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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

IFRN - CAMPUS SÂO GONÇALO DO AMARANTE


CURSO: EDIFICAÇÕES – DISCIPLINA:DESENHO ARQUITETÔNICO

DESENHO ARQUITETÔNICO

Professores: LAÍZE ASEVEDO


VERNER MONTEIRO
Curso de Edificações Desenho Arquitetônico

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO AO DESENHO ARQUITETÔNICO ....................................................... 3

1.1 APRESENTAÇÃO DAS PRANCHAS .............................................................................. 3


1.2 ESCALA.......................................................................................................................... 6
1.3 COTAGEM ..................................................................................................................... 7
1.4 LINHAS CONVENCIONAIS DO DESENHO ARQUITETÔNICO ....................................10
1.5 CALIGRAFIA TÉCNICA .................................................................................................11

2 DESENHO ARQUITETÔNICO .................................................................................... 13

2.1 FASES DE UM PROJETO ARQUITETÔNICO ...............................................................13


2.1.1 ESTUDO PRELIMINAR ...........................................................................................13
2.1.2 ANTEPROJETO ......................................................................................................13
2.1.3 PROJETO LEGAL ...................................................................................................14
2.1.4 PROJETO EXECUTIVO ..........................................................................................14
2.2 REPRESENTAÇÕES DE UM PROJETO ARQUITETÔNICO .........................................15
2.2.1 PLANTA DE SITUAÇÃO .........................................................................................16
2.2.2 PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA .....................................................................17
2.2.3 PLANTA BAIXA .......................................................................................................18
2.2.4 CORTES .................................................................................................................18
2.2.5 FACHADAS E ELEVAÇÕES ...................................................................................20
2.2.6 DETALHES .............................................................................................................21
2.3 ELEMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO...........................................................22
2.3.1 PAREDES ...............................................................................................................22
2.3.2 ESQUADRIAS E ELEMENTOS VAZADOS .............................................................23
2.3.3 CIRCULAÇÃO VERTICAL .......................................................................................26
2.3.4 PEÇAS SANITÁRIAS E MOBILIÁRIO......................................................................31
2.3.5 COBERTURA ..........................................................................................................33
2.4 CONVENÇÕES GRÁFICAS DO DESENHO ARQUITETÔNICO ...................................38

3 ETAPAS DO DESENHO ARQUITETÔNICO ............................................................... 45

3.1 PLANTA BAIXA ..............................................................................................................46


3.2 PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA ...........................................................................48
3.3 PLANTA DE SITUAÇÃO ................................................................................................48
3.4 CORTES ........................................................................................................................48
3.5 FACHADAS ...................................................................................................................49

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 50

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Curso de Edificações Desenho Arquitetônico

1 INTRODUÇÃO AO DESENHO ARQUITETÔNICO

O desenho arquitetônico é um tipo de desenho técnico, para tanto também é padronizado


conforme normas técnicas. A norma geral que regulamenta a representação de projetos de
arquitetura é a NBR 6492, no entanto vários padrões utilizados no desenho arquitetônico são
também regidos por normas específicas, como é o caso das escalas, execução de caracteres, folhas
de desenho, entre outras.
Este capítulo introdutório irá retomar estas convenções e normas do desenho técnico que
são aplicadas ao desenho de projetos, complementando com aspectos específicos da
representação de projetos de arquitetura que compõem a NBR 6492.

1.1 APRESENTAÇÃO DAS PRANCHAS

No desenho de projeto, assim como no desenho técnico em geral, os formatos dos papéis
são normatizados segundo a NBR 10.068 (Folha de desenho - Leiaute e Dimensões). Devem ser
utilizados os formatos de papel da série A, conforme NBR 10.068, tendo o formato A0 como máximo
e A4 como mínimo, para evitar problemas de manuseio e arquivamento.
De acordo com a NBR 10.068 (Folha de desenho - Leiaute e Dimensões), o formato básico
para desenhos técnicos é o retângulo de área igual a 1 m² e de lados medindo 841 mm x 1189 mm,
isto é, guardando entre si a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal.
Deste formato básico, designado por A0 (A zero), deriva-se a série "A" pela bipartição ou pela
duplicação sucessiva.

Tem-se a seguir, a tabela dos formatos de papéis da serie “A”:

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Sendo necessário formato fora dos padrões estabelecidos pela série A, recomenda-se a
escolha dos formatos de tal maneira que a largura ou o comprimento corresponda ao múltiplo ou
submúltiplo ao do formato padrão.
As margens do papel são limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. Já o quadro
limita o espaço para o desenho.

As margens superior, inferior e direita, bem devem ter dimensões constantes, enquanto a
margem esquerda deve ser maior que as demais, pois serve para ser perfurada e utilizada no
arquivamento.
A parte inferior direita das folhas de desenho deve ser reservada ao carimbo destinado à
legenda. A posição da legenda ou carimbo deve estar dentro do quadro para desenho de tal forma
que contenha a identificação do desenho (número de registro, título, origem, etc.); deve estar situado
no canto inferior direito, tanto nas folhas posicionadas horizontalmente como verticalmente. A
direção da leitura da legenda deve corresponder à do desenho.
De acordo com a NBR 10.068, a legenda deve ter 178 mm de comprimento, nos formatos
A4, A3 e A2, e 175 mm nos formatos A1 e A0.
Conforme a NBR 10.582 (Apresentação da folha para desenho técnico), a folha para o
desenho deve conter: a) espaço para desenho; b) espaço para texto; e, c) espaço para legenda.
Os desenhos podem ser dispostos na ordem horizontal e vertical.

O desenho principal, se houver, é colocado acima e à esquerda, no espaço para desenho.


Os desenhos são executados, se possível, levando em consideração o dobramento das cópias do
padrão de desenho, conforme formato A4.
O espaço para texto é colocado a direita ou na margem inferior do padrão de desenho. A
largura de espaço para texto é igual a da legenda ou no mínimo 100 mm. Todas as informações
necessárias ao entendimento do conteúdo do espaço para desenho são colocados no espaço para
texto.

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O formato final do dobramento de cópias de desenhos formatos A0, A1, A2 e A3 deve ser o
formato A4, e as cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda, a fim de facilitar o
manuseio, o arquivamento e a identificação das pranchas do projeto. (NBR 12.142 – Dobramento de
cópias)
Efetua-se o dobramento a partir do lado direito em dobras verticais moduladas em 185 mm.
Estes módulos de dimensão igual a 185mm são determinados de maneira a se somar com as
margens no momento do dobramento e totalizarem uma dimensão de 210mm, igual à medida da
largura do papel de formato A4.
Uma vez efetuado o dobramento no sentido da largura, a folha deve ser dobrada segundo a
altura, em dobras horizontais de 297 mm, igual a dimensão de altura da A4.
Quando as folhas de formatos A0, A1 e A2 tiverem de ser perfuradas, para arquivamento,
deve-se dobrar para trás o canto superior esquerdo, para que a parte superior do papel não seja
perfurada.
Para formatos maiores que o formato A0 e formatos especiais, o dobramento deve ser tal
que ao final esteja no padrão do formato A4, utilizando, sempre que possível, a modulação padrão.
Com isso, tem-se as formas de dobramento dos formatos da serie A:

Dobramento do Formato A0

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Dobramento do Formato A1

Dobramento do Formato A2

Dobramento do Formato A3

1.2 ESCALA

Escala é a relação dimensional entre a representação de um objeto no desenho e suas


dimensões reais. A escala pode ser numérica ou gráfica.
A relação da escala numérica é dada por: Md / Mr , onde:
Md= medida do desenho; Mr= dimensão real do objeto;
Quanto maior o número do denominador na razão da escala, menor será o desenho,
estabelecendo uma relação inversamente proporcional.
As escalas podem ser: natural, de redução ou ampliação.

