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MARIA LUIZA OLEGÁRIA SILVA SIQUEIRA

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA PELA ÓTICA DA


PSICOLOGIA ESCOLAR

IPATINGA
2019
MARIA LUIZA OLEGÁRIA SILVA SIQUEIRA

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA PELA ÓTICA DA


PSICOLOGIA ESCOLAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras de Ipatinga, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Psicologia.

Orientadora: Daniela Pereira

IPATINGA
2019
MARIA LUIZA OLEGÁRIA SILVA SIQUEIRA

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA PELA ÓTICA DA


PSICOLOGIA ESCOLAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras de Ipatinga, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Psicologia .

BANCA EXAMINADORA

Prof.(a) Humberto Moacir de Oliveira,


Graduado em Psicologia pela PUC-MG e
Mestre em psicologia pela UFMG

Prof(a). Camila Soares de Abreu, Graduada em


Psicologia pela Universidade Federal de Juiz
de Fora; Especialista em Desenvolvimento
Humano pela UFMG.

Prof(a). Magda de Sá Nunes, Graduada em


Psicologia, Pós graduada em gestão de
pessoas e Pós graduando em Terapia
Cognitivo Comportamental pela Faculdade
Pitágoras de Ipatinga. Mestre em
Administração pela Unihorizontes.

Ipatinga, 09 de Dezembro de 2019


Dedico este trabalho á Deus, que criou o
homem e lhe deu toda sabedoria e que foi
criativo nesta tarefa. E com seu fôlego de
vida foi me sustentando e me deu
coragem para questionar realidades e
propor sempre um novo mundo de
possibilidades.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente á Deus, que me sustentou e me deu forças para


concluir este trabalho. Agradeço ao meu esposo, que sempre esteve disposto a
caminhar junto comigo por todos os anos. Aos meus mestres, colegas e amigos de
classe. Á minha filha, que sempre contribuiu para que esse trabalho fosse realizado.
Á minha sobrinha Nelly, que estendeu seu braço sempre. Enfim agradeço á todas as
pessoas que fizeram parte dessa etapa decisiva em minha vida.
“A educação é a base de um alicerce para o
futuro.”
(Maria Luiza Olegária Silva Siqueira )
SIQUEIRA, Maria Luiza Olegária Silva. Relação família escola pela ótica da
psicologia escolar. 2019. 27 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Psicologia) – Faculdade Pitágoras, Ipatinga, 2019.

RESUMO

A temática abordada revela um crescente interesse em delinear a relação família-


escola, e seus aspectos. Diante da importância da família no âmbito escolar, o
objetivo do estudo foi de compreender os impactos que a ausência da família pode
gerar no desenvolvimento do escolar, e os fatores que desencadeiam; Para efetivar
essa revisão foi utilizado as bases Scientific Eletronic Library Online (SCIELO),
Google Acadêmico, Portal de Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC) e
literatura referente ao desenvolvimento do escolar. Os conteúdos passaram por uma
triagem, onde selecionou as informações que inclui os conceitos e abordagens
atuais. Em geral se obteve informações relevantes a cerca das relações família-
escola, e o desenvolvimento do escolar. Apresentou-se os principais fatores de
impacto na evolução do educando, e constatou-se que é importante para a
sociedade o esclarecimento de que a relação família-escola é um elo que jamais
pode ser interrompido, permitindo melhores resultados no desenvolvimento cognitivo
do escolar.

Palavras-chave: Família-escola; Desenvolvimento escolar; Educação; Participação.


SIQUEIRA, Maria Luiza Olegária Silva. Family school relationship from the
perspective of school psychology. 2019. 27 p. Course Conclusion Paper
(Graduation in Psychology) - Faculdade Pitágoras, Ipatinga, 2019.

