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MANUAL DO PARTICIPANTE
Revisão: 02
UNIDADE VITÓRIA
UNIDADE MACAÉ UNIDADE RIO DE JANEIRO
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Seja bem-vindo!
9. Não se lamentar por não ter estudado ontem. 10. Pronunciar as palavras: "Eu vou estudar duas
Começar agora. Nunca diga "segunda-feira eu páginas", "Vou dominar estas regras agora". Diga
começo”; quer passar? Então comece agora, já! tudo com palavras firmes a si mesmo; uma
proposta firme para o seu subconsciente.
11. Também muitas repetições ajudam a fixar. De 12. Dê aula para alguém. Demonstre uma parte da
tanto ver você se acostuma com o assunto. Reveja matéria para um colega e o colega demonstra a
a matéria sempre; pois a cada revisão pequenos parte dele da matéria para você. Estudar em
problemas não percebidos são resolvidos e outros equipe anima quando há participação e um ajuda o
são melhores fixados. outro a não desistir e assim o estudo pode ir mais
longe.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
CAPÍTULO 1 – NOÇÕES DE FÍSICA APLICADA
A Matemática e a Física são ciências que vêm evoluindo com o passar dos anos e
ao longo da história vêm mudando a nossa percepção sobre os eventos do mundo e
do universo. Até o século XVII os grandes pensadores do mundo acreditavam que o
Planeta Terra era o centro do universo e que o sol e os outros astros gravitavam em
torno de nós. Hoje em dia sabemos que o Planeta Terra é que gravita em torno do
sol e que este é o centro do nosso sistema. Essa teoria de que nosso planeta gravita
em torno do sol começou com a publicação do livro: “Da revolução de esferas
celestes”, em 1543, de Copérnico.
Esse novo conceito, levou pensadores como Galileu Galilei a descrever novas
teorias considerando que o Planeta Terra era redondo, dando origem a muitas das
leis da física que conhecemos hoje.
Mas se o Planeta Terra é redondo e está sempre girando como é que nós nunca
caímos da superfície do planeta?
Essa é uma pergunta que ficou ecoando até que Isaac Newton descreveu a “Lei da
Gravitação Universal” que, entre outras coisas, explica a atração que o centro da
Terra exerce sobre todos os corpos. Essa atração que o centro da Terra exerce
sobre nós é chamada de Força da Gravidade.
O estudo de Isaac Newton mudou a forma de pensar sobre o universo e deu origem
a inúmeros outros modelos matemáticos, baseados em seus ensinamentos que
mais tarde iriam explicar muitos outros eventos, assim como a Pressão, o calor e as
relações entre ambos.
1.1 PRESSÃO
Onde:
P = Pressão
F = Força Normal à uma superfície
A = Área onde a força está sendo aplicada.
A força da gravidade foi um impulso inicial para a compreensão do que viria a ser o
conceito de pressão. Na primeira experiência, Torricelli, elaborou uma hipótese a
partir de um tubo de vidro contendo mercúrio (cujo peso específico é maior que o da
água) de exatamente 1 metro, emborcado em uma vasilha.
Figura 3: Manômetro.
Assim sendo a pressão absoluta só se modifica com a altitude, assim como Blaise
Pascal provou através de seu estudo, ao passo que a pressão relativa apenas
considera o diferencial, que está acima da atmosfera.
Para a maior parte dos processos o manômetro que mede a pressão relativa atende
às necessidades, para processos mais críticos onde uma reação deverá ocorrer a
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
uma exata pressão utilizam-se manômetros capazes de medir tanto a pressão
absoluta, quanto a diferencial, mas são bastante incomuns.
Considerando que a pressão é uma componente normal da força sobre uma área de
superfície observe a figura:
Note que cada flechinha (que chamaremos de vetor de força) aponta para uma
direção diferente, distribuindo-se ao longo da seção circular por igual.
Neste esquema é possível notar que o comportamento dos vetores de força (nossas
flechinhas) mudou! Agora estão todos apontando para a mesma direção. Pode-se
dizer que a há um acúmulo de forças em seções planas e quanto maior a área da
seção plana, maior será o acúmulo de forças naquela direção.
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CALDEIRAS
Qualquer equipamento pressurizado que possuir seções planas está sujeito a um
acúmulo de forças na mesma direção e, portanto, representa um risco maior.
Tome nota:
O lugar mais seguro durante um teste de pressão em uma caldeira fogo tubular é ao
lado do corpo cilíndrico. NUNCA em frente aos espelhos!
Na história há uma citação das dimensões da Arca utilizada para salvar os animais
do dilúvio, a arca tinha 3 pavimentos num total de 30 côvados de altura, 50 côvados
de largura e 300 côvados de comprimento, ou seja, convertendo para o Sistema
Internacional de Unidades de Medida seria 13,5 metros de altura, 22,5 metros de
largura e 135 metros de comprimento, estimados pelo matemático russo Yakov
Perelman, que estabeleceu o tamanho de 1 côvado em 45 cm.
Heis que surge o metro! O metro é uma unidade de medida criada pelos astrônomos
Jean-Baptiste-Joseph Delambre e Pierre-François-Andrè Méchain, na tentativa de
unificar unidades de medida.
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CALDEIRAS
Ao estabelecer a distância correta de 1 metro, uma barra de platina-irídio com o
exato tamanho da nova unidade fora criada para que todos tivessem acesso à
medida (esta barra atualmente está em exposição no Museu do Louvre em Paris).
A criação de unidades de medida seguiu seu curso, unificando as unidades de
comprimento, tempo e massa. E, a partir destas 3 principais, as derivadas que
utilizamos em nosso dia-a-dia.
Exemplos:
Velocidade = unidade de medida que deriva de uma distância em relação a um
tempo percorrido: m/s; km/h, etc.
Peso = unidade de medida que deriva de uma massa sujeita a uma força: kgf, N, etc.
Pressão = Unidade de medida que relaciona uma força aplicada a uma área:
kgf/cm²; Pa (Pa é Pascal, a unidade de medida cujo nome é uma homenagem a
Blaise Pascal), bar, torr (torr é a unidade de medida cujo nome advém de Torricelli, e
é uma homenagem a Evangelista Torricelli), etc.
Exemplo:
Suponha que queira converter 15 bar para a unidade em kPa, neste caso multiplique
o número 15 por 100 = 1.500 kPa.
Suponha que queira converter os 32 PSI, usados para calibrar os pneus do seu
carro em bar, multiplique 32 por 0,06895 = 2,2064 bar.
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O calor sempre flui do “mais” para o “menos”, sempre será transferido do lugar onde
há maior energia térmica para o lugar onde houver menor energia térmica.
“Temperatura é a medida da quantidade média de energia cinética das partículas em
um corpo ou sistema”.
Nas duas formas de transferência acima citadas é necessário que haja contato,
entre sólidos, entre fluidos ou entre sólidos e fluidos. Esse contato não é necessário
na transferência de calor por radiação.
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Podemos dividir o calor de 3 formas diferentes: Calor Sensível, Calor Latente e Calor
Específico.
1.3 TERMODINÂMICA
1.3.1 Conceitos
Num ciclo perfeito a bomba adiciona energia apenas à água que entrará na caldeira,
em uma Compressão ideal que chamaremos Adiabática. A Caldeira fornece energia
térmica apenas à água, transformando-a em vapor, e este processo receberá o
nome de Expansão Isotérmica. Em estado de vapor passa pela turbina
transformando toda a sua energia em movimento, resultando em um trabalho ideal
que chamaremos de Expansão Adiabática. Ao sair da turbina o vapor passa por um
condensador entregando todo o seu calor, para retornar ao estado líquido, numa
Compressão Isotérmica.
O ciclo acima descrito, é um ciclo ideal, onde não existem perdas e foi proposto por
Nicolas Léonard Sadi Carnot.
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No ciclo ideal de Carnot não há perdas, portanto não há geração de entropia e não
existe!
Suponha que sua esposa, ou mãe, esteja cozinhando um belo almoço de família.
Ela liga o forno e espera que seu interior esteja na temperatura correta para assar
um frango. O calor produzido pelo forno assa o frango, aquece a assadeira, aquece
o próprio forno e até a cozinha. Num ciclo ideal sem perdas todo esse calor seria
absorvido apenas pelo frango. Ou pelo menos retornaria para o frango uma vez que
o forno fosse desligado, mas não é assim que as coisas funcionam, não é mesmo?
Figura 10: Enquanto o homem assa as aves o calor também se dissipa ao longo da cozinha.
Neste ponto, contando com as perdas, em algum lugar próximo deste sistema a
temperatura da vizinhança e do sistema estará em equilíbrio.
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1.3.2 Vapor saturado e vapor superaquecido
Considerando tudo o que foi aprendido até o momento vamos agora juntar todos os
conceitos e conhecimentos adquiridos até este ponto.
Imagine que ao adicionar pressão o ponto de calor latente da água mude, e que o
calor sensível permaneça por mais tempo. Que a água em vez de transformar-se em
vapor a 100ºC transforme-se em vapor apenas ao atingir a temperatura de 150ºC.
Pois é isso mesmo o que a Caldeira faz! Ao adicionar pressão, a caldeira é capaz de
produzir vapor em temperaturas muito maiores do que os 100ºC que nosso fogão é
capaz de produzir.
Veja a última linha da tabela de vapor saturado e perceba que a máxima pressão a
ser utilizada em uma caldeira não poderá ultrapassar 22.000 kPa (220bar). Este é o
ponto de criticidade máxima e neste ponto de saturação a temperatura é de
373,71ºC.
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Neste tipo de projeto especial os aços utilizados são os de melhor qualidade e mais
resistentes e os cuidados com o dispositivo são muito maiores.
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Petroleum Institute e é largamente aceita tanto no Brasil quanto em outros países no
mundo.
Para que seja possível a extração dos óleos medianos, pesados e extrapesados é
necessário aquecê-los, para tanto, duas perfurações são feitas nas rochas
reservatório: Uma para extração e uma para injetar o vapor que promoverá o
aquecimento. A sonda de extração está diretamente conectada a um processo de
armazenamento e refino. A sonda de aquecimento está conectada ao processo que
produz vapor (as caldeiras).
