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Geocentrismo x Heliocentrismo
12 de agosto de 2021 por Cristiane Pinheiro, UFGRS.
Foi Cláudio Ptolomeu (90-168 d.C.), astrônomo grego, quem, com grande conhecimento
matemático, consagrou essa teoria na obra Almagesto. No seu modelo cosmológico as estrelas
estariam fixadas em uma esfera celeste que girava em torno da Terra. Já os outros astros como os
planetas, a Lua e o Sol, se moveriam em órbitas circulares ao nosso redor. No Sistema Ptolomaico
as posições planetárias estavam sujeitas às velocidades angulares dos planetas em relação às
estrelas. Por sua vez, as órbitas dos planetas foram descritas com uma combinação de círculos:
os “deferentes” e os “epiciclos”. Essa inovação possibilitou explicar o movimento retrógrado dos
planetas, ou seja, quando um planeta é observado movendo-se em sentido contrário aos demais
corpos celestes. A obra também descrevia as mudanças nas posições dos planetas no Zodíaco e
as órbitas de Mercúrio e Vênus com incertezas matemáticas. Em virtude disso, o Modelo
Geocêntrico Ptolomaico foi o mais aceito e difundido, estendendo-se por treze séculos. Os estudos
de Ptolomeu acerca do movimento planetário serviram por um longo período como instrumento de
navegação de forma relativamente eficaz. Ademais, o respaldo da Igreja Católica ao Geocentrismo
fundamentou e prolongou o uso do modelo. O apoio Católico decorreu do fato que a teoria
outorgava os textos bíblicos. Teologicamente a figura central da criação divina são os seres
humanos. Estando nós na Terra, logo, a Terra teria que estar no centro do Universo.
Entre os séculos XVI e XVII a Astronomia, bem como a física em geral, foram revolucionadas.
O astrônomo polonês, Nicolau Copérnico (1473-1543), concebeu o chamado sistema
Heliocêntrico, que mudaria sensivelmente toda a astronomia conhecida até então.
Assim como Geocentrismo, o termo Heliocentrismo trata-se de uma composição por junção
da palavra “Hélio”, nome do deus romano do Sol, e “centrismo”. Nesse modelo cosmológico o Sol
está no centro do universo, fixo e imóvel, à sua volta orbitariam os, até então conhecidos, seis
planetas. No que se refere à Terra, ela rotacionaria no próprio eixo num período de 23 horas e 56
minutos. O decurso dos dias e das noites seria resultado desse movimento de rotação. Já a Lua
circuitaria a Terra, enquanto ambas orbitariam o Sol. O período de translação, ou seja, o tempo que
um planeta leva para completar uma volta no Sol, seria diferente para cada um dos planetas. Quanto
mais longínquo do Sol, maior será o tempo de translação. A Teoria Copernicana possibilitou
calcular, com grande precisão, as distâncias planetárias e o tempo de translação.