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Electrodinâmica

Clássica
Aula 5
2020
1
3. Magnetostática
3.1. Lei de força de Lorentz
3.2. Lei de Biot-Savart
3.3. Divergente e rotacional de B
3.4. Potencial vectorial magnético
3.5. Campos magnéticos na matéria

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3.1. Lei de Força de
Lorentz
• Imagine que dois fios estejam pendurados a partir
do tecto, a poucos centímetros um do outro.
• 1. Quando ligamos uma corrente por forma que
suba por um dos fios e desça pelo outro, os fios se
afastam em uma evidente repulsão.
• 2. Quando a corrente passa em simultâneo por
ambos fios, eles se atraem.

3
4
• Seja qual for a força que responde pela atração
de correntes paralelas e pela repulsão de correntes
antiparalelas, ela não é de natureza electrostática.

• Este é o primeiro encontro com a força magnética.


• Enquanto uma carga estacionária produz apenas
um campo eléctrico E à sua volta, uma carga em
movimento gera também um campo magnético B.

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Forças magnéticas
• A força magnética de uma carga Q,
movendo-se com velocidade v em um
campo magnético B, é:

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝑄 𝑣 × 𝐵
• Esta é a chamada Lei de força de Lorentz
• Na presença de ambos, campos eléctricos e
magnéticos, a força líquida sobre Q seria:

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝑄 𝐸 + 𝑣 × 𝐵
6
Exemplo – Movimento
ciclotrónico
• O movimento típico de uma partícula carregada
em movimento, em um campo magnético, é
circular, com a força magnética produzindo a
aceleração centrípeta.

• DETERMINE O SENTIDO DA FORÇA MAGNÉTICA


PARA UMA CARGA EM MOVIMENTO CIRCULAR
NO SENTIDO ANTIHORÁRIO NUM PLANO, ONDE O
CAMPO MAGNÉTICO ENTRA NO PLANO.

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8
• Esta força tem uma magnitude fixa (QvB), exacta
para sustentar o movimento circular uniforme:
𝑣2
𝑄𝑣𝐵 = 𝑚 ou 𝑝 = 𝑄𝐵𝑅
𝑅
• Onde m é a massa da partícula e p=mv é o seu
momento.
• Esta é conhecida como a Fórmula de Ciclotrão

• O ciclotrão é o primeiro dos aceleradores de


partículas modernos.

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• Uma característica importante da lei de força
magnética:

AS FORÇAS MAGNÉTICAS NÃO REALIZAM TRABALHO

𝑑𝑊𝑚𝑎𝑔 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 ∙ 𝑑𝑙 = 𝑄 𝑣 × 𝐵 ∙ 𝑣𝑑𝑡 = 0

• Isso ocorre porque 𝑣 × 𝐵 é perpendicular a v,


então 𝑣 × 𝐵 ∙ 𝑣 = 0.

• As forças magnéticas podem alterar a direcção


em que uma partícula se movimenta, mas não
pode acelerar ou desacelerá-la.

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Exercício
• Uma partícula de carga q entra em uma região de
campo magnético uniforme B (apontando para
dentro da página). O campo deflecte a partícula
uma distância d acima da linha da trajectória
original, conforme mostra a figura. A carga é
positiva ou negativa?
• Em termos de a, d, B e q, encontre o momento da
partícula.

X
𝐵

11
Correntes
• A corrente em um fio é a carga por unidade de
tempo que passa por um determinado ponto.
• Uma linha de carga com densidade λ passando
por um fio à velocidade v, constitui uma corrente
• 𝐼 = 𝜆𝑣
• Porque o segmento de comprimento 𝑣Δ𝑡, passa por
um ponto P em um intervalo de tempo Δ𝑡. Uma
corrente é de facto um vector:
• 𝐼 = 𝜆v

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• A força magnética em um segmento de fio
pelo qual passa uma corrente é:
𝐹𝑚𝑎𝑔 = v × 𝐵 𝑑𝑞 = v × 𝐵 𝜆𝑑𝑙 = 𝐼 × 𝐵 𝑑𝑙

• Como I e dl apontam na mesma direcção,


então pode-se escrever
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐼 𝑑𝑙 × 𝐵
• e sendo I constante em magnitude
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐼 𝑑𝑙 × 𝐵

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Exercício para resolver
• Um circuito de um fio, de forma rectangular,
sustentando uma massa m, está pendurado na
vertical, com um dos lados em um campo
magnético B, que aponta para dentro do quadro
na região sombreada. Para que corrente I, no
circuito, a força magnética para cima equilibraria
exactamente a força gravitacional?

