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Curso de Psicologia

Fernanda da Silveira Toigo

AS CONTRIBUIÇÕES DO PSICÓLOGO ESCOLAR FRENTE AO


BULLYING

Caxias do Sul
2015
FERNANDA DA SILVEIRA TOIGO

AS CONTRIBUIÇÕES DO PSICÓLOGO ESCOLAR FRENTE AO


BULLYING

Projeto de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade da Serra Gaúcha, como parte das
exigências do Curso de Psicologia para
obtenção do título de bacharel.

Professora Orientadora: Cassandra Borges Bortolon

Caxias do Sul
2015
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................4
1.1 Apresentação da temática, sua delimitação e do problema de pesquisa.....................................6
1.2 Objetivos.....................................................................................................................................6
1.2.1 Geral........................................................................................................................................6
1.2.2 Específicos...............................................................................................................................6
1.3 Justificativa.................................................................................................................................6
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................................8
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................................................20
3.2 Cronograma de atividades........................................................................................................21
REFERÊNCIAS............................................................................................................................22
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1. INTRODUÇÃO

No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) no ano de 2009


realizou uma entrevista sobre o bullying com alunos do 9º ano do ensino fundamental.
Foram entrevistados 60.973 estudantes de 1.453 escolas públicas e privadas das 26
capitais do país e do Distrito Federal. Foi identificado que 5,4% dos estudantes sofreram
bullying quase sempre ou sempre no último mês, foram raramente vítimas de bullying
(25,4%) e não se sentiram, em nenhum momento, vítimas de bullying (69,2%). Além
disso, foi apontado que o maior índice de relatos de bullying ocorre entre os meninos
(MALTA et al.,2009). Da mesma forma, a Associação Brasileira Multiprofissional de
Proteção à Infância (Abrapia) divulgou no ano de 2008 que, 28% das crianças
brasileiras já foram vítimas de bullying na escola e que 15% são agredidas
semanalmente (SCHULTZ et al.,2012). Os resultados dessas pesquisas demonstram a
necessidade de um plano de ação eficaz, que promova a redução e a prevenção da
ocorrência dos casos de bullying dentro do ambiente escolar (MALTA et al.,2009).
A palavra bullying tem origem inglesa, e é usada para definir os comportamentos
violentos no ambiente escolar como agressões, assédios e ações de desrespeito que
ocorrem de modo recorrente e intencional pelos agressores. Essas atitudes podem ser
adotadas por um ou mais agressores contra um aluno ou um grupo, quase sempre sem
motivos específicos ou justificáveis (SILVA,2010).
Os bullies, como são chamadas as pessoas que praticam bullying, utilizam os
estudantes agredidos como objetos de diversão, o que implica maltratar, humilhar e
amedrontar esses estudantes, causando nessas vítimas grande dor e sofrimento. Esta
conduta pode se expressar das mais variadas formas, sendo de modo direto ou indireto.
Estas atitudes maldosas podem ocorrer de maneira verbal, física, material, psicológica,
moral, sexual e virtual (SILVA,2010).
A prática de bullying pode trazer sérias consequência as vítimas, pois geralmente
ocorre com estudantes que já demostraram baixa autoestima, o que contribui para que
problemas preexistentes se agravem, podendo ainda causar quadros graves de
transtornos psíquicos e comportamentais, com consequências irreversíveis. A partir da
investigação criteriosa do histórico de vida dos pacientes atendidos em seu consultório,
Silva (2010) analisa que não são apenas crianças e adolescentes que sofrem os efeitos
do bullying, mas também adultos que sentiram essas intensas angústias em uma vida
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estudantil traumática. Os problemas mais comuns observados pela autora foram:


Sintomas Psicossomáticos, Transtorno do Pânico, Fobia Escolar, Fobia Social
(Transtorno de Ansiedade Social – TAS), Transtorno de Ansiedade Generalizada
(TAG), Depressão, Anorexia, Bulimia, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC),
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), e em casos mais extremos podem
desenvolver ainda quadros de Esquizofrenia, homicídio e suicídio (SILVA,2010).
Desta forma, antes de se apontar as origens do bullying culpando alunos, escola
ou pais é necessário compreender que este é o resultado de problemas nestes ambientes,
bem como na relação entre eles. A escola além de formar saberes tem a função de
desenvolver competências, conceitos e opiniões, por isso torna-se fundamental na busca
pela prevenção e enfrentamento do bullying (FREIRE; AIRES,2012).
Nesse sentido, é de grande importância a inserção do psicólogo na área escolar,
pois esse profissional está apto para trabalhar na prevenção e enfrentamento da
violência nesse espaço, o que contribui para a construção de relações mais saudáveis. É
possível ainda, que o mesmo direcione seu trabalho para as demandas específicas de
cada realidade, levando em conta que o papel da psicologia está cada vez mais voltado
para o aspecto social. (FREIRE; AIRES,2012). A problemática do bullying ocorre na
escola ou em seus arredores, no entanto é considerado um problema social, visto que
pode causar graves danos ao psiquismo dos envolvidos. Cabe à Psicologia Escolar
intervir, observando os aspectos individuais de cada um, bem como, o ponto de vista
social, educacional e familiar, já que as intervenções serão distintas dependendo de cada
contexto (FREIRE; AIRES,2012).
A partir dessa perspectiva, este estudo terá como objetivo conduzir uma revisão
bibliográfica sobre as contribuições do Psicólogo Escolar frente ao bullying. Do mesmo
modo, serão apresentadas as principais características do bullying, como identificá-lo,
quais as consequências geradas por esse fenômeno, a abordagem da psicologia sobre
essa questão e o trabalho do psicólogo escolar nesse contexto.
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1.1. Apresentação da temática, sua delimitação e do problema de pesquisa.

