈ Π e um
a
−→ → −
|BA.− u ∧→ v|
B ∈ Σ, de modo que d(Π, Σ) = −
→ −
→ .
|u ∧ v |
Exercício 50. Determine o lugar geométrico dos pontos que equidistam de A = (1, 3, 4),
B = (6, −2, −1) e C = (1, −1, 1).
Exercício 53. Calcule uma equação vetorial da reta r que dista 1 de P = (1, 2, 1), é
concorrente com s : X = (−1, 1, 1) + a(0, −1, 2) e paralela a t : 2x − z − 1 = y = 2.
Exercício 55. Obtenha uma equação geral do plano que contém A = (1, 1, −1) e B =
(2, 1, 1) e dista 1 de r : X = (1, 0, 2) + a(1, 0, 2).
6 Cônicas
Capítulo 6
Cônicas
Por cônica entende-se um conjunto C ⊂ R2 associado a um polinômio do 2o grau
f (x, y) = a1 x2 + a2 xy + a3 y 2 + b1 x + b2 y + c nas variáveis x e y (tem-se aj 6= 0 para pelo
menos um dos j = 1, 2, 3), tal que (x, y) ∈ C ⇔ f (x, y) = 0 . Os elementos de f :
1. a1 x2 e a3 y 2 são os termos quadráticos.
2. a2 xy é o termo quadrático misto.
3. b1 x e b2 y são os termos lineares.
4. c é o termo independente.
Esses são os únicos tipos de cônicas, sendo que o conjunto vazio, um ponto, uma reta,
ou um par de retas (concorrentes, paralelas) são conhecidos como cônicas degeneradas.
Serão estudadas as demais cônicas que são a elipse, a hipérbole e a parábola.
x2 y 2
+ 2 =1
a2 b
ap. 23 onde b2 = a2 − c2 .
Já a elipse de focos F1 = (0, −c) e F2 = (0, c) ∈ Oy tem equação reduzida
x2 y 2
+ 2 =1.
b2 a
x2 y 2
Se X = (x, y) satisfaz 2 + 2 = 1 então a distância de X a cada um dos focos e dada
a b
cx cx
ap. 24 por d(X, F1 ) = a + e d(X, F2 ) = a − .
a a
4√ 4√
Exemplo 40. Para a = 5, b = 4 e x = 2, somente X1 = (2, 21) e X2 = (2, − 21)
5 5
x2 y 2
pertencem à elipse E : + = 1.
25 16 Oy
O esboço de uma elipse.
x2 .( 0 ,b)
A análise da equação reduzida 2 + (-x,y )
a . .P = ( x,y )
2
y b
= 1 indica que se (x, y) está na elipse
b2
c
então (−x, −y), (x, −y) e (−x, y) também
. a,0
( )
x2 y2
. . . .
(-a,0)
F1 O F Ox
estão. E como a > b, tem-se 2 + 2 ≤ 2
a a
x2 y2 x2 y2 x2 + y 2
+ ≤ + ⇒ ≤ 1 ≤
a2 b2 b2 b2 a2
. .
(-x,-y) ( x,-y )
x +y
2 2
⇒ b ≤ x + y ≤ a , ou seja,
2 2 2 2 .
(0 ,-b)
b2
os pontos da elipse encontram-se na região a
limitada pelos círculos de centro em O e raios a e b.
Os pontos extremos A1 = (−a, 0), A2 = (a, 0), B1 = (0, −b) e B2 = (0, b) são os
vértices da elipse. A corda A1 A2 é o eixo maior, a corda B1 B2 é o eixo menor.
x2 y2
Pode-se provar que uma equação da forma + = 1 descreve sempre uma elipse
p q
se e somente se p 6= q são positivos.
Exemplo 41. Obter oito pontos sobre a elipse associada aos números p = 16 e q = 9.
√ √ x2 y2
a = p = 4 e b = 9 = 3 indicam elipse E : + = 1 limitada pelo retângulo
16 9
{(x, y); −4 ≤ x ≤ 4, −3 ≤ y ≤ 3} e os pontos óbvios √são (−4, 0), (4,
√0), (0, 3) e (0,
√ −3).
3√ 3 15 3 15 3 15
Tomando x = ±1 em y = ± 16 − x2 , obtém-se (1, ), (−1, ), (1, − )e
√ 4 4 4 4
3 15
(−1, − ).
4
A. T. Béhague - Prof. Doutor IME/UERJ 45 Geometria Analítica - 2021/2
6 Cônicas 6.1 Elipses
Exemplo 42. Mostre que 4x2 + 169y 2 = 676 é a equação reduzida de uma elipse.
4x2 169y 2 x2 y2
É pois 676 = 4 × 169 e então + = 2 + 2 = 1.
676 676 13 2
Exemplo 43. Calcule o afélio (maior distância do Sol) e o periélio (menor distância do
Sol) de nosso planeta, sabendo que 2c = 5 × 106 km e 2a = 299, 2 × 106 km.
