Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Alunos:
O acesso, ou a falta dele, aos serviços de saúde e à saúde integral das pessoas trans
está relacionado a fatores que podem ser localizados nas dimensões individual (tomada
como intersubjetiva), social (contexto sociocultural) e programática (AYRES et al.,
2005; 2006; AYRES; PAIVA; FRANÇA JR., 2010), que aumentam ou diminuem a
vulnerabilidade ao adoecimento dessas pessoas.
Portanto, ter profissionais qualificados para atender às demandas das pessoas trans é
de grande importância para o acesso destas à saúde integral. Braveman e Gruskin (2003)
afirmam que o acesso e a qualidade devem ser considerados em conjunto, pois a baixa
qualidade é um problema que gera uma barreira ao uso dos serviços de saúde
disponíveis. Entre os fatores que contribuem para a baixa qualidade no atendimento, as
autoras apontam que, na perspectiva dos direitos humanos e da equidade, deve-se
chamar a atenção para os elementos que, tradicionalmente, estão fora do âmbito do setor
da Saúde e da formação das(os) profissionais – por exemplo, as desigualdades de poder
associadas ao machismo, à heteronormatividade, ao racismo e a outras formas de
discriminação –, bem como para a má qualidade da infraestrutura disponível e para a
falta de profissionais devidamente capacitadas(os).
Como usar os hormônios femininos minimizando efeitos indesejados? O tratamento
hormonal parece ser este veículo que integra e exterioriza as dimensões físicas e moral
no universo das travestis. Prostituição e casa/pensão, o universo do mercado sexual
parece tornar-se o mais acessível, muitas vezes tido como o único, porém não mais o
principal destino para a sociabilidade da experiência da travestilidade (BENEDETTI,
1998).
“O hormônio é como um alimento para o corpo”. É com ele que se adquirem novas
características nas formas do corpo, bem como novas particularidades de uma ordem
moral que dizem respeito ao comportamento feminino na sociedade.
Contudo, estudos referentes às travestis (de masculino para feminino, no caso)
consistem em homens que produzem modificações em seus corpos com o objetivo de
torná-los femininos e de fazê-los parecer com os de mulheres, sem, no entanto, visar à
cirurgia de transgenitalização (BENEDETTI, 2000).
Fabricam formas e contornos femininos com auxílio da tecnologia, da medicina
estética nos seus próprios corpos, criam seu próprio gênero, seus próprios valores
relacionados ao feminino e ao masculino. Isso evidencia uma construção social da
identidade de gênero própria das travestis. Um dos artifícios essenciais na vida de uma
travesti é iniciar o uso de hormônios. Com a hormonioterapia, as mudanças corporais
mostram-se mais visíveis e mais definitivas:
• os seios desenvolvem-se.
• A silhueta arredonda-se.
• A voz afina (segundo algumas travestis).
• os pelos do corpo e da barba diminuem em quantidade e tamanho.
A ingestão de tratamento hormonal parece ser a própria decisão de incorporar e
dar publicidade à identidade travesti. Os hormônios femininos são normalmente o
primeiro (e, para algumas, o único) produto a ser acionado com este objetivo. Essas
substâncias começam a agir sobre o organismo, desenvolvendo os seios, arredondando
os quadris e os membros inferiores e superiores, afinando a cintura (e a voz, segundo
algumas travestis) e diminuindo a produção de pelos, especialmente os da barba, do
peito e das pernas.
Outro aspecto importante é que as travestis percebem o corpo não apenas como
atributo social, mas suas verdadeiras identidades sociais, pois este processo faz parte
inclusive da sua formação como pessoa (BENEDETTI, 2005).
O primeiro procedimento cirúrgico para os trans-homens – às vezes, o único – é
a retirada das mamas, daí a importância de se aumentar o número de mastologistas no
SUS. O termo “mastectomia bilateral”, quando empregado para os trans-homens, é
inapropriado, porque a mama não é totalmente removida e mantém-se o mamilo.
“Mamoplastia masculinizadora” seria o termo correto, porque se trata de uma
readequação de tórax. A cirurgia plástica é reconstrutiva e transforma,
proporcionalmente, os tecidos e a forma de uma mama feminina em uma masculina
(MEDICINA, 2012).