O vapor, ao entrar pela sonda injetora, troca calor com os óleos, mudando suas
propriedades e permitindo que escoem para fora da rocha reservatório.
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1.4.1 Conceitos fundamentais
A água é tida como um fluido incompressível, ao passo que os gases são tidos como
fluidos compressíveis.
A água ao tornar-se vapor aumenta de 6 a 8 vezes o seu volume. Esse novo volume
pode ser comprimido ao adicionarmos pressão a ele. Em uma caldeira a massa de
vapor e água estão confinados, a água, incompressível por natureza ocupa o espaço
maior e o vapor comprimido forma uma lâmina superior.
Outro conceito importante é a viscosidade que pode ser descrita como a resistência
de um fluido ao escoamento. Para que um fluido escoe deverá submetido à forças
de cisalhamento entre suas camadas.
A viscosidade do fluido está intimamente relacionada com a velocidade com que ele
é capaz de escoar de um reservatório, ou mesmo ao longo de uma linha ou
tubulação.
A Vazão pode ser descrita em função do volume por um tempo determinado, V(t), ou
em função da massa pelo tempo, M(t).
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A capacidade de uma caldeira normalmente é expressa em função da vazão
mássica por um tempo determinado, exemplos: 10 quilos de vapor por hora (10kg/
h), ou 50 toneladas de vapor por hora (50ton/ h).
Toda vez que aplicarmos pressão em uma linha ou tubulação aumentamos a vazão
naquele ponto, através da promoção de aumento de forças de cisalhantes. Quando
as forças cisalhantes são aplicadas de maneira contínua e regular o fluido responde
com um tipo de escoamento que chamaremos laminar. O escoamento laminar é um
fluxo contínuo e organizado.
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Toda vez que um fluxo se torna turbulento a média da energia cinética contida no
fluido diminui, acarretando em perda de velocidade e diminuição da pressão do
fluido naquela dada seção.
Quando o vapor perde pressão tende a retornar ao estado líquido, assim sendo o
fluido com partículas em ponto de orvalho torna-se um misto de vapor saturado e
condensado.
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A ideia de partículas elementares foi proposta pela primeira vez por Demócrito, um
filósofo grego que viveu no Século V a.C. Demócrito acreditava que tudo era
composto de partículas minúsculas, indivisíveis e imutáveis, movendo-se livremente
em espaços vazios e que ao se chocarem, umas com as outras, formavam ligações
diferentes dando origem aos vários corpos diferentes que existem.
Suas ideias seriam valorizadas no futuro, muitos séculos depois, e explicariam todas
as interações que conhecemos hoje.
Seria somente a partir do final do Século XVI que a química passaria a ser
reconhecida como uma ciência experimental. Novas teorias sobre ideia de partículas
elementares começaram a nascer dando origem à noção de elementos químicos,
suas interações, ligações e os fenômenos produzidos pela existência deles.
Até o século XIX haviam sido descobertos apenas cerca de 50 elementos diferentes
(dos 118 confirmados atualmente) e até o momento não se sabia como organizá-los.
Foi então que em 1869 o químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleiev publicou a
primeira tabela periódica com os elementos dispostos de maneira organizada
listando os elementos em linha ou coluna. A tabela de Mendeleiev era especial em
relação às outras publicadas até o momento, pois o químico pressupôs que existiam
elementos que ainda não haviam sido descobertos, deixando espaço vagos para a
entrada deles no futuro e a organização da tabela seguia uma linha de raciocínio
diferente com os elementos agrupados por famílias e com o números atômicos em
ordem crescente.
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A própria premissa de que haviam elementos faltantes levou aos cientistas a realizar
experimentos para acelerar a descoberta dos mesmos. E foram muitos os momentos
em que as novas descobertas brilharam.
Figura 15: O elemento atômico Radio (Nobel de 1911) e a Penicilina (Nobel de 195).
2.1 DENSIDADE
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Figura 16: Corpos de diferentes densidades se comportam de maneira diferente quando colocados em recipientes
com água.
A Densidade determina a maneira como fluidos e corpos interagem entre si. Fluidos
e corpos de menor densidade tendem a movimentar-se para cima, ao passo que
fluidos com densidade maior tendem a se movimentar naturalmente para baixo. A
movimentação natural destes fluidos está intimamente relacionada com o conceito
de convecção.
Exemplo:
1 Litro de água possui uma massa de 1kg. Ao aquecer essa massa de 1 kg de água,
vaporizando-a ela passa a possuir um volume de 6 a 8 vezes maior. Neste caso a
densidade mudou, porque a relação de volume e massa específica mudou, com a
adição do calor.
Água e vapor, com densidades diferentes dividem o mesmo espaço, A água na parte
mais inferior e o vapor na parte superior, movimentados apenas pela convecção
natural que a presença de energia térmica, proveniente do fogo, pode gerar.
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É por esta razão que o ar condicionado é sempre instalado próximo ao teto dos
ambientes e os aquecedores próximos ao chão. A densidade do ar, quente ou frio,
determina quais partículas se movimentarão naturalmente para cima e quais se
movimentarão naturalmente para baixo.
Curiosidade:
Em 2005, o Furacão Katrina, passou pela costa sudeste do Estados Unidos
provocando cerca de 1800 mortes e mais de 2 bilhões de dólares de prejuízo. Um
dos maiores furacões já registrados com ventos avassaladores de mais 280 km/ h.
De tempos em tempos ouve-se um alerta de furacões e você pode estar se
perguntando por que esses tais ciclones acontecem sempre nos mesmos lugares?
2.2 SOLUBILIDADE
O conceito de solubilidade pode ser definido com o a quantidade máxima que uma
substância (chamaremos de soluto) pode se dissolver em um solvente.
A Solubilidade está relacionada com a polaridade do solvente e a polaridade, por
sua vez, está relacionada com a eletronegatividade de um elemento ou molécula.
Cada elemento químico possui uma ou mais camadas contendo elétrons (e⁻),
carregados negativamente. Para que haja equilíbrio, cada camada, em teoria,
deverá possuir um número correto de elétrons, sendo:
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1ª Camada: 2 e⁻, 2ª Camada: 8 e⁻, 3ª Camada: 18 e⁻, 4ª Camada: 32 e⁻, 5ª Camada:
32 e⁻, 6ª Camada: 18 e⁻ e a 7ª Camada: 2 e⁻.
Figura 19: Estrutura básica de um átomo com seu núcleo contendo prótons e nêutrons e suas camadas de elétrons.
Facilitando o pensamento:
Os átomos possuem cargas positivas (prótons), neutras (nêutrons) e negativas
(elétrons). A Massa de um átomo está relacionada ao número de prótons e neutros
que ele possui. E o número atômico relacionado apenas ao número de prótons que
ele possui. O Número atômico determina o número de camadas de elétrons e de
elétrons em cada camada. Sendo assim o Hidrogênio de número atômico: 1, deverá
possuir 1 elétron. O Oxigênio de número atômico 8 deverá possuir 8 elétrons.
Facilitando o pensamento:
Quando aquecemos a água no estado líquido um fenômeno de formação de bolhas
precede a vaporização da água, isso ocorre porque à medida que a água se aquece
os gases, que antes estavam dissolvidos nelas, têm sua solubilidade diminuída e
começam a se soltar. Como a densidade dos gases é menor do que a da água é
possível perceber a movimentação natural das bolhas para cima, explodindo quando
chegam à superfície.
Toda vez que houver um gradiente de concentração entre duas ou mais substâncias
um fluxo de partículas será produzido, ou seja, quando houver diferença de
concentração entre duas seções uma movimentação natural ocorrerá, com o
objetivo de promover equilíbrio entre as duas seções devido à diferença de potencial
químico entre as substâncias. Este potencial químico é uma forma de energia
potencial que poderá ser absorvida ou libertada durante uma reação química.
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Veremos mais sobre essas substâncias no Capítulo 6 desta apostila, e sua utilização
no tratamento de água.
Em caldeiras, a fim de evitar a corrosão, utiliza-se água com pH mais elevado, mais
básico (alcalino).
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2.5 FUNDAMENTOS BÁSICOS SOBRE CORROSÃO
O minério de ferro, nada mais é do que o ferro em sua forma natural, ou seja,
oxidada. As formas mais usuais de minério de ferro nas principais jazidas do mundo
são as magnetitas e as hematitas, contendo cerca de 70% de material metálico e
30% de oxigênio.
Tabela 02: Composição química e Percentual de Ferro dos principais Minérios de Ferro.
Fórmula
Minério % de Ferro % de Oxigênio
Química
Magnetita Fe3O4 69 31
Hematita Fe2O3 70 30
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A corrosão pode se dar de várias formas, quando da exposição do material à meios
contendo umidade, oxigênio e hidrogênio.
Corrosão uniforme:
A corrosão uniforme é aquela em que o ataque é homogêneo em toda a superfície
do material, causando perda de espessura uniforme ao longo de toda a área
acometida e se apresenta de forma superficial.
Corrosão alveolar:
A corrosão alveolar tem a imagem de pequenas bolhas (buraquinhos) onde o
diâmetro de superfície é maior do que sua profundidade, são comuns em casos de
corrosão por aeração.
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Corrosão intergranular:
A corrosão intergranular é a corrosão que se dá na estrutura do cristalino do
material, entre os grãos que o compõe. Este tipo de corrosão é observável apenas
através do microscópio. Para tanto, sua avaliação deve ser realizada através da
retirada de uma seção do material (corte), ou quando não houver possibilidade corte,
através de Ensaio de Réplica Metalográfica.
Corrosão filiforme:
A corrosão filiforme se dá através de pequenas trincas que se alastram através do
material, formando um emaranhado de vias.
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Corrosão galvânica:
A corrosão galvânica é resultante da formação de uma camada elétrica, promovida
pela própria umidade, na superfície do material formando áreas catódicas e
anódicas.