Tema: As contribuições do Psicólogo Escolar frente ao bullying.


Problema de pesquisa: Quais são as contribuições do Psicólogo Escolar frente
ao bullying?

1.2. Objetivos
1.2.1. Geral
Identificar quais as possíveis contribuições do Psicólogo Escolar frente ao
bullying.

1.2.2. Específicos
Determinar os elementos que caracterizam o bullying na escola.
Apresentar as possíveis consequências psicológicas para os envolvidos no
bullying.
Definir o papel do Psicólogo Escolar.
Esclarecer o papel do Psicólogo Escolar frente ao bullying na escola.
Identificar as possibilidades de atuação do Psicólogo Escolar na prevenção
e enfrentamento do bullying.

1.3. Justificativa

Pesquisadores, educadores e profissionais da saúde preocupam-se com o


bullying, visto que este ocorre em todos os tipos de escola, tanto particular ou pública,
rural ou urbana, independente das classes sociais e econômicas dos envolvidos.
Contraditoriamente, o bullying ocorre no local onde os alunos deveriam aprender a
conviver socialmente, respeitar um ao outro e desenvolver suas individualidades sem
repressão (DUQUE,2007).
Na grande maioria dos países, considera-se o bullying uma problemática que
toma dimensões cada vez maiores e vem ocorrendo de maneira sutil e crescente entre os
estudantes (ALMEIDA; SILVA; CAMPOS,2008). Nitidamente a prática do bullying
induz a diversas formas de violência e pode estimular a delinquência. No sentido de
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produzir indivíduos cada vez mais estressados, com autoestima baixa, capacidade de
autoaceitação reduzida e intolerância a frustração. Do mesmo modo, as vítimas de
bullying tem redução em sua capacidade de autoafirmação e autoexpressão, podem
ainda, desenvolver sintomas de estresse, de doenças psicossomáticas, desordens
mentais, inclusive o desenvolvimento de psicopatologias complexas. Na escola, o
bullying interfere drasticamente no processo de aprendizagem e socialização dos
estudantes. Estas consequências podem ser estendidas para o resto da vida do
indivíduo, o que pode levar a um desfecho desfavorável (FANTE,2005).
Atualmente, a escola tem um lugar privilegiado como principal processo
educativo intencional que junto com outros, constituem a educação enquanto prática
social (MARTINEZ, 2010). Nesse sentido, é importante a inserção do psicólogo na
área escolar, pois esse profissional está apto para trabalhar nas demandas específicas da
escola bem como na prevenção e enfrentamento da violência. Deste modo, pode
contribuir para a construção de relações mais saudáveis considerando que o papel da
psicologia está cada vez mais direcionado para o aspecto social. (FREIRE;
AIRES,2012).
A partir do momento em que o psicólogo escolar está inserido nesse contexto,
não trabalhará apenas com foco no desenvolvimento cognitivo dos alunos, mas no
desenvolvimento emocional e subjetivo deles e dos profissionais da escola. Estará
atuando de maneira preventiva com enfoque na cidadania, estimulando a solidariedade,
a bondade, união, tolerância e o respeito as diferenças (FREIRE; AIRES,2012).
Embora o bullying ocorra no contexto da escola, ele é avaliado com um
problema de toda sociedade, visto que pode gerar graves danos ao psiquismo dos
envolvidos. Cabe à Psicologia Escolar intervir, pois observa os aspectos sociais,
familiares, educacionais e singulares de cada indivíduo, visto que as intervenções do
psicólogo serão diferenciadas dependendo de cada contexto (FREIRE; AIRES,2012).
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Conceito de bullying