299, 2 5
O afélio é igual a a + c = ( + ) × 106 = 152, 1 × 106 km, o periélio é igual a
2 2
a − c = 147, 1 × 106 .
x2 y2
E1 : + = 1 é bem mais parecido com o círculo de equação x2 + y 2 = 4 do que
4, 41 4
x2 y2
E2 : + = 1, pois E1 tem eixo maior e menor medindo 2a = 4, 2 e 2b = 4, E2 tem
9 4 √
c a2 − b2
2a = 6 e 2b = 4. A fim de comparar elipses, usamos a excentricidade = < 1,
√ √ a a
0, 41 ∼ 5 ∼
para E1 é = 0, 305, para E2 é = 0, 745. Comparando, todas os círculos têm
2, 1 3
excentricidade 0, a órbita do planeta Terra tem excentricidade 0, 01671123. ap. 25
Exercício 56. Determine os comprimentos dos eixos maior e menor de uma elipse de
6
excentricidade igual a 0,6 e F1 = (− , 0). Calcule o comprimento da corda que contém
5
F2 e é perpendicular ao eixo maior. Este número é a amplitude focal da elipse, mostre que
2b2
é igual a .
a
16 √
Exercício 57. Determine a elipse com amplitude focal e c = 2 21.
5
Exercício 58. Fica definido um ângulo θ (téta, o ’q’ latino) quando se liga F2 a A2 e a
x2 y2
qualquer ponto X ∈ X : + = 1. Determine o ângulo associado a A1 , A2 , B1 e B2 .
9 2
Desenvolva uma expressão para d(X, F2 ) que leve em conta θ.
Exercício 59. Qual é a distância de um foco de uma elipse a cada um dos extremos do
eixo menor?
x2 + 4y 2 − 16 = 0
x2 + y 2 − 9 = 0
.
C
x1 x y1 y
O ponto de tangência (x1 , y1) é fundamental para se determinar a tangente t : + =
9 25
1. Os coeficientes da equação de t devem ser proporcionais aos coeficientes de 4x+ y −3 =
x1 y1 25x1
0, assim −
→
n = (4, 1) é normal à reta dada e − →
m = ( , ) é normal a t. Logo y1 = .
9 25 36
25x1 x2 1 25x1 2 144x21 25x21 132 x21
Como (x1 , y1 ) = (x1 , ) ∈ E, vale 1 = 1 + ( ) = + =
36 9 25 36 362 362 362
36 36 25
e x1 = ± . Conclusão, ( , ) é o ponto de tangência da reta t1 : 4x + y − 13 = 0,
13 13 13
36 25
(− , − ) é o ponto de contato da reta t2 : 4x + y + 13 = 0.
13 13
36 25 36 25
Exercício 61. Determinar a equação da reta normal a E em ( , ) e em (− , − ).
13 13 13 13
Finalmente, qualquer ponto A determina retas t tangente e n normal à uma elipse,
bem como os ângulos indicados.
n
Oy
A. a
t d g b
. . .
F1 O F2 Ox
x2 y2
Pode-se provar facilmente que uma equação da forma + = 1 descreve uma
p q
hipérbole se e somente se p e q têm sinais contrários.
Exemplo 46. Obter seis pontos sobre a hipérbole associada aos números p = 16 e q = −9.
√ √ x2 y2
a = 16 = 4 e b = 9 = 3 indicam uma hipérbole de equação reduzida − =1e
16 9
3√ 2 9 9
vértices (−4, 0) e (4, 0). Tomando x = ±5 em y = ± x − 16, obtém-se (5, ), (5, − ),
4 4 4
9 9
(−5, ) e (−5, − ).
4 4
√
c a2 + b2 x2 y2
O número = > 1 é a excentricidade de H : 2 − 2 = 1, quanto
a a s a b
2
c b c b
maior for , maior serão os coeficientes angulares = − 1 e − das assíntotas.
a a a 2 a
Duas hipérboles de mesma excentricidade têm ramos limitados por assíntotas igualmente
inclinadas. ap. 32
Oy
. n t
.
m A
n
. t
.O
Ox
s .
H1 H2
x2 y 2
Os vetores normal e tangente à uma hipérbole H : + = 1 em A = (x1 , y1 ) ∈ H
p q
−
→ −
→ y1 x1
têm as mesmas formas daqueles vistos nas elipses, t1 = (py1 , −qx1 ) e t2 = ( , − )
q p
x1 y1
são tangentes, − →
n1 = (qx1 , py1 ) e − →
n2 = −( , ) são normais.
p q
−
→
ap. 33 A reta tangente em A tem as mesmas equações vistas nas elipses, (x, y) = A + m t =
x1 y1
(x1 , y1 ) + m(py1 , qx1 ), qx1 x − py1 y − pq = 0 e x − y = 1.
p q
Exercício 65. Se e = 2, a = 10 e o eixo focal é subconjunto do eixo-x, determine a
equação geral da reta tangente em (x0 , x0 ). Depois, determine dois pontos, sobre a curva,
que distam 60.
Exemplo 47. Determinar as equações das retas tangentes a H : 3x2 −y 2 = 39 que passam
por A = (1, −9). Calcule também as equações das retas normais.