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Na escala natural, o objeto é representado no seu tamanho real. A escala, portanto é de 1:1.
Na redução, o objeto é reduzido em relação ao seu tamanho real. As escalas mais usuais
para redução são: 1/20, 1/25, 1/50, 1/75, 1/100, 1/125, 1/200, entre outras.
E na ampliação, o desenho do objeto é ampliado em relação ao tamanho real do próprio
objeto. As escalas mais utilizadas para ampliação são: 2/1, 5/1, 10/1, 20/1, 50/1, entre outras.
A designação completa de uma escala deve consistir na palavra “ESCALA” (que pode ser
abreviada para “ESC.”), seguida da indicação da relação:
a) ESCALA 1:1, para escala natural;
b) ESCALA X:1, para escala de ampliação (X > 1);
c) ESCALA 1:X, para escala de redução (X > 1).
Segundo a NBR 8196 (Desenho Técnico - Emprego de Escalas), as escalas usadas no
desenho técnico são especificadas conforme a tabela a seguir:

A escala gráfica é a representação da escala numérica.

A escala a ser escolhida para um desenho depende da complexidade do objeto ou elemento


a ser representado e da finalidade da representação. Em todos os casos, a escala selecionada deve
ser suficiente para permitir uma interpretação fácil e clara da informação representada. A escala e o
tamanho do objeto ou elemento em questão são parâmetros para a escolha do formato da folha de
desenho (NBR 8196 – Desenho Técnico - Emprego de Escalas).
No desenho arquitetônico, como se trata da representação de edificações, normalmente se
utilizam escalas de redução, pois, no desenho as edificações são representadas reduzidas em
relação ao seu tamanho real. Entretanto, podem ainda ser utilizadas escalas do tipo natural ou de
ampliação no caso do desenho de detalhes.

1.3 COTAGEM

Cotagem é a representação gráfica no desenho da característica do elemento, através de


linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida.
A cotagem em Desenho Arquitetônico é padronizada conforme a NBR 6492, que trata da
representação de projetos de arquitetura, onde são estabelecidas as regras e tamanhos para o

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desenho à grafite e à tinta (este último aplicado aos desenhos à caneta Nanquim, podendo ser
aplicado ao uso atual que é dados nos softwares CAD). Entretanto, para os casos em que não
estiver claro o uso das cotas, deve-se adotar a NBR 10.126 (Cotagem em Desenho Técnico), que
trata dos mais diversos tipos de cotagem em Desenho Técnico.
Os elementos de cotagem incluem a linha auxiliar, linha de cota, limite da linha de cota e
a cota.

Cotas são os números que correspondem às medidas reais de um determinado objeto,


independente da escala utilizada no desenho. No caso do desenho arquitetônico, a unidade usada é
o metro ou o milímetro, sendo mais comum a utilização do metro. A cota será escrita sem o símbolo
da unidade de medida (m, mm). Desenhos de detalhes devem usar a mesma unidade (por exemplo,
milímetro) para todas as cotas sem o emprego do símbolo. Se for necessário, para evitar mau
entendimento, o símbolo da unidade predominante para um determinado desenho deve ser incluído
na legenda.
A linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva linha de cota. Um
pequeno espaço deve ser deixado entre a linha de contorno do objeto e a linha auxiliar da cotagem.
As linhas auxiliares devem ser perpendiculares ao elemento dimensionado.
A indicação dos limites da linha de cota, em Desenho Técnico, é feita por meio de setas ou
traços oblíquos. As indicações são especificadas como segue: a) a seta é desenhada com linhas
curtas formando ângulos de 15°. A seta pode ser aberta, ou fechada preenchida; b) o traço oblíquo é
desenhado com uma linha curta e inclinado a 45°. Este último é o mais indicado para Desenhos
Arquitetônicos.

Quanto aos caracteres, a NBR 10.126 define que as cotas devem ser apresentadas no
desenho em caracteres com tamanho suficiente para garantir completa legibilidade, sendo as letras
e algarismos escritas conforme o letreiro técnico. A NBR 6492 complementa definindo que os
caracteres devem ter 3mm de altura, e o espaço entre estes e a linha de cota deve ser de 1,5mm.
Segundo a NBR 6492, quando a dimensão a cotar não permitir a cota na sua espessura, colocar a
cota ao lado, indicando seu local exato com uma linha.
Os parâmetros estabelecidos pela NBR 6492 para o uso de cotas em Desenho Arquitetônico
determinam que as linhas de cotas devam estar sempre fora do desenho, salvo em casos de
impossibilidade.

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A seguir tem-se o exemplo da aplicação da cotagem em desenho arquitetônico em desenho


executado à grafite e à tinta.

A disposição da cotagem pode ocorrer, segundo a NBR 10.126, no formado em cadeia, por
elemento de referência, por coordenada ou combinada. No caso do desenho arquitetônico, o tipo de
disposição utilizada é em cadeia, como exemplo a seguir.

Geralmente ocorrem duas linhas de cotagem no desenho arquitetônico, sendo uma primeira
dos elementos menores, e uma segunda com as medidas gerais que são resultantes do somatório
destas primeiras. Ressalta-se que as cotas maiores deverão ser colocadas por fora das menores
evitando o cruzamento de linhas.
Segundo a NBR 10.126, toda cotagem necessária para descrever uma peça ou componente,
clara e completamente, deve ser representada diretamente no desenho, e a cotagem deve ser
localizada na vista ou corte que represente mais claramente o elemento. Seguindo esta linha de
raciocínio, a NBR 6492 define que nos cortes sejam cotadas apenas as medidas referentes às
alturas, já que as demais dimensões do objeto são representadas em planta. Já nas fachadas, não
são utilizadas cotas, pois, as medidas das alturas já devem estar cotadas no corte, entretanto, pode
vir representada na fachada a cota de nível demarcando a diferença de pavimentos.
A NBR 6492 também determina que sejam evitadas a duplicação de cotas.
A cotagem do desenho arquitetônico prioriza o dimensionamento dos elementos construídos
e depende da fase do projeto, do nível de detalhamento, e dos objetivos de cada fase. Em geral, nos

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anteprojetos e projetos legais são priorizados os dimensionamentos de ambientes e medidas gerais


das edificações, enquanto no projeto executivo, além destas, também são cotadas as distâncias
para instalações de esquadrias, peças sanitárias, assim como qualquer outro elemento a ser
executado em obra.

