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­ Revista de Informação ­ v.14  n.6   dez/13                            ARTIGO 04  

Configurações da pesquisa em ciência da informação
Search settings in information science
por Leilah Santiago Bufrem

 
 
Resumo: Discute a possibilidade de analisar configurações de resultados concretos de pesquisa expressos na literatura da
área da Ciência da Informação (CI), procurando superar modelos reducionistas sobre os modos de investigação. Ilustra o
processo de análise com exemplos concretos de 30 artigos científicos dos autores de maior incidência no período entre
2008 e 2012, identificados aleatoriamente na literatura periódica da área, representada pela Base Referencial de Artigos de
Periódicos em Ciência da Informação (Brapci). Fundamenta sua interpretação no modelo quadripolar de pesquisa adotado
por Bruyne, Herman e Schoutheete (1977). A trajetória permite propor, como resultado, um modelo alternativo e
multidimensional para análise e discussão de pesquisas científicas, ressaltando natureza, gêneros e dimensões relativas aos
aspectos da proposta apresentada.
Palavras­chave: Ciência da informação; Pesquisa científica; Métodos de pesquisa.

Abstract: This paper addresses the possibility to analyze the settings of concrete research results expressed in the literature
in the field of Information Science (IS), aiming at overcoming some reductionist models about investigation procedures. It
presents the process of analysis through concrete examples of 30 scientific articles written by the authors with most
occurrences between 2008 and 2012. These authors were randomly identified in the journals of the field, represented by
the Referential Database of Journal Articles about Information Science (Brapci). The research is grounded on the
quadripolar research model adopted by Bruyne, Herman and Schoutheete (1977). As a result, the trajectory of the study
allows the proposition of an alternative and multidimensional model to analyze and discuss scientific research,
highlighting the nature, genders and dimensions related to the aspects of the proposal presented. 
Keywords: Information science; Scientific Research; Research Methodology.

Introdução
A pesquisa científica, como prática em constante transformação, é resultante de um contexto
dinâmico de produção e reprodução de conhecimentos que se alternam, transformam a realidade
e se transformam, contribuindo para a dinâmica das ciências na medida em que estas se
ramificam e requerem processos mais complexos para o estudo de seus objetos. Assim como a
ciência, as práticas de pesquisa são determinadas tanto pelo contexto social e histórico quanto
pelas referências teóricas que orientam conceitos e pressupostos científicos. Isso porque, como
produtos da vida social, as ciências seguem a evolução dessa vida em constante renovação.

A Ciência da Informação (CI) também resulta do trabalho humano e histórico de pesquisas
concretas que vêm sendo realizadas no campo específico de sua atuação, desde que se entenda a
pesquisa científica como a busca intencional por respostas a indagações inéditas sobre a
realidade. Reconhecidas as peculiaridades da Ciência da Informação, cujo caráter
interdisciplinar torna flutuantes as fronteiras desta ciência e não raro discutível sua
sistematização, especialmente na produção científica registrada (Arboit; Bufrem; Kobashi,
2011), percebem­se na literatura aportes que indicam a riqueza com que trabalham os
pesquisadores da área.

A esse processo de construção do conhecimento da área de Ciência da Informação, alicerçado
pelo uso das diversas tecnologias da comunicação e informação, Gomes (2000) atribui um
espaço no qual o sujeito renova sua cultura de modo dinâmico e complexo. Essa renovação é
atributo de qualquer campo de produção científica, de modo especial da Ciência da Informação,
cujas questões, voltadas para a geração, comunicação, apropriação e uso do conhecimento,
relacionam­se a um amplo leque de opções temáticas de diferentes áreas de formação
acadêmica. 
Consequentemente, como campo de pesquisa e ensino, apresenta uma riqueza impar de
possibilidades metodológicas e enfoques, propiciando o desenvolvimento de diferentes
processos, métodos e técnicas de coleta, tratamento e recuperação da informação. Desse modo, a
pesquisa na área constitui­se como instituição social com suas práticas e argumentos, construída
em processo de confrontação entre tradições e inovações, regulamentações e rupturas, ações no
campo específico e ingerências externas.
 
Tais contradições acabam por revelar alternativas de construção e organização científicas, nas
linguagens que elege e nas relações sociais que nela se estabelecem, decorrentes principalmente
do processo de socialização que ocorre quando da comunicação científica. Mas como explicar
esta forma de expressão e socialização que historicamente a pesquisa vem construindo? Essa
questão aponta para a complexidade das questões relacionadas ao problema aqui apresentado:
como se configura a pesquisa científica em Ciência da Informação? Seria possível construir um
modelo não reducionista, mas multidimensional, no momento de analisar e compreender os
aspectos marcantes de uma pesquisa na área? 
Para compreender o objeto eleito para o estudo, ou seja, a pesquisa em Ciência da Informação
como construção social, se aceita como pressuposto que os contextos científicos evoluem a
partir das transformações da realidade, das condições para o fazer científico, dos objetos reais,
ideais ou mentais, representados por dados, informações, conhecimentos e modelos, enfim, das
possibilidades concretas de realização, por meio da relação entre teoria e prática.