Primeiro um teste: 3 − (−9)2 = −78 6= 39 indica que A 6∈ H, então há uma reta tangente
x2 y 2 x2 y 2
ao ramo H1 : − = 1 e outra tangente ao ramo H2 : − = 1, ambas passando por
13 39 13 39
x1 x y1 y x1 y1 (−9)
A. A reta tangente tem equação − = 1 e passa por (1, −9), logo − =
13 39 13 39
13 − x1 x2 1 13 − x1 2 −1 ± 9
1 ⇒ y1 = ⇒ 1 − ( ) = 1 ⇒ x21 + x1 − 20 = 0 e x1 = . Os
3 13 39 3 2
pontos de tangência são B = (−5, 6) ∈ H1 e C = (4, 3) ∈ H2 , a reta tangente em B
5x 6y
tem equação − − = 1 e 5x + 2y + 13 = 0. A reta tangente em C tem equação
13 39
4x 3y
− = 1 e 4x − y − 13 = 0. A reta normal em B tem equação 2x − 5y + a = 0, a reta
13 39
normal em C tem equação x + 4y + b = 0, em que a e b são calculados através de pontos
conhecidos. Assim, 2x − 5y + 40 = 0 e x + 4y − 16 = 0.
x2 y 2
Exercício 66. Mostre que r : 3x−7y +1 = 0 não é assíntota de − = 1, mas paralela
49 9
a uma, então r ∩ H é um ponto. Esse tipo de reta é tangente a H?
√ x2 y 2
Exercício 67. Conclua que r : 18 2 x − 77y = 0 passa pelo centro de H : − =1e
49 9
por um ponto de H1 , logo passa também por um ponto de H2 .
Oy
.A
a
b
. .
F1 F2 Ox
t
H1 H2
y 2 = 4px. ap. 35
Ox
.B
.
C
s
.D
Capítulo 7
Translações de elipses, hipérboles e parábolas
Até aqui temos tratado de elipses e hipérboles com centro em O = (0, 0) e parábolas
de vértice em O, mas é fácil determinar as equações destas cônicas se for trocado O por
−→
A = (x0 , y0 ). A ideia é somar OA a todos os pontos da cônica.
Oy
__
X. __
F2
yA . .
A
.
X.
. .
F2 xA Ox
x2 y2 x2
Exemplo 50. Considerando-se A = (4, −1), a translação de E : + = 1, H : −
9 5 21
y2 (x − 4)2 (y + 1)2
= 1 e P : y 2 = 6x define as mesmas linhas com novas equações E : + =
4 9 5
A. T. Béhague - Prof. Doutor IME/UERJ 55 Geometria Analítica - 2021/2
7 Translações de elipses, hipérboles e parábolas
(x − 4)2 (y + 1)2
1, H : − = 1 e P : (y − 4)2 = 6(x + 1), sendo que E e H têm centro A, e
21 4
P tem vértice em A.
Verifica-se que E e E apresentam os mesmos parâmetros geométricos.
√ De fato, para
E, tomando y = 0, tem-se x = ±3. E para x = 0, tem-se y = ± 5. Assim, a = 3, b =
√ 2 (x − 4)2
5, c = 2 e e = . Para E, y = −1 conduz a = 1 e x = 4 ± 3. Já x = 4 implica
3 9
(y + 1) 2 √ √ 2
em = 1 e y = −1 ± 5. Logo a = 3, b = 5, c = 2 e e = .
5 3
O mesmo vale para H e H, bem como com P e P.
8 Superfícies
Capítulo 8
Superfícies
Uma superfície é um conjunto S ⊂ R3 associado à uma expressão f (x, y, z), tal que
(x, y, z) ∈ S ⇔ f (x, y, z) = 0 .
B.
Oz
e3 S
.A
.
e2
. Oy
e1 O .C
.
Ox
função f D.
. . .
f ( A ) = f C =0
( ) f ( B )=b f ( D ) =d
(x − x0 )2 + (y − y0 )2 + (z − z0 )2 = ρ2
e equação geral x2 + y 2 + z 2 − 2x0 x − 2y0y − 2z0 z + x20 + y02 + z02 − ρ2 = 0 (ρ: rho, ’r’
latino), ou seja, x2 + y 2 + z 2 + b1 x + b2 y + b3 z + c = 0.
Oz
e3 .
X r
e2
Oy
.
C
.
e1 O
Ox
Exemplo 51. x2 + y 2 + z 2 − 4x + 2y − 8z + 5 = 0.
Completando quadrados, x2 + y 2 + z 2 − 4x + 4 − 4 + 2y + 1 − 1 − 8z + 16 − 16 + 5 =
x2 −4x+4+y 2 +2y+1+z 2 −8z+16−16+5−4−1 = 0 e (x−2)2 +(y+1)2 +(z−4)2 −16 = 0,
equação reduzida da esfera de centro (2, −1, 4) e raio 4.
Exemplo 52. A quádrica associada à esfera de centro (1, 4, 2) e raio 3.
É a equação reduzida (x − 1)2 + (y − 4)2 + (z − 2)2 = 9; desenvolvendo-a, tem-se (x −
1)2 + (y − 4)2 + (z − 2)2 = 9 e x2 + y 2 + z 2 − 2x − 8y − 4z + 12 = 0.
Vamos considerar agora os seguintes conjuntos:
1. [z = p] = {(x, y, p); x, y ∈ R} plano horizon-
Oz
tal paralelo a Oxy, intercepta Oz em (0, 0, p) e tem
. (0,0,4)
[z=4] .
(1,-2,4) [y=3] equação geral z − p = 0.
2. [x = p] = {(p, y, z); y, z ∈ R} plano verti-
[z=3] cal paralelo a Oyz, intercepta Ox em (p, 0, 0) e tem
e [y=4] equação geral x − p = 0.
3
. e 2
3. [y = p] = {(x, p, z); x, z ∈ R} plano verti-
[x=4] e O (0,4,0) cal paralelo a Oxz, intercepta Oy em (0, p, 0) e tem
1 . Oy
equação geral y − p = 0.
