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SANTOS
BRUNO HENRIQUE TOTTI RA - 125111359306
MYLENA CASTRO RA -
PIRACICABA
2023
Sumário
1. INTRODUÇÃO 3
2.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA 8
2.2 RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA CONTEXT D INCLUSÃ
NO O E O
ESCOLAR DE CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
(TEA) 11
2.3 PEDAGOGIA ECOSSISTÊMICA 13
2.4. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO
INFANTIL – DCNEI 15
3. PAPEL DO PSICÓLOGO 16
4. TRANSTORNOS MENTAIS 18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 20
6. REFERÊNCIAS 21
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ABUSO DE SUBSTÂNCIAS NA INFÂNCIA
Brusset (2004) também afirma que é por extensão do quadro da clínica dos estados-
limite que a adicção é explicada pelos problemas de identidade, pelo falso-self
adaptativo, pelas dificuldades de relação afetiva, pela depressividade, pela angústia,
pelo vazio e, do ponto de vista metapsicológico, pelo polimorfismo e pela ineficácia dos
mecanismos de defesa, que não impedem a angústia, a aflição, ou mesmo o desespero.
Acrescenta-se a isso a ausência aparente de ancoragem na organização edipiana, a
importância dos mecanismos de clivagem e de projeção, a destrutividade, a fragilidade
narcísica no relacionamento com os objetos que estão sempre longe demais ou perto
demais, entre o abandono e a intrusão.
Porém neste momento é preciso ouvir de outra posição, pois a forma orgânica e
química da mente quando observadas não são capazes de revelar toda uma realidade.
Um comportamento diz sobre um sujeito, porém não é possível compreende-lo a partir
da observação, é preciso uma posição de ouvir e observar pela via da metapsicologia.
Freud a utilizou a partir dos aspectos topográficos, dinâmicos e econômicos para a
definição do psiquismo e Lacan o releu, compreendendo o sujeito através de uma
formação de realidade, onde a realidade também é tecida pelo simbólico, ou seja, a
linguagem também cria estruturas psíquicas, e para além, a realidade está atravessada
por um imaginário, pela fantasia.
A partir deste enlace, este capítulo tentará observar pela via da metapsicologia
quais os sintomas, angústias, castrações, demandas e a história da adolescência que
podem levar ao abuso de substâncias e quais as consequências destes abusos para
esta fase.
São por estas razões que os autores do livro Adolescência Normal, dizem que a
fase da adolescência é angustiada por três lutos, o luto pela aparência infantil, o corpo
infantil, que proporciona ao sujeito um olhar do outro encantador, sem cobranças, sendo
pelos pais e para o mundo, um luto pela identidade infantil, o reconhecimento de si
como um sujeito dependente de afeto e cuidado, e um luto em relação aos pais da
infância, onde o afeto é frequentemente trocado, é um sujeito observado e acolhido na
sua dependência.
O Contardo Calligaris em seu livro faz uma analogia a uma história para
exemplificar o sentimento dos adolescentes, nesta história a um grupo de pessoas que
aterrissam em meio a floresta amazônica e ficam presos na mata, são acolhidos por
uma tribo e lá passam 12 anos de suas vidas aprendendo a cultura, leis, regras, pesca,
caça, instrumentos musicais. Todos estão muito contentes pelas habilidades adquiridas
nos últimos 12 anos e os anciões da tribo reconhecem as suas habilidades e até falam
que eles conseguem realizar as tarefas, porém anunciam que eles deverão esperar por
mais 10 anos para realmente fazer parte da tribo e poderem ocupar seus lugares como
membros.
Cada droga tem seu mecanismo de ação específico, assim como qual receptor irá
se ligar quando houver a ingestão, porém todas têm em comum a ação na região que
chamamos de sistema de recompensa cerebral, que consiste em três grupos neurais
que trabalham em conjunto no processo de liberação da dopamina a percepção de
algum estímulo prazerosos, este sistema é responsável pelas ações reforçadas
positivamente ou negativamente, liberam no SNC (sistema nervoso central) uma parcela
deste neurotransmissor.
Bruce criou o ambiente ideal para os ratos, de maneira onde eles não ficassem
ociosos dentro da gaiola, o rat park tinha as mesmas duas fontes usadas no primeiro
experimento citado acima, porém se diferenciava no ambiente, a ratolândia, termo
traduzido, era equipada com túneis, chafariz, grama e outros ratos, ao final do
experimento Bruce chegou a conclusão que neste ambiente propício onde forneciam
alternativas a morfina, a dependência dos ratos em relação a droga foi 19 vezes menor,
o que assegurou sua hipótese, que as drogas por si só não causam dependência,
existem fatores externos que culminam para o processo de dependência de um
indivíduo.
O valor social da droga varia conforme o ambiente o promove. Beber até cair com
os amigos é socialmente aceito, beber até cair sozinho é alcoolismo, outro ponto que
culmina para esse quadro é como o usuário tem a percepção sobre a substância e de
que forma impacta em sua vida, a droga pode ser um refúgio assim como uma forma
subversiva de rebeldia, para compreendermos este processo de maneira concisa é
preciso quebrar em partes menores, portanto ao se debruçar especificamente na
infância e adolescência podemos ter um panorama do processo de desenvolvimento de
maneira que seja possível observar as incontingencias e as variáveis do
desenvolvimento que podem acarretar em quadros de dependência química, o fator do
uso de drogas durante a gravidez tem papel fundamental em casos genéticos de
dependência ao qual passa de mãe para filho.
