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Psicologia Escolar
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Alvo da Intervenção.
Indivíduo.
Intervenção centrada num indivíduo, personalizada;
Capacidade de resposta mais limitada: população reduzida; influência do
contexto (família, instituição, comunidade, …).
Grupos Primários.
Unidades básicas de organização social (casal, família, grupo restrito de pares, …).
Grupos Associados.
Grupos mais organizados, que partilham interesses e um contacto direto entre os seus
membros (turmas, grupos de tempos livres, associações, …).
e.g., sistema “token economy”, contratos contingenciais, aplicação de um
programa de orientação vocacional.
Instituições ou Comunidades.
Os seus membros, embora partilhem um sentimento de pertença, não se encontram em
contacto direto (escolas, empresas, um bairro, uma cidade, um país, …).
e.g., Programa Nacional de Prevenção do Insucesso Escolar; Programa de
Desenvolvimento Infantil numa comunidade rural.
Objetivo da Intervenção.
Remediar.
Ação reativa do psicólogo, mais típica na psicoterapia tradicional (geralmente em
resposta a um pedido prévio).
Intervenção em crise. Resposta a uma situação de gravidade e desespero
acentuado, requer urgência na intervenção do psicólogo;
Intervenção facilitativa. Clarificação de uma situação problemática, de menor
gravidade.
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Prevenir.
Ação proativa do psicólogo, antes do problema surgir, pretendendo-se evitar a
ocorrência (antecipar futuros problemas).
Identificação e diminuição dos fatores de risco;
Promoção dos fatores protetores.
e.g., toxicodependência, insucesso escolar, suicídio, …
Desenvolver/Promover.
Não identifica um problema específico, mas procura promover o potencial psicológico
dos indivíduos em diversas áreas.
Intervenção psicoeducativa (afastamento claro do modelo médico-clínico);
e.g., promoção cognitiva, habilidades sociais, …
Serviço Direto.
Relação direta, serviço “face a face” (caraterístico da psicoterapia tradicional, mas
também presente, e.g., na implementação de programas de intervenção por parte do
próprio psicólogo).
Espetro de ação mais reduzido: muitas vezes a qualidade e eficácia da intervenção
psicológica fica comprometida pelo não envolvimento de outras pessoas significativas
que habitualmente interagem com a população-alvo.
Métodos da Intervenção.
O Uso da Comunicação Social e das TIC.
Recurso a veículos privilegiados de disseminação da informação como os jornais,
televisão, rádio, programas informáticos, internet, …
e.g., programas de orientação vocacional.
Consultadoria e Formação.
Intervenção indireta (psicólogo como consultor ou formador, em trabalho de parceria
com outros agentes que implementarão a intervenção no terreno junto da população-
alvo).
Formação e treino de outros profissionais e agentes, assegura maior disseminação dos
serviços de intervenção.
e.g., formação psicológica de professores; programas construídos em conjunto
com os professores, de infusão curricular.
Definição de Consultadoria.
Processo de resolução de problemas cooperativo entre um especialista em saúde mental
(o consultor) e uma ou mais pessoas (os consultantes) que são responsáveis pela
implementação de uma
determinada forma de apoio
psicológico a uma outra
pessoa (o cliente ou
destinatário).
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Autorregulação da Aprendizagem.
O QUE É AUTORREGULAÇÃO?
Dicionário de Língua Portuguesa. Autorregulador – nome dado ao aparelho que se
regula por si.
Conhecimento Científico. “Grau em que os alunos são metacognitiva, motivacional e
comportamentalmente proativos, reguladores dos seus próprios processos de
aprendizagem, isto é, participantes ativos na sua aprendizagem, promotores do seu
desempenho”.
Não é:
Um conjunto de caraterísticas do aluno;
Um traço que os alunos possuem ou não;
Deve ser encarada como uma aptidão mental;
Apresenta uma natureza nem origem associal.
É:
Um processo multidimensional;
Exige um ajustamento e um investimento contínuos;
Processo que pode ser ensinado diretamente ou modelado pelos pais, professores
ou colegas.
Por esta razão, a
aprendizagem de alunos
autorregulados deve envolver
o uso de estratégias
específicas para alcançar os
objetivos escolares
estabelecidos com base nas
suas perceções de
autoeficácia.
