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Deficiência

mental/psicossocial
transtorno do espectro autista
SEMINÁRIO - PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL

Acadêmicas: Aline Muller; Biatriz Muniz; Jeciane


Antunes e Karla Rosário
01 INTRODUção
INTRODUCão

• Pré-História-> Antiguidade -> • Marcos históricos na Europa e


Idade média -> Idade moderna -> nas Américas;
Idade contemporânea
• Visibilidade tardia no Brasil,
• Deficiente -> Pessoa especial políticas de educação
inclusiva em 2008.
Caracterização
das deficiências!
O QUE É DEFICIÊNCIA?
• Refere-se a biologia do ser humano

• Dificuldade em vários níveis

• Avaliação da deficiência: modelo médico ->


biopsicossocial -> funcionalidade
Enquadramento e
caracterização
das deficiências
02
Deficiência fisíca
Alteração em uma ou mais áreas e
segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento
da função física .

Deficiência visual
Perda ou redução da capacidade
visual em ambos os olhos.
Deficiência auditiva
Perda bilateral da audição, parcial
ou total.

Deficiência intelectual
Funcionamento intelectual inferior
à média e limitações associadas a
habilidades adaptativas.
Deficiência múltipla
Associação de duas ou mais
deficiência.
Deficiência
mental/psicossocial
• Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos.

• Não há clareza na legislação

• Disfunção social/ocupacional por um tempo


significativo desde o início da perturbação.

• Áreas do funcionamento abaixo do nível


alcançado antes do início do transtorno.

• Incurável.

• Afetam o desempenho da pessoa na


sociedade
Transtorno do
espectro autista - tea
AUTISMO
• Transtorno global
do • Padrões restritos e
desenvolvimento repetitivos de
comportamento
• Déficits na • Comprometimentos
interação social e presentes precocemente;
comunicação; primeira infância
repertório restrito • 1 em cada 200 indivíduos
de atividades e (2009)
interesses.
Mitos E verdades sobre o autismo

MITOS VERDADES

• São incapazes de sentir • Falta de consciência de


afeto; perigo;
• São incapazes de aprender, • Alta aderência a rotinas;
todos têm deficiência • Dificuldade de controle de
intelectual; impulsos;
• São teimosos e agressivos; • Atraso no desenvolvimento
• Autismo tem cura. e/ou regressões.
pesquisa autismo
pesquisa autismo
POSSIBILIDADES DE

03
INTERVENÇÃO DO
PSICÓLOGO ESCOLAR
NA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
Artigo Scielo (2018).
• Os autores investigaram práticas realizadas nas escolas
baseadas nos conhecimentos da Psicologia e que se
mostraram efetivas na promoção da inclusão: realizaram um
mapeamento, com análise crítica dessas práticas de inclusão,
objetivando compilar/comparar as informações obtidas.

• Trabalhos analisados: foco na deficiência intelectual e transtorno


do espectro autista.

• Buscou-se por práticas que focalizam o sujeito em seu contexto,


envolvendo todos os atores que participam e compreendendo que
o meio físico e social é fonte de desenvolvimento, tal como postula
Vygotsky.
Continuando...

• Autores concluem que tais práticas, apesar de importantes, são ainda


incipientes com muitas lacunas a serem preenchidas para práticas
verdadeiramente inclusivas.

• Escassez de referências da temática voltada a intervenção nas escolas.

• Apesar da política de direitos à inclusão existente no país, na prática ainda


há muito o que se construir (Declaração Mundial de Salamanca -
UNESCO, 1994: potencializou os discursos).