Esse pressuposto exige um olhar múltiplo sobre a ciência e a pesquisa, já que as concebe em
relação íntima com a realidade, determinante, por sua vez, das questões científicas. Assim, os
conhecimentos são constituídos simultaneamente ao processo de institucionalização científica
em seus aspectos cognitivo e social, segundo concepção de Whitley (1974, p. 71). Consideram­
se esses dois aspectos não como distintos, mas como complementares para a institucionalização
científica, uma vez que um influencia o outro no processo histórico em que ocorrem.

Aqui se retoma a defesa da visão gnosiológica sobre a Ciência da Informação, argumento de
González de Gómez (2003, p. 43), em estudo sobre a abrangência e posição dessa ciência para
compreender processos e domínios a partir de outros fatores, além daqueles de ordem
econômica e tecnológica. Sem dúvida, consideram­se aqui os aspectos econômico e tecnológico
como determinantes das condições materiais de produção científica, entretanto, não se podem
relegar a um plano secundário as relações cognoscitivas. Esse argumento é favorecido pelas
argumentações de Wersig, defensor das soluções científicas na sua concepção clássica, razão
justificada na imperiosa necessidade de um paradigma que caracterize algumas pesquisas de
cientistas da informação, no intuito de afiançarem maturidade científica (1993).

E, com essa posição epistemológica, ao assumir que os modos de construir e organizar
conhecimento se concretizam em diferentes dimensões e níveis de complexidade, é que se
justifica uma pesquisa com o propósito de defender a possibilidade de construção de um modelo
não reducionista, mas multidimensional, para analisar e compreender os aspectos marcantes da
pesquisa na área da Ciência da Informação.
Ao admitir o contexto histórico como parte constitutiva da ciência, defende­se a necessidade da
reflexão sobre as práticas de pesquisa que vêm sendo concretizadas no cotidiano da Ciência da
Informação no Brasil. Questiona­se, portanto, como a realidade tem influenciado os modos de
fazer ciência da informação, de modo especial em relação à possibilidade de compreender a
inter­relação entre as dimensões possíveis de análise.

Essa possibilidade de compreensão, aplicável aos campos específicos de conhecimento, como o
da Ciência da Informação, é evidenciada a partir das últimas décadas, a partir da ampliação das
possibilidades teórico­metodológicas de investigação na área, com o consequente desafio de
construir metodologias de pesquisa e buscar aportes teóricos que permitam investigar as
diferentes facetas da prática da pesquisa. Trabalhos como os de Järvelin e Vakkari (1990, p.
395), sobre a evolução das pesquisas na área já argumentam que, para desenvolver o ensino e a
pesquisa da área, a autoanálise da disciplina é decisiva, os autores descrevem as possibilidades
da análise de conteúdo a modo de registro da distribuição em tópicos, abordagens e
metodologias utilizadas.
 
O mesmo efeito estimulante de crítica à prática tem o trabalho de Feehan e outros (1987, p.
174), pelo incentivo que dão às pesquisas sobre pesquisas. Justificam­se esses estudos
metacientíficos pela consciência que oferecem sobre os fatores intervenientes na pesquisa na
área, como por exemplo, sobre o real impacto da tecnologia sobre os estudos, sobre como essa e
outras variáveis impactam os assuntos e os modos de realização das pesquisas em andamento,
sobre mudanças pelas quais passaram os métodos e as técnicas de pesquisa e, não menos
importante, sobre as possibilidades de se visualizarem tendências e expectativas a partir dessas
novas condições.

A partir desse mote é que se buscam evidências dessas dimensões, sobretudo no que diz respeito
a aspectos referentes ao seu núcleo epistemológico. Deste modo, identificaram­se artigos
científicos produzidos no Brasil, registrados na Brapci, cujas pesquisas ilustram a configuração
dos polos apresentados pelos autores Bruyne, Herman e Schoutheete (1977). Da análise dessa
conjuntura relacional, parte­se para uma proposta pluridimensional, modificando­se o modelo
quadripolar em que se pautou o estudo, como proposta para estudos futuros. O corpus de
pesquisa é composto por 30 artigos (Apêndice B), publicados entre 2008 e 2012, portanto, nos
últimos cinco anos, os quais foram objetos de análise e cotejamento com o modelo quadripolar.
A análise tomou em consideração as relações entre a as configurações das pesquisas
selecionadas da Brapci e o modelo quadripolar dos autores.

Modelo Quadripolar de Bruyne, Herman e Schoutheete
O questionamento sobre a possibilidade de observar os modos de realização de pesquisas
cientificas segundo um modelo de análise não redutor, mas que considerasse várias dimensões
no momento de compreender os aspectos da pesquisa, fez com que encontrássemos na obra de
Bruyne, Herman e Schoutheete (1977) uma possibilidade inicial de aproximação com a área de
Ciência da Informação, para melhor entender a dinâmica de sua prática de pesquisa.  Assim, ao
evidenciar o que há de peculiar nos procedimentos metodológicos e nas condutas de pesquisa
dos autores de uma lista de artigos publicados nas revistas de Ciência da Informação do Brasil,
caracterizados como científicos, determinam­se as distinções dessa condição de cientificidade,
com base em estrutura de análise preestabelecida. Foi essa a razão que motivou a escolha do
modelo dos autores citados, pelo qual se apresenta o campo da prática metodológica, estruturado
a partir de quatro polos: o epistemológico, o teórico, o morfológico (ou configurativo) e o
técnico.

