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Universidade Federal de Uberlândia

Curso de Graduação em Psicologia

O Processo de Manutenção de Relacionamentos Abusivos Segundo a Perspectiva de


Vítimas que Registraram Boletim de Ocorrência

Projeto de Pesquisa apresentado como


requisitado parcial para aprovação na
disciplina de Fundamentos de
Investigação Qualitativa em Psicologia
sob responsabilidade da Prof. Dra. Renata
Pegoraro.

Ana Júlia Dias Alves (12121PSI012)

Camila Barra Silva (12121PSI020)

Jordana da Silva Vida (12121PSI013)

Júlia Dupas Nogueira (12121PSI039)

Maria Laura Rastelli Rangel (12121PSI028)

Uberlândia, 2023
1. Introdução fundamentação teórica referenciada e objetivos.

O presente projeto de pesquisa, realizado através da disciplina Fundamentos de


Investigação Qualitativa em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de
Uberlândia, possui o intuito de investigar o processo de manutenção de relacionamentos
abusivos segundo a perspectiva de vítimas que registraram o boletim de ocorrência.
Fontoura et al. (2018) define violência como “qualquer comportamento que
causa intencionalmente dano ou intimidação moral. Esse comportamento pode invadir desde
a autonomia, integridade física, psicológica e até mesmo a vida do outro” (p. 2). Entretanto, é
importante ressaltar que a definição de violência pode variar conforme os contextos sociais,
resultando em diferentes interpretações do que constitui violência. Nesse sentido, a natureza
da violência é influenciada pela sociedade e pela época de um determinado local, contudo,
apesar dessas variações culturais, a história humana confirma que a violência está
profundamente enraizada na trajetória da espécie. Dessa forma, a violência vem sendo uma
presença constante tanto em esferas públicas quanto no ambiente doméstico, ambiente
esse que deveria ser um lugar seguro contra qualquer forma de agressão. Sendo assim,
existem múltiplas formas de violência que possuem suas origens na discriminação, e, de
modo geral, as mulheres são o grupo social que mais sofre com essa realidade (Fontoura et
al., 2018).
Em relacionamentos abusivos, com frequência, ocorrem diversos tipos de violências,
veladas ou não. Uma dessas violências é a física, na qual o agressor utiliza a sua força ou
alguma arma para causar danos à saúde corporal da vítima. Outra violência comumente
vivenciada por mulheres em relacionamentos abusivos é a sexual, que se caracteriza pela
obrigação do contato sexual por meio da força física, manipulação, intimidação, entre
outros. Há também a violência patrimonial, definida como a retirada ou a destruição dos bens
do parceiro. Além dessas, a violência psicológica pode e geralmente está presente nas demais
violências citadas anteriormente, ou seja, ela é bastante frequente e se apresenta
juntamente às outras. Tal violência é de difícil identificação e se caracteriza por causar dano à
autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento do indivíduo, além de exercer controle sobre
seus comportamentos e crenças (Gonçalves, 2020).
É imprescindível que haja uma identificação e uma análise dos fatores que permeiam os
relacionamentos abusivos. Logo, um relacionamento abusivo é caracterizado pela repetida
prática de violência em suas diversas manifestações de forma frequente e, muitas
vezes, normalizada. Tal violência é percebida de maneira subjetiva, visto que a
perspectiva individual sobre o que constitui violência é variável. Segundo Souza e Costa
(2019), os relacionamentos abusivos, em geral, apresentam diversos excessos, como:
o ciúme, controle sobre o outro, o monitoramento das ações diárias dos parceiros,
tais como: as amizades, o que pode ou não falar, controle das vestimentas, mensagens
recebidas no celular, rede sociais e outras atitudes que induzem a um relacionamento
toxico, ou seja, a vítima se vê a todo o momento sobre controle, o que acarreta a vítima
o adoecimento físico e emocional (p. 2).
Em um relacionamento abusivo, o agressor, na maior parte dos casos, se move no
sentido de dominação, controle, opressão e subjugação do parceiro. De acordo com Pereira et
al. (2018), “o propósito de todo abuso, diferentemente do sadismo, não é o prazer de infligir
dor, mas a necessidade de controlar: o controle é o fim em si mesmo” (p. 12). Contudo, essas
atitudes não são sempre conscientes, ou seja, a percepção sobre o comportamento abusivo
varia a depender do ambiente social em que o abusador está inserido. Esses que empregam o
abuso como uma forma para resolver conflitos e eliminar frustrações sabem exatamente o que
estão fazendo e o fazem sem remorso, não reconhecendo seu comportamento como
abusivo. Nesse sentido, para eles, tais ações se tornam interações normalizadas entre
companheiros e, então, não geram nenhum sentimento de culpa (Pereira et al., 2018).
Sob esse contexto delicado, a experiência de um relacionamento abusivo gera danosas
