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DO RIO DE JANEIRO
O modelo Super Hornet do F-18 possui comprimento L = 18.31m, largura total 13.62m
(8.4m com as asas dobradas) e altura A = 4.88m. Sua massa com combustível e todos os
equipamentos necessários para essa missão é M = 21538kg, assumida constante durante a
manobra. Esse modelo é atuado por dois turbofans General Electric F414-GE-400, cada um
capaz de prover até 98kN de empuxo ao acionar o afterburner (sem o afterburner cairia para
58kN cada), totalizando uma força conjunta f com um limite máximo fmax = 196000N
(196kN). A velocidade máxima teórica desse avião é 532m/s, equivalente a Mach 1.6.
Ele foi projetado para operar de forma segura em até 7.6g, onde g = 9.81m/s2 é a aceleração
da gravidade local. No entanto, para essa missão serão admitidas acelerações máximas de até
10g., acima das quais tanto a integridade do avião quanto do(a) piloto estariam em risco. A
razão empuxo/peso do F-18 é definida como fmax/(Mg) 0.93, e seu teto de serviço é de
cerca de 15000m.
O vetor de estado X do F-18, que representa sua dinâmica longitudinal, é dado por
X [u v h]T
onde:
(uc + u) – velocidade longitudinal do F-18 (em relação a um referencial inercial no
solo, mas com direção definida ao longo da fuselagem) [m/s] – note que u seria o
desvio da velocidade longitudinal em relação à de cruzeiro uc = 375m/s;
v – velocidade de ascensão do F-18 (velocidade absoluta em relação ao solo, mas na
direção perpendicular à fuselagem) [m/s];
– taxa de arfagem (pitch rate, representando a velocidade angular do avião) [rad/s]
(por exemplo > 0 indicaria avião “empinando”), denominado tetap no Matlab;
– ângulo de arfagem (pitch, ou inclinação) [rad] (por exemplo > 0 indicaria “nariz
elevado”), denominado teta no Matlab;
h – altitude em relação ao solo [m], medida na vertical.
O avião está sujeito à perturbação do vento, dada pelo vetor w = [wu wv]T, onde:
wu – velocidade do vento em relação ao solo, na direção longitudinal do avião (ao
longo da fuselagem) [m/s];
wv – velocidade do vento em relação ao solo, na direção perpendicular à fuselagem do
avião [m/s].
Assuma que o sistema abaixo represente o movimento desse avião. Ele foi linearizado para
velocidades próximas à de cruzeiro uc e para altitudes h ao nível do mar. Note que o sistema
também foi linearizado para pequenos: por exemplo, a equação diferencial que rege a
altitude seria h (uc u) sin v cos , porém ao ser linearizada com sin , cos 1
e u << uc ela resulta em h uc v , conforme representado abaixo. Por simplicidade, e
para evitar a necessidade de implementar um simulador não-linear nesse problema, assume-se
que o sistema linearizado abaixo seja válido para todas as altitudes h, velocidades (uc + u) e
valores de da manobra:
X F X G U Gw w
onde
Outro exemplo de acoplamento envolve abaixar o profundor devido a um valor dp > 0, que
não apenas provoca a esperado tendência de “mergulho” do avião 0 (com coeficiente
61.0), como também gera uma aceleração vertical à fuselagem v 0 (coeficiente 77.0) e
uma frenagem longitudinal u 0 (coeficiente 0.41) devido ao maior arrasto.
O controle do avião será feito de forma digital, mas assume-se que o controlador disponível
possui frequência de apenas 10Hz, ou seja, T = 0.1s (período de controle 100ms).
É fundamental definir uma trajetória de referência desejada hdesejada [m] para o controlador
comparar com o valor medido/estimado de h, através de uma função temporal desde o
instante inicial t = 0 até o final t = tfim = 50s da simulação. É recomendável também (mas
não necessário) especificar trajetórias de referência não nulas para as outras 4 variáveis de
estado u, v, e , em função do tempo t, se isso ajudar no problema. Use seu instinto,
criatividade e coragem!