Em relação ao polo epistemológico, o trabalho científico adquire dimensão histórica ao procurar
ir à origem da problemática, percorrendo uma trajetória marcada pela compreensão de que a
pesquisa é um processo, cujo princípio parte do questionamento constante sobre a
realidade.Desse modo, pode­se afirmar que ao construir seu objeto científico, consolidando­o
pautado na vigilância interna em relação aos procedimentos e resultados esperados, o
pesquisador se encaminha ao objeto, como diria Bourdieu (1987, p. 147), sabendo sobre o objeto
que construiu. Portanto, as estruturas estabelecidas pelo pesquisador são produto de uma gênese
social dos esquemas de percepção, de pensamento e de ação. Assim como as representações e as
práticas, elas constituem e são constituídas continuamente. Parte­se, portanto, da convicção de
que as ideias geradas pela atitude científica são tributárias da sua condição de produção. Só
assim delimita­se a problemática, no contexto que possibilita a concepção de um objeto que, se
não é novo, é inovado, estabelecendo a partir de uma construção alternativa, uma dimensão de
caráter discursivo, fundada em critérios e dentro de uma linguagem apropriada aos paradigmas
que a orientam.

Ao descrever a problemática, o pesquisador submete a um questionamento aqueles aspectos da
realidade atingidos pelo foco de seu trabalho e, desse modo, contextualiza seu objeto de
pesquisa. Mas esse processo está intimamente comprometido com o polo teórico da pesquisa, ou
seja, com a dimensão pela qual são definidos os conceitos e é descrita sua fundamentação. Essa
é a instância apropriada também à construção das hipóteses ou pressupostos quando julgados
pertinentes. É nessa instância que se propõem os procedimentos julgados procedentes para a
interpretação dos fatos ou informações organizados, assim como para a especificação e definição
das soluções provisórias.
Coadjuvante, ou razão de ser da teoria, alinha­se a constituição de um conjunto integrado de
termos significativos aos quais a investigação possa se referir de maneira rigorosa, evitando­se
equivocidade. Entretanto, deve­se levar em consideração que o conceito científico não é
essência esclerosada, tampouco definitiva, pois só conserva seu status científico pelo esforço de
análise e estruturação dos fatos, tornando­se estratégico, pois concebido a partir de uma
operação de abstração dos elementos fortuitos ou das propriedades contingentes. Contém,
entretanto, a riqueza do empírico e, no contexto de uma prática científica, é sempre posto a
prova e revisto periodicamente (Bruyne, Herman e Schoutheete, 1977).

Alguns aspectos devem ser observados em relação ao contexto teórico da investigação,
principalmente relacionados aos subsídios que nos oferece para a formulação de hipóteses ou
adoção de pressupostos que poderão, por sua vez, revelar indícios ou evidências no decorrer do
estudo.   Além disso, com o referencial analisado são reforçadas as linhas argumentativas
conducentes à verificação, comprovação ou não das hipóteses ou fortalecimento de teses. Assim,
segundo Bruyne, Herman e Schoutheete (1977), “toda teoria é um artefato dos pesquisadores,
pertence à ordem simbólica”. Considerada artificial, pois formulada em linguagem simbólica, a
teoria comporta conceitos semânticos relativos a aspectos do que se estuda e conceitos
sintáticos, cujo papel é o de articular outros conceitos. Nesse polo articulam­se os movimentos
lógicos do raciocínio dedutivo, indutivo ou hipotético­dedutivo, assim como as demais
orientações relacionadas aos procedimentos metodológicos, entre eles os relacionados à análise
e à interpretação dos resultados da pesquisa.

A estrutura do problema enunciado, resultado da conjugação dos procedimentos relacionados
aos polos epistemológico e teórico reflete­se na exposição do objeto do conhecimento e se
concretiza nos seus aspectos formais, considerados como polo morfológico. Relaciona­se,
portanto, com a estruturação formal do objeto científico, que compreende a sua exposição,
incluindo o estilo pelo qual o pesquisador expressa os modelos de interpretação construídos e os
resultados obtidos. É o espaço de causação, ou seja, a posição de coerência lógica e/ou
significativa que articula os fatos científicos numa configuração operatória (Bruyne, Herman e
Schoutheete,1977, p. 165). Quanto à objetivação, ou seja, a colocação em evidência de uma rede
de relações, pode­se afirmar que ela evidencia o sentido que fundamenta a validade da
construção da problemática e segundo os autores essa explicitação do sentido pela forma
“permite a cumulação das pesquisas e dos resultados num quadro de análise coerente”. Com
isso a teoria é fortificada e consolidada.

