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IBP

INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO E GÁS

GUIA N° 07

INSPEÇÃO DE CALDEIRAS

Membros do GRINSP-RS que participaram da elaboração deste texto

Luis Carlos Greggianin – COPESUL - coordenador do GRINSP-RS


Luis Roberto de Souza - QUALYSOLDA – vice-coordenador
Marco Aurélio Ritter – White Martins – Engenheiro de Inspeção
Luis Henrique Nunes de Freitas - Inspetor de Equipamentos/COPESUL
Jorge Faria de Oliveira – Inspetor de Ultrasom
Milton Mentz - Engenheiro MKS
Elton Stein – Técnico de Inspeção de Equipamentos – MegaSteam
Luis Felippe – TRACTEBEL-SC

Todos aqueles que desejarem colaborar, visando o aprimoramento desta Guia,


poderão encaminhar suas sugestões ao Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás.

Dezembro de 2004

Comissão de Inspeção de Equipamentos


GRINSP-RS
IBP – Comissão de Inspeção de Equipamentos – GUIA N° 07 - Inspeção de Caldeiras pág 2 de 52

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................4

2. OBJETIVO ............................................................................................................................................4

3. RAZÕES PARA INSPEÇÃO ...............................................................................................................4

4. NOMENCLATURA ..............................................................................................................................5

5. TIPOS E DESCRIÇÃO ........................................................................................................................5


5.1 CALDEIRAS FLAMOTUBULARES ................................................................................................. 5
5.2 CALDEIRAS AQUOTUBULARES ................................................................................................... 6
5.3 CALDEIRA MISTA ....................................................................................................................... 6
6. FUNÇÃO DOS COMPONENTES.......................................................................................................6
6.1 FORNALHA ................................................................................................................................. 6
6.2 TUBULÃO (TAMBOR) .................................................................................................................. 6
6.3 SUPERAQUECEDOR ..................................................................................................................... 6
6.4 ECONOMIZADOR......................................................................................................................... 7
6.5 PRÉ-AQUECEDOR DE AR ............................................................................................................. 7
6.6 CHAMINÉ.................................................................................................................................... 7
6.7 REAQUECEDOR ........................................................................................................................... 7
6.8 DESSUPERAQUECEDOR - ATEMPERADOR.................................................................................... 7
6.9 PRECIPITADOR ELETROSTÁTICO ................................................................................................. 7
6.10 QUEIMADORES ........................................................................................................................... 7
6.11 COLETORES ................................................................................................................................ 7
6.12 EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS AUXILIARES ............................................................................ 7
7. CAUSAS DE DETERIORAÇÃO E AVARIA ....................................................................................7
7.1 SUPERAQUECIMENTO ................................................................................................................. 8
7.2 CORROSÃO ................................................................................................................................. 9
7.2.1 Corrosão Interna ............................................................................................................... 9
7.2.2 Corrosão Externa .............................................................................................................. 9
7.3 EROSÃO E CORROSÃO-EROSÃO ................................................................................................ 11
7.4 MUDANÇA DE ESTRUTURA METALOGRÁFICA E MUDANÇA QUÍMICA ...................................... 11
7.4.1 Ataque por Hidrogênio a Alta Temperatura.................................................................... 11
7.4.2 Grafitização..................................................................................................................... 11
7.5 DETERIORAÇÃO DO REFRATÁRIO E DO ISOLAMENTE TÉRMICO ................................................ 12
7.6 AVARIAS MECÂNICAS .............................................................................................................. 12
8. FREQÜÊNCIA E PROGRAMAÇÃO DE INSPEÇÃO ..................................................................12
8.1 OBRIGAÇÕES LEGAIS(NR-13 / ITEM 13.5)................................................................................ 12
8.2 PROGRAMAÇÃO PRÓPRIA ......................................................................................................... 13
9. TRABALHOS PRELIMINARES, INSTRUMENTOS E FERRAMENTAS.................................13
9.1 NORMAS DE SEGURANÇA ......................................................................................................... 13
9.2 PREPARAÇÃO PARA INSPEÇÃO.................................................................................................. 14
9.3 INSTRUMENTOS E FERRAMENTAS ............................................................................................. 15
9.3.1 Instrumental de Rotina .................................................................................................... 15
9.3.2 Instrumental Especial ...................................................................................................... 15
9.3.3 Equipamentos Auxiliares ................................................................................................. 15

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10. PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO ...............................................................................................15


10.1 INSPEÇÃO EXTERNA ................................................................................................................. 15
10.1.1 Escadas, Plataformas e Passadiços ................................................................................ 15
10.1.2 Fundações........................................................................................................................ 15
10.1.3 Suportes Externos, Chaparia e Isolamento ..................................................................... 16
10.1.4 Vazamentos...................................................................................................................... 16
10.1.5 Câmara de Combustão .................................................................................................... 16
10.2 INSPEÇÃO GERAL ..................................................................................................................... 16
10.2.1 Tubulão e seus Dispositivos Internos .............................................................................. 16
10.2.2 Fornalha .......................................................................................................................... 16
10.2.3 Queimadores.................................................................................................................... 17
10.2.4 Superaquecedor ............................................................................................................... 17
10.2.5 Economizador.................................................................................................................. 17
10.2.6 Pré-aquecedor de Ar do Tipo Tubular ............................................................................ 18
10.2.7 Pré-aquecedor a Vapor ................................................................................................... 18
10.2.8 Pré-aquededor de Ar do Tipo Regenerativo.................................................................... 18
10.2.9 Dispositivos Auxiliares .................................................................................................... 18
10.3 ENSAIOS ................................................................................................................................... 21
10.3.1 Teste Hidrostático............................................................................................................ 21
10.3.2 Cupons de Teste............................................................................................................... 21
10.3.3 Medições de Espessura.................................................................................................... 22
11. MÉTODO DE REPARO.....................................................................................................................22

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................22

13. REGISTROS E RELATÓRIOS.........................................................................................................23

14. OBSERVAÇÕES.................................................................................................................................23
14.1 TESTE HIDROSTÁTICO .............................................................................................................. 24
14.2 AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE .................................................................................................. 25
14.3 PADRÕES METALOGRÁFICOS.................................................................................................... 28
14.3.1 Fluência........................................................................................................................... 28
14.3.2 Grafitização..................................................................................................................... 29
14.3.3 Esferoidização ................................................................................................................. 31
14.4 FIGURAS ................................................................................................................................... 32
14.4.1 Aquecedor de Ar Tipo Regenerativo................................................................................ 32
14.4.2 Caldeira Integral ............................................................................................................. 34
14.4.3 Esquema de Caldeira Aquotubular ................................................................................. 35
14.4.4 Nomenclatura das partes da caldeira.............................................................................. 37
14.4.5 Tubulão............................................................................................................................ 39
14.4.6 Queimadores.................................................................................................................... 40
14.4.7 Caldeira a carvão de grande porte.................................................................................. 43

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- na limpeza de equipamentos;
PREFÁCIO - na prevenção e combate a incêndio;
- etc.
As Guias de Inspeção de Equipamentos
Nesta guia, entende-se por caldeiras o
emitidas pelo Instituto Brasileiro de Petróleo
conjunto geralmente constituído de:
e Gás – IBP, tem por objetivo orientar a
- tubulões
realização de inspeções em equipamentos
- tubos
das industrias de petróleo e petroquímicas,
- fornalha
podendo serem utilizadas em outros tipos de
- queimadores
industrias, que possuam equipamentos
- economizador
similares, onde for aplicável.
- superaquecedor
- pré-aquecedores
As Guias contém informações práticas sobre
- equipamentos para tiragem
tipos de equipamentos usuais; mecanismos
de danos que podem afetar os
equipamentos; técnicas de inspeção usuais; 2. OBJETIVO
aspectos de segurança individual do inspetor; O objetivo desta guia é traçar diretrizes que
aspectos da responsabilidade sobre a sirvam como orientação a ser seguida nos
inspeção. trabalhos de inspeção de caldeiras, não sendo
regras mandatórias, código ou norma.
As informações contidas nas Guias são
práticas recomendadas que não constituem Abrangem práticas para a inspeção de
regulamentações, padrões ou códigos caldeiras em uso, focalizando métodos e
mandatórios, sendo de adoção voluntária. procedimentos a serem utilizados, freqüência
de inspeção, limitações, causas de
Estas práticas não substituem o julgamento deterioração e avaria e outros aspectos de
ou a responsabilidade de profissionais que inspeção.
atuam na área de inspeção. Nesta guia serão consideradas caldeiras a
óleo, gás combustível e carvão mineral, uma
As Guias tem por base a experiência e o vez que estas são de mais largo uso.
conhecimento de engenheiros, inspetores e
pessoas envolvidas nas atividades de NOTA:
inspeção de equipamentos. As figuras indicadas no texto estão no final do
documento.
Colaboraram na elaboração desta guia:
3. RAZÕES PARA INSPEÇÃO

As razões principais pelas quais uma caldeira


tem de ser inspecionada são as seguintes:
1. INTRODUÇÃO Verificar se ocorre deterioração e avaria, em
que extensão e até que ponto pode afetar a
A produção de vapor através de caldeiras é
estrutura do equipamento, a fim de que se
uma operação necessária em quase todos possa ter a certeza de que o mesmo opera
os processos industriais, e está também dentro das condições de segurança
presente em muitos estabelecimentos
indispensáveis.
comerciais e hospitalares.
Garantir, num alto nível de probabilidade, a
O uso de caldeiras é indispensável nas
continuidade da operação através de um
indústrias de petróleo, química e programa de manutenção preventiva;
petroquímica; Evitar as perdas decorrentes de uma parada
- na geração de energia elétrica;
de emergência das unidades do processo, em
- como transmissor de força motriz para conseqüência de colapso na produção de
turbinas acionadoras e bombas, vapor. É importante frisar que tais perdas são
compressores e ventiladores;
excessivamente altas;
- como fonte de calor;
- como auxiliar em vários tipos e fases de Reduzir os custos de manutenção e de
operações processuais; operação;