consequências para a vítima, alterando completamente a sua dinâmica e qualidade de vida.
De acordo com Paiva e Figueiredo (2003) a exposição a qualquer tipo de abuso (físico,
psicológico ou sexual) torna-se um facilitador para o desenvolvimento de inúmeros
problemas de saúde, tais como sintomas de estresse e depressão, ideação e/ou tentativas de
suicídio, estresse pós-traumático, baixa autoestima, abuso de álcool e de outras drogas. Além
disso, a curto prazo, a mulher ainda precisa lidar com a possível ascensão de sentimentos
angustiantes que geram um intenso mal-estar psicológico. Assim, além de correrem, nos
casos mais graves, risco de vida, a imersão em relações abusivas provoca traumas psíquicos
profundos que, se não tratados cuidadosamente, alterarão de forma negativa a vida dessas
mulheres por muito tempo.
Dito isso, fica claro o quanto esse tipo de relacionamento reforça os ciclos de violência
e submete a mulher a uma perigosa relação, a qual ameaça sua integridade em múltiplos
sentidos. Entretanto, a decisão de romper com esse tipo de vínculo e dar fim ao ciclo não é
tão óbvia e simples, visto que existem diversos fatores mantenedores envolvidos. Segundo
Gomes et. al (2022) alguns dos colaboradores para a continuidade dessas violências são o não
reconhecimento da relação como abusiva, a crença de que podem controlar os episódios de
agressão, o comprometimento psicoemocional e a expectativa de mudança do parceiro.
Afinal, como elaborado por Barreto (2018), existe uma naturalização desses comportamentos
violentos, inclusive das agressões físicas que são comumente justificadas por bordões como
“apenas um tapinha não dói” ou “tapa de amor não faz mal”, frutos da cultura de violência
contra a mulher que sustenta a sociedade patriarcal e machista dominante.
Nesse sentido, fica perceptível a complexidade de encerrar uma relação abusiva, porém,
as mulheres que conseguem se libertar dessa situação e optam por utilizar meios legais para
tal, precisam enfrentar outros desafios. Dessa maneira, a partir das conclusões de Galeli e de
Antoni (2018), a decisão de realizar um boletim de ocorrência, na maior parte dos casos, só
se dá depois de episódios mais sérios que envolvem agressões físicas, depois que muitas
violências já foram invisibilizadas e negligenciadas. Entretanto, no processo de prestar
queixa, essa mulher, assustada e violentada, precisa enfrentar mais dificuldades, visto que
nem todos os profissionais atuantes em órgãos de assistência e defesa às mulheres estão
preparados para tal, há uma escassez em termos de recursos financeiros e humanos, as redes
são desarticuladas e nem sempre é garantida a segurança efetiva das mulheres em casos de
denúncias (Barreto, 2018). Em inúmeras situações, ocorre uma revitimização, em que as
vítimas precisam relatar a violência múltiplas vezes, se submetem a longos e demorados
questionários, precisam realizar exames invasivos, para terem apenas a possibilidade de
conseguirem medidas protetivas e seu caso levado a julgamento.
Outro aspecto importante, explorado por Ludemir e Souza (2022) é sobre a falta de
redes de apoio e políticas públicas que protejam essas mulheres depois que elas pedem ajuda
e tentam se afastar dos agressores. Isso porque um dos aspectos que mais prendem as vítimas
ao vínculo abusivo é a dependência financeira, elas não têm mesmo para onde ir depois da
separação. Paralelamente a isso, existe uma ausência de apoio legal e governamental, visto
que a mulher é novamente violentada, em forma de violência patrimonial, pois
as interseções entre violência doméstica, moradia e patrimônio, assim como as
lacunas das leis e políticas públicas vigentes, expõem mulheres a dilemas
aparentemente simples, mas com efeitos devastadores: sair de casa para sobreviver ou
tolerar a violência em troca de um lugar para morar ou para não perder patrimônio.
(Ludemir & Souza, 2022
Logo, entende-se que a depender de aspectos sociais, financeiros, étnicos e
contextuais, os fatores que mantém as mulheres em relacionamentos abusivos são diferentes,
porém, eles sempre existem e promovem a continuidade dos ciclos de violência. Ademais, há
falhas e negligências realizadas pelo próprio Estado, que não promove políticas de suporte
efetivas e respeitosas a essas vítimas, as quais, muitas das vezes, encontram-se perdidas e
desinformadas sobre seus próprios direitos. Portanto a pergunta que norteia a realização da
pesquisa é: ''Como se dá a manutenção de relacionamentos abusivos a partir da perspectiva
das vítimas que realizaram boletim de ocorrência?''. A partir disso, o objetivo principal é
compreender os motivos que contribuíram para que essas mulheres se mantenham em
relacionamentos abusivos e violentos, e ainda, como objetivos secundários, entender o que
levou a decisão de realizar boletim de ocorrência e como se deu essa experiência no sistema
judiciário.

