Você está na página 1de 34

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Instituto de Florestas
Departamento de Silvicultura
Laboratório de Mensuração e Manejo Florestal

Aula 9: Relação Hipsométrica – Modelagem


Volumétrica – Função de Afilamento

DENDROMETRIA (IF 228)


Professor: Emanuel José Gomes de Araújo

Seropédica - RJ
Sumário
9.0. Introdução
9.1. Relação Hipsométrica
9.2. Modelagem Volumétrica
9.3. Função de Afilamento
9.4. Exercício de Fixação
9.5. Atividade
9.0 Introdução
✓Quantificar variáveis que apresentam um alto custo para que sejam
determinadas em grande escala.
✓Muitas vezes é totalmente inviável a sua determinação, já que
implicam na restrição da base de dados.
✓Exemplos: volume de árvores; peso de matéria seca; densidade da
madeira ou alguma outra característica tecnológica; sortimentos que a
árvore pode propiciar e muitas outras possibilidades.
✓Uma alternativa que tem sido utilizada com sucesso é fazer uso de
modelos de regressão nos quais procura-se estimar a variável mais
complexa de ser determinada (variável dependente) em função de
uma ou mais variáveis ou, ainda, combinação destas, que sejam
facilmente determinadas (variáveis independentes).
9.0 Introdução
✓Uma alternativa que tem sido utilizada com sucesso é fazer uso de
modelos de regressão nos quais procura-se estimar a variável mais
complexa de ser determinada (variável dependente) em função de
uma ou mais variáveis ou, ainda, combinação destas, que sejam
facilmente determinadas (variáveis independentes).

Altura = f(Diâmetro)
Volume = f(Diâmetro, Altura)
Diâmetro ao Longo do Fuste = f(Altura ao Longo do Fuste)
9.1 Relação Hipsométrica
✓É definida como a relação existente entre a altura e o diâmetro da árvore.
✓No caso florestal normalmente este diâmetro é tomado a 1,30 metros de
altura do solo (DAP).
✓O conhecimento desta relação tem grande significado prático no sistema de
coleta de informações.
✓Medindo na parcela somente parte das alturas e todos os diâmetros, pode-se
estabelecer através dos pares altura-diâmetro mensurados, uma relação
matemática que possibilite a estimativa da altura das demais árvores
contidas na parcela.
✓Este fato é mais relevante quanto maior a dificuldade que se tem para medir
altura da árvore como é o caso dos plantios com maior idade, além de
representarem economia de recursos no inventário florestal sem que haja
perda de precisão.
9.1 Relação Hipsométrica
Fatores Que Afetam a Relação Hipsométrica