Parte 0 (10%)
Obtenha com ajuda do Matlab as equações das matrizes equivalentes ZOH discretas , e
w para T = 0.1s, gerando a equação de diferenças abaixo, e apresente-as no trabalho.
Parte 1 (40%)
Assuma que o avião dispõe de um sofisticado sistema de navegação inercial com GPS e
bússola embutidos, que é capaz de medir/estimar automaticamente todo o estado X.
Assumindo que não haja ruído neste sistema, e que não haja vento em relação ao solo (ou
seja, wu = wv = 0), implemente em Matlab uma rotina de controle LQR para cumprir o
objetivo. Informe no trabalho as matrizes Q1 e Q2 escolhidas, assim como a matriz de ganhos
K resultante e os pólos de malha fechada, além das matrizes H e J apropriadas para esse
caso. Informe também os valores de referência escolhidos para cada estado em função do
tempo t para todos os instantes simulados 0 ≤ t ≤ tfim = 50s.
Note que o arquivo “f18.m” fornecido gera uma animação da manobra, e produz 4 gráficos
em função do tempo: (i) valores reais das velocidades u e v, em m/s; (ii) ângulo de arfagem
(teta) do sensor e real, convertida de radianos para graus, assim como a taxa de arfagem
(tetap) convertida para graus/s; (iii) altitude h do sensor e real, em m; e (iv) valores reais das
atuações dp (convertida para graus) e de (adimensional entre 0 e 9.1), e da razão a/g entre os
módulos da aceleração do avião e da gravidade (que sempre deve ser manter abaixo de 10).
Bônus:
O único trabalho que gerar o menor tempo tsucesso ganhará bônus de 2.0 pontos na G3 (ou
na G2), o segundo menor tempo bônus de 1.0 ponto, e o terceiro menor tempo bônus de
0.5 pontos.
Parte 2 (50%)
Considere a mesma manobra, porém na presença de turbulência com ventos significativos.
Além disso, houve uma pane no sistema de navegação inercial, impossibilitando as medições
de u, v e . Um altímetro e um inclinômetro são então usados nesta manobra sob condições
de emergência para medir h e , porém ambos os sensores são ruidosos. O computador de
bordo do avião, ao perceber a pane no sistema de navegação, liga automaticamente um
sistema de controle de emergência, que utiliza apenas os 2 sensores acima em um filtro de
Kalman linear.
Assumindo os ruídos como Gaussianos, obtiveram-se dos fabricantes os valores dos desvios-
padrão dos erros nas medições do altímetro e do inclinômetro, respectivamente:
hstd = 10m para h;
tetastd = 0.0873rad para (equivalente a 5º)
Os ventos da zona de turbulência são assumidos Gaussianos de média zero, com orientação e
velocidade aleatórias, com desvios-padrão:
wustd = 3m/s para wu;
wvstd = 2m/s para wv.
Importante:
use no Matlab a notação vruido = [vh vteta]' para os ruídos sorteados nas leituras de h e
, para não confundir com a variável v da velocidade de ascenção, e adote w = [wu wv]'
para as perturbações sorteadas.
para o cálculo da atuação U pela lei de controle a ser implementada (assim como para as
predições e correções para estimar os estados), é proibido usar o estado real X, as
perturbações sorteadas do vento w e os ruídos sorteados dos sensores vruido.
a cada simulação a resposta será um pouco diferente, uma vez que os ruídos e perturbações
vruido e w são aleatórios e sorteados no simulador. Por esse motivo, rode várias vezes
essa simulação da Parte 2 para ter certeza que o controlador/estimador implementado é
robusto e gera simulações bem sucedidas em todos os casos testados.
É preciso enviar pelo Moodle, além do trabalho em um único PDF, os arquivos parte1.m e
parte2.m com as rotinas todas implementadas, prontas para serem rodadas. Cada arquivo, ao
ser rodado, precisa gerar os gráficos solicitados e replicados no texto do trabalho. Portanto no
Moodle poderão ser enviados até 3 arquivos: 2 arquivos de extensão *.m e mais 1 PDF.
Boa pilotagem!