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Psicologia Escolar
PSICOLOGIA ESCOLAR
PSICOLÓGOS ESCOLARES
Papéis e Funções
Avaliar e intervir nos principais componentes do processo educativo bem como nos seus agentes (alunos,
pais e professores)
Papel importante na perceção vocacional e de carreira do estudante, intervenção no
comportamento escolar e intervenção em situações de violência escolar.
Intervenção em contexto escolar, tanto em défices cognitivos como em défices de estratégias de
estudo adotados pelos alunos.
Atende às necessidades do aluno dentro da escola, nomeadamente às suas dificuldades e às suas
motivações e o alcance/estabelecimento de objetivos.
Por outro lado, auxilia também na relação professor-aluno e professor-escola.
Intervém no sistema educativo monitorizando e desenvolvendo estratégias no contexto escolar.
Aplicação da prática educacional a um contexto específico como a escola.
Identificar, sinalizar, avaliar e intervir no meio escolar, nomeadamente com alunos, docentes,
corpo diretivo e pais.
Senso Comum
Auxiliar o homem nas suas dificuldades e problemas num contexto de atendimento individual
Perspetiva atual
Apoiar o homem numa perspetiva sistémica da escola e do papel do psicólogo.
O sintoma deixa de ser considerado como uma manifestação exterior de uma patologia
interna do sujeito, mas na sua significação comunicacional no contexto do sistema
relacional
Perspetiva holística do ser humano
Psicólogo generalista
Profissional de 1ª linha
Porquê?
Os problemas recebidos pelos especialistas são:
o Frequentes
o Nem sempre severamente debilitantes
o Recorrentes, podendo ser acompanhados rotineiramente ao longo do
ano
o Óbvios – “incómodos eventuais”
Os especialistas buscam a patologia e conseguem sistematicamente encontrá-
la
o Não devemos patologizar, o que não significa desvalorizar.
o É importante classificar para intervir.
Papel
Aproxima a psicologia das pessoas e dos seus problemas, encarando-os como
uma faceta do desenvolvimento normal e não como patologias emergentes ou
declaradas;
Fornece os mesmos serviços: diagnóstico, consulta, consultadoria e
terapêutica.
Acompanha o indivíduo ao longo do seu processo de desenvolvimento
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Legislação
1991, SPO criados pelo DL n.º 190/91 de 17/5
Unidades especializadas de apoio educativo, integradas na rede escolar, que
articula com as estruturas de orientação educativa da escola e com outros
serviços locais para promover condições que contribuam para a igualdade de
oportunidades de acesso e sucesso escolar e para a melhoria da qualidade da
educação, conforme o artigo 26.º da Lei de Bases do Sistema Educativo
1997, Carreira de psicólogo no âmbito do Ministério da Educação criada pelo DL n.º 300/97 de
31/10
2004, Conteúdo funcional DL n.º 184/2004 de 29/7
2008, DL n.º 121/2008 de 11/6 que determina a extinção da carreira de psicólogo e cria a carreira
geral de técnico superior (revogação dos dois DL anteriores)
PSICOLOGIA ESCOLAR
Contribuir para o desenvolvimento adequado e integral dos alunos, intervindo a nível psicológico e
psicopedagógico, nomeadamente através de:
Apoio a alunos sob a forma de acompanhamento psicológico e aconselhamento;
Participação nos processos de avaliação multidisciplinar e interdisciplinar, tendo em vista a
elaboração de programas educativos individuais, e acompanhamento da sua concretização;
Desenvolvimento de programas e ações de aconselhamento/orientação vocacional a nível
individual, ou de grupo, que promovam o acompanhamento do aluno ao longo do seu percurso
escolar, bem como acompanhamento e apoio nas escolhas vocacionais e de percurso
académico/profissional dos alunos;
Colaboração no levantamento de necessidades da comunidade educativa, participando também
na conceção e definição de estratégias para desenvolver ações de prevenção primária (ações de
sensibilização, programas de promoção da saúde, promoção cognitiva, programas de
desenvolvimento socioemocional, programas de promoção de competências escolares).
Colaboração nos processos de identificação de respostas específicas diferenciadas e na
intervenção junto de alunos com Necessidades Educativas Especiais;
Colaboração com o corpo docente, através da participação em experiências pedagógicas ou
projetos de investigação, na conceção e planeamento de medidas que visem a melhoria do
sistema educativo e acompanhar o desenvolvimento de projetos;
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
O ato de intervenção deve ter sempre em consideração informação relativa à pessoa (história de
vida e características sociodemográficas), ao clima social em que o indivíduo interage
diariamente (ambiente social, físico, político, económico e cultural), sem nunca descurar os
processos de mediação subjacentes (cognições, motivações e estratégias de coping)
Deste modo, o psicólogo escolar está dependente da realidade da instituição; do contexto social; do
desenvolvimento pessoal; das ciências da educação; da história da psicologia.
Alvos da intervenção
Indivíduo
Intervenção centrada num indivíduo, personalizada.