A faculdade de objetivação dos resultados da investigação pode­se verificar a modo de cópia ou
de simulação do real, podendo recorrer a analogias para interpretação dos dados. Essas são
categorizadas por Van Der Maren (1996) como interface, tradução, encenação e adivinhação. Os
estilos, consequentemente, se diversificam privilegiando mais ou menos o tom acadêmico ou
nocional, pelo qual se delineia progressivamente o objeto científico. Destacam­se o modo
erístico ou argumentativo, o simbólico, o postulativo, correspondente à lógica hipotético­
dedutiva e o formal, caracterizado pela abstração e rigor dedutivo. Embora categorizáveis, os
estilos são tão diversos quanto as pesquisas por eles expressas. Entretanto, as ciências sociais
realizaram historicamente quatro principais “quadros de análise” para realizar as funções
morfológicas: as tipologias, os tipos ideais, os sistemas e os modelos estruturais (Bruyne,
Herman e Schoutheete, 1977, p. 170).

Assim, ocorre a estruturação formal do objeto científico, sua exposição no estilo pelo qual o
pesquisador expressa os modelos de interpretação construídos e os resultados obtidos. Nesse
processo, não apenas são apresentados ou representados objetos e relações sociais, mas esses
passam a integrar uma unidade científica impar, que contempla a interação com um cenário mais
amplo. O escopo teórico se abre à interpretação dos conceitos e dos sentidos, que se integram no
polo morfológico, gerando estabilidade equilíbrio, embora sejam muitas e diferentes as
modalidades de construção do objeto científico.

Para essa dinâmica, contribui o polo técnico da pesquisa, ao estabelecer a relação entre a
construção do objeto científico e o mundo dos acontecimentos. Nessa dimensão são recolhidas
as informações sobre a realidade e essas são convertidas em contribuições pertinentes, face à
problemática da investigação. O processo inicia com o planejamento da pesquisa, incluindo
operações técnicas e instrumentos de apoio para a captação e organização dos dados, tais como
inquéritos, observações e tipos de análise. Requer qualidades como prudência e discernimento
diante de modalidades diversas para reunir dados disponíveis, acessíveis e pertinentes ao objeto
investigado. Entre as opções presentes nas pesquisas que vêm sendo realizadas na área de
Ciência da Informação, são encontradas técnicas como questionário, entrevista, incidente crítico,
observação, Técnica Delfos, Técnica de cenários, Foco em grupo, protocolo verbal, biografia
institucional e história de vida.

A pesquisa científica, portanto, não se limita a produção e construção de objetos de pesquisa e
de saberes, por meio de raciocínios, argumentos e constatações e utilizando­se de métodos e
técnicas disponíveis entre os materiais culturais presentes em determinado momento. Ela deve,
também, torná­los efetivamente comunicáveis e utilizáveis, conferindo aos pares a prerrogativa
de se entregarem ao trabalho de reconhecimento, crítica e utilização de conhecimentos com
propósitos de ampliar o referencial e o domínio científico.

Metodologia, Análise e interpretação dos resultados
O corpus de pesquisa é constituído por 30 artigos considerados científicos pelos periódicos,
publicados entre 2008 e 2012, recuperados aleatoriamente a partir de um corpus dos autores
mais representados na literatura periódica brasileira do campo, por meio da Base de Dados
Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci). Foi realizada uma
busca exploratória na Base de Dados Brapci pelo que se observou inicialmente que no período
foram publicados 2378 trabalhos por 2552 autores em autoria única e em colaboração. Os 20
autores mais representativos quantitativamente produziram 292 trabalhos (Apêndice A), o que
corresponde a 12,3% do total de publicações do período.

Foi então selecionada uma amostra aleatória de 10% do corpus dos trabalhos dos autores. Para
possibilitar que todos os trabalhos tivessem a mesma possibilidade de escolha, os 292 trabalhos
foram divididos em três grupos de 97, 97 e 98 trabalhos. A tabela de números aleatórios foi
composta de números entre 01 e 99, sorteados na seguinte sequência: 01, 32, 79, 85, 22, 10, 33,
99, 67, 12, 85, 82, 45, 43, 24, 10, 12, 31, 78, 58, 89, 52, 66, 71 e 93. Foram utilizados os
mesmos números para os três grupos, extraindo­se 10 trabalhos de cada grupo, para formação
dos 30 artigos da amostra. Os artigos identificados foram ordenados pelo nome do primeiro
autor (Apêndice B), gerando­se uma lista que foi exportada para o Excel. Foram recuperados
apenas os textos constantes da seção artigos científicos e, considerando­se que todos os autores
mais representativos estão vinculados a instituições de ensino superior e, em expressiva maioria,
ao sistema de Pós­Graduação, pode­se definir que a amostra é pertinente para a análise.

Para facilitar o processo de análise, os artigos foram então organizados tematicamente e por
título (Apêndice  C), para que se pudesse perceber a dinâmica da investigação, conforme o
modelo de pesquisa adotado por Bruyne, Herman e Schoutheete (1977). A análise dos artigos
deu ênfase aos aspectos considerados mais pertinentes à configuração científica, conforme
descrições constantes na introdução, no referencial teórico ou nas definições metodológicas,
quando da proposta de cada artigo. Ao proceder à análise do primeiro polo, verificou­se que os
artigos empreendem uma contextualização profícua à construção do objeto científico, com
predomínio de argumentos teóricos relacionados à organização e tratamento da informação e do
conhecimento (Almeida;Crippa, 2009), de trabalhos relacionados ao uso e usuários da
informação em contextos de bibliotecas (Bastos;Almeida;Romão, 2011) e de estudos sobre as
desigualdades e relações desiguais de poder (Aquino, 2010) e de gênero (Crippa, 2011).
 