O termo bullying é usado em muitos países para referir-se à vontade consciente


de maltratar outro indivíduo e colocá-lo sob tensão. Esse termo define comportamentos
agressivos e antissociais, além de ser bastante utilizado na literatura e nos estudos
relacionados a violência escolar (FANTE,2005). A expressão conceitua determinadas
relações de violência, tanto físicas quanto psicológicas entre colegas em diferentes
ambientes e contextos, especialmente no ambiente escolar (ANTUNES,2010).
Em português a palavra bullying não possui uma tradução (ALMEIDA; SILVA;
CAMPOS,2008), pois são variadas as formas em que ocorre e ainda não foi encontrada
nenhuma palavra na língua portuguesa que expresse adequadamente tudo que o bullying
denota (RISTUM,2010). No entanto, de acordo com Fante e Pedra (2008), a palavra
bully pode ser traduzida como valentão, brigão e tirano. A utilização do mesmo termo
em diferentes países torna fácil a compreensão e a comunicação sobre o que o bullying
significa (RISTUM,2010). No Brasil, a expressão bullying compreende os
comportamentos agressivos, que tem como características principais a repetição e a
desigualdade de poder. A desigualdade de poder refere-se ao fato de a vítima não poder
se defender em razão de ter menor força física como ter altura menor que o agressor,
estar em minoria, ter poucas habilidades de defesa e ser inflexível diante do agressor.
Contudo, estes critérios nem sempre são adotados de forma universal (FANTE,2005).
O que caracteriza o bullying diante dos comportamentos hostis e conflitos
normais existentes nas relações entre crianças e adolescentes, é a frequência e a
persistência das condutas invasivas, repulsivas e intimidadoras contra um ou um grupo
de pessoas. A expressão bullying explica um fenômeno relacional que é notado
frequentemente em grupos, sobretudo nas escolas, praticado por um ou mais indivíduos
contra um ou um grupo sem razões evidentes (SCHULTZ et al.,2012).
Essas atitudes violentas podem ser praticadas por crianças e adolescentes na
escola ou em seus arredores. Além disso, são ações que tem a intenção de causar dor ou
tortura a vítima, ocorrendo de maneira frequente ao longo do tempo e é perceptível a
diferença de poder entre o agressor e a vítima (ALMEIDA; SILVA; CAMPOS,2008).
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2.2. Formas de bullying

As configurações do bullying no Brasil são similares às de outros países. Estudos


realizados em Portugal, Espanha, Noruega, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Japão e
outros, revelam que os comportamentos adotados pelos estudantes na prática de
bullying escolar são muito parecidos, envolvendo a forma direta e indireta
(RISTUM,2010).
Silva (2010) cita que é difícil a vítima receber apenas um tipo de maus-tratos dos
bullies. Explica que as práticas de bullying de forma direta podem ser por exemplo,
ameaças, agressões físicas, provocações, roubo dos pertences da vítima, chamar de
apelidos pejorativos. Já as formas indiretas podem ser situações como espalhar boatos
maldosos sobre a vítima ou isolá-las socialmente (ALMEIDA; SILVA; CAMPOS,2008).
Silva (2010) refere ainda que, o bullying pode se expressar de forma verbal
(insultos, ofensas, xingamentos, gozações, apelidos pejorativos, piadas ofensivas), de
forma físico e material (agredir, chutar, empurrar, ferir, beliscar, roubar, destruir os
pertences da vítima ou atirar objetos contra ela), de forma psicológica e moral (irritar,
humilhar, ridicularizar, excluir, ignorar, discriminar, aterrorizar, ameaçar, intimidar,
perseguir, difamar) e de forma sexual (abusar, violentar, assediar). Além disso, não é
raro ocorrerem casos onde a vítima é assediada e violentada por vários bullies ao
mesmo tempo.
Os avanços da tecnologia também influenciam este fenômeno da interação
humana, pois a partir daí surgiram novas formas de bullying. Com o uso frequente de
celulares, computadores e aparelhos eletrônicos capazes de difundir de maneira
devastadora, calúnias e maledicências, surge o cyberbullying (SILVA,2010). O
cyberbullying consiste em agressões pessoais usando dispositivos tecnológicos, como
celulares, e-mails, mensagens de texto, para humilhar, intimidar ou ameaçar a vítima
(SCHULTZ et al., 2012).
Na literatura ainda existem poucas pesquisas sobre o cyberbullying
(RISTUM,2010). Conforme Campbell (2007) este fenômeno está se transformando em
algo grave, já que não possui limites geográficos e utiliza de maneira eficaz a palavra
escrita, assim entra facilmente nas residências, o que aumenta ainda mais sua ação.
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2.3. Identificando os praticantes do bullying