ABSTRACT

The theme addressed reveals a growing interest in outlining the family-school


relationship and its aspects. Given the importance of the family in the school
environment the objective of the study was to understand the impacts that the
absence of family can generate on the development of the school and the factors that
trigger; To carry out this review, we used the databases Scientific Electronic Library
Online (SCIELO), Google Scholar, Portal of Electronic Psychology Journals
(PePSIC) and literature regarding the development of the school. The contents were
screened, where they selected information that includes current concepts and
approaches. Relevant information was generally obtained on family-school relations
and school development. The main impact factors on the student's evolution were
presented, and it was found that it is important for society to clarify that the family-
school relationship is a link that can never be interrupted, allowing better results in
the cognitive development of the student.

Keywords: Family-school; School development; Education; Participation.


13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14

2. A RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA E ESCOLA NO DESENVOLVIMENTO


DA CRIANÇA. ................................................................................................... 15

3. FATORES QUE LEVAM AS FAMÍLIAS A SE AUSENTAREM DA ESCOLA .. 18

4. SOLUÇÕES QUE AS ESCOLAS TÊM BUSCADO PARA APROXIMAR OS


PAIS DA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS ........................................................ .21

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

6. REFERÊNCIAS .........................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.


14

1 INTRODUÇÃO

A família é o primeiro ponto de referência do indivíduo, no que diz respeito à


forma como este vai se relacionar com o mundo. As regras de convivência, a
maneira como vai se portar mediante às regras impostas pela sociedade, e muitos
outros pontos de aprendizado e formação da personalidade, vem da família. O
segundo ponto de referência do indivíduo, onde começa a colocar em prática essas
regras, é a escola.
No trabalho realizado foi delineada a importância de uma educação
colaborativa entre família e escola, e quais os limites de cada uma. Para buscar uma
melhoria entre a relação família/criança e seu desenvolvimento escolar, este
trabalho buscou responder a seguinte questão: quais os impactos da ausência
familiar na escola para o desenvolvimento escolar infantil?
Para responder a esse questionamento, o objetivo do presente estudo foi
avaliar os impactos produzidos pela falta de uma relação colaborativa entre família e
escola no desenvolvimento e saúde mental da criança. Tendo como objetivos
específicos: compreender as responsabilidades da família e escola no
desenvolvimento da criança; conhecer os fatores que levam as famílias a se
ausentarem da escola; e por fim, descrever as consequências na saúde mental e
escolar na criança decorrente da ausência familiar.
O método de pesquisa utilizado nesse trabalho foi o de revisão de literatura
qualitativa e descritiva, através de artigos científicos indexados nas bases de dados
Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Google Acadêmico e Portal de
Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC), utilizando como descritores de busca
em português: família-escola, desenvolvimento escolar, educação, participação.
Fez-se uma seleção a partir da leitura dos títulos e dos resumos, para verificar se os
artigos atendiam aos critérios estabelecidos para responder à temática proposta.
Após essa primeira filtragem, o artigo selecionado foi lido e estudado na íntegra pela
autora deste trabalho. Para escrever esta revisão, fez-se uma abordagem geral
baseada em conceitos sobre a família, sua importância e formas de impactos na
relação de desenvolvimento escolar, apoiada em informações presentes nos artigos
científicos selecionados e alguns livros didáticos.
15

2. A RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA E ESCOLA NO


DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Desde a gestação da criança até nascer, ela já entra em contato com a