Distinguem­se, no entanto, em relação às correntes epistemológicas que os orientam. Ao
considerar­se como o objeto de pesquisa foi concebido, percebeu­se uma predominância do
enfoque positivista­behaviorista, nos trabalhos voltados aos estudos de usuários (Costa;
Ramalho, 2010) e de comportamento da informação ou da produção científica
(Serzedello;Tomaél, 2011), pois esses estudos pressupõem uma unidade de relações entre a
forma do comportamento e o seu significado, de modo que o pesquisador acaba reconhecendo
ou tem a firme intenção de reconhecer o significado de um comportamento sempre que este se
produz ou reproduz. O enfoque interpretativo foi representado por artigos relacionados à ação e
aos valores concebidos em relação aos aspectos teóricos, éticos (Freire, 2010), ou pragmáticos,
abrangendo também questões empíricas sobre práticas relacionadas ao processo ensino­
aprendizagem (Bufrem; Breda, 2011), à inclusão digital (Vechiato; Vidotti, 2010), ao
conhecimento sobre a dimensão pedagógica da biblioteca (Campello, 2011) e ainda os
significados que lhes são atribuídos pelos sujeitos e profissionais que nelas atuam (Garcia,
2008). Reflexões sobre experiências práticas de pesquisa aplicam conceitos relacionados ao
campo da Ciência da Informação, de modo especial em estudos de usos (Pereira; Barbosa, 2008)
e usuários da informação (Araújo, 2010) e em avaliações de sistemas ou bibliotecas (Gil Leiva;
Rubi; Fujita, 2008).

Quanto às posições filosófico­ontológicas, embora haja trabalhos de pesquisa referenciados
pelos pressupostos dialético críticos, revela­se a predominância de autores fundamentados em
posições fenomenológicas ou pautadas nas concepções pós­modernas (Ferrarezi; Romão, 2010;
Santos, Araujo, 2011). Considera­se aqui a concepção de Terry Eagleton (1998, p. 7) ao
contextualizar a pós­modernidade como uma linha de pensamento que questiona as noções
clássicas de verdade, razão, identidade e objetividade, a ideia de progresso ou emancipação
universal, os sistemas únicos, as grandes narrativas ou os fundamentos definitivos de explicação.
Contrariando estas normas do iluminismo, vê o mundo como contingente, gratuito, diverso,
instável, imprevisível, um conjunto de culturas ou interpretações desunificadas gerando certo
grau de ceticismo em relação à objetividade da verdade, da história e das normas, em relação às
idiossincrasias e a coerência de identidades. 

Percebem­se, nesse contexto, trabalhos cuja problemática parte dos significados que se poderão
criar em conjunto para originar novos produtos ou processos. Voltam­se, assim, sobre o modo
como se desenvolvem e mantêm sistemas de significados e a considerações sobre a organização
do conhecimento (Café; Bräscher, 2008) e a inovação na criação, proteção e uso legal de
informação (Araya; Vidotti, 2011), assim como a avaliação ou crítica a sistemas ou
metodologias (Caregnato, 2011), construção de parâmetros (Silveira; Moura, 2010) e
fundamentos para elaboração de modelos ou políticas (Delaia; Freire, 2010, Lopes; Freire,
2012).

Em relação polo teórico, ou dimensão pela qual são definidos os conceitos e sua fundamentação,
os referenciais foram predominantemente inspirados em autores nacionais, priorizando aqueles
reconhecidos na área de Ciência da Informação, considerados clássicos, e distinguidos como
pesquisadores do CNPq, em sua maioria representantes da área de organização da informação e
do conhecimento e dos estudos sobre usos e usuários da informação, além de estudos sobre
produção científica e revistas, situados na literatura recente, mais especificamente nos dez
últimos anos (Moura; Caregnato, 2011).

Quanto ao polo morfológico, em consequência de elementos condicionantes, como os focos
direcionados aos objetos de pesquisa, houve marcante presença dos dados quantitativos como
base empírica para reforçar argumentações, revelando, entretanto, uma tendência à análise e
interpretação de caráter qualitativo, especialmente justificada pela complexidade de fatores
intervenientes nas atividades de produção e divulgação científica (Arboit; Bufrem, 2011,
Peucchi, 2011), ou ainda em análises de discurso (Romão, 2009). A objetivação dos resultados
da investigação verificou­se prioritariamente a modo de observação e descrição do real, assim
como foram encontrados modos de simulação do real, com recorrência a modelos ou analogias
(Dias, 2011), como também à construção de protótipos (Farias; Freire, 2010). Os propósitos e
estilos, portanto, distinguiram­se em razão da diversidade representada pelos trinta artigos da
amostra, predominando o tom argumentativo nos trabalhos propositivos, o simbólico, nas
análises de modelos (Narukawa; Gil Leiva; Fujita, 2008) ou paradigmas e aqueles em que o
caráter formal caracterizou­se pela abstração e rigor dedutivo.

