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Bullying Escolar:

Saiba como Intervir


O Bullying é uma das formas mais recorrentes e evidentes de violência que podem

ocorrer em qualquer lugar, porém, um dos locais que mais podem ser encontrados

este problema é na escola, caracterizando-se então como Bullying escolar.

A Educação Física é ainda uma das principais disciplinas que presenciam esse tipo

de acontecimento. Por isso, a mesma uma grande aliada para agir combatendo os

bullys (agressores), através das suas variáveis.

Alem disso, a Educação Física tem uma forte influência quando se trata de

relacionamento entre os indivíduos, por isso, cabe ao professor delimitar as

agressões e conscientizar todo e qualquer aluno por meio de uma metodologia

pedagógica, mostrando o quanto o Bullying escolar é negativo para todos os

envolvidos.

É importante que o docente saiba como evitar momentos que prejudicam os alunos

entre si. Sendo assim, é importante que o mesmo use ferramentas para que as

competições por exemplo, tornem-se uma atividade que expressa os valores

positivos conforme veremos agora.

O que é Bullying?

O Bullying é uma palavra de origem inglesa, onde não se tem uma tradução para a

língua portuguesa.
O fenômeno Bullying foi investigado pela primeira vez na década de 70, na Noruega

e a partir daí, começaram a surgir campanhas que tinham por objetivo buscar

estratégias para reduzir a incidência de violência nas escolas.

Seu significado está ligado ao fato de intimidar terceiras pessoas constantemente

ou, agredi-las fisicamente, verbalmente, psicologicamente ou até mesmo

virtualmente.

Quando uma pessoa comete Bullying, seus atos violentos e ações agressivas ao

psicológico da vítima, são realizados de maneira intencional, afetando o dia-a-dia de

quem sofre tal ato.

O Bullying é uma forma de violência que ocorre na relação entre pessoas, sendo

sua incidência maior entre os estudantes no espaço escolar e caracteriza-se pela

intencionalidade e continuidades das ações agressivas contra a mesma vítima, sem

motivos evidentes, resultando danos e sofrimento e dentro de uma relação desigual

de poder, o que possibilita a vitimação. (FANTES; CLEO, 2005, p.01).

Atualmente, o Bullyng é reconhecido como problema crônico nas escolas e com

consequências sérias, tanto para vítimas, quanto para os bullys, por isso o nome

Bullying Escolar.

As formas de agressão entre alunos são as mais diversas, como empurrões,

pontapés, insultos, divulgação de histórias humilhantes ou inverdades para expor a

vítima a situações vexatórias, criar apelidos que ferem a dignidade, captar e difundir

imagens (inclusive pela internet), ameaças (enviar mensagens, por exemplo) e a

exclusão.

O público alvo deste tipo de ação, geralmente apresenta um físico frágil, muito baixo

ou muito alto, pessoas que usam óculos, obesos, muito magro, pessoas que

apresentam deficiência física, têm muitas espinhas, timidez, introvertido, pessoas


que tiram notas altas, é muito bonita, tem traços diferentes do “padrão” nos

aspectos culturais, étnicos ou religiosos.

O bullying escolar também pode se ocasionar pela internet e é chamado de bullying

virtual, ou cyberbullying, que é uma agressão que acontece pelo computador, celular

e outros aparelhos eletrônicos e não cara a cara.

Normalmente, o cyberbullying acontece com o envio de mensagens maldosas ou

mal-educadas, com fofocas e mentiras que podem ser espalhadas por e-mail ou

redes sociais, contendo vídeos, perfis nas redes sociais ou até sites que

envergonhem e/ou humilhem os outros.

Este evento na internet é muito diferente do praticado pessoalmente, pois as

mensagens e imagens podem ser enviadas em qualquer hora e em qualquer lugar,

compartilhadas com muitas pessoas ou enviadas anonimamente (CARTOON

NETWORK).

Sendo assim, o Bullying escolar em termos gerais trata-se de um problema mundial,

podendo ser encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum

tipo específico de instituição seja ela primária, secundária, pública, privada, rural ou

urbana.