• Destacam a complexidade da questão da inclusão escolar: pouco


investimento, preconceitos, discriminação, falta de formação adequada
aos professores.
Como a
PIsCologia pode
ajudar a
transformar
tal realidade?
Dimensões das intervenções
Intervenções
Intervenções Macrossociais e Intervenções entre os
direcionadas ao sujeito
Institucionais atores escolares
(ações individualizadas):
Ações do psicólogo nas Ações entre integrantes Ações voltadas ao
Secretarias de Educação, de específicos da escola: acompanhamento
Saúde, órgãos de Assistência equipe pedagógica, particularizado do aluno.
Social, Prefeituras, família; colegas.
Organizações não
Governamentais, assim como
entre a escola (e seus
integrantes) em intercâmbio
com outros profissionais e
setores da sociedade.
Intervenções Macrossociais e institucionais
• Conhecer as reais demandas da escola: realizar um diagnóstico prévio, um
mapeamento institucional e análise dos contextos da escola, em seus aspectos
históricos, econômicos, políticos, geográficos, sociais. Necessária uma
permanente construção e resignificação.

• Planejamento junto à Secretaria de Educação Municipal: investigação da


rede pública para se identificar a quantidade de alunos com NEE, em quais
escolas estudam, o nível da escolaridade, de leitura/escrita, a existência de
tecnologias inclusivas e o intercâmbio com as famílias desses alunos,
objetivando-se a construção de um trabalho conjunto de desenvolvimento
educacional da população e melhor delineamento da atuação do profissional de
Psicologia, em se tratando das necessidades de cada escola. Como? reuniões
formativas multissetoriais para ampliar o conhecimento de profissionais
envolvidos com a educação sobre o processo de inclusão, rompendo com
padrões patologizantes.
Intervenções Macrossociais e institucionais

• Psicólogo como articulador entre as várias esferas sócio políticas e a


educação: processo de desconstrução da Psicologia dentro das escolas, que
histórica e culturalmente, se ampara na psicologia clínica, através de reuniões
com vários profissionais (da Secret. de Educação, equipe interdisciplinar,
gestores de escolas, supervisores escolares e professores) objetivando
expor práticas emergentes defendidas pelo CFP.

• Trabalho articulado entre os integrantes da escola, não focado apenas no


indivíduo, que proporcione ações integradas e construídas
conjuntamente: buscar apoio de outros profissionais como fonoaudiólogos,
psicopedagogos e até mesmo outros psicólogos, esses profissionais podem
contribuir com a reflexão acerca de ações que favoreçam o processo de
inclusão de alunos com NEE e não meramente por meio de encaminhamentos.
Intervenções Macrossociais e institucionais

• Apoio ao aluno NEE através de intervenções com os técnicos da


Secretaria de Educação, com os pais, com os alunos e setores da
saúde, assistência e também com ONGs: visando o rompimento de
rótulos, conhecimento de estratégias de inclusão, abertura de espaços
para uma vida social mais inclusiva (como ex., frequentar outros espaços
de convivência no contraturno escolar). Parcerias com ONGs que
oferecem diferentes oficinas objetivando o convívio e interação com
outras pessoas.
Intervenções Macrossociais e institucionais

• Trabalho de redefinir o lócus de ação do Psicólogo Escolar,


apoiando a expansão do processo de desenvolvimento de
alunos com NEE para além dos muros da escola: desenvolver
atividades interdisciplinares e possibilidades de atuação conjunta e
também um trabalho em redes, dialogando com as áreas da saúde e
assistência social que atuam também no atendimento desse público,
desenvolver um trabalho articulado entre profissionais das escolas e
secretarias, no qual o psicólogo pode atuar fazendo a ponte entre
escola e municipalidade.
Intervenções Macrossociais e institucionais

• Ser mediador entre a escola e outras instâncias da sociedade e


poder público, interlocutor entre a escola e outros profissionais
que acompanham o discente com NEE, agregador dentro da
própria instituição escola: mapeamento institucional objetivando
observar a instituição e suas relações, levantamento de informações
sobre demandas a serem enfocadas no que diz respeito ao tema
inclusão (considerando não somente os fatores orgânicos e
individuais, como também o contexto escolar, familiar, as relações
na sala de aula, recursos e formas de avaliação, entre outros).
Intervenções entre os atores

• Auxiliar a superação das barreiras vivenciadas pelo aluno


de inclusão em seu contexto escolar por meio de apoio na
interação e na comunicação.