2. Justificativa

Segundo o 13° Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023) no ano de 2022, em


comparação com 2021, houve um aumento do número de agressões contra a mulher: as
agressões em contexto de violência doméstica tiveram aumento de 2,9%, totalizando 245.713
casos; as ameaças cresceram 7,2%, resultando em 613.529 casos; e os acionamentos ao 190,
número de emergência da Polícia Militar, chegaram a 899.485 ligações, o que significa uma
média de 102 acionamentos por hora. Visto o preocupante crescimento das estatísticas de
agressões contra as mulheres, compreender as motivações e os fatores que contribuem para a
manutenção dos relacionamentos abusivos – que englobam diversas formas de agressão –
demonstra-se relevante.

Consequentemente, entender os fatores culturais e sociais que promovem a


manutenção de relacionamentos abusivos são importantes para a compreensão dos prejuízos
biopsicossociais que afetam as mulheres e que podem causar prejuízos psicológicos ou
somáticos (Muniz, 2021). Segundo Souza et. al (2021), “a violência contra mulher é
postulada internacionalmente como problemática de Saúde Pública”, assim a esta pesquisa
poderá contribuir para futuras estratégias de promoção de saúde pública, de assistência social,
na prevenção de doenças físicas e psicológicas e seus possíveis agravos causados pelas
agressões.
Dessa maneira, a pesquisa contribuirá para o saber científico psicológico uma vez que
investigará acerca de atores socioculturais que implicam na agressão feminina e
consequentemente, poderá construir uma melhor orientação aos psicólogos, fornecendo
subsídios a estes profissionais, auxiliando no atendimento e manejo clínico (Fontoura et. al
2018).

3. Metodologia

A presente pesquisa carrega caráter qualitativo. A opção pela realização do estudo por
meio da abordagem qualitativa se justifica pelo intuito de obter maior profundidade de
significados do fenômeno dos relacionamentos abusivos, contextualizando-o e interpretando-
o amplamente. Para a decisão da abordagem, tendo em vista a intencionalidade de
compreender a experiência de mulheres vítimas da dada situação, foi escolhido o método de
pesquisa narrativa, a qual se estende como “uma metodologia que consiste na coleta de
histórias sobre determinado tema onde o investigador encontrará informações para entender
determinado fenômeno” (Paiva, 2008, p. 3).