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Até 1921, ainda que de posse do material produzido pelo ASME, cada estado e país
possuía suas próprias regras para equipamentos pressurizados. Uma caldeira que
fosse construída no Estado da Califórnia raramente atendia aos pré-requisitos do
Estado de Nova York, a Caldeira projetada em Nova York não atendia as regras de
Massachusetts e assim por diante, então houve a necessidade de criar um órgão
regulamentador, que garantisse a todos os estados e a grande maioria dos países
que as regras de construção do ASME fossem seguidas. Atendendo à necessidade
de tornar os equipamentos aceitos para Instalação e Operação em qualquer lugar foi
criado o NB.
O que garante que tais equipamentos terão durabilidade igual ou maior do que os 25
anos propostos é justamente os próximos 4 pilares: Instalação, Manutenção,
Operação e Inspeção.
Para que um equipamento opere satisfatoriamente é necessário que tenha sido bem
instalado e que tenha sido submetido a manutenções de qualidade.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Até a década de 40 as manutenções ocorriam por ocasião, ou seja, um componente
quebrava e uma parada obrigatória para o conserto daquele componente ocorria.
Toda vez que uma linha de produção para toda a matéria prima e produtos não
finalizados que aquela linha contém são perdidos e isso resulta em uma grande
perda financeira.
Exemplo:
Se uma lâmpada, na sala de Caldeiras, queima a troca da mesma não exige a
parada da produção, não representa nenhum custo superior ao custo da própria
lâmpada e não há necessidade de contratar uma equipe especializada para a sua
troca, portanto não há necessidade de deslocar um engenheiro para realizar um
estudo extenso e cuidadoso à cerca da vida útil desta lâmpada, testando-a e
realizando ensaios periódicos. Neste caso a lâmpada teria um custo muito maior do
que precisa realmente ter, assim sendo a manutenção corretiva cabe perfeitamente.
Cada componente e cada equipamento pode ser submetido aos 3 tipos de
manutenção. As caldeiras normalmente passam por manutenções preventivas
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
anuais, que coincidem com as Inspeções, alguns de seus componentes podem
receber manutenção preditiva e alguns manutenção corretiva.
Segundo a NR-13, toda caldeira deverá passar por inspeção durante a sua fase de
fabricação, antes de ser colocada em funcionamento, em seu local de instalação
definitivo, periodicamente para garantir que esteja em condições satisfatórias de
operação e extraordinária quando passar por manutenção com solda ou
mandrilhamento ou por algum tipo de intervenção que possa influir em sua vida útil.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Ao final das primeiras etapas o Profissional certificado deverá proceder com o Teste
Hidrostático obrigatório.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Curiosidade:
Não é obrigatório que uma caldeira possua o estampo ASME ou NB para operar
num determinado país ou região, desde que o equipamento cumpra com as regras
estabelecidas naquele lugar. Ainda que não receba o estampo, as caldeiras no
Brasil passam por rigorosos testes e ensaios antes de ser colocadas em
funcionamento e esta é justamente a função da NR-13.
Curiosidade:
São muitos os fabricantes que submetem seus equipamentos a uma radiografia das
soldas. Essas radiografias podem ser em 100% das soldas ou menos, mas não são
obrigatórias. O código ASME prevê que nem sempre serão realizadas as
radiografias em todos os cordões de solda, portanto oferece coeficientes para o
cálculo que variam de 0,7 a 1 de margem de erro.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Após todas as verificações iniciais o profissional habilitado prosseguirá com o Teste
de Estanqueidade.
Agora a caldeira está pronta para entrar em funcionamento e ser operada por
profissional qualificado, segundo exigências da NR-13.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Durante toda a vida útil da Caldeira, esta passará por inspeções periódicas até seus
25 anos, quando a inspeção deverá ser mais rigorosa.
Dentre os ensaios não destrutivos mais usuais estão o Ensaio por Líquido
Penetrante.
A. Preparação da Superfície que será testada que deverá estar limpa e livre de
sujidades e seca. A temperatura adequada para o ensaio, proposta pelo
ASME, está afixada entre 10ºC e 52ºC.
B. Aplicação do passo nº 1 que consiste de um líquido vermelho. Cobrindo toda
a superfície testada.
C. Aplicação de um removedor, à base de solvente, que eliminará todo o
excesso de pigmento vermelho da superfície testada.
D. Aplicação de um revelador, na cor branca, que revelará as falhas contidas no
material.
Existem outros ensaios não menos importante, porém menos corriqueiros. Entre
eles pode-se citar o ensaio por Partícula Magnética e o Ensaio de Réplica
Metalográfica.
Figura 39: Desenho esquemático de um Ensaio po Particula Magnética extraída do National Board.
O Ensaio por réplica metalográfica é um ensaio que tem por objetivo definir o tipo de
material com os quais a caldeira fora construída e suas condições gerais.
Normalmente é utilizado quando necessária a reconstrução de um prontuário de
equipamento ou quando há indicativos de condições que alteram a microestrutura do
material, como fluência de carbono e demais estresses mecânicos e térmicos que
podem ocasionar mudanças não visíveis a olho nu.
De todos os ensaios acima descritos os mais comuns não destrutivos são o Teste de
Estanqueidade, Medição de Espessura por ultrassom e o Ensaio por Líquido
Penetrante em Caldeiras durante sua inspeção periódica.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Os demais ensaios normalmente são dedicados à inspeção de integridade quando o
equipamento completa 25 anos de uso e quando for necessário realizar uma
manutenção com solda ou mandrilhamento e neste caso, submetendo o
equipamento a uma inspeção extraordinária.
3.3 REGISTROS
A. Uma capa e/ ou uma folha de rosto que contém todos os dados contidos na
placa de identificação do equipamento e dados de projeto.
B. Conjunto de desenhos e especificações necessárias para acompanhamento e
manutenção do referido equipamento.
C. Espessuras mínimas requeridas dos materiais utilizados pelo fabricante, para
a operação na pressão de projeto e por vezes a espessura nominal dos
mesmos.
D. Conjunto de certificados de qualidade dos materiais, ensaios realizados,
qualificação dos profissionais envolvidos em cada fase do projeto e
fabricação.
E. Dados dos dispositivos de segurança e certificados de calibração referentes à
fase de fabricação.
F. Memória de cálculo e descritivo dos métodos de fabricação utilizados.
G. Registros e documentos referentes às inspeções, testes e ensaios realizados
durante a fabricação.
H. Registro do Teste Hidrostático de Fabricação.
Sem um prontuário o equipamento não pode ser operado, pois não haverá
referências e parâmetros seguros para a operação em segurança.
Para saber:
O Teste Hidrostático, embora muito difundido, é destinado apenas à fase de
fabricação e após manutenções com solda ou mandrilhamento em equipamento
pressurizados e NUNCA deverá ser realizado em pressão acima da pressão
proposta na placa de identificação do equipamento.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Todos os documentos citados acima devem estar disponíveis para a equipe
responsável pela segurança do trabalho, CIPA e principalmente para os operadores
envolvidos diretamente com o trabalho com caldeiras.
Caso a caldeira venha a ser inadequada para o uso, antes de sucateada, deverá
receber um encerramento formal, a ser registrado no Livro de Registro de
Segurança.
É dever do operador ler o manual fornecido pelo fabricante antes de operar uma
caldeira!
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Apenas se sabia que ao adicionar calor (energia térmica) à água no estado líquido
ela vaporizava e que o vapor continha uma grande quantidade de energia térmica
nele e por isso era capaz de realizar trabalho.
A pressão pode ser aumentada ou diminuída dentro do cilindro com água de acordo
com a massa do contrapeso escolhido.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Pois bem, sabendo que a energia contida no vapor é capaz de realizar trabalho e
que a pressão é capaz de alterar o ponto de saturação da água, Thomas Savery
criou a primeira máquina movimentada por vapor destinada a remover água de
minas inundadas em 1698.
Curiosidade:
A água na forma líquida ocupa um espaço (volume) de 6 a 8 vezes menor do que o
vapor.
A invenção de Savery era muito grandiosa e permitiu que muitas minas de carvão
inundadas voltassem à ativa, mas a maior das invenções daquela época ainda
estaria por vir.
Essa invenção de James Watt seria nos anos seguintes o maior impulsionador da
Revolução Industrial. E a partir dela o mundo inteiro se movimentaria com maior
rapidez e segurança.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
A máquina de James é a precursora da locomotiva a vapor.
Curiosidade:
Em meio a tantas invenções utilizando vapor um americano chamado Sylvester H.
Roper produziu a primeira motocicleta à vapor. Certo de que sua invenção seria um
total sucesso ele desafiou ciclistas campeões da época em uma corrida onde iria
estrear sua invenção. E foi mesmo uma surpresa! O Americano conseguiu atingir a
incrível velocidade de 48 km/ h! Ao terminar a primeira volta da corrida, empolgado,
Rope se pôs a começar uma segunda volta com o objetivo de alcançar uma nova
marca! E acidentou-se! Caindo morto na pista. Todos pensavam que ele tinha
morrido no acidente, porém a autópsia do corpo de Rope revelou mais tarde que o
acidente, na verdade, foi causado por um infarto fulminante sofrido pelo inventor.
Acredita-se que Rope infartou de tanto entusiasmo e felicidade ao perceber que seu
invento era realmente fabuloso!
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Nesta seção do curso falaremos muito sobre as Seções I (diretrizes para o projeto e
construção de Caldeiras) e Seção II (lista de materiais ensaiados e disponíveis para
a construção de equipamentos pressurizados).
Todo material destinado à construção de Equipamentos pressurizados deve ter suas
características conhecidas, tanto no quesito composição, quanto no quesito
resistência.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Tabela 03: Especificações de qualidade dos materiais segundo ASME.
MATERIAL Designação
SA-202 Liga de aço, cromo, manganês e silício
SA-204-405 Liga de aço molibdênio
SA-240-405 Liga de aço (ferrítico inoxidável) e cromo
SA-285 Aço-carbono de baixa e média resistência à tração
SA-299 Aço-carbono, manganês e silício
SA-302 Liga de aço, molibdênio-manganês e manganês-
molibdênio-níquel.
SA-387 Liga de aço, cromo-molibdênio
SA-515 Aço carbono para média e alta temperatura
SA-516 Aço-carbono para moderadas e baixas temperaturas
SA/AS 1548 Aço para equipamentos pressurizados
SA/EM 10028-2 Aço para fabricação de seções planas sujeitas a pressão
SA/JIS G3118 Aço carbono para média temperatura.