1.4 LINHAS CONVENCIONAIS DO DESENHO ARQUITETÔNICO

De acordo com a NBR 6492 (Representação de projetos de arquitetura), os tipos de linhas


utilizados no desenho de projetos são:
Linhas de contorno - Contínuas
A espessura varia com a escala e a natureza do desenho, conforme exemplo:

Linhas internas - Contínuas


Firmes, porém de menor valor que as linhas de contorno, conforme exemplo:

Linhas situadas além do plano do desenho - Tracejadas

Linhas de projeção - Traço e dois pontos


Quando se tratar de projeções importantes, devem ter o mesmo valor que as linhas de
contorno. São indicadas para representar projeções de pavimentos superiores, marquises, balanços,
etc., conforme exemplo:

Linhas de eixo ou coordenadas - Traço e ponto


Firmes, definidas, com espessura inferior às linhas internas e com traços longos, conforme
exemplo:

Linhas de cotas - Contínuas


Firmes, definidas, com espessura igual ou inferior à linha de eixo ou coordenadas, conforme
exemplo:

Linhas auxiliares - Contínuas


Para construção de desenhos, guia de letras e números, com traço; o mais leve possível,
conforme exemplo:

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Linhas de indicação e chamadas - Contínuas

Linha de silhueta – Traço e ponto

Linha de interrupção de desenho


Mesmo valor que as linhas de eixo, conforme exemplo:

1.5 CALIGRAFIA TÉCNICA

Os caracteres de escrita em desenho arquitetônico, assim como em desenho técnico são


elaborados conforme o letreiro técnico, normatizado conforme a NBR 8402 (Execução de caracter
para escrita em desenho técnico). Segundo esta norma, os caracteres devem ser legíveis, uniformes,
adaptáveis à reprodução e serem claramente distinguíveis entre si, para evitar qualquer troca ou
algum equívoco de leitura. As letras e algarismos devem ser escritos de modo que possam ser lidas
da base e/ou lado direito do desenho.
A NBR 8402 define as alturas mínimas das letras e algarismos em 2,5 mm, e em sendo na
aplicação simultânea de letras maiúsculas e minúsculas, a altura da minúscula deve ser acima de
2,5mm e a altura da maiúscula não deve ser menor que 3,5 mm. No desenho arquitetônico
elaborado à mão, utilizam-se sempre letras maiúsculas e não inclinadas e números também não
inclinados, sendo geralmente padronizados na altura de 3mm ou 5mm com 2mm de distância entre
linhas, conforme se apresenta a seguir.

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Em desenho arquitetônico executado à mão existe ainda um instrumento específico para


elaboração de letras e números que se denomina normógrafo. O normógrafo funciona articulado a
réguas com o gabarito de letras e números com tamanhos definidos, gerando o seguinte resultado
gráfico:

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2 DESENHO ARQUITETÔNICO

As convenções utilizadas no Projeto Arquitetônico são regulamentadas conforme a NBR


6492, que trata da Representação de projetos de arquitetura. A seguir, serão apresentadas as fases
de um projeto arquitetônico, as representações que compõem o desenho arquitetônico, alguns
elementos principais apresentados no projeto arquitetônico e as convenções gráficas utilizadas na
sua representação.

2.1 FASES DE UM PROJETO ARQUITETÔNICO

O projeto é uma idéia, é o resultado da imaginação criadora, ao escolher entre centenas de


fatores aqueles que devem prevalecer.
O projeto arquitetônico apresenta diversas fases de acordo com seu nível de
desenvolvimento, indo desde a etapa de estudo preliminar ao projeto executivo. Cada fase do
projeto tem objetivos diferentes e formas de representação diferentes, como será apresentado na
seqüência a seguir.

2.1.1 ESTUDO PRELIMINAR


Consiste no estudo da viabilidade de um programa de necessidades, previamente definido, e
do partido arquitetônico a ser adotado para sua apreciação e aprovação pelo cliente (NBR 6492).
A fase de estudo preliminar consiste na apresentação da idéia do projeto ao cliente, sendo
esta idéia definida de acordo com as necessidades do cliente e as restrições legais da localidade
onde será implantado o projeto.
Os estudos preliminares são geralmente representados em forma de esboços e croquis,
podendo ser desenvolvido à mão livre e até com uso de coleção. Geralmente são apresentadas
plantas baixas, de preferência mobiliadas, para facilitar a compreensão do cliente, além de cortes e
elevações esquemáticos, perspectivas e maquetes ou estudos de volumes.
O objetivo principal desta etapa é expor ao cliente a ideia inicial do projeto da maneira mais
clara e objetiva possível sempre visando a leitura facilitada do desenho.

2.1.2 ANTEPROJETO
Após a aprovação da idéia inicial pelo cliente, os estudos preliminares são desenvolvidos em
nível de desenho técnico e atingem a fase de anteprojeto. As dimensões e áreas de todos os
ambientes são definidas, assim como também é determinado, de uma maneira geral, o sistema
estrutural e de instalações, e demais características construtivas.
Portanto, esta fase consiste na definição do partido arquitetônico e dos elementos
construtivos, considerando os projetos complementares (estrutura, instalações, etc.). Nesta etapa, o
projeto deve receber aprovação final do cliente. (NBR 6492)
Para esta fase são desenvolvidas as plantas baixas de todos os pavimentos, a planta de
situação, locação e coberta, cortes e fachadas, todos com escalas determinadas, e ainda maquetes
e perspectivas.

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O objetivo geral desta etapa é passar a idéia inicial do projeto para a linguagem de desenho
técnico e definir o partido arquitetônico.

2.1.3 PROJETO LEGAL


Com o partido arquitetônico definido, parte-se para a adequação do projeto às restrições
impostas pelas legislações municipais, regionais e federais. Nesta etapa, a configuração do projeto
deve estar de acordo com as normas indicadas pelos órgãos competentes, com o objetivo de ser
aprovada pela prefeitura municipal.
A composição do projeto legal é praticamente a mesma do anteprojeto. Apenas serão
adicionadas aos desenhos do anteprojeto informações relevantes para aprovação do projeto,
requisitadas pelos órgãos competentes. Nesta fase, geralmente também são requisitados memoriais
descritivos e projetos complementares de engenharia.
Para tanto, o objetivo principal desta etapa é a adequação do projeto para aprovação dos
órgãos competentes a fim de adquirir o alvará de construção.