O quarto polo absorveu a dinâmica expressa na relação entre a construção do objeto científico e
o mundo real. Nessa dimensão foram opções mais frequentes os questionários, as entrevistas e
as observações sistemáticas ou não, na recolha das informações sobre a realidade, como
contribuições perceptíveis e adequadas à problemática das investigações (Barros; Saorim;
Ramalho, 2008). Desse modo, configuraram­se as pesquisas, de acordo com o modelo
quadripolar analisado e aplicado nesta investigação. A proposta de assim analisar um corpus
significativo para a pesquisa brasileira em Ciência da Informação foi profícua, não tanto pelos
resultados que obteve, mas principalmente pelos desafios que propôs para que se
complementasse o modelo com as dimensões sugeridas no sentido de enriquecê­lo. Isso porque,
uma análise a posteriori e mais profunda do conteúdo dos artigos revelou possibilidades de
superação do modelo quadripolar proposto por Bruyne, Herman e Schoutheete (1977). Foi
possível reconhecer dimensões presentes em todos os artigos, referentes aos posicionamentos
ético e político assumidos ou defendidos pelos pesquisadores nos seus trabalhos. Além dos
quatro polos, assim chamados pelos autores (Bruyne, Herman e Schoutheete , 1977), encontram­
se as dimensões de natureza política e ética, como procuramos denominar esses aspectos
encontrados, representados no Quadro 1.

Quadro 1, Dimensões da Pesquisa
 

 Fonte: Autora, a partir do modelo de Bruyne, Herman e Schoutheete (1977)

A dimensão política concede ao pesquisador, em sua atividade intencional de busca, uma
autonomia no estabelecimento de prioridades ou atribuição de valor a determinados pressupostos
e ao discurso crítico sobre as condições de verdade e objetividade e sobre suas prioridades diante
das contradições sociais. Essa autonomia e o compromisso social dela gerado têm a ver também
com a explicitação e clareza de posições políticas. Nesse caso, análise teórica e investigação
conjugam­se com o referencial empírico, na articulação dos conhecimentos sobre as relações de
poder estabelecidas no contexto do estudo.

Quanto à dimensão ética, salienta­se que ela tem a ver não somente com a postura em relação
aos direitos autorais e anonimato dos sujeitos observados ou entrevistados, como especialmente
à própria seleção e aplicação de práticas convenientes aos sujeitos e objetos do estudo, à
descrição desses procedimentos, à fidedignidade e visibilidade em relação à exposição dos
resultados e comprovações ou não de hipóteses e à permanente vigilância em relação à postura
investigativa. Concorda­se que a vigilância em relação a um tipo de displicência em relação à
subjetividade é sempre uma postura desejável para que sejam evitadas atitudes tendenciosas,
tanto em relação aos sujeitos, quanto aos objetos. Entretanto, isso não significa negar a
subjetividade do pesquisador, embora imponha um exercício constante de controle sobre todo o
processo da pesquisa científica. Assim como na dimensão política, também na dimensão ética
ocorre a permanente autocrítica ou uma atitude de autoconhecimento e autonomia, que nos
remete à exigência do estado de vigilância epistemológica, tensão entre o saber e o não saber,
uma atitude de constante repensar.

Esses aspectos compõem um conjunto de dimensões que se constituem em categorias profícuas
para análise e crítica de pesquisas científicas, intermediadas pela percepção de mundo de cada
um dos autores, criando espaços de compreensão intervenientes nos fundamentos teóricos sobre
as dimensões do conhecimento produzido na área. Aplica­se nesse caso o conceito de prática
científica como a diversidade de aproximações a ser percorrida pelo pesquisador. Nessa direção,
foram encontrados fundamentos, caminhos e práticas, materializados em instrumentos
resultantes da valorização da natureza científica, tanto do ponto de vista cognitivo, quanto
epistemológico, prático, ético e político, presentes no contexto de uma determinada sociedade ou
comunidade.  Pode­se propor, portanto, uma forma de visualizar a totalidade da prática da
pesquisa atribuindo­lhe seis dimensões de análise e avaliação. Esse modelo parte de uma
dinâmica própria, sugerindo que a produção e a comunicação científica também constroem
sentidos e fazem parte de um mundo que sofre os efeitos das transformações sociais, políticas,
econômicas e culturais, no processo histórico dessa construção.

Considerações Finais
Considerando­se o trabalho de pesquisa a partir de sua materialidade e as possibilidades
mencionadas com a utilização de um modelo ampliado de análise, admitem­se os pesquisadores
como sujeitos concretos, voltados aos processos discursivos, linguagens ou modos de
comunicação específicos, como práticas de pesquisa que acabam por ser interiorizadas e
institucionalizadas. Podem­se destacar as dimensões mencionadas para refletir sobre a prática de
pesquisa, a partir de suas relações, mesmo que se deseje eleger isoladamente uma delas para o
estudo. Essas dimensões confrontadas entre si compatibilizam­se com a ideia de pesquisa como
parte de um mundo social de perfil peculiar, com suas práticas consideradas científicas, seus
modos de pensar, sua linguagem e seu grau de institucionalização e controle. Assim, produz­se
nessa cultura o conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos que são selecionados,
organizados e transmitidos e sobre os quais trabalham os pesquisadores. Nessa cultura, presentes
as dimensões epistemológica, teórica, prática, morfológica, ética e política, se processa a
dinâmica do que se denomina pesquisa científica.

