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Trabalho

Evolução das ideias da Física

Aluno: Rafael Ferreira do Amaral Silva Matrícula: 2021422121

Professor: Antonio Sergio Teixeira Pires

Curso/turno: Física - Diurno

Este trabalho conta um resumo das ideias apresentadas durante o curso de


Evolução das ideias da física. Sua formulação se baseia em resumir em diferentes
tópicos o livro do professor Antonio Sergio Teixeira Pires, que discute sobre
alguns grandes nomes da física e sua contribuição para o desenvolvimento
científico.

Nos séculos II e III a.C., nações antigas, como Babilônia e Egito contribuíram
para o desenvolvimento da matemática e da astronomia. A invenção de
calendários, sistemas numéricos e observações astronômicas precisas são os
principais destaques, especialmente devido aos fins práticos aos quais se
aplicavam. Na região Grécia antiga, os questionamentos sobre os fenômenos da
natureza se direcionaram para a busca de explicações racionais no início do
século VI a.C. Nesse período, surgiu a Filosofia, separando-se da Mitologia em
sua multiplicidade de explicações possíveis.
Alguns anos mais tarde a civilização grega chega ao seu auge. Considerada o
berço da civilização ocidental, os gregos tiveram papel fundamental no
desenvolvimento de várias áreas do conhecimento. Inúmeros pensadores
surgiram na Grecia antiga, entretanto alguns se destacam, como Aristoteles,
Platão e Pitágoras.
Para Platão (427-348 a.C.), um dualismo entre a realidade e o aparente em seu
texto Alegoria das Cavernas. Nele o autor descreve como alguns prisioneiros
vivem em uma caverna desde sua infância, de costas para a entrada e sem poder
movimentar os seus pescoços. A única coisa que é real para aqueles homens, é a
visão das sombras de homens que passam na entrada da caverna. Se um dos
prisioneiros consegue se soltar e olhar para o mundo além do que eles conhecem,
voltar para seus companheiros e contar tudo o que viu, certamente será
desacreditado pelos outros. A principal contribuição de Platão para a ciência foi
perceber que a uma teoria da natureza completamente aritmética era impossível,
então encorajou o desenvolvimento de um método geométrico independente.
Pitágoras teria sido o primeiro homem a afirmar que a Terra é esférica. Também
foi ele que, usando um monocórdio, descobriu que os sons dependiam do
comprimento das cordas. Suas ideias eram intuitivas, e não observacionais.
Pitágoras descobriu em que proporções uma corda deve ser dividida para a
obtenção das notas musicais no início, sem altura definida, sendo uma tomada
como fundamental (pensemos numa longa corda presa a duas extremidades que,
quando tangida, nos dará o som mais grave) e a partir dela, gerar-se-á a quinta e
terça através da reverberação harmônica. Os sons harmônicos. Prendendo-se a
metade da corda, depois a terça parte e depois a quinta parte conseguiremos os
intervalos de quinta e terça em relação à fundamental. A chamada Série
harmônica. À medida que subdividimos a corda obtemos sons mais altos e os
intervalos serão diferentes. E assim sucessivamente. Descobriu ainda que frações
simples das notas, tocadas juntamente com a nota original, produzem sons
agradáveis. Já as frações mais complicadas, tocadas com a nota original,
produzem sons desagradáveis. O nome dele está ligado principalmente ao
importante teorema que afirma: Em todo triângulo retângulo, a soma dos
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
Aristóteles praticamente criou a ciência lógica, que foi definida por ele como a
arte e o método de pensar corretamente. O método consiste em uma conclusão
que é gerada a partir de duas premissas do argumento. Também estabeleceu a
filosofia natural nos tratados: Física, Do Céu, Meteorologia e Metafísica. No
tratado Física, ele lida com objetos naturais em geral, onde limita-se ao conceito
de força como agente e ignora o conceito de força inerente à matéria. No tratado
Do Céu, ele descreve suas noções de cosmologia, também estende seus estudos
para região supralunar. Em Meteorologia, é discutido a região intermediária entre
o movimento dos corpos celeste e a do movimento dos corpos materiais. No
tomo Metafísica, estabelece e estuda os primeiros princípios de todo
conhecimento científico. Aristóteles não reconhecia a ideia de inércia, ele
imaginou que as leis que regiam os movimentos celestes eram muito diferentes