sociedade, advindo de um processo histórico em que a cultura começa a ser
moldada compondo valores, morais crenças, religiões e idéias que irão resultar
como será o comportamento ao longo de seu desenvolvimento na vida. Portanto,
essas transformações sociais podem afetar e causar alterações nas relações
familiares, sendo o principal motivo dessas, a própria família e o ambiente que
vivem, construindo assim, a personalidade da criança (GUZZO, TIZEI, 2007).
Anteriormente, muitas famílias utilizavam-se da mão de obra de seu filho para
ajudar no sustento em casa, contudo, ao ser estabelecido direitos infantis proibir a
exploração da mão de obra infantil, fez com que os filhos deixassem de ser para os
pais, uma expectativa de complemento dos proventos da família ou de recurso
contra suas incertezas no auge da velhice. Hoje se eles permanecem como
propriedade dos pais, é menos como futura força de trabalho ou como garantia de
seu legado, e cada vez mais torna-se como agente de afeto e de cuidados, razão de
viver, motivação e realização. (NOGUEIRA, 2006).
Observa-se que a responsabilidade de educação das crianças é do âmbito
familiar, sendo assim, a escola busca se tornar um mediador na vida delas
ensinando a partir destas vivências fora do contexto escolar. A educação que a
criança recebe é primordial para a sua formação de personalidade, sendo a família
essencial nesse processo de adaptação social e cultural, não se limitando a
participação ao vínculo estabelecido entre pais e filhos e sim por meio de uma
interação escolar que proporcionarão aos filhos que os pais colaboram na formação
das crianças como indivíduos (WEBER, 2007).
Para Nunes e Silveira (2009) no processo de desenvolvimento da criança, as
interações entre professor e aluno deve ser abordada, pois refletem os possíveis
conflitos que podem ocorrer na relação. O processo de ensino e aprendizagem deve
ser entendido de forma a unificar professor e aluno, compondo uma unidade,
inseridos em contexto específico e experienciando situações cotidianas. Assim, a
analítica dos acontecimentos, entre eles o rendimento, conflitos, deve levar em
consideração o contexto que estão inseridos.
16

Além de cumprir a tarefa de construir o conhecimento, a escola pode


contribuir para a solução de conflitos e dificuldades. Para isso é importante que a
escola conheça as relações da criança em suas variadas dimensões incluindo
condições de vida, grupos sociais que se inserem, abrangendo para as
complexidades no campo afetivo, familiar, intelectual e motora.A escola tem de
demonstrar interesse pela vida da criança não só dentro dela, mas também pelo que
ela vive fora da mesma. Compreendendo essas relações a escola pode traçar
metodologias que apresentam atividades coerente com a visão de desenvolvimento,
o que depende de uma comunicação entre família e escola auxiliando nesse
processo de ensino e desenvolvimento (NUNES; SILVEIRA, 2009).
A aprendizagem da criança não acontece apenas em um ambiente, sua
formação é desenvolvida através de alguns contextos, o familiar, o social e a
educação escolar. De acordo com Torres (2006), uma das funções sociais da escola
é preparar o cidadão para o exercício da cidadania vivendo como profissional e
cidadão. O que quer dizer, que a escola tem como função social democratizar
conhecimentos e formar cidadãos participativos e atuantes.
Os pais têm como função e dever, ensinar e educar sobre os valores éticos,
morais, atitudes e comportamentos dentre outros, e a cabendo a escola ensinar ditos
científicos. Observando assim a importância das formas de educação, uma relação
que tem de ser concreta, pois, uma falhando, a outra acaba sendo comprometida e
acaba dificultando o desenvolvimento da criança, a escola tem sua metodologia
filosofia, no entanto ela necessita da família para concretizar seu projeto educativo
(PAROLIN E ISABEL, 2005).
O professor por sua vez, tem um papel fundamental no desenvolvimento dos
alunos, contribui para formação dos mesmos em se tornar um cidadão que consiga
conviver com as diferenças e respeita-las. Conforme Paro (2000), muitas vezes a
família não se aproxima da escola pois pensa ser um ambiente muito diferente estar
acostumada, “a timidez diante dos professores, o medo da reprovação dos filhos e a
distância que sentem da “cultura” da escola os levam a ver a escola não como uma
continuidade em suas vidas, mas como algo separado em suas experiências. ”
Entendendo melhor a relação família/escola, a Tipologia de Envolvimento
parental de Epstein (1992), engloba cinco tipos de envolvimento nos quais as
obrigações essenciais dos pais, reflete as ações e atitudes das famílias ligadas ao
17