Para que um material possa fazer parte desta lista ele deve ser submetido a uma
série de exames e ensaios. Entre eles, os mais importantes são a Metalografia, e o
Ensaio de Resistência à Tração.
A Metalografia permite que a estrutura interna do aço seja conhecida. Uma amostra
do material é enviada a um laboratório, no laboratório o material recebe uma
preparação com técnicas de lixamento e polimento para que a sua superfície fique
livre de quais matérias (orgânicas e/ ou inorgânicas) que são sejam essencialmente
do material. A seguir aplica-se um ataque químico que revelará a microestrutura do
material e o deixará pronto para a visualização no microscópio.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
depende do teor de carbono apresentado pelo aço original. A têmpera é um
processo de aquecimento do aço seguido de um rápido resfriamento.
Ainda no campo da ciência dos materiais é necessário entender o que o teor de
carbono é capaz de influenciar no comportamento de um aço:
Quanto maior o teor de carbono maior será sua resistência à tração (ductilidade),
maior será sua dureza e menor será sua resistência ao teste de impacto de Charpy,
que determina a quantidade de energia que o aço é capaz de absorver antes de
fraturar-se.
Para este ensaio um corpo de prova com seção cilíndrica e extremidades roscadas é
fabricado conforme exigido pelo ASME.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
O diagrama mostra o comportamento do aço ensaiado ao receber o estresse de
alongamento e descreve as seguintes curvas:
Zona Elástica: Nesta fase o aço se alonga, mas não ocorrem danos à sua
microestrutura. Caso o ensaio seja abortado neste momento o aço volta à sua
condição original.
Zona Elástico-Plástica: Nesta fase do ensaio o aço começa a absorver
energia para ruptura, a estrutura do cristalino começa a modificar-se e os
grãos se reorganizam para continuar resistindo ao estresse aplicado. Nesta
fase a taxa de alongamento diminui tendendo a zero.
Zona Plástica: Nesta fase a deformação do cristalino é completamente
irreversível é possível observar uma nova taxa de alongamento. Desta vez o
material sofre uma diminuição na espessura de sua seção cilíndrica
(adelgaçamento) que permite essa última taxa de alongamento que antecede
a sua ruptura.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
aços, caso um fabricante deseje fornecer material para construção de equipamentos
pressurizados.
Caldeiras Aquatubulares são aquelas onde água e vapor de água circulam na parte
interna dos tubos. Normalmente são aplicadas em plantas que geram energia
elétrica como atividade exclusiva ou em alguma parte de seu processo como
Termoelétricas, Usinas de Álcool e Açúcar e Fábricas de Papel e Celulose.
Os tubos Risers são os tubos ascendentes por onde a água quase em ponto de
saturação sobe para tornar-se vapor no tubulão superior. Downcomers são
descendentes, nestes tubos a água condensada desce para os coletores inferiores.
O Tubulão Superior (ou tubulões superiores) é a alma da caldeira. Nele estão água
pressurizada em ponto de saturação e vapor (usualmente 2/3 preenchidos com água
no estado líquido 1/3 com vapor).
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
tubulão superior. Esse tipo de aplicação serve para controlar a velocidade de
vaporização e proteger a parede de tubos da fornalha.
Curiosidade:
A Energia Elétrica no Brasil teve um caminho mais lento e tortuoso do que em
alguns países do mundo. Até meados dos anos 60 a energia elétrica produzida era
pouca. A maior parte das casas não possuíam aparelhos elétricos/ eletrônicos e o
maior consumo era feito pelas indústrias. Com a criação da Eletrobrás em 1961
(proposta por Getúlio Vargas e sancionada por Jânio Quadros) passou a trabalhar
em projetos de criação de Usinas para Geração de Energia Elétrica e melhorias na
transmissão e distribuição, o que deu um grande impulso para uma nova onda de
industrialização e aqueceu a economia.
De fato a oferta de energia elétrica era tão grande que o governo ofereceu incentivo
às industrias pra consumi-lo. É válido dizer que a energia elétrica gerada, não pode
ser reservada, ou estocada. Ou utiliza-se a energia elétrica ou se perde (já existem
pesquisadores dedicados à novas possibilidades de uso e armazenamento de
energia elétrica, porém não há nada concreto ainda para ser utilizado em larga
escala).
Com o novo incentivo do governo e energia elétrica a preços baixíssimos muitos
investidores decidiram pela compra de Caldeiras Elétricas no Brasil, mas seu uso
não durou muito. Já na década de 80 e 90 o custo da utilização da energia elétrica
tornava inviável o uso de Caldeiras Elétricas. Adicione-se a isso a crescente
necessidade de vapor para aumento da produção de bens de consumo e outros e
ficam mais claras as razões pelos quais esse tipo de Caldeira caiu em desuso.
Curiosidade:
Normalmente o projeto de uma caldeira começa pelo combustível que se deseja
queimar e pela quantidade de vapor que se deseja gerar à uma determinada
pressão.
Sabe-se que o combustível transmite calor por radiação, sabe-se também que a
fornalha está exposta à radiação e à convecção dos gases quentes produzidos pela
combustão. Quanto um combustível sólido queima a sua chama produz calor à
temperaturas superiores a 1500ºC, porém o material do qual a caldeira é construída
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
suporta até cerca de 600ºC. Sendo assim, a chama ao tocar a chaparia resulta em
estresse térmico.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
caldeira responde com aumento de ventilação primeiro e depois aumento da
velocidade de esteira.
A maior parte das caldeiras movidas a combustível sólido são acendidas através de
tochas de gás ou de algum combustível líquido, pois é necessário que a fornalha já
esteja em uma temperatura apropriada para que o combustível sólido comece a
queimar e para que as emissões de poluentes sejam minimizadas.
Além disso as caldeiras mais modernas também podem possuir fornalhas com leito
fluidizado. O leito fluidizado consiste na deposição de grânulos sobre uma grelha por
onde ar circula em velocidade suficiente para revolver os grânulos e criar um fluxo
de partículas dentro da fornalha.
Facilitando o pensamento:
Imagine uma tempestade de areia no deserto, imagine que essa tempestade está
criando um pequeno tornado com essa areia. Esta é a imagem que o leito fluidizado
tem.
Cada projeto tem a sua especificidade, quanto maior o projeto, maior a tecnologia
empregada.
Os combustíveis líquidos mais comuns para caldeiras são o Diesel e Óleo BPF. O
poder calorífico do Diesel é cerca de 10.000 kcal/ kg e do Óleo BPF 9.500 kcal/ kg.
Tanto o Diesel quanto o BPF possuem chamas alongadas e de diâmetro curto,
excelentes para Caldeiras Fogotubulares.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
para a queima aspergindo o óleo combustível com vapor ou ar comprimido ou o
atomizando.
Facilitando o pensamento:
Imagine um desodorante spray. Quando acionamos a válvula o conteúdo do frasco
sai em forma de uma pequena nuvem úmida.
Neste tipo de caldeira o conjunto do queimador é composto pelo bico, uma câmara
interna de mistura (ar ou vapor), quando houver e um ventilador responsável por
soprar o ar dentro da fornalha.
O ventilador entra primeiro realizando uma purga na fornalha. Essa purga inunda a
fornalha de comburente e também tem o objetivo de eliminar qualquer excesso ou
sobra de uma combustão anterior dentro daquele espaço. Após o ventilador em uma
fração de segundo de diferença ocorre a entrada do combustível (abertura da
solenoide do óleo) e um centelhador cria um arco de corrente elétrica responsável
pela ignição. Uma vez em chama a própria temperatura da fornalha cuidará para que
o combustível faísque e continue a se queimar.
O centelhador é fixo em uma proteção de cerâmica que serve como isolamento para
que o arco de corrente fique apenas entre os dois eletrodos e não se dissipe.
Facilitando o pensamento:
Com o avanço tecnológico os fogões de nossas casas passaram a possuir
centelhadores também. Atualmente não é mais necessário acender a chama com
fósforos ou isqueiros. O princípio de funcionamento do centelhador de uma caldeira
é o mesmo dos fogões de nossas casas.
Todo este processo entre a purga e a ignição ocorre em cerca de 1 minuto. Após
essa primeira fase uma fotocélula detecta a permanência ou não da chama através
da emissão de sua luz. Enquanto a fotocélula detectar luz a solenoide do óleo
permanece aberta. Caso haja falha na luz a fotocélula envia um comando ao painel
de fechamento da solenoide do óleo e a alimentação de combustível cessa. Em
caso de falha na ignição o processo recomeça com a purga, combustível e ignição.
Em geral esse processo ocorre 3 vezes, se em nenhuma das 3 houver chama a
caldeira desarma automaticamente por segurança.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
equipamento durante a partida quando ele estiver frio para que não ocorra
superaquecimento de nenhuma área da Caldeira.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Consideremos uma caldeira crítica que produza vapor saturado à 200 bar em uma
temperatura de 365ºC, destinada à produção de energia elétrica. Como fazer quem
com que esse vapor chega à temperatura de 560ºC¿ Para estes casos é necessário
o projeto do superaquecedor.
O vapor que move a turbina deve passar por ela superaquecido e sair saturado em
teoria, porém nas aplicações práticas o vapor entra e sai superaquecido. A sobra
deste vapor será usada no processo da fábrica de papel e celulose ou mesmo em
uma usina de Álcool e Açúcar.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Para que haja economia de combustível pode-se também instalar economizadores.
Os economizadores são sistema de pré-aquecimento da água antes de sua entrada
na Caldeira.
Um motor elétrico gira o rotor interno da bomba que transfere energia a água para
vencer a pressão à montante.
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72
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Importante:
O termo “à montante” refere-se ao fluxo contra-corrente. No caso de Bombas
centrífugas o fluido chega à turbo máquina em uma pressão mais baixa do que a
pressão que deverá vencer para entregar a água ao equipamento. Como a pressão
inicial do fluido é mais baixa do que a pressão final após a bomba, chamamos de
pressão “à montante”. O fluxo contrário, onde a pressão inicial é mais baixa e a final
é mais alta, é denominado “à jusante”.