daquelas que regiam os movimentos na superfície da Terra, além de ver o
movimento vertical como natural, enquanto o movimento horizontal requereria
uma força de sustentação. Ainda sobre movimento e inércia, Aristóteles afirmou
que o movimento é uma mudança de lugar e exige sempre uma causa, o repouso
e o movimento são dois fenômenos físicos totalmente distintos, o primeiro sendo
irredutível a um caso particular do segundo. No livro II, Do Céu, ele afirma
explicitamente que quando um objeto se desloca para seu estado natural o
movimento não é causado por uma força, assim ele afirma que o movimento
daquilo que está no processo de locomoção é circular, retilíneo ou uma
combinação dos dois tipos. O cosmos aristotélico é apresentado como uma esfera
gigantesca, porém finita, à qual se prendiam as estrelas, e dentro da qual se
verificava uma rigorosa subordinação de outras esferas, que pertenciam aos
planetas então conhecidos e que giravam em torno da Terra, que se manteria
imóvel no centro do sistema (sistema geocêntrico).
Outro importante nome da Grecia Antiga foi Ptolomeu que criou um sistema
astronômico com uma sofisticação matemática não alcançada por nenhum
modelo astronômico da época. No sistema ptolomaico, centrado na Terra, a
pequena esfera chamada epiciclo que contém o planeta vai girando associada a
uma esfera rotativa maior, produzindo um movimento retrógrado aparente sobre
o plano de fundo das estrelas longínquas. A representação geométrica do sistema
solar de Ptolomeu, com círculos, epiciclos e equantes permitia predizer o
movimento dos planetas com considerável precisão e foi utilizada até o
Renascimento no século XVI.
Nos séculos que se seguiram, a influência romana sobre a Grécia, a invasão dos
povos germânicos e a posterior invasão bárbara que deu início à Idade Média
foram responsáveis por um declínio na produção científica na Europa. Houve
uma estagnação intelectual e um mergulho na ignorância e na credulidade e, no
período seguinte, o conhecimento clássico foi preservado na Europa ocidental
pela tradição monástica. A erudição caiu, em termos de ciência, mas não
desapareceu, e sim, voltou-se para a doutrina cristã.
Foi no século IX que o progresso intelectual se iniciou na época feudal e já nos
séculos XI e XII o nível educacional da população melhorou. Nessa época, a
Europa redescobriu Aristóteles e a Escolástica foi a tentativa de conciliar a
Filosofia com a Teologia, sendo Tomás de Aquino uma autoridade intelectual
nesse aspecto.
Em termos cosmológicos, apenas no final da Idade Média a proposta aristotélica
de uma Terra estacionária foi questionada. Surgiram aí discussões filosóficas
sobre a possibilidade de um movimento rotacional da Terra, mas, dada a ausência
de provas nesse e definiu-se o movimento uniforme e o movimento
uniformemente acelerado. sentido, essas discussões não foram levadas muito a
diante.
Outro aspecto importante foi a revisão completa da teoria de movimento de
Aristóteles, que levantou discussões acerca da própria ideia de movimento, das
quais derivou-se a apresentação da ideia de velocidade. Fez-se a distinção de
velocidade e velocidade instantânea.
À luz dessa época, Copérnico resolve supor um sistema astronômico para mudar
o sistema Ptolomaico. Tinha o desejo de remover dele a ideia do equante, pois
embora um planeta se movesse em um círculo perfeito, a velocidade não era
realmente uniforme (vista do centro do seu círculo). Para seu sistema, Copérnico
pensou de início com o Sol no centro, fixo e imóvel. Em volta dele giram em
círculos: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno. A lua gira em torno
da Terra. A Terra por sua vez gira em torno do seu próprio eixo em um período
de 23 horas e 56 minutos. Cada planeta tem um período diferente de revolução, o
período aumenta com a distância do planeta ao Sol. O eixo de rotação da Terra
está inclinado em relação ao eixo da órbita de um ângulo de 23,5º que a eclíptica
faz com o equador celeste. Neste modelo é fácil calcular as distâncias dos
planetas ao sol, feito da seguinte maneira: PS=TSsen(A), onde PS é a distância
do planeta ao sol, TS a distância da Terra ao sol e A é o ângulo da Terra entre o
Sol e o planeta. Esse pensamento fez com que Copérnico calculasse, com grande
precisão, as distâncias planetárias de todos os planetas conhecidos na época. Para
tornar o sistema mais preciso, Copérnico se viu na necessidade de introduzir
