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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA


DEPARTAMENTO DE DIREITO
PRÉ-PROJETO DE PESQUISA

SABRINA SAMPAIO FREITAS GASPAR

O AUMENTO DE CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO PERÍODO DA PANDEMIA.

IGUATU, CE
2021
Sabrina Sampaio Freitas Gaspar

O AUMENTO DE CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO PERÍODO DA PANDEMIA.

Projeto apresentado à Universidade


Regional do Cariri – URCA, como parte das
exigências para a obtenção da nota da AV2
da disciplina de Metodologia do Trabalho
Científico.

Orientador (a): Dr. Fernando Menezes Lima


IGUATU, CE
2021

SUMÁRIO

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

2. INTRODUÇÃO

3. JUSTIFICATIVA

4. HIPÓTESES

5. OBJETIVOS
5.1 GERAL
5.2 ESPECÍFICOS
6. REFERENCIAL TEÓRICO
7. METODOLOGIA DA PESQUISA
8. CRONOGRAMA
9. REFERÊNCIAS
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1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

- Título: O aumento de casos de violência doméstica na pandemia.


- Autor: Sabrina Sampaio Freitas Gaspar.
- Orientador: Prof. Dr. Fernando Menezes Lima.
- Duração: 3 meses.
- Início:Outubro.
- Término: Novembro.
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2. INTRODUÇÃO

Com a descoberta e evolução do vírus da covid-19, a população de todo o


mundo viu-se aterrorizada com a possibilidade de contaminar-se, dessa forma as
pessoas começaram a ver o isolamento social como uma opção para manter-se em
segurança. A pandemia da covid-19 causou uma preocupação mundial em diversas
áreas, tanto sociais, econômicas, políticas, dentre outras, porém, os sistemas de saúde
se viram em grande evidência nesse período, visto que, o crescente número de casos e
a necessidade de internações representava um risco para toda a estrutura de saúde
pública e privada.
Justamente no contexto da necessidade de isolamento social, que houve um
aumento considerável no número de casos de violência doméstica e/ou familiar em
todo o mundo sofrida por mulheres. Essa realidade passou-se a agravar-se ainda mais
devido a condição que o isolamento social impunha às pessoas, tal condição refere-se
a um convívio maior dentro do ambiente familiar, dessa forma, as vítimas passaram a
conviver mais tempo com os seus agressores.
Vale ressaltar, que antes mesmo da pandemia, os números de violência
doméstica já eram alarmantes, o Brasil encontra-se na posição de número 5 no ranking
de países que mais matam mulheres de acordo com o Mapa da Violência de 2015. Com
o atual cenário da pandemia, o aumento da violência doméstica tem sido constante e
cada vez mais preocupante.

3. JUSTIFICATIVA

Devido ao aumento constante e progressivo no número de casos de violência


doméstica ocorridas em todo o mundo, principalmente no Brasil, é de grande
notoriedade a necessidade de realizar estudos sobre o tema, a partir disso, pode-se
identificar as principais causas para o surgimento desse problema assim como, buscar
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meios para solucionar tal problemática com o auxílio dos órgãos responsáveis assim
como também com atitudes que podem ser tomadas pela sociedade em si.
Dessa forma, vale ressaltar que o isolamento social apenas agravou um quadro
já existente, com isso, torna-se necessário a realização de uma análise crítica acerca do
tema para que possamos entender melhor os motivos que levaram a esses ocorridos
de forma cada vez mais constante e assim, buscar medidas eficazes para o
enfrentamento do aumento de casos de violência doméstica.

