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FíSICA I

Faculdade de Engenharia

• Tema 2: Cinemática
• Movimento mecânico, sistema de referência, trajectória;
• Posição, deslocamento, velocidade média, velocidade
instantânea, aceleração média e aceleração instantânea;
• Movimento curvilíneo;
• Movimento relativo.

Félix F. Tomo
05/03/2023 Tema 2: Cinemática 1
Movimento mecânico
• Na natureza os objectos ocupam uma determinada posição no espaço
e as interacções entre o objecto e o ambiente que o rodeia ocorrem
sempre no tempo ⇒
⇒É impossível separar o espaço do tempo.
Em mecânica, chama-se movimento à mudança de posição de de uma
partícula (objecto de estudo) relativamente a um refererencial (sistema
de referência);
Quando a posçião não varia, diz-se que o objecto está em repouso

• Qual é a importância do sistema de referência?


– O repouso e o movimento noções relativas; um mesmo objecto
pode estar simultaneamente em repouso e em movimento para
diferentes sistemas de referência (ex: o você estava em repouso
relativamente ao carro que o trouxe à Faculdade, mas em
movimento relativamente a estrada, as árvores e outros objectos
que você vê moverem-se enquanto o carro está em movimento)
05/03/2023 Tema 2: Cinemática 2
Trajectória rectilínea

• Trajectória- linha
imaginária descrita
pelo móvel (partícula)
durante o seu
movimento.

❖Trajectória rectilínea
(mov. rectilíneo)

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Trajectória curvilínea
❖Trajectória curvilínea (mov. Curvilíneo)
❖Trajectória circular (mov. circular)

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Posição
• No movimento rectilíneo, a posição, relativamente a um
referencial, é indicada através de uma única variável (ex: 𝑥 para
um movimento horizontal ou 𝑦 para movimento vertical):
𝑥=𝑥 𝑡
• Nota: ao escrever as equações horárias é preciso considerar que
dependendo da relação direcção do eixo 𝑥 e a direcção da
velocidade 𝑣, o sinal de 𝑣 e da aceleração 𝑎 pode ser positivo ou
negativo.
• Para o movimento curvilíneo a posição indica-se por meio de um
raio vector:
𝑟 𝑡 =𝑥 𝑡 𝑖+𝑦 𝑡 𝑗+𝑧 𝑡 𝑘
Ou
𝑟 𝑡 =𝑥 𝑡 𝑖+𝑦 𝑡 𝑗

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Posição de equações paramétricas
𝑥=𝑥 𝑡
• 𝑦=𝑦 𝑡
𝑧=𝑧 𝑡

Exemplo 1: 𝑟 𝑡 = 3 sin 2𝑡 𝑖 + 4 cos 2𝑡 𝑗


𝑥 = 3 sin 2𝑡
𝑦 = 4 cos 2𝑡
Trajectória do movimento:
𝑥2 𝑦2
2
+ 2 = 1 → 𝐸𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒
3 4
Trajectória em termos matemáticos é a relação entre
variáveis do espaço (sem o tempo)
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Deslocamento no movimento rectilíneo

• Deslocamento- variação da posição em função do tempo:


∆𝑥 = 𝑥 𝑡2 − 𝑥 𝑡1 ; 𝑡2 > 𝑡1

• ∆𝑥 − pode ser positivo (objecto afasta-se da origem),


negativo (aproxima-se a origem) e nulo, se as posições
inicial e final coincidirem.

• O percurso (distância percorrida), d, é sempre positivo

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Deslocamento no movimento curvilíneo
• Sendo a posição um vector, o deslocamento também
será um vector:
∆𝑟 = 𝑟2 𝑡 − 𝑟1 𝑡 =
∆𝑟 = ∆𝑥𝑖 + ∆𝑦𝑗 + ∆𝑧𝑘
• Exemplo 2: Achar o vector deslocamento de uma
partícula que move-se de 𝑟 𝑡1 = −3𝑖 + 2𝑗 + 5𝑘 para
𝑟 𝑡2 = 9𝑖 + 2𝑗 + 8𝑘
Resp: ∆𝑟 = 𝑟 𝑡2 − 𝑟 𝑡1 = 12𝑖 + 3𝑘

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Velocidade
• Velocidade média- é a razão entre o deslocamento e o
intervalo de tempo correspondente:
∆𝑥
𝑣𝑚𝑒𝑑. = - mov rectilíneo
∆𝑡