As dimensões propostas ensejam a compreensão da atividade de pesquisa em meio à diversidade
da natureza e do significado do tempo e do espaço e a percepção da cultura pela qual se
manifesta como objeto histórico. Importa salientar que as dimensões podem se alternar em
relevância ou precedência, de acordo com a ênfase ou predomínio que uma exerça sobre as
outras em seus movimentos dialógicos. Essa modalidade de alternância, não redutora e não
excludente, permite que se anteveja, concretamente, uma expressiva diversidade em aspectos
relacionados aos modos de se fazer ciência e, de uma forma peculiar a Ciência da Informação.
Reforça­se a tese de que importa resgatar a compreensão dos modos de construir conhecimento
respeitando­se as dimensões analisadas.

Essa compreensão amplia a convicção do imperativo exame do processo, aqui considerado
“crítico”, de análise e entendimento da lógica de investigação e de raciocínio que preside a
prática de pesquisa em Ciência da Informação, não somente como recurso para o aprimoramento
do fazer científico, como também, segundo argumenta Lloyd (1995, p. 25), para compreender a
constituição teórica dos objetos de investigação.Retoma­se, assim, a ideia da histórica formação
de um domínio de pesquisa científica coerente com os objetos de conhecimento construídos
graças às contribuições concretas de pesquisadores no seu processo de inserção científica. Essa
postura presidiu os esforços deste estudo pelo qual se procurou identificar e analisar a produção
científica, respeitando­se as dimensões definidas como categorias para sua interpretação crítica. 

Cabe argumentar que o modelo sugerido é capaz de sustentar a análise crítica da prática de
pesquisa e da política que a rege, enquanto se volta à produção do conhecimento na área de
Ciência da Informação. O modelo, entretanto, não traduz um posicionamento político
predominante, mas sugere uma forma de analisar posicionamentos como um modo de defesa da
vigilância epistemológica .

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Sobre o autor / About the Author:

  Leilah Santiago Bufrem
 
santiagobufrem@gmail.com

Doutora em Ciência da Comunicação pela Universidade de São Paulo (Usp). Professora Visitante
Sênior no Programa de Pós­Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).

