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CONVERSÃO

ELETROMECÂNICA DE
ENERGIA
Aula 02
1º bimestre - 2019

Autor: Prof. Fernando Cardoso Fajoni


Exemplo prático com uso de entreferro

𝑙 𝜙
ℱ=𝜙 𝐵=
𝜇𝐴 𝐴
𝜇0 𝐴𝑔 𝜇0 𝐴𝑔 𝐵 = 0,63 𝑇
𝜙=ℱ = 𝑁𝐼
2𝑔 2𝑔

𝜙 = 0,0126 𝑊𝑏

1 𝑙
ℛ= ×
𝜇 𝐴
Fluxo concatenado

A variação de um campo magnético no tempo


produz um campo elétrico no espaço de acordo
com a lei de Faraday:
𝑑
𝐸 ∙ 𝑑𝑠 = − 𝐵 ∙ 𝑑𝑎
𝐶 𝑑𝑡 𝐶

A integral de linha da intensidade de campo


elétrico 𝐸 ao longo de um contorno fechado 𝐶 é
igual à razão, no tempo, da variação do fluxo
magnético que concatena aquele contorno.
Fluxo concatenado

A lei de Faraday portanto pode ser escrita em função do


fluxo do núcleo em um determinado circuito magnético.
𝑑𝜑 *O símbolo 𝜑 representa o valor instantâneo
𝑒=𝑁
𝑑𝑡 de um fluxo variável no tempo

O fluxo concatenado 𝜆 é definido por: 𝜆 = 𝑁𝜑, portanto:


𝑑𝜆
𝑒=
𝑑𝑡
De acordo com a lei de Lens, se os terminais do
enrolamento fossem curto-circuitados, uma corrente
circularia em um sentido tal que se oporia à variação do
fluxo concatenado
𝑑𝜆
𝑒=−
𝑑𝑡
Indutância

A capacidade de uma bobina de N espiras criar um fluxo


magnético com determinada corrente i é denominada
indutância.
Em um circuito magnético composto de material magnético
de permeabilidade constante, a indutância 𝐿 é definida pela
relação entre 𝜆 e 𝑖
𝜆
𝐿=
𝑖

Substituindo-se por: 𝜆 = 𝑁𝜑, 𝜙 = ℛ e ℱ = 𝑁𝑖
𝑡𝑜𝑡

𝜆 𝑁𝜑 𝑁𝜑𝑁 𝑁 2ℱ 𝑁2 𝑁2
𝐿= = = = = 𝐿=
𝑖 𝑖 ℱ ℱℛ𝑡𝑜𝑡 ℛ𝑡𝑜𝑡 ℛ𝑡𝑜𝑡
Indutância

Supondo que a relutância do núcleo magnético


seja desprezível em comparação com a do
entreferro, a indutância do enrolamento do circuito
magnético abaixo será: 𝑁2 𝑁2
𝐿= =
ℛ𝑡𝑜𝑡 𝑔
𝜇0 𝐴𝑔
𝑁 2 𝜇0 𝐴𝑔
𝐿=
𝑔

Se considerarmos a relutância
do material magnético
𝑁2 𝑁2 𝑁2
𝐿= = =
ℛ𝑡𝑜𝑡 ℛ𝑐 + ℛ𝑔 𝑙𝑐 𝑔
+
𝜇𝐴𝑐 𝜇0 𝐴𝑔
Exemplo Indutância:

O circuito magnético da figura abaixo é constituído por uma bobina de


N espiras enroladas em um núcleo magnético, de permeabilidade
infinita, com dois entreferros paralelos de comprimentos 𝑔1 e 𝑔2 , e
áreas 𝐴1 e 𝐴2 , respectivamente.
a) Encontre a indutância do enrolamento
b) Encontre a densidade de fluxo de 𝐵1 no enteferro 1 quando o
enrolamento está conduzindo uma corrente i. Despreze os efeitos
de espraiamento no entreferro
Exemplo Indutância:

a) 𝐿
b) 𝐵1 𝜙 𝑁𝑖
𝐵= 𝜙=
𝜆 𝑁2 𝐴1 𝐴2 𝐴 ℛ
𝐿= 𝐿= 𝐿 = 𝜇0 𝑁 2 +
𝑖 ℛ𝑡𝑜𝑡 𝑔1 𝑔2
𝑔1 𝜇0 𝑁𝑖
ℛ1 = 𝐵1 =
𝜇0 𝐴1 𝑔1
𝑔2
ℛ2 =
𝜇0 𝐴2
Indutância própria e mútua

O circuito magnético abaixo apresenta um núcleo com dois


enrolamentos dispostos para terem os fluxos magnéticos
no mesmo sentido, portanto, se somando.
ℱ = 𝑁1 𝐼1 + 𝑁2 𝐼2
Desprezando a relutância do núcleo e assumindo a área do
núcleo igual a do entreferro, o fluxo do núcleo é:
𝜇𝐴𝑐
𝜙 = (𝑁1 𝐼1 + 𝑁2 𝐼2 )
𝑔
Indutância própria e mútua

Se for decomposta a equação,em termos relacionados


individualmente com cada corrente, o fluxo concatenado da
bobina 1 pode ser expresso por:
𝜇0 𝐴𝐶 𝜇0 𝐴𝐶
𝜆 = 𝑁1 𝜙 = 𝑁12 𝑖1 + 𝑁1 𝑁2 𝑖2
𝑔 𝑔
Que pode ser escrita como:
𝜆 = 𝐿11 𝑖1 + 𝐿12 𝑖2