. Reescrevendo a equação reduzida de uma esfera
(5,1,2) . (2,4,-1) sob a forma (x − x0 )2 + (y − y0 )2 + (z − z0 )2 = ρ2 e
. substituindo z por p, tem-se (x − x0 )2 + (y − y0 )2 =
(5,0,0)
[x=5] r 2 − (p − z0 )2 = ρ20 , equação do círculo em [z = p],
de centro (x0 , y0 , p) e raio ρ0 .
Ox
Oz
(x0 , y0 ,p)
.
[z=p]
e3
. e2
e1 O
y=y0
y= y0+1
Oz
z=z 0+1
e3
e2 .C x=x 0
. Oy
e1 O
Ox x=x 0+1
z=z 0
z=z 0 -1
equação do círculo de centro (2, 1, 2), raio 7, subconjunto do plano horizontal [z = 2].
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
+ + =1
a2 b2 c2
y=y0
y= y0+1
y= y0 -1 Oz
z=z 0+1
x=x 0 e3
e2
Oy
.
C .
e1 O
z=z 0
Ox
x=x 0+1
z=z 0 -1
(x − 3)2
Exercício 71. Caracterize a interseção de [x = 2] com a superfície definida por +
4
(y − 1)2 (z − 5)2
+ = 1.
8 2
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
+ − =1
a2 b2 c2
x=x 0 -a y=y0
z= z 0 -1 y= y0 - b y= y0+ b
x=x 0 -1
x=x 0
x=x 0 -a
Oz x=x 0+1 y= y0+1
e3 x=x 0
e2 z=z 0+1
. Oy .C
e1 O
y=y0
Ox z=z 0
z=z 0 -1 y= y0+ b
y= y0+1
x=x 0+1
y= y0 - b
x=x 0+a
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2 (x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
Note que − + = 1 e − + + =1
a2 b2 c2 a2 b2 c2
também definem hiperboloides de uma folha, o primeiro tem eixo distinguido paralelo a
Oy, o segundo tem eixo distinguido paralelo a Ox.
Exercício 72. Determine as equações das retas que estão contidas na quádrica definida
(x − 4)2 (y − 3)2 (z − 5)2
por + − = 1.
9 4 36
Exercício 73. Determine as equações de todas as retas subconjuntos da quádrica de
(x + 1)2 (z − 3)2
equação reduzida − (y − 2)2 + = 1.
3 5
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
− − + =1
a2 b2 c2
pontos (x0 , y0, z0 + c) e (x0 , y0, z0 − c) são os vértices do hiperboloide. A reta que contém
os vértices é o eixo distinguido do hiperboloide.
As interseções de planos horizontais e verticais com um hiperboloide de duas folhas ap. 42
são elipses e hipérboles.
y=y0
z= z 0 -1
x=x 0
z=z 0+2
z=z 0+1
Oz y= y0+1
x=x 0+1
e3 .
e2 y=y0 .C
. Oy z=z 0 - c
O
.
e1 z=z 0+ c
Ox y= y0+1
z=z 0 -1
x=x 0+1
z=z 0 -2
x=x 0
y=y0
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
Note que − − = 1 é um hiperboloide de duas folhas com
a2 b2 c2
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
eixo distinguido paralelo a Ox, e − + − = 1 é um hiperboloide
a2 b2 c2
de duas folhas com eixo distinguido paralelo a Oy.
(x − 5)2 (y − 1)2
Exercício 74. Determine os vértices da quádrica definida por − −
2 7
(z − 3)2
= 1, bem como a interseção com [z = 4].
9
(x − x0 )2 (y − y0 )2
z = z0 + +
a2 b2
x2 y 2 2x0 2y0 x2 y 2 x2 y 2
e equação geral 2 + 2 − 2 x − 2 y − z + 20 + 20 + z0 = 0, ou seja, 2 + 2 + b1 x +
a b a b a b a b
b2 y − z + c = 0.
x=x 0 -1
y= y0 -1 x=x 0 -1
x=x 0 y=y0
y= y0+1
Oz
e3 x=x 0
e2
z=z 0+2
. Oy
e1 O
z=z 0+1
Ox y= y0+1
y=y0 .
V
x=x 0+1
(x − x0 )2 (y − y0 )2
z = z0 − +
a2 b2
x=x 0
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
Observe que z = z0 + − , x = x0 − + ,x =
a2 b2 a2 b2
(y − y0 )2 (z − z0 )2 (x − x0 )2 (z − z0 )2 (x − x0 )2 (z − z0 )2
x0 + − , y = y 0 − + e y = y 0 + −
a2 b2 a2 b2 a2 b2
também definem paraboloides hiperbólicos.
Exercício 76. Analise a interseção de [z = 3], [x = 5] e [y = 4] com a quádrica definida
(x − 1)2 (y + 3)2
por z = 7 − + .
9 5
Exercício 77. Existe hipérbole de amplitude focal 16 sobre a superfície determinada por
(x − 7)2 (y − 2)2
z =1− + ?
2 7
(x − 3)2
Exercício 78. Analise as interseções da quádrica definida por (z − 1)2 = +
16
(y − 7)2
com planos paralelos aos planos coordenados.