As pessoas envolvidas no bullying caracterizam-se pela forma de relacionamento


psicossocial desajustado, em que ocorrem diferenças expressivas em suas características
comportamentais e sociais, se comparados com os não envolvidos (ALMEIDA; SILVA;
CAMPOS,2008).
De acordo com Almeida, Silva e Campos (2008), os personagens do bullying
podem ser classificados em ativos e passivos. Os ativos (bullies) são aqueles que não
possuem empatia com relação as vítimas, necessitam dominar as situações, são
indivíduos opositores, possuem forte autoestima, são rebeldes com relação as normas da
escola, vivem geralmente, em um ambiente violento e sem afeto. Os considerados
passivos (victms), são aqueles que, frequentemente possuem autoestima baixa, são
ansiosos, inseguros, tem poucos amigos, sentem-se infelizes, são indivíduos com traços
depressivos, isolados socialmente, não se defendem de agressões, sofrem de sintomas
físicos e comumente os pais são muito protetores.
Os personagens neutros, que são os que não participam do bullying, tem
tendência a apresentar problemas psiquiátricos posteriores, especialmente relacionados
a hiperatividade, podem desenvolver ainda níveis depressivos mais elevados que os
ativos ou passivos (ALMEIDA; SILVA; CAMPOS,2008).
Do mesmo modo, Silva (2010) refere que os envolvidos no bullying escolar
podem ser classificados em vítimas, agressores e espectadores. As vítimas podem ser
subdivididas em vítima típica, vítima provocadora e vítima agressora. As vítimas típicas
consistem em alunos que possuem poucas habilidades de socialização, geralmente são
tímidos ou fechados e não conseguem reagir aos comportamentos provocadores e
agressões dirigidas a elas. Na maioria das vezes são frágeis fisicamente ou apresentam
alguma caraterística que as destaca da maioria dos alunos como por exemplo, são muito
magras ou gordas, altas ou baixas de mais, usam óculos, possuem alguma deficiência
física, sardas ou manchas na pele, orelhas ou nariz um pouco mais destacados, usam
roupas fora de moda, são de raça, credo ou orientação sexual diferentes.
As vítimas típicas, denominadas por Ristum (2010) como vítimas-alvos
passivas, quando são expostas a situações de bullying tendem a fugir, mostram-se com
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medo, choram ou se sujeitam a situações como entregar seu lanche ou seu dinheiro,
fazendo com que o agressor fortaleça seu comportamento, o que faz com que o agressor
volte a praticar o bullying com a mesma vítima. Além disso, Ristum (2010) menciona
que as vítimas-provocadoras se irritam facilmente, são agitadas, agressivas, possuem
dificuldades em dominar seus sentimentos, seu comportamento e mostram-se com raiva
excessiva.
De um modo geral, os meninos possuem um papel mais ativo através de
agressões físicas e as meninas através de agressões verbais, por isso entre as meninas
existe uma dificuldade maior em identificar a ocorrência de bullying. Frequentemente
esses personagens estão inseridos em famílias pouco estruturadas e não tem apoio dos
pais (ALMEIDA; SILVA; CAMPOS,2008).
O expectador ou testemunha é aquele que presencia a situação de bullying, mas
não sofre e nem o pratica. Estes representam a grande maioria dos alunos que convivem
com essa situação, optando em silenciar para não se tornar o novo alvo do agressor.
Contudo, mesmo não sofrendo as agressões de forma direta, estes alunos podem se
sentir inseguros e constrangidos com essa posição, visto que seu direito a um local
seguro para estudar foi violado, isso pode causar influencias negativas em relação ao
seu desenvolvimento acadêmico e social (FANTE,2005).
Comumente, as vítimas de bullying apresentam características físicas ou
psicológicas acentuadas, optam em não falar sobre o assunto e suportam ser perseguidos
em silêncio. Os agressores não têm consciência do motivo real da agressão, buscam
sempre características em suas vítimas a fim focar os atos violentos. Por isso, os
agressores necessitam de tratamento para seus problemas psicológicos e sociais, que
possivelmente, se desenvolveram por traumas da infância ou juventude. Sem os
devidos cuidados, provavelmente esses agressores irão se encaminhar para situações de
delinquência e crime (ALMEIDA; SILVA; CAMPOS,2008).
As vítimas podem apresentar alguns indicativos da ocorrência de bullying na
escola, como queixas de dor abdominal, cefaleia, dor de garganta, falta de sono,
enurese, anorexia e dificuldades escolares. Além disso, podem mostrar-se sem vontade
ou com medo de ir para escola, não ter vontade de ir sozinho ou sentir-se mal na hora de
ir para escola, alterar o caminho usado para ir à escola, chegar em casa sempre com
roupas e livros rasgados ou machucados. A vítima também pode manifestar ansiedade,
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sentir-se deprimida, com autoestima baixa, ter pesadelos e perder seus pertences com
frequência (ALMEIDA; SILVA; CAMPOS,2008).
A identificação dos papéis das pessoas envolvidas, esclarece que todos os
personagens têm importância na formação do cenário do bullying, já que não é possível
compreender esse fenômeno relacional analisando os papéis separadamente
(RISTUM,2010).

2.4. O cenário em que ocorre o bullying

De acordo com Almeida, Silva e Campos (2008), o bullying pode ocorrer em


diversos cenários como em escolas, universidades, na própria família e no local de
trabalho. Na escola, ocorre especialmente na área de lazer durante o horário do
intervalo, entre as aulas e na hora em que vão lanchar, o que traz efeitos negativos para
os alunos, visto que prejudica o direito da aprendizagem em um local seguro e tranquilo.
Pesquisas internacionais mostram que o bullying em forma de agressão física
ocorre comumente no horário do intervalo, quando o professor não está presente. No
entanto, estudo feitos no Brasil referem que 80% dos casos ocorrem dentro da sala de
aula na presença do professor (ALMEIDA; SILVA; CAMPOS,2008).
Há indicativos de que o recreio é o local mais escolhido pelos agressores, uma
vez que podem praticar o bullying sem ser facilmente identificados, o que evita
prováveis punições. A sala de aula está sob a observação do professor, por isso torna-se
mais difícil praticar o bullying sem ser percebido e sair impune (RISTUM,2010).

