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Trabalho laboratorial nº 3: Lei de Boyle

Francisco Nunes (EM 49420)


Riaan Rasga (EM 47004)
Adriano Monteiro (EM 49807)
Universidade de Évora, UC: Física Geral I, Docente: Alfred Stadler (18/05/2021)
O trabalho experimental foi realizado com o intuito de medir a pressão de um
gás e comprovar a Lei de Boyle-Mariotte que é enunciada da seguinte forma:
Lei de Boyle-Mariotte: Sobre temperatura constante, o produto da pressão a que
um gás está submetido e o volume do mesmo é constante. Sendo, portanto,
inversamente proporcionais.
Introdução
O facto de um gás poder preencher qualquer volume, de acordo com o recipiente onde está
encerrado, só é explicável se considerarmos que as forças de atracão entre os átomos ou
moléculas constituintes do gás são desprezáveis, e que as moléculas podem dirigir-se em
qualquer direção, independentemente umas das outras. No entanto, só se pode admitir a
independência das várias partículas partindo do princípio de que as únicas interações possíveis
entre elas são choques elásticos, isto é, choques onde há conservação de momento linear e de
energia cinética. Os gases dizem-se, então, ideais.
É evidente que as partículas constituintes do gás colidem entre elas e com as paredes do
recipiente onde estão contidas. Ao colidirem com as paredes do recipiente, elas vão exercer
uma força na parede. À força total exercida na parede por unidade de área chamamos
pressão. Assim podemos concluir que a pressão exercida por um gás resulta das colisões das
partículas constituintes do gás com as paredes do recipiente onde está contido. Um aumento
de energia cinética (aumento de temperatura) originará colisões mais intensas e mais
frequentes, traduzindo-se numa maior pressão. Outro modo de aumentar a pressão consiste
em diminuir o volume onde está contido o gás, mantendo constante a temperatura. Deste
modo, o tempo médio entre colisões das partículas com as paredes diminui, portanto, o
número de colisões por unidade de tempo e consequentemente a pressão aumenta.
Neste trabalho vamos observar a variação do volume V do gás quando se varia a pressão P,
mantendo constante a temperatura T. Nestas condições é válida a lei de Boyle–Mariotte,

PV=C; (1)

Nota: C é uma constante (igual a nRT para um gás ideal).

Procedimento experimental
Fig1: Montagem experimental

1) A parte mais elevada do lado esquerdo do tubo em U é mantida desobstruída e a


torneira da parte inferior sempre aberta, de modo a não passar ar para o reservatório
existente do lado esquerdo do tubo, rodamos o embolo para fazer a água com corante
entrar no tubo em U, de forma cuidadosa para evitar a formação de bolhas de ar, de
forma a ter o mesmo nível de água dos dois lados.
2) Medimos a altura da água nos dois lados do tudo em U, utilizado a escala do lado
direito
3) Fechamos a torneira localizada na parte superior esquerda para não deixar o ar sair.
4) Descemos o embolo, de forma a comprimir o ar do lado esquerdo, e a pressão a que
ele vai ficar submetido é igual a pressão atmosférica mais a pressão manométrica,
traduzida pela diferença de nível, H-h, entre os dois lados do tudo em U e medida na
escala do lado direito. Nestas condições é valida a relação.
P = pa +(H-h) ρg (2)
Nota: P a pressão do ar no tubo, pa a pressão atmosférica, H a altura da água no tubo da
direita), h a altura da água no tubo da esquerda (ambas as alturas são medidas na escala
da direita, ρ a densidade da água e g a aceleração gravítica. Note que os valores de (H-h)
podem ser positivos ou negativos, pois a pressão a que esta submetido o ar pode ser
superior ou inferior a pressão atmosférica
5) Anotamos o valor l da altura do ar preso no tubo da esquerda, e os valores da altura da
água nos dois ramos do manómetro
6) Movimentamos o embolo do cilindro, de modo a variar a pressão e o volume de ar
preso. Em seguida é feita a leitura de l, H e h na escala da esquerda e da direita,
respetivamente.

Verificação da lei de Boyle-Mariotte


O volume V do ar fechado no lado esquerdo do tubo não é fácil de determinar. No entanto,
podemos admitir que a área de secção A seja uniforme ao longo do tubo. De PV = C e do
volume do cilindro de ar V = Al conclui-se que neste caso a lei de Boyle-Mariotte implica
Pl=C/A (3)
e é nesta forma que a lei pode ser testada mais facilmente.
A equação (3) pode ser escrita
1 𝐴
=P (4)
𝑙 𝐶
E após substituição da expressão para P da Eq. (2) obtemos
1 𝐴 𝐴
𝑙
=pa𝐶 +(H-h) ρg𝐶 (5)
Com as definições
1
y≡ 𝑙 , x≡ (H-h) (6)
chegamos a uma relação linear entre os valores de y e x (correspondem aos valores medidos
de l, H e h)
𝐴 𝐴
y= pa𝐶 +ρg𝐶 x (7)
A validade desta relação linear depende da validade da lei de Boyle-Mariotte da Eq. (1). Se
encontrarmos que os valores medidos (xi, yi) caem numa linha reta, podemos concluir que a lei
de Boyle-Mariotte é confirmada.
A equação da reta tem a forma geral
y= ax+b (8)
onde
𝐴 𝐴
a= pa𝐶 , b= ρg𝐶 (9)

Com os valores de a e b obtidos da regressão linear podemos ainda calcular a pressão


atmosférica atual pa. De (9) obtemos
𝑎
Pa= ρg (10)
𝑏
No cálculo de pa utilize para a aceleração gravítica g=9.80m/s2 e para a densidade da água
ρ=1000 kg/m3.

Apresentação de resultados
Medidas do tubo em U:

l(m) h(m) H(m)


0.2530 0.3470 0.0500
0.2520 0.3480 0.1000
0.2500 0.3500 0.2000
0.2460 0.3540. 0.3000
0.2440 0.3560 0.4000
0.2400 0.3600 0.5730
0.2390 0.3610 0.6000
0.2360 0.3640 0.7300
0.2340 0.3660 0.8000
0.2300 0.3690 0.9500
0.2100 0.3700 1.0000
Incerteza estimada das leituras = 0.0005 m
Fig2: Grafico da regressao linear com a = 0.004093 e b = 6.882×10-7

𝑎
Através da equação 10, Pa= 𝑏 ρg, foi possível determinar a pressão atmosférica atual, obtendo
Pa=1133.09 hPa.
Através da regressão linear, foi possível determinar σa= 3.3×10-5 hPa. Sendo assim, o resultado
final da pressão é Pa=1133.09±3.3×10-5 hPa.
Na altura da experiência, foi também consultado o site https://weather.com/pt-PT , e anotou-
se o valor da pressão atmoférica por eles medido, sendo igual a 1022 hPa. Comparando com o
nosso valor obtido, determinou-se um erro de aproximadamete 10.9%.

Conclusão

Podemos concluir que no nosso trabalho não se verificou a lei de Boyle-Mariotte pois depois
de realizada a regressão linear aos dados obtidos verificamos que os pontos a partir de certos
valores apresentam desvios significativos da reta de regressão.
As causas da falha da nossa experiência podem ter origem em erros sistemáticos ou aleatórios,
como por exemplo bolhas de ar no tubo, pouca precisão nas medições realizadas.

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