4
A. T. Béhague - Prof. Doutor IME/UERJ 64 Geometria Analítica - 2021/2
8 Superfícies 8.8 Quádricas cilíndricas
Exercício 79. Descreva o conjunto cujos pontos (x, y, z) verificam 11x2 − 3y 2 + 44x −
6y − 26 = 0.
Apêndice
1. A diferença está na pequena seta junto a um dos dois pontos. 4 pg16
2. Na figura (1), os segmentos orientados não são paralelos. Na figura (2), os segmentos
orientados são paralelos (= têm mesma direção), mas têm sentidos contrários. E na figura
(3), os segmentos orientados são paralelos, têm mesmo sentido, mas têm comprimentos
diferentes. 4 pg16
−→
É por isso que AB tem 1a coordenada igual a −4, 2a igual a 8 e 3a igual a 2. 4.1 pg17
−
→
Então, o segmento orientado (C, B) representa −
→
a − b = (1 − (−1), 5 − 3, 2 − 4) e,
deste modo,
−
→
|−
→
a − b |2 = |(1 − (−1), 5 − 3, 2 − 4)|2 =
(1 − (−1))2 + (5 − 3)2 + (2 − 4)2 =
12 − 2.1.(−1) + (−1)2 + 52 − 2.5.3 + 32 + 22 − 2.2.4 + 42 =
12 + 52 + 22 + (−1)2 + 32 + 42 − 2.1.(−1) − 2.5.3 − 2.2.4 =
12 + 52 + 22 + (−1)2 + 32 + 42 − 2(1.(−1) + 5.3 + 2.4) (1).
−
→ −
→ −
→
Mas, a lei dos co-senos estabelece |−
→
a − b |2 = |−
→
a |2 + | b |2 − 2|−
→
a || b | cos α, ou seja,
−
→
|−
→
a − b |2 = |(1, 5, 2)|2 + |(−1, 3, 4)|2 − 2|(1, 5, 2)||(−1, 3, 4)| cos α =
12 + 52 + 22 + (−1)2 + 32 + 42 − 2|(1, 5, 2)||(−1, 3, 4)| cos α =
√ q
12 + 52 + 22 + (−1)2 + 32 + 42 − 2 12 + 52 + 22 (−1)2 + 32 + 42 cos α (2).
−−→
|AD| |(x − 3, y − 2, z − 1)|
Em ABD temos cos α = − → = e |(x − 3, y − 2, z − 1)| =
√ |u| |(1, 5, 2)|
30 cos α.
−
→− → −
→ −→ −
→ − → → −−→
−
q E u . v = | u || v | cos α = | v || u | cos α = | v ||AD|, 1.(−1) + 5.3 + 2.4 = 22 =
(−1)2 + 32 + 42 |(x − 3, y − 2, z − 1)|, então,
22
|(x − 3, y − 2, z − 1)| = √ (1).
26
−−→
Ocorre que AD é paralelo a − →v = (−1, 3, 4) e tem mesmo sentido, então
(x − 3, y − 2, z − 1) = m(−1, 3, 4), com m > 0 (2).
√Aplicando módulo em ambos os membros de (2), |(x−3, y −2, z −1)| = m|(−1, 3, 4)| =
m 26 e |(x − 3, y − 2, z − 1)| 1 22 22
m= √ =√ √ = (3).
26 26 26 26
22 22
Substituindo-se m em (2) por , tem-se (x − 3, y − 2, z − 1) = (−1, 3, 4) =
26 26
11 33 44 −−→
(− , , ) = AD.
13 13 13
−−→ 11 33 44 28 59 57
Por curiosidade, D = A + AD = (3, 2, 1) + (− , , ) = ( , , ).
−−→ → 13 13 13 13 13 13
E se α > 90◦ ? Neste caso, AD e − v têm sentidos contrários, vai ocorrer −
→
u .−→
v =
−
→ −
→
| u || v | cos α < 0 e a sequência de cálculos é a mesma do caso α < 90 . 4.1 pg20
◦
−
→ −
→
Em termos de produto interno, −
→
v .−
→
a = |−
→
v ||−
→
a | cos 90◦ = 0 e −
→
v . b = |−
→
v || b | cos 90◦ =
0, então
−
→
Investigando se existem a, b, c ∈ R, tais que a−→u + b−
→v + c−
→w = 0 , tem-se (3a, 2a, 4a) +
(b, b, 3b) + (7c, 4c, 6c) = (3a + b + 7c, 2a + b + 4c, 4a + 3b + 6c) = (0, 0, 0), ou seja,
3a + b + 7c = 0
2a + b + 4c = 0
4a + 3b + 6c = 0
a
A operação da 1a equação menos a 2a equação estabelece a + 3c = 0 e c = − . A
3
a 2a 2a
substituição de c na 1 equação leva a 3a + b + 7(− ) =
a
+ b = 0 e b = − . Estas
3 3 3
expressões de b e c em função de a verificam todas as três equações do sistema, logo
indicam as soluções do sistema.
−
→
Se for considerado a = 3, então b = −2, c = −1 e 3− →
u − 2−→
v −− →
w = 0 . Mas, atenção,
pode-se considerar outros valores para a, b e c, digamos a = 6, b = −4 e c = −2.
3p + q = 7
2p + q = 4
4p + 3q = 6
−→ − −→ −−→ −−→
Pela definição de soma de vetores, tem-se CF = CE + ED + DF .