Participarão da pesquisa mulheres residentes da cidade de Uberlândia, Minas Gerais,


acima de 18 anos, vítimas que vivenciaram relacionamentos abusivos, ou seja, que
experenciaram violências cujo agressor fora o homem com quem tiveram uma relação
conjugal, tendo elas registrado boletins de ocorrência a respeito das violências sofridas. As
entrevistas serão feitas individualmente e localizadas na residência de cada participante,
sendo as entrevistadas convidadas através de contato direto realizado na Delegacia
Especializada de Atendimento à Mulher de Uberlândia.

Os instrumentos utilizados serão um questionário sociodemográfico e um roteiro


prévio semiestruturado para a entrevista. O questionário sociodemográfico visará traçar dados
tais como sexo, idade, grau de instrução, enquanto o roteiro semiestruturado consistirá em
questões sobre a experiência das entrevistadas acerca do relacionamento abusivo e da
vivência no sistema judiciário. Como materiais serão utilizados uma prancheta e folhas A4
para observações, canetas esferográficas pretas, um notebook e um gravador de voz digital.

Informadas a respeito do aspecto sigiloso da pesquisa, dos objetivos da mesma e de


seu método, as entrevistadas e suas respectivas identidades serão completamente preservadas,
assim como as demais identidades citadas em meio às narrativas. Tendo isso em vista, o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após explicado verbalmente, será assinado
pelas participantes, ao passo que nomes fictícios serão utilizados pelas pesquisadoras. As
entrevistas, gravadas através do gravador de voz digital, serão transcritas. Posteriormente, o
material com conteúdo audível será mantido em sigilo, uma vez citada no capítulo IV do
artigo 18 da Resolução nº 510, de sete de abril de 2016, a previsão dos riscos e sua gradação,
sendo de responsabilidade dos pesquisadores a atenção aos riscos e suas atenuações
(Conselho Nacional de Saúde [CNS], 2016).

4. Cronograma:
09/02/2024 a 10/05/2024 Envio do projeto para análise do CEP
10/06/2024 a 02/11/2024 Convite e Agendamento das entrevistas, realização das
entrevistas individuais com as participantes e transcrição das
entrevistas.

05/12/2024 a 10/01/2024 Análise preliminar das transcrições das entrevistas e


identificação de temas e categorias.
10/12/2024 a 15/01/2024 Análise de dados e discussão
elaboração de relatórios parciais.
15/01/2024 a 25/01/2024 Escrita do relatório final da pesquisa.
25/01/2024 a 30/01/2024 Revisão, formatação e finalização do relatório.

02/02/2025 a 08/02/2025 Preparação de apresentações e divulgação dos resultados

5. Orçamento:
Elementos de despesa Quantidade Valor específico
Pacote de folhas a4 1 R$15,00
Prancheta 1 R$20,00
R$380,00
Gravador e Reprodutor de 1
Voz - Sony Digital Voice
Recorder 4GB - ICD-PX240

R$2700,00
Samsung Book Intel® 1
Core™ i5-1135G7,
Windows 11 Home, 8GB,
256GB SSD, Intel Iris Xe,
15.6'' Full HD LED,
NP550XDA-KH2BR
Canetas esferográficas 5 R$20,00
pretas
Transporte - R$200,00
Total R$3335,00
6. Referências:
Barretto, R. S. (2018). Relacionamentos Abusivos: Uma Discussão dos Entraves ao Ponto
Final. Revista Gênero, 18, 142-154. https://www.google.com/url?
sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://periodicos.uff.br/revistagenero/
article/download/
31312/18401/106587&ved=2ahUKEwiLq6jPqoKBAxVPJbkGHaGuDKMQFnoECBkQAQ
&usg=AOvVaw2qhl9ZOq1YPkKdZX_-bT2J