Capacidade de resposta mais limitada
População reduzida
Influência do contexto (família, instituição, comunidade…)
Grupos primários
Unidades básicas de organização social (casal, família, grupo restrito de pares)
Grupos associados
Grupos mais organizados, que partilham interesses e um contacto direto entre eles e os
seus membros (turmas, grupos de tempos livres, associações…)
E.g., sistema “token economy”, contratos contingenciais, aplicação de um
programa de orientação vocacional
Instituições ou comunidades
Os seus membros, embora partilhem um sentimento de pertença, não se encontram em
contacto direto (escolas, empresas, um bairro, uma cidade, um país…)
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
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Consultadoria: processo cooperativo de resolução de problemas, entre um especialista em saúde mental (o consultor,
psicólogo) e uma ou mais pessoas (os consultantes, professores, pais) que são responsáveis pela implementação de uma
determinada forma de apoio psicológico a outra pessoa (o cliente ou destinatário, alunos, filhos, staff)
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM
DEFINIÇÃO
Assim, a aprendizagem dos alunos autorregulados deve envolver o uso de estratégias específicas para
alcançar os objetivos escolares estabelecidos com base nas suas perceções de autoeficácia.
Objetivos escolares: meta, fim que se quer atingir. Variam não só relativamente à natureza, mas
também quanto ao estabelecimento do timing necessário para os alcançar
P.e.: obtenção de classificações escolares elevadas, incremento do reconhecimento
social e o alargamento do leque de oportunidades laborais.
Autoeficácia: perceções dos alunos acerca das suas capacidades de organização e
implementação das ações necessárias para alcançar determinado objetivo ou de
desenvolvimento de competências para realizar uma tarefa específica.
ESTRATÉGIAS DE AUTORREGULAÇÃO
Ações e processos dirigidos para adquirir informação ou competência que envolvem atividade, propósito
e perceções de instrumentalidade por parte dos alunos.
Não deve ser encarada como uma aptidão mental, tal como a competência verbal ou numérica,
mas como um processo de autodireção, através do qual os alunos, transformam as suas aptidões
mentais em competências académicas.
Autoavaliação: declarações que indicam as avaliações dos alunos sobre a qualidade ou progressos do seu
trabalho.
P.e., “verifiquei o meu trabalho para ter a certeza que estava bem”.
Organização e transformação: as iniciativas dos alunos para reorganizarem a informação, melhorando os
materiais de aprendizagem.
P.e., “faço sempre um esquema antes de realizar os relatórios das experiências de ciências”.
Estabelecimento de objetivos e planeamento: o estabelecimento de objetivos educativos: planeamento,
faseamento no tempo e conclusão de atividades relacionadas com esses objetivos.
P.e., “nunca estudo uma semana antes do teste, só na véspera”
Procura de informação: os esforços dos alunos para adquirir informação extra de fontes não-sociais
quando enfrentam uma tarefa escolar.
P.e., “antes de começar um trabalho, vou à biblioteca da escola recolher tudo o que há sobre o
tema”
Tomada de apontamentos: os esforços para registar eventos ou resultados.
P.e., “nas aulas escrevo o sumário e já é uma sorte”
Estrutura ambiental: esforços para selecionar ou alterar o ambiente físico ou psicológico de modo a
promover a aprendizagem.
P.e., “para não me distrair, isolo-me no quarto”
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Os estudantes que regulam a sua própria aprendizagem possuem a capacidade de: por um lado, exercer
controlo sobre as diferentes dimensões do processo de aprendizagem, incluindo a seleção, combinação e
a coordenação das estratégias cognitivas num determinado contexto e, por outro de canalizar recursos
para os diferentes aspetos do processo ensino-aprendizagem, sem muitos custos para o seu bem-estar.
MODELOS TEÓRICOS
Assunções gerais
Os alunos são construtores ativos dos seus próprios significados, objetivos e estratégias a partir
da informação disponível.
Os alunos podem monitorizar, controlar, e regular certos aspetos da sua própria cognição,
motivação e comportamento, tal como alguns aspetos do seu ambiente.
Existe algum tipo de critério, objetivos ou valores de referência face ao qual o aluno pode avaliar
os produtos obtidos e concluir da necessidade de modificar o rumo do percurso dos seus
investimentos escolares (estabelecimento de objetivos, processo de monitorização, controlo e
processo de regulação).
As atividades autorregulatórias como mediadores entre as características pessoais e contextuais
e o rendimento escolar obtido.
É o processo de autorregulação da cognição, motivação e comportamento que medeia
as relações entre a pessoa, o contexto e o rendimento.
Motivação: consequências.
Autoconhecimento: não é diretamente observável e por isso não reconhecido.
Interessam-se, no entanto, pela sua manifestação comportamental – a auto-reatividade (o
conhecimento é alcançado através de registos observáveis).
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Motivação: vontade e expectativa para alcançar um determinado objetivo. Para Corno (1983) os
processos motivacionais medeiam e promovem a formação de decisões, os processos de vontade
medeiam, protegem e controlam a determinação dessas decisões.
Autoconhecimento: monitorização cognitiva fundamental para lidar com as cognições centradas nos
estados emocionais e os sentimentos de dúvida.
