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Estudo de Estabilidade do Lixão “Morávia” da Cidade de Medellín, Colômbia

Conference Paper · October 2013

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COBRAE 2013 VI Conferência Brasileira de Encostas
Angra dos Reis, 04 a 06 de Outubro de 2013

Estudo de Estabilidade de Taludes do Antigo Lixão do Morro de


Morávia da Cidade de Medellín, Colômbia
Luciana Rodrigues Fernandes
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, luci.civil@gmail.com

Gregório Luis silva Araújo


Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, gregorio@unb.br

Hernán Eduardo Martínez Carvajal


Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, carvajal@unb.br

RESUMO: O estudo expõe uma análise sobre o comportamento estrutural do antigo lixão do Morro
de Morávia, com o propósito de estimar sua estabilidade por meio de uma avaliação probabilística
dos fatores de segurança dos taludes em várias seções do morro. Foram feitas análises de
estabilidade de taludes a partir das teorias clássicas de equilíbrio limite e análises probabilísticas
utilizando o Método FOSM. Ao final, foram apresentadas recomendações construtivas para a
reconformação dos taludes analisados. Entretanto, mesmo com essa reconformação, observou-se
que a melhor solução para o morro seria a retirada e realocação dos moradores ameaçados.

PALAVRAS-CHAVE: Lixão, Análise de Estabilidade, Método FOSM.

1 INTRODUÇÃO meio de uma avaliação probabilística dos


fatores de segurança dos taludes.
O presente trabalho consiste em um estudo do
Morro de Morávia, localizado em Medellín,
Colômbia, com área de aproximadamente
420.000 m², onde se encontra um depósito de
lixo de resíduos sólidos de origem doméstica,
industrial, agrícola e hospitalar.
Entre 1972 e 1984 o morro foi utilizado
como depósito de resíduos a céu aberto. Ele foi
conformado sobre uma escavação abandonada
com aproximadamente 10 metros de
profundidade sobre a planície aluvial do rio
Medellín, alcançando uma altura máxima de
Figura 1 – Início da construção do bairro sobre o antigo
42,5 metros. Essa atividade cessou com a lixão (UPC, 2012).
inauguração do primeiro aterro sanitário da
cidade, em 1983.
Antes do encerramento das deposições de
resíduos, a população já utilizava o morro para
trabalhar com a reciclagem. Após o
encerramento, passaram a morar no local,
resultando em um rápido assentamento não
planejado. A Figura 1 mostra o início da
construção do bairro sobre o lixão e a Figura 2
mostra a consolidação do bairro.
Figura 2 – Bairro consolidado sobre o antigo lixão (UPC,
Neste presente trabalho analisou-se a 2012).
estabilidade estrutural do Morro de Morávia por

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2 ESTABILIDADE DE TALUDES muito utilizado em geotecnia, em especial na