Cardoso, M. R. G., de Oliveira, G. S., & Ghelli, K. G. M. (2021). Análise de conteúdo: uma
metodologia de pesquisa qualitativa. Cadernos da FUCAMP, 20(43).
file:///C:/Users/55169/Downloads/2347-Texto%20do%20Artigo-8462-1-10-20210325.pdf

Fórum Brasileiro de Segurança Pública. (2023). 17º Anuário Brasileiro de Segurança


Pública. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2023/07/anuario-2023.pdf

Fontoura, A. C. F., Carvalho, T. L., & Kobayashi, T. C. M. (2018). Violência conjugal:


continuar porquê?. Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde,
8(1). http://periodicos.unincor.br/index.php/iniciacaocientifica/article/view/2933

Galeli, P. R., & de Antoni, C. (2018). Mulheres que vivenciaram violência conjugal:
concepções sobre suas ações, o homem autor e a experiência. Nova Perspectiva Sistêmica,
8(1), 64-71 339-libre.pdf (d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net)
Gomes, N. P., Carneiro, J. B., Almeida, L. C. G. D., Costa, D. S. G. D., Campos, L. M.,
Virgens, I. D. R., & Webler, N. (2022). Permanência de mulheres em relacionamentos
violentos: desvelando o cotidiano conjugal. CogitareEnfermagem, 27,
e78904. https://www.scielo.br/j/cenf/a/T7QLLxBtg7n4Lc6SnJYhsTP/?format=pdf&lang=pt

Gonçalves, C. (2020). A Permanência de mulheres vítimas de violências conjugais nas


relações abusivas: Representação social de Policiais Militares. Psicologia-Tubarão,
22,e24. https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/10466/1/
Artigo_cientifico_Claudia_Goncalves.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019). Pesquisa Nacional de Saúde:


Questionário Individual, Características Socio-Demográficas e Apoio Social.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5755207/mod_resource/content/1/
A_quest_ind_Caracteristicas%20Socio-demograficas_PNS.pdf

Ludermir, R., & Souza, F. D. (2022). Moradia, patrimônio e sobrevivência: dilemas


explícitos e silenciados em contextos de violência doméstica contra a mulher. Revista
brasileira de estudos urbanos e regionais, 23,
e202126. https://www.scielo.br/j/rbeur/a/6qctjHCTyCjHVrQSxPy6gZp/?
format=pdf&lang=pt

Muniz, S. P. M. (2021). Relacionamento amoroso abusivo: no contexto e na ótica da mulher


enquanto vítima. Unileão Centro Universitário Doutor Leão Sampaio Curso de Graduação em
Psicologia, Juazeiro do Norte, Ceará.
https://sis.unileao.edu.br/uploads/3/PSICOLOGIA/P1511.pdf

Paiva, C., & Figueiredo, B. (2003). Abuso no contexto de relacionamento íntimo com o
companheiro: definição, prevalência, causas e efeitos. Psicologia, Saúde e Doenças, 4(2),
165-184. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=36240201
Paiva, V. L. M. D. O. (2008). A pesquisa narrativa: uma introdução. Revista brasileira de
linguística aplicada, 8, 261-266.
https://www.scielo.br/j/rbla/a/gPC5BsmLqFS7rdRWmSrDc3q/

Pereira, D. C. de S., Camargo, V. S., & Aoyama, P. C. N. (2018). Análise funcional da


permanência das mulheres nos relacionamentos abusivos: Um estudo prático. Revista
Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 20(2), 10–25.
https://doi.org/10.31505/rbtcc.v20i2.1026

Souza, A. P. & Marin, M. J. S. & Rodrigues S. P. (2021). O Mundo Sombrio das Mulheres
Vítimas de Violência: Uma Análise Qualitativa dos Boletins de Ocorrência. New Trends in
Qualitative Research, 8, 97–105. https://doi.org/10.36367/ntqr.8.2021.97-105