Ao contrário das caldeiras a gás ou óleo, que os queimadores são cortados no caso
de falta de energia, as caldeiras a combustível sólido permanecem com a chama
acesa até que o combustível dentro de sua fornalha queime por completo.
O sistema auxiliar, neste caso, deverá garantir que a caldeira mantenha o nível de
água acima do feixe superior de tubos.
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73
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Dentro do dispositivo há um êmbolo que move-se para frente e para trás. O êmbolo
está acoplado a um tubo onde água transforma-se em vapor (aumentando seu
volume de 6 a 8 vezes) empurrando-o para frente. Ao ser empurrado para frente o
injetor alimenta a caldeira. Em seguida, ao resfriar-se, o vapor ali contido condensa
(diminuindo seu volume). À condensação promove-se um pequeno vácuo que puxa
o êmbolo para trás carregando seu corpo de água novamente, para reinício do
processo.
No geral, a maior parte das caldeiras utiliza-se de visores de nível de tubo cilíndrico
de vidro.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Suponha que uma caldeira opera em 10 bar (1.000 kPa), a tabela termodinâmica
anexada ao seu material mostra que o ponto de saturação da água dentro da
Caldeira é em cerca de 180ºC, observe no gráfico abaixo os pontos de calor sensível
e latente deste fluido.
T ºC
Saturação
Observe as temperaturas de
transformação água/ vapor em uma
Calor Calor caldeira que opera em 10 bar
Calor Latente Sensível
Sensível
180ºC 180ºC
Enquanto o último feixe de tubos estiver coberto com água no estado líquido é
garantido que a temperatura neles não ultrapasse os 180ºC, porém do momento em
que a lâmina de água descer e estiver abaixo dos tubos, o vapor poderá absorver
mais energia térmica e aumentar de temperatura colocando em risco a segurança do
equipamento.
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75
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Não existe operação segura de caldeiras sem que o operador saiba exatamente
onde está o nível de água de uma caldeira.
Além do visor de nível, a NR-13 estabelece que todas as caldeiras deverão possuir
“sistema automático de controle de nível com intertravamento que evite o
superaquecimento”, como consta no item: 13.4.1.3, alínea e).
Os sistemas de controle de nível por bóias são os mais simples. Consistindo de uma
bóia ligada a uma chave que comanda o circuito elétrico do painel para acionamento
da bomba d’água. Quando a bóia desce com nível de água a chave é acionada e o
painel responde ligando a bomba. Assim que o nível de água é reestabelecido, a
subida da bóia envia um comando de desligamento da bomba d’água.
O material do qual é construída a bóia deverá ter uma densidade menor que a da
água de forma de flutue sobre a mesma.
E podem ser de classes precisão diferentes. Para a maior parte das aplicações a
classe de precisão será B. Os manômetros de classe de precisão B registram as
pressões com mais ou menos 2% de margem de erro. Já os manômetros de classe
de precisão A1 registram as pressões com mais ou menos 1% de margem de erro.
Os de classe de precisão A2 com mais ou menos 0,5% de margem de erro. No geral
os manômetros de classe A de precisão são utilizados para calibração e na indústria
petroquímica.
Onde:
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
4.3.5 Dispositivos de segurança
A capacidade da válvula de segurança deve ser tal que consiga eliminar todo o
vapor gerado pela caldeira e devem ser fabricadas através de carregamento por
mola.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Quando duas ou mais válvulas forem instaladas na mesma caldeira todas elas
deverão, quando totalmente abertas, descarregar 100% do vapor causando
sobrepressão sem “martelar”. Assim sendo não deverão ultrapassar a marca de 30%
a mais destes 100% de descarga de vapor.
Para que uma válvula seja elegível para fabricação e aplicação segundo o método
ASME I ela deverá passar pelo teste de descarga durante sua fabricação.
As válvulas são obrigatoriamente constituídas de mola, sede, corpo e capuz,
podendo ou não possuir alavanca de teste.
Para que uma válvula funcione corretamente é necessário que siga as seguintes
regras:
Quanto maior a perda de carga, mais turbulento será o fluxo depois delas.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Válvulas esféricas são válvulas que tem como princípio o controle do fluxo e
recebem esse nome devido ao seu obturador.
Essa válvula tem uma particularidade interessante, quando a sua manopla está
alinhada com a tubulação significa que ela está aberta. Quando sua manopla está
em perpendicular à tubulação significa que ela está fechada. As válvulas esféricas
normalmente são aplicadas nas descargas de fundo de uma caldeira. Sua função é
causa um turbilhonamento no fluxo de saída, revolvendo a lama.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
aplicar mais força a ela. As válvulas de globo são normalmente aplicadas na saída
de vapor de uma caldeira.
As válvulas solenoides já citadas por tantas vezes anteriormente, são válvulas auto-
atuadas e podem ser permanentemente abertas ou permanentemente fechadas.
No geral as linhas devem conter o máximo de seções retas possível para evitar a
perda de carga e quando da necessidade da aplicação de curvas ou ramais devem
ser calculadas quanto à perda que causarão.
Os ventiladores para a tiragem forçadas serão aplicados sempre que a tiragem por
convecção natural não for suficiente para eliminar os fumos provenientes da
combustão.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
1ª Esteja sempre atento! A maior parte dos acidentes SEMPRE podem ser evitados
quanto tomamos medidas ao primeiro sinal de que algo não vai bem. NUNCA deixe
para pensar depois da ocorrência de um acidente ou incidente.
2ª Não corra! Você provavelmente pensará melhor em qual ação ou medida tomar
se mantiver-se calmo e andando tranquilamente. Correr pode aumentar ainda mais o
risco de acidentes!
3ª Crie o hábito da realização de testes de segurança na caldeira! Não negligencie
um teste de segurança. Principalmente das Válvulas de Segurança!
4ª Lembre-se sempre de anotar quaisquer intervenções (Inspeções, Manutenções,
Testes de Segurança) ou anomalias que presenciar ou observar na caldeira.
5ª Lembre-se sempre de conferir se TODAS as válvulas estão em posição de
operação (se as válvulas que devem permanecer fechadas estão efetivamente
fechadas e as que devem permanecer abertas estão efetivamente abertas).
6ª Esteja atento aos instrumentos o tempo todo. Não existe operação segura sem
Visores de Nível e Manômetros!
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
7ª Consulte SEMPRE o Manual do equipamento, o Prontuário e os documentos
gerados pelas Inspeções, eles contêm informações valiosas sobre a real condição
da caldeiras e instruções importantes para uma operação segura.
8ª NUNCA permita que curiosos e pessoas não autorizadas circulem livremente e
desacompanhados na sala ou área de Caldeiras.
9ª NUNCA permita o aumento o “set point” da calibração das válvulas de segurança
em pressões acima de 10% da pressão original estampada pelo fabricante!
10ª NUNCA permita qualquer tipo de manutenção ou intervenção por pessoas não
autorizadas e sem o consentimento e responsabilidade de um Profissional
Habilitado. Consulte o Engenheiro Responsável antes de proceder com qualquer
trabalho em uma caldeira.
11ª NUNCA parta uma caldeira antes de ter certeza que o equipamento está em
plena condição de operação.
12ª SEMPRE certifique-se das reais condições em que o equipamento fora entregue
aos seus cuidados. Leia o Relatório de Marcha do Operador anterior a você.
13ª NUNCA deixe de comunicar qualquer tipo de anomalia ou comportamento fora
do padrão da caldeira que está operando. As vezes um pequeno sinal, pode levar à
grandes consequências!
14ª NUNCA receba ou dê ordens verbais de mudança nos procedimentos aos
demais colaboradores envolvidos com o equipamento. Todas as mudanças
significativas deverão estar por escrito, por profissionais habilitados e responsáveis
pelo equipamento.
15ª Em caso de dúvida converse com o engenheiro responsável pelo equipamento.
Duas cabeças pensam melhor do que uma!
A operação segura de equipamentos exige conhecimento, responsabilidade e
atenção!
Caso a se pensar:
Em 1986, em um mundo em plena guerra fria, uma notícia mudou o curso da
história.
Na madrugada de 26 de Abril explodia o reator número 4 da usina Nuclear de
Chernobyl. A usina Nuclear de Chenobyl, construída na Ucrânia (antiga união
soviética), à poucos quilômetros de Kiev, era a mais nova aposta em produção de
energia elétrica. A usina possuía, até aquele momento, 3 reatores totalmente
operantes e um reator novo, o reator número 4 que acabara de entrar em operação.
O reator número 4 deveria produzir 3,2 MWatts de energia elétrica (hoje em dia esse
número seria considerado pequeno levando em conta que Itaipu possui 20 turbinas
geradoras de 700 MWatts cada).
Uma cidade fora construída à cerca daquela usina, Pripyat. Todos os trabalhadores
da usina moravam na cidade com seus familiares.
Um teste de segurança havia sido agendado para aquela madrugada, porém todos
os procedimentos de segurança na operação de instalações nucleares foram
negligenciadas pelo engenheiro chefe, o que levou à explosão do equipamento à
1:23h da manhã.
Muitas são as teorias que explicam as falhas e consequente explosão do reator
número 4, entre elas: Falhas no Projeto, Instalação, Manutenção e Operação.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
O desastre de Chernobyl custou muitas vidas, de forma direta e indireta. Aos que
não morreram em decorrência da explosão sobrou uma vida de sofrimentos
decorrentes da exposição à radiação e uma cidade fantasma que conta uma história
de destruição.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Cada caldeira possui uma curva de aquecimento que deve ser respeitada quando da
partida fria. E o primeiro passo começa na chama piloto, geralmente a gás.
A curva de aquecimento pode durar muitas horas e esta é uma informação valiosa
que está contida no manual da Caldeira e deve ser seguida.
Nas caldeiras à combustível sólido a curva de aquecimento deverá ser realizada, na
maior parte dos casos, com a combustão modulada em 30% de sua capacidade
total.
Exemplo:
Ligar em fogo baixo por 15 minutos, desligar e aguardar 30 minutos. Repetir o
processo 15 vezes, ou durante 3 horas.
Nas caldeiras à gás o processo de acendimento segue a mesma regra das caldeiras
à óleo.