2.1.4 PROJETO EXECUTIVO


O projeto executivo apresenta, de forma clara e organizada, todas as informações
necessárias à execução da obra e todos os serviços inerentes. (NBR 6492)
Muito mais técnico, consiste no desenvolvimento detalhado do projeto de arquitetura,
integrando-o aos projetos complementares (elétrico, hidráulico, estrutural, telefônico etc), dando
plenas condições à execução da obra.
O objetivo geral desta fase é representar o projeto completo em nível detalhado, compatível
aos projetos complementares, para que possa orientar a execução da obra.
O projeto completo ou projeto executivo deve, portanto, ser acompanhado de detalhes
construtivos (esquadrias, balcões e bancadas, armários, e outros) e de especificações de materiais e
de acabamentos (pisos, paredes, forros, peças sanitárias, cobertura, ferragens, etc.). A partir destes
dados, preparam-se os orçamentos, o cronograma de obras, e demais documentos necessários à
execução da obra.

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2.2 REPRESENTAÇÕES DE UM PROJETO ARQUITETÔNICO

As representações de um projeto arquitetônico, com exceção das perspectivas, são produto


do tipo de projeção ortogonal, ou seja, os desenhos apresentados no projeto são resultantes da
projeção ortogonal da edificação e, portanto, são equivalentes às vistas ortográficas da edificação
sendo diferente delas apenas pelos termos técnicos específicos adotados ao desenho de projetos.

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Um projeto arquitetônico no geral é composto pela Planta de Situação, Planta de Locação e


Coberta, Planta Baixa, Cortes e Fachadas, nesta ordem. Todos estes desenhos representam um
mesmo objeto, uma mesma obra, mas de formas diferentes, a partir de pontos de vistas diversos.
As plantas são projeções vistas de cima, ou seja, vistas superiores. Todavia, a planta baixa é
uma vista superior de um corte horizontal, enquanto as demais plantas são vistas de topo.
Já os cortes e fachadas são produtos das vistas laterais, frontal e posterior. A diferença é que
as fachadas são vistas externas, enquanto os cortes são vistas de uma secção vertical.
Cada desenho tem objetivos e informações diferentes como será visto a seguir.

2.2.1 PLANTA DE SITUAÇÃO


A Planta de Situação é aquela que compreende o partido arquitetônico como um todo, em
seus múltiplos aspectos. (NBR 6492)
A Planta de Situação é a primeira planta do projeto, sendo ela a que apresenta a localização
do terreno. Para tanto, ela deve indicar a forma e as dimensões do terreno, os lotes e as quadras
vizinhas, as ruas de acesso e sua orientação.

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Em geral, esta planta é desenhada na escala de 1:500, 1:1000 ou 1:2000 e abrangem áreas
relativamente extensas.

2.2.2 PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA


A Planta de Locação e Coberta é a representação de duas plantas diferentes, Planta de
Locação e Planta de Coberta ou Cobertura, que podem ser representados num único desenho.
A Planta de Locação indica a posição da construção dentro do terreno. Esta planta não se
limita a construção, ela deve mostrar os muros, os portões, árvores existentes, a calçada ou passeio,
a rua e os acessos.
Esta planta serve comumente como ponto de partida para a marcação ou locação da
construção no terreno, para tanto, também devem ser representados os afastamentos da construção
em relação aos limites do terreno, ou seja, os recuos da edificação.

A planta de Coberta tem por finalidade representar a cobertura da edificação, indicando


principalmente o tipo de telhado, seu caimento e sua inclinação.

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A Planta de Locação e Coberta, portanto, contém informações sobre a locação da edificação


no terreno e sobre a cobertura da edificação. Em geral, esta planta é desenhada na escala 1:100 ou
1:200. Quando há necessidade de maiores detalhes, usamos a escala 1:50.

2.2.3 PLANTA BAIXA


A planta baixa é a vista superior da secção da edificação gerada pelo plano secante
horizontal, localizado a, aproximadamente, 1,50m do piso em referência. A altura desse plano pode
ser variável para cada projeto de maneira a representar todos os elementos considerados
necessários. A planta baixa apresenta, portanto, todas as divisões internas da edificação que se
encontram abaixo do plano secante, assim como as esquadrias, bancadas, peças sanitárias, entre
outros elementos.

O projeto arquitetônico é composto por diversas plantas baixas, sendo uma planta para cada
tipo de pavimento contido na edificação. Ou seja, um projeto pode conter plantas baixas do
pavimento subsolo, térreo, mezanino, pavimento-tipo, entre outros.
A planta baixa é um dos desenhos que apresenta mais informações do projeto, por isto,
geralmente é representada na escala 1:50, 1:75 ou 1:100.

2.2.4 CORTES
Na maioria dos casos, as plantas não são suficientes para mostrar as divisões internas de
um projeto de arquitetura. Para melhor definir os espaços internos são necessários os cortes.

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Os cortes são secções geradas por um plano secante vertical que divide a edificação em
duas partes, seja no sentido longitudinal, seja no transversal.
O corte deve ser disposto de forma que o desenho mostre o máximo possível de detalhes
construtivos. Pode haver deslocamentos do plano secante onde necessário, devendo ser
assinalados, de maneira precisa, o seu início e final. (NBR 6492)
O principal objetivo dos cortes é representar as alturas e as divisões horizontais da
edificação. Os cortes devem ser representados preferencialmente na mesma escala em que foram
desenhadas as plantas baixas, escala 1:50, 1:75 ou 1:100.

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Vale ressaltar alguns elementos que estão presentes nos cortes que estão apresentados na
figura a seguir. É importante definir a diferença entre o conceito de pé direito e pé esquerdo, sendo o
primeiro a altura determinada pela distância entre o piso e o fundo do forro, ou fundo do início da
cobertura; enquanto o pé esquerdo se refere à altura entre pisos de pavimentos consecutivos.

2.2.5 FACHADAS E ELEVAÇÕES


As fachadas e elevações consistem na representação gráfica de planos externos da
edificação ou de elementos da edificação. São vistas frontais, laterais e posteriores da edificação ou
de seus elementos.

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2.2.6 DETALHES
Os detalhes são representações gráficas de todos os pormenores necessários, em escala
adequada, para um perfeito entendimento do projeto e para possibilitar sua correta execução.
Os detalhes podem ser apresentados no projeto em formato de planta, corte, elevação, ou
até em forma de perspectiva.

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2.3 ELEMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO

2.3.1 PAREDES
No desenho de projetos as paredes são representadas por linhas cheias (ou contínuas)
sendo grossas quando estão cortadas, e finas quando estão em vista, ou seja, quando estão além
do plano de corte. No caso da Planta Baixa, geralmente são representadas por linhas grossas as
paredes altas, e por linhas mais finas, as paredes baixa, como por exemplo, o muro. A apresentação
de paredes baixas em planta pode também vir acompanhada de uma linha de chamada com texto
indicando a altura daquela determinada parede, para facilitar a leitura e compreensão da edificação.
Isto normalmente ocorre na identificação das alturas de parapeitos, corrimãos e platibandas. Vale
ressaltar que esta altura apresentada em planta também é representada em corte, se houver algum
corte que passe por esta parede.