• Diferenciar da velocidade escalar média


𝑑𝑡𝑜𝑡.
𝑣𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎𝑟,𝑚𝑒𝑑. =
𝑡𝑡𝑜𝑡.
Ou
𝑑1 + 𝑑2 + ⋯ + 𝑑𝑛
𝑣𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎𝑟,𝑚𝑒𝑑. =
𝑡1 + 𝑡2 +. . . +𝑡𝑛
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∆𝑟 ∆𝑥 ∆𝑦 ∆𝑧
𝑣𝑚𝑒𝑑. = = 𝑖 + 𝑖+ 𝑘
∆𝑡 ∆𝑡 ∆𝑡 ∆𝑡

Ou

∆𝑟 𝑥 𝑡2 − 𝑥 𝑡1 𝑦 𝑡2 −𝑦 𝑡1 𝑧 𝑡2 −𝑧 𝑡1
𝑣𝑚𝑒𝑑. = = 𝑖+ 𝑖+ 𝑘
∆𝑡 𝑡2−𝑡1 𝑡2−𝑡1 𝑡2−𝑡1

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Velocidade (cont)
• Velocidade instantânea: Quando se fala da velocidade de
um corpo, em geral refere-se à velocidade num instante
arbitrário, o valor para o qual tende a velocidade média
quando ∆𝑡 tende para zero:
∆𝑥
𝑣= 𝑙𝑖𝑚∆𝑥→0 - movimento rectilíneo
∆𝑡

∆𝑟
Ou 𝑣 𝑡 = 𝑙𝑖𝑚∆𝑥→0 - no caso mais geral caso mais geral
∆𝑡

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𝑑𝑟 𝑑
𝑣 𝑡 = = 𝑥𝑖 + 𝑦𝑗 + 𝑧𝑘
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Ou,
• 𝑣 𝑡 = 𝑣𝑥 𝑖 + 𝑣𝑦 𝑗 + 𝑣𝑧 𝑘
• Comparando estas últimas duas expressões conclui- se
que as componentes (projecções nos eixos) do vector
velocidade encontram-se derivando as componentes do
vector posição.

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A direcção da velocidade instantânea v é sempre
tangente à trajectória seguida pela partícula no ponto
onde ela se encontra.

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• Exemplo 2: Para no instante t = 15 s, Calcule a velocidade de um coelho
que desloca-se de acordo com as seguintes equações paramêtricas
(expressas no SI):
𝑥 𝑡 = −0.31𝑡 2 + 7.2𝑡 + 28 𝑒 𝑦 𝑡 = 0.22𝑡 2 − 9.1𝑡 = 30

𝑑𝑥
𝑣𝑥 𝑡 = = −0.62𝑡 + 7.2; 𝑣𝑥 15 = −2.1(𝑚 𝑠)
𝑑𝑡

𝑑𝑦
𝑣𝑦 𝑡 = = 0.44𝑡 − 9.1; 𝑣𝑦 15 = −2.5(𝑚 𝑠)
𝑑𝑡

𝑣 𝑡 = 𝑣𝑥2 𝑡 + 𝑣𝑦2 𝑡 + 𝑣𝑧2 𝑡

𝑣 15 = −2.1 2 + −2.5 2

𝑣 15 = −2.1 2 + −2.5 2

−2.5
𝜗 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 1.19 = 49.96° ≈ 50°
−2.1

Relativamente ao eixo 𝑥, o ângulo é 𝛽 = 𝜋 + 50° = 130°


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Aceleração
• A aceleração é a taxa de variação temporal da velocidade.
Resulta da variação da velocidade (pisando no acelerador
ou no travão de um carro por exemplo).
• Aceleração média define-se como sendo a razão entre a
variação da velocidade e o intervalo de tempo
correspondente a essa variação:
𝑣 𝑡2 − 𝑣 𝑡1
𝑎𝑚𝑒𝑑. = caso unidimensional
𝑡2 − 𝑡1

𝑣 𝑡2 − 𝑣 𝑡1 caso geral
𝑎𝑚𝑒𝑑. =
𝑡2 − 𝑡1
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Aceleração instantânea: quando o intervalo de tempo
tende para zero, a aceleração média tende para a
aceleração instantânea.
𝑑𝑣𝑥 𝑑 𝑑𝑥 𝑑2𝑥
𝑎 ≡ 𝑎𝑥 = = = 2
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