X
𝐵

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Resolução
• A corrente deve circular no sentido horário para
que (IxB) no segmento horizontal aponte para
cima.
• A força é
• 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐼𝐵𝑎, onde a é a largura do circuito.
• As forças magnéticas nos dois segmentos verticais
se anulam. E para que as forças se anulem:
• 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐹𝑔
𝑚𝑔
• 𝐼𝐵𝑎 = 𝑚𝑔 ⟹ 𝐼 =
𝐵𝑎
• O peso fica pendurado no ar.

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• Quando uma carga flui por uma superfície, ela é
descrita pela densidade superficial de corrente K;
𝑑𝐼
𝐾≡ ; 𝐾 = 𝜎v
𝑑𝑙⊥

𝐹𝑚𝑎𝑔 = v × 𝐵 𝜎𝑑𝑎 = K × 𝐵 𝑑𝑎

• Quando o fluxo da carga é distribuido em uma


região tridimensional, descreve-se a densidade
volumétrica de corrente J;
𝑑𝐼
𝐽≡ ; 𝐽 = 𝜌v
𝑑𝑎⊥

𝐹𝑚𝑎𝑔 = v × 𝐵 𝜌𝑑𝜏 = 𝐽 × 𝐵 𝑑𝜏

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Exemplo
a) Uma corrente I está uniformemente distribuída em
um fio de corte transversal com raio a. Encontre a
densidade volumétrica de corrente J.

𝐼
A área perpendicular ao fluxo é 𝜋𝑎2 ,
logo 𝐽 = , uma
𝜋𝑎2
vez que a densidade de corrente é uniforme.

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Exemplo
b) Suponha que a densidade de corrente no fio é
proporcional à distância do eixo, 𝐽 = 𝑘𝑠 (para uma
constante k). Encontre a corrente total no fio.

𝑑𝐼
Como J varia com s, temos que integrar 𝐽 ≡ . A
𝑑𝑎⊥
corrente na área sombreada é J𝑑𝑎⊥ e 𝑑𝑎⊥ = 𝑠𝑑𝑠𝑑Φ.
Portanto
𝑎 3
2𝜋𝑘𝑎
𝐼 = 𝑘𝑠 𝑠𝑑𝑠𝑑𝜙 = 2𝜋𝑘 𝑠 2 𝑑𝑠 =
0 3

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𝑑𝐼
• Segundo a equação 𝐽 ≡ , a corrente que
𝑑𝑎⊥
atravessa a superfície S pode ser escrita como:

𝐼= 𝐽𝑑𝑎⊥ = 𝐽𝑑𝑎
𝑠 𝑠
• A carga total por unidade de volume é:

𝐽𝑑𝑎 = 𝛻 ∙ 𝐽 𝑑𝜏
𝑆 𝑣
• Como a carga é conservada, o que flui pela
superfície vem à custa do que sobra no interior:
𝑑 𝜕𝜌
𝛻 ∙ 𝐽 𝑑𝜏 = − 𝜌𝑑𝜏 = − 𝑑𝜏
𝑣 𝑑𝑡 𝑣 𝑣 𝜕𝑡
𝝏𝝆
𝛁∙𝑱=−
𝝏𝒕
• Esta é a chamada Equação de continuidade
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Exercício
• Uma corrente I flui por um fio de raio a.
a) Se ela estiver distribuída uniformemente sobre a
superfície, qual é a densidade superficial de
corrente K?
b) Se ela estiver distribuída de forma que a corrente
volumétrica seja inversamente proporcional à
distância do eixo, quanto vale J?

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3.2. Lei de Biot-Savart
• CORRENTES ESTACIONÁRIAS

• Cargas estacionárias produzem campor


eléctricos constantes ao longo do tempo ... isto é
a Electrostática.

• Correntes estacionárias produzem campos


magnéticos que são constantes ao longo do
tempo ... Isto é a Magnetostática.

