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– Perigo em Altitude -
Luís Fernando Gouveia de Moraes – Docteur Aérodynamique
Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo – IPEV
moraeslfgm@ipev.cta.br
RESUMO
Este trabalho, relembra o que é a região do envelope de
voo conhecida como “Coffin Corner” (canto do caixão)
ou “Teto Aerodinâmico”. Com este nome é fácil
perceber que se trata de uma região extremamente
Considerando o Consumo Específico de Combustível
Coffin Corner
ṁf
H (SFC) definido por SFC= , em que T é o empuxo
Estol Asa Onda de Choque T
dW
gerado pelos motores, têm-se que =−Tg (SFC ).
dt
Sendo o voo horizontal nivelado, há equilíbrio de forças
dado por T =D e W =L, onde D ("Drag") é o arrasto e
L ("Lift") a sustentação.
α STALL
para algumas aeronaves produzidas
pela Airbus. Isso demonstra que a otimização desse
parâmetro é um dos objetivos principais no projeto
aerodinâmico das asas de uma aeronave.
=0
Na figura 4, apresenta-se a evolução da relação entre a A novidade passa a ser o regime transônico que é aquele
massa específica do ar () e a massa específica nas no qual coexistem regiões subsônicas e supersônicas (M >
condições de estagnação (0) para um Mach. Ou seja, a 1) espacialmente distintas, porém no mesmo instante de
massa específica do ar escoando a um determinado tempo.
Mach em relação à sua massa específica na condição
sem escoamento (Mach nulo). Ao contornar o extradorso de um aerofólio/asa, o
escoamento naturalmente aumenta de velocidade e isto se
Na figura 4, tem-se que o escoamento de ar agrava com o aumento da velocidade de voo.
considerado “escoamento incompressível” até
M=0,3.Acima deste valor observa-se que a massa Para uma determinada condição de voo, Mach e ângulo de
específica do ar decresce em valores superiores a 5% ataque, surge um ponto no extradorso do aerofólio onde o
daquele observado na situação estática (estagnação). Mach local (neste ponto) é 1. Nesta situação específica, o
Nesta situação o escoamento passa a ser considerado Mach de voo é denominado "Mach Crítico" e representado
compressível. por Mcr-(Anderson Jr., 1986).
Em um aerofólio/asa, o escoamento acelera na sua
superfície superior (extradorso) e, de acordo com a A Figura 5 apresenta a evolução do Mach do escoamento
velocidade à frente da asa e de sua geometria, poderão incidente (M) e do ponto A (MA) ambos sobre sua
ser observadas velocidades supersônicas sobre ela (M
superfície. Será em A que a velocidade sônica surgirá
pela primeira vez sobre o aerofólio. Na figura 7, o ponto A (no extradorso do aerofólio) é
interior à região supersônica, a qual gera as ondas sonoras
MA= 0,57
M= 0,30 (ondas de pressão) mostradas na mesma figura. Os pontos
B até D (p.ex) são pontos no extradorso (região subsônica)
onde a onda de pressão é circular/esférica.
(a)
A onda de choque ao comprimir o escoamento retira
MA= 0,82 energia cinética dele. Este processo de compressão é
M= 0,52
denominado irreversível, pois parte da energia é
transferida ao choque na forma de calor, elevando sua
(b) temperatura e a do escoamento logo após o choque. Desta
forma, a onda de choque – através da compressão –
MA= 1,0 retorna o escoamento à condição subsônica.
M= Mcr=0,61
Paulatinamente o escoamento vai, após o aerofólio,
retomar o mesmo Mach à frente do aerofólio.
(c)
P
T
S R
T Q
R
McrMDD
W 2W
(4)
AEROFÓLIO SUPERCRÍTICO
VOO EM ALTITUDE
A altitude máxima operacional de uma aeronave é limitada
por três fatores:
Assim, quanto mais intenso o choque, maior será o Figura 23- Curva representativa da fronteira de
“buffeting transônico” daí a importância do emprego iníciodo buffet em função do Mach.Ref.
de asas capazes de reduzir a intensidade do choque. Fonte: Vos & Farokhi, 2015.