2.5. As consequências do bullying

Todos que se envolvem em situações de bullying, como as vítimas, agressores e


testemunhas, tendem a sofrer consequências físicas e emocionais a curto e longo prazo,
incluindo problemas acadêmicos, dificuldades de natureza social, emocional e legal.
Indiscutivelmente, nem todas as crianças e adolescentes são acometidos igualmente
pelas consequências, entretanto esse efeito está relacionado diretamente com a
frequência, duração e a severidade com que os atos do bullying são cometidos. Apenas o
fato de testemunhar os atos de bullying já pode provocar no indivíduo insatisfação com
a escola e comprometer seu desenvolvimento social e acadêmico (NETO,2005).
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Essas atitudes desrespeitosas contribuem não somente para que as vítimas se


excluam do seu meio social, mas também para evasão escolar (ALMEIDA; SILVA;
CAMPOS,2008). Além disso, há também os prejuízos financeiros e sociais causados
pelo bullying, já que o fenômeno acomete a família, a escola e a sociedade. Pois muitas
vezes há a necessidade de utilização de serviços de saúde e sociais como de saúde
mental, justiça da infância e adolescência, educação especial e programas sociais
(NETO,2005).
A atitude dos pais de estudantes vítimas de bullying pode ser variável, desde a
indiferença até uma reação de revolta e inconformismo contra si mesmo e a escola. Os
pais podem muitas vezes se sentirem culpados por serem incapazes de conter o bullying
contra seus filhos, o que pode se tornar em uma grande preocupação, ocasionar
sintomas depressivos, prejudicar sua atuação no trabalho e vida pessoal, podendo causar
um comprometimento nas relações familiares (NETO,2005).
Nas situações agressivas, o bullying traz consequências tanto para o opressor
quanto para os oprimidos, podendo trazer implicações a longo prazo. Pesquisas revelam
que as consequências em estudantes oprimidos podem variar, entre isolamento,
sintomas físicos ou psicossomáticos, ansiedade, sintomas depressivos, distanciamento
dos assuntos escolares e até mesmo o suicídio. Devido à baixa em seu rendimento
escolar por conta da opressão, os alunos oprimidos têm maior facilidade em abandonar
os estudos e futuramente podem tornar-se os novos opressores (MATOS;
GONÇALVES,2009).
Além disto, ao comparar as vítimas de bullying com outros colegas não
envolvidos, estes podem apresentar um maior número de sintomas psicológicos, como a
depressão, ansiedade, e também de doenças físicas como dores de cabeça e abdominais
(MATOS; GONÇALVES,2009).
Nos opressores, o comportamento agressivo pode causar dificuldades no aspecto
do desenvolvimento e conservação das relações saudáveis. Se comparado aos outros
colegas, o opressor tem maior tendência em apresentar condutas de risco, como uso de
tabaco, álcool e drogas. Além disso, não sente prazer em frequentar a escola e isso
implica no baixo rendimento escolar (MATOS; GONÇALVES,2009).

2.6. Consequências na vida adulta


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Alguns autores consideram que as consequências de bullying são aparentes na


vida adulta (MATOS; GONÇALVES,2009). Os adultos que sofreram bullying na
infância estão predispostos a sofrer de depressão e autoestima baixa. Do mesmo modo,
quanto mais jovem for a criança que é agressiva com frequência, o risco será maior de
ter problemas relacionados a condutas antissociais quando adultos, além disso, pode
tornar-se um adulto instável no trabalho e ter relacionamentos afetivos pouco
duradouros (NETO,2005).
Estudos que comparam adultos que foram constantemente vítimas de bullying,
com os que não tiveram essa experiência, revelaram problemas com relação a
estabilidade do modo de ser, tendência a depressão, lerdeza e redução da autoestima.
Outros fatores relacionados, são casos de suicídio e homicídios realizados por
adolescentes, o que expressa a dimensão do problema, apesar disso, esse assunto tem
sido negligenciado social e academicamente (FREIRE; SIMÃO; FERREIRA,2006).
Com relação aos agressores podem-se considerar as seguintes consequências na
vida adulta:
“[...] vários estudos confirmam a ideia de que é de se prever que os
jovens que são agressivos com seus pares (os bullies) correm o risco
claramente maior de mais tarde se envolverem em outros problemas,
tais como a criminalidade, o uso de drogas ou o comportamento
agressivo em família. Trata-se, portanto, de um problema social grave
que extravasa o âmbito escolar e pessoal. ” (RISTUM, 2010 p. 111).

