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A origem do Magnetismo.

O efeito Doppler relativístico


longitudinal
Objetivos:
a) Discutir a origem do magnetismo
b) Discutir o Efeito Doppler longitudinal

O que vamos aprender nesta aula?

a) Que força elétrica e magnética são o mesmo fenômeno


b) Que o efeito Doppler relativístico depende de 𝒗 e não de 𝒗, conforme o caso
clássico

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Interpretando a questão da sincronização
𝜸𝒗𝑳 Tempo de atraso da chegada
𝝉′𝑶,𝑶′ = 𝟐
𝒄 da luz aos observadores,
conforme medida por 𝑶′.
𝒗𝑳 Esta é a visão que 𝑶 tem
𝝉′ = 𝜸𝝉 → 𝝉𝑶′ ,𝑶 = 𝟐
𝒄 das medidas de 𝑶′. Para o
próprio 𝑶, 𝝉𝑶,𝑶 = 𝟎
Como interpretar este resultado?
i) 𝝉𝑶,𝑶′ não diz respeito à dilatação do tempo. Segundo 𝑶′, os relógios já estão em movimento e o
tempo está dilatado igualmente para os dois.
ii) Os relógios permanecem sempre sincronizados nos seus respectivos referenciais. A
dessincronização só é percebida apenas quando se mede o tempo nos relógios que se encontram em
referenciais diferentes.
iii) O relógio que fica atrás (em relação ao sentido do movimento) está sempre adiantado pelo valor
𝛄𝒗𝑳/𝒄𝟐 em relação ao relógio da frente.
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Previsão da TRR para a simultaneidade
Entendendo a estrutura da Transformação de Lorentz para o tempo:
𝒗𝒙 𝜸𝒗𝒙 𝜸𝒗𝑳
𝒕′ =𝜸 𝒕− 𝟐 = 𝜸𝒕 − 𝝉′𝑶,𝑶′ ≡ 𝟐
𝒄 𝒄𝟐 𝒄
Efeito da dilatação do tempo de um Efeito da dessincronização dos
evento em referenciais diferentes. relógios em referenciais diferentes.
Causa: dinâmica do espaçotempo. Causa: a finitude de 𝒄.
Quais são as implicações?
✓ ∆𝒕 = 𝟎, mas ∆𝒕′ ≠ 𝟎 → a duração de um evento não é a mesma para 𝑶 e 𝑶′ .

✓ Qual é a causa disto? A finitude de 𝒄! Vamos Pensar?


𝟐𝒗
Quer dizer que na Mecânica
Faça 𝒄 → ∞ e veja! 𝒕′𝟐 = 𝒕′𝟏 𝟏− = 𝒕′𝟏 Clássica 𝒄 é infinito? De que
∞ tipo de 𝒄 estamos falando?
Não pode ser os 300.000 km/s
✓ Sob que condições os eventos são simultâneos?
da luz no vácuo, pode?
𝒗 = 𝟎 (referenciais em repouso).
𝑳 = 𝟎 (eventos ocorrem no mesmo local do espaço).
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A TRR explica o Magnetismo
“O que me levou à teoria da relatividade restrita foi a convicção de que a força magnética que atua
sobre um corpo em movimento em um campo magnético nada mais é do que uma força elétrica.” A.
Einstein, 1952.
Fio com corrente elétrica visto de um referencial 𝑺 fixado nele
− − − 𝝀− − − − ❖ Corrente elétrica vista de 𝑺
𝒗−
𝑺 𝒊 = 𝒏𝒆𝒗− 𝑨 = 𝝀𝒗− ; 𝝀 = 𝒏𝒆𝑨 𝐞 𝝀 ≡ 𝝀±
elétrons móveis
íons fixos 𝑨 𝒏 – densidade de partículas + 𝐨𝐮 −
𝒆 – carga do elétron
𝒓 + + +𝝀+ + + + 𝝀 – densidade linear de carga + 𝐨𝐮 −
𝒒 𝒖 medidas no referencial 𝑺.
Descrição a partir do referencial 𝑺
➢ cargas positivas têm 𝒗+ = 𝟎. Cargas negativas ❖ Pela TRR, as densidades de cargas
têm 𝒗− ≠ 𝟎 para a esquerda. positivas e negativas medidas nos seus
➢ Visto de S, o fio é eletricamente neutro (𝝀+ = 𝝀−). referenciais de repouso são:
De Física III, o campo elétrico fora do fio é:
𝛁 ∙ 𝑬 = 𝝀+ + 𝝀− /𝜺𝟎 → 𝑬 = 𝟎 𝟐 𝟏/𝟐
𝝀 𝒗−
➢ As distâncias entre as cargas + e − são iguais. 𝝀𝟎+ = 𝝀 𝐞 𝝀𝟎− = =𝝀 𝟏− 𝟐
𝜸𝒑 𝒄
➢ 𝒒 (fora do fio) se move para a direita com velocidade 𝒖.
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A TRR explica o Magnetismo
Fio com corrente elétrica visto de um referencial 𝑺′ fixado na ❖ Densidade de carga negativa medida no
partícula externa de carga q que se move para a direita com referencial 𝑺′
velocidade 𝒖. −𝟏/𝟐
− − − − 𝝀− − − − − 𝒗𝟐−
𝒗′ − 𝝀− = 𝜸𝒑 𝝀𝟎− = 𝟏− 𝟐 𝝀𝟎−
𝒄
elétrons móveis
𝒖′ íons móveis 𝑨 𝟏 𝒗− + 𝒖 𝟐 −𝟏/𝟐
𝒗𝟐−
𝟏/𝟐
𝝀− = 𝟏 − 𝟐 − 𝒗 𝒖 𝟏− 𝟐 𝝀
𝒄 𝟏 + −𝟐 𝒄
+ + + 𝒓 𝝀+ + + + 𝒄
𝑺′
𝒒 𝒄𝟐 − 𝒖𝟐 𝒄𝟐 − 𝒗𝟐−
−𝟏/𝟐
𝒗𝟐−
𝟏/𝟐

