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EXERCÍCIO 111: Psicologia Social

Ações voltadas para a promoção de saúde têm sido fundamentadas em


estratégias que enfatizam a transformação das condições de vida e de trabalho
subjacentes aos problemas de saúde. São consideradas essenciais, portanto,
ações e políticas intersetoriais que envolvam educação, habitação, saneamento,
transporte, lazer, etc. Nesse contexto de implementação de políticas públicas de
saúde, a psicologia vê-se diante de exigências como:

I. a constituição de uma área técnico-normativa que pode contribuir para o


aperfeiçoamento do novo modelo biomédico.

II. a constituição de uma especialidade que vai integrar uma equipe


multiprofissional que busca, fundamentalmente, conhecer melhor o
funcionamento das doenças e encontrar mecanismos para o controle das
mesmas.

III. um campo teórico e prático que trata das questões psicológicas com
enfoque mais social e coletivo e que exige a incorporação de outros
saberes para compor a produção do cuidado com a saúde.

IV. um campo teórico e prático que se volta para a filiação histórica das ideias
e para o confronto de interesses que integram políticas, projetos e
saberes, inclusive os da própria psicologia.

É correto APENAS o que se afirma em

A. I e II.
B. II e III.
C. III e IV.
D. II e IV.
E. I, III e IV.

Introdução teórica

Práticas profissionais nos principais domínios de atuação do psicólogo


priorizando as intervenções nos processos educativos, de gestão, de promoção
de saúde, clínicos e de avaliação

1 Questão 34 – Enade 2006.


A Psicologia no Cenário das Políticas Públicas de Saúde
De acordo com Sícoli,

a promoção de saúde supõe uma concepção que não


restrinja a saúde à ausência de doença, mas que seja
capaz de atuar sobre seus determinantes. Incidindo sobre
as condições de vida da população, extrapola a prestação
de serviços clínico-assistenciais, supondo ações
intersetoriais que envolvam a educação, o saneamento
básico, a habitação, a renda, o trabalho, a alimentação, o
meio ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o
lazer, entre outros determinantes sociais da saúde.
(SÍCOLI, 2003, p. 102).

Segundo essa autora, o conceito de promoção de saúde, ao ser ampliado,


passou a entender a saúde como uma produção social e, assim, passaram a ser
valorizados as causas sócio-econômicas, o compromisso político e o fomento de
transformações sociais:

as propostas de promoção de saúde devem priorizar a


eliminação da fome, miséria, subnutrição, ignorância e
qualquer forma de opressão e violência. (...) Só por meio
da soma das atuações de profissionais das várias áreas
relacionadas à saúde se pode suprir as lacunas
identificadas na realidade social e, desse modo, mesclar
estratégias que incluam educação e ação social (promoção
de saúde) no trabalho junto à comunidade. (BRASIL, 2004,
p. 182).

Consequentemente, o psicólogo que atua em saúde pública deve adequar


seu instrumental teórico-prático visando à reintegração e à ressocialização da
população de risco por meio de atenção contínua. Essa atenção inclui a
identificação precoce de situações-problema, sintomas ou queixas, a
incorporação de dados sobre o funcionamento das instituições, o planejamento
de programas conforme a necessidade da população e a vinculação dos saberes
de outras áreas profissionais.

2. Indicações bibliográficas
• BRASIL, A. M. R. C. Considerações sobre o trabalho do psicólogo em Saúde
Pública. Integração. São Paulo, v. 10, n. 37, p.181-186, abr-jun. 2004.
Disponível em: <ftp://ftp.usjt.br/pub/revint/181_37.pdf>. Acesso em: 19 de
ago. 2010.

• BUARQUE, C. O. O Colapso da modernidade brasileira e uma proposta


alternativa.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

• SÍCOLI, J. L.; NASCIMENTO, P. R. Promoção de saúde: concepções,


princípios e operacionalização. Interface: Comunicação e Saúde, São Paulo,
v. 7, n. 12, p. 101-
122, fev. 2003. Disponível em: <http://www.interface.org.br/revista12/artigo
3.pdf>. Acesso em: 19 de ago. 2010.