−
−→ −−→
Ocorre que CE = (3, 0, 0) = 3(1, 0, 0) = 3− →
e1 , ED = (0, 6, 0) = 6(0, 1, 0) = 6− →e2 e
−−→ −
→ −→ −→ −
→ −
→ −
→
DF = (0, 0, 4) = 4(0, 0, 1) = 4 e3 . Portanto, CF = AB = 3 e1 + 6 e2 + 4 e3 .
Note que os números no terno ordenado (3, 6, 4), identificado a − →a , são os escalares da
−
→ −
→ −
→
combinação linear 3 e1 + 6 e2 + 4 e3 .
E a norma de − →a ? Tem-se |−
→a |2 = |3− →
e1 + 6−
→
e2 + 4−→
e3 |2 e, preste muita atenção, o fato de
3 e1 + 6 e2 ser ortogonal a 4 e3 determina que |3 e1 + 6−
−
→ −
→ −
→ −
→ →e2 + 4− →
e3 |2 = |3− →
e1 + 6−→e2 |2 + |4−
→
e3 |2 .
−
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→ −
→
Mas, 3 e1 é ortogonal a 6 e2 , então |3 e1 + 6 e2 | + |4 e3 | = |3 e1 | + |6 e2 | + |4 e3 | .
2 2 2 2 2
Portanto, |−
→a |2 = |3−
→
e1 + 6−→
e2 √+ 4−→
e3 |2 = |3−
→
e1 |2 + |6−→e2 |2 + |4−→
e3 |2 = 32 |−
→e1 |2 + 62 |−
→
e2 |2 +
2 −
→ −
→
4 | e3 | = 3 + 6 + 4 e | a | = 32 + 62 + 42 , como definido anteriormente no texto de
2 2 2 2
aulas.
Conclusão: os vetores −→
e1 , −
→
e2 e −→
e3 facilitam a conversão de vetor como terno ordenado
em vetor como combinação linear destes vetores, e vice-versa. Também, a norma de um
vetor como combinação linear destes vetores é igual a expressão com raiz quadrada já
definida no texto de aulas.
Há uma variação mais simples desta construção geométrica.
−→ −−→ −−→
Ocorre que AC = (3, 0, 0) = 3−
→
e1 , CD = (0, 6, 0) = 6−
→
e2 e DB = (0, 0, 4) = 4−
→
e3 .
−→ −
→ −
→ −
→
Portanto, AB = 3 e1 + 6 e2 + 4 e3 . 4.1 pg23
−3 −8 2
Outra opção: r ⊥ −
−
→ →
p = (2, 1, 7), pois 2.2+3.1−1.7 = 0, e A verifica 2.2−2+7.1−9 = 0.
3 1
2. r : X = (2, −2, 1) + a(2, 3, −1) e t : X = (0, 2, 1) + a(−1, − , ) são paralelas, pois
2 2
−
→ −
→ 3 1
r = (2, 3, −1) e t = (−1, − , ) são L.D. e A = (2, −2, 1) 6∈ t.
−
→ 2 2
De fato, −→
r = −2 t e A = (0, 2, 1) +
3 1
a(−1, − , ) indica 2 = −a, −2 = 2 −
2 2
3a a
, 1 = 1 + com a = −2 na 1a equa-
2 2
8
ção e a = para a 2a e a = 0 para a 3a .
3
3. r : X = (2, −2, 1) + a(2, 3, −1) e
m : X = (−1, 4, 1) + b(4, −1, −1) são con-
correntes, pois −→
r = (2, 3, −1) e − →m =
(4, −1, −1) são L.I. e r ∩ m 6= ∅.
De fato, −
→r = c− →
m indica 2 = 4c, 3 =
1
−c, −1 = −c com c = na 1a equação,
2
c = −3 na 2a e c = 1 na 3a .
E 2 + 2a = −1 + 4b, −2 + 3a = 4 − b, 1 − a = 1 − b
3 5 1
indicam a = b = e, então, (5, , − ) é o ponto comum às retas.
2 2 2
4. r : X = (2, −2, 1) + a(2, 3, −1) e s : X = (−1, 4, 1) + b(−1, 2, 3) são reversas, pois
−
→ →
− −→
r , s , AB são L.I.
e r ∩ s =∅.
2 3 −1
De fato, det −1 2 3 = −63 e 2 + 2a = −1 − b, −2 + 3a = 4 + 2b, 1 − a = 1 + 3b
−3 6 0
não tem solução.
−3 −8 2
(1, 0, 1) + p(1, 5, −1) + q(−3, −8, 2) indica
−1 = 1 + p − 3q, 4 = 5p − 8q, 4 = 1 − p + 2q
sem solução.
Outra opção: − →
n ⊥− →p = (2, 1, 7), pois
5.2 − 3 − 7 = 0, e E estabelece 2.(−1) +
4 + 7.4 − 9 = 21.
6. s : X = (−3, 1, 2) + a(−1, 2, 3)
é transversal a Π : X = (1, 0, 1) +
p(1, 5, −1) + q(−3, −8, 2) (Π : 2x + y +
7z − 9 = 0), pois − →
s = (−1, 2, 3), →−u =
→
−
(1, 5, −1), v = (−3, −8, 2) sãoL.I.
−1 2 3
De fato, det 1 5 −1 = 21.
−3 −8 2
Outro modo, − →s e−
→p = (2, 1, 7) não são ortogonais, pois −2 + 2 + 21 6= 0.