Descrição a partir do referencial 𝑺′ 𝝀− =


𝒄𝟐 + 𝒗− 𝒖 𝟐
𝟏− 𝟐
𝒄
𝝀
➢ As cargas positivas se movem com velocidade 𝒖′ −𝟏/𝟐
e as negativas se movem com velocidade 𝒗′ − , 𝟏 − 𝒖𝟐 /𝒄𝟐 𝟏 − 𝒗𝟐− /𝒄𝟐 𝟏/𝟐
𝝀− = 𝟏 − 𝒗𝟐− /𝒄𝟐 𝝀
ambas para a esquerda. 𝟏 + 𝒗− 𝒖/𝒄𝟐 𝟐

𝒖𝒙 − 𝒗 −𝒗− − 𝒖 𝒗− + 𝒖 −𝟏/𝟐
𝒗−= 𝒖𝒙 𝒗 = = − 𝒗− 𝒖 𝟏 − 𝒖𝟐 /𝒄𝟐
𝟏− 𝟐 (−𝒗− )(𝒖) 𝟏 + 𝝀− = 𝝀
𝒄 𝟏− 𝒄𝟐 𝟏 + 𝒗− 𝒖/𝒄𝟐 𝟐
𝒄𝟐
𝒖𝒙 − 𝒗 𝟎−𝒖 𝟐 −𝟏/𝟐
𝒖′ = = = −𝒖 𝒖𝒗− 𝒖
𝒖𝒙 𝒗 (𝟎)𝒖 𝝀− = 𝜸𝒑 𝟏+ 𝟐 𝝀 𝜸𝒑 = 𝟏 −
𝟏− 𝟐 𝟏− 𝟐 𝒄 𝒄𝟐
𝒄 𝒄
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A TRR explica o Magnetismo
❖ Densidade de carga positiva medida no referencial 𝑺′:
−𝟏/𝟐 −𝟏/𝟐 −𝟏/𝟐
𝒗𝟐+ 𝟏 𝒖𝟐
𝝀+ = 𝜸𝒑 𝝀𝟎+ = 𝟏− 𝟐 𝝀𝟎+ = 𝟏 − 𝟐 (−𝒖)𝟐 𝝀 = 𝟏− 𝟐 𝝀 → 𝝀+ = 𝜸𝒑 𝝀
𝒄 𝒄 𝒄
✓ Quando observada do referencial 𝑺, 𝝀− = 𝝀+ ≡ 𝝀. Mas quando observada do referencial 𝑺′,
𝝀− > 𝝀+ , e a diferença entre as densidades é diferente de zero:
𝒖𝒗− 𝜸𝒑 𝒖𝒗−
NOTA: Aqui temos o valor absoluto
∆𝝀 = 𝝀− − 𝝀+ = 𝜸𝒑 𝟏 + 𝟐 𝝀 − 𝜸𝒑 𝝀 → ∆𝝀 = 𝝀 da densidade de carga. Mas veja
𝒄 𝒄𝟐
que ela é negativa, pois 𝝀− > 𝝀+ .
➢ Interpretando este resultado: quando observado de 𝑺 o fio é neutro (∆𝝀 = 𝟎). Mas quando
observado de 𝑺′ ele apresenta uma carga líquida 𝒒𝒊𝒏 = ∆𝝀𝒍. De Física III (lei de Gauss), o
campo elétrico gerado pela carga líquida do fio na posição 𝒓 da carga externa é:
O observador no
𝒒𝒊𝒏 𝒒𝒊𝒏 ∆𝝀𝒍 ∆𝝀 referencial 𝑺′ verifica
ර 𝑬′ ∙ 𝒅𝑨 = → 𝑬′ 𝟐𝝅𝒓𝒍 = → 𝑬′ = = que existe campo elétrico
𝜺𝟎 𝜺𝟎 𝟐𝝅𝒓𝒍𝜺𝟎 𝟐𝝅𝜺𝟎 𝒓
não nulo fora do fio,
apontado para ele.
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A TRR explica o Magnetismo
✓ Então, para o observador em 𝑺′, a carga elétrica 𝒒 fora do fio está sujeita à uma força radial
não nula (força centrípeta) que faz a carga espiralar em torno do fio:

𝒒∆𝝀 𝝀𝒗−
𝑭′𝑬 = 𝒒𝑬′ = → 𝑭′𝑬 = 𝟐 𝜸𝒑 𝒒𝒖 A força vista de 𝑺′ é
𝟐𝝅𝜺𝟎 𝒓 𝟐𝝅𝜺𝟎 𝒄 𝒓
elétrica!
✓ Pelo 1º postulado, as leis são as mesmas em todos os referenciais. Então, se tem uma força
sobre a partícula vista do referencial 𝑺′, quem está no referencial 𝑺 também deve constatar
que tem uma força sobre a partícula. Vamos descrevê-la agora.

✓ Veremos adiante que 𝒑′ = 𝜸𝒑 𝒑 e que 𝑭′ = 𝜸𝒑 𝑭.

✓ Concluindo, a força elétrica vista de 𝑺 tem magnitude dada por:

𝑭′𝑬 𝝀𝒗− 𝝀𝒗−


𝑭= = 𝜸𝒑 𝒒𝒖 → 𝑭= 𝒒𝒖 Força vista de 𝑺. Não sabemos
𝟐
𝜸𝒑 𝟐𝝅𝜺𝟎 𝒄 𝒓𝜸𝒑 𝟐𝝅𝜺𝟎 𝒄𝟐 𝒓
ainda quem produz essa força
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A TRR explica o Magnetismo
✓ Para ficar mais fácil interpretar o resultado anterior, vamos reescrevê-lo usando as
definições de 𝒊 = 𝝀 𝒗− e 𝒄𝟐 = 𝟏/𝜺𝟎 𝝁𝟎 .
Vamos Pensar?
𝝀𝒗− 𝝁𝟎 𝒊 𝝁𝟎 𝒊 Você está reconhecendo este
𝑭= 𝟐 𝒒𝒖 → 𝑭= 𝒒𝒖 𝐨𝐮 𝑭= 𝒒𝒖 resultado? Lembre-se de Física III
𝟐𝝅𝜺𝟎 𝒄 𝒓 𝟐𝝅𝒓 𝟐𝝅𝒓 e dê uma interpretação para ele.
✓ Em Física III estudamos a lei de Ampère. Com ela pudemos calcular o campo magnético a
uma distância r de um fio que passa uma corrente elétrica 𝒊:
𝝁𝟎 𝒊
Ԧ
ර 𝑩 ∙ 𝒅𝒍 = 𝝁𝟎 𝒊𝒊𝒏 → 𝑩 𝟐𝝅𝒓 = 𝝁𝟎 𝒊 → 𝑩 =
𝟐𝝅𝒓
𝝁𝟎 𝒊
✓ A equação para a força 𝑭 fica: 𝑭𝑩 = 𝒒𝒖 = 𝒒𝒖𝑩 Agora sabemos: a força vista de 𝑺 é magnética!
𝟐𝝅𝒓