avaliação estatística do coeficiente de segurança
A análise de estabilidade tem como objetivo de taludes. O método relaciona o índice β com a
principal verificar a condição de segurança de probabilidade de ruptura, que permite uma
um talude existente e a eventual necessidade de avaliação mais consistente da estabilidade.
medidas preventivas ou corretivas. Nesse tipo e análise, calcula-se a variância
Os parâmetros de resistência são do fator de segurança, V[FS], por meio da
normalmente estipulados com conservadorismo Equação 1 de FOSM (Harr, 1987):
nas análises de estabilidade usuais, de forma a
se estimar o valor do fator de segurança, FS,
[ ] ∑ ( ) [ ] (1)
mínimo existente. Em contrapartida, os estudos
de estabilidade podem envolver análises
paramétricas de taludes, verificando-se a Onde:
sensibilidade do FS para variações impostas aos V[FS] = raiz quadrada do desvio-padrão do FS;
parâmetros geométricos e geotécnicos do δFSi = variação de FS que ocorre quando se
problema. varia de δXi cada um dos n parâmetros Xi (peso
As análises de estabilidade podem ser unitário, coesão, ângulo de atrito, piezometria,
realizadas de duas formas: métodos inclinação e altura do talude, etc.);
determinísticos, onde a medida da segurança do V[Xi] = variância de cada um dos parâmetros
talude é feita em termos de um fator de Xi.
segurança; e métodos probabilísticos, onde a
medida de segurança é feita em termos da O índice de confiabilidade, β, do fator de
probabilidade de ocorrência da ruptura. segurança, é definido pela Equação 2, uma vez
Os métodos probabilísticos são aplicados em que o FS crítico é igual a 1,0:
estudos de estabilidade de taludes com o
{ [ ] }
objetivo de quantificar algumas incertezas (2)
[ ]
inerentes ao FS obtido por métodos
determinísticos. Este método aparece como uma
Onde:
alternativa sistemática de incorporar a
E[FS] = valor usual (determinístico), do fator de
variabilidade de parâmetros e carregamentos no
segurança calculado com os parâmetros médios;
projeto e então calcular o risco de ruptura ou a
σ[FS] = desvio-padrão do fator de segurança.
confiabilidade destas estruturas (Assis et al.,
2002).
A probabilidade de ruptura é definida pela
Dentre os métodos probabilísticos existe o
área sob a curva unitária de distribuição de
Método FOSM, onde as vantagens deste tipo de
frequência (função densidade de probabilidade)
solução são cálculos matemáticos simplificados
do FS correspondente a valores de FS inferiores
e o conhecimento apenas dos valores dos
a 1,0.
momentos das distribuições estatísticas das
O índice β indica o número de desvios-
variáveis que formam a função (Assis et al.,
padrão que distancia a ruptura do FS médio
2002).
encontrado. O valor de β complementa o valor
de FS e permite estimar a probabilidade de
2.1 Método FOSM
ruptura.
O Método FOSM (First-order, second moment)
tem como base o truncamento da função de
3 PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS DOS
expansão da Série de Taylor. As saídas e
RESÍDUOS SÓLIDOS
entradas de dados são expressas por valores
esperados e desvio-padrão.
Definir as propriedades geotécnicas dos
O índice de confiabilidade, β, é uma
materiais que compõem um aterro sanitário é
aplicação direta do Método FOSM que tem sido
bastante complexo, visto que os resíduos

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sólidos urbanos, RSU, são amplamente medições de propagação de onda sísmica em


heterogêneos e possuem variadas resistências ensaios de poço no Morro de Morávia.
em função da evolução do comportamento de
cada material com o tempo.
Para análises do comportamento dos 3.1 Propriedades Geotécnicas dos RSU do
resíduos sólidos podem-se considerar aceitáveis Morro de Morávia
os conceitos teóricos da Mecânica dos Solos
clássica na interpretação de dados de ensaios Para as análises de estabilidade deste estudo, os
com RSU. Desta maneira, os conceitos de parâmetros de resistência, φr e cr, foram
ângulo de atrito (φr) e de intercepto coesivo (cr) definidos a partir dos valores da Figura 3.
são normalmente utilizados, e determinados Tendo em vista que eles apresentaram uma
segundo o critério de ruptura de Mohr- grande dispersão, pode-se verificar a
Coulomb. necessidade de uma análise probabilística de
Na Figura 3 encontram-se valores de estabilidade dos taludes.
literatura de parâmetros de resistência (φr e cr) Considerando que o morro sofreu uma
de ensaios realizados para RSU advindos de degradação avançada de seus materiais e este se
algumas referências da literatura (Fernandes, encontra em um estado de consolidação
2012). avançado, os valores de peso unitário natural
(γnat) e peso unitário saturado (γsat) utilizados
Cisalhamento direto Compressão Triaxial Retro-análise de campo
nas análises foram de 14 e 16 kN/m³,
90
respectivamente, valores verificados por
80 Londoño (2011) no Morro de Morávia.
70
Coesão c (kPa)