desenvolvimento integral da criança e a promoção da saúde, proteção e repertórios


evolutivos. Atendendo as demandas da criança, considerando sua etapa de
desenvolvimento, é tarefa da família criar um ambiente propicio para aprendizagem
escolar. Já as obrigações essenciais da escola retratam diferentes formas e
estratégias adotadas pela escola com intuito de apresentar e discutir os tipos de
programas existentes na escola e evidenciar os progressos da criança em diferentes
níveis. Outra tipologia discutida é o envolvimento dos pais em atividades de
colaboração na escola, referindo-se a como os pais trabalham com a equipe da
direção no que concerne ao funcionamento da escola como um todo, isto é,
programações, reuniões, eventos culturais, atividades extracurriculares, etc. O
envolvimento dos pais em atividades que afetam a aprendizagem e aproveitamento
escolar, em casa também é uma forma que se caracteriza pelo emprego de
mecanismo e estratégia que os pais utilizam para acompanhar as tarefas escolares,
agindo como tutores, monitores e/ou mediadores, atuando de forma independente
ou sob a orientação do professor. A quinta tipologia envolve os pais ao projeto
politico da escola no qual a participação afetiva na tomada de decisão quanto às
metas e projetos possui um reflexo considerando sua presença em organizações de
colegiado, associação de pais e mestres, e abrangendo até as intervenções na
politica local e regional.
De acordo com a tipologia de envolvimento, foi observado que essa parceria
entre pais e escola resultará em um processo educativo escolar da criança e
também social. Este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e,
frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da
vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente,
aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se a uma divisão de
responsabilidades (PIAGET, 2007).
A vida familiar de uma criança não se difere muito da vida escolar, em relação
a educação, princípios e valores, portanto, quanto mais forte a ligação for entre a
família e a escola, melhor para o crescimento e desempenho da criança
Parolin (2005) afirma que família e escola têm o anseio por edificar as crianças para
o mundo. Contudo é preciso entender que existe particularidades que concernem a
família e a diferencia da escola, mas também tem as necessidades que mantém o
elo entre a escola e família. A sistemática da escola necessita da junção desse elo
18

forte, para que os métodos didáticos e filosóficos sejam aplicados e concretize o


processo do educando.
Percebe-se então, o importante destaque desta relação, a necessidade de
uma forte parceria, cada qual com seus valores e objetivos específicos em relação a
educação de uma criança, estando abertas as trocas de experiências, onde um
necessita do outro a todo instante para que a criança seja inserida no meio social e
escolar e se desenvolva como cidadã, tendo princípios éticos e morais, valores, e
ótimos comportamentos, percebendo uma grande importância de compartilhar
responsabilidades entre família e escola.