Assim como na Caldeira à óleo, a caldeira à gás também repetirá o processo por
algumas vezes antes de desarmar.
Causas prováveis para a falha:
Após a partida o operador assume novas tarefas para manter a caldeira funcionando
em segurança. Todos os instrumentos devem ser mantidos calibrados e em boas
condições operacionais, segundo o item: 13.4.3.2
5.2.1 De temperatura
Quando a energia gerada pela chama está abaixo do esperado poderá haver
acúmulo de fuligem nas caixas de reversão de caldeiras à óleo.
Quando a energia gerada pela chama está acima do esperado poderá haver
superaquecimento de partes pressurizadas dentro da caldeira, principalmente na
fornalha.
5.2.2 De pressão
O ajuste do pressostato poderá ser feito pelo próprio operador quando necessário.
Em caldeiras totalmente manuais o operador é o único responsável pelo controle da
pressão na caldeira através da combustão. Neste caso a alimentação do
combustível e entrada de ar deve seguir uma rotina.
Em qualquer caso é necessário fazer uma verificação das razões que levaram a
caldeira à sobrepressão, caso se torne um problema recorrente e sem causa
aparente é necessário acionar o engenheiro responsável pelo equipamento e/ ou
instalação.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
As quedas de energia não são usuais, mas quando ocorrem normalmente não é
possível prever o seu retorno.
Não se desespere diante de uma situação de queda de energia, porém não confie
demais no gerador.
A primeira ação que o operador deve realizar é a abertura das tomadas (válvulas) de
entrada e saída (comunicação) do visor com a caldeira. A segunda ação é a limpeza
do tubo.
Com o visor de nível limpo, proceda com as demais ações relativas à alimentação
de água.
O controle de nível de água dentro de uma caldeira garante que o material da qual
fora construída esteja protegido conta o superaquecimento. Esse controle
normalmente será realizado de forma automática. Neste caso a atenção do operador
deverá estar voltada para a entrada e saída da bomba de água quando o visor de
nível mostrar nível baixo de água.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
A função do operador acompanha o grau de automatização das caldeiras e nunca se
tornará obsoleta. Em caso de falta de água em caldeiras à óleo ou à gás o operador
deverá realizar as seguintes ações:
Caso não seja possível parar o processo o operador deverá operar a admissão de
água manualmente até que a parada total seja possível, do contrário deverá parar a
caldeira.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
5.2.5 De poluentes
Existem 3 condições que deverão ser satisfeitas para que uma queima seja o
máximo possível próxima ao ideal:
Misturas ricas são aquelas onde o aporte de oxigênio é insuficiente. Misturas pobres
acontecem quando o aporte de oxigênio está acima da quantidade suficiente para a
oxidação completa do combustível. No caso de uma mistura rica, portanto
incompleta, a combustão ocasionará emissão de fumaça escura (preta) indicando
que há combustível de sobra. No caso de uma mistura pobre a fumaça sairá da
chaminé como uma nuvem branca. Para saber a exata quantidade de ar e
combustível que deve conter uma mistura um medidor de gases de combustão
deverá ser utilizado. O mais conhecido instrumento de medição é o ORSAT.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Além do ORSAT existem também medidores infravermelho que permite essa leitura
em tempo real, durante o funcionamento da caldeira, neste caso o operador poderá
ajustar a posição das entradas de ar com base nestes dados, para garantir o
máximo aproveitamento.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
5.2.6 De combustão
Como dito anteriormente, é necessário controlar a altura da chama de forma que ela
não toque a chaparia da fornalha. O controle de combustão durante a partida e
parada das caldeiras está citado no subtítulo 5.1 deste capítulo.
Cada caldeira está projetada para uma capacidade e uma pressão determinada e
afixadas. Não é possível aumentar a capacidade de uma caldeira aumentando a
chama. Ao aumentar a chama a caldeira consumirá mais combustível, e a
temperatura dos gases quentes provenientes da combustão aumentará na chaminé.
Esteja de olho no termômetro de chaminé. Ao atingir a pressão de trabalho
requerida para o processo em que a caldeira está interligada o aumento da
combustão apenas causará estresse térmico sem trazer benefício algum.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
operador poderá selecionar uma faixa de operação e mantê-la, levando em
consideração as informações de medição de poluentes em tempo real, se houver.
As falhas em caldeiras podem ocorrer por muitas razões e por isso a presença de
um operador é imprescindível.
A. Sujeiras: Os eletrodos não fazem a leitura correta do nível de água. Nas bóias
poderá ocorrer a paralização do braço móvel. Neste caso é necessário
realizar a sua limpeza.
B. O sistema não se comunica com o painel: Pane elétrica ou corrosão nos fios
não são incomuns, neste caso chame um eletricista.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Falta de água no reservatório de alimentação de água:
Se um queimador não entra quando deveria, ou não para quando deveria, verifique
se o pressostato está ajustado na pressão correta. Caso esteja poderá haver um
problema no painel, ou ainda a necessidade de calibração deste instrumento.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Podem haver falhas no ciclo de acendimento, como visto no subtítulo 5.1.2 e 5.1.3
deste capítulo. Verifique a fotocélula. A maior parte das ocorrências de falha dos
queimadores são provenientes de sujidades na fotocélula ou do fechamento
inadvertido das válvulas de alimentação do combustível. Panes elétricas e
problemas na solenoide do óleo são raros, mas se acontecerem chame um
eletricista e faça sua manutenção.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Verifique sempre toda a documentação produzida pelo colega do turno anterior e as
recomendações do engenheiro que realizou a última inspeção de segurança do
equipamento.
Sistemas contendo 2 ou mais caldeiras não são comuns, porém alguns processos
podem se beneficiar com este tipo de aplicação.
No primeiro caso cada caldeira será dimensionada para a fase do processo em que
irá atuar. No segundo caso as caldeiras estarão dimensionadas para funcionarem
em conjunto alimentando a mesma linha, neste tipo de aplicação normalmente
necessita-se de grandes quantidades de vapor a baixas pressões. Ao combinar duas
ou mais caldeiras no mesmo sistema, alimentando a mesma linha, a capacidade
esperada de cada equipamento pode cair em até 50%. Outro fator importante é que
as PMTAs das caldeiras devem ser as mesmas.
Nos sistemas onde existem 3 caldeiras alimentando a mesma linha é usual que duas
operem entre 70 e 80% de sua capacidade máxima enquanto a terceira permanece
em Stand-by, ciclando semanalmente o stand-by. Este tipo de aplicação exige
alguns cuidados:
Nas plantas de papel e celulose, cada caldeira faz parte de uma fase. Existe uma
fase primária que queima cavaco como combustível principal e nesta primeira fase
do processo normalmente há cogeração de energia elétrica que poderá ser usada
na própria plante e/ ou vendida para a concessionária da região (com uma turbina de
vapor).
Se você está pensando que: “Fechar a saída de vapor é o primeiro passo” você
acertou na resposta para a grande maioria dos casos!
A. Falta de água;
B. Problemas no painel elétrico das caldeiras;
C. Falta de energia elétrica;
D. Problemas na alimentação em geral.
A maior parte das ações já foram explanadas nos subtítulos anteriores dentro deste
mesmo capítulo. E a maioria das respostas para os problemas é, de verdade, fechar
a saída de vapor e cortar a combustão o mais rápido possível.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Em situações onde há chama na sala de caldeiras, fora da fornalha, execute os
passos de parada da caldeira e ligue para a equipe de combate à incêndio.
ATENÇÃO: Nunca tente combater o fogo se não for treinado para isso!
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Figura 73: Diferença entre o metal novo e o metal que sofreu incrustação e o metal íntegro.
Para fazer a escolha correta do tipo de tratamento de água a ser usado em uma
Caldeira é necessário dividi-las em classes de pressão, conforme a tabela abaixo.
(Dantas, E. V.; 1988)
Tabela 04: Classes de Pressão.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
6.1 IMPUREZAS DA ÁGUA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O aço é uma liga metálica cuja composição é feita principalmente por ferro e
carbono. O ferro é naturalmente encontrado no planeta em sua forma oxidada – FeO
ou Fe2O3, é o processo metalúrgico que promove a retirada do oxigênio de sua
estrutura e adiciona o Carbono (C) e, quando requerido, outros elementos.
Importante:
O código ASME traz uma lista de aços e suas características de para fabricação de
Caldeiras na SEÇÃO II e só é permitida a construção de equipamentos com os
materiais ali contidos.
A quantidade de Ferro e Carbono, bem como outros elementos, contida em uma liga
metálica influi diretamente em suas características e sua resistência, portanto é
necessário certificar-se de que a estrutura interna dos aços permaneçam sempre
próximas de sua estrutura original, quando da data de fabricação. Sabendo que o
ferro é encontrado em sua forma oxidada na natureza é fácil prever que a corrosão é
uma reação química natural e que a afinidade entre Fe e O2 é muito grande.
2 Fe + O2 → 2 FeO
4 Fe + 3 O2 → 2 Fe2O3
Assim sendo, a exposição do material ao oxigênio deve ser controlada com muita
atenção. A maior incidência de corrosão em caldeiras se dá durante as paradas para
inspeção e manutenção. Durante esse período o material fica exposto ao ar
atmosférico que contém muito oxigênio e este difunde-se na água da Caldeira
formando áreas de concentração diferencial de oxigênio. O mesmo fenômeno pode
ocorrer na linha de alimentação quando a água utilizada não é desaerada.
Os produtos químicos mais usuais para limpeza de caldeiras são: Ácido Clorídrico
(HCl) e o Ácido Sulfâmico (H3NSO3). Durante a limpeza é necessário respeitar o
tempo de aplicação dos produtos, temperatura correta da água que contém a
solução de tratamento, circulação e neutralização ao final do processo.
Abaixo uma tabela com os principais elementos citados, sua solubilidade e o tipo de
incrustação que pode causar:
Tabela 05: Tipos de Incrustação e sua Solubilidade.
Para pensar:
Note na tabela o quanto a presença de Sílica pode ser preocupante, pois de todos
os elementos citados este é o elemento mais crítico! O tipo de incrustação
promovido pela Sílica é o mais trabalhoso de remover e pode causar, quando muito
extenso, a condenação do equipamento.