Modificando a expressão 6, com n=1 (nivelado, L=W), No tocante ao empuxo gerado pela motorização, além
W, e S constantes, tem-se o CL inversamente da altitude, o alcance deve ser abordado. Os fabricantes de
dependente da pressão estática na altitude de voo e do aeronaves adotam uma expressão modificada daquela de
Mach. Bréguet, Eq. 2. Ela é denominada Alcance Específico (SR
– “Specific Range”) e considera a distância percorrida por
Observe na eq. (6) que ao aumentar a altitude (Zp) - massa de combustível utilizada a máxima distância
mesmo mantendo M<1 constante - o CL aumentará. percorrida para uma dada quantidade de combustível a ser
Quando o CL aumenta, o Mcr e MDD são antecipados. Ou utilizada. Assim,
seja, mesmo para o Mach de voo constante, o "Shock
Stall" e o buffeting podem ocorrer antes do esperado. L a0 T 1
Nesta situação a restrição na intensidade do buffeting
limitará o CLMAX da aeronave. (AIRBUS, 1985), (AIR
FRANCE , 1997).
SR=M . () . . .
√
D SFC T 0 W f (7)
MMR Mach
Figura 24- Curva de alcance específico em função do
Mach de voo. Para peso e altitude fixos.
Fonte: AIRBUS, 2002. Figura 26- Curvas de alcance específico em função do
Mach de voo. Para peso constante; as setas indicam
aumento de MMR e da altitude de pressão (Zp).
Ou seja, há um Mach (MMR) para o qual o alcance Fonte: AIRBUS, 2002.
específico (SR) será máximo por kg de combustível
utilizado. Com base em duas variáveis importantes: altitude e peso,
pode-se determinar a altitude ótima para cada Mach. Esta
Se a altitude de pressão (Zp) for constante, Figura 25, curva – Figura 27 - é o lugar geométrico dos pontos de SR
como o peso diminui (gasto de combustível) ao longo máximo (para um dado Mach e variando W). Ou seja, o
do trajeto, o MMr diminuirá. Em geral, quando em Mach é na realidade o MMR, para W e Zp constante,
cruzeiro, o Mach é mantido constante e igual ao MMR resultando em SRMAX.
na altitude de voo considerada.
Zp
SR (MN/h) MMR
Altitude ótima
Combustível Iso M
consumido
Zp=cte
W
Mach Figura 27- Curva de altitude ótima em função do peso.,
Figura 25- Curvas de alcance específico em função pPara vários mMach.
da variação de peso e do Mach de voo. Para altitude Fonte: AIRBUS, 2002.
constante; as setas indicam aumento de MMR e do
combustível consumido.
Fonte: AIRBUS, 2002. A Potência Requerida (Preq) considera o arrasto parasita
(atrito + pressão + interferência) e – adicionalmente - o
No tocante ao peso constante, a Figura 26 permite arrasto de onda, pois o voo é em regime transônico.
observar que o aumento da altitude de pressão (Zp)
aumenta o MMR. Além disso, para cada altitude o A potência disponível (Pdisp) está diretamente relacionada
alcance específico aumenta e terá um MMR próprio. ao empuxo (T) e velocidade (V) da aeronave.
Pa=T . V (8)
SR (MN/h) Em altitude, empuxo e velocidade podem ser aproximados
MMR
Zp em relação ao nível do mar (NM) por:
ρaltitude
T altitude=T NM
[ ] ρNM
(9)
ρNM
V altitude = V NM
√ ρaltitude (10)
CAS=aNM
√ 2
( γ −1 ){[ Pq
e ,NM
C
+1
] }
γ
−1
γ−1
e TAS=a
√
altitude de voo.
( ) {[
2
γ −1
qC
Pe
+1
] }
γ
−1 . sendo a e pe na
M=
√( 2
γ −1 ){[ qC
Pe
+1
] }
γ
−1 .