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Manter alto o rendimento da unidade. seu percurso, passando por dentro dos tubos
para alcançar a chaminé. Esse tipo é o mais
Todos este itens só poderão ser alcançados
comumente encontrado.
mediante uma inspeção cautelosa e bem
programada, em combinação com um
5.1.1 Roteiro de Inspeção em Caldeiras
criterioso serviço de manutenção.
Flamotubulares
Além disso, o Ministério do Trabalho, através Nas Caldeiras Flamotubulares, os
da Secretaria de Segurança e Saúde do gases de combustão circulam no interior de
Trabalhador publicou em abril de 1995 a tubos lisos ou corrugados, os quais
Norma Regulamentadora NR13 (Inspeção de encontram-se imersos em água. Neste tipo de
Segurança de Caldeiras e Vasos de Pressão) caldeira os gases de combustão passam no
onde são definidos 3 tipos de caldeiras, interior de tubos cercados de água. A
instalação e inspeção de caldeiras transferência de calor ocorre em toda a área
estacionárias a vapor e as freqüências que circunferencial dos tubos, os quais são
devem ser inspecionadas. montados de forma similar a um trocador de
calor com feixe tubular. Essas caldeiras
4. NOMENCLATURA podem ser de dois tipos:
• Horizontais
A nomenclatura adotada é apresentada pelas
figuras 1 e 2 respectivas legendas. • Verticais
A nomenclatura apresentada é a mais Os componentes principais de uma caldeira
empregada, sendo uma referência para os
flamotubular e que devem sofrer rigorosa
inspetores indicarem os componentes de
uma caldeira, podendo existir outras inspeção são:
terminologias, que atendam às finalidades
desta Guia.
5.1.1.1 Componentes mecânicos
5. TIPOS E DESCRIÇÃO Fornalha (lisa ou corrugada)
As caldeiras podem ser agrupadas em dois Espelhos
tipos básicos:
Feixe de tubos
- flamotubular;
- aquotubular; Costado
Tubos tirantes ou nervuras para reforço dos
5.1 Caldeiras Flamotubulares
Ainda hoje são largamente usadas, com a espelhos
finalidade de produzir vapor saturado de Câmara de reversão frontal
baixa pressão, da ordem de 14 kgf/cm2, em
quantidades pequenas. Câmara de reversão traseira

Estas consistem essencialmente de um Tampa traseira


corpo cilíndrico com dois espelhos fixos nos Tampa frontal
quais os tubos são mandrilhados ou
soldados. A água contida no corpo cilíndrico Trapézio
envolve os tubos. Refratários
Em uma das extremidades situa-se a Isolamento térmico
fornalha, de modo que os gases resultantes
da combustão passando por dentro dos Chaminé
tubos, cedem calor à água.
Há outros tipos em que a fornalha é montada 5.1.1.2 Válvulas e Sistemas Operacionais
dentro do próprio corpo cilíndrico. São as Válvula principal de saída de vapor
chamadas caldeiras de combustão interna.
Válvula de segurança
Nestas o queimador está montado em uma
extremidade do corpo cilíndrico, e na outra Sistema de descarga de fundo composto por:
uma tampa faz com que os gases invertam o
Válvula de bloqueio

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Válvula de descarga rápida ensaio de suficiência dos dispositivos de


Sistema de Vapor de Atomização alimentação d’água
Sistema de Ar de Atomização (Para simulação de falta d’água
Partida) teste de acumulação

5.1.1.3 Equipamentos Auxiliares


Principais
5.2 Caldeiras Aquotubulares
Queimador e sistema de controle de
Permite a produção de grandes quantidades
queima e purga dos gases de de vapor, em alta pressão e alta temperatura,
existindo tipos para produção de 1.800
combustão
toneladas de vapor por hora, a pressão de
Bomba d’Água de Alimentação 350 kgf/cm2 e temperatura até 650°C.
Ventilador de Ar de Combustão Dentro deste grupo há vários tipos e
tamanhos, por exemplo:
Exaustor dos Gases de Combustão - caldeiras com um tubulão, coletores
Bomba de Óleo Combustível seccionais e tubos retos;
- caldeiras com um tubulão e tubos curvos;
Principal - caldeiras com dois tubulões e tubos curvos;
Vaso de Descarga de Fundo - caldeiras com três tubulões e tubos curvos;
- caldeiras sem tubulões (caldeiras de passe
único).
5.1.1.4 Instrumentação
Manômetro 5.3 Caldeira Mista
Termômetro
6. FUNÇÃO DOS COMPONENTES
Pressostato
Visor de Nível: As figuras 3 e 4 indicam os principais
componentes de uma caldeira aquotubular
Tipo tubular cuja função descreve-se sucintamente a
Tipo reflexivo seguir.
Alarmes e painel de controle 6.1 Fornalha
Garrafa de nível: Na fornalha processa-se a queima do
Tipo ampola combustível (gás, óleo, carvão, lenha, etc).
Nesta região encontram-se os tubos que
Tipo eletrodos formam as paredes da água.
A inspeção periódica de caldeiras
flamotubulares pode ser dividida 6.2 Tubulão (tambor)
basicamente em duas etapas distintas: O tubulão ou tambor é um vaso de pressão
inspeção a frio e inspeção a quente. cilíndrico onde se dá a separação das fases
Inspeção a Frio água-vapor.
Com a caldeira parada são
Quando há tubulão de lama este se destina a
criteriosamente analisados todos os
coletar os sólidos para purga.
componentes externos e internos citados
anteriormente.
Inspeção a Quente 6.3 Superaquecedor
Com a caldeira em operação, são É um conjunto de serpentinas dentro das
testados todos os sistemas de controle e de quais circula o vapor saturado que passa a
segurança. vapor superaquecido. Conforme a sua
pressostato localização e a maneira pela qual se dá a
maior troca de calor, o superaquecedor pode
teste de abertura das válvulas de segurança ser classificado como sendo:

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- de irradiação; injetores de água. Estes componentes


- de convecção; merecem muito cuidado, pois podem
- de irradiação e convecção; apresentar trincamento originado de fadiga
térmica.
6.4 Economizador
É o componente onde a água de alimentação 6.9 Precipitador eletrostático
sobre elevação de temperatura antes de É normal nas caldeiras com combustíveis
ingressar no tubulão, aproveitando o calor fósseis, tipo carvão, a existência deste
residual dos gases do combustão, antes de equipamento. Normalmente possuem formato
saírem pela chaminé. bastante grande, constituído por um conjunto
de placas coletoras e eletrodos através dos
Deste modo, recupera-se calor e evita-se o
quais é criado um campo elétrico que
choque térmico resultante da entrada de
provocará a coleta das cinzas presentes no
água fria no tubulão.
fluxo de gás. Estes equipamentos ficam
instalados logo antes da entrada dos gases
6.5 Pré-aquecedor de ar nas chaminés. Possuem alta capacidade de
O pré-aquecedor de ar é basicamente um retenção, acima de 99,5%. Posteriormente
permutador de calor destinado a aquecer o ar esta cinza é removida das placas coletoras e
para combustão através do aproveitamento utilizada em várias aplicações industriais
do calor dos gases de combustão. como componente do cimento por exemplo.
Existe (ainda) o pré-aquecedor de ar a vapor,
onde a troca de calor é feita sobre um tubo
aletado. 6.10 Queimadores
São fundamentais nas caldeiras. Podem ser
Também existe o pré-aquecedor de ar tipo de vários modelos em função do tipo de
regenerativo, tipo Ljungstron, que combustível e da vazão. Recentemente com
corresponde a um conjunto de favos de os requisitos ambientais de redução da
chapas metálicas muito finas, montados em emissão de CO e NOx tem apresentado
torno de um eixo, cuja rotação lenta dispõem
grande evolução tecnológica. Ver figuras
estes componentes alternativamente à
corrente de gás quente que sai da caldeira
6.11 Coletores
em direção à chaminé e à corrente de ar frio,
insuflada pelos ventiladores, a ser aquecido São tubulações que coletam as várias
para ser utilizado nos queimadores. Ver correntes de água e vapor da caldeira. Nas
figuras. caldeiras de grande porte estas tubulações
possuem diâmetros maiores e necessitam de
6.6 Chaminé grandes cuidados da inspeção pois são
fundamentais para o transporte do vapor para
Destina-se a garantir a circulação dos gases os pontos de utilização e uma falha num
quentes da combustão através de todo o componente poderá causar sérias
sistema. conseqüências.

6.12 Equipamentos e Dispositivos


6.7 Reaquecedor
Auxiliares
Algumas caldeiras possuem um conjunto de - ventiladores;
serpentinas similares aos superaquecedores, - sopradores de fuligem;
que reaquecem o vapor de extração
- dutos de ar;
intermediária das turbinas de condensação, - dutos de gases de combustão;
para posterior reenvio à turbina para - válvulas de segurança;
condensação total. - instrumentação;
- sistema de água de alimentação/desaerador.
6.8 Dessuperaquecedor - Atemperador
Este componente é fundamental para o
controle de temperatura das caldeiras. È um 7. CAUSAS DE DETERIORAÇÃO E
componente formado normalmente por um AVARIA
coletor de vapor e um conjunto de bicos

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Para a maioria das Caldeiras independente - avarias mecânicas;


do tipo de combustível, recomenda-se a
(*) Superaquecimento, nesta Guia, significa a
nomenclatura contida no quadro abaixo para
elevação da temperatura do aço a um nível
os mecanismos de falhas em tubos.
acima daquele previsto no projeto. Não
confundir com o mesmo termo usualmente
Ruptura sob Tensão (A)
adotado na metalurgia que significa uma
Sobreaquecimento de Curta Duração
elevação de temperatura até as zonas mais
Sobreaquecimento de Longa Duração
altas do campo austenítico.
(Fluência)
Solda de Metais Dissimilares
7.1 Superaquecimento
Corrosão Lado Água e Vapor (B) O superaquecimento dos componentes da
Corrosão Cáustica caldeira responde por grande número dos
Danos por Hidrogênio danos registrados. Este superaquecimento
Corrosão Localizada (Pitting ) pode resultar de uma série de diferentes
Corrosão sob Tensão condições, entre as quais encontram-se as
mencionadas a seguir:
Corrosão das Partes Expostas ao Fogo - operação inadequada dos queimadores,
(C) provocando a incidência de chama sobre os
Corrosão na Zona de Baixa Temperatura tubos;
Corrosão na Parede de Água (Lado Fogo) - Desaeração insuficiente durante os
Corrosão por Cinzas de Carvão à Alta procedimentos de partida de uma Caldeira
Temperatura
Corrosão por Cinzas de Óleo à Alta - incrustação excessiva na parede interna dos
Temperatura tubos em conseqüência de tratamento
deficiente de água de alimentação;
Erosão (D) - abaixamento do nível de água no tubulão;
Erosão por Cinzas Leves - circulação deficiente da água por obstrução
Erosão por Cinzas Fundentes (Escórias) parcial ou total de tubos em conseqüência de
Erosão por Sopradores de Fuligem deposição interna, ou por erro de projeto ou
Erosão por Partículas de Combustível Sólido montagem.
O superaquecimento de componentes da
Fadiga (E) caldeira pode acarretar numerosos danos,
Fadiga por Vibração sendo os principais apresentados a seguir:
Fadiga Térmica - abaulamento em tubos comumente
Fadiga por Corrosão conhecido por “laranja”, resultante da fluência
do material, podendo levá-lo até a ruptura
Falta de Controle de Qualidade (F) (figuras 5 e 6).
Danos causados por Limpeza de - mudança de estrutura do material,
Manutenção principalmente grafitização, responsável pela
Danos causados por Componentes Químicos diminuição de sua resistência à tração, e à
Defeitos em Materiais fluência.
Defeitos em Solda
Fig. 5 – Parede d’água apresentando defeitos
São numerosas as causas que provocam a do tipo laranja;
deterioração e ou avaria dos componentes
de uma caldeira e seus equipamentos e Fig. 6 – Defeitos tipo laranja→ em detalhe
dispositivos auxiliares. Entre as principais com uma já rompida.
podemos citar: - envergamento de tubos;
- superaquecimento; - Oxidação das superfícies expostas, se o
- corrosão; meio for oxidante e carbonetação, se o meio
- erosão e corrosão-erosão; for redutor.
- mudança de estrutura metalográfica e
mudança química;
- deterioração do refratário e do isolamento
térmico;