Conclusão: O observador em 𝑺′ mede uma força elétrica, mas quando está em 𝑺 ele
mede uma força magnética. Portanto, força elétrica e magnética são o mesmo
fenômeno. O nome depende apenas de quem mede. O Eletromagnetismo só foi
totalmente compreendido após o surgimento da teoria da Relatividade. Agora vemos
que o campo magnético é um efeito relativístico do campo elétrico, e vice-versa.
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Previsão para a composição de frequências
Como os efeitos relativísticos afetam a nossa percepção da frequência de uma onda?
❖ Efeito Doppler: desvio “relativo” na frequência de uma onda.
ondas
❖ Qual é a causa do efeito? alongadas
ondas
Cinemática: movimento relativo (fonte da onda − observador). Observador comprimidas
Dinâmica: tempo de emissão da onda. Esta é a causa de não A

percebermos efeito Doppler com a iluminação ao nosso redor. 𝒗 𝒗𝑭

Vamos Pensar? Observador


O efeito Doppler é real ou apenas B
uma ilusão do observador?
1. Caso clássico:
i) fonte parada (𝒗𝑭 = 𝟎) e observador 𝒗 ± 𝒗𝟎 (+ observador aproximando)
𝒇′= 𝒇𝟎
em movimento (𝒗𝑶 ≠ 𝟎): 𝒗 (− observador afastando)

ii) observador parado (𝒗𝑶 = 𝟎) e fonte ′


𝒗 (+ fonte afastando)
𝒇 = 𝒇𝟎
em movimento (𝒗𝑭 ≠ 𝟎): 𝒗 ± 𝒗𝑭 (− fonte aproximando)

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Previsão para a composição de frequências
Exemplo A: som em 𝟎𝟎 𝑪: 𝒗 = 𝟑𝟑𝟐 𝒎/𝒔; 𝒇𝟎 = 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝐇𝐳; 𝒗𝑭 = 𝟏𝟎𝟖 𝒌𝒎/𝒉

𝒗
𝒇′𝑨 = 𝒇 = 𝟏𝟎𝟗𝟗 𝐇𝐳 fonte se aproxima
𝒗 − 𝒗𝑭 𝟎

Exemplo B: som em 3𝟎𝟎 𝑪: 𝒗 = 𝟑𝟓𝟎 𝒎/𝒔; 𝒇 = 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝐇𝐳; 𝒗𝑭 = 𝟏𝟎𝟖 𝒌𝒎/𝒉