γ−1
como M=
U
a
Em resumo, uma subida em CAS constante, o TAS
aumenta. Uma subida em Mach constante, o TAS diminui.
então V =a
√ ( 2
γ −1
qC
) {[ ] }
Pe
+1
γ
−1 . Como dito
A partir da VLS, a aeronave iniciará um sistema de O vértice do “Coffin Corner” é o teto absoluto, ou seja é
recuperação de sustentação pelo ângulo de ataque, binômio atitude/Mach no qual a aeronave não consegue
aumentando esse ângulo para compensar a baixa mais subir nem alterar sua velocidade.
velocidade.
O perfil de subida, como já explicado anteriormente, é
A região onde ocorre a interseção destas limitações em uma sucessão de degraus nos quais a aeronave sobe à
termos de VMO/MMO e VSTALL é denominada “Coffin velocidade (CAS) constante, acelera e assim,
Corner”. sucessivamente até atingir a altitude de cruzeiro.
Entretanto, ao superar a altitude de “CROSSOVER” o
Mach (proveniente da TASda TAS) será o parâmetro mais
importante para o piloto devido à proximidade do MMO.
MMO
LL
A figura 37 mostra o envelope de voo para várias altitudes
TA e pesos de aeronave. As curvas a esquerda são os limites
de buffet para baixas e altas velocidades para cada altitude
VS
submetida.
0 ,76
PEYRAT-ARMANDY, A. – LesAvions de
TransportModernes et Futurs. Teknea, 1997.
http://www.airliners.net/forum/viewtopic.php?t=723415
https://www.quora.com/What-happens-to-aircraft-that-
depart-controlled-flight-at-the-coffin-corner
https://www.quora.com/Do-supersonic-planes-have-a-
coffin-corner-limit
https://www.quora.com/How-does-a-pilot-determine-
coffin-corner
https://schott.blogs.nytimes.com/2009/06/11/coffin-
corner/
https://www.economist.com/babbage/2011/03/25/the-
difference-engine-wild-blue-coffin-corner
https://www.ainonline.com/aviation-news/2012-05-
14/understanding-high-altitude-aerodynamics-critical#
https://www.flyingmag.com/whats-41000-feet
https://www.aopa.org/news-and-media/all-
news/2013/october/pilot/high-altitude-aerodynamics WHEN AN AIRCRAFT EXPERIENCES
"COFFIN CORNER," THE APPROPRIATE
CORRECTIVE ACTION IS TO:
Parte superior do formulário
Choices
A. Reduce thrust.
B. Increase thrust.
C. Initiate a constant speed climb.
D. Initiate a constant speed descent.
Answer D is correct.
Cruzeiro econ^omico
Conforme visto nos itens anteriores,
https://wikivisually.com/wiki/Stall_ http://www.lefigaro.fr/international/2014/07/25/
%28fluid_mechanics%29 01003-20140725ARTFIG00334-les-consignes-
sont-simples-il-faut-tout-faire-pour-eviter-un-
orage.php
http://jaesan-aero.blogspot.com/2018/04/1-
high-aoa-aerodynamics-for-combat.html
http://jaesan-aero.blogspot.com/2018/04/1-
high-aoa-aerodynamics-for-combat_14.html
https://www.lavionnaire.fr/MecaHauteAltitud
e.php
artigos como “O”. Não use a palavra “Convidado” no
título.
Autores e Afiliação
Nenhuma numeração deverá ser inserida no corpo do Unidades britânicas poderão ser usadas alternativamente
texto. em parênteses, exceto quando está sendo usada para
identificar uma marca (ex. Unidade de disco de 3½ in).
Linguagem
Evite misturar unidades SI com CGS, tal como corrente
O artigo deverá ser escrito preferencialmente em em Ampéres e campo magnético em oersteds, isso causa
Português ou alternativamente em Inglês.Todos os confusão, pois as equações não estão dimensionalmente
termos em lingua estrangeira deverão ser escritos em corretas.
itálico e traduzidos.
