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EXERCÍCIO 15: Psicologia Escolar

(ENADE 2009) A análise de prontuários de crianças e de adolescentes que


apresentam dificuldades no processo de escolarização encaminhadas aos
serviços indica que a psicanalise é o referencial hegemônico dos
psicodiagnósticos e as questões escolares estão pouco presentes nos roteiros
de entrevistas psicológicas.

PORQUE

Os testes são os instrumentos principais de avaliação psicológica, e os


encaminhamentos desconsideram ações no campo educacional. Tais dados
indicam à necessidade de se repensar as práticas psicológicas frente aos
encaminhamentos por problemas escolares (SOUZA, 2005).

A) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa


correta da primeira.
B) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
C) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
D) As duas afirmações são falsas.
E) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa correta da primeira.

EXERCÍCIO 16: Psicologia Escolar1

Um psicólogo escolar é chamado pelo diretor de uma escola pública, devido às


seguintes queixas: uma das turmas do ensino médio tem se manifestado de
forma violenta com colegas e professores, destruindo o patrimônio da escola.
Qual afirmativa descreve a atuação apropriada do psicólogo?

A. Analisar o processo de constituição da queixa escolar, referenciando-se


em estudo diagnóstico que contemple as práticas dos sujeitos em suas
relações com as dimensões social, organizacional e pedagógica que
participam do fenômeno da violência escolar.

B. Encaminhar os alunos indisciplinados para atendimento num Centro de


Atendimento Psicossocial ou num Núcleo de Atendimento Psicossocial,
para intervenção medicamentosa do comportamento agressivo.

1 Questão 32 – Enade 2009.

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C. Indicar psicoterapia individual e grupal, dentro ou fora do ambiente
escolar, pois as pesquisas indicam que é a intervenção mais bem-
sucedida para lidar com a violência na escola.

D. Realizar reuniões com familiares, com os jovens envolvidos em atos de


violência, em conjunto com o Conselho Tutelar, caso seja necessário
intervir juridicamente sobre o caso.

E. Realizar um diagnóstico das dimensões social, organizacional,


pedagógica, individual, em uma perspectiva dialógica da psicologia
jurídica, que oriente o planejamento, a intervenção e avaliação dos
resultados.

Introdução teórica

Práticas profissionais nos principais domínios de atuação do psicólogo


priorizando as intervenções nos processos educativos, de gestão, de promoção
de saúde, clínicos e de avaliação

Psicologia Escolar

(...) nos últimos tempos, vêm-se desenvolvendo novas


concepções acerca da violência nas escolas, pelos
significados que assume, ampliando-se a sua definição de
modo a incluir eventos que antes passavam por práticas
sociais costumeiras. Nesse sentido, a violência deixa de
estar relacionada apenas com a criminalidade e a ação
policial, passando a ser alvo de preocupações ligadas à
miséria e ao desamparo político, uma vez que acarreta
novas formas de organização social relacionadas com a
exclusão social e institucional e com a presença de atores
em situação de “não integração” na sociedade.
(ABRAMOVAY et al, 1999, p. 57; ABRAMOVAY et al, 2002,
p. 94).

Além da ampliação da concepção de violência, as dificuldades geralmente


encontradas nos processos de escolarização de crianças e adolescentes
também se acham sujeitas a distintas leituras teóricas, algumas das quais se
distanciam bastante dos modelos tradicionais cuja ênfase recaía no

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psicodiagnóstico e na psicoterapia individuais. É fato corrente que a maior parte
dos encaminhamentos de crianças aos serviços de Psicologia é realizada pelas
escolas, mas
O atendimento psicológico tradicional, além de demorado,
foca os mecanismos intrapsíquicos e as relações
familiares, excluindo processos e práticas escolares que
participam da produção e manutenção das dificuldades
apresentadas pela criança na escola. (FRELLER et al,
2001, p. 130).

As dificuldades com as quais as crianças se deparam na escola são


geradas por uma “rede de relações que inclui a escola, a família e a própria
criança, em um contexto socioeconômico que engendra uma política
educacional específica.”(FRELLERet al, 2001, p.130).
Não há um modelo padrão de atuação do psicólogo. Porém é preciso que
esse profissional considere os diversos fatores que interagem para gerar a
situação apresentada como problemática. O atendimento psicológico supõe a
necessidade de reflexão pessoal, contextualização do problema e busca de
soluções para cada caso. Tal procedimento demanda: (1) escuta de todos os
envolvidos; (2) facilitação da comunicação entre as pessoas participantes da
situação; (3) facilitação da reflexão por parte de pais, crianças e agentes da
educação escolar; (4) apresentação de possibilidades para que a criança se
expresse e possa atribuir significadosà dificuldade por ela experienciada; (5)
Apresentação de ideias sobre a problemática; e (6) implicaçãoda escola na
problemática, o que, por sua vez, demanda a definição de recursos a serem
utilizados pela instituição em sua relação com a criança e a definição de
mudanças a serem introduzidas com vistasa uma melhoria da qualidade de
ensino.