EXERCÍCIO 12: Psicologia Escolar

Ao refletir sobre as relações entre desigualdades na sociedade e na escola, um


dos problemas decorrentes é a questão da marginalidade. Diferentes modelos
teóricos propõem explicações para este fenômeno, porém infelizmente, nem
sempre com uma proposta de superação. A este respeito leia o trecho da música
abaixo:

Eu tô aqui Pra quê?


Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando espiando colando as prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
(...)
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
(Estudo errado – Gabriel, o pensador)

Das alternativas a seguir, analise aquela que apresenta a teoria educacional e


suas explicações em relação à marginalização coerente com o trecho da música
apresentado:

A) Escola Tecnicista, com ênfase no professor e concepção de que a


marginalização é fruto de ineficiência e falta de produtividade.

B) Escola Tradicional, através da centralização da prática pedagógica no


docente, na ênfase no conteúdo e na crença de que a escola,
desvinculada do contexto social é capaz de resolver a exclusão social.

C) Escola Nova, onde o papel da educação é contribuir para a construção de


uma sociedade que aceite todas as diferenças com respeito mutuo.

D) Escola Dualista na qual se mantém o conflito entre a ênfase nos métodos


de ensino e na figura do professor, sendo incapaz de resolver os
problemas da marginalidade e exclusão social.

E) Teoria da violência simbólica, que se manifesta pela formação de opinião,


imposição ideológica, meios de comunicação, religião e a escola não é
espaço de transformação social.

EXERCÍCIO 13: Psicologia Escolar

Um psicólogo escolar é chamado pelo diretor de uma escola pública, devido às


seguintes queixas: uma das turmas do ensino médio tem se manifestado de
forma violenta com colegas e professores, destruindo o patrimônio da escola.
Qual afirmativa descreve a atuação apropriada do psicólogo?

A) Indicar psicoterapia individual e grupal, dentro ou fora do ambiente


escolar, pois as pesquisas indicam que é a intervenção mais bem-
sucedida para lidar com a violência na escola.

B) Encaminhar os alunos indisciplinados para atendimento num Centro de


Atendimento Psicossocial ou num Núcleo de Atendimento Psicossocial,
para intervenção medicamentosa do comportamento agressivo.

C) Analisar o processo de constituição da queixa escolar, referenciando-se


em estudo diagnóstico que contemple as práticas dos sujeitos em suas
relações com as dimensões social, organizacional e pedagógica que
participam do fenômeno da violência escolar.
D) Realizar reuniões com familiares, com os jovens envolvidos em atos de
violência, em conjunto com o Conselho Tutelar, caso seja necessário
intervir juridicamente sobre o caso.

E) Realizar um diagnóstico das dimensões social, organizacional,


pedagógica, individual, em uma perspectiva dialógica da psicologia
jurídica, que oriente o planejamento, a intervenção e avaliação dos
resultados.

EXERCÍCIO 14: Psicologia Escolar

Uma menina, com 8 anos de idade, apresentando comprometimentos graves


(diagnosticada como tendo distúrbios gerais do desenvolvimento), foi
matriculada em uma escola pública e passou a frequentar a primeira série.
Depois de duas semanas de aula, sua professora se queixou que não conseguia
mais trabalhar com a classe, justificando que não é especialista no ensino de
crianças com problemas. Recomendou que essa criança deveria ir para alguma
escola especializada. Uma situação como essa nos remete a pensar que:

A) O processo de construção de uma escola com práticas inclusivas visa a


que crianças com necessidades educativas especiais frequentem o
ensino regular, podendo se beneficiar, com isso, apenas de um processo
de socialização.

B) A permanência de crianças com necessidades educativas especiais no


cotidiano escolar exige que o professor seja especialista em relação às
patologias que se apresentam.

C) O processo de construção de uma escola com práticas inclusivas exige a


montagem de uma rede de atendimento que contemple as várias
necessidades da criança, não sendo necessário um trabalho com os
professores.

D) Um processo de inclusão é bem sucedido quando as crianças com


necessidades educativas especiais se adaptam ao que a escola lhes
oferece, permitindo que o processo ensino-aprendizagem ocorra sem
alterações.

E) O processo de inclusão tem revelado que, em muitos casos, as crianças


anteriormente diagnosticadas como sendo portadoras de distúrbios de
aprendizagem têm sido chamadas "crianças de inclusão", mostrando-nos
a permanência de discriminação e preconceito produtores de fracasso
escolar.

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