✓Idade
✓Sítio
✓Densidade
✓Posição sociológica
✓Tamanho da copa
✓Espécie
9.1 Relação Hipsométrica
Idade:
A idade afeta a relação hipsométrica e
portanto em inventários sucessivos
não se deve utilizar a mesma relação,
mas sim, refazê-la a cada medição.
Em povoamento que cresce muito
rapidamente, talvez este fato se dê
anualmente na fase jovem, já que aí é
verificado o maior incremento
corrente anual em altura.
Já na fase adulta o crescimento em
altura é mais suave e portanto não há
necessidade de se refazer anualmente
as curvas hipsométricas.
9.1 Relação Hipsométrica
Sítio:
Em locais mais produtivos a inclinação da curva altura-diâmetro é mais
acentuada do que em locais menos produtivos.
9.1 Relação Hipsométrica
Densidade:
Esta influência vai ser maior ou menor
dependendo a qual estrato da floresta
pertence a árvore.
Nas árvores dominantes a altura é
pouco afetada pelo espaçamento, já
nas dominadas a influência no
desenvolvimento da altura é bastante
acentuada. Já com relação a variável
diâmetro, em qualquer estrato, ela é
bastante afetada pela concorrência.
Assim, quando a concorrência é alta,
a razão H/Dap é maior, que quando a
concorrência é mais moderada
9.1 Relação Hipsométrica
Posição Sociológica:
Para árvores dominantes, a razão H/Dap é menor que para árvores dominadas.
9.1 Relação Hipsométrica
Posição Sociológica:
Quanto maior a copa menor a razão altura-diâmetro.
9.1 Relação Hipsométrica
✓PLANTIOS PUROS:
Povoamentos sujeitos a desbaste: Este é um caso clássico onde ocorre a
degeneração da relação altura diâmetro. A medida que são realizados
desbastes são removidas prioritariamente as menores árvores. Há
portanto a tendência de uniformização da altura.
Porém, com um maior espaçamento as árvores respondem com um
maior crescimento em diâmetro, o que leva a uma maior diferenciação
desta variável. Este fato ocorre porque as árvores pós desbastes ou
remanescente apresentavam diâmetros diferentes. Assim, quanto maior
o número de desbaste menor será a correlação entre a altura e o
diâmetro, existindo situações em que esta será zero.
9.1 Relação Hipsométrica
✓FLORESTAS NATURAIS:
Numa floresta de composição variada em espécie e idade, para uma mesma espécie, a
correlação diâmetro – altura total é muito fraca ou mesmo inexiste, pois a dinâmica de
desenvolvimento das árvores nesta propiciam que estas cresçam primeiro em altura e
só após atingirem o dossel é que começam a crescer em diâmetro de forma mais
expressiva.
Assim, como as árvores tem idades diferentes é comum para uma mesma altura
árvores com diâmetros muito diferentes e vice versa. Desta maneira o diâmetro não
consegue explicar o desenvolvimento em altura. Quando se mede o fuste e não a altura
total o mesmo comportamento ocorre o que também leva a uma muito fraca ou
inexistente correlação entre o diâmetro e a altura. Se considerado um conjunto de
espécies então estes fatos são ainda mais ressaltados e a correlação praticamente
inexiste entre o diâmetro e a altura.
9.1 Relação Hipsométrica
✓Estratégias Para Melhorar a Relação Hipsométrica:

1. Agrupar os dados em classes de diâmetro;

2. Ajustar a relação hipsométrica por espécie/clone;

3. Ajustar a relação hipsométrica por local;


9.1 Relação Hipsométrica
✓Características

1. Inclinação

2. Relação
Biológica

3. Dinâmica
9.1 Relação Hipsométrica
✓Modelos Utilizados
9.2 Modelagem Volumétrica
✓A estimativa do volume da árvore é de uso corrente em dendrometria,
inventário, manejo, economia e planejamento florestal.
✓Após quantificada, esta informação permite compor o volume das
parcelas base para os estudos de crescimento e produção e para
estruturação de planos de suprimento na floresta plantada e de planos
de manejo na floresta nativa.
✓Existem diferentes alternativas para viabilizá-la: modelo de simples
entrada; modelo de dupla entrada; modelo de dupla entrada associado
a modelo hipsométrico; modelo para o povoamento; fator de forma;
método dos dois diâmetros; o método geométrico; funções splines e
funções de afilamento.
9.2 Modelagem Volumétrica
✓Dispersão dos Dados
9.2 Modelagem Volumétrica
✓Modelos Utilizados
9.3 Função de Afilamento
✓Árvores com mesmo diâmetro e mesma altura podem apresentar
volumes e sortimentos distintos se a forma dos fustes forem
diferentes;
✓Segundo Husch et al. (1982), os fustes das resinosas quase nunca se
apresentam como cones, neilóides ou parabolóides típicos, e sim como
formas intermediárias entre o cone e o parabolóide. Já os troncos
comerciais de folhosas, são definidos como semelhantes a troncos de
cones, neilóides, parabolóides e, eventualmente, cilíndricos.
✓As funções de afilamento, também conhecidas como, funções de taper,
funções de adelgaçamento, modelos de perfil ou, ainda, funções de
forma, são uma maneira de descrever matematicamente o perfil de
um fuste.
9.3 Função de Afilamento
9.3 Função de Afilamento
9.3 Função de Afilamento
✓Modelos Utilizados
9.3 Função de Afilamento
✓Dispersão dos Dados
9.4 Exercício de Fixação
[PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPURAH, MT (2016)]. O diâmetro é uma das variáveis mais
importantes na determinação do volume, avaliação da biomassa e estudo de crescimento. A
medição do diâmetro de uma árvore em pé é feita sempre que possível à altura do peito do
medidor, isto é, a 1,30 acima do solo. Esta regra é muito utilizada nas atividades florestais. Em
inventário florestal a relação entre a altura e o diâmetro de uma árvore é chamado de relação
Hipsométrica, e é usada para fornecer alturas de árvores que tiveram apenas o diâmetro
medido. Sobre relação hipsométrica é correto afirmar.
a) Independente do tipo de floresta esta é uma relação direta, ou seja, quanto maior o
diâmetro maior a altura.
b) Em florestas tropicais observa-se que esta relação se altera, pois a grande diversidade de
espécies e de idades estabelece maior competição entre os indivíduos da floresta.
c) Nos povoamentos equiâneos não se observa bons resultados desta relação.
d) Com o aumento da idade os povoamentos tendem a apresentar uma relação que mostra
aumentos cada vez maiores.
e) Esta relação depende diretamente da qualidade do sítio da espécie não importando a
posição sociológica no povoamento.
9.4 Exercício de Fixação
[PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPURAH, MT (2016)]. O diâmetro é uma das variáveis mais
importantes na determinação do volume, avaliação da biomassa e estudo de crescimento. A
medição do diâmetro de uma árvore em pé é feita sempre que possível à altura do peito do
medidor, isto é, a 1,30 acima do solo. Esta regra é muito utilizada nas atividades florestais. Em
inventário florestal a relação entre a altura e o diâmetro de uma árvore é chamado de relação
Hipsométrica, e é usada para fornecer alturas de árvores que tiveram apenas o diâmetro
medido. Sobre relação hipsométrica é correto afirmar.
a) Independente do tipo de floresta esta é uma relação direta, ou seja, quanto maior o
diâmetro maior a altura.
b) Em florestas tropicais observa-se que esta relação se altera, pois a grande diversidade de
espécies e de idades estabelece maior competição entre os indivíduos da floresta.
c) Nos povoamentos equiâneos não se observa bons resultados desta relação.
d) Com o aumento da idade os povoamentos tendem a apresentar uma relação que mostra
aumentos cada vez maiores.
e) Esta relação depende diretamente da qualidade do sítio da espécie não importando a
posição sociológica no povoamento.
9.4 Exercício de Fixação
[COPEL, PR (2010)]. A volumetria de árvores foi desenvolvida por inúmeros
biometristas, tomando-se por aproximação o volume de cilindro como o sólido
geométrico que se assemelha à forma estrutural dos fustes. Para se aprimorar a
obtenção de volumes individuais, evoluiu-se para o ajuste de equações
volumétricas por regressão linear. Existem várias equações disponíveis na
literatura, as quais podem se alternar em melhores ajustes aos dados
amostrais, valendo-se da comparação de estimadores estatísticos gerados para
cada modelo especificamente. Os estimadores mais apropriados para se julgar
a adequação de um modelo proposto são:
I. Avaliação do coeficiente de determinação e da distribuição dos resíduos de
cada modelo testado.
II. Avaliação da variância dos dados amostrais.
III. Avaliação do coeficiente de variação dos dados amostrais.
IV. Avaliação da soma dos resíduos amostrais em relação ao modelo proposto.
9.4 Exercício de Fixação
I. Avaliação do coeficiente de determinação e da distribuição dos resíduos de
cada modelo testado.
II. Avaliação da variância dos dados amostrais.
III. Avaliação do coeficiente de variação dos dados amostrais.
IV. Avaliação da soma dos resíduos amostrais em relação ao modelo proposto.
A(s) afirmativa(s) CORRETA(S) é/são somente:
a) Somente a II.
b) II e III.
c) Somente a IV.
d) Nenhuma delas.
e) Somente a I.
9.4 Exercício de Fixação
I. Avaliação do coeficiente de determinação e da distribuição dos resíduos de
cada modelo testado.
II. Avaliação da variância dos dados amostrais.
III. Avaliação do coeficiente de variação dos dados amostrais.
IV. Avaliação da soma dos resíduos amostrais em relação ao modelo proposto.
A(s) afirmativa(s) CORRETA(S) é/são somente:
a) Somente a II.
b) II e III.
c) Somente a IV.
d) Nenhuma delas.
e) Somente a I.
9.4 Exercício de Fixação
[FUNDAÇÃO DO MEIO AMBIENTE/FATMA, SC (2011)]. O volume de árvores tem sido estimado com certa
facilidade e acuracidade, empregando-se equações de volume, ajustadas quase sempre a partir de medições
do diâmetro à altura do peito e da altura total. A variável volume constitui uma das informações mais
importantes para a estimativa do potencial florestal de uma região, sendo que o volume individual fornece
um ponto de partida para a avaliação do conteúdo lenhoso dos povoamentos florestais. Com relação aos
métodos desenvolvidos para a determinação de volumes individuais das árvores, é correto afirmar:
a) Uma função de afilamento é uma descrição matemática do perfil longitudinal de um tronco e seu volume
pode ser obtido pela integração dessa função, podendo determinar o volume de madeira entre
quaisquer pontos ao longo do tronco, embora essa função seja bastante rígida porque não permite a
estimativa do diâmetro a uma altura qualquer do fuste.
b) A presença ou não de cascas e o tipo de manejo diferencia a medição do volume da árvore de acordo
com o método de estimativa ou medida utilizado.
c) O método de cubagem através do xilômetro é o único que não fornece o valor do volume verdadeiro das
árvores, sendo este estimado pela função de afilamento.
d) A presença ou não de cascas não diferencia a medição do volume da árvore de acordo com o método de
estimativa ou medida utilizado, mas o tipo de manejo diferencia.
e) O método do fator de forma, que é uma razão entre volumes, é usado para corrigir o volume do cilindro
para o volume da árvore, sendo influenciado pela espécie, sítio, espaçamento, desbaste e idade.
9.4 Exercício de Fixação
[FUNDAÇÃO DO MEIO AMBIENTE/FATMA, SC (2011)]. O volume de árvores tem sido estimado com certa
facilidade e acuracidade, empregando-se equações de volume, ajustadas quase sempre a partir de medições
do diâmetro à altura do peito e da altura total. A variável volume constitui uma das informações mais
importantes para a estimativa do potencial florestal de uma região, sendo que o volume individual fornece
um ponto de partida para a avaliação do conteúdo lenhoso dos povoamentos florestais. Com relação aos
métodos desenvolvidos para a determinação de volumes individuais das árvores, é correto afirmar:
a) Uma função de afilamento é uma descrição matemática do perfil longitudinal de um tronco e seu volume
pode ser obtido pela integração dessa função, podendo determinar o volume de madeira entre
quaisquer pontos ao longo do tronco, embora essa função seja bastante rígida porque não permite a
estimativa do diâmetro a uma altura qualquer do fuste.
b) A presença ou não de cascas e o tipo de manejo diferencia a medição do volume da árvore de acordo
com o método de estimativa ou medida utilizado.
c) O método de cubagem através do xilômetro é o único que não fornece o valor do volume verdadeiro das
árvores, sendo este estimado pela função de afilamento.
d) A presença ou não de cascas não diferencia a medição do volume da árvore de acordo com o método de
estimativa ou medida utilizado, mas o tipo de manejo diferencia.
e) O método do fator de forma, que é uma razão entre volumes, é usado para corrigir o volume do cilindro
para o volume da árvore, sendo influenciado pela espécie, sítio, espaçamento, desbaste e idade.
9.5 Atividade
✓Resolver tarefas disponibilizadas no SIGAA

✓Prazo de uma semana


9.6 Referências
✓ SCOLFORO, J. R. S. BIOMETRIA FLORESTAL: PARTE I: MODELOS DE REGRESSÃO LINEAR E NÃO-
LINEAR. PARTE II: MODELOS PARA RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA, VOLUME, AFILAMENTO, E PESO
DE MATÉRIA SECA. Lavras: UFLA/FAEPE. 2004. 285 p.

✓ [PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPURAH, MT (2016)].

✓ [COPEL, PR (2010)].

✓ [FUNDAÇÃO DO MEIO AMBIENTE/FATMA, SC (2011)]


OBRIGADO!

ejgaraujo@gmail.com

Você também pode gostar