A apresentação das unidades no texto, nas tabelas, nos ABNT, NBR6023:2002- Informação e documentação -
gráficos e nas figuras deverá ser feita entre parênteses, Referências- Elaboração. RC: ABNT-Associação
ou seja, Velocidade (m/s) ou (ms-1). O uso de Brasileira de Normas Técnicas, [S.d.], 2002b, 24p
multiplicadores para as unidades também poderá
causar confusão, use (kA/s) ou (103 A/s) e nunca (A/s) INMETRO, Guia para a expressão da Incerteza de
x 1000. Medição: terceira edição brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro:
INMETRO, 2003, 120 p;
Para se definir uma faixa de medida no texto do artigo
use “de 7 até 9” ou “7-9” e nunca “7~9”.Todas as APÊNDICE
medidas realizadas deverão ser expressas corretamente,
com as incertezas associadas (INMETRO, 2003). Este capítulo opcional poderá ser usado para remover
descrições que não são essenciais para a compreensão do
Observações artigo. Identifique os apêndices como Apêndice A,
Apêndice B, etc. e um título descritordo seu conteúdo.
Nunca ajuste o espaçamento entre as linhas e entre os Caso haja um único apêndice a letra de identificação não
caracteres.Sempre mantenha uma cópia dos arquivos deverá ser usada.
eletrônicos.
A organização do simpósio prefere receber arquivos A compressibilidade isoentrópica (kS) é definida pela
editados pelos aplicativos Word da Microsoft ou expressão:
WordPerfect para PC ou Mac.Arquivos no formato
PDF também são aceitáveis, desde que não seja 1 ∂ρ
incluída nenhuma proteção. Ao usar este formato tenha
certeza que todas as fontes usadas estão embutidas. No
k s= .( )
ρ ∂p s (2)
momento a organização do Simpósio não pode aceitar
Nota-se que ela está relacionada à variação da massa
arquivos em LaTeX.
específica em função da variação de pressão. Colocar
referência.
CITAÇÕES A velocidade do som (a) é definida por (colocar
referência)
Não use notas de rodapé para citar outro trabalho. As
referências deverão aparecer no final do artigo.
∂p
As citações no texto deverão conter a referência dos
autores e ano de publicação em conformidade com a
Norma NBR 10520 (ABNT, 2002a). Caso haja Assim,
a=
√( ∂ρ ) s
(3)
Mcr<M<1,0
https://people.rit.edu/pnveme/personal/MECE
356/compressibility/compressibility_lift.html
https://ocw.tudelft.nl/course-lectures/6-
critical-mach-number/
https://ocw.tudelft.nl/course-exams/ae1102-
exams/?course_id=12496
https://ocw.tudelft.nl/course-lectures/2-
compressibility/?course_id=14972
https://ocw.tudelft.nl/courses/introduction-
aerospace-engineering-ii/
https://ocw.tudelft.nl/courses/introduction-
aeronautical-engineering/subjects/module-b-
aerodynamics/ Tipos de subida
Mach
1) melhor razão de subida (menor tempo para Figura Curvas de alcance específico em função do
Mach de voo. Para peso constante; as setas indicam
atingir a altitude de cruzeiro);
aumento de MMR e da altitude de pressão (Zp).
3) menor consumo de combustivel;
4) menor custo operacional; Com base nas 3 variáveis importantes: altitude e
peso, pode-se determinar a altitude ótima para
cada Mach. Esta curva é o lugar geométrico dos
pontos de SR máximo. Ou seja, para um Mach,
se este for MMR, ele resultará em SRMAX.
Figura Curva de alcance específico em função do
Mach
Zp
SR (MN/h) MMR Altitude ótima
Combustível Iso M
consumido
Zp=cte
W
Mach Figura Curva de alcance específico em função do Mach
de voo. Para peso e altitude fixos.
Figura Curvas de alcance específico em função da
variação de peso e do Mach de voo. Para altitude
constante; as setas indicam aumento de MMR e do
combustível consumido. Na figura 2 apresenta-se a variação da massa específica do
ar em função do número de Mach (M) do escoamento.
http://www.thermopedia.com/content/646/ http://www.flyinhighokc.com/flyinghandbook/p
ages/15-9.html
Cruzeiro econ^omico
http://skyinstructor.com/theory/coffin-corner
http://bsas-
vac.tripod.com/Dfc/Vuelo3/Vs/vs5.htm