Indicações bibliográficas

• ABRAMOVAY, M.et al (Org.). Gangues, galeras, chegados e rappers:


juventude, violência e cidadania nas cidades da periferia de Brasília. Rio
de Janeiro: Garamond, 1999.

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• ABRAMOVAY, M. et al. (Org.). Escola e Violência. Brasília: UNESCO, 2001.
362
p. Disponível em:<http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001287/128717
por.pdf>. Acesso em: 25 de ago. 2010.

• FRELLER, C. C. et al. Orientação à queixa escolar. Psicologia em Estudo,


Maringá, v. 6, n. 2, p.129-135,07dez.2001.Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/pe/v6n2/v6n2a18.pdf>. Acesso em: 25 de ago.
2010.

EXERCÍCIO 172: Psicologia Escolar

Caracterizado por quadros de agitação, impulsividade e dificuldade de


concentração, o transtorno do déficit de atenção, nos últimos dez anos, ganhou
maior atenção de médicos, psicólogos e pedagogos porque se passou a creditar
a esse distúrbio boa parte dos casos de mau desempenho escolar... Pais
acusam escolas de rotular suas crianças de hiperativas indiscriminadamente,
antes mesmo de obter um diagnóstico médico, por falta de paciência dos
professores para lidar com crianças irrequietas. (Revista Veja, outubro 2004).

O texto permite afirmar que:

A. com o desenvolvimento das pesquisas novos transtornos têm sido


identificados, o que permite refinamento nos diagnósticos.
B. a descoberta de novos diagnósticos estimula a pesquisa de
medicamentos mais eficazes.
C. os professores têm sido treinados para realizar diagnóstico precoce do
transtorno do déficit de atenção, o que pode trazer muitos benefícios para
os alunos.
D. o mau desempenho escolar é causado pelo transtorno do déficit de
atenção.
E. observa-se uma ênfase na medicalização da educação, ao se
classificarem como patologia aspectos da singularidade do indivíduo.

2Questão 23 – Enade 2006.

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Introdução teórica

Fenômenos, processos e construtos psicológicos, entre os quais, processos


básicos (cognição, motivação e aprendizagem), processos do desenvolvimento,
interações sociais, saúde psicológica e psicopatológica, personalidade e
inteligência

TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

Na literatura médica as primeiras referências aos transtornos


hipercinéticos surgiram na metade do século XIX. Desde então sua
nomenclatura sofre contínuas alterações. Os sistemas classificatórios modernos
adotados pela Organização Mundial de Saúde reúnem mais similaridades do que
diferenças no que diz respeito às diretrizes diagnósticas para o Transtornodo
Déficit de Atenção e Hiperatividade, cujos sintomas clássicos incluem
desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Esses sintomas, isoladamente, podem estar refletindo
dificuldadespróprias das vidas das crianças, associadas a seus relacionamentos
com pais e amigos, bem como a sistemas educacionais inadequados. Para o
diagnóstico desse transtorno é preciso contextualizar os sintomas na história de
vida da criança, e as pesquisas têm demonstrado que tais “sintomas”são
observados também em crianças normais, o que dificulta o diagnóstico do
transtorno.
É preciso verificar se o que está sendo considerado transtorno se faz
acompanhar de déficit de atenção e/ou dificuldade de controle inibitório, pois a
hiperatividade ea impulsividade que não causam prejuízo na vida da criança
podem estar traduzindo estilos pessoais ou dificuldades de controle inibitório, e
não um déficit de atenção.
O diagnóstico de TDAH pede avaliação cuidadosa, cujo aspecto mais
importante é o levantamento criterioso da história clínica da criança, que inclui,
frequentemente, uma avaliação intelectual, emocional, social e de
aprendizagem.
Apesar de haver variações na intensidade dos problemas experimentados
pelos portadores de TDAH em função de suas experiências de vida, a genética

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é um fator básico no surgimento dos sintomas. Pesquisas mostram diferenças
significativas no que diz respeito à estrutura e à dinâmica neurológica, bem como
às funções metabólicas de pessoas com esse transtorno. Essas pesquisas,
associadas aos estudos genéticos e outros, relativos ao uso de drogas, indicam
que o TDAH é um transtorno neurobiológico.
O tratamento do TDAH exige intervenção multidisciplinar: ao esforço de
profissionais da saúde e da educação deve somar-se o apoio de familiares e
amigos e, quando necessário, o uso de medicamentos.

Indicações bibliográficas

• BARKLEY, R. TranstornodoDéficit de Atenção/Hiperatividade. Porto


Alegre: Artmed, 2002.
• BENCZIK, E. B. P. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade:
atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2000.
• PHELAN, T. W. TDA/TDAH:sintomas, diagnóstico e tratamento. São
Paulo: M. Books do Brasil, 2005.
• ROHDE, L. A.; MATTOS, P. et al.Princípios e práticas em TDAH. Porto
Alegre: Artmed, 2002.

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