Souza, N., & Costa, K. (2019). Fatores que levam as mulheres a permanecerem em
relacionamentos abusivos: entendendo subjetividades subjugadas. Faculdade Ciências da
Vida.
https://www.faculdadecienciasdavida.com.br/sig/www/openged/ensinoBibliotecaVirtual/
000186_624c60ecc874c_048596_5fecf47632e0c_NIVIA_AUGUSTA_COSTA_SOUZA.pdf

Godoy, A. S. (1995). Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista Adm. Empresas, 5 (3),
20-29. scielo.br/j/rae/a/ZX4cTGrqYfVhr7LvVyDBgdb/?format=pdf&lang=pt

Anexos:

Questionário sociodemográfico (Adaptado de IBGE, 2019):


A. Sexo:
1. Feminino 2. Masculino
B. Qual a sua idade?
_______________anos
C. Qual o seu estado conjugal?
1. Nunca foi casado(a) 2. Casado(a) ou vive com companheiro(a) 3. Separado(a) ou
divorciado(a) 4. Viúvo(a)
D. Qual o seu grau de instrução?
1. Fundamental Incompleto 2. Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 3. Ensino
Médio Completo e Superior Incompleto 4. Superior Completo ou mais
E. Qual é a sua cor (raça)?
1. Branca 2. Preta 3. Amarela 4. Parda 5. Indígena
F. A Sra. trabalha?
1. Trabalha e em atividade atualmente 2. Trabalha, mas não em atividade atualmente 3. Já
trabalhou, mas não trabalha mais 4. Nunca trabalhou
Se sim, qual é a sua situação de trabalho?
1. Servidor público 2. Empregado assalariado com carteira de trabalho assinada 3.
Empregado assalariado sem carteira de trabalho assinada 4. Empregado familiar não
remunerado 5. Conta própria ou autônomo com estabelecimento 6. Conta própria ou
autônomo sem estabelecimento 7. Empregador com até 5 funcionários fixos 8. Empregador
com 5 ou mais funcionários fixos

Roteiro:
1. Como você tomou a decisão de registrar um boletim de ocorrência? Quais foram os
eventos que a levaram a dar esse passo?
2. Pode descrever a experiência de registrar o boletim de ocorrência e como foi o
processo?
3. Depois de registrar o boletim de ocorrência, quais foram os desafios que você
enfrentou no sistema judiciário?
4. Como você descreveria o relacionamento que você teve com o agressor antes das
situações de abuso começarem?
5. Quais foram os primeiros sinais de abuso que você percebeu no relacionamento?
5.1 Pode compartilhar exemplos específicos de situações de abuso que vivenciou?
6. Quais foram os fatores que a mantiveram nesse relacionamento, apesar das situações
de abuso?
7. Quais foram as formas de apoio ou recursos que você procurou ou utilizou para sair
do relacionamento abusivo?
8. O que você acha que o governo pode fazer para ajudar melhor as pessoas que passam
por relacionamentos abusivos?
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidada a participar da pesquisa intitulada “O Processo de