60

50 4 ANÁLISE DOS PERFIS DO MORRO


40
Para as análises de estabilidade das seções que
30
compõem o Morro de Morávia, foram
20 projetadas 40 seções sobre a planta topográfica
10 do morro, como mostra na Figura 4. Na região
0 ocidental não foram projetadas seções, pois a
0 10 20 30 40 50 área já se apresenta reconformada e com seu
Angulo de atrito ϕ ( )
Figura 3 – Valores de literatura de φr e cr de RSU devido sistema de cobertura.
(Fernandes, 2012). A planta topográfica usada nas análises
apresenta curvas de nível bem detalhadas, a
Sabe-se que o peso unitário em um aterro de cada 1 metro de altitude, onde se tem uma
resíduos possui uma grande variação espacial, altitude máxima de 1485,00 m e mínima de
devido à heterogeneidade da composição, à 1449,00 m com relação ao nível do mar.
variação de grau de saturação e à variação do As análises de estabilidade de taludes foram
grau de degradação. realizadas a partir das teorias clássicas de
Na literatura observa-se uma ampla faixa de equilíbrio limite com as quais se consideram
variação de peso unitário de RSU: desde valores tanto o equilíbrio de forças como de momentos.
baixos de 1,5 a 3,5 kN/m³ no caso de resíduos Os métodos utilizados foram o Método de
soltos, reportados por Abreu (2000); até valores Bishop Simplificado e o Método de
elevados de 14 a 16 kN/m³ no caso de materiais Morgestern-Price por meio do programa
em um estado de consolidação avançado, computacional Slide 6.0 da Rocscience.
reportados por Londoño (2011). Estes valores Adicionalmente foram realizadas análises
foram verificados durante a execução de probabilísticas pelo Método FOSM utilizando
ensaios de cisalhamento direto in situ e valores médios e desvios-padrões das
propriedades geotécnicas dos RSU.

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Assim, decidiu-se criar uma classificação


própria com faixas de β, sendo os níveis de
confiabilidade classificados com baixo, médio e
alto, como mostram as faixas de valores da
Tabela 1. Devido ao caso especial que se
encontra o morro, o valor mínimo de aceitação
do índice de confiabilidade é pequeno, sendo
este de 0,8.

Tabela 1. Níveis de confiabilidade a partir dos valores de


índice de confiabilidade.
Níveis de confiabilidade β
Baixo < 0,8
Médio 0,8 – 1,1
Alto > 1,1

Para os perfis de confiabilidade baixa, foram


realizadas novas análises de estabilidade,
considerando uma modificação mínima na
geometria desses taludes (por meio de cortes), a
Figura 4 - Planta topográfica do Morro de Morávia com fim de diminuir a inclinação nos locais de maior
as seções analisadas. instabilidade e evitando ao máximo a exposição
de RSU que anteriormente estavam cobertos.
Os níveis de aceitação dos fatores de
segurança seguiram as recomendações da U.S.
Corps of Engineers (2003) para análises 5 RESULTADOS E ANÁLISES
estáticas considerando o FS ideal acima de 1,5.
Baseou-se também na NBR-11682 - Para realizar as análises probabilísticas de
Estabilidade de Encostas (ABNT, 2009), estabilidade dos perfis, foram utilizados os
segundo a qual o fator de segurança mínimo valores médios e desvios padrão apresentados
recomendado para situação definitiva é de 1,5, na Tabela 2. Conforme citado anteriormente, os
para nível alto de segurança contra danos valores de γnat e γsat foram obtidos por Londoño
materiais e ambientais e nível médio de (2011).
segurança contra perda de vidas humanas.
A partir das análises probabilísticas pode-se Tabela 2. Média e desvio padrão das propriedades
definir para cada seção qual o parâmetro de geotécnicas utilizadas.
maior influência na variação do FS, a γnat γsat cr
tgφr
probabilidade do FS ser menor que 1,0 (kN/m³) (kN/m³) (kPa)
(probabilidade de ruptura) e o índice de Média 14,0 16,0 21,32 0,54
confiabilidade (β). Desvio
1,4 1,4 12,51 0,091
padrão
Whitman (1984) citou que um valor de β
igual a 2 seria uma confiabilidade típica
comumente aceita na prática de engenharia Os parâmetros geotécnicos de resistência
geotécnica. Porém, para definir o valor de médios, cr e φr, calculados por meio de todos os
aceitação do índice β para o caso do Morro de valores apresentados na Figura 3, foram 21 kPa
Morávia, foi necessário considerar a natureza e 28º, respectivamente. Observa-se na Figura 5
dos RSU, a grande variabilidade dos parâmetros que esses valores encontram-se na faixa de
geotécnicos, as questões econômicas, a parâmetros de resistência dos RSU
dificuldade técnica de obter uma amostragem e recomendada por Sanchez-Alciturri et al.
o fato das encostas já estarem consolidadas. (1993), estando bem próximos da região de