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7.2 Corrosão 3 Fe + 4 H2O – Fe304 + 4H2 ↑


A corrosão constitui o maior fator de dando origem a uma incrustação cujo
deterioração de caldeiras, afetando os lados crescimento é influenciado por vários fatores,
interno e externo das partes pressurizadas, principalmente temperatura, tempo e
bem como os demais componentes de sua alimentação do agente oxidante (vapor, neste
estrutura. (colunas, chaparia, etc). caso)
Por outro lado, este tipo de ataque cria
condições que permitem o superaquecimento
7.2.1 Corrosão Interna do metal, uma vez que a incrustação
normalmente constitui uma forte resistência
A corrosão interna das partes pressurizadas
térmica, conforme ilustrado na figura 7.
depende fundamentalmente da natureza da
Isto faz com que se retorne ao problema de
água de alimentação, da eficiência do seu
superaquecimento, conforme abordado no
tratamento, do seu teor de O2 dissolvido e do
item 7.1.
pH. Geralmente apresenta-se sob as
seguintes formas: →A corrosão pode ser
7.2.1.4 Fendimento por Álcali
uniforme ou localizada.
A corrosão uniforme é prevista no O fendimento por álcali ou fragilidade cáustica
projeto e necessita apenas ser ocorre quando aços carbono são expostos à
periodicamente controlada por medições de ação de soluções fortemente alcalinas a altas
espessura. A corrosão não uniforme ou temperaturas e pressões.
localizada nem sempre é previsível e pode A intensidade do ataque depende da
ser de difícil localização. concentração do álcali, da temperatura e da
A corrosão geralmente se apresenta sob grandeza das tensões.
as seguintes formas:
- corrosão por aeração diferencial;
- corrosão por pites; 7.2.2 Corrosão Externa
- corrosão química; A corrosão externa é causada geralmente por
- fendimento por álcali; compostos agressivos formados no processo
de combustão, provenientes de impurezas
7.2.1.1 Corrosão por Aeração Diferencial contidas no combustível, sendo as mais
Esta forma de corrosão pode resultar da comuns o enxofre, o vanádio, o sódio e, às
presença de O2 dissolvido na água e ocorre vezes, o níquel e o potássio.
geralmente onde a água escoa no estado
líquido, observando-se o ataque sob depósito
causado por célula de aeração diferencial. 7.2.2.1 Compostos de Enxofre
Os compostos de enxofre mais comuns,
nestes casos, são o SO2 e SO3 cuja ação
7.2.1.2 Corrosão por Pites corrosiva se manifesta onde as temperaturas
A presença de impurezas na água, são bastante moderadas, quando há
combinada com tensões localizadas, pode condensação de vapor d’água, dando origem
dar origem a pequenas áreas anódicas que a formação de ácido sulfúrico. Nessas
propiciam o desenvolvimento de pites. condições os componentes mais sujeitos ao
seu ataque são o pré-aquecedor de ar, o
Pode resultar também da presença de CO2 economizador e a chaminé.
que torna a água fracamente acidificada,
porém suficiente para provocar a formação FIG. 8 – Superfície metálica interna de uma
de pites. chaminé severamente corroída por ácido
sulfúrico.

7.2.1.3 Corrosão Química Generalizada FIG. 9 – Corrosão externa de tubos de


Uma das formas de corrosão química caldeira na zona de convencção, causada por
generalizada ocorre quando o metal atinge compostos de enxofre.
temperaturas superiores a 550°C quando
então tem lugar uma oxidação a alta As baixas temperaturas dos gases efluentes
temperatura, segundo a reação: das chaminés tem influência direta sobre a

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condensação de compostos de enxofre e o influenciada principalmente pela umidade


processo de corrosão. Cuidados especiais relativa, temperatura do ambiente, natureza
devem ser considerados desde o projeto. da atmosfera (marítima ou rural) e
Uma ótima referência para temperaturas dos contaminação da mesma com agente
gases pode ser obtida no API FORNOS que corrosivo (atmosfera industrial).
define em função da composição dos gases
a temperatura mínima para evitar o chamado
“dew point” – ponto de orvalho. Recomenda- 7.2.2.4 Corrosão sob-isolamento
se que a temperatura fique acima de 160 ºC Este é um dos mais sérios problemas
na saída da chaminé encontrados em equipamentos industriais.
Seu efeito, muitas vezes só é identificado
após a ocorrência de vazamentos e incêndios,
FIG. 10 – CORROSÃO NO PRÉ- gerando paradas de emergência e custos
AQUECEDOR DE AR inesperados de manutenção. Recomenda-se
Corrosão externa nos tubos de um pré- muito cuidado neste aspecto. Salientamos que
aquecedor de ar, pelo ácido sulfúrico projetos bem elaborados e obras bem
formado nas zonas mais frias da passagem fiscalizadas reduzem estas ocorrências,
dos gases combustos, contendo compostos porém após 10 a 15 anos de operação é
de enxofre. praticamente inevitável esta ocorrência. Assim
recomendamos os seguintes cuidados:
FIG. 11 – Corrosão da chaparia externa de a - Linhas quentes que estão operando
uma caldeira e ataque da base de concreto continuamente
por gases SO2 e SO3 - selecionar todas as linhas que possuem
isolamento cuja temperatura está abaixo de
140ºC (ref NACE) e fazer inspeção por
7.2.2.2 Compostos de Vanádio e Sódio amostragem nas paradas da caldeira ou de
Quando o combustível utilizado contem seus acessórios. Remover principalmente os
vanádio, sódio e enxofre, durante a trechos mais baixos e que fiquem ao tempo,
combustão formam-se o pentóxido de sujeitos à chuva;
vanádio (V2O5) e o sulfato de sódio (Na2SO4). - selecionar todos os drenos e trechos de
linhas a montante e jusante do bloqueio do
A associação do V2O5 com o Na2SO4,
dreno, pois estes trechos ficam com o fluxo
constitui o corrosivo mais ativo que se
estagnado e frio, podendo ocorrer o processo
conhece, nos produtos de combustão. Ataca
de corrosão externo.
praticamente todos os materiais metálicos,
mesmo as ligas mais nobres. A mistura
b- Linhas que operam intermitentemente
destes dois compostos produz um eutético
ou linhas frias com isolamento
de baixo ponto de fusão, de modo tal que as
São os casos mais críticos, nesta situação
cinzas depositadas sobre os tubos da
podem estar as linhas de gás ou de óleo para
fornalha facilmente se fundem e fluem,
os queimadores das caldeiras. Algumas
atacando intensamente o material. Há
destas linhas possuem traço de vapor (steam
hipóteses, segundo as quais essa
tracer) para garantir a temperatura, nestes
agressividade é devido a presença de O2, o
casos estes devem estar corretamente
qual é fortemente absorvido por esta escória,
alinhados. Também podemos incluir as linhas
na qual se passam reações que levam à
de vapor para os sopradores de fuligem.
liberação do oxigênio nascente cuja atividade
Nestas linhas é fundamental que os sistemas
sabemos ser extremamente intensa.
de purgadores estejam dimensionados e
O ataque por estes compostos, entretanto, só funcionais, evitando-se o acúmulo de
se registra nas zonas de mais alta condensado frio.
temperatura.
c- Estrutural
7.2.2.3 Corrosão Atmosférica Em alguns casos a idade da caldeira ou o
A estrutura externa da caldeira – colunas, projeto/instalação inadequado do isolamento
chaparia, escadas, plataformas, etc. - está permite o ingresso de água da chuva. Em
sujeita à corrosão atmosférica. Esta é caldeiras que ficam hibernando
deficientemente a água poderá corroer tanto a