A representação das paredes pode variar em virtude do nível de projeto. Em estudo


preliminar e até em anteprojeto, a parede pode vir representada preenchida, podendo até ser
colorida se o desenho for para apresentação. Em projeto legal onde se exige um nível mais técnico,
as paredes são apresentadas por linhas contínuas sem preenchimento, no entanto, podem-se
preencher os trechos onde se encontram as estruturas. E já no projeto executivo as paredes são
representadas por quatro linhas contínuas onde as internas indicam o chamado osso (parede sem
acabamento, no caso da parede de tijolos corresponde à espessura do tijolo), e as linhas externas
indicam o limite do acabamento, sendo então a distância entre a linha interna e externa, a espessura
do acabamento, por exemplo, reboco, emboço, chapisco, revestimento cerâmico, etc. No caso dos
projetos em alvenaria estrutural, as paredes em projeto executivo já incluem a disposição dos blocos
em planta.

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2.3.2 ESQUADRIAS E ELEMENTOS VAZADOS


Esquadria é o conjunto de portas e janelas. As esquadrias são caracterizadas pelo tipo de
movimento que efetuam, pelo número de folhas que possuem, pelos materiais que as compõem, e
por suas dimensões.
As esquadrias em desenho de projetos são apresentadas buscando representar o
movimento que efetuam, por exemplo, as portas de giro são representadas geralmente na posição
aberta, sendo indicado o arco de giro da porta.

Os tipos mais comuns de portas, quanto ao seu movimento, são: de giro, de correr (ou
corrediça), sanfonada (ou pantográfica), pivotante, basculante ou de enrolar (de rolo).

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E os tipos mais comuns de janelas são: pivotante, de correr (ou corrediça), de guilhotina e
basculante. Vale ressaltar que a janela quando está acima do plano de corte que gera a planta baixa
(1,50m) é chamada de JANELA ALTA. No caso da janela alta, as linhas da janela são representadas
em tracejado e as linhas da parede não são interrompidas, isto porque o que ocorre é que o plano
de corte que gera a planta baixa está cortando a parede, mas não está cortando a janela, portanto, a
parede é representada cortada, com linhas cheias grossas, e a janela em tracejado.

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A designação das esquadrias apresenta-se em projeto utilizando uma simbologia enumerada


que deve vir indicada em planta baixa próxima a esquadria e deve também ser indicada a mesma
enumeração em um quadro chamado de QUADRO DE ESQUADRIAS. Neste quadro são
apresentadas as informações de todas as esquadrias utilizadas no projeto como: dimensões;
quantidade; e especificações (tipo de movimento, material, quantidade de folhas). No quadro de
esquadrias, ou até mesmo diretamente no desenho, as dimensões das portas são apresentadas pela

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largura e altura, nesta ordem. Enquanto as janelas são apresentadas pelas dimensões de largura,
altura e peitoril (altura da parede inferior à janela), conforme apresentado na figura a seguir.

As esquadrias geralmente são representadas de maneira mais detalhada na fase de projeto


executivo, em que são produzidos os DETALHAMENTOS DE ESQUADRIAS. Estes detalhamentos
são compostos de planta, corte e elevação de cada esquadria e são descritos com detalhes as
informações referentes à produção das esquadrias.
Os elementos vazados são os conhecidos cobogós (ou combogós), que são elementos fixos
formados por diversos materiais e formatos. A seguir estão representados os padrões mais comuns.

2.3.3 CIRCULAÇÃO VERTICAL


Circulações verticais são aquelas que possibilitam o deslocamento de pessoas, cargas ou
veículos entre pisos diferentes, ou seja, entre pavimentos. Os tipos de circulações verticais mais
conhecidos são as escadas, rampas, elevadores e plataformas de deslocamento vertical.
A seguir estão representados os elementos que compõem as escadas. O espelho e o piso
formam o degrau, sendo o espelho a altura de um degrau, e o piso, a profundidade do degrau. Os
degraus devem ser uniformes quanto aos espelhos e pisos, excetuando-se os patamares. A
somatória dos espelhos totaliza o pé esquerdo.

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Como a planta baixa é gerada por um corte horizontal a 1,50m de altura do piso, a
representação das rampas e escadas acima da altura de 1,50m é apresentada em projeção,
portanto, utilizando o traço do tipo tracejado, como pode ser visualizado na figura a seguir.

Toda escada, antes de ser desenhada, deve passar por um dimensionamento, para que
possibilite o uso confortável e contínuo por parte do usuário. De acordo com a NBR9050, que trata
da acessibilidade, devemos seguir os seguintes parâmetros antes de dimensionar uma escada:
a) pisos (p): 0,28 m < p < 0,32 m;
b) espelhos (e) 0,16 m < e < 0,18 m;
c) 0,63 m < p + 2e < 0,65 m.
Obs. 01: Pisos são os planos horizontais da escada, que usamos para colocar os pés; enquanto que
os Espelhos são os planos verticais, conhecidos popularmente como batentes.
Obs 02.: As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada;

Esta fórmula é amplamente conhecida como Fórmula de Blondel.

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Rampa é um plano inclinado que se utiliza para circulação de pessoas, de cargas ou de


veículos. As rampas são indicadas por sua inclinação em porcentagem, sendo esta a relação entre a
altura da rampa e seu comprimento em projeção. Assim como nas escadas, devem-se prever
patamares de descanso nas rampas.

Quando o assunto é garantir o acesso às Pessoas Portadoras de Deficiência ou aqueles com


Mobilidade Reduzida a todos os lugares e dependências de uma edificação, a Rampa é o elemento
arquitetônico mais simples e barato de se executar, pois, além dela, somente pode-se garantir a
acessibilidade através do uso de Elevadores ou Plataformas de Deslocamento Verticias (PDV), que
sempre possuem altos custos de compra e manutenção. Daí a razão pela qual a rampa ser um
elemento arquitetônico tão presente em edifícios de uso público, tais como escolas e hospitais.
Para ser chamada de rampa, uma superfície deve ter, de acordo com parâmetros da
NBR9050, inclinação superior a 5%. Para essas superfícies, devemos aplicar as seguintes formas de
dimensionamento:

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A representação das escadas e rampas vem acompanhada do símbolo circular no início e da


seta no final do percurso, identificando o sentido ascendente, ou seja, de subida. Em alguns casos,
no entanto, a representação das escadas e rampas também pode indicar o sentido de descida, para
tanto, é importante vir também indicada a palavra “SOBE” ou “DESCE” juntamente da indicação de
percurso. Outra indicação apresentada, neste caso somente nas escadas, é a enumeração dos
degraus. Esta enumeração também corresponde ao sentido ascendente do percurso.

Outra forma de circulação vertical bastante comum é o elevador. Sua representação consiste
num poço (ou fosso) fechado com portas em cada pavimento de parada do elevador. O poço tem
início abaixo do nível do piso do pavimento térreo, onde se concentra o maquinário de
amortecimento do elevador. E na maioria dos casos, ocorre também a casa de máquinas acima do
último pavimento de parada do elevador, onde se situa o maquinário responsável pelo movimento
do elevador. Usualmente também são representadas as cabines de elevador em planta baixa
(conforme apresentado na figura a seguir), e em alguns casos, também em corte.