Processos-chave: perceções de autoeficácia e atribuições de autocontrolo cognitivo, motivacional e
emocional.
Meio físico e social: fator secundário na promoção da vontade. No entanto, as práticas de socialização
influenciam o seu desenvolvimento através do treino ou instrução direta, aprendizagem cooperativa ou
modelação das estratégias de controlo da vontade, utilizadas pelos outros significativos.
Aquisição da capacidade: desenvolve-se tardiamente, sendo as interações sociais (envolvimento com
pares ou a supervisão dos professores) as verdadeiras experiências de desenvolvimento que promovem a
aquisição do controlo da vontade.
Motivação: discurso interno (envolvido no self – maximização das avaliações motivacionais e afetivas que
visam melhorar o seu controlo; e na tarefa – estratégias de resolução de problemas para melhorar o seu
autocontrolo).
Autoconhecimento: internalização do discurso – chamado operação da ação.
Processos-chave: internalização do discurso que supõe uma fase transitória, entre o controlo externo e
interno, em que surge o discurso egocêntrico.
Meio físico e social: diálogo (sobretudo com os adultos mediatiza a internalização do discurso das
crianças).
Aquisição da capacidade: começa a um nível interpessoal, pelo contacto com os adultos, e é,
gradualmente, internalizado pela criança, através da medicação do discurso interno, passando a
autorregulação a exercer-se a nível intrapessoal.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Motivação: construção de significado das experiências (p.e., a resolução de conflitos sociais e/ou a
própria curiosidade) face ao conflito – uso da acomodação;
Autoconhecimento: meta-funcionamento característico do estádio operário formal preconizado por
Piaget. Segundo este autor nos estádios anteriores o egocentrismo limita a capacidade para compreender
os motivos e as perspetivas dos outros.
Processos-chave: metacognição, autoperceções (p.e., de eficácia), objetivos e atribuições.
Meio físico e social: suporte social (colegas, professores) na promoção da metacognição e da
interiorização das ações. Promoção do conflito através da instrução direta de estratégias, aprendizagem
cooperativa, ensino tutorial de pares, diálogos acerca das tarefas.
Aquisição da capacidade: o desenvolvimento cognitivo condiciona a aquisição de processos
autorregulatórios.
Motivação: Perceções de autoeficácia, expectativas face aos resultados e os objetivos delineados (envolve
a reciprocidade interativa dos três elementos que Bandura refere como fundamentais na autorregulação).
Autoconhecimento: auto-observação e auto-registos (gráficos comportamentais, diários).
Processos-chave: auto-observação (atenção dirigida para aspetos do próprio comportamento),
autoavaliação (comparação entre a presente performance e o seu objetivo), auto-reação (consequências
internas e externas).
Meio físico e social: treino específico de auto-verbalizações, autoatribuições e estabelecimento de
objetivos através da modelação, da comparação social e persuasão verbal.
Aquisição da capacidade: treino de estratégias que devem ter em consideração os aspetos
desenvolvimentais dos alunos que incluem o desenvolvimento cognitivo, os conhecimentos prévios, a
capacidade de fazer comparação e o desenvolvimento das atribuições. Aumento na interação
indivíduo/meio.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
A fase prévia prepara o aluno e influencia a fase do controlo volitivo. Esta, por sua vez, afeta os processos
usados na fase da autorreflexão, que influenciam o processo da fase prévio, tendo um enorme impacto
sobre as ações futuras do aluno e a qualidade da sua autorregulação de aprendizagem.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Na fase da planificação, os alunos analisam a tarefa específica de aprendizagem com a qual se defrontam.
Envolve o estudo dos seus recursos pessoais e ambientais para enfrentar a tarefa, o
estabelecimento de objetivos face à tarefa e um plano para reduzir a distância que os separa da
meta final.
Na fase de execução da tarefa implementa-se a estratégia para atingir a meta desenhada.
Os alunos utilizam um conjunto organizado de estratégias e auto-monitorizam a sua eficácia
tendo em vista o alcance da meta estabelecida
Na fase de avaliação, o aluno analisa a relação entre o produto da sua aprendizagem e a meta
estabelecida para si próprio.
Esta face não se centra na mera constatação de eventuais discrepâncias, mas sim no redesenho
de estratégias que possam diminuir essa distância e atingir o objetivo marcado.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Autoavaliação
Estabelecimento de objetivos e planeamento
Estrutura ambiental
Procura de ajuda social
Fase de execução
Organização e transformação
Procura de informação
Tomada de apontamentos
Repetição e memorização
Fase de avaliação
Autoconsequências
Revisão de dados
A aprendizagem autorregulada tem o seu início com a aquisição observacional de uma determinada
estratégia de aprendizagem e prossegue através do seu exercício emulativo, internalização do
autocontrolo até à aprendizagem autorregulada.
Zimmerman elaborou um modelo do desenvolvimento da competência autorregulatória que
sugere que a competência académica se desenvolve inicialmente a partir de fontes sociais para,
posteriormente, passar para o controlo do próprio sujeito.