“Na verdade, o bullying se aproxima do conceito de preconceito, principalmente

quando se reflete sobre os fatores sociais que determinam os grupos-alvo, e sobre

os indicativos da função psíquica para aqueles considerados como agressores”.

(ANTUNES; ZUIN, 2008, p. 36).

Detectando o Bullying Escolar


No mundo atual, o Bullying é um dos grandes problemas da sociedade,

principalmente no âmbito escolar, onde passa despercebido aos olhos dos

professores e administradores que, por muitas vezes, não notam o que de fato está

acontecendo, uma vez que é comum ser visto crianças e jovens praticando essas

agressões.

De acordo com Lopes Neto e Saavedra (2013), as ações de bullying escolar mais

evidentes são as físicas e as verbais, onde:

Físicas: são as agressões que agem de forma direta como bater, chutar, subtrair

pertences.

Verbais: são as agressões que caracterizam-se pelo uso de apelidos, insultos e

atos preconceituosos.

Há também as ações indiretas que atingem o emocional das vítimas de forma

desagradável e inconveniente, que discriminam e excluem o indivíduo do seu grupo

social.

Sendo o professor de Educação Física (EF) um agente mediador que pode agir

diretamente contra esse grave problema, é importante pontuar de quais maneiras

ele pode interferir positivamente e quais métodos podem ser utilizados no combate

ao Bullying.
Durante as aulas de EF, o professor da disciplina deve agir diante a tal situação,

buscando alternativas para a diminuição e o controle desse ato negativo que invadiu

as escolas em geral.

Algumas dessas alternativas incluem: inserir todo e qualquer aluno em todas as

atividades para que todos possam entender que possuem os mesmos direitos,

conscientizar os Bullys (agressores) dos malefícios que causam às vítimas e

também a si mesmos e, através do esporte utilizado como prática pedagógica, atuar

de forma facilitadora em relação ao contato entre os alunos, para que esses possam

respeitar as diferenças de cada um e assim, contribuir para que o alto índice de

bullying escolar caia de forma significativa.

Educador Físico: Agente Intermediador do Combate ao


Bullying Escolar

A Educação Física (EF) é uma disciplina curricular que acrescenta

significativamente na formação social do aluno, fortalecendo o desenvolvimento de

valores morais, éticos e também estéticos, tendo seus princípios humanistas e

democráticos.
Esse processo se dá através de seus profissionais que são responsáveis por

capacitar a ajudar na superação das vítimas que sofrem tais atos violentos, que

deixam marcas irreversíveis, seja no aspecto corporal, moral ou emocional

(CHAVES, 2006).

Um dos papéis fundamentais do educador é saber como identificar a vítima, onde

quase sempre estas não manifestam reação por ajuda, observando atentamente as

relações interpessoais.

Uma forma de identificar essas vítimas é através dos trabalhos em grupo ou jogos,

pois o mesmo sempre é o último a ser escolhido e normalmente é alvo de

“gozação”, podendo-se sentir triste, deprimido, aflito, ansioso, irritadiço e agressivo.

Além disso, uma pessoa que sofre o Bullying apresenta súbita queda no rendimento

escolar, não faz perguntas, não tira dúvidas, tem desinteresse pelos estudos, falta

com frequência às aulas, apresenta arranhões, ferimentos, isola-se dos demais,

apresenta material escolar e roupas danificados, é intimidado, perseguido ou

maltratado.

Observar sessas reações e expressões fisionômica é muito importante para que o

Bullying possa ser detectado.

A partir das atividades que favoreçam o trabalho em equipe e o respeito entre o

grupo, o bullying vai perdendo forças e assim, os alunos aprendem que o colega é

tão importante quanto ele, ajudado então a criar um relacionamento mais amigável.

O professor deve agir de forma igualitária entre os alunos onde, nenhum discente se

destaque perante os demais, de forma a evitar problemas.

Chaves (2006), afirma que é muito importante o comportamento do professor, uma

vez que o mesmo tem que se portar de maneira exemplar, sabendo corrigir e

chamar atenção dos seus alunos para que essas ações não sejam espelho para o
bullying, corrigindo o uso de apelidos, não tendo preferência por determinados

alunos e diferença como outros e não denominando quem é o melhor.