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parâmetros recomendados para projetos e Confiabilidade Média


dentro da região de resultados de laboratório. Perfil FS P[R] (%) β
O resultado do fator de segurança médio médio
encontrado para cada perfil está apresentado nas 16 1,5 15 1
Tabelas 3, 4 e 5, sendo mostrado ainda seu 17 1,5 14 1,1
respectivo resultado da análise probabilística 18 1,4 20 0,8
19 1,4 17 1
(probabilidade de ruptura e índice de
20 1,4 18 0,9
confiabilidade) em função do nível de 21 1,4 18 0,9
confiabilidade alta, média e baixa, 23 1,5 20 0,8
respectivamente. 24 2 13 1,1
25 1,6 18 0,9
26 2 15 1
27 2,2 17 0,9
28 B 2,3 19 0,9
29 B 2,5 15 1
29 A 2,8 13 1,1
30 A 3,1 13 1,1
31 2 19 0,9
32 2,1 17 1
33 2,4 14 1,1
37 1,7 16 1

Tabela 5. Resultado das análises de estabilidade dos


perfis encontrados como de baixa confiabilidade.
Figura 5 – Faixa recomendada de parâmetros de
resistência dos RSU (Sanchez-Alciturri et al., 1993).
Confiabilidade Baixa
Perfil FS P[R] (%) β
Tabela 3. Resultado das análises de estabilidade dos
médio
perfis encontrados como de alta confiabilidade. 1 1,4 36 0,3
Confiabilidade Alta 2 1,8 27 0,6
Perfil FS P[R] (%) β 3 1,6 34 0,4
médio 4 1,7 32 0,5
7 3 11 1,2 9 1,3 38 0,3
8 5,5 8 1,4 10 1,8 27 0,6
22 1,7 11 1,2 36 1,4 25 0,7
28 A 2,5 12 1,2
30 B 2,9 12 1,2 Para os perfis de confiabilidade baixa (β <
34 3 3 1,9 0,8) realizaram-se novas análises considerando
35 2,2 6 1,5 modificações mínimas nas geometrias de seus
taludes (por meio de cortes), diminuindo a
Tabela 4. Resultado das análises de estabilidade dos inclinação dos locais menos estáveis. O critério
perfis encontrados como de média confiabilidade. adotado para o retaludamento foi diminuir as
inclinações dos taludes acima de 45° por meio
Confiabilidade Média
de pequenos volumes de corte até que fossem
Perfil FS P[R] (%) β
médio obtidos índices de confiabilidades aceitáveis.
5 1,7 21 0,8 Na Tabela 6 encontram-se os novos resultados
6 1,9 21 0,8 obtidos para as seções onde foram necessárias
11 1,6 14 1,1 mudanças na inclinação dos taludes.
12 1,4 21 0,8
13 1,4 17 1
14 1,3 22 0,8
15 1,4 16 1

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Tabela 6. Resultados das análises de estabilidade dos


perfis de baixa confiabilidade.

Perfil FS P[R] β confiabilidade


médio (%)
1 1,8 11 1,2 Alta
2 2,3 18 0,9 Média
3 2,2 20 0,8 Média
4 1,9 14 1 Média
9 1,3 38 0,3 Baixa
10 2,2 12 1,2 Média
36 1,4 25 0,7 Baixa