Os primeiros dois níveis (observacional e emulativo) estão dependentes das fontes
sociais, enquanto nos níveis seguintes (autocontrolo e autorregulação) a fonte da
influência foi deslocada para o próprio sujeito.
Os alunos menos experientes adquirem competências rudimentares para
lidarem com a informação através da modelação social, ensino e feedback
educativo direto.
No nível observacional, os alunos aprendem informações sobre as estratégias
de aprendizagem, mas regra geral não são ainda competentes para as
aplicarem autonomamente a uma determinada tarefa de aprendizagem.
o Os aprendizes necessitam de prática guiada com feedback
conseguirem desenvolver as competências aprendidas.
o Neste nível, a informação não está ainda internalizada.
O nível seguinte, emulativo, é alcançado quando a realização do aluno se
aproxima do modelo observado.
o A principal diferença entre os primeiros dois níveis está relacionada
com o facto de o segundo envolver a realização da competência ou da
estratégia. Contudo, esta aprendizagem também não está
internalizada, uma vez que o aluno necessita ainda de assistência
externa.
o Nestes dois níveis, as fontes de aprendizagem são eminentemente
sociais, uma vez que os alunos requerem a exposição ao modelo para
conseguirem realizar a tarefa.
O terceiro nível, o autocontrolado, envolve a capacidade de o aluno utilizar a
estratégia autonomamente, quando realiza tarefas similares.
o Durante esta fase, a competência ou estratégia é internalizada, apesar
de estar ainda muito próxima do modelo observado.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Nível de
Influências sociais Auto-influências
desenvolvimento
Modelos
Observacional
Descrição verbal
Prática guiada
Emulativo
Feedback
Critérios internos
Autocontrolado
Autorreforço
Processos autorregulatórios
Autorregulado
Crenças de autoeficácia
Todas estas propostas são externas ao currículo e surgem sempre como complemento do ensino regular
(justaposição – curricular e não curricular).
Os programas de estratégias de aprendizagem apresentam uma relação mais próxima com o
sucesso escolar quando são trabalhadas no âmbito de um contexto e domínio de aprendizagem
específicos.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Métodos/instrumentos
Modelagem metacognitiva, interrogação e autointerrogação metacognitiva;
Questionamento;
Cooperação;
Pensar em voz alta;
Atitude investigativa e estratégia de resolução de problemas;
Reconhecimento de tarefas;
Atividades perspetivadas;
Análise para a tomada de decisões;
Plano individual de trabalho;
Portefólio.
Ensino de estratégias
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Externalização;
Contraditar o avesso do texto;
Questionamento;
Humor.
Cartas de Gervásio ao seu Umbigo - comprometer-se com o estudar na Universidade.
Narrativa
As histórias que contamos e as que ouvimos modelam o significado e a estrutura das nossas vidas em
todos os seus estádios. Histórias e narrativas, pessoais ou de ficção, enchem a nossa vida de significado e
de pertença. Elas ligam-nos aos outros e às nossas próprias histórias providenciando-nos uma tapeçaria
rica em desafios de tempo, lugar e conselho no que poderíamos fazer com as nossas vidas.
A modelação refere-se ao processo pelo qual os observadores padronizam os seus pensamentos, crenças,
estratégias e ações após a performance dos modelos.
A modelação é um meio importante para adquirir competências, crenças, atitudes e
comportamentos. Professores, pais, outros adultos e pares servem de modelos poderosos para
os educandos.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
ABORDAGENS À APRENDIZAGEM
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Abordagem Profunda
O aluno constrói ativamente um significado pessoal, o foco é o todo e não fragmentos
do material de aprendizagem.
A intenção do aluno centra-se na compreensão das ideias e na atribuição de
um significado pessoal aos conteúdos.
Mostra interesse intrínseco na tarefa
Compromete-se pessoalmente com a tarefa
Adota estratégias que satisfaçam a sua curiosidade
o Relacionar as ideias com conhecimentos e experiências anteriores e
com o mundo que o rodeia
o Procura padrões e conexões
o Pensa criticamente
Tenta relacionar diferentes partes de uma tarefa umas com as outras, ou com
outras tarefas
Impõe uma estrutura no global da tarefa e reflete sobre o seu significado
Focaliza a sua concentração na intenção do autor
o P.e.
“O estudo só faz sentido se relacionar o que estou a aprender
com o que já sei sobre esse tema, e com as matérias de
outras disciplinas”
“Estudo ao longo do semestre e releio regularmente os meus
apontamentos/resumos”
“Para me sentir satisfeita(o) com o meu estudo tento
compreender e traduzir por palavras minhas, ou com
exemplos, o que leio nos livros ou nos apontamentos.
Para além das abordagens superficial e profunda, existe ainda uma terceira abordagem de aprendizagem:
Abordagem estratégica ou de alto rendimento.
Distingue-se pelo facto de o motivo estar relacionado com a maximização das
classificações, acompanhado de uma estratégia congruente que passa por uma eficiente
gestão do espaço e do tempo de estudo.
Os alunos estão interessados em obter notas elevadas, são ambiciosos, têm um elevado
autoconceito académico e planeiam cuidadosamente o seu trabalho.