𝜇0 𝐴𝐶
Onde: 𝐿11 = 𝑁12 Indutância própria
𝑔
𝜇0 𝐴𝐶
𝐿12 = 𝑁1 𝑁2 Indutância mútua
𝑔
Indutância própria e mútua

Se for decomposta a equação,em termos relacionados


individualmente com cada corrente, o fluxo concatenado da
bobina 2 pode ser expresso por:
𝜇0 𝐴𝐶 𝜇0 𝐴𝐶
𝜆2 = 𝑁2 𝜙 = 𝑁1 𝑁2 𝑖1 + 𝑁22 𝑖2
𝑔 𝑔
Que pode ser escrita como:
𝜆2 = 𝐿21 𝑖1 + 𝐿22 𝑖2
𝜇0 𝐴𝐶
𝐿22 = 𝑁22 Indutância própria
Onde: 𝑔
𝜇0 𝐴𝐶
𝐿21 = 𝑁1 𝑁2 Indutância mútua
𝑔

𝜆1 = 𝐿11 𝑖1 + 𝐿12 𝑖2
𝜆2 = 𝐿21 𝑖1 + 𝐿22 𝑖2
Materiais magnéticos

Os materiais magnéticos têm uma grande imortância nos dispositivos


de conversão eletromecânica de energia, devido que é possível se
obter densidades elevadas de fluxo magnético com níveis
relativamente baixos de força magnetizante, assim como as forças
magnéticas e a densidade de energia se elevam com o aumento da
densidade de fluxo.
Materiais magnéticos também são muito úteis para se direcionar e
delimitar os campos magnéticos por caminhos definidos
Materiais magnéticos

A curva mais comum para se descrever um material magnético é a curva


B-H, que relaciona a densidade de fluxo magnético B e a força
magnetizante H. A figura abaixo apresenta apenas a metade desta curva
que tem o seu curso nos quadrantes 1 e 2.
Materiais magnéticos

Para muitas aplicações o material pode ser descrito por uma curva
simples, obtida pela plotagem dos valores máximos de B e H, sendo esta
conhecida como curva de magnetização CC ou normal.
Esta curva despreza a natureza histerética do material, mas exibe
claramente suas características não lineares.
Materiais magnéticos

Suponha que o material do núcleo magnético seja o mesmo da curva de


magnetização vistos nas figuras abaixo. Encontre a corrente i necessária
para produzir um 𝐵𝐶 = 1𝑇
𝐴𝑐 = 𝐴𝑔 = 9 𝑐𝑚2
𝑔 = 0,050 𝑐𝑚
𝑙𝑐 = 30 𝑐𝑚 𝐻𝑐 = 11𝐴 ∙ 𝑒/𝑚
𝑁 = 500 𝑒𝑠𝑝

𝐵𝑔
ℱ𝑐 = 𝐻𝑐 𝑙𝑐 ℱ𝑔 = 𝐻𝑔 𝑙𝑔 𝐻𝑔 =
𝜇0

𝑖=
𝑁
ℱ𝐶 + ℱ𝑔
𝑖= = 0,8𝐴
𝑁
Excitação CA

Na corrente de excitação 𝐼𝜑 , correspondente a uma FMM de excitação


𝑁𝑖𝜑 (𝑡) é necessária para produzir o fluxo φ(𝑡) do núcleo magnético.
Devido às condições não lineares do núcleo, a corrente de excitação
correspondente ao fluxo senoidal do núcleo não será senoidal.
𝑙𝐶 𝐻𝑒𝑓
𝐼𝜑,𝑒𝑓 =
𝑁
Perdas no núcleo magnético

Parte da energia utilizada para produzir o fluxo magnético no núcleo é


dissipada como perdas, que resultam no aquecimento do núcleo. O restante
aparece como potência reativa associada ao armazenamento de energia no
campo magnético.
A equação abaixo pode ser utilizada para calcular a energia de ingresso no
núcleo magnético quando o material é submetido a um único ciclo:

𝑊= 𝑖𝜑 𝑑𝜆 = 𝐴𝐶 𝑙𝐶 𝐻𝐶 𝑑𝐵𝐶

Essa energia é requerida para girar os dipolos do material, sendo parte dela
dissipada como calor. As perdas por histerese são proporcionais à área do
ciclo de histerese e ao volume total do material.
Um segundo mecanismo de perdas é o aquecimento Ôhmico devido às
correntes parasitas induzidas no núcleo magnético. Para redução deste efeito,
as chapas de aço são feitas em formato laminado e montadas sob uma
camada isolante.
Perdas no núcleo magnético

Nas figuras abaixo pode-se observar a curva de perdas por histerese,


onde a área sombreada é a correspondente pelo valor da perda.
O segundo gráfico apresenta a densidade de perdas no núcleo a 60 Hz
em watts por quilograma para o aço elétrico de grão orientado do tipo
M-5 de 0,012 polegadas de espessura.
MUITO OBRIGADO!

DUVIDAS?
Bibliografia

- Básico: Umans, Stephen D., Máquinas elétricas : de


Fitzgerald e Kingsley. Editora Amgh
- Complementar: Simone, Gilio Aluisio; Creppe, Renato
Crivellari, Conversão eletromecânica de energia : uma
introdução ao estudo. Editora(s) Érica

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