A Figura 6 mostra o resultado da análise de


estabilidade do perfil 1 com seu talude natural,
ressaltando as superfícies de ruptura com fator Figura 7 - Análise de estabilidade do Perfil 1 com a
geometria de seu talude modificada. FS=1,8.
de segurança abaixo de 1,5. A Figura 7 mostra o
resultado com modificações na geometria.
Os Perfis 9 e 36 não responderam Observaram-se com as análises
favoravelmente à modificação de suas probabilísticas, que a coesão foi a variável
geometrias, mantendo seus níveis de individual de maior influência na variação do
confiabilidade em valores baixos. Foram FS para todos os perfis. A média das variáveis
realizadas várias tentativas de cortes na está apresentada na Figura 8, com uma
geometria destes taludes, porém as mudanças representação gráfica das porcentagens de
que forneciam valores de FS confiáveis eram influência das variâncias de cada parâmetro,
inviáveis devido ao grande volume de corte com relação à variância total do fator de
necessário. Portanto, optou-se por manter suas segurança. Esta distribuição é muito similar a
geometrias naturais. Isto significa que nestas todos os perfis, onde a influência da coesão se
áreas é possível que ocorram deslizamentos dos mostra mais acentuada, sempre acima de 60%.
taludes e consequentemente as pessoas da C
região podem ser afetadas. Uma solução para o 100% (83,97%)
problema seria a demarcação de corredores
seguros com a evacuação de moradores 80%

próximos ao local, juntamente com a construção


60%
de estruturas de contenção frente aos perfis de
V [FS]

baixa confiabilidade.
40%
φ
(15,52%)
ɣnat ɣsat
20%
(0,33%) (0,19%)

0%
Variáveis aleatórias
Figura 8 - Diagrama da influência das variáveis aleatórias
em relação à variação do FS.

Figura 6 - Análise de estabilidade do Perfil 1 com seu 6 CONCLUSÕES


talude natural. FS=1,4.
Para realizar as análises probabilísticas de
estabilidade dos perfis do morro, observou-se
uma grande dispersão dos parâmetros de
resistência cr e φr dos RSU. Isto resultou em
valores de desvios padrões altos e

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consequentemente em valores baixos de índices Associação Brasileira De Normas Técnicas (2009).


de confiabilidade, mesmo com probabilidades ABNT NBR-11682: Estabilidade de Taludes, Rio de
Janeiro, 33 p.
de ruptura acima de 1,5. Fernandes, L. R. (2012). Estudo da Cobertura do Lixão
Foi possível determinar os taludes de baixa “Morávia” da Cidade de Medellín, Colômbia.
confiabilidade (perfis 1, 2, 3, 4, 9, 10 e 36). As Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília,
análises posteriores dos perfis 1, 2, 3, 4 e 10 Brasília, DF. 170 p.
UPC (2012). Universidade Politécnica da Catalunya (em
sofreram modificações nas geometrias com catalão) – BarcelonaTech. Cátedra Unesco de Sostenibilidad
cortes. Já os perfis 9 e 36, após várias – Fotografías. Disponível em: < https://cus.upc.edu>.
tentativas, não responderam favoravelmente às Acesso em: 13 de Set. 2012.
modificações. Por causa desses perfis, concluiu- Harr, M. E. (1987). Reliability – Based Design in Civil
se que a melhor solução para o Morro de Engineering. McGraw-Hill Publishing Company,
New York, USA, 291 p.
Morávia seria a retirada e realocação dos Londoño, L. J. S. (2011). Avaliação do Comportamento
moradores nas áreas de influência, além da Geotécnico do “Morro de lixo” do Bairro Morávia
demarcação de corredores seguros. na Cidade de Medellín (em espanhol). Dissertação de
Mestrado, Universidade Nacional da Colombia,
Medellín, Colombia. 160 p.
Sanchez-Alciturri, J. M.; Palma, J.; Sagaseta, C.; Canizal,
REFERÊNCIAS J. (1993). Mechanical Properties of Wastes in a
Sanitary Landfill. Proc. International Conference
Abreu, R. C. (2000). Compressibilidade de Maciços Green’93, Waste Disposal by Landfill, Sarsby (ed),
Sanitários. Dissertação de Mestrado, Escola Balkema, Rotterdam, 357-363.
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, U.S. Corps of Engineers (2003). Slope Stability. Engineering
SP. 241 p. and Design. Engineer manual. EM 1110-2-1902.
Assis, A. P.; Espósito, T. J.; Gardoni, M. G.; Silva, P. D. Whitman, R. V. (1984). Evaluating Calculated Risk in
E. A. (2002). Apostila: Publicação G.AP.–002/01 - Geotechnical Engineering. Journal of Geotechnical
Métodos Estatísticos e Probabilísticos em Geotecnia. Engineering. New York: ASCE, v.110, n2, p. 144-
Universidade de Brasília, Brasília, DF. 188.

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