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Estratégias de Autorregulação.
“Ações e processos
dirigidos para adquirir
informação ou
competência que
envolvem atividade,
propósito e perceções de
instrumentalidade por
parte dos alunos. Não
deve ser encarada como
uma aptidão mental, tal
como a competência
verbal ou numérica, mas
como o processo de autodireção, através do qual os alunos transformam as suas aptidões
mentais em competências académicas”.
MODELOS TEÓRICOS
Assunções Gerais.
Os alunos são construtores ativos dos seus próprios significados, objetivos e
estratégias a partir da informação disponível;
Os alunos podem monitorizar, controlar e regular certos aspetos da sua própria
cognição, motivação e comportamento, tal como alguns aspetos do seu
ambiente;
Existe algum tipo de critério, objetivos ou valores de referência face ao qual o
aluno pode avaliar os produtos obtidos e concluir da necessidade de modificar o
rumo do percurso dos seus investimentos escolares (estabelecimento de
objetivos, processo de monitorização, controlo e processo de regulação);
As atividades autorregulatórias como mediadores entre as caraterísticas pessoais
e contextuais e o rendimento escolar obtido. (É o processo de autorregulação da
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Fase Prévia.
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Estabelecimento de objetivos;
Planeamento estratégico;
Crenças de autoeficácia;
Tipo de objetivos;
Interesse intrínseco.
Fase do Controlo Volitivo.
Focalização da atenção;
Autoinstrução;
Automonitorização.
Fase da Autorreflexão.
Autoavaliação;
Atribuições;
Autoreações defensivas ou adaptativas.
Subprocessos Autorregulatórios de Alunos Peritos e Inexperientes.
Fase de Planificação.
Os alunos analisam a tarefa específica de aprendizagem com a qual se defrontam.
Envolve o estudo dos seus recursos pessoais e ambientais para enfrentar a tarefa, o
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ESTRATÉGIAS DE AUTORREGULAÇÃO
Autoavaliação;
Organização e transformação;
Estabelecimento de objetivos e planeamento;
Procura de informação;
Tomada de apontamentos;
Estrutura ambiental;
Autoconsequências;
Repetição e memorização;
Procura de ajuda social;
Revisão de dados.
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“Um aluno ‘bom utilizador de estratégias’ é aquele que domina três tipos de
conhecimento acerca das estratégias de aprendizagem: declarativo, procedimental e
condicional”.
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Métodos/Instrumentos.
Modelagem metacognitiva, interrogação e autointerrogação metacognitiva;
Questionamento;
Cooperação;
Pensar em voz alta;
Atitude investigativa e estratégia de resolução de problemas;
Reconhecimento de tarefas;
Atividades perspetivadas;
Análise para a tomada de decisões;
Plano individual de trabalho;
Portfólio.
Narrativas para Promover a Autorregulação da Aprendizagem.
Sarilhos do Amarelo (sub 10);
(Des)venturas do Testas;
o Recursos estilísticos: interrupção da sequência narrativa, externalização,
contraditar o avesso do texto, questionamento, humor.
Cartas do Gervásio ao seu Umbigo. Comprometer-se com o estudar na
Universidade.
A Narrativa.
“As histórias que contamos e as que ouvimos modelam o significado e a estrutura das
nossas vidas em todos os seus estádios. Histórias e narrativas, pessoais ou de ficção,
enchem a nossa vida de significado e de pertença. Elas ligam-nos aos outros e às nossas
próprias histórias providenciando-nos uma tapeçaria rica em desafios de tempo, lugar e
conselho no que poderíamos fazer com as nossas vidas”.
Modelação e Competência Autorregulatória.
A modelação refere-se ao processo pelo qual os observadores padronizam os
seus pensamentos, crenças, estratégias e ações após a performance dos modelos;
A modelação é um meio importante para adquirir competências, crenças,
atitudes e comportamentos. Professores, pais, outros adultos e pares servem de
modelos poderosos para os educandos.