7. Π : 2x + y + 7z − 9 = 0 e Σ : 2x + y + 7z − 25 = 0 são paralelos, pois os vetores
normais são L.D. e Π ∩ Σ = ∅.
Defato, os vetores normais são igual.
2x + y + 7z − 9 = 0
E é um sis-
2x + y + 7z − 25 = 0
tema de equações lineares sem solução (a
subtração das duas, membro a membro,
leva a 16 = 0).
Outra opção: os coeficientes 2, 1, 7, −9
do 1o plano não são proporcionais aos
coeficientes 2, 1, 7, −25 do 20 .
8. Π : 2x + y + 7z − 9 = 0 e
∆ : 5x + y − 2z + 10 = 0 são transversais,
pois os vetores normais são L.I.
De fato, os vetores normais são igual.
Outra opção: os coeficientes 2, 1, 7 do
1o plano não são proporcionais aos coeficientes 5, 1, −2 do 20 .
5.4 pg37
−
→
r .−
→s (−1, 0, 1).(3, −2, 3) 0
a(−
→r ,−
→s ) = arccos −→ −
→ = arccos = arccos √ √ = 90◦ ⇒
| r || s | |(−1, 0, 1)||(3, −2, 3)| 2 22
r e s são ortogonais.
−
→ −
→
−
→ −
→ r.t (−1, 0, 1).(1, 2, −2) 3
a( r , t ) = arccos −→ → = arccos |(−1, 0, 1)||(1, 2, −2)| = arccos − √
− = 135◦ >
| r || t | 23
90◦ ⇒ r e t formam 180◦ − 135◦ = 45◦.
−
→
r .−
→n (1, −1, −4).(1, 2, 2) 9
−
→ −
→
a( r , n ) = arccos − = arccos = arccos − √ = 135◦ >
→ −
→ |(1, −1, −4)||(1, 2, 2)|
| r || n | 3 23
90◦ ⇒ r e Π formam 135◦ − 90◦ = 45◦ .
5.7 pg41
−→
20. Agora o cálculo direto. Sendo B = (3, 8, 6), segue que BA = (−4, −6, −1) e
−→ →
−→ − → |BA ∧ −r|
BA ∧ r = (−4, −6, −1) ∧ (1, 3, 4) = (−21, 15, −6). Então, d(A, r) = −
→ =
√ |r|
|(−21, 15, −6)| 702 √
= √ = 3 3. 5.7 pg42
|(1, 3, 4)| 26
5.7 pg42
−→
22. Agora o cálculo direto. Sendo B = (1, 3, 5) ∈ Π, segue que BA = (6, 5, 1) e
−→ →
−→ −→ |BA.−n| 28 28 √
BA. n = (6, 5, 1).(2, 3, 1) = 28. Então, d(A, Π) = −
→ = = √ = 2 14.
|n| |(2, 3, 1)| 14
5.7 pg42
+ =1⇒
64 25
75 √
16 + 8t1 m + t1 m 2 2 + 5 3 t2 m + t22 m2
+ 4 =1⇒
64 25
√ 75
t21 m2 t22 m2 8t1 m 5 3 t2 m 16
+ + + + + 4 =1⇒
64 25 64 √ 25 64 25
t21 t22 2 8t1 5 3 t2
( + )m + ( + )m = 0 ⇒
64 25 64 25
√
t21 t22 8t1 5 3 t2
m[( + )m + ( + )] = 0.
64 25 64 25
√
8t1 5 3 t2
+
Em consequência, m = 0 e m = − 64 2 25 são os candidatos à solução. Ocorre
t1 t22
+
64 25
que o número de valores para m é igual ao número de pontos comuns à elipse√e à reta.
5 3
Se m for diferente de zero, além de A existe o ponto B = (4 + t1 m, + t2 m).
√ 2 √
8t1 5 3 t2 −
→ 8 5 3
Então, m = 0 = + e esta expressão é o produto interno de v = ( , )
−
→ 64 25 64 25
por t = (t1 , t2 ). √ √ √ √
8 5 3 4 5 3 8 5 3 25.8 64.5 3
Agora, muita atenção: ( , ) = 2( , ) e ( , ) = ( , ) =
64 25 √ 64 25.2 64 25 25.64 64.25 √
1 √ 2 5 3 −
→ −
→ 5 3
(25.8, 64.5 3) = (25.4, 64. ), então, pode-se trocar v por n1 = (25.4, 64. )
25.64 √ 25.64 2 √ √ 2
4 5 3 −
→ 5 3 −
→ 5 3 4
e por − →
n2 = ( , ), de modo que t1 = (64. , −25.4) e t2 = ( , − ) servem
64 25.2 2 25.2 64
como vetores tangentes à elipse em A. √
x2 y2 8 2 −
→
Exemplo: para + = 1 e A = (2, ), o vetor tangente natural é t =
√36 16 3
8 2 √ √
(py1 , −qx1 ) = (36. , −16.2) = (96 2, −32) = 32(3 2, −1). 6.1 pg47
3
Portanto, qualquer ponto da elipse possui 1a coordenada no intervalo fechado [−a, a].
x2 y 2
Exemplo: os pontos de + = 1 têm 1a coordenada no intervalo fechado [−8, 8].