• Ação baseada em romper estigmas e acolher as


diferenças por meio do trabalho em conjunto com os
demais integrantes do ambiente escolar delimitando ações
inclusivas efetivas.
Intervenções entre os atores

• Equipe pedagógica;

• Romper estigmas e generalizações referentes aos alunos com


NEE.

• Ação teórica e prática promovendo uma discussão coletiva


entre gestores, professores e alunos.

• Propor reflexões com integrantes da escola sobre suas


representações dos processos de inclusão/exclusão
estabelecidos e achar formas de solucionar.
Intervenções entre os atores

• Ideia de que aluno com dificuldade não aprende.

• Vigotski (1929/1997) deve-se entender o desenvolvimento da


criança especial como um tipo diferente de desenvolvimento e
não como uma debilidade, visto que as as funções
psicológicas evoluem de elementares para superiores em
resultado do meio em que o sujeito está inserido.

• A criança não deve se limitar ao que não pode fazer mas


sim em formas de compensar com o intuito de equilibrar o
desenvolvimento das funções psíquicas.
Intervenções entre os atores – processos de ensino
e aprendizagem
• Reflexão com professores e coordenadores pedagógicos
sobre seu papel e sua prática, visando a mudança para
estimular o processo de aprendizagem, trazendo uma maior
inclusão escolar e consequentemente um ensino mais
significativo para o sujeito.

• Respaldar a equipe pedagógica na exploração do potencial


dos alunos.

• Pensar nas possibilidades de compensação analisando o


potencial e o acesso aos instrumentos do meio social do
sujeito.
Intervenções entre os atores – processos de
ensino e aprendizagem
• Necessidade de instrumentos especiais adequados e
adaptados a estrutura psicológica dessa criança. O
correto acesso e uso dessas ferramentas de ensino e
aprendizagem são ações favorecedoras dos processos
inclusivos por isso é dever do psicólogo auxiliar nesse
processo.

• O brincar auxilia no processo de abstração e criação e


aplicação de suas formas de pensamento.
Intervenções entre os atores – processos de
ensino e aprendizagem

• Importância de depreender a influência da relação


existente entre seu trabalho e o desenvolvimento
psíquico dos alunos de inclusão no ambiente escolar.
Por meio dessa interação, o educando perceberá que
seu desenvolvimento é importante e de total significação
Intervenções entre os atores – processos de
ensino e aprendizagem
• Apoio psicológico ao planejamento pedagógico do
professor para os estudantes com NEE.

• Necessidade de uma educação inclusiva, voltada


para a adaptação da escola à essa criança e não ao
contrário.

• Necessidade do apoio psicológico na capacitação


desses profissionais para que assim possa auxilia-los
em um momento de escuta, acolhimento e reflexão
sobre suas práticas e qual a sua eficácia.
Intervenções entre os atores - família

• Importância da reflexão sobre a inclusão dessas crianças


com os familiares com o intuito de romper com o rótulo de
incapacitados.

• A criança por si só já possui potencial para se tornar um


sujeito ativo porém o estigma de deficiente depositado
sobre ela acaba limitando esse processo.

• O psicólogo pode então promover uma escuta e


acolhimento desses familiares e informá-los sobre pessoas
com deficiência inseridas na sociedade para que assim
entendam que isso é possível.
Intervenções entre os atores - colegas

• A ação tem o intuito de favorecer as inter-relações.

• Implementação de ações intencionais de ensino que objetivem


contribuir com o desenvolvimento gradativo dá atenção voluntária.

• Em decorrência das deficiências essa criança não terá o


desenvolvimento adequado no nível social, por isso é importante
que o psicólogo auxilia na proposta de atividades coletivas entre as
crianças.

• Salas de aulas com heterogeneidade, ou seja, não se deve organizar


as salas com alunos de mesmo nível de conhecimento, mas sim com
níveis diferentes proporcionando assim o aprendizado mútuo.
Intervenções direcionadas ao sujeito – ações
individualizadas.