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ABORDAGENS AO ESTUDO
De acordo com Marton e Saljo (1997), o pré-requisito essencial para tentar
influenciar o modo como os indivíduos atuam em situações de aprendizagem pressupõe
uma crescente compreensão do seu agir. Para isso é fundamental analisar e compreender
as diferentes maneiras de os alunos experienciarem as suas aprendizagens;
Os alunos, sugeriram aqueles investigadores, enfrentam uma determinada tarefa
com uma determinada motivação que ativa, desejavelmente, uma estratégia de
aprendizagem congruente. Esta relação metacognitiva entre uma motivação face a uma
determinada tarefa que despoleta uma estratégia para a operacionalizar foi apelidada de
abordagem à aprendizagem.
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resultados, apesar de a sua aprendizagem poder ser sentida, sob o seu ponto de vista,
como muito satisfatória.
Modelo 3P’S de BIGGS.
Biggs (1987, 1989, 1993) apresentou um modelo geral de aprendizagem
identificando três conjuntos de fatores: fatores de presságio, de processo e de produto –
que remetem para uma visão da aprendizagem enquanto sistema dinâmico que envolve
o interface entre caraterísticas psicológicas do estudante, abordagens à aprendizagem e
resultados de aprendizagem.
Presságio.
Processo.
Produto.
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ABORDAGENS AO ENSINO
Prosser, Trigwell e Taylor (1994) aplicaram a lógica da metáfora da abordagem à
aprendizagem centrada nos alunos à prática docente;
Nesse sentido, identificaram dois perfis típicos na aproximação dos professores ao
ensino:
Abordagem transmissiva. Centrada no professor ou na interação entre o
professor e o aluno, retratando um ensino cuja intenção se centra,
fundamentalmente, na transmissão de conhecimentos;
Abordagem compreensiva. Centrada na aprendizagem do aluno e caraterizando
um ensino cuja intenção major visa promover nos alunos o desenvolvimento do
seu próprio conhecimento.
É fácil aplicar esta dicotomia e classificar, muitas vezes de uma maneira redutora, o
tipo de ensino dos professores como transmissivos ou compreensivos, esquecendo que a
abordagem ao ensino adotada é a resposta do professor quer à sua competência
percebida e objetivos de vida, quer ao ambiente de trabalho, bem como a determinadas
experiências anteriores de ensino e aprendizagem;
Parece haver uma firma relação entre a intenção inerente à tarefa de ensinar e a
estratégia utilizada pelos professores para a operacionalizar. No entanto, o sentimento
de autonomia e de controlo em relação às matérias e aos métodos de ensino, a perceção
sobre o número de alunos de cada turma, a forma como acreditam que os seus alunos
possam trabalhar com as matérias que estão a ensinar, entre outros fatores, afetam a
opção por um determinado tipo de abordagem ao ensino.
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SIGNIFICADOS E REALIDADES
Narrativas Coletivas. O que se diz?
Todos os dias centenas de crianças e jovens sofrem devido a agressões por parte
dos colegas;
Os professores têm cada vez mais medo de ensinar;
Cada vez mais são pedidas consultas médico-psicológicas para apoiar as vítimas
ou tratar os agressores de violência escolar;
Os pais estão preocupados e não sabem como atuar e culpam os professores da
situação;
Os professores acham que é tudo um problema de família atual;
O desemprego e as dificuldades económicas estão a gerar violência na escola.
Investigação. O que estuda?
Indisciplina. Tomando como objeto as diferentes situações e comportamentos
(sejam violentos ou não) que não estão em conformidade com as regras de
caráter escolar e social vigentes em cada escola;
Violência. Como fenómeno específico, realçando o seu caráter social e
psicológico.
DEFINIÇÃO
Dificuldades Concetuais e Metodológicas.
Os vários estudos e modelos explicativos do fenómeno tomam como ponto de partida
diferentes objetos de análise sob designações de vandalismo; “bullying”, agressividades,
perturbações do comportamento (“conduct disorders”), passagens ao ato (“acting out”),
comportamento de oposição (“oppositional behavior”), perturbação défice de atenção e
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FATORES DE RISCO
“Um atributo ou caraterística individual, condição situacional e/ou contexto ambiental
que aumenta a probabilidade de ocorrer um comportamento violento”.