Esta abordagem pode ser combinada tanto com a abordagem superficial como
com a profunda, dependendo da perceção do estudante relativamente à forma
mias eficaz de obter classificações elevadas.
o Se os objetivos de o estudante não coincidirem com os objetivos
institucionais, o estudante, em termos formais, não alcançará os
melhores resultados.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
ABORDAGEM À
MOTIVAÇÃO ESTRATÉGIA
APRENDIZAGEM
O objetivo é a atribuição de um
O motivo é intrínseco.
significado.
Estudo orientado para a satisfação de
Leitura, reflexão e estabelecimento de
Abordagem interesses pessoais e curiosidade acerca dos
relações entre conhecimentos.
Profunda assuntos.
Envolvimento pessoal no ato de
Experiências de resolução de problemas em
aprender.
contextos pessoalmente significativos.
Marton enunciou os conceitos de abordagem superficial e profunda num continuum, argumentando que
existe apenas uma dimensão na qual todos os indivíduos se situam.
Numa das extremidades do continuum localiza-se a abordagem superficial, que sugere uma
repetição fiel das palavras dos autores do texto e representa uma conceção quantitativa do
aprender, muito centrada no produto. Esta abordagem não promove a aquisição do significado
integral da informação, pois não alcança a sua estrutura nuclear, apenas acessível através da
compreensão.
Na outra extremidade, situa-se a abordagem profunda, cujo efeito representa uma análise da
intenção comunicativa do autor, e não a repetição restrita das suas palavras. Nesta abordagem,
os elementos do resultado da aprendizagem são hierarquicamente ordenados e não meramente
acrescentados, englobando a perceção da organização holística do assunto estudado. Optar por
uma abordagem profunda corresponde a assumir uma conceção qualitativa do processo assente
na interpretação pessoal, cuja finalidade é a autoria.
É também importante considerar os contextos educativos, na medida em que a abordagem dos alunos à
aprendizagem é consequência dos significados que estes atribuem a esses mesmos contextos.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Várias investigações confirmam que o mesmo aluno pode adotar diferentes abordagens,
dependendo das exigências das diferentes unidades do curso, da qualidade do ensino e do tipo
de avaliação.
Estes resultados sugerem que podemos obter abordagens ao estudo desejáveis adequando os
métodos de ensino, os planos dos cursos ou adequando as formas de avaliação.
Nesse sentido, interessa salientar que existem determinadas variáveis que são motivo para a
opção por abordagens à aprendizagem qualitativamente superiores.
É de destacar:
O papel agente do sujeito;
O sistema de avaliação centrado na compreensão das matérias;
O controlo de si próprio;
As habilitações escolares dos pais;
Conhecimentos prévios robustos e a experiência anterior de sucesso;
Objetivos académicos;
Biggs apresentou um modelo geral de aprendizagem identificando três conjuntos de fatores, que
remetem para uma visão da aprendizagem enquanto sistema dinâmico que envolve o interface entre
características psicológicas do estudante, abordagens à aprendizagem e resultados de aprendizagem.
Fatores de presságio: dizem respeito às condições que existem previamente ao envolvimento do
estudante nas tarefas e que afetam a aprendizagem, apesar de serem independentes da situação
de aprendizagem.
Os fatores de presságio podem afetar direta e indiretamente o desempenho do
estudante, através da sua influência nos fatores de processo.
Características do estudante, atributos pessoais
Conhecimentos prévios
Capacidades
Personalidade
Motivação
Locus de controlo
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Segundos Biggs, os
diferentes fatores podem afetar-se uns aos outros, uma vez que estão integrados num sistema.
Por exemplo, os resultados de aprendizagem podem contribuir para a modificação dos motivos e
expectativas dos estudantes; o aluno pode abandonar a sua abordagem à aprendizagem
predominante e optar por uma outra que melhor se ajuste ao contexto particular de ensino em
que se insere naquele momento.
Assim, não podemos categorizar os estudantes como superficiais, profundos ou de alto
rendimento, como se tratasse de um traço estável do indivíduo.
As abordagens à aprendizagem dos estudantes são uma função das característica
individuais e das características do contexto de ensino, pelo que descrevem a relação
entre estudante, contexto e tarefa.
Aplicou-se a lógica da metáfora da abordagem à aprendizagem centrada nos alunos à prática docente.
Nesse sentido, identificaram-se dois perfil típicos na aproximação dos professores ao ensino:
Uma abordagem transmissiva, centrada no professor ou na interação entre o professor
e o aluno, retratando um ensino cuja intenção se centra, fundamentalmente, na
transmissão de conhecimentos.
Uma abordagem compreensiva, centrada na aprendizagem do aluno e caracterizando
um ensino cuja intenção major visa promover nos alunos o desenvolvimento do seu
próprio conhecimento.
É fácil aplicar esta dicotomia e classificar, muitas vezes de uma maneira redutora, o tipo de
ensino dos professores como transmissivos ou compreensivos, esquecendo que a abordagem ao
ensino adotada é a resposta do professor quer à sua competência percebida e objetivos de vida,
quer ao ambiente de trabalho, bem como a determinadas experiências anteriores de ensino e
aprendizagem.
