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Anotações de astrofísica

Astrofísica é o ramo da física e da astronomia responsável por estudar o universo através


da aplicação de leis e conceitos da física, tais
como luminosidade, densidade, temperatura e composição química, a objetos
astronômicos como estrelas, galáxias e o meio interestelar.[1][2][3]
Na prática, pesquisas astronômicas modernas envolvem uma quantia substancial de
trabalho em física teórica e observacional. Algumas áreas de estudo para astrofísicos
incluem suas tentativas para determinar as propriedades de matéria escura, energia
escura, e buracos negros; bem como se a viagem no tempo para o passado é possível, a
formação de buracos de minhocas, ou a existência do multiverso; e a origem e o destino
final do universo.[4] Tópicos também estudados por astrofísicos teóricos incluem a formação
e evolução do Sistema Solar; dinâmica e evolução estelar; formação e evolução
galáctica; magnetoidrodinâmica; a macroestrutura da matéria no universo; a origem
de raios cósmicos; relatividade geral e cosmologia física, incluindo cosmologia
de cordas e astrofísica de partículas.
A astrofísica não deve ser confundida com a cosmologia, pois esta ocupa-se da estrutura
geral do universo e das leis que o regem em um sentido mais amplo. Embora ambas
muitas vezes sigam caminhos paralelos, frequentemente considerado como redundante,
há diferenças quanto ao objeto de estudo.[5]

Índice

 1História
o 1.1Idade antiga
 1.1.1Mesopotâmia
 1.1.2Grécia antiga
o 1.2Idade Moderna
 1.2.1As leis de Kepler
 1.2.2Lei da gravitação universal
o 1.3Idade Contemporânea
 1.3.1Relatividade geral
 1.3.2Nucleossíntese estelar
 1.3.3Lei de Hubble
 2Divisões
o 2.1Mecânica celeste
o 2.2Dinâmica estelar
o 2.3Outras divisões
 3Técnicas analíticas
o 3.1Efeito Doppler relativístico
o 3.2Espectrometria
 4Ver também
 5Ligações externas
 6Referências

História
Ver artigos principais: História da astronomia e História da física

Idade antiga
Mesopotâmia
Ver artigo principal: Astronomia babilônica
Na Mesopotâmia, região situada entre os rios Tigre e Eufrates (atual Iraque), surgiram e se
desenvolveram vários povos em meados do século XXXV a.C.. Como os primeiros
habitantes da região, os sumérios estão entre os primeiros a cultivar a prática
da observação astronômica. Inicialmente, suas observações dos astros possuíam um
caráter puramente místico, isto é, astrológico, em que há o entendimento de que os astros
regem as relações humanas tanto como regem os ciclos naturais das estações. Por volta
do primeiro milênio antes de Cristo, no entanto, iniciou-se a prática de observação do céu
como um fim próprio, caracterizando as raízes da astronomia enquanto ciência. Isso
acarretou as primeiras aplicações de métodos matemáticos para exprimir as variações
observadas nos movimentos da Lua e dos planetas.[6]
Com a introdução da matemática, a astronomia babilônica realizou observações
sistemáticas dos movimentos dos planetas e, especialmente, do Sol e da Lua: determinou-
se o período da lunação ou mês sinódico, o período do movimento do Sol ou ano trópico, e
a inclinação da trajetória anual do Sol pela eclíptica. Além disso, era conhecido o fato de
que a velocidade da Lua em seu movimento ao redor da Terra era variável. Os sumérios
eram ainda capazes de prever eclipses e também verificaram que os planetas são
encontrados sempre em uma mesma região do céu. Nomearam várias constelações,
sendo que a maioria delas representava figuras de animais. Daí surgiu o Zodíaco, cujo
significado é círculo de animais.[6]
Grécia antiga
Ver artigo principal: Astronomia na Grécia Antiga

A esfera celeste idealizada pelos gregos.

Na Grécia antiga, destacam-se os trabalhos da escola Jônica.[7] Fundador da escola,[7]


[8]
 Tales de Mileto propôs que o céu era uma abóbada e sugeriu que o Sol e as estrelas não
eram deuses, mas sim bolas de fogo[7] e, usando ferramentas matemáticas, previu
o eclipse total do Sol[8] em 28 de maio de 585 a.C..[7] Seu discípulo, Anaximandro de Mileto,
utilizou as proporções matemáticas e geométricas para tentar mapear a abóbada celeste,
elaborando tratados sobre astronomia e cosmologia em que propôs, almejando explicar a
origem das coisas, o conceito de ápeiron, substância primordial da qual tudo provém.
[9]
 Ademais, postulou a existência de um número infinito de mundos, todos acomodados em
camadas esféricas;[7] e que a Terra era um cilindro suspenso no centro do universo, sem
qualquer suporte.[7][9]
Aristarco de Samos foi o primeiro a propôr, em 270 a.C., que a Terra gira em torno do
Sol. Nicolau Copérnico resgataria o modelo heliocêntrico do sistema Solar quase 2000
anos depois da proposição de Aristarco.[10]
Usando geometria e trigonometria, Eratóstenes chegou no século III a.C. a uma estimativa
de 40 000 km para o perímetro da circunferência terrestre, assumindo-a constante.[11][12]
A astrometria, ramo relacionado à medida precisa da posição e do movimento dos astros,
surge com os primeiros catálogos de estrelas.[13] A partir dos dados coletados em seu
observatório na ilha de Rodes, o astrônomo Hiparco de Niceia catalogou a posição de 850
estrelas, classificando-as quanto ao seu brilho em seis grupos distintos de 1 a 6, em que 1
é a estrela visível mais brilhante e 6 a menos brilhante.[13] Denominada como sistema
de magnitude, essa classificação é usada ainda hoje.

Idade Moderna
As leis de Kepler

Johannes Kepler Tycho Brahe


Ver artigo principal: Leis de Kepler
Embora não seja possível datar o início preciso da astronomia, a astrofísica moderna
surge no trabalho do astrônomo Johannes Kepler, que formulou as três leis do movimento
planetário baseando-se em dados empíricos, coletados pelo astrônomo Tycho Brahe,
sobre os planetas do Sistema Solar.[1][14] As três leis enunciam propriedades
das órbitas planetárias: a primeira afirma que tais órbitas são elípticas e contidas em um
plano, com o Sol em um dos focos da elipse; a segunda propõe que áreas descritas na
elipse pela trajetórias dos planetas, se iguais, serão percorridas em tempos iguais; e a
terceira impõe o vínculo de que o quadrado do período de translação  de um planeta ao
redor do Sol é proporcional ao cubo da distância média  do planeta ao Sol.[14][15] Isto é:
.
Ao analisar os dados empíricos de Brahe, Kepler corrige com sua primeira lei a
idealização feita por Copérnico, isto é, afirma que as órbitas dos planetas não são
círculos perfeitos, concêntricos ao Sol. Dessa forma, rompeu-se com a tradição do
idealismo cosmológico, favorecendo um entendimento científico baseado na
experiência.

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