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parte estrutural como os tubos, cujo jato de vapor incide sobre os tubos em
principalmente do lado externo da caldeira. vez de entre eles.
Caso não seja detectado à tempo poderá Pode resultar também de jato de vapor e ou
levar a necessidade de reforçar estruturas, condensado proveniente de vazamento
substituição dos tubos ou até redução da através de juntas defeituosas, gaxetas ou
PMTA. A melhor forma de evitar este tipo de mesmo furos, pois jato de condensado tem
corrosão é a inspeção periódica, hibernação uma ação erosiva muito intensa.
adequada com monitoramento das
A corrosão-erosão é um fenômeno que resulta
temperaturas, proteção da caldeira contra a
da ação simultânea de erosão e corrosão,
chuva.
cujos efeitos são bem maiores que a soma
dos efeitos de cada uma, agindo
7.2.2.5 Corrosão Acelerada devido ao
isoladamente.
Fluxo de Vapor Úmido
Corrosão acelerada por fluxo (conhecido Para Caldeiras, as quais utilizam combustíveis
internacionalmente como FAC = Flow- sólidos (carvão, lenha, etc..)deve-se atentar
Accelerated Corrosion) é um fenômeno que para o fenômeno da erosão por cinzas leves.
resulta da perda de metal de tubos, vasos de Este tipo de erosão é mais intenso em zonas
pressão e equipamentos fabricados em aço da Caldeira onde predominam estreitamento
carbono. de área de passagem de gases e em locais de
Isto ocorre em determinadas condições de mudança brusca de direção destes.
fluxo, geometria e material, os quais são
comuns em tubulações de elevadas
solicitações mecânicas em usinas nucleares, 7.4 Mudança de Estrutura Metalográfica e
usinas de combustível fóssil e de instalações Mudança Química
industriais.
Os fatores que mais influenciam na corrosão Dentre as possíveis mudanças químicas e de
acelerada devido ao fluxo são os seguintes: estrutura metalográfica do material, destacam-
se as seguintes.
Fatores hidrodinâmicos, i.e, velocidade
de fluxo, rugosidade do tubo, geometria 7.4.1 Ataque por Hidrogênio a Alta
do caminho do fluxo, qualidade do vapor Temperatura
ou fluxo contendo 2 fases (água/vapor); Tem sido verificado que, em caldeiras de alta
Fatores relacionados ao ambiente interno capacidade, pressão e temperaturas
nas tubulações, i.e, temperatura, pH, elevadas, ocorre a decomposição da água
agente redutor, concentração de com a conseqüente liberação de oxigênio e
oxigênio, potencial de redução e hidrogênio. Este hidrogênio livre se difunde
oxidação, impurezas na água; através do metal e age sobre a cementita,
Fatores metalúrgicos, principalmente a decompondo-a em ferrita e carbono com o
composição química do aço. Foi qual reage para formar metano. Desse modo,
determinado que o elemento mais além de enfraquecer o metal, ainda permite o
benéfico nos aços é o Cromo. Um aço empolamento pelo metano que agrava o
contendo liga de cromo acima de 1% terá problema.
irrelevante taxa de corrosão acelerada
por fluxo. Há evidência de que o uso de 7.4.2 Grafitização
cromo em valores menores, em até 0,1 A grafitização pode ocorrer nas serpentinas de
%, pode reduzir a corrosão acelerada. aço carbono do superaquecedor quando
opera a temperaturas superiores a 450°C.
Nas Caldeiras, este fenômeno ocorre com
maior frequência em Economizadores e Acompanhamento da Deterioração
redes externas de drenagens. Metalúrgica
Em função dos tipos de materiais dos tubos
das caldeiras alguns tipos de deterioração
7.3 Erosão e Corrosão-Erosão Metalúrgicas são possíveis de serem
Encontra-se erosão como resultado de acompanhadas desde que se tenha pessoal
desalinhamento dos sopradores de fuligem especializado e equipamento disponível.
Podem-se observar fluência, grafitização e

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precipitação de carbonetos utilizando-se de - fadiga, tanto mecânica como térmica;


técnicas não-destrutivas de réplica - fluência;
metalográfica ou de microcopia de campo, - tensões anormais impostas ao material;
medição de dureza portátil, medição da - uso inadequado de ferramentas ou outros meios
camada de óxido. Também podem ser de limpeza;
removidas amostras e ensaiadas - mandrilagem defeituosa dos tubos;
mecanicamente. Existem técnicas mais - recalque das fundações;
avançadas onde é avaliada a história térmica - cargas externas excessivas resultantes de
da região analisada através da relação entre tubulação e outros dispositivos conectados à
o tempo de operação e a espessura da caldeira e mal apoiados.
camada de óxido. Existem também - Explosão na câmara de combustão;
referências onde é descrito o nível de
fluência do ponto analisado através de FIG. 12 - Explosão na câmara de combustão.
ultrasom. Resultado de uma explosão de combustão de
As referências mais utilizadas para fluência, uma caldeira, pouco depois de apagados os
grafitização e para precipitação de queimadores, em conseqüência de vazamento
carbonetos em aços baixa liga (P11) estão de óleo para o interior da fornalha quente.
indicados nos anexos.
FIG. 13 – Composição de óleos combustíveis
que podem ou não causar corrosão
7.5 Deterioração do Refratário e do
Isolamente Térmico
Quando as cinzas do combustível entram em 8. FREQÜÊNCIA E PROGRAMAÇÃO DE
contato com o refratário em temperaturas INSPEÇÃO
moderadamente altas, pode ocorrer a
formação de uma escória cuja fluidez é 8.1 Obrigações Legais(NR-13 / Item 13.5)
aumentada pela presença de óxidos As leis brasileiras obrigam todas as caldeiras
metálicos, mormente os de vanádio e estacionárias a ser submetidas à inspeção
molibdênio, além de sais e enxofre. geral, nos seguintes casos:
- a formação desta escória pode acarretar a - antes de entrarem em operação, quando
deterioração do refratário, pelo menos de três novas;
modos diferentes: - depois de reforma, modificações, conserto
- fusão e conseqüente escoamento; importante ou após terem sofrido qualquer
- ação química; acidente;
- penetração; - periodicamente, em função do tipo de
Como conseqüência podemos ter uma caldeira , conforme NR13, quando estiverem
redução de espessura do refratário, em serviço;
permitindo assim que a estrutura de - após intervalo de inatividade de quatro
sustentação e chaparia sejam submetidas a meses ou mais.
uma temperatura mais elevada do que a 1.2- Princípios e orientações gerais para a
permitida. inspeção
Os gases de combustão se difundem através
da parede refratária e vão atacar o 1. Deve ser elaborado e mantido pelo
isolamento, principalmente, quando este é lã proprietário da caldeira um programa de
de rocha, havendo a formação de compostos inspeção documentado, detalhado e
que corroem a chaparia externa. Por outro individual para cada caldeira, levando-se
lado, em conseqüência do ataque, o em conta diferenças de concepção, idade,
isolamento sofre um aumento de volume o condições de operação e outras
qual conduz a esforços mecânicos que particularidades. Este programa deve ser
danificam a parede refratária. continuamente revisado e atualizado,
levando em consideração novas
7.6 Avarias Mecânicas observações e experiências.
Prioritariamente o programa deve
Apresentam-se a seguir algumas das causas
observar a conformidade aos requisitos
usuais de avarias mecânicas de caldeiras:
legais.

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Independentemente das inspeções


2. Registros históricos de cada inspeção programadas, sempre que a caldeira parar, e
devem ser mantidos documentados para for aberta por qualquer razão, a oportunidade
futura referência. deverá ser aproveitada para uma inspeção,
mesmo que seja parcial.
3. As inspeções devem ser executadas por
Por outro lado, o inspetor deve estar sempre
agente qualificado, e habilitado podendo
inteirado das condições da caldeira em
ser pessoal próprio ou contratado.
serviço, e recomendar quando necessário a
paralisação e abertura, mesmo parcial, ainda
4. Por ocasião das inspeções, quaisquer
que fora das inspeções programadas.
anomalias já conhecidas pelo proprietário
da caldeira devem ser reportadas ao Observações
inspetor comissionado para os trabalhos. Quando a caldeira tiver que ficar fora de
operação por um período mais ou menos
5. Todas as especificações, critérios e prolongado, cuidados especiais são
padrões gerais de aceitação que possam indispensáveis no tocante a sua proteção
vir a ser necessários (ex.: descrição dos contra a corrosão, tanto interna quanto
materiais, espessura mínima de tubos, externa.
valores de ajuste de válvulas de
segurança, parâmetros do teste
hidrostático, etc.), devem estar 9. TRABALHOS PRELIMINARES,
prontamente disponíveis nestas INSTRUMENTOS E FERRAMENTAS
ocasiões, evitando dúvidas e equívocos.
9.1 Normas de Segurança
6. As inspeções devem ser constituídas de
exame interno, exame externo e testes Antes do inspetor entrar em qualquer local na
complementares. Cada uma destas caldeira, deverão ser observadas todas as
etapas é descrita neste documento de medidas necessárias à segurança do pessoal
forma sucinta, como orientação apenas. que tiver de trabalhar no seu interior. Essas
Cabe ao inspetor utilizar sua experiência medidas são obrigatórias e devem ser
e conhecimento para determinar a rigorosamente obedecidas, não se admitindo
extensão, abrangência e detalhamento exceções.
das verificações e ensaios a serem Cada empresa tem o seu regulamento
aplicados. É necessário que sejam particular de segurança, entretanto, a maioria
gerados relatórios escritos conclusivos dos seus itens é comum a todos. Dentre eles
sobre os exames realizados e citam-se os seguintes:
recomendações deles resultantes.
- após o completo esvaziamento da caldeira,
7. O inspetor deverá certificar-se de que todas as tubulações a ela conectadas (linhas
todos os reparos e modificações de vapor, linha de água de alimentação, dos
advindas das inspeções sejam sopradores de fuligem, de descarga, de
executados em conformidade com as combustível, etc.) devem ser bloqueadas com
normas e códigos de projeto e flange cego;
construção da caldeira, conforme - se duas ou mais caldeiras estiverem ligadas
estabelecido pela legislação vigente. à mesma chaminé, deverá ser completamente
Exceção a este requisito é aceitável em bloqueada a fim de evitar o retorno de gases
tratando-se de novas tecnologias, já provenientes da outra caldeira;
consagradas e ainda não previstas à - a temperatura interna deverá estar
época do código utilizado no projeto e arrefecida até um nível que seja perfeitamente
construção da caldeira. suportável pelo homem; NR15 – Trabalho em
Ambientes Isalubres – índices de bulbo úmido
e bulbo seco.
8.2 Programação Própria - deverão ser providas ventilação e iluminação
adequadas;
Muito embora a lei obrigue a uma inspeção
por ano, o intervalo ideal de operação, entre Uso de equipamentos de segurança pessoal,
inspeções, é de 4.000 horas. tais como:

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- roupa apropriada; providenciados, com suficiente