Parece haver uma firme relação entre a intenção inerente à tarefa de ensinar e a estratégia
utilizada pelos professores para a operacionalizar. No entanto, o sentimento de autonomia e de
controlo em relação às matérias e aos métodos de ensino, a perceção sobre o número de alunos
de cada turma, a forma como acreditam que os seus alunos possam trabalhar com as matérias
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
que estão a ensinar, entre outros fatores, afetam a opção por um determinado tipo de
abordagem ao ensino.
ESTRATÉGIA
INTENÇÃO Focada no Focada na interação Focada no
professor professor/aluno aluno
Transmissão de
A
informação
Aquisição de
B C
conceitos
Desenvolvimento
D
conceptual
Mudança
E
conceptual
As abordagens ao ensino apresentam fatores comuns com as abordagens dos alunos, nomeadamente os
elementos intencional e estratégico:
Docentes com abordagens A e B parecem revelar características comuns com a abordagem
superficial à aprendizagem;
Docentes com abordagens D e D parecem manifestar características comuns com as abordagens
profundas à aprendizagem.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Significados e Realidades
Narrativas
Todos os dias centenas de crianças e jovens sofrem devido a agressões por parte dos colegas;
Os professores têm cada vez mais medo de ensinar;
Cada vez mais são pedidas consultas médico-psicológicas para apoiar as vítimas ou tratar os
agressores de violência escolar;
Os pais estão preocupados e não sabem como atuar e culpam os professores da situação;
Os professores acham que é tudo um problema de família atual;
O desemprego e as dificuldades económicas estão a gerar violência na escola.
Investigação
Indisciplina, tomando como objeto as diferentes situações e comportamentos (sejam violentos
ou não) que estão em conformidade com as regras de carácter escolar e social vigentes em cada
escola.
Violência como fenómeno específico, realçando o seu carácter social e psicológico.
Definição
Como se manifesta
Perturbação na sala de aula;
Problemas de disciplina (conflito entre professores e os alunos);
Maltrato entre pares (“bullying”) – ameaças, chantagem, insultos, foco nas características em
défice;
Vandalismo e danos materiais – roubos;
Violência física (agressões, extorsões);
Assédio sexual.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Níveis do problema
Relação entre os alunos e a escola
Desvio às regras de trabalho na aula, perturbação na relação entre pares, problemas da
relação professor-aluno
Qualidade das relações entre os membros da família dos alunos
Qualidade das relações entre a família e a escola
A influência dos meios de comunicação
Valores éticos da sociedade
Fatores de Risco
Um atributo ou característica individual, condição situacional e/ou contexto ambiental que aumenta a
probabilidade de ocorrer um comportamento violento
O sentimento de exclusão por parte dos alunos, grupos e famílias
Baixa autoestima
A ausência de limites/regras na escola que sejam claros e partilhados por todos
Cultura e clima da escola
Altos níveis de exposição à violência através dos meios de comunicação (TV, cinema)
Justificação da violência
Aparência física
Dificuldades económicas
Práticas educativas desajustadas
Problemas étnicos
Fatores Protetores
Um atributo ou característica individual, condição situacional e/ou contexto ambiental que inibe, reduz ou
atenua a probabilidade de ocorrer um comportamento violento.
Fatores genéticos (filhos de famílias normativas)
Fatores familiares (relação próxima duradoura sem conflitos)
Fatores individuais (competências sociais, crença na ordem moral)
Fatores sociais (reforços pela sua implicação na comunidade)
BULLYING
A vitimização ou o maltrato por abuso entre iguais é uma conduta de agressão física e/ou psicológica
realizada pelo aluno ou alunos elegendo outro aluno como vítima dos seus ataques.
Esta ação negativa, intencionada e repetida coloca as vítimas em posições de que, dificilmente,
podem sair pelos seus próprios meios.
A continuidade destas agressões provoca nas vítimas efeitos claramente negativos: baixa da sua
autoestima, estados de ansiedade e mesmo quadros depressivos, o que dificulta a sua integração
no meio escolar e o desenvolvimento normal das aprendizagens.
Características do Bullying
Vítima indefesa
Atacada por um provocador ou grupo de provocadores (bully)
Persistência, continuidade
A agressão efetua-se de maneira recorrente durante um longo período de tempo. É
indispensável distinguir o episódico do habitual para se poder falar de bullying na escola. E essa
mesma persistência é um indicador eficaz do risco que ocorrem todos os afetados.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Dor tolerada
A agressão supõe uma dor, não só no momento do ataque, mas de forma contínua, pois cria na
vítima e expectativa de poder ser alvo de futuros ataques. Sentimento de insegurança
permanente.
Desigualdade de poder, desequilíbrio de forças
É uma situação desigual e de indefesa por parte da vítima. A relação de igualdade, o carácter
horizontal da interação entre iguais desaparece quando falamos de maltrato ou se identifica uma
relação hierárquica, de domínio e de submissão entre o agressor e a vítima.