4. HIPÓTESES

Em decorrência da pandemia do covid-19, várias medidas restritivas e


preventivas foram tomadas pelas autoridades governamentais. O isolamento social é
uma dessas medidas e tem como objetivo diminuir a incidência dos casos de contágio
do vírus e seus agravantes. Porém, a necessidade desse isolamento contribuiu para o
aumento dos casos de violência doméstica, tornando ainda mais difícil a observância
desse ato criminoso por terceiros e a realização da denúncia por parte da própria
vítima.
Dessa forma, torna-se necessário debater-se sobre algumas questões
englobadas nesse tema, dentre elas: como o isolamento social contribuiu para o
aumento de casos de violência doméstica contra a mulher? O que ocorre com a vítima
após a realização da denúncia?

5. OBJETIVOS

5.1. GERAL
● Verificar o comportamento da violência doméstica contra a mulher durante a
pandemia da covid 19.

5.2. ESPECÍFICOS
● Identificar as principais causas que favorecem o aumento de casos.
● Verificar quais são as medidas adotadas pelos órgãos de proteção à mulher
para proteger a vítima durante o isolamento social.
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● Avaliar como ocorre a assistência à mulher vítima de violência doméstica após


denunciar seu agressor.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

Por conta da chegada da pandemia, inúmeras mudanças ocorreram em todo o


mundo e abrangendo diversos setores ,e com isso, a vida em sociedade viu-se abalada
pela necessidade do isolamento social como uma medida preventiva para evitar a
disseminação do vírus da covid-19. Com essa medida, as pessoas tiveram o seu direito
de ir e vir restrito em prol da saúde pública e ,dessa forma, as mudanças ocasionadas
por essa precaução alterou a rotina de diversas pessoas, que tiveram que adaptar-se à
nova realidade e passar a conviver mais tempo dentro de seus lares.
Essa mudança repentina aliada ao medo ocasionado pela descoberta do vírus
da covid-19 e de seus agravantes, resultaram em uma carga de estresse maior entre as
pessoas, com isso, o convívio e o ambiente familiar tornaram-se espaços cheios de
tensão. Segundo uma matéria do portal Politize! escrita por Anna Piccini e Tiago
Araújo, com o tema “Violência Doméstica no Brasil: desafios do isolamento” que fala
sobre o porquê do crescimento da violência doméstica no cenário de pandemia, diz
que:
Isso se deve a uma série de fatores, como a perda ou diminuição da renda
familiar em razão do desemprego, suspensão das atividades laborais,
sobrecarga das tarefas domésticas, incluindo o cuidado dos filhos fora da
escola, aumento do consumo de bebidas alcoólicas, isolamento da vítima de
seus amigos e familiares, e outras situações que aumentam o
tensionamento nas relações domésticas.

Por conta dessas tensões, o aumento no número de casos referentes a


violência doméstica é alarmante, segundo a Lei nº 11.340/2006, mais conhecida como
Lei Maria da Penha, considera-se como violência doméstica e ou familiar “qualquer
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Tendo em vista a necessidade de
ficar em casa para amenizar a curva acentuada da doença, as mulheres acabam
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ficando restritas de alcançar meios para pedir ajuda ou denunciar o seu agressor,
assim, este exerce maior controle sobre a vítima, criando-se então um ambiente cada
vez mais sugestivo a formas de agressão e intimidação para com a vítimas.
Somado a tudo isso, vale ressaltar que as subnotificações estão se tornando o
ponto alto durante o isolamento social e o contexto da pandemia, ou seja, o número
de denúncias não é compatível com número de casos de violência doméstica. Como
justificativa para essa diferença de dados e para a relutância da vítima em fazer a
denúncia, estão presentes diversos fatores que vão desde as questões emocionais até
as financeiras. Ainda segundo a matéria escrita por Anna Piccini e Tiago Araújo, diz
que:

O medo de sofrerem consequências pode pesar na decisão da denúncia. Por


outro lado, por terem laços de afeto com o companheiro, ou por se
preocuparem com a situação dos filhos, não querem levar o homem à
prisão. Muitas ainda são dependentes economicamente, não tendo pra
onde ir.