Ou
𝑑𝑣 𝑑𝑣𝑥 𝑑𝑣𝑦 𝑑𝑣𝑧
𝑎= 𝑑𝑡
= 𝑑𝑡
𝑖 + 𝑑𝑡
𝑗 + 𝑑𝑡
𝑘

ou
𝑑2 𝑟 𝑑2 𝑥 𝑑2 𝑦 𝑑2 𝑧
𝑎= = 𝑖+ 𝑑𝑡 2 𝑗+𝑑𝑡 2 𝑘
𝑑𝑡 2 𝑑𝑡 2

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• No movimento curvilíneo a aceleração total é a soma
vectorial das componentes tangencial(𝑎𝑟) e normal
(𝑎𝑛):
𝑎 = 𝑎 𝑟𝑢 𝑟 + 𝑎𝑛𝑢𝑛
Onde ur e un- vectores unitários ortogonais entre sí.
𝑎 = 𝑎 𝑟 2 + 𝑎𝑛2

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𝑑𝑣 2
𝑎𝜏 = 𝑒 𝑎𝑛 = 𝑣𝜌
𝑑𝑡

𝜌 – raio de curvatura da trajectória (𝑝 = 𝑅 para


movimento circular)

Nota: veja suplemento sobre componentes normal e


tangencial e componentes radial e transversal.

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• Interpretação geométrica: Num gráfico 𝑣 = 𝑓 𝑡 a
aceleração é sempre tangente à curva no ponto
considerado. E a área sob o gráfico representa o
deslocamento.

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• O movimento considera-se acelerado quando os vectores v e a
têm o mesmo sentido; caso contrário o movimento será
retardado.
Exemplo: Lançamento vertical para cima com eixo y dirigido para
cima ( 𝑣 > 0 𝑒 𝑎 < 0).
1 2
𝑦 (𝑡 ) = 𝑦𝑜 + 𝑣𝑜𝑡 − 𝑔𝑡
2
Para o mesmo lançamento mas com eixo dirigido para baixo (𝑣 < 0 𝑒
𝑎 > 0).
1 2
𝑦 𝑡 = 𝑦𝑜 − 𝑣𝑜𝑡 + 𝑔𝑡
2
Lançamento vertical para baixo e eixo dirigido para baixo:
1 2
𝑦 (𝑡 ) = 𝑣𝑜𝑡 − 𝑔𝑡
2
Lançamento vertical para baixo e eixo dirigido para cima:
1 2
𝑦 𝑡 = 𝑦𝑜 − 𝑣𝑜𝑡 − 𝑔𝑡
2

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Composição de movimentos – movimento em
duas dimensões

• Quando a partícula movimenta-se num plano ou no


espaço tridimensional, o movimento pode ser analisado
separadamente pelos eixos de coordenada (equações
paramétricas).

• Movimento de projéteis ( oblíquo e Lançamento


horizontal)

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Lançamento oblíquo - caso especial 1
• Caso especial do movimento bi-dimensional em que
a partícula move-se no plano vertical com
velocidade inicial vo e aceleração constante e igual
à da queda livre g. Para lançamento centrado em
𝑥𝑜 = 𝑌𝑜 = 0, teremos:

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Lançamento oblíquo - trajectória
⇒ Integrando em função de 𝑡
𝑣𝑥 = 𝑣0 cos 𝜗
𝑣𝑦 = 𝑣0 sin 𝜗 − 𝑔𝑡

obtem-se as coordenadas x e t do vector posição:


𝑥 𝑡 =𝑣0 cos 𝜗 𝑡 • ⇒ isolando t em x e substituíndo em
1 2
𝑦 𝑡 = 𝑣0 sin 𝜗 𝑡 − 𝑔𝑡
2
𝑦 obtem-se a trajectória do
movimento:

1 𝑥2
𝑦 𝑥 = 𝑥𝑡𝑎𝑛𝜗 − 𝑔
2 𝑣0 cos 𝜗 2 -parábola

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Lançamento oblíquo - altura maxima e alcance

• Para encontrar a altura máxima, consideremos que


nesse instante 𝑣𝑦 = 0 = 𝑣𝑜sin𝜗 − 𝑔𝑡1 ⇒
𝑣0 sin 𝜗
𝑡1 =
𝑔
.Substituíndo este tempo em y, obtem-se:
2 2
𝑣0 sin 𝜗 1 𝑣0 sin 𝜗
𝑦 𝑡1 ≡𝐻= − 𝑔 =
𝑔 2 𝑔
2
1 𝑣0 sin 𝜗
𝐻= 𝑔
2 𝑔
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• Para achar o alcance, precisamos de encontrar o tempo de trânsito
(tempo total de observação) e depois substituímos em x:
Atingido o alcance, nesse instante y = 0. Logo,
1 2
𝑦 𝑡𝑡 = 𝑣0 sin 𝜗 𝑡𝑡 − 𝑔𝑡𝑡 . 𝑜𝑢,
2
2𝑣0 sin 𝜗
𝑡𝑡 − 𝑡𝑡2 = 0, cuja a solucao é
𝑔