3. FATORES QUE LEVAM AS FAMÍLIAS A SE AUSENTAREM DA


ESCOLA

A compreensão dos fatores que levam as famílias a se ausentarem da escola,


é compreendida pela perspectiva histórica que gira em torno da relação família-
escola. Nogueira (2006) acredita que “no passado, as relações entre a família e a
escola eram bem menos frequentes e, sobretudo, mais restritas em sua natureza,
isto é, o campo e o teor das trocas eram bem mais limitados”.
Inúmeros fatores como situação econômica e social, estrutura e grau de
escolaridade das famílias, ocupação dos pais, quantidade de filhos, dentre outros
podem influenciar na participação das famílias na escola. Ao desconhecer esses
fatores que interferem no aprendizado do aluno, a família se ausenta e deixa a cargo
da escola todo o desenvolvimento da educação de seus filhos. Diversas vezes a
vida profissional está acima da vida familiar, e as necessidades financeiras, podem
fazer com que pais, dediquem o dia todo ao trabalho, dificultando assim, pela falta
de tempo, o compartilhamento de informações e assuntos de interesses comuns
(ALMEIDA, FERREIRA, PEREIRA, 200-).
Portanto, Nogueira (2006), através de seus estudos em Montandon (2001),
cita que ao final do século XIX e inicio do século XX a maior parte das famílias não
se relacionavam com as instituições públicas, eram limitadas a forma de
comunicação, e suas criticas ou sugestões não tinham qualquer valor. A admissão
de pais em escolas não era permitido, restringindo o seu acesso. Em pequenas
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comunidades apenas o professor tinha uma relação mais estreita com a família, mas
nada que interferisse na didática aplicada pelo sistema de ensino (MONTANDON
apud NOGUEIRA,2006).
Ele ainda afirma que “a presença dos pais no recinto escolar e sua maior
participação em determinadas atividades se tornam mais comuns.” (NOGUEIRA,
2006, p.164), isso ajuda e contribui para que a relação se estenda ainda mais entre
pais e mestres em reuniões e associações. Atualmente as instituições incluem as
famílias em palestras, cursos, “festas da família”, as mantém atualizadas por vários
meios como agenda escolar do aluno, os bilhetes, os contatos telefônicos, as
conversas na entrada e na saída das aulas e ainda, segundo Perrenoud (1995),a
mais importante das formas de contato: a própria criança, através da qual se dá
grande parte da comunicação (NOGUEIRA, 2006, p.164).
As famílias estão com mais desejo de participar ativamente na escola, e
começam a ver essa participação como um direito democrático, ‘’isso significa
também que a contrapartida do estado faz-se efetiva, no sentido de incentivar tal
envolvimento e de criar mecanismos para que ele se viabilize” (NOGUEIRA, 2006).
Seguindo este conceito, é valido citar as duas reportagens que Nogueira
(2006) fez, com o intuito de mostrar a contribuição do governo para esta
aproximação da participação da família na escola. A primeira reportagem abordava
uma iniciativa do governo em que, utilizou-se dos meios de comunicação como a
televisão, para difundir o “Dia Nacional da Família na Escola”, intitulado pelo MEC
(Ministério da educação), a campanha nacional contava com a participação de
famosos que influenciam diretamente o publico, e ainda com material informativo
como folder, cartaz, adesivos, cartilhas educativas que traziam um guia de
sugestões para a família auxiliar na formação dos filhos por intermédio de diversas
atividades na escola e em casa. Em um segundo momento o governo através do
ministério da educação realizou uma pesquisa para esclarecer o grau de satisfação
com relação ao serviço publico de educação prestado em ensino médio e
fundamental.(NOGUEIRA, 2006, p. 156).
Como pôde ser observado, em meados dos séculos passados, os pais eram
mais ausentes e desinteressados pela participação deles com os filhos na escola.
Toda e qualquer instituição de ensino, tem como objetivo a aprendizagem do aluno,
seja ela de forma positiva e negativa, a questão é esta participação dos pais e
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envolvimento na relação escola/familiar. Toda criança precisa de um suporte, de