Dado o exposto, o medo de sofrer retaliação por parte do seu agressor, é um


dos principais motivos para que a vítima não realize a denúncia, ademais, muitas
mulheres que sofrem de violência doméstica são “dominadas” por seus companheiros,
que buscam exercer poder e domínio sobre elas fazendo com que suas parceiras
dependam exclusivamente dele, além da dependência emocional, é de suma
importância frisar a dependência econômica, onde muitas vezes a vítima não possui
uma fonte de renda e por isso, ao denunciar o seu agressor elas acabam voltando para
o mesmo ambiente no qual sofrem as agressões, com isso, voltam a conviver com o
seu agressor até que medidas legais sejam de fato tomadas pela justiça e órgãos
competentes.
Durante esse período de latência, entre a denúncia e as medidas legais, uma
mulher que esteja desamparada economicamente pode tornar-se alvo fácil não apenas
para a prática de agressões, mas também, ter sua vida ceifada pela raiva de seu
parceiro, sendo assim, mais uma vítima do feminicídio, que também apresentou
números elevados durante a pandemia.
Ademais, a locomoção restrita ocasionada pela necessidade de cumprir a
quarentena e o isolamento social é outro fator que dificulta a denúncia por parte da
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vítima, pensando nisso, alguns estados disponibilizam sites onde a vítima pode realizar
a sua denúncia de forma online. Outra maneira de pedir ajuda, vem de uma iniciativa
lançada pelo Conselho Nacional de Justiça em parceria com a Associação dos
Magistrados Brasileiros, onde criaram a Campanha Sinal Vermelho, essa ação consiste
na vítima fazer um “X” com a cor vermelha na palma da mão, ao ir em algum
estabelecimento, a mulher pode mostrar o sinal a algum atendente do local ou a
qualquer pessoa que possa lhe ajudar, quem compreender essa ação pode realizar
uma denúncia dirigindo-se a uma Delegacia de Polícia, ligando para o 180 – Central de
Atendimento à Mulher, ou discando 190 – Polícia Militar em casos emergenciais.
Enfim, compreende-se que a violência doméstica sempre existiu e todas a áreas
envoltas nesse tema são bastante complexas e requerem muito debate para que se
possa chegar a políticas públicas eficazes ao seu enfrentamento, além disso, é
indispensável a empatia ao tratar desse assunto, visto que, as pessoas que sofrem
dessa violência encontram-se abaladas e muitas vezes constrangidas. Por fim, ainda
que no cenário de pandemia, não se pode fechar os olhos para os outros problemas
que acontecem no dia a dia e existem a muitos anos.

7. METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente projeto parte de revisões bibliográficas de textos e artigos já


existentes sobre o devido tema tendo como base o uso de dados e livros publicados
em torno do contexto da pandemia e da violência doméstica, dessa forma, a
metodologia utilizada para a elaboração desse projeto é o método dedutivo, no qual
utiliza de argumentos mais gerais para os casos mais particulares com a finalidade de
discorrer sobre o tema de maneira clara e objetiva.
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8. CRONOGRAMA

Atividade/ Mês Jan. Fev. Mar Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out Nov. Dez.
. .
Escolha do tema X
Elaboração do X X X
projeto
Revisão de X X
literatura
Considerações X X
finais
Entrega X

9. REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14724: Informação e


documentação. Trabalhos Acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT,
2002.

PICCINI, Anna; ARAÚJO, Tiago. Violência doméstica no Brasil: desafios do isolamento.


Politize!, 2 de jul. de 2020. Disponível em: https://www.politize.com.br/violencia-
domestica-no-brasil/. Acesso em 20 de out. de 2021.

SUDRÉ, Lu; COCOLO, Ana Cristina. Brasil é o 5º país que mais mata mulheres. Unifesp,
São Paulo, c2014. Disponível em:
https://www.unifesp.br/reitoria/dci/publicacoes/entreteses/item/2589-brasil-e-o-5-
pais-que-mais-mata-mulheres. Acesso em 20 de out. de 2021.
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SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Cortez, 2002.

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