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ASTRONOMIA
AULA 2
A discussão histórica sobre as leis que regem o movimento dos planetas tem um
passo importante com as medições precisas realizadas por Tycho Brahe e seu discípulo,
Johannes Kepler. Ao rastrear o vaivém dos planetas anos a fio, Kepler pôde entender o
movimento planetário em três leis geométricas e harmônicas, as leis de Kepler. Anos
mais tarde, Newton deu a isso um sentido físico por meio de suas leis do movimento e
por meio da primeira grande unificação da física, a gravitação universal, que ocorre
tanto na Terra quanto nos céus.
Porém, o olhar histórico deve ser mantido, pois as conquistas de Kepler e
Newton são resultado do trabalho de muitos antes deles, em uma tentativa de se
entender o universo, primeiramente de uma forma geocêntrica, para, posteriormente,
entendê-lo como um sistema heliocêntrico. Esses são modelos de universo que, do
ponto de vista da física, são apenas a adoção de um referencial ou outro, mas, para a
imaginação de muitos contemporâneos de Copérnico e Galileu, rasgava uma concepção
da importância terrestre perante o Universo.
Com o passar do tempo, passamos a perceber que o Universo, antes composto
somente pelo Sistema Solar, é composto por inúmeras estrelas e galáxias, com
incontáveis sistemas estelares que se formaram de maneira semelhante ao nosso: a partir
de uma nebulosa girante de gás e poeira, condensando-se em estrelas, como o Sol, e em
planetas, satélites, asteroides e cometas.
Nesse sentido, o objetivo geral desta aula é analisar os movimentos dos planetas,
relacionar esses movimentos com as leis que regem a gravitação universal e descrever
os corpos sob a ação dos movimentos. Já objetivos específicos são:
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TEMA 1 – AS LEIS DE NEWTON E DE KEPLER PARA A GRAVITAÇÃO
UNIVERSAL
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o astrônomo não obteve sucesso a princípio. Muitos anos se passaram para que Kepler
chegasse à conclusão de que a órbita marciana era uma elipse, com o Sol em um dos
focos (Kepler; Saraiva, 2014). Logo, generalizou-se essa conclusão, conhecida como a
primeira lei de Kepler, para a órbita dos outros planetas (Halliday; Resnick; Walker,
2009). As outras duas leis de Kepler são:
Lei das áreas: a reta que une o planeta ao Sol varre áreas iguais em intervalos de
tempo iguais. Consequentemente, a velocidade do planeta é maior quando se
aproxima do Sol (periélio) e menor quando se afasta do Sol (afélio) (Halliday;
Resnick; Walker, 2009).
Lei harmônica: o quadrado do período orbital de um planeta é diretamente
proporcional ao cubo de sua distância média em relação ao Sol.
Consequentemente, planetas mais distantes do Sol possuem períodos orbitais
maiores (Halliday; Resnick; Walker, 2009).
Quando Kepler soube que existiam quatro luas em órbita ao redor de Júpiter,
descobertas por Galileu Galilei, percebeu que elas também seguiam a lei harmônica
(Kepler; Saraiva, 2014), mas com cálculos ligeiramente diferentes, explicados por Isaac
Newton (1643-1727) anos mais tarde em suas três famosas leis do movimento.
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Lei da inércia: quando não está sob ação de forças externas, um corpo que está
inicialmente em repouso permanecerá em repouso; ou, quando está inicialmente
em movimento, continuará seu movimento de forma retilínea e uniforme. Uma
moeda sobre uma folha de papel permanecerá na mesma posição do espaço
mesmo se a folha for retirada rapidamente – a moeda somente cairá dentro do
copo devido à gravidade (Halliday; Resnick; Walker, 2009).
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Figura 4 – Terceira lei de Newton
Lei da ação e reação: se uma força é aplicada em um corpo, ele reage aplicando
uma força de mesma intensidade e direção, mas no sentido oposto. Um homem,
por exemplo, ao puxar a maçã com uma corda, exercerá uma ação. Como reação,
a maçã puxará o homem com uma força de igual intensidade, mas no sentido
oposto (Halliday; Resnick; Walker, 2009).
Newton, em 1665, constatou que, para que um planeta ou satélite descreva uma
órbita, considerada circular, deve haver uma força em direção ao centro da órbita, pois,
sem essa força, o movimento do planeta deve ser retilíneo e uniforme, de acordo com
sua primeira lei. Newton foi o percursor a afirmar que é a força gravitacional essa força
centrípeta que mantém a Lua em órbita e que mantém os planetas em órbita em torno do
Sol. Essa força gravitacional entre dois corpos é diretamente proporcional às massas dos
corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles (Halliday;
Resnick; Walker, 2009).
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TEMA 2 – OS MODELOS DE PTOLOMEU E DE COPÉRNICO
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Ptolomeu foi suficiente para que a ideia perdurasse por mais de 1.300 anos, durante
toda a Idade Média (Kepler; Saraiva, 2014).
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O primeiro modelo amplamente aceito para a origem do Sistema Solar foi o
modelo de uma nebulosa em rotação. Foi lançado por Pierre-Simon de Laplace (1749-
1827), partindo do princípio de que, se todos os planetas giram praticamente no mesmo
plano e no mesmo sentido, inclusive as rotações em torno de seus eixos, antes de o
Sistema Solar existir, uma única nebulosa de gás e poeira girava no mesmo sentido
(Kepler; Saraiva, 2014).