2.7. O papel do Psicólogo Escolar

A Psicologia Escolar é uma área de atuação do psicólogo onde a psicologia é


empregada no ambiente educacional. Tem como finalidade ajudar a melhorar o método
educativo do indivíduo, levando em conta a complexidade deste processo de
transferência cultural e de desenvolvimento das questões subjetivas da pessoa
(MARTINEZ, 2010).
A psicologia escolar tem como objetivo, contribuir para otimizar os processos
educativos que acontecem na escola. Estes são percebidos de forma ampla e complexa,
levando em conta fatores de ordem pedagógica, subjetiva, racional e organizadora.
Também possuí como diferencial o local de trabalho constituído pelas diversas áreas do
sistema educativo, típico da instituição escolar (MARTINEZ,2010).
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Embora o trabalho do Psicólogo Escolar, historicamente, tenha se iniciado com


um caráter clínico, identificando distúrbios de aprendizagem, dificuldades de
comportamento e personalidade, nos dias de hoje o trabalho desse profissional assume
novos direcionamentos cada vez mais comprometido com enfoque social (DEL
PRETTE; DEL PRETTE,1996).
O trabalho do psicólogo escolar demanda analisar e perceber as várias relações
que definem a instituição escolar e os agentes que nela estão envolvidos, identificando
as necessidades e oportunidades de aprimorar essas relações. Assim, o profissional da
psicologia escolar toma como foco de atuação a complexidade dos processos de
interação que acontecem na escola (DEL PRETTE; DEL PRETTE,1996).
Uma atuação eficiente da psicologia escolar deve iniciar com a análise da
instituição, considerando o meio em que está inserida, a forma da demanda e as causas
envolvidas. O psicólogo escolar está habilitado para desenvolver um trabalho de
prevenção e de enfrentamento da violência na escola, auxiliando na construção de
vínculos mais positivos. Entretanto, é preciso que esteja inserido no ambiente escolar e
participando da rotina, o que viabiliza um trabalho específico e direcionado aquela
realidade. A partir das relações, dentro da escola e do contexto em que ela se encontra, é
que o psicólogo amplia suas possibilidades de trabalho. Deve ainda, ter uma posição de
escuta, criando espaços de discussão das dificuldades objetivando compartilhar a
construção do conhecimento em busca de soluções (FREIRE; AIRES,2012).
Referindo-se a Psicologia Escolar Martinez (2010, p.41-42) cita o seguinte
conceito:

“A especificidade do que denominamos Psicologia Escolar em relação a


outras áreas ou ramos da Psicologia, tal como estão constituídas hoje, está
dada pela conjunção de dois elementos: em primeiro lugar, pelo seu objetivo,
sendo esse a contribuição para a otimização dos processos educativos que
acontecem na instituição escolar entendidos de forma ampla e também
complexa pelos múltiplos fatores que neles intervêm (não apenas aqueles de
ordem pedagógica, mas também de ordem subjetiva, relacional e
organizacional); e, em segundo lugar, pelo locus de atuação constituído pelas
diferentes instâncias do sistema educativo, em especial a instituição escolar”.

A partir desse conceito pode-se observar que a Psicologia Escolar não é um


campo estreito de conhecimento da área da Psicologia, mas sim um formato de atuação
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profissional que se utiliza de diferentes saberes dos diversos campos da Psicologia, sem
os quais não é possível contribuir de maneira eficaz (MARTINEZ, 2010).
A estrutura do conhecimento que o psicólogo escolar adota em seu trabalho, está
relacionada as tarefas e desafios que ele se propõe a realizar, bem como pela
representação que possui dos elementos envolvidos. Basicamente, o psicólogo escolar
aplica os conhecimentos sobre o funcionamento humano para contribuir no crescimento
e aprendizagem do aluno, considerando todas as informações e características que os
definem (MARTINEZ,2010).
Martinez (2010), com o objetivo de gerar visibilidade sobre a atuação do
psicólogo na escola, classifica as possibilidades de atuação desse profissional em dois
grupos: os tradicionais, que apresentam um histórico relativamente consistente e os
emergentes, que possuem uma configuração mais recente. No entanto, considera-se que
toda a forma de atuação do psicólogo no contexto escolar tem resultados importantes,
especialmente quando se preza por mudanças positivas (MARTINEZ,2010).
Em resumo, as formas de atuação tradicionais do psicólogo escolar consistem
em avaliação; diagnóstico; atendimento e encaminhamento de alunos com dificuldades
escolares; orientação de alunos e pais; orientação profissional; orientação sexual;
formação e orientação de professores; elaboração e coordenação de projetos educativos
específicos, relacionados, por exemplo, a violência, drogas, gravidez, preconceitos, etc.
(MARTINEZ,2010).
De acordo com Martinez (2010), as formas de atuação emergentes referem-se as
funções do Psicólogo que tem ganhado evidência nos últimos anos. Estas atribuições
tem uma perspectiva mais ampla do psicólogo na instituição de ensino. Algumas
atribuições emergentes são: os diagnósticos e intervenções na instituição, que tem como
objetivo descrever estratégias de atuação que facilitem as mudanças no processo
educativo; o envolvimento nas questões relacionadas a proposta pedagógica; trabalhar
na seleção e recrutamento dos membros da equipe escolar; avaliar os resultados nos
processos de trabalho; auxiliar para que haja entendimento entre a direção pedagógica e
o quadro de funcionários; acompanhar a formação técnica dos professores e direção;
coordenar e desenvolver oficinas e disciplinas que contribuam para o crescimento dos
alunos; caracterizar a comunidade estudantil a fim de contribuir com o ensino
personalizado; efetuar pesquisas com objetivo de aprimorar a dinâmica educativa;
favorecer a implementação de políticas públicas de maneira criativa, reflexiva e crítica.
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2.8. As possibilidades de atuação do Psicólogo Escolar diante do bullying na