Quanto mais dura a incrustação causada por um elemento, mais difícil será removê-
la!
Em caldeiras fogotubulares esse fenômeno ocorre com maior frequência nos feixes
de tubos que estão localizados mais perto da fornalha e costuma ser visível
formando um sinal de meia lua na luz do tubo (ao olhar por dentro do tubo contra a
luz nota-se uma curva, abaulamento). Em caldeiras aquatubulares esse fenômeno
ocorrerá com mais frequência nos “Risers” quando a vaporização estiver muito
intensa.
Figura 75: Esta figura traz a diferença entre a luz de um tubo íntegro e a luz de um tubo com estufamento.
Isso ocorre porque a região da fornalha está mais exposta ao calor da radiação da
chama e taxa de evaporação nesta região é maior. A este fenômeno de estufamento
chamamos de fluência.
Curiosidade:
Um fenômeno parecido poderá ocorrer no último feixe de tubos de uma caldeira
fogotubular quando houver falta de nível de água.
A fluência é uma deformação plástica, portanto uma vez que o material se deformou
não mais retornará à sua forma original, ainda que o elemento estressante seja
retirado.
Para pensar:
Na grande maioria dos projetos a temperatura dos gases quentes na saída da
chaminé é cerca de 50ºC acima do ponto de saturação da água dentro da Caldeira.
O aumento da temperatura de saída dos gases quentes provenientes da combustão
podem indicar a presença de incrustação em uma Caldeira. Outro fator a ser
observado é o consumo do combustível. O consumo pode aumentar
significativamente na presença de incrustação
O tratamento de água de uma caldeira pode ser: Interno (no interior da Caldeira),
Externo (pré-bomba, antes de entrar na Caldeira) ou Combinado. A escolha do
método de tratamento dependerá da classe de pressão e das impurezas contidas na
água.
Após esse processo é necessário filtrar a água para remover a matéria floculada.
Filtros de areia são a aplicação mais usual nesta etapa. Filtrada a água torna-se
necessário abrandá-la. O abrandador é responsável por remover a dureza da água e
ajustar o valor do pH. Dureza é uma característica que indica a concentração dos
sais de cálcio presentes na água e está intimamente relacionada à incrustação.
Quanto maior a dureza da água, mais incrustação haverá.
Como dito anteriormente, o tratamento de água também pode ser realizado dentro
da Caldeira, com a adição de produtos químicos. O mais usual destes produtos é o
Trifostato de Sódio. O objetivo deste tipo de tratamento é remover a dureza da água
tornando os sais de cálcio solúveis (formação de lama no fundo da Caldeira) que
serão removidos através das Descargas de Fundo.
TRATAMENTO EXTERNO
Classe de Pressão pH Dureza
Muito Baixa Pressão Entre 8 e 9 0,5
Baixa Pressão Entre 8 e 9 0,5
Média Pressão Entre 8 e 9 0,2
Atla Pressão Entre 7,5 e 8 0,02
Muito Alta Pressão Entre 7,5 e 8 0,02
Supercrítica Entre 7,5 e 8 < 0,02
Os valores apresentados aqui são apenas uma base. Esses valores podem ser
alterados de acordo com a prescrição do fabricante e é personalizado para cada
equipamento.
Tabela 07: Controle de dureza da água para tratamento interno.
TRATAMENTO INTERNO
Classe de Pressão pH Concentração de Sólidos
em Suspensão (ppm)
Muito Baixa Entre 10 e 11 300
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Pressão
Baixa Pressão Entre 10 e 11 300
Média Pressão Entre 8,5 e 10 Ente 100 e 150
Atla Pressão Entre 8,5 e 10 Entre 20 e 60
Muito Alta Pressão Entre 8 e 9 Entre 5 e 10
Supercrítica Entre 8 e 9 <5
Obs.:
ppm = Valores em Partes Por Milhão.
Quanto maior a pressão da Caldeira menores serão os valores em ppm com o qual
devemos trabalhar.
Importante:
Leia atentamente o manual da Caldeira antes operá-la. Sempre!
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
O controle de água de Caldeiras e do Vapor gerado por elas deve ser realizado por
profissionais adequados ou laboratórios especializados.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Curiosidade:
Para o ser humano a água boa para consumo é a água rica em minerais (limite
máximo de tolerância de sólidos totais de 500 ppm, segundo as normas americanas
de saúde pública – 1962), uma água deionizada não hidrata e nem mata a nossa
sede!
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
A condutividade da água é medida por um equipamento chamado Condutivímetro. A
medição da condutividade é análoga à dureza da água.
Toda essa tecnologia e instrumentação serve para dar os parâmetros que serão
utilizados no tratamento de água.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Os hábitos seguros vêm sendo estudados ao longo dos anos, afim de preservar a
saúde do trabalhador, mas não é tarefa fácil criar hábitos seguros e desligar-se dos
hábitos que colocam a segurança em risco.
David Hume, um filósofo do século XVIII, propôs que “O hábito é o grande guia da
vida”, ainda que não tenhamos uma explicação lógica ou racional para um
determinado procedimento, estamos condicionados a repetir os mesmos
comportamentos, seguros ou inseguros, quando realizamos as mesmas tarefas
diariamente.
Você pode agora imaginar quantas vezes já ouviu a frase: “Eu aprendi assim”, “Isso
vem sendo feito desta maneira desde que eu me lembro”, “Todo mundo faz isso” e
outras bem comuns que indicam que o hábito tomou conta de um determinado grupo
ou empresa. Os hábitos podem ser tanto bons, quanto prejudiciais a uma
organização.
Mas como saber quais hábitos são bons e quais são ruins para a segurança?
Todo o tipo de negligência, seja ela inadvertida ou mesmo por desconhecimento das
normas e regras de segurança poderá causar um incidente ou acidente de trabalho.
O acidente de trabalho por definição é aquele que ocorre no local e no período de
trabalho levando a lesões corporais, perturbação funciona ou doença capaz de
diminuir a capacidade de trabalho, ganho ou até mesmo a morte.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Curiosidade:
Em 20 de Abril de 2010 explodia a DeepWater Horizon, uma plataforma de
perfuração de poços petróleo instalada no golfo do México, operando através da
cessão da Transocean para a BP (British Petroleum). Acredita-se que a explosão,
que causou o maior derramamento de óleo da história dos Estados Unidos da
América, fora ocasionada por uma negligência da empresa Halliburton ao escolher
pasta nitrogenada para cimentar o último revestimento do poço, que garante que a
pressão seja contida, permitindo maior controle e promovendo condições seguras
de trabalho. O ato inseguro da escolha da pasta nitrogenada causou a explosão de
proporções catastróficas. O incêndio na plataforma durou 87 dias, estima-se que
cerca de 955 milhões de litros de óleo foram derramados naquela região e 11
trabalhadores morreram no acidente.
Nem sempre a condição insegura pode ser evitada no trabalho, mas atos inseguros
sempre!
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
7.1 RISCOS GERAIS DE ACIDENTES E RISCOS À SAÚDE
Quando uma criança corre com uma faca, garfo, ou qualquer objeto pontiagudo nas
mãos, normalmente leva uma bronca do seu responsável ou cuidador. Isto porque
correr com tais objetos aumenta o risco de acidente e constitui um ato inseguro.
Quando uma criança começa a andar em casa os pais geralmente passam a trancar
os armários onde se encontram os produtos de limpeza, as gavetas contendo os
talheres e cuidam para que as condições inseguras inerentes de uma casa sejam
controladas.
São muitos os motivos que podem levar à explosão de caldeiras, os mais perigosos
ocorrem por falhas em partes pressurizadas e fornalhas, sendo assim, para fins
didáticos, dividiremos em subtítulos as possíveis falhas, como ocorrem e como
devemos proceder para evitar explosões e em caso de explosões quais ações
tomar.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Lembre-se que neste tipo de equipamento a chama e os gases quentes
provenientes da combustão percorrem a parte interna dos tubos (partes secas) e a
água fica dentro do corpo, entre os espelhos, cobrindo todo o feixe de tubos de troca
térmica.
Pode ocorrer corrosão na área seca (parte fogo) da caldeira, mas é menos comum,
porém não menos perigoso, resultando em diminuição de espessura da área afetada
e consequente fragilidade na área afetada.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
fabricante, garantindo que a chama se mantenha a uma distância razoável
das paredes da fornalha.
3. Nunca aumentar a vazão de combustível/ comburente na fornalha
inadvertidamente, do aumento da chama poderá decorrer os mesmos
problemas acima citados.
4. Nunca modificar o projeto original da Caldeira, sem que um responsável
técnico (PH ou mesmo o Fabricante) tenha estudado o caso.
5. Mantenha o tratamento de água da caldeira com os parâmetros propostos
pelo fabricante ou profissional responsável, realize as descargas de fundo e
superfície, quando houver, com a periodicidade proposta no manual ou de
acordo com a necessidade relatada pelo profissional responsável.
6. Se durante a partida do queimador, a chama não entrar e houver necessidade
de rearme no painel não se esqueça de que pode haver excesso de
combustível das tentativas anteriores dentro da fornalha. Neste caso é
necessário parar o equipamento e abrir as portas dianteiras para a remoção
deste excesso dentro da fornalha.
MUITO CUIDADO A TEMPERATURA DA FORNALHA DE UMA CALDEIRA
EM FUNCIONAMENTO ESTARÁ MUITO ALTA E ESSA ENERGIA
TÉRMICA NÃO SE DISSIPA RAPIDAMENTE, PODERÁ SER NECESSÁRIO
ESPERAR ALGUMAS HORAS PARA A RETIRADA DO BPF COQUEADO
OU ALGUNS MINUTOS PARA A VAPORIZAÇÃO COMPLETA DO
EXCESSO DE COMBUSTÍVEL.
Em ambos casos, tenha em mente que a atmosfera na área ou sala de
caldeias poderá tornar-se explosiva ao abrir as portas que dão acesso à
fornalha.
Faça a verificação das válvulas, fotocélula, etc, antes de parti-la novamente.