- óculos de segurança; antecedência.
- capacete, etc.
2. Recomenda-se que se proceda uma
verificação interna preliminar à limpeza da
9.2 Preparação para Inspeção caldeira, de forma a observar as possíveis
Para se realizar uma inspeção geral de uma incrustações, obstruções e depósitos
caldeira é necessária uma preparação que excessivos, sua natureza e localização,
consiste do seu resfriamento, abertura de arranjo do fundido remanescente, etc.
todas as portas de acesso, inclusive Entretanto esta verificação deve ser
tubulões, limpeza interna e externa para cercada das precauções de segurança
remoção de depósitos, cinzas, incrustações, exigíveis, especialmente quanto à
a fim de que se possa observar possível queda de blocos de cinzas ou
minuciosamente o estado das superfícies sulfato.
metálicas, do refratário e demais
componentes. 3. As cinzas remanescentes devem ser
removidas por lavagem a alta pressão, em
É importante, porém, que o inspetor examine alguns casos pode ser com água quente.
o interior da caldeira antes da remoção dos A qualidade da limpeza resultante deve
depósitos, porque sua forma e sua ser cuidadosamente avaliada antes do
composição muito podem dizer das encerramento definitivo da lavagem, e
condições de operação bem como de antes que se iniciem quaisquer atividades
deterioração, levando a medidas preventivas. de manutenção na caldeira. Especial
Durante a operação de lavagem externa dos atenção deve ser dada à remoção de
tubos deverá ser dispensado cuidado formações de cinza/sulfato que
especial para evitar que o refratário seja eventualmente ficam presas ao teto,
excessivamente molhado. Caso isso ocorra é paredes e painéis após a lavagem,
necessário uma secagem cautelosa quando evitando acidentes com sua queda
da entrada em operação, o que se consegue durante os trabalhos internos.
com aquecimento lento do equipamento.
Usa-se promover a limpeza química da 4. Todas as portas de visitas e outras
caldeira externa e internamente. Quando a aberturas da caldeira precisam ser
limpeza for externa, cuidados especiais abertas.
devem ser tomados para não haver retenção
das soluções ou, havendo impossibilidade de 5. Iluminação geral interna de baixa
removê-las completamente, deve-se procurar voltagem deve ser providenciada, bem
neutralizá-las. como luminárias manuais para todas as
partes a serem localmente examinadas.
No caso de limpeza química interna já
existem sistemáticas minuciosas de 6. Um andaime rígido e seguro deve ser
procedimento e que, inclusive, afastam a erguido para possibilitar a inspeção em
possibilidade de retenção de soluções toda a altura da fornalha, bem como em
agressivas. É interessante, contudo, todas as linhas de sopragem nos
acompanhar estas limpezas com cupons de superaquecedores, até o teto. É
corrosão, para se ter uma idéia da natureza e importante que o andaime proporcione,
intensidade do desgaste inevitável nestas quando possível, fácil acesso entre os
operações. diferentes níveis dos superaquecedores, e
nunca obstrua bocas de visita. O acesso a
2- Preparativos outros locais de interesse além dos
citados, se solicitado pelo inspetor
1. Procedimentos de segurança comissionado, deve ser providenciado
ocupacional prévios à inspeção, sem restrições.
especialmente bloqueio e sinalização dos
itens cujo acionamento acidental possa 7. A limpeza mecânica e preparação das
ser perigoso, devem ser rigorosamente superfícies para inspeção e ensaios deve
ser feita pelos meios adequados e com

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máximo cuidado, a fim de se evitar a 9.3.3 Equipamentos Auxiliares


abrasão excessiva dos tubos e - máquina fotográfica;
conseqüentes perdas de espessura. O - lanternas;
jato de areia está proibido, devendo-se - escovas de aço;
utilizar de jato d’água (hidrojato de alta - raspadores;
pressão). - estiletes.

8. É recomendável, especialmente se 10. PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO


houver qualquer suspeita da vazamento
na caldeira, a execução de um teste de
estanqueidade na mesma (com não mais Distinguem-se duas modalidades de inspeção:
- inspeção externa;
que a pressão de operação) no início da
parada, antecedendo as inspeções - inspeção interna;
propriamente ditas. Esta providência
permite evidenciar os possíveis 10.1 Inspeção Externa
vazamentos em tempo hábil para sua É aquela que pode ser executada a qualquer
correção, evitando a sua constatação tempo, com a caldeira em operação. Abrange
apenas no teste hidrostático final. os seguintes componentes:

10.1.1 Escadas, Plataformas e Passadiços


9.3 Instrumentos e Ferramentas Estes componentes são inspecionadas em
geral apenas visualmente, procurando o
Os instrumentos e ferramentas necessárias à inspetor observar corrosão ou avarias
execução dos trabalhos de inspeção constam mecânicas que comprometam a estrutura ou
da seguinte relação: que necessitem de reparos.
9.3.1 Instrumental de Rotina 10.1.2 Fundações
- espelho de cabo flexível; As fundações também são inspecionadas
- calibres mecânicos internos e externos; visualmente, sendo a avaria mais grave o seu
- martelos de bola e picador; recalque, principalmente se for diferencial
- lupa; quando poderá trazer sérios danos à caldeira
- imã; provocando vazamento, avarias mecânicas e
- micrômetros de inspetor (“inspetor’s gage”) outras que poderão inutilizá-la por completo.
e de profundidade; Há várias maneiras de se identificar um
- paquímetro. recalque e de medir a sua extensão. Os
indícios são geralmente trincas no concreto da
9.3.2 Instrumental Especial estrutura ou do piso, lascamento do
- telelupa (boroscópio) revestimento, desalinhamento de tubulação
- detetor de falhas pelo espectro magnético; conectada, etc. A maneira mais eficiente de
- aparelhos para radiografias; medir e controlar o recalque é por meio de
referências, uma externamente num ponto fixo
- aparelhos para determinação de espessura
e outra num ponto de estrutura em que se
por meio de raios gama (gamametria);
suspeita de recalque, fazendo-se a medição
- aparelho ultrasônico para determinação de
com teodolito.
espessura e ou falhas;
- pirômetros de contacto ou infra-vermelhos; Deve-se ficar atento para os drenos (de
- detetor de vazamentos por ultra-som; chaminé, por exemplo) pelos quais há
- ensaios pela exsudação de líquidos possibilidades de escoamento de ácido
penetrantes; sulfúrico, formado no encontro dos gases de
- teodolito; combustão com umidade atmosférica ou outra
- lápis de fusão; forma qualquer de condensado; esta solução
- medidores portáteis de dureza; ácida poderá penetrar no concreto e corroer
- medidores de películas de incrustação. severamente as ferragens de armação e, o
que é mais grave, os parafusos chumbadores.

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10.1.3 Suportes Externos, Chaparia e 10.2.1 Tubulão e seus Dispositivos


Isolamento Internos
Os perfis da estrutura de sustentação
Todas as superfícies internas, dispositivos
(pilares, vigas, etc.) e a chaparia são
internos de separação de líquido e vapor,
inspecionados visualmente. Estes estão
conexões especialmente as dos visores de
sujeitos à corrosão e avarias mecânicas, tais
nível e das válvulas de segurança, devem ser
como flambagem nos pilares quando
cuidadosamente examinadas para se verificar
excessivamente carregados, parafusos
a existência de corrosão, avaria mecânica ou
frouxos, pintura avariada e conseqüente
deposição de matéria estranha.
corrosão localizada, além de corrosão sob
contato e de outros tipos. As juntas soldadas ou rebitadas, bem como as
áreas adjacentes deverão ser examinadas
A pintura deve ser cuidadosa e regularmente
procurando-se observar se há corrosão
inspecionada pois sinais de tinta queimada
localizada, trincas e rebites frouxos, o que
são bons indícios de problemas com
pode ser verificado pelo teste do martelo. A
refratários. Neste caso deve-se acompanhar
corrosão nestas zonas é mais perigosa que
a evolução da temperatura, no local e
aquela encontrada em pontos afastados das
vizinhanças, para perfeita avaliação da
juntas. Os locais em que a circulação de água
situação do problema.
é deficiente estão sujeitos a um ataque
Várias causas concorrem para degradação localizado mais intenso.
do isolamento externo de uma caldeira
Em tubulões rebitados é oportuno o exame,
vazamentos, infiltração de águas e gases,
por amostragem, dos rebites e zonas
má aplicação, má qualidade de material, etc.
adjacentes com líquidos penetrantes (teste de
O essencial é providenciar reparos, imediatos
exsudação) para pesquisa de trincas.
se possível, sempre que surgirem trincas e
As espessuras da parede do tubulão devem
desagregação. (Fig. 14).
ser sempre medidas e registradas, para se
definir a taxa de corrosão.
10.1.4 Vazamentos
O melhor processo para isso consiste no uso
Devem-se ser observados e anotados, os de aparelhos de medição indireta de
vazamentos de água, vapor e gases, como espessuras por meio de ultra-som, não se
subsídios para inspeção geral da caldeira. dispondo do aparelho, pode-se lançar mão de
Uma fonte de vazamentos que deve ser métodos de medição direta.
observada atentamente são as válvulas de
segurança. Por ocasião da inspeção periódica, a
qualidade da água de alimentação (incluindo
10.1.5 Câmara de Combustão água de alimentação principal, de reposição, e
As condições internas da câmara de condensados que retornam à caldeira) é
combustão devem ser observadas nas aferida. Uma inspeção interna nos balões e
inspeções externas, através dos visores, coletores torna isto possível. No caso dos
quanto à direção das chamas (se há coletores, devem ser removidos caps para
incidência nos tubos), desgaste dos possibilitar esta visualização, e também ser
refratários e abaulamentos dos tubos. As feita a retirada de amostras dos depósitos
informações assim colhidas muito ajudarão internos e possíveis detritos, que serão
futuramente. analisadas por agente competente. Falhas ou
deficiências da camada de óxido protetor,
FIG. 14 – Vista do isolamento externo depósitos excessivos, corrosão, pitting,
deteriorado no duto de gases combustos. erosão, e outras irregularidades associáveis à
qualidade da água são portanto evidenciadas
10.2 Inspeção Geral neste exame dos balões e coletores. Também
A inspeção geral inclui a externa, conforme podem ser cortados trechos de tubos para
exposto nos itens precedentes, e mais a permitir análise dos depósitos internos.
inspeção de todos os demais componentes.
Só poderá ser executada com a caldeira fora 10.2.2 Fornalha
de operação após convenientemente Na fornalha os vários itens que deverão ser
preparada. (Itens 9.1 e 9.2) observados são, principalmente:

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10.2.2.1 Tubos erosão, deterioração metalúrgica, formação de