2𝑣0 sin 𝜗 2𝑣0 sin 𝜗


𝑡𝑡 −𝑡𝑡 = 0 → 𝑡𝑡 = 0 𝑜𝑢 𝑡𝑡 =
𝑔 𝑔
𝑙𝑜𝑔𝑜,

2𝑣0 sin 𝜗 𝑣02


𝑥 𝑡𝑡 ≡ 𝑅 = 𝑣0 cos 𝜗 = sin 2𝜗
𝑔 𝑔
Conclui-se que o máximo valor de 𝑅 atinge-se para 2ϑ = 90°.
Discutir efeito do ar sobre o movimento do projéctil!
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TPC #1
• Lançamento horizontal
• Organizar-se em grupos de 3 estudantes, e fazer
trabalho sobre o tema acima.
• Entregar o trabalho na semana 13 á 17, ao docente
das aulas práticas, durante a aula prática.

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Movimento circular - caso especial 2

• Quando uma partícula está


em movimento circular,
ela descreve uma
circunferência ou um arco
de cincunferência.

2020-03-09

05/03/2023 Tema 2: Cinemática 28


• Mesmo que a velocidade escalar seja constante, num
movimento circular sempre há aceleração devido à
variação do vector velocidade.
• Suponhamos que a velocidade escalar (o módulo do
vector velocidade) é constante. Num dado instante t a
posição e a velocidade da partícula , relativamente ao
referencial localizado no centro de circunferência,
representa-se por 𝑟 𝑡 a velocidade 𝑣(𝑡),
respectivamente. Num outro instante, 𝑡 ′ = 𝑡 + ∆𝑡 a
posição e a velocidade serão 𝑣 𝑡 + ∆𝑡 e 𝑣 ′ (𝑡 + ∆𝑡), tal
como indica a figura abaixo.

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• Sendo semelhantes os dois triângulos podemos
estabelecer a relação:

∆𝑣 𝑣
=
∆𝑟 𝑟

Ou
∆𝑣 𝑣 ∆𝑟 𝑣2
= . → 𝑎𝑐 =
∆𝑡 𝑟 ∆𝑡 𝑟

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• Sendo a velocidade linear (escalar) o rácio entre o arco
descrito ∆𝑠 e o intervalo de tempo ∆𝑡,
𝑣 = ∆𝑠/∆𝑡 , conclui-se que para ∆𝑡 = 𝑇 , ∆𝑠
= 2∆𝑟. Logo,
2𝜋𝑟
𝑣=
𝑇

Se a velocidade linear for variável,


a aceleração terá duas componetes
perpendiculares entre sí, tangencial
devido a variação do módulo e
normal (centrípeta), devido a variação
da direcção do vector velocidade:
𝑎 = 𝑎 𝜏 + 𝑎𝑁

𝑑𝑣 𝑣2
𝑎𝜏 = 𝑎𝑁 =
𝑑𝑡 𝑟
05/03/2023 Tema 2: Cinemática 31
• Em geral no movemento circular avaliam-se as relações
angulares,nomeadamente:

𝑑𝜗
𝜔= - velocidade angular ⇒ 𝜗=𝜗0 +
𝑡
𝜔 𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑡 𝑡0

𝜗 = 𝜗0 + 𝜔 𝑡 − 𝑡0 para velocidade angular fixa


𝑑𝜔 𝑑 2 𝜗
𝛼= = 2
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑡
⇒ 𝜔=𝜔0 + 𝑡0
𝛼(𝑡)𝑑𝑡

𝜔=𝜔0 + 𝛼 𝑡 − 𝑡0 𝑒
1 2
𝜗 = 𝜗0 + 𝜔 𝑡 − 𝑡0 + 𝛼 𝑡 − 𝑡0
2

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Movimento relativo
• A velocidade de uma partícula depende do referencial
do observador (medidor de velocidade). Normalmente
assumem-se como referencias, pontos fixos, como por
exemplo uma árvore ou um poste de iluminação.
Consequentemente, para um radar da polícia
devidamente calibrado, medir correctamente a
velocidade de um carro que se aproxima, é necessário
que esteja em repouso relativamente ao solo.