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• Quando uma corrente estacionária flui por um fio,
sua magnitude I deve ser a mesma ao longo do fio
todo; caso contrário, a carga estaria se
acumulando algures e a corrente não seria
estacionária. Da mesma forma, 𝜕𝜌 𝜕𝑡 = 0 em
magnetostática e, portanto, a equação de
continuidade torna-se

𝛁∙𝑱=𝟎

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Campo magnético de uma
corrente estacionária
• O campo magnético de uma linha de corrente
estacionária é dado pela Lei de Biot-Savart:
𝜇0 𝐼 × 𝑟 𝜇0 𝑑𝑙´ × 𝑟
𝐵 𝑟 = 2
𝑑𝑙´ = 𝐼
4𝜋 𝑟 4𝜋 𝑟2
• A integração é ao longo do caminho da corrente,
na direcção do fluxo; dl´ é um elemento de
comprimento ao longo do fio e r é o vector da
origem ao ponto r.
• 𝜇0 = 4𝜋 × 10−7 𝑁 𝐴2

23
• Como ponto inicial da magnetostática, a lei de
Biot-Savart tem um papel análogo ao da lei de
Coulomb na electrostática.

• De facto, a dependência 1/r2 é comum a ambas


leis.

24
Exemplo
• Encontre o campo magnético a uma distância s
de um fio longo e recto pelo qual passa uma
corrente estacionária I.

25
• No diagrama (𝑑𝑙´ × 𝑟) aponta para fora do plano
pela regra da mão direita e tem magnitude
𝑑𝑙´ sin 𝛼 = 𝑑𝑙´ cos 𝜃 e 𝑙´ = 𝑠 tan 𝜃 , logo

𝑠
𝑑𝑙´ = 2
𝑑𝜃
𝑐𝑜𝑠 𝜃

1 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃
• E 𝑠 = 𝑟 cos 𝜃, então =
𝑟2 𝑠2

𝜇0 𝜃2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 𝑠
• Assim, 𝐵 = 𝐼 𝜃 cos 𝜃 𝑑𝜃
4𝜋 1 𝑠2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃

𝜃2
𝜇0 𝐼 𝜇0 𝐼
𝐵= cos 𝜃 𝑑𝜃 = sin 𝜃2 − sin 𝜃1
4𝜋𝑠 𝜃1 4𝜋𝑠

26
Exercícios
1. Encontre o campo magnético a uma distância z
acima do centro de um circuito circular de raio R,
pelo qual passa uma corrente estacionária I.

2. Encontre o campo magnético no centro de um


circuito quadrado, pelo qual passa uma corrente
estacionária I. Considere que R é a distância entre
o centro e a lateral.

27
• Para correntes superficiais e volumétricas, a lei de
Biot-Savart torna-se:

𝜇0 𝐾 𝑟´ ×𝑟 𝜇0 𝐽 𝑟´ ×𝑟
• 𝐵 𝑟 = 𝑑𝑎´ e𝐵 𝑟 = 𝑑𝜏´
4𝜋 𝑟2 4𝜋 𝑟2

• O princípio de superposição se aplica aos campos


magnéticos, da mesma forma que aos campos
eléctricos: se você tem um conjunto de correntes
fonte, o campo líquido é a soma vectorial dos
campos devidos a cada uma delas, tomados
separadamente.

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3.3. Divergente e
Rotacional de B
• CORRENTES EM LINHA RECTA

• O campo magnético de um fio circunda o fio


dependendo do sentido da corrente que o
atravessa conforme a figura abaixo. Demonstrando
claramente que o rotacional deste campo não é
nulo.

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• Se ao exemplo do slide 23 impusermos como limites
𝜋 𝜋
de integração 𝜃1 = − e 𝜃2 = , ficamos com um
2 2
𝜇0 𝐼
campo com o aspecto 𝐵 = ,
então, a integral
2𝜋𝑠
desse campo ao longo de um caminho fechado s,
centrado no fio é:
𝜇0 𝐼 𝜇0 𝐼
𝐵 ∙ 𝑑𝑙 = 𝑑𝑙 = 𝑑𝑙 = 𝜇0 𝐼
2𝜋𝑠 2𝜋𝑠

• Suponhamos agora que temos uma colecção de


fios rector. Cada fio que passa pelo circuito
contribui com 𝜇0 𝐼, e os que ficam de for a não
contribuem com nada. A integral de linha será
então:
𝐵 ∙ 𝑑𝑙 = 𝜇0 𝐼𝑒𝑛𝑐
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• Onde 𝐼𝑒𝑛𝑐 representa a corrente total encerrada
pelo caminho de integração. Se o fluxo de carga é
representado por uma corrente volumétrica de
densidade J, a corrente encerrada é:

• 𝐼𝑒𝑛𝑐 = 𝐽 ∙ 𝑑𝑎 com a integral calculada sobre


uma superfície encerrada pelo circuito.