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Assim como o elevador, a Plataforma de Deslocamento Vertical (PDV), requisitada em


projetos que sejam acessíveis a Pessoas Portadoras de Deficiência, estabelece uma ligação vertical
entre dois ou mais pavimentos de uma edificação. A diferença entre os dois resume-se,
arquitetonicamente falando, às dimensões que devem ser destinadas à sua montagem.

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Mecanicamente falando, a título de curiosidade, a maioria das cabines das PDV’s possui,
hoje em dia, acionamentos simplificados os quais exigem que o usuário fique com o botão do
pavimento aonde deseja ir pressionado continuamente. Essa tarefa é bem mais complicada que a do
acionamento de um elevador, por exemplo, quando precisamos apenas apertar uma única vez no
botão referente ao andar de destino.

2.3.4 PEÇAS SANITÁRIAS E MOBILIÁRIO


No projeto arquitetônico sempre são representados os elementos construídos, como as
paredes, esquadrias, escadas, rampas, bancadas e balcões, e também são representadas as peças
sanitárias, que apesar de não serem considerados elementos construídos, são instalados no período
de construção da edificação e também são fixos. As peças sanitárias são: bacias sanitárias,
chuveiros, lavatórios, mictórios, bidês, banheiras e tanques. Estas peças devem ser representadas
em todos os desenhos em que são visíveis, especialmente em planta baixa e cortes.

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Outros elementos que podem ser representados no projeto arquitetônico são os móveis.
Geralmente o mobiliário é representado no projeto em nível de estudo preliminar, anteprojeto e até
mesmo projeto legal. A importância da representação do mobiliário se justifica como forma de
apresentação mais completa da disposição dos ambientes e dos elementos que os compõem, mas,
também funciona como auxílio à elaboração dos projetos complementares, especialmente dos
projetos de instalações. Por exemplo, se o projeto expõe a representação do fogão, é possível
identificar onde deverá ser instalado o encanamento de gás.
No projeto executivo de arquitetura, o mobiliário é pouco utilizado já que representa objetos
que são colocados depois da construção da obra, portanto, são indiferentes à execução da
edificação.

2.3.5 COBERTURA
As coberturas são representadas no Projeto Arquitetônico na Planta de Cobertura ou
Coberta. A cobertura é a parte superior da construção e serve de proteção contra o sol, chuva, etc.
Em Planta Baixa a cobertura é indicada pela projeção do beiral. Como o telhado está acima
do plano de corte que gera a Planta Baixa (a 1,50m de altura), a cobertura é demarcada pela linha
tracejada que circunda a edificação e representa onde o telhado se projeta. Já em Planta de
Cobertura, também é indicada a projeção dos limites da edificação que se encontram abaixo do
telhado, conforme apresentam as figuras a seguir.

A edificação pode ser coberta por superfícies planas em forma de telhados ou lajes
impermeabilizadas, ou por superfícies curvas em formato de abóbodas, cúpulas, cascas, etc.
Quando a cobertura é composta por telhados, devem ser representadas as águas do telhado
acompanhadas de setas que indicam o seu caimento, e de textos que explicitam o tipo de telha e a
sua inclinação. Esta inclinação pode ser dada em graus, no entanto, geralmente é definida em
porcentagem e se refere à relação entre a altura do telhado e o comprimento do vão, como pode ser
entendido pelas figuras a seguir.

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O modelo tradicional que conhecemos de cobertura é aquele que possui o telhado aparente,
ou seja, conseguimos ver as telhas quando olhamos de fora da edificação.
Contudo, existem vários outros tipos de cobertura que podem ser utilizadas nos projetos.
Entre os tipos alternativos mais comuns estão a “laje impermeabilizada” e a “cobertura com
platibanda”.
A laje impermeabilizada é um tipo de cobertura composta apenas por um tipo qualquer de
laje com a aplicação de uma camada impermeabilizante por cima dela. Sua representação em corte

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é feita apenas com o desenho das duas linhas que compõem uma laje cortada, além da indicação
em texto de que trata-se de uma laje impermeabilizada.
A cobertura com platibanda contém telhas maiores
LAJE IMPERMEABILIZADA
PLATIBANDA
TETO JARDIM
CALHAS
RUFOS´

Caixa D’água
A caixa d’água também é indicada em Planta Baixa em projeção, sendo representados,
através de linha tracejada, os limites internos da caixa d’água e em linhas diagonais também
tracejadas acompanhadas de um texto que explicita que a projeção remete-se à caixa d’água.
Atualmente, o mercado da construção civil utiliza predominantemente dois tipos de caixas
d’água: a de alvenaria, onde a água fica armazenada entre paredes da própria edificação, e na parte
interna dessas paredes é feito um serviço de impermeabilização.

REPRESENTAÇÃO EM PLANTA REPRESENTAÇÃO EM CORTE

A caixa d’água de alvenaria vem caindo em desuso atualmente em razão dos problemas
constantes que ocorrem com infiltrações na casa. A infiltração ocorre quando o serviço de
impermeabilização não foi realizado corretamente, ou quando não há manutenção na camada
impermeabilizante. O que ainda faz com que a mesma ainda seja utilizada é a liberdade de formato
que ela proporciona, uma vez que o projetista pode dar o formato que ele quiser à caixa d’água,
diferente das que são de fibra, que obedecem a dimensões de fábrica pré-determinadas e não
flexíveis a modificações.

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O segundo tipo de caixa d’água é aquela fabricada em fibra de vidro. Inicialmente foi
bastante utilizada em casas populares, devido ao seu baixo custo e facilidade de montagem.. Com o
passar do tempo, seu uso passou a ser incorporado em todo o tipo de edificação, seja ela prédios
de apartamentos ou edifícios de uso comercial.

REPRESENTAÇÃO EM PLANTA REPRESENTAÇÃO EM CORTE

Para calcular quanto deve ter o volume da caixa d’água de uma edificação, é preciso estimar
quanto de água será consumido diariamente pelas pessoas que a ocuparão no futuro. O mesmo
cálculo vale para a caixa d’água em Fibra de Vidro e Alvenaria. Em edificações residenciais, que é o
nosso exemplo mais recorrente, a estimativa de consumo de água ocorre em função do número de
pessoas que ocupa cada dormitório/quarto da unidade residencial. Além disso, deve-se contar com
uma reserva de dois dias, para o caso de falta de água da rede pública de abastecimento. Para
residências pequenas, é comum estabelecer um consumo diário por pessoa de 150 litros. Quando
estamos falando de edifício de apartamentos, esse número sobe para 200 litros por pessoa.