Os tubos da fornalha deverão ser depósitos internos;
inspecionados, inicialmente, antes de sua Próximo aos sopradores de fuligem:
limpeza, a fim de se verificar a existência de ocorrência de erosão, impingimento de
incrustação, nas superfícies externas e, em condensado proveniente do vapor que estava
caso afirmativo, pesquisar a natureza da na tubulação de alimentação e que não é
mesma. devidamente purgado;
Fundo da fornalha: em caldeiras altas,
Depois de feita a limpeza, procede-se ao normalmente sofre erosão externa devido ao
exame cuidadoso das superfícies expostas, impacto com a queda de cinzas da fornalha.
pesquisando-se, principalmente, corrosão,
abaulamentos e zonas de superaquecimento 10.2.2.2 Refratário
e, sempre que possível, determinando a sua
O refratário da fornalha deverá ser examinado
extensão.
quanto a rachaduras, avarias mecânicas,
Os abaulamentos e corrosão alveolar são vitrificação ou escorificação e decomposição
facilmente identificados fazendo-se incidir o por ação química; esta deterioração pode ser
feixe de luz da lanterna tangencialmente ao facilmente identificada pela perda de
tubo. consistência do material, por meio de estilete.
Os abaulamentos identificados deverão ter o
10.2.3 Queimadores
seu perímetro medido na zona de maior
deformação, fazendo-se o registro com a Os queimadores deverão ser removidos e
identificação completa do tubo e respectiva completamente desmontados para limpeza e
posição a fim de que se possa fazer o inspeção minuciosa. Atenção especial deverá
controle periódico da evolução dos mesmos. ser dispensada ao difusor, que, geralmente,
De um modo geral o valor máximo que se fica sujeito a temperaturas muito elevadas.
admite para um abaulamento é da ordem de Quando se trata de queimador de óleo, o bico
5% sobre o diâmetro externo do tubo. deverá ser examinado cautelosamente, pois
os furos são geralmente atacados por erosão.
O desgaste interno por corrosão, se
uniforme, poderá ser perfeitamente avaliado 10.2.4 Superaquecedor
com medições de espessura por ultra-som. O superaquecedor deverá ser examinado
tanto quanto à corrosão e abaulamento e
Os tubos da caldeira devem ser examinados quanto à possível erosão causada pelos
visualmente com foco em corrosão, erosão, sopradores de fuligem. Também tem
abrasão, desalinhamentos, deformações, possibilidade de ocorrência de oxidação
amassamento, empolamento, inchamento, devido à alta temperatura nestas regiões,
porosidade, trincas, rupturas, descoloração, acima dos valores permitidos pelos códigos do
alterações da textura do material, etc. Deve- fabricante ou de projetista.
se verificar os tubos também quanto a danos
mecânicos decorrentes de possível
interferência física indevida entre 10.2.5 Economizador
componentes da própria caldeira, limpeza da O economizador está sujeito à corrosão dada
caldeira com instrumentos pontiagudos, a baixa temperatura dos gases que por ele
colisões com sopradores de fuligem, queda passam. Também está sujeito à erosão
de objetos pesados, etc.. Tubos do fundo da quando ocorre vazamento com jato de
fornalha são particularmente sujeitos a danos condensado de alta pressão incidindo sobre
por queda de grandes formações de cinza, os seus tubos.
que se desprendem das partes altas da
caldeira. Os locais mais sujeitos à corrosão são as
adjacências dos suportes dos tubos e das
Os pontos mais críticos das fornalhas soldas. A medição de espessura dos tubos é o
normalmente são: melhor meio de se identificar os que não estão
Próximo aos queimadores: tubos laterais e em condições de operação segura. Para os
superiores corrosão, oxidação externa, tubos localizados no interior das serpentinas a
inspeção torna-se extremamente difícil e

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quando surgir o problema, este deverá ser 10.2.8 Pré-aquededor de Ar do Tipo


estudado à parte. Regenerativo
Em caldeiras à carvão é comum a ocorrência São aquecedores compostos por conjuntos de
de erosão devido à passagem dos gases favos de chapas de pequena espessura
com as cinzas em velocidade mais elevada (1mm, de aço Corten – resistência à corrosão)
sobre os bancos de serpentinas. Especiais formando um rotor. Este fica instalado de
cuidados em relação à inspeção criteriosa maneira que o duto de ar e o duto de gás
bem como à proteção dos tubos devem ser estão alinhados em sentidos opostos e a troca
tomados. de calor é feita à medida que estes favos
estão girando. Normalmente o lado frio sofre
corrosão severa após alguns anos de uso.
Erosão/Abrasão Especial cuidado deve ser tomado, pois às
Em caldeiras à carvão poderá ocorrer a vezes as peças se soltam causando a
incidência de cinzas sobre os tubos, interrupção da rotação do equipamento.
principalmente em regiões de restrição ao
fluxo, onde ocorre o aumento de velocidade. 10.2.9 Dispositivos Auxiliares
Recomenda-se inspecionar criteriosamente
estes pontos, como exemplo: espaço entre 10.2.9.1 Válvulas de Segurança
bancos de serpentinas, espaço entre a Os detalhes de inspeção das válvulas de
serpentina e as paredes da caldeira. segurança serão abordados em outra guia
Também estará sujeito à erosão quando desta série. Entretanto, pelo menos uma vez
ocorrer vazamento com jato de condensado por ano deverão ser removidas, desmontadas,
de alta pressão incidindo sobre os seus tubos inspecionadas e reparados os defeitos,
adjacente ao tubo furado. quando existentes e recalibradas conforme
prevê a NR13 – em função dos tipos de
10.2.6 Pré-aquecedor de Ar do Tipo caldeiras.
Tubular a.- Teste das válvulas de segurança
Em virtude da baixa temperatura dos gases
que passam nesta seção, ainda mais baixa Válvulas de segurança são dispositivos de
que no economizador, a possibilidade de proteção sujeitos a falhas latentes, isto é,
ataque nos tubos é muito maior que naquele. falhas que só serão percebidas quando a
Verifica-se que este ataque é mais intenso atuação da válvula se fizer necessária. Assim,
nas proximidades da entrada de ar frio. mesmo assumindo-se que tenham recebido
adequada manutenção, e sejam suficientes
Com o fim de eliminar ou diminuir este
em termos de vazão, as válvulas de
ataque, as caldeiras mais modernas dispõem
segurança devem ainda ser testadas
de meio pelo qual o ar sofre um aquecimento
anualmente, com foco na calibração e
inicial, antes de chegar ao pré-aquecedor. A
funcionamento adequado. A pressão de
experiência tem mostrado que tal sistema é
abertura e o diferencial de alívio devem estar
bastante eficiente. Normalmente, para isso,
em estrita conformidade com as
usa-se o equipamento conhecido como pré-
especificações do fabricante, com o código
aquecedor a vapor.
de projeto da caldeira e com a legislação
vigente. A abertura das válvulas deve ser em
disparo único, em “pop”, sem apresentar
10.2.7 Pré-aquecedor a Vapor batimento ou trepidação. As PSVs devem
Existem vários tipos e seus defeitos mais também estar isentas de vazamentos
comuns costumam ser afrouxamento da perceptíveis quando da operação normal da
mandrilagem ou defeitos na solda dos tubos caldeira.
com os coletores, com conseqüente
vazamento. Nota: o teste das válvulas de segurança, bem
Inspeciona-se da mesma maneira que o pré- como sua desmontagem e revisão anuais são
aquecedor de ar. mandatórios pela legislação vigente. Durante
a desmontagem deverá ser feita inspeção
visual completa de todos os componentes e
registrar no relatórios as condições

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encontradas. É recomendável a execução de nos sopradores com conseqüente


ensaio de Líquido Penetrante pelo menos no rompimento.
bocal, porém o ensaio pode ser feito em todo
o corpo da válvula, principalmente às que Quando o soprador for longo (acima de 3 m)
operam acima de 400ºC. considerar a deformação que sofre a medida
que é inserido. O projeto destes equipamentos
Recomendações gerais para teste prevê que isto ocorra, porém quando os
convencional de válvulas de segurança: valores forem altos (devido à deformações
permanentes) poderá haver interferência com
• Iniciar o teste pela PSV de ajuste mais os tubos da caldeira que estiverem próximos
alto ou mesmo a projeção de vapor sobre os tubos
• A cada válvula testada, as demais ocorrendo o travamento/deformação ou
deverão estar travadas erosão excessiva dos tubos. Recomenda-se
• Caso sejam requeridos ajustes, disparar que nas paradas estes equipamentos sejam
a válvula em questão no máximo 5 vezes inseridos à frio (sem injeção de vapor
seguidas. Ocorrendo esta situação, obviamente) e observado o seu
somente após 6 horas poderá ser feita comportamento pelos inspetores. Se houver
nova tentativa. alguma anomalia verificar a possibilidade de
• Quando uma PSV abrir, o operador desempeno do tubo central.
deverá apagar um queimador e liberar
vapor pela válvula de alívio blowoff. Sopradores de fuligem- Inspecionar quanto ao
• Utilizar manômetro-padrão aferido, alinhamento e possível existência de trincas,
instalado no balão de vapor para as corrosão e erosão nas lanças, estas últimas
válvulas do balão, e no coletor ou na ocasionadas geralmente por inadequada
linha de vapor principal, para a válvula do purga de condensado. Deve-se adotar como
superaquecedor. procedimento a inspeção por gamagrafia nas
soldas de lanças novas e reparos executados,
• Uma tolerância de ± 1 kgf/cm2 no valor conferindo-lhes maior segurança contra
de abertura da PSV, é usualmente aceita defeitos que poderiam causar o rompimento
• Testes de acumulação não devem ser do tubo e sua projeção para o interior da
executados em caldeiras providas de caldeira. Deve ser examinada por END com
superaquecedores especial atenção a solda de união entre as
ponteiras e as lanças. Observar o estado das
Opcionalmente ao teste convencional de caixas de selagem dos sopradores, montadas
válvulas de segurança, é aceita a utilização junto às penetrações nas paredes da caldeira.
de dispositivos atuadores hidráulicos, Proceder também a uma verificação da
geralmente associados a uma estanqueidade das válvulas do sistema.
instrumentação especial, constituindo o Confiabilidade adicional quanto à segurança
chamado teste on-line, sem a necessidade dos sopradores de fuligem pode ser
do disparo em “pop” e abertura total das alcançada executando-se testes funcionais e
válvulas de segurança. dinâmicos com os mesmos. O teste,
conduzido “a seco” durante a parada da
unidade, é feito inserindo-se completamente a
lança de cada soprador, enquanto um inspetor
10.2.9.2 Sopradores de Fuligem
observa os seguintes aspectos: (a) curso da
Os sopradores de fuligem ficam submetidos lança, certificando-se que a mesma não se
a temperaturas elevadas e sujeitos à aproxima demasiadamente, ou mesmo colide,
corrosão por alta temperatura, sendo comum com a parede oposta; (b) as condições e
aparecerem trincam e erosões nos furos. funcionamento das chaves-limite e batentes
Estas falhas deverão ser corrigidas a fim de mecânicos de fim-de-curso, devendo a fixação
evitar-se que o jato de vapor incida sobre os deste último ser verificada por líquidos
tubos, causando-lhes erosão. Deve-se penetrantes; (c) o empeno ou
verificar também o seu alinhamento e o descentralização da lança ao longo do
dispositivo de rotação. Algumas vezes tem percurso, com possíveis atritos laterais com
sido observado aparecimento de fase sigma painéis de tubos adjacentes; (d) condições de
desgaste e desalinhamento, bem como ruídos