Vale ressaltar que os principais sinais, segundo Teixeira (2006), se mostram com a

vítima podendo apresentar diversos transtornos, dependendo da forma de agressão

ou da gravidade do ato: fobia social, depressão, déficit de atenção, bloqueio ao falar

em público, isolamento, transtorno bipolar do humor, fobia da escola, dentre outros

casos graves que devem ser acompanhados por um profissional.

O bullying escolar tem que ser visto e trabalhado por professores e administradores

dando a cada caso sua devida importância e entendendo que este caso não se trata

de “briguinhas” de crianças e que é praticado em todo ciclo escolar, do infantil ao

ensino superior.

Além disso, é essencial que o bullying escolar seja tratado desde cedo e quanto

antes melhor, para que o agressor não cresça com os hábitos agressivos e

pejorativos, transferindo estes para as pessoas ao seu redor.

Incluir todos os alunos nas atividades, independentemente de seu porte físico ou

sexo é um grande passo para evitar esse problema.

Realizar trabalhos em grupos que tenham por finalidade práticas sociais, relações

interpessoais, parceria entre os discentes, cooperação e respeito, agindo sempre de

forma justa também é uma boa maneira de mostrar igualdade perante os alunos.

Porém, é importante ressaltar que a família também tem um importante papel junto

a escola e professores, até porque os pais são um veículo na formação da

personalidade do indivíduo.

Por isso, alertar os pais e instrui-los a conscientizar seus filhos sobre o Bullying,

também será uma grande maneira de evitar possíveis vítimas.


Conclusão

Não existem soluções simples para se combater o Bullying, até porque o mesmo

trata-se de um problema complexo e de causas múltiplas.

Tanto as vítimas quanto bullys podem sofrer consequências psicológicas desta

situação de abuso, porém alguns danos causados às vítimas podem ser

irreversíveis.

Sendo assim, é preciso, antes de tudo, prevenir para que a situação não aconteça

evitando que a mesma se agrave e se dissemine.

Manter uma contínua rede de conversas, palestras, conscientização e uma forte

observação nos sinais apresentados, pode fazer com que o Bullying regrida

diminuindo finais traumáticos ou trágicos.

REFERENCIAS

ANTUNES, D.C; ZUIN, A.A.S. “Do Bullyng ao preconceito: Os desafios da bárbarie

à educação” Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil consultado em

19-11-2015

ASSIS, S. G. de. Crescer sem violência. Um desafio para educadores. Rio de

Janeiro: FIOCRUZ/ENSP/CLAVES, 199


CHAVES, W. M. Fenômeno bullying e a educação física escolar. Anais do 10º

Encontro Fluminense de Educação Física Escolar. Niterói: UFF. Departamento de

Educação e Desportos, 2006. Disponível em: Acesso:18/11/2015

CHAVES, W. M. Fenômeno bullying e a Educação Física Escolar. 2008. Disponível

em: <cev.org.br/biblioteca/fenômeno-bullying-e-educacao-fisica-escolar>. Acesso

em: 19/11/2015

CONSTANTINI, A. Bullying, como combatê-lo?: Prevenir e enfrentar a violência

entre jovens. São Paulo: Itália Nova, 2004.

FANTE, C; Fenômeno Bullying; como prevenir a violência nas escolas e educar para

paz. Veruz Editora. Campinas, 2005

FELIZARDO, A. R. Bullying: o fenômeno cresce! Violência ou brincadeira? Pinhais:

Ed. Melo, 2011. Disponível em: <

http://bullyingcyberbullying.com.br/bullying/o-que-ebullying/>. Acesso em:

22/05/2015

LOPES NETO E SAAVEDRA, 2003. Disponível em: <

www.efdeportes.com/efd183/bullying-e-educacao-fisica> htmBuenos Aires, Año18

,Nº 183, Agosto de2013 .Acesso :em 25/08/2015

NETWORK, C. Chega de Bullying: não fique calado. 2016. Disponível em: . Acesso

em: 22/05/2015 TEIXEIRA, G. Transtornos comportamentais na infância e

adolescência. Rio de Janeiro: Rubio,2006. Disponível em: Acesso em: 19/11/2015


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