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Por exemplo, se uma casa possui 06 moradores, o seu consumo dar-se-á pelo cálculo a
seguir:
RESIDÊNCIA: 6 (pessoas) x 150 (litros/pess.) x 2 (dias) = 1.800 litros (1,8m³)
APARTAMENTO: 6 (pessoas) x 200 (litros/pess.) x 2 (dias) = 2.400 litros (2,4m³)

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2.4 CONVENÇÕES GRÁFICAS DO DESENHO ARQUITETÔNICO

Numeração e títulos dos desenhos


Os desenhos apresentados nos projetos devem vir devidamente enumerados e nomeados, e
a escala também deve ser indicada logo abaixo do título do desenho, conforme apresentado a
seguir. A numeração dos desenhos inicia-se a partir de cada prancha do projeto, ou seja, cada
prancha tem seu primeiro desenho como o número 1.

Indicação do Norte
As representações de projeto do tipo PLANTA (Planta Baixa, Planta de Cobertura, Planta de
Situação, Planta de Locação) devem vir acompanhadas da indicação do Norte. O Norte é
representado através de uma seta, geralmente estilizada, que aponta para o Norte. A representação
também pode vir no formato de rosa-dos-ventos, sendo apresentados também os demais pontos
cardeais. O Norte a ser representado pode ser o chamado Norte Verdadeiro, ou para o Norte
Magnético (NM), ou ainda pode vir a representação do Norte Verdadeiro e do chamado Norte do
Projeto (NP), que seria a indicação da posição relativa entre os desenhos constituintes do projeto,
neste caso, a seta do Norte do Projeto se posiciona conforme a posição da edificação, como
apresentado na figura a seguir.

Indicação de cortes
Os cortes são demarcados em Planta por símbolos denominados de chaves de corte. O
formato mais convencional da chave de corte é apresentado por uma circunferência e uma seta
preenchida, onde na circunferência são inseridas as indicações do número do desenho, no caso o
corte, e o número da prancha onde se encontra aquele corte, conforme apresentado na figura a
seguir. A direção da seta sempre indica a direção de visão utilizada para gerar aquele corte. E
quando o desenho do corte for apresentado na mesma prancha da planta, o local designado para
identificar o número da prancha deve ficar vazio.

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A indicação do corte pode ser apresentada apenas pela chave de corte colocada no limite
do desenho da Planta, ou ainda pode vir com a chave de corte nas extremidades do desenho e uma
linha do tipo traço-ponto unindo as duas chaves de corte e, portanto, passando por toda a planta.
Vale ressaltar que o corte também pode fazer um desvio. Neste caso, onde houver mudança de
direção do corte, esta deve ser indicada com linha do tipo traço-ponto grossa, destacando a
mudança de direção que irá gerar o desenho do corte.
A marcação da linha de corte deve ser suficientemente forte e clara para evitar dúvidas e
mostrar imediatamente onde ele se encontra.

Indicação de fachadas e elevações


As fachadas e elevações são marcadas em Planta por um símbolo em formato de triângulo
equilátero cuja ponta define o sentido de visão da fachada ou elevação. Dentro do triângulo é
indicado primeiro o número do desenho que corresponde à determinada fachada ou elevação, e em
segundo, o número da prancha onde se encontra este desenho.

Indicação de detalhes
A indicação de detalhes ocorre quando se quer demarcar um elemento que será
posteriormente será esmiuçado em um desenho nomeado de DETALHE, que quase sempre se
apresenta numa escala maior do que aquela onde o elemento foi representado originalmente. A
indicação de um detalhe é feita se destacando e delimitando o determinado elemento que será
detalhado, e apresentando uma circunferência onde se insere o número do desenho, no caso o
Detalhe, seguido do número da prancha onde está apresentado este desenho, conforme
apresentado nas figuras a seguir.

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Indicação de coordenadas ou eixos estruturais


A marcação de coordenadas indica os eixos estruturais ou modulações especiais da
estrutura da edificação, elas são apresentadas geralmente em Planta, mas também podem ser
representadas nas fachadas e cortes. Utiliza-se a linha do tipo traço-ponto para definir estes eixos, e
nas extremidades destas linhas, utiliza-se uma circunferência com números e letras, sendo os
números utilizados para identificar os eixos verticais do projeto, e as letras para indicar os eixos
horizontais. A contagem inicia-se da esquerda para a direita nos eixos verticais, e de cima para baixo
nos eixos horizontais. As indicações dos eixos verticais ficam localizadas na extremidade superior do
desenho e as indicações dos eixos horizontais, no lado esquerdo, conforme apresentado na figura a
seguir.

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Cotas de nível
As cotas de nível apresentam os níveis de piso da edificação. Elas são representadas em
Planta Baixa e em Corte, e também podem vir externos às Fachadas indicando os níveis de piso dos
pavimentos.
Em Planta Baixa e em Corte, a cota de nível deve vir independente para cada ambiente. O
símbolo utilizado para cota de nível em Planta Baixa é a circunferência dividida em quadrantes e
preenchida em dois destes quadrantes diagonais um ao outro, seguido de uma linha e uma
numeração que corresponde à cota de nível do piso. E no Corte, o símbolo utilizado é a seta dividida
em duas partes, sendo uma destas preenchida, além da linha horizontal onde se insere a cota de
nível. A seta se direciona e toca o piso representado. No caso de anteprojeto e projeto legal, as
cotas de nível indicam apenas o nível acabado do piso. Já no caso do projeto em nível de execução,
são indicadas duas cotas: nível acabado (N.A.), que fica indicado acima da linha de cota; e nível de
osso (N.O.), que fica indicado abaixo da linha de cota. Também nos cortes e nas fachadas, a cota de
nível pode ser apresentada externamente ao desenho da edificação, no formato de seta ou
circunferência, indicando o nível acabado do piso de cada pavimento, sendo indicado o pavimento
logo abaixo da linha de cota, conforme apresentado na figura a seguir.

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Convenções para indicação de acabamento


Em projetos executivos, geralmente são indicados em Planta Baixa os materiais que serão
utilizados para o acabamento do Piso, das Paredes, e do Teto de cada ambiente. Esta representação
ocorre para o Piso, utilizando o símbolo do quadrado; para as Paredes, utilizando o símbolo do
triângulo equilátero; e para o Teto, utilizando o símbolo da circunferência. Dentro de cada um destes
símbolos, são inseridos números que correspondem a tipos de acabamentos diferentes. Os
símbolos e os números devem ser apresentados em uma legenda específica de acabamentos,
conforme apresentado nas figuras a seguir.

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Convenções de projetos de reforma


Em projetos de reforma, as paredes demais elementos devem ser apresentados com
convenções gráficas distintas para casos de conservação, demolição ou construção. A convenção
gráfica utilizadas para paredes e elementos a conservar são as linhas cheias sem preenchimento,
conforme apresenta-se normalmente no projeto; já as paredes e elementos a demolir, devem ser
representados com linhas tracejadas e devem ser preenchidas na cor amarela; enquanto as paredes
e elementos a construir devem ser representados com linhas cheias e preenchidas na cor vermelha.
Estas convenções devem ser apresentadas por meio de legenda específica, conforme apresentado
na figura a seguir.