uma base para seu desenvolvimento, e estes conceitos, esta base tem de serem
dados primeiramente pela família, conceitos, ideais, afetiva, cultural, social, isso é
função da família (NUNES, SILVEIRA, 2009).
Por isso vale ressaltar que há famílias que são mais ausentes, com isso entra
a função também da escola, abrindo as portas para oportunidades desta relação
entre aluno, escola e família, para que a família seja presente no processo
educativo, para isso, a escola precisa conhecer o aluno e sua família. Segundo
Freddo (2004), é indispensável que a escola conheça o histórico familiar de seus
alunos, e caminhe juntamente aos pais, com o objetivo de resolver os problemas do
dia-dia de forma responsável. Ao formar crianças capazes de exercer a
autoconfiança e as preparar para a sociedade, lhes dá a oportunidade de sucesso
(FREDDO, 2004).
Assim, vale ressaltar a importância também do professor, que deve conhecer
o aluno e seu histórico cultural, para poder melhor lidar com o mesmo e entende-lo,
tendo uma maior produtividade em suas aulas podendo fazer que seu aluno seja
mais feliz com a escola e o ensino. “O professor tem um papel de conhecedor da
criança, de consultor, apoiador dos pais, um especialista que não compete com o
papel deles”. Ele deve possuir habilidade para lidar com as ansiedades da família e
partilhar decisões e ações com ela (OLIVEIRA, 2002, p.181).
Com o tempo, as demais instituições sociais, a escola e família passam por
mudanças que alteram suas estruturas, redefinem seu significado e seu papel social,
contudo, para acompanhar essas novas demandas das famílias e sociedade, é
preciso entender os aspectos dessa sociedade contemporânea (NUNES, SILVEIRA,
2009).
Tudo que acontece na escola com a criança é mediado para a família através
da mesma, porém, outros assuntos que devam ser tratados dependem do interesse
dos pais e desta relação com a escola. Contudo, ao mesmo tempo, há uma certa
dificuldade dos pais na participação dos filhos devido a pouco saberem ou quase
nada sobre as características do desenvolvimento cognitivo, afetivo, moral e social
do filho, tampouco sabe como se é dada a aprendizagem, para os pais, os
professores são mestres e especialistas na educação, sendo que ao ficarem
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ausentes, contam com eles para educarem seus filhos, por isso, de acordo com a
maioria, é por isso que mandam seus filhos à escola (NUNES, SILVEIRA, 2009).
Com isso os pais sejam alguns ausentes, outros não, confiam na escola e em
seus profissionais, e ao mesmo tempo, a escola confia na família em sua presença e
participação na educação e vida escolar de seus filhos. Portanto, observa-se esta
importância da participação dos pais e a relação entre família e escola, deve ser
concreta, pois quando há falta de uma, a outra pode ficar sobrecarregada.
De acordo com Arroyo (2000), as trocas de conhecimento, culturas,
experienciações, são importantes para que haja o fluxo da informação, a difusão do
conhecimento mesmo que ainda incerto, mas que levante a hipótese e troque as
informações tornando aprendizes e disseminadores de conteúdo em constante
evolução do saber.
Para um sucesso educacional do filho/aluno, percebe-se que o envolvimento
familiar e a interação da escola com a mesma é de suma importância, para que não
sobrecarregue nenhum dos dois, permitindo um leque de oportunidades, de
presença, de amizade, conhecimento das limitações de cada um, respeitando e
sempre com união abrindo novos horizontes para a educação, seja ela social e
moral, afetiva ou cognitiva, escolar ou familiar, se ajudando um ao outro ativamente
na vida de ambas, diminuindo a distância que há entre as duas, ajudando no
desenvolvimento educativo da criança (GUZZO, TIZEI, 2007).

4. SOLUÇÕES QUE AS ESCOLAS TÊM BUSCADO PARA APROXIMAR


OS PAIS DA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS

Na sociedade há sempre mudanças, em decorrência da grande carga de


informação, inovações tecnológicas, informações cada vez mais fáceis de serem
adquiridas, dentre outros fatores que interferem na estrutura da família e da escola.
Para acompanhar todo este processo evolutivo e aplicar sua prática pedagógica e os
conhecimentos científicos aos alunos, a escola precisa se reinventar. Portanto, por
essas mudanças influenciarem tanto na família, tanto na escola, se faz necessária a
busca de uma relação excelente entre as duas. A escola se faz para a sociedade,
outra família, porque através dela que são ensinados também além dos
conhecimentos científicos, seus direitos e deveres como cidadãos de bem. “A escola
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tem um papel preponderante na contribuição do sujeito, tanto do ponto de vista de