 Apêndice A

        Apêndice B

Quadro do corpus de pesquisa (BRAPCI em 22/01/2013)­Referências dos 30 artigos recuperados, participantes
da amostra aleatória.
1. ALMEIDA, Marco Antônio de; CRIPPA, Giulia. De Bacon à internet: considerações sobre a organização do
conhecimento e a constituição da ciência da informação. Ponto de Acesso, v. 3, n. 2, ago./set. 2009, p. 109­131.
2. AQUINO, Mirian de Albuquerque. Políticas de informação para inclusão de negros afrodescendentes a partir
de uma nova compreensão da diversidade cultural. Inclusão Social, v. 3, n. 2, 2010, p. 25­35.
3. ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Estudos de usuários conforme o paradigma social da ciência da informação:
desafios teóricos e práticos de pesquisa. Informação & Informação, v. 15, n. 2, 2010, p. 23­39.
4. ARAYA, Elizabeth Roxana Mass; VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregório. Web colaborativa: inovação
na criação, proteção e uso legal de informação. DataGramaZero, v. 12, n. 4, ago./2011.
5. ARBOIT, Aline Elis; BUFREM, Leilah Santiago. Produção de trabalhos científicos em eventos nacionais da
área de ciência da informação. Transinformação, v. 23, n. 3, 2011, p. 207­217.
6. BARROS, Dirlene Santos; SAORIM, Roberto Natal Silva; RAMALHO, Francisca Arruda. Necessidades
informacionais e comportamento de busca da informação dos vereadores da câmara municipal de João Pessoa ­
Paraíba. Informação & Sociedade: Estudos, v. 18, n. 3, set./dez. 2008, p. 171­184.
7. BASTOS, Gustavo Grandini; ALMEIDA, Marco Antônio de; ROMÃO, Lucília Maria Sousa. Bibliotecas
comunitárias: mapeando conceitos e analisando discursos. Informação & Sociedade: Estudos, v. 21, n. 1, 2011.
8. BUFREM, Leilah Santiago; BREDA, Sônia Maria. Condensação da informação: uma reflexão sobre práticas de
ensino. ETD ­ Educação Temática Digital, v. 13, n. 1, 2011, p. 01­16.
9. CAFÉ, Lígia; BRÄSCHER, Marisa. Organização da informação e bibliometria. Encontros Bibli: Revista
Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 13, n. esp., 1º sem. 2008, p. 54­75.
10. CAMPELLO, Bernadete Santos et. al. Parâmetros para Bibliotecas Escolares Brasileiras: Fundamentos de sua
Elaboração. Informação & Sociedade: Estudos, v. 21, n. 2, 2011, p. 105­120.
11. CAREGNATO, Sônia Elisa. GOOGLE ACADÊMICO COMO FERRAMENTA PARA OS ESTUDOS DE
CITAÇÕES: Avaliação da Precisão das Buscas por Autor. Ponto de Acesso, v. 5, n. 3, jul./dez. 2011, p. 72­86.
12. COSTA, Luciana Ferreira da; RAMALHO, Francisca Arruda. Religare: comportamento informacional à luz
do modelo de Ellis. Transinformação, v. 22, n. 2, maio/ago. 2010, p. 169­186.
13. CRIPPA, Giulia. O pensamento da diferença e a mediação da informação institucional em bibliotecas públicas:
considerações teóricas sobre mediação de gênero. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, v.
4, n. 1, 2011.
14. DELAIA, Claudia Regina; FREIRE, Isa Maria. Subsídios para uma política de gestão da informação da
Embrapa Solos ­ à luz do regime de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 15, n. 3, set./dez.
2010, p. 107­130.
15. DIAS, Guilherme Ataíde; SILVA, Patrícia Maria; DELFINO JR., João Bosco; ALMEIDA, Josemir Ramos
de. Technology Acceptance Model (TAM): avaliando a aceitação tecnológica do Open Journal Systems (OJS).
Informação & Sociedade: Estudos, v. 21, n. 2, 2011, p. 133­149.
16. FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FREIRE, Isa Maria. A inclusão da Comunidade Santa Clara na sociedade
da informação: proposta de trabalho. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação, v. 8, n. 1,
jul./dez. 2010, p. 87­102.
17. FERRAREZI, Ludmila; ROMÃO, Lucília Maria Sousa. Nos labirintos da rede eletrônica: o silêncio na
biblioteca escolar. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, v. 15, n. 2, jul./dez. 2010, p. 176­193.
18. FREIRE, Isa Maria. REFLEXÕES SOBRE UMA ÉTICA DA INFORMAÇÃO NA SOCIEDADE EM
REDE. Ponto de Acesso, v. 4, n. 3, jul./dez. 2010, p. 113­133.
19. GARCIA, Joana Coeli Ribeiro. Gestão e tecnologia da informação: desafios do profissional da informação.
DataGramaZero, v. 9, n. 5, out. 2008, p. 00.
20. GIL LEIVA, Isidoro; RUBI, Milena Polsinelli; FUJITA, Mariângela Spotti Lopes. Consistência na indexação
em bibliotecas universitárias brasileiras. Transinformação, v. 20, n. 3, set./dez. 2008, p. 233­253.
21. LOPES, Alex de Araujo; FREIRE, Isa Maria. Orçamento participativo: uma abordagem na perspectiva da
Ciência da Informação. Transinformação, v. 24, n. 1, jan./abr. 2012, p. 19­25.
22. MOURA, Ana Maria Mielniczuk de; CAREGNATO, Sônia Elisa. Co­autoria em artigos e patentes: um
estudo da interação entre a produção científica e tecnológica. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 16, n. 2,
2011, p. 153­167.
23. NARUKAWA, Cristina Miyuki; GIL LEIVA, Isidoro; FUJITA, Mariângela Spotti Lopes. Indexação
automatizada de artigos de periódicos científicos: análise da aplicação do software SISA com uso da terminologia
DeCS na área de Odontologia. Informação & Sociedade: Estudos, v. 19, n. 2, maio/ago. 2008, p. 99­118.
24. PEREIRA, Frederico Cesar Mafra, BARBOSA, Ricardo Rodrigues. Uso de fontes de informação por
consultores empresariais: um estudo junto ao mercado de consultoria de Belo Horizonte. Perspectivas em Ciência
da Informação, v. 13, n. 1, jan./abr. 2008, p. 95­111.
25. PERUCCHI, Valmira; GARCIA, Joana Coeli Ribeiro. Autoria da produção científica e tecnológica dos grupos
de pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. Ciência da Informação, v. 40, n. 2,
maio/ago. 2011.
26. ROMÃO, Lucília Maria Sousa. Sentidos de Clarice na exposição do Museu da Língua Portuguesa.
DataGramaZero, v. 10, n. 1, fev. 2009.
27. SANTOS, Liara Gomes dos; ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Adoção e incorporação de teorias das Ciências
Sociais pela Ciência da Informação na perspectiva dos conceitos trabalhados por Gernot Wersig. Informação &
Sociedade: Estudos, v. 21, n. 2, 2011, p. 35­47.
28. SERZEDELLO, Natan Tiago Batista; TOMAÉL, Maria Inês. Produção tecnológica da Universidade Estadual
de Londrina (UEL): mapeamento da área de Ciências Agrárias pela Plataforma Lattes. AtoZ: Novas Práticas em
Informação e Conhecimento, v. 1, n. 1, 2011, p. 23­37.
29. SILVEIRA, Sandra Maria; MOURA, Maria Aparecida. Script for Call Center Attendance: a view on
electronic documents. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 15, n.
29, 2010.
30. VECHIATO, Fernando Luiz; VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregório. Contribuições de elementos do
construtivismo e da mediação da informação para a inclusão digital de idosos. Informação & Informação, v. 15, n.
2, 2010, p. 40­59.
 

        Apêndice C, Quadro temático do corpus de pesquisa com respectivos títulos, (BRAPCI em 22/01/2013)
 

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