As diversas técnicas cirúrgicas variam conforme o tamanho da mama. Os trans-
homens dão à cicatriz o nome de “T invertido” ou “sorriso”, quando a incisão é abaixo
das mamas. Usa-se também a dos dois traços. Quando o volume é pequeno, utilizam-se
a técnica periareolar (PA) e a técnica transareolomamilar, do duplo círculo (DC),
corrigindo também o tamanho da aréola. (CARDOSO et al., 2007)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SAÚDE R7. Gays tem altas taxas de HPV, HIV e Hepatite B em estudo feito em
Campinas. Acesso em: 07 de novembro de 2021. Disponível em:
https://noticias.r7.com/saude/gays-tem-altas-taxas-de-hpv-hiv-e-hepatite-b-aponta-
estudo-feito-em-campinas-06112014
COMUNICAÇÃO UFMG. Invisíveis: mulheres lésbicas enfrentam barreiras para
cuidar de sua saúde sexual. Acesso em: 07 de novembro de 2021. Disponível em:
https://www.medicina.ufmg.br/invisiveis-mulheres-lesbicas-enfrentam-barreiras-para-
cuidar-de-sua-saude-sexual/
GARCIA, Janaína. Boletim mostra avanço de HIV entre gays e de mortalidade por
AIDS em negras. Acesso em: 07 de novembro de 2021. Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/12/03/boletim-mostra-avanco-
de-hiv-entre-gays-e-de-mortalidade-por-aids-em-negras.htm
BERGALLO, Renato. Recomendação na abordagem da população LGBTQIA+ na
atenção primária a saúde. Acesso em: 07 de novembro de 2021. Disponível em:
https://pebmed.com.br/recomendacoes-na-abordagem-da-populacao-lgbtqia-na-atencao-
primaria-a-saude/
MILLER, Victor. Casos de gonorreia e clamídia param de crescer com o uso de PrEP,
diz estudo. Acesso em: 07 de novembro de 2021. Disponível em:
https://gay.blog.br/noticias/casos-de-gonorreia-e-clamidia-pararam-de-crescer-com-uso-
de-prep-diz-estudo/
DA SILVA, Patrick Leonardo Nogueira et al. Homofobia e violência de gênero contra
lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros no brasil: revisão integrativa de publicações
(2010–2020). Boletim de Conjuntura (BOCA), v. 5, n. 14, p. 116-126, 2021.
Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/219/224
SIMPSON, Keila. Transexualidade e Travestilidade na saúde. Acesso em: 07 de
novembro de 2021. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/transexualidade_travestilidade_saude.pdf
PINTO TP et al. Silicone líquido industrial para transformar o corpo: Prevalência e
fatores associados ao seu uso entre travestis e mulheres transexuais. Acesso em: 07 de
novembro de 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/csp/a/CqPcZNpvnzwvsRfHbtLj4fM/?format=pdf&lang=pt
UNAIDS. Cartilha sobre a saúde integral sobre travestis e mulheres trans. Acesso em 07
de novembro de 2021. Disponível em:
https://unaids.org.br/wp-content/uploads/2021/01/v3_saudeintegral_cartilha.pdf
O ESTADO DE S.PAULO. Saúde mental LGBT: Depressão, ansiedade e risco de
suicídio são os principais problemas. Acesso em 07 de novembro de 2021. Disponível
em: https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,saude-mental-lgbt-depressao-
ansiedade-e-risco-de-suicidio-sao-principais-problemas,70002887220
SÁNCHEZ, Delgado et al. Saúde mental da população LGBTQIA+: Lutando contra
estigmas e preconceitos. Acesso em 07 de novembro de 2021. Disponível em:
https://blog.cenatcursos.com.br/saude-mental-da-populacao-lgbtqia-lutando-contra-
estigmas-e-preconceitos/
GARCIA, Cintia et al. Violência psicológica em lésbicas, gays, bissexuais, travestis, e
transexuais. Acesso em 07 de novembro de 2021. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/sdeb/2016.v40n109/100-111/
LEITE, Monara et al. Saúde mental de pessoas transexuais acompanhadas em
ambulatório. Acesso em 07 de novembro de 2021. Disponível em:
http://www.editorarealize.com.br/editora/ebooks/desfazendo/2019/PROPOSTA_EV129
_MD3_ID1611_21102019185545.pdf
TREVIZANI, Giovana. Meu corpo, minhas regras: A transexualidade sob a luz do
direito constitucional e as lacunas no estado democrático de direito. Acesso em 07 de
novembro de 2021. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-
constitucional/meu-corpo-minhas-regras-a-transexualidade-sob-a-luz-do-direito-
constitucional-e-as-lacunas-no-estado-democratico-de-direito/
MONTEIRO, Pedro. Transexualidade: uma jornada de aceitação e autoestima. Acesso
em 07 de novembro de 2021. Disponível em:
https://orlanoticias.com.br/transexualidade-uma-jornada-de-aceitacao-e-autoestima/
SIMPSON, Keila. Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Acesso em 07 de
novembro 2021. Disponível em : https://antrabrasil.org/assassinatos/