escola

O Psicólogo Escolar deve atuar como produtor de mudanças, buscando gerar


reflexões sobre as demandas, conscientizando sobre os papéis de cada um dentro da
instituição e construindo vínculos mais saudáveis. Desta forma, o trabalho do psicólogo
pode evitar o surgimento de novas formas de violência dentro da escola (FREIRE;
AIRES, 2012).
O psicólogo pode fazer um mapa da instituição afim de entender como ocorrem
as relações, os atritos e as dificuldades nesse contexto (MARINHO-ARAUJO;
ALMEIDA, 2008). Com base nesses dados, o profissional pode perceber a realidade da
escola, sua cultura, atributos sociais, psicológicos e como se relacionam os membros da
escola com a própria instituição. Além disso, esse mapeamento possibilita o
entendimento do relacionamento da escola com as famílias e a comunidade,
proporcionando uma visão geral sobre as relações interpessoais dentro e fora da
instituição (MARINHO-ARAUJO; ALMEIDA,2008 & ORTEGA; DEL REY,2002).
A partir do entendimento sobre a realidade da instituição, o psicólogo pode atuar
de maneira intencional sobre as dificuldades instaladas. Da mesma forma, é possível
uma ação sobre as habilidades e competências da comunidade escolar, evidenciando um
trabalho preventivo e interativo (MARINHO-ARAUJO; ALMEIDA, 2008).
Um trabalho de prevenção dentro da escola pode iniciar gerando reflexões sobre
o assunto, para conscientizar sobre os papéis de cada um, aprimorando as competências
e habilidades para enfrentar as dificuldades e estabelecendo vínculos sociais mais
positivos. É necessário ainda, a criação de espaços de escuta psicológica com intuito de
dar um novo significado as relações interpessoais na escola, além de trabalhar sobre os
aspectos que dificultam a preservação de um ambiente saudável e favorável ao
aprendizado (MARINHO-ARAUJO; ALMEIDA, 2008).
18

O psicólogo escolar deve trabalhar considerando a escola como um todo, dando


suporte a partir de estudos e capacitações, auxiliando na formação dos professores, além
de criar espaços de debates e reflexões para abordar assuntos como por exemplo,
estratégias de comunicação, construção da confiança e respeito, como também
verificação de conflitos existentes nas relações (MARINHO-ARAUJO; ALMEIDA,
2008).
A construção de regras e normas da intuição é outro tema que o psicólogo
escolar é capaz de atuar, pois pode abordar aspectos relacionados ao fortalecimento dos
vínculos, dando suporte aos professores e diretores na construção de novas regras
direcionadas não apenas a área pedagógica, mas também na organização e
fortalecimento dos vínculos entre alunos, professores e a família. Nesse sentido, os
alunos tornam-se mais ativos nas questões da escola, o que pode resultar no esforço dos
mesmos para cumpri-las (ORTEGA; DELREY,2002).
Ao perceberem que estão tendo sua opinião valorizada, os alunos mostram-se
com mais respeito sobre as regras e os participantes dessa construção. A partir do
momento em que as normas são respeitadas é possível evitar a desordem, os conflitos e
o enfraquecimento das relações interpessoais. Diante disso, é possível verificar que para
encarar e prevenir o bullying é preciso, primeiramente, uma ação investigativa e em
seguida um trabalho empenhado na realidade da escola, por esse motivo é fundamental
que o profissional da psicologia esteja presente nesse contexto (FREIRE; AIRES,2012).
Seguindo sobre a importância do psicólogo na escola, Freire e Aires (2012)
citam o seguinte:

“[...] é fundamental a presença do psicólogo escolar/educacional na escola,


pois ele irá contribuir para o reconhecimento de comportamentos e atitudes
que dificultam as relações interpessoais, que geram conflitos e que podem
levar ao aparecimento de atos de violência e agressividade entre os alunos. A
partir daí esse profissional será capaz de avaliar, analisar, refletir e provocar
reflexões a respeito das interações sociais e dos conflitos existentes na
dinâmica escolar. Desse modo, desenvolverá estratégias próprias de
intervenção e prevenção, contribuindo para o desenvolvimento de
competências e habilidades de todos os agentes educacionais envolvidos no
contexto escolar. Logo, a inserção do profissional de Psicologia no ambiente
escolar seria fundamental não só para trabalhar o desenvolvimento cognitivo,
mas também o desenvolvimento emocional e pessoal dos estudantes e
profissionais de educação, trazendo trabalhos preventivos com ênfase na
cidadania, incentivando a solidariedade, a generosidade, a paz, a tolerância e
o respeito às diferenças. Nessa perspectiva, o psicólogo atuaria na mediação
de conhecimentos, valores, normas e atitudes positivas, auxiliando tanto os
19

profissionais quanto os alunos a lidarem com suas emoções, criando espaços


para a expressão de afeto e contribuindo para a reflexão e melhoria das
relações sociais na escola (FREIRE; AIRES,2012 p.59).