64 9
x2 y 2
− 2 = 1: a diferença de dois quadrados é igual a 1, então
a2 b
x2
≥1⇒
a2
x2 ≥ a2 ⇒
x ≥ a e x ≤ −a.
E y ∈ R, isto é, −∞ ≤ y ≤ +∞.
Portanto, qualquer ponto da hipérbole possui 1a coordenada no intervalo (−∞, a] ou
no intervalo [a, +∞).
x2 y 2
Exemplo: os pontos de − = 1 têm 1a coordenada contida em (−∞, −3]∪[3, +∞),
9 2
isto é, nenhum ponto desta hipérbole tem 1a coordenada maior do que −3 ou menor do
que 3. 6.2 pg49
− =1⇒
64 25 √
1425 5 57
121 + 22t1 m + t21 m2 + t2 m + t22 m2
− 64 4 =1⇒
64 √ 25
5 57 1425
t21 m2 t22 m2 22t1 m 121
− + − 4 t2 m + − 64 = 1 ⇒
64 25 64 √ 25 64 25
5 57
t21 t22 2 22t1 t2
( − )m + ( − 4 )m = 0 ⇒
64 25 64 25
√
5 57
t21 t22 22t1 t2
m[( − )m + ( − 4 )] = 0.
64 25 64 25
√
5 57
22t1 t2
− 4
Em consequência, m = 0 e m = − 64 2 25 são os candidatos à solução. Ocorre
t1 t22
−
64 25
que o número de valores para m é igual ao número de pontos comuns à elipse √ e à reta.
5 57
Se m for diferente de zero, além de A existe o ponto B = (11 + t1 m, + t2 m).
√ 8 √
5 57 5 57
22t1 t2 22
Então, m = 0 = − 4 e esta expressão é o produto interno de − →v = ( ,− 4 )
−
→ 64 25 64 25
por t = (t1 , t2 ). √ √
5 57 5 57 √
22 4 11 4 11 5 57 22
Agora, muita atenção: ( , − ) = −2(− , ) = −2(− , )e( ,
√ √ 64 25 64 25.2 64 25.8 64
5 57 5 57 √ √
4 25.22 4 1 5 57 2 5 57
− )=( , −64 )=− (−25.22, 64. )=− (−25.11, 64. ),
25 25.64 64.25 25.64 √ 4 25.64 √ 8
5 57 11 5 57
então, pode-se substituir − →
v por − →
n1 = (−25.11, 64. ) e por −→
n2 = −( , − ), de
√ √ 8 64 25.8
−
→ 5 57 −
→ 5 57 11
modo que t1 = (64. , 25.11) e t2 = ( , ) servem como vetores tangentes à
8 25.8 64
hipérbole em A.
4
a2 − b2 = (a − b).(a + b)
(x − 4)2 (z + 4)2
− =1
4 − (p − 1)2 4 − (p − 1)2
9 16
4 4
contida no plano [y = p].
(x − 3)2 (y − 5)2
z =2+ + ⇒
9 16
(p − 3)2 (y − 5)2
z =2+ + ⇒
9 16
(y − 5)2 (p − 3)2
=z−2− ⇒
16 9
(p − 3)2
(y − 5)2 = 16(z − 2 − )
9
que é, para qualquer p ∈ R, uma parábola.
A substituição de y por p na equação reduzida determina
(x − 3)2 (p − 5)2
z =2+ + ⇒
9 16
(x − 3)2 (p − 5)2
=z−2− ⇒
9 16
(p − 5)2
(x − 3)2 = 9(z − 2 − )
16
que é, para qualquer p ∈ R, uma parábola.
Por fim, a substituição de z por p na equação reduzida determina
(x − 3)2 (y − 5)2
p=2+ + ⇒
9 16
(x − 3)2 (y − 5)2
+ =p−2
9 16
Se p = 2, então a solução é o ponto (3, 5, 2).
Se p > 2, isto é, p − 2 > 0, então a solução é a elipse
(x − 3)2 (y − 5)2
+ = 1.
9(p − 2) 16(p − 2)
(x − 4)2 (y − 8)2
z =5− + ⇒
9 25
(p − 4)2 (y − 8)2
z =5− + ⇒
9 25
(y − 8)2 (p − 4)2
=z−5+ ⇒
25 9
(p − 4)2
(y − 8)2 = 25(z − 5 + )
9
que é, para qualquer p ∈ R, uma parábola.
A substituição de y por p na equação reduzida determina
(x − 4)2 (p − 8)2
z =5− + ⇒
9 25
(x − 4)2 (p − 8)2
− = z−5− ⇒
9 25
(p − 8)2
(x − 4)2 = −9(z − 5 − )
25
que é, para qualquer p ∈ R, uma parábola.
Por fim, a substituição de z por p na equação reduzida determina
(x − 4)2 (y − 8)2
p=5− + ⇒
9 25
(x − 4)2 (y − 8)2
− + =p−5
9 25
(x − 4)2 (y − 8)2 x−4 y−8 x−4 y−8
Se p = 5, então − + = ( − ).( + ) = 0 e a
9 25 3 5 3 5
solução são as retas 5x − 3y + 4 = 0 e 5x + 3y − 44 = 0.
Se p > 5, isto é, p − 5 > 0, então a solução é a hipérbole
(x − 4)2 (y − 8)2
− + = 1.
9(p − 5) 25(p − 5)
(x − 4)2 (y − 8)2
− = 1.
9(p − 5) 25(p − 5)