O sentimento de exclusão por parte dos alunos,
grupos e famílias;
Baixa autoestima;
A ausência de limites/regras na Escola que
sejam claros e partilhados por todos;
Cultura e clima da escola;
Altos níveis de exposição à violência através dos
meios de comunicação (TV, Cinema);
Justificação de violência;
Aparência física;
Dificuldades económicas;
Práticas educativas desajustadas;
Problemas étnicos.
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BULLYING
“A vitimização ou o maltrato por abuso entre iguais é uma conduta de agressão física
e/ou psicológica realizada pelo aluno ou alunos elegendo outro aluno como vítima dos
seus ataques. Esta ação negativa, intencionada e repetida coloca as vítimas em posições
de que, dificilmente, podem sair pelos seus próprios meios. A continuidade destas
agressões provoca nas vítimas efeitos claramente negativos: baixa autoestima, estados
de ansiedade e mesmo quadros depressivos, o que dificulta a sua integração no meio
escolar e o desenvolvimento normal das aprendizagens”.
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Frequência.
Incidência.
Agressões verbais e insultos como os mais frequentes (30%), seguidos das
agressões físicas, rumores pejorativos e roubos (18%); ameaças e exclusão
social (12%);
Casos de ameaças com armas (1%) e bullying sexual (2%) são raros;
A perceção dos professores sobre os tipos de bullying considerados menos
graves não se ajusta à realidade, sendo maior a incidência real do que a
percebida pelos professores.
Género.
Rapazes são mais frequentemente agressores e vítimas (e.g., agressão verbal e
física direta), com exceção da conduta “falar de outros” cuja frequência é maior
nas raparigas (maior incidência de agressões indiretas, quer verbais quer
sociais);
Raparigas são mais vezes “testemunhas-espetadoras”.
Idade.
Maior entre os 12 e 14 anos diminuindo até aos 16 anos. Pode ocorrer mais cedo
(depois dos 6 anos) mas o maior risco situa-se entre os 11 e 15 anos;
O número de vítimas é maior no primeiro grupo e a quantidade de agressões é
maior no segundo grupo;
As agressões são protagonizadas, na maioria dos casos, por alguém do mesmo
nível de ensino/turma.
Cenário.
Mais frequente nos recreios;
Casas de banho como esconderijo de objetos, sejam da vítima ou sejam objetos
que irão utilizar na agressão;
“Ameaças com armas” ocorrem frequentemente fora da escola. Quando ocorrem
na escola são realizadas nas casas de banho.
Tipo de Escola.
A dimensão da escola, a sua composição racial e a sua situação geográfica
(rural/urbana) não parecem ser fatores de diferença em termos de ocorrência da
agressão.
Perfil Caraterístico dos Agressores e Vítimas.
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Vítima oculta;
Vítima comunica;
o Amigos: ameaças com armas, bullying sexual;
o Pais;
o Professores.
Em geral, mais de 60% das vítimas recebe ajuda.
Perfil Caraterístico dos Colegas – Espetadores.
Espetadores.
Passivos – adotam posturas egoístas e individualistas inspiradas no agressor
interiorizando a conduta agressiva como sendo importante e respeitável, visão perigosa
e antipedagógica. Muitos passam a ser testemunhas atemorizadas ou inclusivamente a
fazer parte do próprio grupo agressor (ninguém quer fazer parte do clube da vítima).
Grupo Agressor.
Na maior parte das situações são da mesma turma e organizam-se possuindo um líder
(bully) – indivíduo hábil que sabe manipular o resto do grupo, cria as suas regras e
segue-as custe o que custar.
Iniciação, Manutenção e Perpetuação do Bullying.
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CAUSAS E EXPLICAÇÕES
“A violência escolar está intimamente ligada à crise das instituições educacionais,
quando estas são, do ponto de vista histórico, instrumentos privilegiados do Estado-
nação. (…) Assim, todo o sistema educativo atual, desde a educação infantil à
universitária, encontra-se em profunda crise de reconversão para se adaptar aos
imperativos ideológicos, organizativos e culturais do mercado, tal como podemos
observar ao analisar as políticas e discursos políticos e legislativos”.
O que mudou?