Ristum (2010) sugere um programa de intervenção na escola que torna


compreensível alguns aspectos fundamentais para o bom funcionamento da rotina
escolar. Este programa propõe que deve-se levantar informações sobre a situação de
bullying na escola; deve-se conscientizar toda a comunidade escolar sobre o assunto;
direcionar a formação dos profissionais da escola; dar suporte aos pais para que
entendam sobre o bullying; proporcionar aos alunos conhecimento sobre esta temática;
promover espaços de fala e escuta sobre as experiências das vítimas; melhorar e
diversificar os espações físicos da escola; trabalhar a questão do bullying no recreio e
extra classe, levando em conta as preferências dos alunos; buscar melhorias na
qualidade do ensino e avaliação dos alunos; favorecer as atividades que exijam a
participação dos estudantes; prestar atendimento as vítimas e autores envolvidos no
bullying elaborando atividades que elevem a autoestima, desenvolvam a comunicação,
trabalhem o enfrentamento de situações, promovam o controle das emoções,
desenvolvam o respeito, aceitação das diferenças e o entendimento das consequências
das condutas violentas.
Da mesma forma, o psicólogo pode ainda atuar sobre o Projeto Político
Pedagógico buscando a participação da comunidade escolar, compartilhando as normas
da escola, trabalhando sobre os direitos da criança e do adolescente afim de promover
valores contrários a violência (RISTUM,2010).
20

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. Métodos de Pesquisa

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica que consiste em analisar um


determinado tema com base em artigos, livros, teses e dissertações. Nesta forma de
pesquisa procura-se compreender e verificar os aspectos culturais e científicos do
passado que colaboraram com o tema a ser pesquisado (CERVO; BERVIAN; SILVA,
2007).
A partir desse conceito, foram e ainda serão selecionados estudos e pesquisas
que abordam o bullying dentro do contexto escolar, além de pesquisas que falam sobre a
Psicologia Escolar/Educacional e sobre a violência escolar. As referências
bibliográficas apresentadas na literatura foram coletadas a partir de bases de dados do
bvs-psi, SciELO, PePSIC, Biblioteca Virtual da Faculdade da Serra Gaúcha e Biblioteca
física da Faculdade da Serra Gaúcha. Entre as palavras-chave utilizadas na busca
revisão estão: “bullying”, “violência nas escolas”, “vitimização” e “psicologia escolar”.
A coleta de dados compila publicações dos anos 1996 até 2015.
Os dados pesquisados serão sistematizados em 8 categorias: 1) Conceito de
bullying; 2) Formas de bullying; 3) Identificando os praticantes do bullying; 4) O
cenário em que ocorre o bullying; 5) As consequências do bullying; 6) Consequências
na vida adulta; 7) O papel do Psicólogo Escolar e 8) As possibilidades de atuação do
psicólogo escolar diante do bullying na escola.
21

3.2. Cronograma de atividades

Atividade desenvolvida: AGO SET OUT NOV


Escolha do assunto e delimitação do tema. X
Elaboração da Introdução, objetivo geral, X X
objetivo específico e justificativa.
Fichas de leitura sobre o tema. X X X
Definição dos capítulos. X
Revisão bibliográfica (Fundamentação X X X
Teórica).
Desenvolvimento dos capítulos do projeto. X X X
Ajustes, formatação e revisão de texto. X
Entrega do projeto para avaliação. X
22

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, K.L.; SILVA, A.C.; CAMPOS, J.S. Importância da identificação


precoce da ocorrência do bullying: uma revisão de literatura. Revista de Pediatria, p.
8-16, jan/jun. 2008.

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Review, 27, p. 90-126, 2007.

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em: < http://www.medicalnewstoday.com/releases/83863.php >. Acesso em: 02 out.
2015.

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Pearson Prentice Hall, 2007.

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paz. Campinas, SP: Verus, 2005.

FANTE, C.; PEDRA, J. A. Bullying escolar: perguntas e respostas. Porto


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FREIRE, A.N.; AIRES, J.S. A contribuição da psicologia escolar na prevenção e no


enfrentamento do Bullying. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia
Escolar e Educacional, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 55-56, jan/jun. 2012.
23

FREIRE, I.P.;SIMÃO, A.M.V. & FERREIRA, A.S. O estudo da violência entre pares
no 3º ciclo do ensino básico: um questionário aferido para a população escolar
portuguesa. Revista portuguesa de Educação, 19(2): 157-183,2006.

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MARINHO-ARAÚJO, C. M.; ALMEIDA, S. F. C. de. (2008). Psicologia Escolar:


construção e consolidação da identidade profissional (2a ed.). Campinas, SP: Alínea.

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Brasília, v.23, n.83, p. 39-56, mar/2010.

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Preconceito, a Violência e a Covardia entre Alunos. Rio de Janeiro: Fontamar, 2010.
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