Manutenção de Relacionamento Abusivo Segundo a Perspectiva de Vítimas que Registraram
Boletim de Ocorrência”, sob a responsabilidade das pesquisadoras Ana Júlia Dias Alves,
Camila Barra Silva, Jordana da Silva Vida, Júlia Dupas Nogueira e Maria Laura Rastelli
Rangel. Nesta pesquisa nós estamos buscando compreender os motivos que contribuíram para
que as mulheres se mantivessem em relacionamentos abusivos e violentos, compreendendo
também, o que levou a decisão de realizar o boletim de ocorrência e como se deu essa
experiência no sistema judiciários. O Termo/Registro de Consentimento Livre e Esclarecido
está sendo obtido pelas pesquisadoras Ana Júlia Dias Alves, Camila Barra Silva, Jordana da
Silva Vida, Júlia Dupas Nogueira e Maria Laura Rastelli Rangel, quando ocorrer o contato
direto com as vítimas que estarão na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de
Uberlândia. Você tem o tempo que for necessário para decidir se quer ou não participar da
pesquisa (conforme item IV da Resolução nº 466/2012 ou Capítulo. III da Resolução nº
510/2016) e a coleta de dados ocorrerá do dia 10/06/2024 até o dia 02/11/2024. Na sua
participação, você responderá a um questionário sociodemográfico e às questões que foram
elaboradas previamente pelas pesquisadoras. As respostas serão registradas por meio de um
gravador de voz. Você não terá nenhum gasto nem ganho financeiro por participar na
pesquisa. Nós, pesquisadoras, atenderemos às orientações das Resoluções nº 466/2012,
Capítulo XI, Item Xl.2: f e nº 510/2016, Capítulo VI, Art. 28: IV - manter os dados da
pesquisa em arquivo, físico ou digital, sob nossa guarda e responsabilidade, por um período
mínimo de 5 (cinco) anos após o término da pesquisa. Assim, os conteúdos audíveis serão
mantidos depois de transcritos, sendo tomadas as medidas possíveis e cabíveis para a
manutenção do sigilo por tempo indeterminado. Os resultados da pesquisa serão publicados, e
ainda assim a sua identidade será preservada e apenas nomes fictícios são utilizados na
transcrição da entrevista. Os riscos consistem em ter sua identidade exposta ou se sentir
constrangida. O benefício será a contribuição para o saber científico psicológico,
corroborando com o entendimento dos fatores culturais e sociais que confluem com a
manutenção da problemática pesquisada e favorecendo a formação de futuras estratégias de
promoção de saúde pública, de assistência social, na prevenção de doenças físicas e
psicológicas. Você é livre para deixar de participar da pesquisa a qualquer momento sem
qualquer prejuízo ou coação. Até o momento da divulgação dos resultados, você também é
livre para solicitar a retirada dos seus dados da pesquisa. Uma via original deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido ficará com você, assinada e rubricada pelas
pesquisadoras. Em qualquer momento, caso tenha qualquer dúvida ou reclamação a respeito
da pesquisa, você poderá entrar em contato com Ana Júlia Dias Alves, Camila Barra Silva,
Jordana da Silva Vida, Júlia Dupas Nogueira e Maria Laura Rastelli Rangel, Fone: 34 99918-
6257, Instituto de Psicologia - Universidade Federal de Uberlândia Campus Umuarama -
Bloco UMU2C - Av. Maranhão - Bairro Umuarama – MG. Havendo algum dano decorrente
da pesquisa, você tem direito a solicitar indenização através das vias judiciais (Código Civil,
Lei 10.406/2002, Artigos 927 a 954 e Resolução CNS nº 510 de 2016, Artigo 19). Para obter
orientações quanto aos direitos dos(as) participantes de pesquisa, acesse a cartilha disponível
no link: https://conselho.saude.gov.br/images/comissoes/conep/img/boletins/
Cartilha_Direitos_Participantes_de_Pesquisa_2020.pdf. Você poderá também entrar em
contato com o Comitê de Ética na Pesquisa com Seres Humanos – CEP, da Universidade
Federal de Uberlândia, localizado na Av. João Naves de Ávila, nº 2121, bloco A, sala 224,
campus Santa Mônica – Uberlândia/MG, 38408-100; pelo telefone (34) 3239-4131; ou pelo
e-mail cep@propp.ufu.br. O CEP/UFU é um colegiado independente criado para defender
os interesses dos(as) participantes das pesquisas em sua integridade e dignidade e para
contribuir para o desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos conforme resoluções
do Conselho Nacional de Saúde.

Uberlândia, ....... de ................. de 20.......

_______________________________________________________________
Assinatura do(a) pesquisador(a)

Eu aceito participar do projeto citado acima, voluntariamente, após ter sido devidamente
esclarecido.

_______________________________________________________________
Assinatura do(a) participante de pesquisa

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