Dirigida a um sujeito, exercida individualmente ou em grupo
O objetivo de intimidação pode ser, apenas, um aluno, mas também podem ser vários, sendo
neste caso menos frequente. Quem intimida pode fazê-lo sozinho ou em grupo, mas a
intimidação é dirigida a sujeitos concretos. Nunca se intimida o grupo. Há formas de maltrato
que podem ser realizadas coletivamente, sendo uma delas, “não deixar participar uma terceira
pessoa”.
Onde se manifesta
Frequência
Incidência
Agressões verbais e insultos como os mais frequentes (~30%), seguidos das agressões físicas,
rumores pejorativos e roubos (~18%), ameaças e exclusão social (~12%).
Casos de ameaças com armas (~1%) e bullying sexual (~2%) são raros.
A perceção dos professores sobre os tipos de bullying considerados menos graves não
se ajusta à realidade, sendo maior a incidência real do que a percebida pelos
professores.
Género
Rapazes são mais frequentemente agressores e vítimas (p.e., agressão verbal e física direta), com
exceção da conduta “falar de outros” cuja frequência é maior nas raparigas (maior incidência de
agressões indiretas, quer verbais sociais).
Raparigas são mais vezes “testemunhas-espetadoras”.
Idade
Maior entre os 12 e 12 anos diminuindo até aos 16 anos.
Pode ocorrer mais cedo (depois dos 6 anos) mas o maior risco situa-se entre os 11 e 15
anos.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Agressor
Biologicamente
Forte
Personalidade
Tendência para a crueldade
Impulsivo e expansivo
Lábil emocionalmente
Comportamento social
Líder
Pouco empático
Rejeitado
Condições ambientais
Meio escolar
Algumas relações
Ascendência social
Atitude negativa
Meio familiar
Atitude negativa
Certo grau de conflito
Escasso afeto ou apego
Modelos violentos
Meios de comunicação
Modelos violentos e identificação com os mesmos
Intencionalidade
Imunização perante a violência
Vítima
Biologicamente
Handicap
Personalidade
Débil
Retraído
Ansioso
Comportamento social
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Ambiente ameaçador
Isolamento
Condições ambientais
Meio escolar
Escassas relações
Desamparado
Atitude passiva
Meio familiar
Grande controlo
Superproteção
Tolerância
Modelos violentos
Meios de comunicação
Indefesa
Espectadores passivos
Adotam posturas egoístas e individualistas inspiradas no agressor interiorizando a conduta
agressiva como sendo importante e respeitável, visão perigosa e antipedagógica.
Muitos passam a ser testemunhas atemorizadas ou inclusivamente a fazer parte do grupo
agressor, isto porque ninguém quer fazer parte do clube da vítima.
Grupo agressor
Na maior parte das situações são da mesma turma e organizam-se possuindo um líder (bully) –
indivíduo hábil que sabe manipular o resto do grupo, cria as suas regras e segue-as custe o que
custar.
Iniciação
Fatores de personalidade do agressor e da vítima
Manutenção
Fatores do agressor
Superioridade física e psicológica
Prazer de dominar e intimidar a vítima
Fatores da vítima
Atitude passiva
Competências de comunicação escassas
Perpetuação
Reforço das condutas pelo grupo de pares
Indiferença dos professores e comunidade
Dificuldade em identificar atos de bullying
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Vítima
Dificuldades de aprendizagem e insucesso escolar
Elevados níveis de ansiedade
Fobia escolar
Configuração definitiva de personalidade insegura e doentia
Baixa autoestima
Impossibilidade de integração escolar e académica
Neurose e histeria
Depressão
Tentativas de suicídio
Sentimento de insegurança permanente
Agressor
Punição (pais/professores) – consequência direta pouco frequente e de baixo impacto
Conduta delituosa permanente (após várias agressões sem castigo, o sujeito aprende a conseguir
os seus objetivos sempre de forma violente);
Estabelecer vínculos sociais através da violência (conquista de estatuto e reconhecimento social
através de atos violentos generalizando essas atuações a outros grupos – p.e., violência
doméstica)
Seguidores do agressor e espectadores passivos
Insensibilidade perante o sofrimento de outros à medida que vão cometendo ações repetidas de
agressão nas quais não são capazes de intervir para as evitar
Vulnerabilidade semelhante à experimentada pela vítima embora com menores níveis de
ansiedade.
Meio e sociedade
Pais da vítima sentem culpa podendo desenvolver depressões e insegurança
Confrontos entre famílias (a da vítima e a do agressor)
Confrontos com os professores
Sentimento generalizado de insegurança na sociedade
Taxas elevadas de violência e aumento dos índices de criminalidade
A registar:
Quanto mais repetidas e prolongadas forem as situações de bullying, maiores são os danos do
ponto de vista do desenvolvimento psicossocial e o bem-estar das crianças envolvidas, pelo que
urge a necessidade de um diagnóstico e intervenção precoce.
Causas e explicações
A violência escolar está intimamente ligada à crise das instituições educacionais, quando estas são, do
ponto de vista histórico, instrumentos privilegiados do estado-nação.