• Aplicando o teorema de Stokes à equação


𝐵 ∙ 𝑑𝑙 = 𝜇0 𝐼𝑒𝑛𝑐 :

𝛻 × 𝐵 ∙ 𝑑𝑎 = 𝜇0 𝐽 ∙ 𝑑𝑎 ⟹ 𝛻 × 𝐵 = 𝜇0 𝐽

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Divergente e rotacional de
B
• A lei de Biot-Savart para o caso geral de uma
corrente volumétrica diz que
𝜇0 𝐽 𝑟´ ×𝑟
• 𝐵 𝑟 = 𝑑𝜏´
4𝜋 𝑟2
• O que resulta no campo magnético (B que é
função de x, y e z) em um ponto r=(x, y, z) em
termos de uma integral sobre a distribuição de
corrente J(x´, y´ e z´).
• A integração é sobre coordenadas com linhas, o
divergente e o rotacional devem ser calculados
com respeito a coordenadas sem linhas.
32
• Aplicando o divergente à lei de Biot-Savart
apresentada no slide anterior, obtêm-se:
𝜇0 𝑟
• 𝛻∙𝐵 = 𝛻∙ 𝐽× 𝑑𝜏´
4𝜋 𝑟2

• Aplicando a regra dos produtos:


𝑟 𝑟 𝑟
• 𝛻∙ 𝐽× = ∙ 𝛻×𝐽 −𝐽∙ 𝛻×
𝑟2 𝑟2 𝑟2
• Mas 𝛻 × 𝐽 = 0 porque J não depende das variáveis
𝑟
sem linha (x, y, z), enquanto 𝛻 × = 0, logo:
𝑟2

𝛻∙𝐵 =0
O divergente do campo magnético é zero!

33
• Continuando com a equação de Biot-Savart
apresentada inicialmente, e aplicando o
rotacional, obtem-se:
𝜇0 𝑟
𝛻×𝐵 = 𝛻 × 𝐽 × 2 𝑑𝜏´
4𝜋 𝑟
• Expandindo o integrando pela regra dos produtos:
𝑟 𝑟 𝑟
𝛻× 𝐽× 2 =𝐽 𝛻∙ 2 − 𝐽∙𝛻 2
𝑟 𝑟 𝑟
• Logo:
𝜇0
𝛻×𝐵 = 𝐽 𝑟´ 4𝜋𝛿 3 𝑟 − 𝑟´ 𝑑𝜏´ = 𝜇0 𝐽 𝑟
4𝜋

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Aplicações da Lei de
Ampére
• A equação para o rotacional de B:

𝛻 × 𝐵 = 𝜇0 𝐽
• É a chamada Lei de Ampére na forma diferencial.
Que pode ser reescrita na forma integral pelo
recurso ao teorema de Stokes como:

𝛻 × 𝐵 ∙ 𝑑𝑎 = 𝐵 ∙ 𝑑𝑙 = 𝜇0 𝐽 ∙ 𝑑𝑎

35
• Nesta equação, 𝐽 ∙ 𝑑𝑎 é a corrente total que
passa pela superfície, que chamamos de 𝐼𝑒𝑛𝑐 (a
corrente encerrada pelo circuito amperiano), o
que nos leva a escrever:
𝐵 ∙ 𝑑𝑙 = 𝜇0 𝐼𝑒𝑛𝑐
• Esta é a versão integral da lei de Ampére.

• Assim como a Lei de Biot-Savart tem um papel na


magnetostática correspondente ao da lei de
Coulomb na electrostática, a Lei de Ampére
desempenha o papel da Lei de Gauss:

𝐸𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎: 𝐶𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏 → 𝐺𝑎𝑢𝑠𝑠


𝑀𝑎𝑔𝑛𝑒𝑡𝑜𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎: 𝐵𝑖𝑜𝑡 − 𝑆𝑎𝑣𝑎𝑟𝑡 → 𝐴𝑚𝑝é𝑟𝑒

36
Exemplo
• Encontre o campo magnético a uma distância s
de um fio longo e recto, pelo qual passa uma
corrente estacionária I.