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3 ETAPAS DO DESENHO ARQUITETÔNICO

Primeiramente, antes de iniciar a desenhar, deve-se verificar se a prancheta e os


instrumentos de desenho estão em bom estado de uso, devidamente limpos. Então, deve-se fixar o
papel a ser usado na prancheta estando esse paralelo à régua paralela.
Agora pode-se começar o desenho do projeto, que geralmente tem início com a marcação
das margens do papel, delimitando assim, a área de desenho na folha. Também é preferível que seja
calculada a centralização do desenho na área de trabalho, não esquecendo de deixar o espaço do
carimbo no canto inferior direito do papel.
Em geral, o projeto arquitetônico começa a ser desenhado a partir da planta baixa, que é a
primeira planta a ser definida e que também apresenta as informações necessárias ao
desenvolvimento dos desmais desenhos do projeto.
Então, inicia-se a sequência de etapas do desenho arquitetônico:

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3.1 PLANTA BAIXA

a) Marcar o contorno externo da edificação;


b) Desenhar a espessura das paredes externas (fazer traços finos);
c) Desenhar as principais divisões internas (usando ainda traços finos);
d) Desenhar portas e janelas;
e) Desenhar os equipamentos: balcões e bancadas, peças sanitárias, mobiliários, etc.;
f) Apagar os excessos das linhas traçadas;
g) Desenhar a projeção da cobertura;

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h) Desenhar as linhas tracejadas


i) Escrever as informações dos ambientes: nome, área e cotas de nível;
j) Desenhar as hachuras do piso em cerâmica das áreas molhadas (banheiro, cozinha,
serviço e terraço);
k) Acentuar a espessura dos traços – Escurecer os traços de acordo com a hierarquia;
l) Colocar linhas de cota e cotar;
m) Desenhar as chaves de corte (com suas devidas posições e informações), e o norte;

n) Indicar o código das esquadrias em planta e fazer o quadro de esquadrias;


o) Escrever o titulo do desenho “PLANTA BAIXA”, e sobre ele, “ESCALA: 1/50”.

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3.2 PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA

a) Marcar o contorno externo do terreno, o muro e o contorno da calçada;


b) Desenhar o contorno da cobertura da edificação;
c) Desenhar a caixa d’água e os elementos da coberta: cumeeira, rufo, etc.;
d) Desenhar as linhas tracejadas: limite da edificação, limite da caixa d’água, entre outros;
e) Escrever as informações da coberta: tipo de telhado, inclinação, entre outros;
f) Desenhar a hachura do telhado (que representam as telhas);
g) Desenhar os portões de acesso no muro, o piso da entrada, o rebaixamento do meio-fio
na calçada no acesso de veículos, demais linhas de piso (traços mais finos), vegetação;
h) Identificar os acessos, chaves de corte, norte, e escrever o nome da rua e calçada;
i) Cotar o desenho: dimensões do terreno, calçada, recuos da edificação, cobertura, etc.;
j) Escrever o titulo do desenho e a escala.

3.3 PLANTA DE SITUAÇÃO

a) Marcar todas as linhas dos lotes e calçadas;


b) Delimitar o terreno em questão com uma espessura mais forte;
c) Hachurar o terreno em questão;
d) Identificar os nomes e números dos lotes, quadras, e ruas aparentes no desenho;
e) Cotar o terreno e a via em que se encontra;
f) Identificar a orientação (o norte);
g) Escrever o titulo do desenho e a escala.

3.4 CORTES

a) Desenhar a linha do terreno (linha de terra);


b) Desenhar as linhas internas da edificação que estão sendo cortadas;
c) Marcar as alturas de pisos dos ambientes;
d) Desenhar a laje e os forros;
e) Desenhar a cobertura (calcular inclinação);
f) Marcar as portas e janelas cortadas;
g) Desenhar os elementos seccionados (bancadas, peças sanitárias), e os elementos que
são vistos após o plano de corte (portas e janelas, peças sanitárias, bancadas);
h) Desenhar as hachuras: revestimento de cerâmica nas paredes das áreas molhadas
(serviço, cozinha, banheiro), textura de vidro nas janelas, entre outros;
i) Colocar as cotas de níveis e escrever os nomes dos ambientes seccionados;
j) Cotar as alturas do desenho;
k) Escurecer os elementos cortados de acordo com a hierarquia de traços;
l) Escrever o titulo do desenho e a escala.

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3.5 FACHADAS

a) Desenhar a linha do terreno (linha de terra);


b) Desenhar as linhas externas da edificação que estão em vista;
c) Marcar as alturas dos elementos da fachada (encontrar as alturas nos cortes);
d) Desenhar a cobertura;
e) Desenhar os elementos que são vistos: portas, janelas, pilares, entre outros;
f) Desenhar a hachura do telhado;
g) Escurecer as faces da fachada que estão mais próximos do observador;
h) Escrever o titulo do desenho e a escala.

Após ter desenhado tudo, para finalizar as pranchas, basta apenas escurecer as margens e
fazer o carimbo. Devem ser feitas, nas margens, as marcas onde o papel deverá ser dobrado.
No carimbo devem-se indicar as seguintes informações:
 Identificação da empresa e do profissional responsável pelo projeto;
 Autoria do desenho e do projeto;
 Identificação do cliente;
 Nome do projeto ou do empreendimento;
 Endereço do projeto;
 Título do desenho (Assunto da prancha);
 Indicação seqüencial do projeto (números das pranchas);
 Escalas;
 Data.
Vale ressaltar que quando o projeto é composto por várias pranchas, elas são numeradas na
seguinte ordem:
1- Situação;
2- Locação e Coberta;
3- Planta Baixa;
4- Cortes;
5- Fachadas.
Finalizando o carimbo, as margens e marcas, basta apenas dobrar as pranchas em tamanho
A4 e entregar o projeto.

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REFERÊNCIAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos
– Tipos de linhas - Larguras das linhas. 1984.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10068 – Folha de Desenho – Leiaute e
dimensões. 1987.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico.
1987.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10582 – Apresentação da folha para
desenho técnico. 1988.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6492 – Representação de projetos de
arquitetura. 1994.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8402 – Execução de caracter para escrita
em desenho técnico. 1994.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8196 – Desenho técnico - Emprego de
escalas. 1999.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13142 – Desenho técnico - Dobramento
de cópia. 1999.
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho Arquitetônico. São Paulo: Edgard Blücher, 2001.
MONTENEGRO, Gildo A. Ventilação e Cobertas. Estudo teórico, histórico e descontraído. São
Paulo: Edgard Blücher, 1984.
NEUFERT, Ernst. A arte de projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili, 1974.
PRONK, Emile. Dimensionamento em Arquitetura. João Pessoa: Ed. Universitária – UFPB, 1987.
ACESSIBILIDADE

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