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Contudo, é importante visar que uma história que se baseia somente no contexto
nacional e nas suas especificidades ainda não é uma realidade para os países não
europeus, uma vez que ainda usa-se periodizações e denominações europeias como se o
contexto histórico europeu fosse universal. Dessa forma, Francisco argumenta como a
periodização denominada como história antiga vai em contramão a um historicismo
baseado no contexto e nas especificidades nacionais:
“Por exemplo, a História Antiga tradicional, que vem passando por um amplo
processo de reorganização, passa, inclusive, a ser chamada cada vez mais de
“História do Mediterrâneo Antigo”, acrescentando a ela uma especificidade
importante: ela não é mais uma história absolutamente generalista, em termos
universais ou civilizatórios, e nem necessariamente clássica” (FRANCISCO,
2017, p. 55)
Em contraponto, Caldas (2007, p. 54) entende o método histórico não só restrito ao seu
papel metodológico, mas também pelo seu âmbito filosófico, sendo para ele um dos
cernes do historicismo o “rompimento com a metafísica" que se baseia no Zeitgeist
,“espírito de uma época”, além disso entende que a história não deve buscar as causas e
os fins dos eventos históricos e nem se encadear de forma compulsória em ordens
cronológicas.
“Se a soma das partes não configura plenitude, por outro lado, não será
procurando a origem de um fenômeno em um encadeamento retrospectivo
que poder-se-á compreender o que é história”(CALDAS, 2007, pg. 56)
Outra característica adotada por esses historicistas era a busca de domar a sociedade
através da história, dessa maneira, o fazer histórico ia em contraponto a qualquer
resquício de uma histórica critica “O historiador preparava, assim, o caminho em
direção à submissão absoluta dos cidadãos ao poder, sem discussões nem
crítica”(FONTANA, 2004, p. 228)
Dessa forma, a visão de uma história acrítica que negava qualquer levante contra o
sistema vigente que predominava no historicismo alemão não se encaixava no ideal
francês de história, uma vez que eram eles os protagonistas da maior revolução do
século XVIII. Outro fato importante importante relacionado ao historicismo francês era
que o seu método não era baseado simplesmente em uma organização cronológica dos
fatos, uma vez que o objetivo principal era o de compreender a realidade e não os fatos
isoladamente, indo em contraponto ao historicismo alemão.
Bibliografia:
PROST, A. Doze lições sobre a história. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. p. 13-31.