Inserção do aluno especial no processo de


escolarização, visando auxilia-lo na ressignificação
das autoimagens, da autonomia e maior
independência nas relações e atividades cotidianas;

Abre novas perspectivas de um futuro educacional


e profissional onde antes não havia muito espaço
de desenvolvimento.
Intervenções direcionadas ao sujeito – ações
individualizadas – Apoio psicopedagógico

• Atendimentos complementares e especializados


aos alunos e escuta de suas dificuldades, afetos e
conflitos.

• Ações individuais facilitadoras do processo de ensino-


aprendizagem, como o de Santos (2014) que traz
meios para ajudar o desenvolvimento das FPS do
aluno através da linguagem e do pensamento.
Intervenções direcionadas ao sujeito – ações
individualizadas – Apoio psicopedagógico
• Ações que podem ser desenvolvidas pelo
psicólogo na mediação da linguagem: Sequência de
objetos concretos, cartões com fotos ou desenhos das
atividades por períodos, cartões com fotos ou símbolos
de todas a rotina, cartões com símbolos ou palavra
escrita, indicação de toda a rotina por escrito.

• Atendimento educacional especializado na


promoção de acesso aos alunos com NEE no ensino
regular, tanto pelo trabalho interdisciplinar quanto no
desenvolvimento de recursos didáticos-pedagógicos.
Intervenções direcionadas ao sujeito – ações
individualizadas – Apoio psicopedagógico
• Trabalhar com adaptações curriculares e avaliações
diferenciadas visando à integração escolar.

• Vigotski (1929/1997) A insuficiência é um superestímulo ao


desenvolvimento do psiquismo.

• O déficit, por meio do sentimento de inferioridade, pode


transformar-se em compensação na memória, sensibilidade,
atenção, intuição e novos talentos. Por isso a educação deve
buscar possibilidades compensatórias como força motriz, ou
seja, a dificuldade como fonte de motivação e não de debilidade.
Intervenções direcionadas ao sujeito – ações
individualizadas – laudos
Importância de se questionar os laudos que conferem um diagnóstico ao
estudante.

Pode tanto ser uma conquista como pode rotulá-lo muitas vezes
limitando a crença em seu potencial.

Quanto mais a criança tiver uma participação ativa e dinâmica na vida,


melhor será seu desenvolvimento.

Investigar as relações entre o sujeito e os atos instrumentais e que seu


acesso seja de forma diferenciada e não padronizada.

O psicólogo deve ter cautela ao avaliar custos e benefícios de fundamentar


sua prática em laudos, diagnósticos e avaliações para se evitar rotulações.
Referências
ANDRADA, Paula Costa de, et. al. Possibilidades de intervenção do psicólogo escolar na
educação inclusiva. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 11(1),2018, 123-141. São Paulo,
Brasil.
CAMARGO, Síglia Pimentel Höher; BOSA, Cleonice Alves. Competência social, inclusão escolar e
autismo: revisão crítica da literatura. Psicologia & sociedade, v. 21, p. 65-74, 2009. Disponivel em:
https://www.scielo.br/j/psoc/a/KT7rrhL5bNPqXyLsq3KKSgR/abstract/?lang=pt Acesso em 05 mar.
2023.
GOMES, Claudia; GONZALEZ REY, Fernando Luis. Psicologia e inclusão: aspectos subjetivos de um
aluno portador de deficiência mental. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 14, p. 53-62,
2008. Disponivel em: https://www.scielo.br/j/rbee/a/HRzqgJBhghJffGZXq5xjmPn/abstract/?lang=pt
Acesso em 05 mar. 2023
NUNES, Sylvia da Silveira; SAIA, Ana Lucia; TAVARES, Rosana Elizete. Educação inclusiva: entre a
história, os preconceitos, a escola e a família. Psicologia: ciência e profissão, v. 35, p. 1106-1119,
2015. Disponivel em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/gtPdzXy4yHrX9Lz9txCtQ7c/abstract/?lang=pt
Acesso em 05 mar. 2023

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