𝒗
𝒇′𝑩 = 𝒇 = 𝟏𝟎𝟗𝟒 𝐇𝐳 fonte se aproxima
𝒗 − 𝒗𝑭 𝟎

Conclusão: 𝒇′𝑨 ≠ 𝒇′𝑩 porque a onda tem um referencial absoluto para a velocidade (o ar).
Mas não é assim com a luz! Lembre-se do postulado 2.
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Previsão para a composição de frequências
2. Caso relativístico:
✓ Os efeitos relativísticos não são facilmente notados no cotidiano. De todos eles, os mais
familiar é O efeito Doppler longitudinal, levado em conta na formação de imagens de
tomografias de raios-𝒙 e raios-𝜸, em aceleradores de partículas e em Astronomia.
✓ Quando observamos uma estrela distante, quais efeitos podemos distinguir? Para
responder, precisamos conhecer bem a ferramenta usada na observação: a luz.
𝝏𝟐 𝑬 𝟏 𝝏𝟐 𝑬 𝝎
▪ A equação: = 𝟐 𝟐 ▪ A solução: 𝑬 ~ 𝒆 −𝒊 𝒌∙𝒓−𝝎𝒕 𝝎 = 𝟐𝝅𝒇 𝐞 𝒄 =
𝝏𝒓 𝟐 𝒄 𝝏𝒕 𝒌
Vamos olhar para a fase da onda?
𝒕𝒂𝒏(𝜶′ ) = 𝜸𝒕𝒂𝒏(𝜶) 𝒌 ∙ 𝒓 − 𝝎𝒕 = 𝒌𝒙𝒄𝒐𝒔𝜶 + 𝒌𝒚𝒔𝒆𝒏𝜶 − 𝝎𝒕
𝝎
𝑦 onda plana em 𝑺 𝑦′
onda plana em 𝑺′ = 𝒙𝒄𝒐𝒔𝜶 + 𝒚𝒔𝒆𝒏𝜶 − 𝒄𝒕
𝒄
𝒌′ 𝒗
𝒌 Vamos Pensar?
Por que no estudo das ondas damos tanta ênfase à
𝜶 𝜶′ sua fase? Lembra disso de Física II e Física IV?
𝑂 𝑥 𝑂′ 𝑥′ Aliás, você sabe o que é a fase de uma onda?
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Previsão para a composição de frequências
✓ Após um tempo 𝒕, a luz viaja uma distância 𝒓 = 𝒄𝒕 na direção do vetor de onda 𝒌 em 𝑺. Assim,
a frente da onda está à uma distância 𝒓 = 𝒄𝒕 da origem.
𝒓 = 𝒄𝒕 → 𝒙𝒄𝒐𝒔𝜶 + 𝒚𝒔𝒆𝒏𝜶 = 𝒄𝒕 𝐨𝐮 𝒙𝒄𝒐𝒔𝜶 + 𝒚𝒔𝒆𝒏𝜶 − 𝒄𝒕 = 𝟎
✓ Como a frente de onda percorre uma distância 𝒄𝒕, a fase da frente de onda em relação à
própria frente da onda é nula:
𝒌 ∙ 𝒓 − 𝝎𝒕 = 𝟎 (∗)
✓ Para o observador 𝑺′, que se move com 𝒗 na direção do eixo 𝒙, a frente de onda se propaga
na direção de 𝒌′. Após um tempo 𝒕′, a distância da frente da onda é:
𝒓′ = 𝒄′ 𝒕′ = 𝒄𝒕′ → 𝒙′𝒄𝒐𝒔𝜶′ + 𝒚′𝒔𝒆𝒏𝜶′ = 𝒄𝒕′ 𝐨𝐮 𝒙′𝒄𝒐𝒔𝜶′ + 𝒚′𝒔𝒆𝒏𝜶′ − 𝒄𝒕′ = 𝟎
✓ A fase da frente de onda em 𝑺′ (em relação à frente da onda em 𝑺′) também é nula:
𝒌′ ∙ 𝒓′ − 𝝎′ 𝒕′ = 𝟎 (∗∗)
❖ Conclusão: A fase da frente de onda é uma propriedade invariante em 𝑺 e 𝑺′. Portanto,
𝒌′ ∙ 𝒓′ − 𝝎′ 𝒕′ = 𝒌 ∙ 𝒓 − 𝝎𝒕
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Previsão para a composição de frequências
𝝎′ 𝝎
✓ Comparando as fases: 𝒙′𝒄𝒐𝒔𝜶′ + 𝒚′𝒔𝒆𝒏𝜶′ − 𝒄𝒕′ = 𝒙𝒄𝒐𝒔𝜶 + 𝒚𝒔𝒆𝒏𝜶 − 𝒄𝒕
𝒄 𝒄
𝝎′ 𝒙′𝒄𝒐𝒔𝜶′ + 𝒚′𝒔𝒆𝒏𝜶′ − 𝒄𝒕′ = 𝝎 𝒙𝒄𝒐𝒔𝜶 + 𝒚𝒔𝒆𝒏𝜶 − 𝒄𝒕

✓ Para ver melhor esse resultado, vamos substituir as TR obtidas em 𝑺:


𝒗𝒙′
𝒙 = 𝜸 𝒙′ + 𝒗𝒕′ 𝒚 = 𝒚′ 𝒕 = 𝜸 𝒕′ + 𝟐
𝒄
𝒗𝒙′
𝝎′ 𝒙′𝒄𝒐𝒔𝜶′ + 𝒚′𝒔𝒆𝒏𝜶′ − 𝒄𝒕′ = 𝝎 𝜸 𝒙′ + 𝒗𝒕′ 𝒄𝒐𝒔𝜶 + 𝒚′𝒔𝒆𝒏𝜶 − 𝒄𝜸 𝒕′ + 𝟐
𝒄
𝝎′ ′
𝒗 𝒗
𝒙′𝒄𝒐𝒔𝜶′ + 𝒚′𝒔𝒆𝒏𝜶′ − 𝒄𝒕′ = 𝒙 𝜸𝒄𝒐𝒔𝜶 − 𝜸 + 𝒚′𝒔𝒆𝒏𝜶 − 𝟏 − 𝒄𝒐𝒔𝜶 𝜸𝒄𝒕′
𝝎 𝒄 𝒄
✓ Comparando os termos de cada componente 𝒙′, 𝒚′ e 𝒕′, temos 3 equações:
Vamos discutir este resultado primeiro
𝝎′ 𝒗 𝝎′ 𝝎′ 𝒗 (∗∗∗)
𝒄𝒐𝒔𝜶′ = 𝜸 𝒄𝒐𝒔𝜶 − (∗) 𝒔𝒆𝒏𝜶′ = 𝒔𝒆𝒏𝜶 (∗∗) = 𝜸 𝟏 − 𝒄𝒐𝒔𝜶
𝝎 𝒄 𝝎 𝝎 𝒄
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O efeito Doppler relativístico longitudinal
A equação (∗∗∗) revela o efeito Doppler de uma fonte que 𝒗
𝒇′ = 𝜸 𝟏 − 𝒄𝒐𝒔𝜶 𝒇
se move com velocidade 𝒗 emitindo luz com frequência 𝒇: 𝒄
Esta equação aparece na seção VI do artigo
➢ Implicações deste resultado: de Einstein de 1905
A. Vamos supor que a luz seja emitida na direção do eixo 𝒙 apenas (efeito Doppler
longitudinal). Aqui a dilatação de 𝒕 e a contração de 𝒙 influenciam o efeito. Temos dois casos:
A1. 𝑺 se aproxima de 𝑺′ pela direita, de modo que 𝜶 = 𝝅 e cos 𝝅 = −𝟏: Fonte se aproximando
𝒗 𝟐
𝒗 𝟏 𝒗 𝟏+ 𝟏+𝜷
′ 𝒄
𝒇′ = 𝜸 𝟏 + 𝒇 𝒇 = 𝟏+ 𝒇 = 𝒗 𝒗 𝒇 𝒇′ = 𝒇
𝒄 𝒗𝟐 𝒄 𝟏+ 𝟏− 𝟏−𝜷
𝟏− 𝟐 𝒄 𝒄
𝒄
onda plana em 𝑺′ onda plana em 𝑺 𝑦
𝑦′ 𝒄 𝒄
Conclusão: 𝒇′ >𝒇 → > → 𝝀′ <𝝀
𝒗 𝝀′ 𝝀
Vamos Pensar?
𝒌
𝜶=𝝅
Você sabe dar um exemplo de Esse fenômeno é
𝒌′
𝑂′ 𝑥′ 𝑂 𝑥 blue shift no cotidiano? chamado de blue shift
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O efeito Doppler relativístico longitudinal
A2. 𝑺 se afasta de 𝑺′ pela esquerda, de modo que 𝜶 = 𝟎 e cos 𝟎 = 𝟏 :
𝒗 𝟐
𝒗 𝟏− 𝟏−𝜷
𝒗 ′ 𝒇′
= 𝒄 ′

𝒇 = 𝜸 𝟏 − 𝒄𝒐𝒔𝜶 𝒇 → 𝒇 =𝜸 𝟏− 𝒇 → 𝒗 𝒗 𝒇 = 𝒇
𝒄 𝒄 𝟏+ 𝟏− 𝟏 + 𝜷
𝒄 𝒄
𝒄 𝒄 ′ >𝝀 Esse fenômeno é
Conclusão: 𝒇 < 𝒇 →
′ < → 𝝀 Vamos Pensar?
𝝀′ 𝝀 chamado de red shift
Você sabe dar um exemplo de
blueshift redshift red shift no cotidiano?
*Vamos Pensar?
Você já percebeu que todos os radares de
trânsito estão apontados na direção das
𝑦 𝑦′ estradas e não perpendiculares à elas? Por
𝒗
que é assim? E nas ultrassonografias das
clínicas médicas, onde está o detector de
som? Certifique-se de associar as teorias
𝒌 𝜶=𝟎 𝒌′ físicas com o seu cotidiano! Sem isso elas são
𝑂 𝑥 𝑂′ 𝑥′ apenas conhecimento inútil.
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