Assim, todo o sistema educativo atual, desde a educação infantil à universitária, encontra-se em
profunda crise de reconversão para se adaptar aos imperativos ideológicos, organizativos e
culturais do mercado, tal como podemos observar ao analisar as políticas e discursos políticos e
legislativos.
O que mudou
Descentralização/autonomia das escolas
Tecnologias da informação no aprender
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Prevenção e intervenção
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
que os alunos aprendam uns com os outros – trabalhos de grupo, ensino cooperativo,
gestão da turma servindo-se, inclusive, de meios como a internet – e aprendam a
conhecer-se mutualmente, através de assembleias de turma, saídas em conjunto, etc.
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Sistema de ajuda
o Aprender a pôr em prática as suas capacidades para ajudar outros
companheiros em várias tarefas da vida quotidiana – alunos
supervisores, “tutores”, ajudante dos alunos recém chegados,
ajudantes de recreio.
Aluno conselheiro
o Exige formação específica em competências de comunicação e
resolução de conflitos, particularmente em “escuta ativa”. Os alunos
conselheiros escutam outros que queiram comunicar problemas
Mediadores escolares
o Nível mais complexo que exige maior nível de formação em
competências sociais e de comunicação e resolução de conflitos. São
recursos humanos na resolução de conflitos apresentados pelos
colegas.
Prevenção terciária
Evitar a recorrência e a estabilização da conduta agressiva, bem como assegurar a sua
erradicação
Procedimentos que corrigem ou melhoram a conduta antissocial ou perturbadora já em
prática
Método Pikas
o Série de entrevistas individuais com os agressores e a vítima em que
se tenta criar um campo de preocupação mútua ou partilhada e onde
se acordam estratégias individuais de ajuda à vítima
Tribunais escolares
o Encontros regulares da comunidade escolar para construir e discutir
normas de funcionamento e de como enfrentar os seus
incumprimentos
Método da não culpabilização
o O professor reúne-se com a vítima e um grupo reduzido de alunos,
entre os quais se encontram os agressores e alguns observadores. A
vítima conta o seu estado de sofrimento e a sua preocupação ao
grupo. Estabelecem-se sete passos até chegar à análise do processo.
Cada aluno sugere uma forma para mudar o seu próprio
comportamento no futuro.
Aumentar a vigilância em determinados lugares
Criar serviço de telefone confidencial para ajudar (pais/alunos)
Promover a educação pelos valores
Reconhecimento da dignidade de outra pessoa, no direito ao exercício de uma cidadania onde o
aluno participe na vida pública, deliberação e participação pelo interesse comum de uma
convivência saudável na escola.
Desenvolver competências de comunicação
P.e., modelo comunicacional eclético proposto por Veiga (2001), com cinco categorias –
avaliativa, de orientação, interpretativa, tranquilizadora, exploratória e empática – cuja
utilização pode aumentar ou diminuir os comportamentos desajustados. O modelo integra ainda
a escuta ativa, a autorrevelação, a autenticidade, o feedback e a confrontação.
Proporcionar um clima de escola e de sala de aula afetivo, de apoio e promotor do bem-estar e de
qualidade de vida
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Licenciatura em Psicologia | 3º ano | 1º Semestre
Psicologia Escolar
Importância das condições que oferece para o desenvolvimento de relações humanas, dos
modelos de ensino proporcionadores do diálogo e da participação de todos; dos projetos em
que se pretende desenvolver o altruísmo e solidariedade;
Definir regras claras, funcionais e justas que tornem os comportamentos previsíveis e estabeleçam
limites de tolerância promotores do exercício da autoridade democrática
Ajudar e apoiar alunos com dificuldades especiais
A empatia, a relação de ajuda e a demonstração de respeito pelo aluno, são atitudes necessárias
em relação a qualquer discente, mas constituem-se como estratégias fundamentais na relação
com os que, habitualmente, são levados a agir “indisciplinadamente” de forma sistemática, ou
estão “em risco” disso, ou ainda com aqueles que podem ser vítimas dos seus próprios colegas.
Desenvolvimento de um autoconceito positivo e realista
Criar oportunidades de afirmação pessoal por parte do aluno em muito associado a um clima de escola
que proporcione o desenvolvimento de cidadãos confiantes, assertivos, com autoestima e participativos.
A diferenciação pedagógica, tanto na seleção de conteúdos e desenvolvimento de competências, como
na variedade de atividades e situações de aprendizagem, é crucial para o desenvolvimento de um ensino
de qualidade adequado à diversidade de necessidades educativas da população heterogénea que hoje
em dia compõe as escolas e as turmas.
Jogos nos recreios
As atividades estruturadas no espaço do recreio poderão proporcionar à criança a oportunidade
de aprender a lidar com várias formas de conflitos. Não deem ser excessivos ao ponto de anular
a liberdade e autonomia no espaço de recreio.
Promover discussões em torno de dilemas morais
Narrativas breves de situações envolvendo conflitos de natureza moral que encerrem valores
diferentes.
Incentivam o exame de diferentes opções com os respetivos argumentos.
Desenvolvimento de dinâmicas de grupo
P.e., na promoção da competência de resolução de conflitos.
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