algumas alterações. A Terra e os planetas passaram a girar, não em torno do Sol,
mas em torno de um ponto no espaço distante do Sol de cerca de 3 vezes o
diâmetro solar. Em relação a gravidade, Copérnico a considerava como uma
disposição da matéria de se agregar em uma esfera. A teoria aristotélica
implicava o contrário, a Terra era esférica devido à tendência da matéria de se
agregar tão próxima de seu centro quanto possível.
Após propor seu modelo, Copérnico marca o início de uma nova era da ciência.
Chama-se Revolução Científica ao período que começou no século XVI e
prolongou-se até o século XVIII. A partir desse período, a ciência, que até então
estava atrelada à Teologia, separa-se desta e passa a ser um conhecimento mais
estruturado e prático. Nesse período nomes como Galileu Galilei, Isaac Newton,
Rene Descartes entre outros surgem e mudam os rumos do pensamento
cientifico.
Um desses nomes é Tycho Brahe, que foi um astrônomo observacional da era
que precedeu a invenção do telescópio, e as suas observações da posição das
estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a época.
Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que os
planetas giram à volta do Sol e este orbitava em torno da Terra. Após a sua
morte, os seus registos dos movimentos de Marte permitiram a Johannes Kepler
descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria
heliocêntrica de Copérnico.
Johannes Kepler publicou suas duas primeiras leis em 1609, tendo-as encontrado
através da análise das observações astronômicas de Tycho Brahe. Kepler
descobriu sua terceira lei, muitos anos depois, e foi publicada em 1619. Na
época, as leis de Kepler foram reivindicações radicais. As crenças prevalecentes
eram (particularmente nas teorias baseadas em epiciclos) em que as órbitas eram
círculos perfeitos. A maioria das órbitas planetárias pode ser aproximada quase
como círculos, de modo que não é imediatamente evidente que as órbitas são
elípticas. Cálculos detalhados para a órbita do planeta Marte indicaram que
Kepler estava correto, e ele deduziu que os outros corpos celestes, incluindo
aqueles mais longe do Sol, têm órbitas elípticas também. As leis de Kepler e sua
análise das observações em que foram baseados desafiaram o modelo
geocêntrico longo aceito de Aristóteles e Ptolomeu e, também, apoiou a teoria
heliocêntrica de Nicolau Copérnico (embora as elipses de Kepler também
suprimiram com as órbitas e epiciclos circulares de Copérnico, tornando a teoria
mais correta), por afirmar que a Terra orbitava o Sol, provando que as
velocidades dos planetas variavam, e usando órbitas elípticas em vez de órbitas
circulares com epiciclos. Também fez uma boa atuação em ótica, fazendo uma
versão melhorada de um telescópio refrator.
Um dos grandes nomes desta época é o italiano Galileu Galilei. Nascido em 15
de fevereiro de 1564, realizou várias experiências sobre queda de corpos. Essas
experiências seriam utilizadas, muitos anos mais tarde, nos seus dois livros mais
importantes. Teve uma vida conturbada sendo uma pessoa que se achava a mais
importante e inteligente que existia, nunca se contentando com o que lhe cabia.
Os estudos de Galileu recaíram no estudo de movimento de projéteis, da queda
livre e na Astronomia. Galileu concluiu que os movimentos verticais e
horizontais são independentes e que a distância percorrida por um objeto em
queda livre é proporcional ao quadrado do intervalo de tempo decorrido. Galileu
também aperfeiçoou o telescópio e descobriu os satélites galileanos, os quatro
maiores satélites de Júpiter, e as fases de Vênus, o que levou Galileu a defender o
heliocentrismo. Pelo seu jeito arrogante, Galileu durante sua vida foi criando
atritos com a Igreja Católica. O estopim que resultou em seu julgamento foi a
publicação de seu livro, no qual defendia o modelo de Copérnico, contrariando
os princípios da Igreja. Devido a isso, Galileu foi julgado pela inquisição e teve
como punição prisão domiciliar, a qual cumpriu até o fim de sua vida.
Francis Bacon foi conhecido pela sua grande valorização do método
experimental, mas não foi um personagem muito marcante na história da fisica
por não ter elaborado nenhuma interpretação para os resultados experimentais
que observou.
René Descartes propunha maneiras corretas de se pensar, sua filosofia era
baseada na ideia de que podemos dividir a realidade em duas partes: res extensa