Descentralização/autonomia das escolas;
Tecnologias da informação no Aprender;
Professor enquanto tutor;
Relação pedagógica centrada no aluno;
Qualidade do ensino centrada num novo sentido teleológico comum a todo o
sistema (conceito de sucesso);
Avaliação (currículo, professor).
Para Beatriz Pereira (2005), a escola é atualmente um espaço de educação para o
consumo quando deveria ser um espaço de educação para o não desperdício, para a
economia e poupança. Para que a criança reconheça os seus direitos é necessário que o
ensino seja ativo e que a criança aprenda a questionar e a fazer-se ouvir de forma
assertiva.
“Apesar das mudanças verificadas no âmbito legal com o reconhecimento cada vez mais
ampliado dos direitos da criança e dos jovens, temos como contraponto a
potencialização da problemática destas populações em situação de vulnerabilidade
social e pessoal, nos centros urbanos, nas instituições, a exemplo da escola no que
concerne a violência – contextualização no processo de socialização”.
“Assim, de um lado, esse processo ocorre na convivência direta na família, na escola, no
grupo de pares, nas igrejas e em outras instituições. De outro lado, a ação socializadora
realiza-se de modo indireto pela mediação simbólica de agentes de diferentes
instituições que disseminam valores, normas e modelos culturais”.
E apesar da difusão e crescimento acelerado dos saberes na sociedade do conhecimento
e da comunicação poderem passar a imagem da diluição ou desaparecimento do papel
da escola ou inutilidade dos saberes que integram o seu currículo, a escola continua a
possui dimensões nucleares que não são desempenhadas por nenhuma outra instituição,
nomeadamente:
A passagem estruturada do quadro referencial da cultura dominante numa dada
sociedade;
A socialização conjunta dos indivíduos de todas as culturas presentes numa dada
sociedade;
O apetrechamento com instrumentos cognitivos de análise, reflexão, pesquisa e
produção do conhecimento;
O ensino explícito de estratégias organizativas do conhecimento e do discurso.
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PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO
É possível ao professor adotar um comportamento preventivo na violência?
“Claro que é possível a prevenção por parte de um professor e de uma escola. A
ação isolada de um professor é positiva, mas muito limitada, e pode passar,
desde o início do ano, por apontar para a existência de um clima, nas suas aulas,
de exigência quanto ao cumprimento de determinadas regras. No entanto, os
alunos devem perceber a necessidade e o interesse dessas regras, o que implica
também um clima de diálogo que, a não existir, motiva reações negativas,
agressividade, etc. Se o clima de diálogo, com a turma, com o aluno-caso, é
fundamental, não o é menos um conjunto de práticas ligadas às próprias tarefas
de ensino, como criar condições para que os alunos aprendam uns com os outros
– trabalhos de grupo, ensino cooperativo, gestão da turma servindo-se, inclusive,
de meios como a internet – e aprendam a conhecer-se mutuamente, através de
assembleias de turma, saídas em conjunto, etc”.
E como é que a escola no seu todo pode atuar?
“Logo à partida, produzindo um regulamento por todos conhecido, que
contemple as regras da convivência, e que explicite paralelamente os direitos e
os deveres de cada um e de todos. Depois, promovendo e apoiando ações que
continuem a ação dos professores na turma: clubes e projetos vários – até
virados para um melhor conhecimento do meio social e patrimonial –,
assembleias de escola, dinamização da presença e intervenção dos encarregados
de educação, gabinete de apoio aos alunos, um clima de ajuda entre professores,
enfim, uma liderança capaz de empenhar toda a gente na construção de um
ambiente saudável e seguro”.
Prevenção.
Processo ativo de implementação de iniciativas tendentes a modificar e melhorar a
formação integral e a qualidade de vida dos indivíduos, fomentando o autocontrolo
individual e a resistência coletiva face à adaptação de comportamentos violentos.
Prevenção Primária.
“São as estratégias ou os procedimentos que pretendem intervir com ações ou
metodologias concretas para que a conduta agressiva (…) não ocorra. Situam-se
também neste nível as ações, ou interações necessárias que promovam a conduta pró-
social ao longo do desenvolvimento nas várias situações”.
Assembleia ou reunião periódica;
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