7. Passe o menor tempo possível em frente aos espelhos e queimadores,
desloque-se para frente das seções retas apenas quando for imprescindível
para a realização de alguma tarefa. Procure estar sempre ao lado do corpo
cilíndrico, a maior parte das explosões ocorre com deslocamento do espelho
dianteiro, em segundo lugar o traseiro, raramente no corpo cilíndrico tornando
esse lugar o mais seguro dentro da área ou casa de caldeiras.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Figura 84: Resultado do superaquecimento em uma parede de tubos de uma caldeira mista. Figura extraída do NB.
Figura 85: Fuligem aderida na parede de tubos da fornalha de uma caldeira aquatubular.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Em todos esses casos a dinâmica de falhas seguirá as mesmas regras da dinâmica
de falhas em caldeiras fogotubulares. O Superaquecimento poderá fragilizar ou
tubos, tornando-os susceptíveis à ruptura ou adelgaçá-los. Em qualquer uma das
hipóteses poderá haver falha súbita causando explosões.
Lembre-se que enquanto o material da cadeira estiver coberto com água no estado
líquido é garantido que a temperatura estará abaixo do ponto de saturação da água
na pressão em que a caldeira está operando, seguindo as tabelas termodinâmicas
do anexo desta apostila. No momento em que a massa de água começa a vaporizar
dará lugar ao vapor e este, ao retornar ao ponto de calor sensível poderá subir de
temperatura, superaquecendo-se e expondo todo o material com o qual tem contato
a temperaturas mais elevadas ocasionando estresse térmico.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Atenção:
A abertura da válvula de segurança é o último recurso do equipamento contra
explosões por excesso de pressão, portanto é necessário mitigar as causas da
abertura das válvulas de segurança sempre que ocorrerem!
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Todas as hipóteses podem ser verdadeiras e ter se somado para que a tragédia da
explosão acontecesse.
1º Alerta:
A troca de combustível em uma caldeira poderá ser indicativo de fragilização do
material da fornalha. Cada combustível produz uma geometria de chama diferente.
Combustíveis líquidos normalmente possuem uma chama alongada de diâmetro
curto. Combustíveis gasosos normalmente possuem chama curta e de diâmetro
maior. Admitindo-se que a chama promovida pela troca do queimador possa ter
tocado a fornalha da caldeira poderia haver fragilização do material por fluência de
carbono. Neste caso, seria necessário realizar o ensaio de réplica metalográfica
para garantir que o material ainda estivesse em condições satisfatórias para o
retorno à operação.
2º Alerta:
Dado ao fato que a caldeira estivera parada por um longo período torna-se
necessário que a curva de aquecimento seja feita com o maior critério possível,
acompanhando a geometria da chama através do visor, garantindo que a chama não
toque as paredes da fornalha.
É ainda possível que devido ao longo período em que estivesse parada a caldeira
estivesse exposta à corrosão causando a diminuição da espessura da parede da
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
fornalha. É possível também que o ajuste do queimador não estivesse correto,
causando fornecimento excessivo de energia térmica.
Toda vez que houver necessidade da realização de uma manutenção com solda,
uma inspeção extraordinária deverá ser realizada de forma a garantir que o
procedimento de soldagem esteja em condições satisfatórias. O soldador deverá ser
qualificado para a realização do trabalho em equipamentos pressurizados, os
materiais utilizados devem ter certificado de garantia, e ensaios não destrutivos na
região onde a solda fora feita deverão ser conduzidos.
De forma geral a verificação de partes soldadas visa garantir que não haja trincas ou
cavitações nos cordões de solda, para que seja efetiva, e que o material esteja
preservado.
A negligência, por parte da Dow Brasil, em relação aos ensaios e testes necessários
para garantia da segurança da parte soldada falhou, levando ao seu colapso durante
a curva de aquecimento da caldeira.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Na ausência de documentação que comprove que a operação de uma caldeira é
segura o trabalhador com base em sua experiência e capacitação poderia ter
exercido o direito de recusa ao trabalho, segundo item: 13.3.6.3. Neste caso o direito
de recusa poderia ter-lhe preservado a vida.
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
Bertrand Russell, um grande filósofo e matemático inglês, afirmava que muitas das
nossas ideias sobre trabalho são “pouco menos do que superstições que deveriam
ser eliminadas pelo pensamento rigoroso” e que o trabalhador deveria dedicar-se a
horas de lazer necessários para uma vida significativa. Tão importante quanto o
trabalho é o descanso. Tão necessário quantos as horas de trabalho, são as horas
de ócio.
Adam Smith, o “pai da economia moderna”, dizia que as linhas de produção são
uma “incrível máquina de ganhar dinheiro”, mas alertava que sem regulamentação
poderia causar danos aos trabalhadores nela envolvidos.
Mas que regulamentação? Como garantir que o trabalhador possa desfrutar de suas
horas de lazer? Quantas horas? E quem garante que ele as desfrute com saúde?
Quem garante que ele execute seu trabalho em segurança? Quem garante que haja
equilíbrio entre a relação Empregador x Trabalhador? E de que forma?
São várias as normas que regulamentam o trabalho. Atualmente somos regidos por
37 Normas, cuja primeira publicação fora aprovada pela Portaria Nº 3.217 de 8 de
Junho de 1978 e vem se atualizando no decorrer dos anos.
São elas:
A adoção das medidas determinadas por esta norma é dever do Empregador com
Responsabilidade Técnica de um Profissional Habilitado – PH, que deve ser um
Engenheiro Mecânico ou Naval, ou que possua estudos condizentes com os pré-
requisitos mínimos propostos pelo Conselho Federal de Engenharia.
Tais equipamentos devem seguir uma série de regras de segurança impostas pela
NR-13. Dentre elas, as mais comuns referem-se ao dimensionamento e calibração
de dispositivos de segurança, regras gerais para manutenções e intercorrências que
podem influir sobre a vida útil do equipamento, regras e periodicidade das inspeções
realizadas por PHs, regras de instalação dos equipamentos, documentos que o
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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE
CALDEIRAS
empregador deve possuir, regras para a formação de Operadores de Caldeiras, para
manutenção com solda ou mandrilamento e prevê multas e sanções legais quando
do não cumprimento de quaisquer destas regras.
Curiosidade:
Cada item numerado de cada uma das NRs corresponde a uma sanção legal ou
multa (cujo valor é calculado em UFIR). As multas são calculadas em relação ao
número de funcionários que a empresa possui, se está qualificada como S
(Segurança do Trabalho) ou M (Medicina do Trabalho) e de acordo com a infração
(número que varia de 1 a 4, ou de I1 a I4).
Todo Operador deverá reciclar seus conhecimentos toda vez que houver
modificação na Caldeira ou que houver acidentes/ incidentes ou mesmo incidentes
recorrentes com o equipamento que estiver operando.
Essa categorização é uma novidade da NR-13 e foi publicada pela primeira vez em
2017, antes eram categorizadas em A, B e C. A partir desta publicação entende-se
que a categoria C fora fundida com a B.
Sabe-se que para produzir vapor em uma temperatura superior à 100ºC (ao nível do
mar) é necessário adicionar pressão, como visto anteriormente neste curso, portanto
é considerado um equipamento que oferece risco ampliado. Sendo assim é
necessário seguir uma porção de regras quanto à Projeto, Instalação, Manutenção,
Inspeção e Operação. Os 5 pilares do sucesso! Estes 5 pilares estão baseados em
normas Nacionais e Internacionais entre os quais as mais largamente aceitas são o
Código ASME (American Society of Mechanical Engineering) e o NB (National
Boarding).
Curiosidade:
A industrialização desenfreada foi responsável pelo projeto de inúmeras Caldeiras
no mundo todo. Com o advento do uso do vapor o mundo todo passou a usá-lo para
produzir os mais diversos produtos, nos mais diversos seguimentos, causando
muitos acidentes por explosões.
O mais famoso acidente com Caldeiras foi em Massachusetts em 1905, onde uma
Caldeira explodiu, atravessando 3 andares do prédio de uma fábrica de sapatos,
matando 58 pessoas e machucando mais 117. O acidente abriu os olhos dos
engenheiros do mundo inteiro. E em 1908 o Estado de Massachusetts publicou a
primeira Lei em relação a Caldeiras no país.
No Brasil, a atenção com as normas regulamentadoras aumentou com uma
denúncia feita por um canal televisivo, coincidentemente, a uma fábrica de sapatos
onde a maioria dos trabalhadores já havia sofrido inúmeros acidentes de trabalho e
muitos deles amputações ao trabalhar com o maquinário da fábrica a alguns anos
atrás.
Um Registro de Segurança deve conter todos os relatos que possam influir na vida
útil do equipamento, são exemplos: Manutenções, Inspeções, Anomalias e
Intercorrências durante a operação e caso a Caldeira seja considerada inadequada,
recebendo um encerramento formal.
No caso da Sala de Caldeiras há regras adicionais, como as alíneas e), f) e g), por
se tratar de um ambiente fechado.
Para pensar:
Imagine que a Sala de Caldeiras é também um depósito ou almoxarifado, e que
ocorra um pequeno incêndio. A magnitude do incêndio poderá aumentar na
presença de outros objetos, peças e maquinários e seu combate irá tornar-se
bastante dificultoso.
Como visto anteriormente a NR-13 traz condições especiais para Empresas que
possuam um SPIE (Serviço Próprio de Inspeção) conforme ANEXO II. Em geral o
SPIE é composto por profissionais com dedicação exclusiva para serviços de
Inspeção. Não é usual, mas é uma possibilidade.
Os profissionais contratados pra integrar esta equipe deverão ser certificados para
Ensaios Não Destrutivos, deverá contar com pelo menos um PH e contar com
aparelhagem condizentes com a realização das atividades propostas.
O SPIE também deve receber certificação por um órgão competente (OCP, Cgcre/
INMETRO) e possuir procedimentos escritos (manual) para as principais atividades
executadas.
A partir de 2018 um terceiro anexo passa a fazer parte da NR-13 que disserta sobre
Certificação Voluntária de Competências do Profissional Habilitado. Esta novidade
permite que o engenheiro possa certificar-se através do SBAC (Sistema Brasileiro
de Avaliação de Conformidade) atestando assim a sua competência profissional,
através de avaliação de comprovação acadêmica, cursos, experiência profissional e
realizando uma prova.
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