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Movimento relativo- unidimensional
• Suponhamos que dois observadores inerciais, O (A no
desenho) e O´(B no desenho) situados nas origens dos
sistemas de referência A e B respectivamente, observam
o movimento de uma partícula P. O´ desloca-se à
velocidade constante 𝑢
= 𝑣𝐵𝐴.

05/03/2023 Tema 2: Cinemática 34


• vP - velocidade da partícula medida pelo observador O e v´P-
velocidade da mesma partícula medida pelo observador
móvel O´:
𝑣𝑃 = 𝑢 + 𝑣´𝑃
A velocidade medida por O é a soma da velocidade
medida por O´ mais a velocidade do observador
O´mediada por O.
Para relacionar as aceleraçõs medidas pelos dois
observadores inerciais, teremos que derivar a equação:

𝑑𝑣𝑃 𝑑𝑢 𝑑𝑣 , 𝑝
= + ↔ 𝑎𝑃 = 𝑎 , 𝑃
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

A aceleração de uma partícula medida por observadores em


diferentes refrerenciais inerciais é invariante (os dois medem a
mesma aceleração).
05/03/2023 Tema 2: Cinemática 35
• Exemplo 3: a velocidade do referencial inecrial
O´medida por O é 𝑢 = 52 𝑘𝑚/𝑕. Determine a
velocidade da partícula v medida por O´, se o
observador O lê v = -78 km/h.
Resp:
𝑥 𝑡 = 𝑢𝑡 + 𝑥 , 𝑡
𝑑𝑥 𝑡 𝑑 𝑡 𝑑𝑥 , 𝑡
= +
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑣 = 𝑢 + 𝑣′ ; onde 𝑢 > 0 e
𝑣 < 0 ⇒
𝑣´ = 𝑣 − 𝑢 = + (−78) − 52 = −130 𝑘𝑚/𝑕
𝑣´ = 130 𝑘𝑚/𝑕 ; (−) significa que op sentido de movimento
da partícula é no sentido contrário ao do eixo x.
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Movimento relativo- bi-dimensional
• No caso bi-dimensional, a relação de eventos medidos pelos
dois observadores O e O´é:
𝑟𝑃 = 𝑟𝐵𝐴 + 𝑟 ' 𝑃
• Derivando termo a termo a equação, encontramos a Relação
de velocidades:
𝑣𝑃 = 𝑣𝐵𝐴 + 𝑣 ' 𝑃
• Analogamente,


𝑎𝑃 = +𝑎𝑃

Os dois observadores medem a mesma aceleração!


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• Exemplo 4: Um avião move-se para o Leste enquanto o
piloto direcciona o aparelho para o Sudeste de modo a
compenasar um vento constante que sopra para o
Nordeste. A velocidade do avião relativamente ao
vento é de 215 km/h, formando um ângulo  com o
Sudeste. A velocidade do vento u relativamente ao solo
é de 65 km/h e forma um ângulo de 20° com o
Nordeste. (a) Qual é a velocidade do avião em relação
ao solo? (b) Qual é o valor de ?

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• (i) Desenhar um diagrama que ilustre a situação de modo
a visualizar os vectores.
• (ii) a partir do diagrama, usar convenientemente as
equações que relacionam eventos nos dois referenciais:

𝑣𝐴𝑆 = 𝑣,
𝑣𝑉𝑆 = 𝑢 𝑒
𝑣𝐴𝑉 = 𝑣 '

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• Analisando o diagrama conclui-se que:
𝑂𝑋 ≡ 𝐿𝑒𝑠𝑡𝑒; 𝑂𝑌 ≡ 𝑁𝑜𝑟𝑡𝑒. ⇒
𝑣 = 𝑢 + 𝑣'

𝑣𝑥 = 𝑣 ′ cos 𝜃 + 𝑢 sin 𝜑
𝑣𝑦 = 𝑣 ′ sin𝜃 𝜃 + 𝑢 cos 𝜑 • ou
𝑣𝑥 = 215 cos 𝜃 + 65 sin 20°
𝑣𝑦 = −215 sin𝜃 𝜃 + 𝑢 cos 20°

• Da segunda equação obtem-se:


65
sin 𝜃 = 215 cos 20° ⇒ 16,5° logo,
𝑣𝑥 ≡ 𝑣 = 215 cos 16,5° + 5 sin 20° = 228 𝑘𝑚 𝑕
𝑣𝑦 = 0

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