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• Sabe-se que a direcção de B é tangente a uma
circunferência centrada no fio, circulando-o como
indica a regra da mão direita.
• Por simetria, a magnitude de B é constante em
torno de um circuito amperiano de raio s, centrado
no fio. Portanto, a lei de Ampére nos dá:
𝐵 ∙ 𝑑𝑙 = 𝐵 𝑑𝑙 = 𝐵2𝜋𝑠 = 𝜇0 𝐼𝑒𝑛𝑐 = 𝜇0 𝐼

Ou
𝜇0 𝐼
𝐵=
2𝜋𝑠

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Comparação entre
magnetostática e electrostática
• O divergente e o rotacional do campo electrostático
são:

1
𝛻∙𝐸 = 𝜌, … 𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝐺𝑎𝑢𝑠𝑠
• 𝜀0
𝛻 × 𝐸 = 0, … 𝑆𝑒𝑚 𝑛𝑜𝑚𝑒

• Estas constituem as equações de Maxwell para a


Electrostática. Juntamente com a condição de
contorno E→0 distante de todas as cargas, as equações
de Maxwell determinam o campo, se a densidade de
carga ρ for dada; elas contêm, essencialmente, a
mesma informação que a Lei de Coulomb, mais o
princípio de superposição.
39
• O divergente e o rotacional do campo
magnetostático são:

𝛻 ∙ 𝐵 = 0, … 𝑆𝑒𝑚 𝑛𝑜𝑚𝑒
𝛻 × 𝐵 = 𝜇0 𝐼, … 𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝐴𝑚𝑝é𝑟𝑒

• Estas são as equações de Maxwell para a


magnetostática.

• Aqui também, juntamente com a condição de


contorno B→0 longe de todas as correntes, as
equações de Maxwell determinam o campo
magnético: elas são equivalentes à Lei de Biot-
Savart mais a superposição.
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• As equações de Maxwell e a lei de força:
𝐹 =𝑄 𝐸+𝑣×𝐵
• Constitui a formulação mais elegante da
electrostática e da magnetostática.
• O campo eléctrico diverge de uma carga positiva;
a linha do campo magnético enrola-se em volta
de uma corrente.

• As linhas dos campos eléctricos originam-se em


cargas positivas e terminam em cargas negativas;
as linhas dos campos magnéticos não começam
ou terminam em lugar algum.
41
• É preciso uma carga eléctrica em movimento para
produzir um campo magnético, e é preciso outra
carga eléctrica em movimento para sentir um
campo mangético.

• Tipicamente, as forças eléctricas são imensamente


maiores que as magnéticas, e isso tem a ver com a
magnitude das constantes fundamentais 𝜀0 e 𝜇0 .

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3.4. Potencial vectorial
magnético
• Assim como 𝛻 × 𝐸 = 0 nos permitiu introduzir o potencial
escalar (V) em electrostática, 𝐸 = −𝛻𝑉,

• 𝛻 ∙ 𝐵 = 0 também nos permite introduzir um potencial


vectorial A em magnetostática: 𝐵 = 𝛻 × 𝐴

𝛻 × 𝐵 = 𝛻 × 𝛻 × 𝐴 = 𝛻 𝛻 ∙ 𝐴 − 𝛻 2 𝐴 = 𝜇0 𝐽

• Pode-se somar ao potencial magnético qualquer


função cujo rotacional seja nulo (o que equivale a dizer
o gradiente de qualquer escalar), sem afectar B.
Explorando essa liberdade, podemos eliminar o
divergente de A:
𝛻∙𝐴=0
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• E com isso:
𝛻 2 𝐴 = −𝜇0 𝐽
• Esta, novamente, é nada mais que a
equação de Poisson para a magnetostática

• Tipicamente, a direcção de A irá imitar a


direcção da corrente.

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Exercício
1
• Se B é uniforme, mostre que 𝐴 𝑟 = − 𝑟 × 𝐵
2
funciona. Ou seja, verifique se 𝛻 ∙ 𝐴 = 0 e 𝛻 × 𝐴 = 𝐵.

• Encontre o potencial magnético dentro do fio, se


ele tem raio R e a corrente está uniformemente
distribuida.

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Resumo: Condições de
contorno na Magnetostática

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2.6. Campos magnéticos
na matéria
• 2.6.1. Diamagnetos, Paramagnetos e
Ferromagnetos
• 2.6.2. Efeito de um campo magnético nas órbitas
atómicas
• 2.6.3. Magnetização
• 2.6.4. O campo magnético dentro da matéria
• 2.6.5. O campo auxiliar H
• 2.6.6. Susceptibilidade, permeabilidade
magnéticas

Leitura individual
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