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anormais, dos roletes de apoio da lança; (e) 10.2.9.4 Dutos de Ar e de Gases


funcionamento adequado do sistema de A chaparia dos dutos de ar e de gases deve
indexação, se existente. ser inspecionada interna e externamente. Os
Cuidados devem ser tomados em relação à que forem isolados deverão ser inspecionados
capacidade dos purgadores de eliminar o externamente segundo um intervalo maior,
condensado que se forma nas tubulações, de sendo esta inspeção feita em pontos
maneira a impedir a sua projeção sobre as convenientemente escolhidos, usando-se
tubulações quando a válvula é aberta para nestes um trecho de isolamento removível.
limpeza dos tubos.
As lâminas das borboletas deverão ser
examinadas quanto à corrosão, afrouxamento,
10.2.9.3 Chaminé empenamento e operabilidade.
Os demais auxiliares importantes, tais como:
É um equipamento muito importante na
bombas, chaminés, ventiladores, pré-
caldeira pois permite a emissão dos gases de
aquecedores de combustível, estão ou serão
combustão. É normal as chaminés terem
abordados em outras guias desta série. Os
revestimentos internos refratários/isolantes,
túneis de ar, de concreto, deverão ser
de maneiras a garantir que os gases não
examinados quanto a trincas.
percam temperatura e se tenha a tiragem
adequada com velocidade de saída suficiente
para a correta diluição na atmosfera destes
10.2.9.5 Tubulações
efluentes gasosos. Em caldeiras que operam
continuamente os danos internos são mais
lentos, mesmo em caldeiras de combustível Linha de água de alimentação – Está sujeita
carvão. Cuidados devem ser tomados em à perda de espessura causada por corrosão
equipamentos que ficam hibernados, pois há acelerada por fluxo, podendo resultar em
dificuldades de manter-se a temperatura rupturas de conseqüências catastróficas. Toda
adequada do ar circulante no interior da a tubulação deve portanto ser inspecionada
chaminé. Quando estes equipamentos forem com este foco, dando-se atenção especial às
metálicos, os produtos de combustão que curvas, partes adjacentes ou à jusante de
ficam aderidos ás paredes, com a entrada de válvulas, derivações, pontos de dosagem de
água/umidade permitirá a formação de químicos ou onde quer que a geometria da
compostos ácidos que deterioram os linha favoreça o aumento de turbulência e o
revestimentos e acabarão atingindo a impingimento do fluido contra as paredes dos
chaparia da chaminé. tubos. A medição ultra-sônica de espessura é
Também deve-se cuidar da superfície o recurso indicado. Como a corrosão pode
externa pois o contacto com atmosferas ocorrer de forma localizada, é importante que
industriais aceleram a corrosão rapidamente se meça, a intervalos criteriosamente
tão logo a pintura tenha sofrido deterioração. definidos, ao redor de toda a circunferência
Em chaminés com junções aparafusadas do tubo, e que seja feito um grid adequado de
deve-se verificar os parafusos, pois estão pontos de medição nas áreas suspeitas. Se
sujeitos a processo de fadiga, pela necessário, inspecionar internamente com um
oscilações normais deste tipo de estrutura, e endoscópio: a aparência rugosa típica da
afrouxam ou rompem, devendo-se superfície interna das regiões corroídas será
periodicamente, a cada 10 anos, fazer uma facilmente identificada com este instrumento.
inspeção visual, com martelo e com
torquímetro completa. Linha de vapor principal – Está sujeita
Assim recomenda-se cuidados nesta principalmente à acumulação de danos de
inspeção, permitindo que seja feita a correta longo prazo (fluência), mas ainda assim deve
prevenção para pintura externa ou receber certa atenção também nas inspeções
recuperação interna, evitando gastos às anuais. Nestas ocasiões, devem ser
vezes muito altos quando o processo de verificadas principalmente as condições gerais
deterioração já for muito vasto de suportação (estado visual e funcionamento
dos suportes elásticos, exame por END nos
olhais e outros dispositivos de suspensão
soldados à tubulação).

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Estas tubulações possuem alta energia, hidrostática de acordo com a norma segundo
portanto uma ruptura pode produzir danos a qual foi construída. Caldeiras em uso,
catastróficos nas adjacências. Quando a quando reparadas em qualquer ponto dos
casa dos operadores for próximo, estas componentes sujeitos à pressão, deverão ser
situações poderão ser mais graves ainda. Os submetidas a novo teste hidrostático.
regimes transientes das caldeiras, paradas e Normalmente a pressão de ensaio deverá ser
partidas, situações de emergência, podem igual a 1,5 vezes a MPTA. (máxima pressão
causar cargas dinâmicas (golpe de aríete e de trabalho admitida). Para geradores que
até martelo) que produzem sérios danos em operam com pressão superior a 40 kgf/cm2
toda a suportação. Assim é fundamental que admite-se para teste uma pressão mínima de
as tubulações tenham sempre 1,2 vezes a MPTA.
acompanhamento em partidas e paradas, e Durante a realização desta prova só deverão
periodicamente, de maneira a manter o permanecer nas imediações do equipamento
sistema íntegro. aquelas pessoas estritamente necessárias.
De modo particular em caldeiras onde parte
da linha de vapor esteja sujeita a
A aplicação de prova de pressão
intempéries, atenção deve ser dada à
hidrostática (com valor normalizado de sobre-
possibilidade de corrosão externa sob o
pressão, e seguindo procedimentos de teste
isolamento térmico da tubulação,
também padronizados no código de projeto da
principalmente às que operam abaixo de
caldeira) permite verificar a existência de
120ºC ou em regime intermitente.
vazamentos e/ou insuficiência de resistência
da unidade. Embora somente exigível, pelas
10.2.9.6 Tanque de água e Vaso
normas genéricas para caldeiras, na inspeção
Desaerador
inicial e após execução de reparos e/ou
vazamentos em partes pressurizadas, o teste
Tanque de água de alimentação e hidrostático é imprescindível por ocasião das
desaerador- Devem ser examinados com inspeções periódicas.
foco na qualidade da água, atentando-se O valor de sobre-pressão estabelecido nos
para depósitos e a presença de materiais códigos de projeto referem-se a equipamento
estranhos em seu interior. Verificam-se novo e não corroído, não sendo normalmente
também o estado dos internos do utilizado nos subseqüentes testes periódicos.
desaerador, especialmente fixação das
bandejas e bicos spray. De forma geral estes O teste deverá ser feito com água em
vasos devem receber o mesmo tratamento temperatura de 20°C e 35°C, tendo-se o
de inspeção e END aplicável a vasos de cuidado de eliminar todas as bolsas de ar que
pressão em geral, inclusive com atendimento ser possam formar durante o processo de
aos requisitos legais. Estes vasos estão enchimento.
sujeito à deterioração de corrosão-fadiga, Antes da caldeira dar partida após as paradas
com o surgimento de trincas adjacentes aos normais é comum aplicar-se um teste para a
cordões de solda. Há relatos de ruptura e simples observação da estanqueidade das
vazamento de água quente destes bocas de visita e das conexões que foram
equipamentos. Utilizar a Prática abertas. Neste caso a pressão aplicada deve
Recomendada da NACE que contempla uma ser aproximadamente a pressão normal de
série de ações para inspeção destes tipos de operação, observando-se para a água os
equipamentos. limites de temperatura já mencionados.
Outros vasos também assessórios (de
expansão de condensado) também devem Nos testes hidrostáticos onde, pelo
ser verificados pois estão submetidos a manômetro, se constata vazamento, o qual
erosão interna, podendo ocorrer furo. não se consegue localizar, pode-se usar um
detetor de vazamento por ultra-som que dará
10.3 Ensaios a sua localização aproximada.

10.3.2 Cupons de Teste


10.3.1 Teste Hidrostático
Cupons de teste podem ser instalados em
Quando da construção da caldeira esta é
vários locais para, por perda de peso e
submetida a uma prova de pressão
aspecto ao exame visual, darem uma idéia do

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que está ocorrendo em termos de corrosão atenção especial nas medições. As


ou outra forma de deterioração. Podem regiões altas da fornalha e teto, em
também ser utilizadas sondas de corrosão. contrapartida, geralmente apresentam
baixas taxas de corrosão e podem ser
examinadas com menor freqüência ou
10.3.3 Medições de Espessura amostralmente.

Medições ultra-sônicas de espessura • Os tubos de superaquecedores são


periódicas são essenciais para controlar a medidos prioritariamente em partes curvas
vida útil dos tubos, detectar desgastes e nos trechos retos, na linha de centro dos
anormais e confirmar a Pressão Máxima de sopradores de fuligem.
Trabalho Admissível (PMTA) da unidade. • Os tubos de economizadores devem ser
Abaixo são recomendadas linhas gerais para medidos com prioridade para as partes
um plano de prospecção ultra-sônica para inferiores, mais frias, e nas linhas de
medição de espessura: sopragem.