seu desenvolvimento pessoal e emocional, quanto da constituição da identidade,
além de sua inscrição futura na sociedade” (SYMANSKI, 2001, p90).
Torres (2006) afirma que uma das funções sociais da escola é preparar o
cidadão para o exercício da cidadania vivendo como profissional e cidadão. O que
mostra como foi citado acima, que a escola tem o dever social de educar oferecendo
conhecimentos e formar cidadãos participativos e colaboradores.
A vida escolar da criança juntamente com a vida familiar, caminham juntas,
portanto, quanto maior o laço entre família e escola, melhor para a mesma ter um
bom desempenho e desenvolvimento, tanto dentro de casa, como fora da mesma e
dentro da escola. Com isso, é de suma importância que a escola conheça a criança
e logo sua família, para compreender a cultura da criança e vida da mesma,
facilitando os princípios de aprendizagem e formação dela, observando então essa
importante parceria entre as duas, com o foco e objetivo na educação da criança no
geral (ALMEIDA, FERREIRA, PEREIRA, 200-).
É necessário que a escola abra portas para a família fazer parte, ser
contribuinte de uma maneira geral, fazer reuniões com os pais de maneira mais
motivadora e interessante, para poder também conhecer melhor a mesma e criar
laços cooperativos, criar medidas que as atraem para dentro da escola, eventos que
possa deixa-los curiosos e interessados, dever de casa com a participação dos pais,
dentre outros. Essa interação, sociabilização, são meios e soluções da escola
aproximar os pais da vida escolar de seus filhos (FREITAS, 2016).
De acordo com Spósito (2001), para que de fato ocorra a gestão participativa
deve-se contar com toda comunidade escolar, esta que envolve docentes, alunos,
pais, moradores, movimentos populares e sindicais, devendo haver práticas
administrativas compartilhadas. Então, observa-se que a sociedade também se faz
presente, a comunidade é importante para todo processo educativo e relação social
entre família, escola e sociedade. Ressalta-se que a presença dos pais e familiares
dos usuários das escolas não se trata de algo recente, há muito tempo busca-se
estímulos no âmbito de várias concepções pedagógicas, obedecendo á orientações
politicas extremamente conservadoras (SPÓSITO, 2001).
Os pais também devem ter uma relação muito boa e participativa na
educação de seus filhos, pois eles ajudam a educa-los e torna-los cidadãos, com
23

conceitos e ideais, direitos e deveres. Automaticamente, ajudarão aos filhos a se


desenvolverem melhor dentro e fora de casa, e claro, também, na escola
contribuindo para a comunidade escolar (NUNES, SILVEIRA, 2009).
A educação que a criança recebe é primordial para sua formação de
personalidade, sendo a família essencial nesse processo de adaptação social e
cultural, não se limitando a participação ao vinculo estabelecido entre pais e filhos e
sim por meio de uma interação escolar que proporcionarão aos filhos que os pais
colaboram na formação das crianças como indivíduos. (WEBER, 2007).
Para Weber (2007), existem quatro padrões de interações entre pais e filhos:o
estilo autoritário se caracteriza por pais altamente exigentes, impõem regras e limites
rígidos e inflexíveis, com o objetivo de conseguirem obediência e controle. Os
negligentes são aqueles que permitem tudo a seus filhos, mas não possuem papel
de educadores, estabelecem poucos limites e oferece pouco afeto e com seus filhos
desenvolvem baixo desempenho, e uma maior probabilidade de depressão,
pessimismo, baixa autoestima e estresse. Por fim, o estilo mais adequado que é o
participativo, possuem a característica de exigir padrões elevados de qualificação,
mas são acessíveis para conversas e trocas. Este estilo de pais determinam limites
variados, mas em contrapartida retribuem com muito afeto (WEBER, 2007, p. 21).
Observa-se também alterações dentro dos papeis familiares (DESSEN e
POLONIA, 2007). A mãe não é mais a única cuidar do bem-estar da criança, e o pai
não é mais o único a prover o sustento para o lar, pois a mulher vai para o mercado
de trabalho no intuito de ajudar financeiramente a família. Quando os dois
trabalham, a jornada fica mais pesada ainda, pois além do serviço externo, tem o
serviço interno, dentro da própria casa, e isso inclui a educação dos filhos e
acompanhamento escolar dos mesmos. E isso se torna cada vez mais comum,
muitas atividades serem feitas pelos pais, que ficam com pouco tempo ou quase
nada para se dedicar a vida escolar do filho (FREITAS, 2016).
Nogueira (2006) afirma que a união de todos estes fatores tende a impactar
diretamente na vida do escolar, redefinindo seu lugar de filho, trazendo assim uma
evolução em seu desenvolvimento e um diferenciado papel de educar pela família.
Segundo Paro (2000) as relações entre escola e os pais, possuem valores positivos
que difundem conhecimento e saber de forma eficiente, e deve ser trabalhado
formas de comunicação para que essa ponte seja compreendida como resultado de
24