(mundo material) e res cogitans (mundo espiritual). Foi o autor da famosa frase
"penso logo existo" e o criador da Geometria Analítica.
Descartes é considerado a primeira pessoa a ter enunciado o princípio da inércia
de maneira correta: afirmou que o movimento uniforme em linha reta era um
"estado" do mesmo modo que o era o repouso e, se um corpo está em repouso,
não começar a a se mover por si mesmo, a menos que seja impelido por uma
causa externa. Porém, se ele está em movimento, continuará a se mover e jamais
conseguirá parar por si mesmo. Propunha que o universo era cheio de uma
substância, o éter. Também não acreditava que força poderia se propagar em
distâncias, essa era uma ideia aristotélica de que força só existe no contato. Dessa
forma, forças que pareciam atuar a distância, na verdade, eram o resultado de
uma "pressão" realizada no meio e que se propagava de um corpo até o outro.
Assim, justifica a existência do éter porque é necessária a presença de um meio
para que tudo se propague. Utiliza isso para explicar o movimento circular dos
corpos celestes em termos de vórtices no fluido que enche o espaço e que
arrastavam os planetas e os satélites em suas órbitas. Para estudar o movimento,
propôs a ideia de quantidade de movimento, que era igual ao volume x
velocidade de um corpo. O que interessava em um corpo não era sua massa e sim
a sua extensão e ele interpretava a velocidade como um escalar, o que gerou
análises erradas, especialmente a respeito de colisões entre dois corpos. O grande
impacto de Descartes foi ter mostrado que havia um meio de tratar os fenômenos
da natureza de um jeito mais simples do que na geometria euclidiana, a
geometria cartesiana. Trabalhar com equações simplifica muito as contas do
trabalho com figuras geométricas. Essa foi a sua grande contribuição na
matemática e na física.
Já Hyugens, físico, matemático e filósofo, contribuiu com o princípio de
Huygens na ótica, construiu o primeiro relógio de pêndulo e aperfeiçoou o
telescópio. Estudou o movimento dos corpos e ao esforço de um corpo para se
afastar do centro de rotação ele chamou de "força centrífuga".
Newton (nascido em 25 de dezembro de 1642) é considerado o pai da física
clássica. Isaac Newton foi o primeiro a unificar as três leis do movimento,
provando que essas leis regem tanto objetos terrestres e celestes. O objetivo de
Newton ao propor sua teoria era explicar as Leis de Kepler. Também é atribuído
a ele a criação do cálculo diferencial que mudou completamente os rumos da
física e da matemática. A teoria newtoniana está presente em seus livros e para
comprovar seus pensamentos ele utilizou geometria euclidiana. Newton escreveu
que a força da gravidade diminui da superfície de um planeta para dentro em
proporção direta à distância do centro. Desse modo, concluiu que a gravidade é
uma força completamente universal, mas não apresentou uma equação
matemática para os resultados. Foi somente no século XVIII que Laplace
escreveu a equação na forma como hoje a conhecemos: F=GMm/r². O valor
numérico da constante G foi calculado, em 1798, por Henry Cavandish (1731-
1810) usando uma balança de torção. Newton aperfeiçoou o chamado método
científico ao combinar a indução com o método hipotético-dedutivo, que mostrou
ser uma das melhores ferramentas usadas na ciência moderna. Sua ideia pode ser
reduzida a:
1) A partir de observações obtemos os fatos ou dados.
2) Analisamos esses fatos e dados à luz dos princípios lógicos conhecidos e
aplicáveis.
3) Formulamos hipóteses que explicarão os fatos.
4) Usamos as hipóteses para prever fatos adicionais, ou consequências, que
poderão ser usados para testes futuros das hipóteses.
Após a criação da mecânica newtoniana e o cálculo diferencial a evolução da
matemática e da física foi considerável. Vários pensadores foram aprimorando as
ideias de newton e chegou-se a pensar que a mecânica de Newton era suficiente
para explicar toda a física. Essa ideia perdurou por um tempo, mas alguns
problemas mostraram que as ideias de Newton não eram tão gerais assim. A
órbita de mercúrio é um exemplo desses problemas. A mecânica não conseguia
descrever a órbita de mercúrio e o próprio Newton percebeu essa falha em sua
teoria. A seguir, muitos outros renomados nomes prosseguiram com essa ideia e
desenvolveram os conceitos apresentados.

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