Ressalta-se aqui, uma vez mais, que o plano


deve ser individualizado para cada caldeira, 11. MÉTODO DE REPARO
levando-se em conta sua concepção, idade,
histórico de corrosão, etc. As medições de
espessura devem ser sempre Nesta guia não são abordados os métodos de
complementadas com uma cuidadosa reparo e de manutenção. Estes dependem da
inspeção visual quanto a perdas de material norma que regula a construção da caldeira, da
dos tubos, por exemplo com o uso de uma natureza do reparo a ser feito, das condições
lanterna em ângulo. As medições são feitas locais e da experiência do inspetor.
em um arranjo lógico de localizações
(exemplo: a cada 6 metros, de 5 em 5 tubos), Conforme já mencionado no parágrafo
resultando em uma densidade de medições anterior, após qualquer reparo que afete a
adequada a cada caso, e para cada parte da estrutura dos componentes sujeitos a pressão,
caldeira. Vários milhares de pontos podem a caldeira deverá ser submetida a um ensaio
ser necessários em uma inspeção, para de pressão hidrostática de acordo com a
proporcionar uma adequada avaliação da respectiva norma de construção.
unidade. O arranjo de medições também
deve ser tal que permita boa repetibilidade 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
dos ensaios em inspeções subseqüentes. As normas mais comumente usadas que
Tipicamente as medições de espessura são abrangem fabricação, manutenção, operação
feitas a cada ano. Este período, bem como a e inspeção de caldeiras são:
densidade de pontos, podem ser ajustados Construção de caldeiras;
dependendo dos resultados. Abaixo são - ASME Boiler and Pressure Vessel Code-
recomendadas práticas para prospecção de Section I – Power Boilers;
cada parte da caldeira. - ASME Boiler and Pressure Vessel Code-
Section VII – Recommended Rules tor Care of
• Os tubos de fornalha são medidos entre Power Boilers;
3 e 6 níveis ou elevações, dependendo - British Standards, B.S. 113, Water Tube
do tipo de proteção contra corrosão Boilers;
existente. Prioritariamente são medidos - AD – Specifications, Séries B, Alemanha;
os níveis de ar de combustão e - The National Board of Boiler and Pressure
queimadores, e os tubos curvados ao Vessel Inspectors, U.S.A.
redor das diversas aberturas da fornalha. - API Guide for Inspection of Refinery
Em áreas críticas é recomendado que a Equipment, chapter VIII, Direct-Fired Boilers
medição seja feita em três pontos da and Auxiliary Equipment.
semicircunferência do tubo exposta aos - EPRI – Electric Power Research Institute,
gases, ao invés de uma única medição “Manual for Investigation and Correction of
central. Partes como o nariz, que Boiler Tube Failures”, EPRI, CS - 3945,
sabidamente experimentam maior 1985.
desgaste, também devem receber

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NR-13, Norma Regulamentadora do M.T.E, Todos os danos deverão ter identificado a


Portaria N. 23, de 26/4/1995; causa da sua ocorrência.
Uma cópia deste relatório deverá ser enviada
Ver adiante mais referências
para a representação sindical conforme prevê
NR13, no prazo máximo de 30 dias a contar
13. REGISTROS E RELATÓRIOS
da data de término da inspeção, e outra
permanecerá em poder do proprietário da
Para cada caldeira deverá ser mantido um caldeira.
registro separado, do qual deverão constar
todos os assentamentos referentes à mesma, 14. OBSERVAÇÕES
desde seu projeto e montagem, incluindo os
certificados de fabricação, ensaios, análises, O responsável por inspeção de caldeiras deve
etc. Ter conhecimento sobre:
O relatório de inspeção deverá conter - tratamento de água das caldeiras;
informações conforme recomendado na NR- - técnicas de reparos;
13 do M.T.E e NBR 12.177-1 da ABNT. - combustão e operação;
- normas de projeto e detalhes de construção;
Toda caldeira deverá ter o Registro de - tipos de materiais utilizados nas caldeiras.
Segurança, conforme item 13.1.7 da NR13,
onde tudo quanto ocorrer de anormal, desde Além disto os conhecimentos gerais de
o início de operação deverá ser anotado, Inspetor de Equipamentos em Ensaios Não-
sendo assinado pelo Operador Responsável destrutivos.
e pelo Profissional Habilitado. Este registro
será sempre atualizado pelos relatórios Quando as caldeiras tiverem que ficar
emitidos e notas coligidas no decorrer das paralisadas durante muito tempo, é de toda
campanhas operacionais. conveniência mantê-las cheias de água com
inibidor para se evitar corrosão das superfícies
Em folha à parte deverá ser feito o controle internas. Também deve-se garantir que as
rigoroso de todas as horas de operação da superfícies externas mantenham-se acima de
caldeira, anotando-se a hora e data de todas 120ºC permanentemente. Caso a caldeira
as partidas e paradas, número de horas de tenha que ficar alguns anos em hibernação a
cada campanha e total, além do motivo das melhor alternativa de custo/benefício poderá
paradas. ser a completa remoção do isolamento
térmico.
Ainda em formulário à parte deverá ser
mantido controle das medidas de espessura, Para se completar a coleta de dados, o
tanto para os tubos como para os tubulões, inspetor deve obter análise química:
calculando-se, para cada série de medidas, - das cinzas e depósitos sobre os tubos;
as conseqüentes taxas de corrosão e a vida - dos gases de combustão;
útil. - dos combustíveis;
- dos depósitos freqüentemente encontrados
Após cada inspeção deverá ser emitido um
nos tubulões;
relatório para divulgação das observações
- da água;
mais importantes decorrentes dessa
- do condensado.
inspeção, os reparos executados e as
recomendações para os trabalhos de
manutenção previstos para a futura parada.

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14.1 Teste Hidrostático

Segmento Operação/atividade Razão de pressurização ou despressurização


A Pressurização até a PMTA 2 a 3 kgf/cm² por minuto. Pode ser conduzida
em patamares intermediários
B Elevação até a pressão de 1 kgf/cm² por minuto
teste, PTH
C Estabilização na pressão de Zero
teste por 30 minutos
D Redução da pressão até a 2 a 3 kgf/cm² por minuto
PMTA
E Ingresso dos interessados na Zero
caldeira e execução das
inspeções
F Despressurização 2 a 3 kgf/cm² por minuto

Recomendações gerais para teste hidrostático:

• Travar as válvulas de segurança


• Pressurizar por meio das bombas de alimentação (BFPs)
• Utilizar água desmineralizada, fria (15 a 40°C)
• Utilizar manômetro-padrão aferido, instalado no balão de vapor
• Inspecionar todas as partes pressurizadas acessíveis da caldeira
• Surgimento de gotículas em tubos mandrilados não deve motivar reprovação

C
PTH D
B E
PMTA F
A

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14.2 Avaliação de Integridade

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Tabela Resumo dos danos associados aos componentes típicos de uma caldeira

Local de Corrosão Fadiga Erosão Oxidação fluência Degradação


Ocorrência Térmica Microestrutural
Fornalha
Tubulões
Feixe Tubular
(economizador)
Superaquecedores
Coletores de alta
temperatura
Dutos de gases
Linha de vapor
vivo
Elementos
estruturais
Desaerador
Queimadores

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Uso de Ensaios Não-Destrutivos na Avaliação de Integridade

Ensaio Locais preferenciais Observação


Líquidos penetrantes Fornalhas de tubos compostos, elementos
estruturais diversos, espaçadores, elementos
soldados em geral, soldas heterogêneas
Partículas Magnéticas Soldas (topo de derivações) de tubulões e Investigação de ligament cracking
coletores, espelhos em geral, desaerador em espelhos
Medição de Espessura Tubos de troca térmica,coletores, balões,
desaerador
Ultrasom para detecção e Soldas de tubulões e coletores, derivações de
dimensionamento de coletores, secções de espessura elevada
descontinuidade
Metalografia de campo Tubos e coletores de alta temperatura, tubos Investigação de fluência,
(réplica ou microscópio da fornalha degradação micro-estrutural
portátil) (grafitização, esferoidização,
amolecimento, superaquecimentos
localizados, pesquisa de
descontinuidades previamente
encontradas)
Medições dimensionais Avaliação de alteração do diâmetro de tubos Investigação de fluência
e coletores de alta temperatura
(principalmente na zona morta)
Medição de Dureza Tubos e coletores de alta temperatura
IRIS Tubos do banco de convecção e da fornalha- Investigação de formação de
parede d’água depósitos internos, corrosão
Videoscopia Dessuperaquecedores, economizador,
coletores, downcomers,
Exames destrutivos em Tubos de serpentinas de alta temperatura
amostras
Análise das cargas dos Tubulações de saída da caldeira e entrada em Comparar os valores obtidos com
suportes de tubulação equipamentos - turbina dados de projeto

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14.3 Padrões Metalográficos

14.3.1 Fluência

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14.3.2 Grafitização

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14.3.3 Esferoidização
Precipitação Carbonetos – aplicado para aços baixa-liga

A D

B
E

C F

Estágio
Descrição da Microestrutura
A Ferrita e perlita fina; é a microestrutura de material novo.
B Primeiros sinais de esferoidização da perlita, normalmente acompanhada também pela precipitação de
carbonetos nos contornos dos grãos.
C Estágio intermediário da esferoidização, com forte coalescimento das lamelas de perlita, observando-se
ainda a presença de algumas lamelas remanescentes.
D Esferoidização virtualmente completa, mas os carbonetos ainda estão agrupados na rede original de
perlita.
E Esferoidização completa. Os carbonetos estão dispersos, deixando ainda observarem-se pequenos traços
das áreas perlíticas originais.

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F Etapa final de coalescimento. O tamanho de algumas partículas de carbonetos cresce devido ao


coalescimento.
Fig. 3 - Estágios microestruturais de degeneração para aços baixa-liga. Baseado no Documento EPRI CS-3945: Manual for Investigation and
Correction of Boiler Tubes Failures, Stages in Carbide Spheroidization and Precipitation in Cr-Mo Steel Superheater Tubes

14.4 Figuras

14.4.1 Aquecedor de Ar Tipo Regenerativo

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Peça do Pré-Aquecedor Regenerativo obstruída por depósitos de cinza

Peça do Pré-Aquecedor Regenerativo: corrosão na estrutura e nas chapas dos favos

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Dutos de Ar - deposição de cinzas proveniente do Pré-aquecedor de ar

14.4.2 Caldeira Integral

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14.4.3 Esquema de Caldeira Aquotubular

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14.4.4 Nomenclatura das partes da caldeira

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14.4.5 Tubulão

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14.4.6 Queimadores

Caldeira Óleo - queimador

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Caldeira óleo – queimador deteriorado

Caldeira à carvão - queimadores gás, óleo e carvão

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Caldeira à carvão - queimador de carvão obstruído

Caldeira à carvão - queimador de óleo deteriorado

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14.4.7 Caldeira a carvão de grande porte

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14.4.8 Fotografias de danos em Caldeiras

Soprador de Fuligem de Fornalha – erosão em tubos adjacentes

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Serpentina de Superaquecedor deformada

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Serpentina com Depósitos externos

Serpentina dos superaquecedores – Oxidação externa por alta temperatura

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Tubo rompido por alta temperatura

Tubo rompido por erosão pelos sopradores de Fuligem

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Tubo aletado do economizador

Coletores de Vapor – derivação com defeito nas soldas (inspeção por Líquido Penetrante)

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Coletores de Vapor – Trincas internas nas saídas dos tubos das serpentinas (inspeção por videoscopia)

Corrosão sob isolamento – linha de dreno de coletores da caldeira

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Chaminé – revestimento em estado de deterioração

Chaminé – revestimento interno com grandes fissuras

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Caldeira Nova

Caldeira após a explosão

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Caldeira após a explosão

Caldeira após a explosão

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