uma união. Com isso vale ressaltar mais uma vez a importância na participação
escolar do filho, e que a escola também seja criativa atraindo os pais à escola para
acompanhamento de seus filhos . Em relação a esta participação dos pais na escola,
o autor ainda afirma que as ações devem ser em via de mão dupla, fazendo dos pais
uma extensão da escola.
Portanto, observa-se o dever e importância da escola em atrair os pais para o
processo educativo dos filhos, criando oportunidades, eventos chamativos e
importantes, reuniões interessantes dentre outros, para que a família se sinta bem
em estar indo fazer parte e cooperar, contribuindo para uma vida efetiva escolar do
aluno.
25

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido aos impactos e influências advindas da relação família-escola


observou-se a necessidade de avaliar de que forma podemos torna a comunicação
e participação dos pais no âmbito escolar mais presente. Os problemas são
desafios, que interferem numa participação efetiva das famílias nas escolas, e
perante a falta de tempo ocasionada pelo excesso de trabalho dos pais, muitos não
conseguem ser participativos na escola. O formato educacional não está preparado
para receber as famílias, dificultando o esclarecimento por parte dos pais sobre a
importância da presença desses na vida escolar do filho. Objetivando o
desenvolvimento do aluno é preciso uma conscientização da sociedade, para que o
trabalho de escola e família se complemente gerando uma evolução na educação.
(ALMEIDA, FERREIRA, PEREIRA, 200-).
O conhecimento de que a ausência da família na vida escolar, tem impacto
diretamente no desenvolvimento do filho deve ser difundido a fim de que haja a
conscientização de toda a sociedade, para que possa diminuir os impactos
negativos advindos dessa ausência e através de métodos e medidas didáticas
aproxime a família da escola. É pertinente a revisão dos aspectos atuais dessa
relação, a fim de criar metodologias que buscam inovações. Percebe-se assim, a
necessidade de estudos que de forma comprobatória possa esclarecer os efeitos
diretos da ausência dos familiares na vida escolar e no desenvolvimento do escolar.
26

6.REFERÊNCIAS

ALMEIDA, F.F.de.A, FERREIRA, A.B., PEREIRA, L. A. Educação familiar: a


relação entre escola e família, parceria para o sucesso da criança nos anos iniciais
do ensino fundamental. Revista INESUl. Disponível em: <
https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol__1381756032.pdf> Acesso em
:15 de outubro de 2019.

ARROYO, M. (2000). Ofício de Mestre: imagem e auto-imagens. Petropolis, RJ:


Vozes.

DESSEN , M., & POLONIA, A. (2007). A Família e a Escola como contextos de


desenvolvimento humano. Brasilia : Scielo Brasil.

EPSTEIN, , J., & BECKER, , H. (1992). Envolvimento dos pais: um levantamento


das práticas dos professores. (Vol. 83). Chicago: the Elementary School Journal

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