Existem inúmeros dados científicos que atestam os prejuízos que não só o abuso,
como também o simples uso de substâncias psicoativas podem acarretar na vida do
sujeito que as utiliza. Por essas e outras razões que a administração dessas
substâncias não é permitida e quando é, se faz necessário todo um acompanhamento
médico para controlar possíveis efeitos colaterais e minimizar os prejuízos. Andrade,
Santos & Bueno sinalizam para a importância de considerar os impactos acarretados
pelo consumo no sistema nervoso, visto que este consumo abusivo está associado aos
danos nas áreas frontais do cérebro e principalmente ao córtex pré-frontal.
Ainda sim, é notório que, apesar de não ter tantos estudos atestando os prejuízos
do uso de drogas na infância, visto ser uma população bem menor e com diversas
implicações para pesquisas, com certeza e dados comprobatórios, eles existem e são
muitos. Se o uso faz mal para indivíduos já desenvolvidos fisicamente, que bem faria
para aqueles que estão no processo de desenvolvimento? Já foi descrito neste
manuscrito os danos biológicos causados no córtex pré frontal que resultam em
comportamentos mal adaptativos e prejudicam a funcionalidade do indivíduo nas tarefas
de vida diária, além de todos os malefícios que, a longo prazo, transcendem a dimensão
da saúde física e se estendem à saúde mental.
A literatura aponta que pelo menos duas vezes mais homens do que mulheres
sofrem de transtornos por uso de drogas. Com exceção dos tranquilizantes, um
estudo indicou que o álcool e os transtornos por uso de cocaína, maconha e
opiáceos são mais prevalentes em homens(24). No entanto, uma vez que as
mulheres iniciaram o uso de substâncias, em particular de álcool, cannabis,
opióides e cocaína, elas tendem a aumentar sua taxa de consumo mais
rapidamente que os homens. Como resultado, as mulheres podem progredir a
transtornos por uso de drogas de forma acelerada, até porque o acesso das
mulheres ao tratamento para transtornos por uso de drogas também é mais
limitado que os homens.
Ainda neste tema, os transtornos por abuso de alcool podem incluir unico
episódio de uso nocivo de álcool, padrão nocivo do consumo, a dependência,
intoxicação alcoólica, abstinência, delírio induzido por álcool, transtorno psicótico
induzido por álcool e outras desordens como transtorno amnéstico, demência,
transtornos de humor e ansiedade induzidos por uso dessa substância.
As substâncias envolvidas tendem a fazer parte das dez classes de drogas que
normalmente causam transtornos por uso de substâncias:
● Álcool
● Cafeína
● Tabaco
3. PAPEL DO PSICÓLOGO
Um dos principais problemas encontrados para falar sobre o uso de drogas e abuso delas é
o preconceito, especialmente quando se refere ao uso dessas substâncias na infância e na
adolescência. Por se referir a um assunto dificultoso de falar de maneira objetiva e clara devido a
intolerância, especialmente com os usuários, faz com que a política de descriminação e redução de
danos seja ainda mais necessária, visto que o acesso à informação pode contribuir para o
desenvolvimento do indivíduo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda existe a negação da criança, antes como um sujeito de direito, agora como sujeito
de ação na sociedade. Parece haver um movimento de retrocesso na compreensão da
criança em sua totalidade, uma vez que não é reconhecida como protagonista do seu
desenvolvimento biopsicossocial. Esse cenário é também o reflexo do silêncio da
comunidade científica, forte indicador da necessidade de maior investimento na pesquisa
teórica referente à dependência química na infância. (REY & FREITAS, 2014, p. 4)
Barros, Naiara Alves de, and Adriana Marcassa Tucci. "Percepções dos Usuários de
Crack sobre as suas Relações Familiares na Infância e Adolescência." Psicologia:
Teoria e Pesquisa 34 (2018).
Gigliotti, Analice (ed.) Diretrizes gerais para tratamento da dependência química. – Rio
de Janeiro: Editora Rubio, 2010
OLIVEIRA DE SOUZA FORMIGONI, Maria Lucia et al. Sistema para detecção do Uso
abusivo e dependência de substâncias Psicoativas: Encaminhamento, intervenção
breve, Reinserção social e Acompanhamento. 11. ed. Brasilia: SUPERA, 2017. E-book.
v. 2: Efeitos de substâncias psicoativas. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/198411/001097859.pdf?sequence=1.
Acesso em: 12 set. 2023.
OLIVEIRA, A.; LINS, L.; FERRO, L.; TAGAVA, R.; ALMEIDA, M. A.; VENTURA, C.;
REZENDE, M. Alterações neuropsicológicas decorrentes de substâncias psicoativas.
Revista de Saúde Pública do Paraná, v. 2, n. 1, p. 148-158, 17 jul. 2019.
Souza, Maria Abigail, and Renata Galves Merino Kallas. "Análise da destrutividade em
adictos a drogas: contribuição a uma abordagem psicoterapêutica." Temas em
Psicologia 17.2 (2009): 377-391.