Pela gravidade, as partículas da nebulosa entraram em colapso, formando o Sol e
os planetas. Como em uma massa de pizza, à medida que os gases e as partículas da
nebulosa começaram a girar mais rápido pela conservação do momento angular, a
“massa” adquiriu formato circular e começou a ficar cada vez mais fina (Nussenzveig,
1988).
De acordo com o modelo de Carl Friedrich Freiherr von Weizäcker (1912-
2007), a nebulosa originária do Sistema Solar esfriou-se rapidamente, o que acarretou a
possibilidade da solidificação de planetesimais – agregados de rocha e gelo que
começaram a se aglutinar e a crescer devido à ação da gravidade. Alguns eram tão
grandes que chegaram a ter dez vezes o tamanho da Terra, e sua enorme gravidade
começou a atrair os gases, dando origem aos planetas gasosos. Os que estavam muito
perto do Sol mantiveram apenas sua superfície rochosa (Mercúrio, Vênus, Terra e
Marte) (Urey, 1956).
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Figura 7 – Representação esquemática do Sistema Solar
Pode-se afirmar que existem dois tipos de planetas no Sistema Solar: os planetas
rochosos (telúricos), como a Terra, e os planetas gasosos (jovianos), como Júpiter. São
quatro planetas telúricos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Já os planetas jovianos são
Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Todos os planetas, exceto Urano e Netuno, são
conhecidos desde a Antiguidade, por serem visíveis a olho nu. Urano foi descoberto por
William Herschel (1738-1822) em 1781, e Netuno foi descoberto a partir das previsões
gravitacionais de Urbain Jean Joseph Le Verrier (1811-1877) e de John Couch Adams
(1819-1892) em 1846 (Fara, 2014). Plutão, descoberto em 1930 por Clyde William
Tombaugh (1906- 1997), inicialmente foi considerado o nono planeta do Sistema Solar,
mas, em 2006, foi reclassificado como planeta anão por não se enquadrar em algumas
características pertinentes aos outros oito planetas (Kepler; Saraiva, 2014).
A massa de um planeta é medida analisando-se a sua interação gravitacional com
seus satélites naturais, com satélites artificiais (sondas) ou com outros planetas, por
meio das leis de Newton. O diâmetro de um planeta é medido diretamente pela abertura
angular de seu diâmetro no céu e pela sua distância em relação à Terra. Essa distância
pode ser medida diretamente com um radar. Sua composição química é estimada com
base em densidade média. Densidades próximas a 1 g/cm³ revelam que o planeta é
gasoso ou feito, na maior parte, de gelos (de água ou metano, por exemplo). Já
densidades entre
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2,8 g/cm³ e 3,9 g/cm³ revelam que o corpo é feito basicamente de rochas vulcânicas.
Corpos com densidades entre 5 g/cm³ e 6 g/cm³ são feitos de rochas vulcânicas e
núcleos metálicos, como a Terra. Corpos com densidade em torno de 7,9 g/cm³ são em
geral ferrosos, como asteroides metálicos (Kepler; Saraiva, 2014).
A taxa de rotação dos planetas é medida diretamente, por radar (efeito Doppler),
ou indiretamente, ao se observar a taxa de rotação do campo magnético ao redor do
planeta (para planetas gasosos, cujos radares medem a velocidade dos ventos em vez da
rotação). A temperatura do planeta dependerá de sua distância do Sol: quanto mais
distante, mais frio (Kepler; Saraiva, 2014).
5.1 Asteroides
São pequenos corpos muito numerosos no Sistema Solar que orbitam o Sol, a
maioria entre Marte e Júpiter, em uma região chamada de Cinturão de Asteroides, sendo
o maior deles Ceres, também considerado um planeta anão, com 900 km de diâmetro,
embora sua massa não chegue a 1% da massa da Lua, por exemplo. São compostos
por silicatos (como as rochas terrestres),
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metais ferrosos ou uma mistura de ambos. Outros asteroides grandes na região são
Vesta, Palas e Juno, descobertos no início do século XIX. Conhece-se apenas a estrutura
interna de Vesta e Ceres, que possuem núcleo metálico sólido. Os outros asteroides
possuem estrutura disforme, exceto Ceres, que é esférico. Também foram descobertos
inúmeros outros asteroides após a órbita de Netuno, chamados de objetos do
Cinturão de Kuiper. Existem mais de
100.000 asteroides catalogados, embora apenas 30 deles tenham diâmetros maiores que
200 km (Comins; Kaufmann III, 2010).
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Figura 9 – Chuva de meteoros
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superfície (Comins; Kaufmann III, 2010). Quando a rocha espacial é coletada, pode ser
chamada de meteorito.
Em geral, quanto maior o planeta, mais satélites naturais ele possui. Júpiter, por
exemplo, possui mais de 70 luas. Também possui o maior satélite natural do Sistema
Solar, o Ganímedes, com um raio de 2.575 km. É maior do que Mercúrio, que tem 2.439
km de raio. Uma de suas luas possui raio maior que Plutão, com seus 3.475 km de
diâmetro, contra os 2.350 km de Plutão. Todos os satélites giram no mesmo sentido da
órbita dos planetas, com exceção, entre os maiores, de Tritão, em Netuno (Comins;
Kaufmann III, 2010).
Quando um satélite chega perto demais de seu planeta, as forças de maré causam
a desintegração do satélite, e seus maiores pedaços não passam de 30 m de diâmetro.
Isso também ocorre na colisão entre satélites. Por alguns milhões de anos, esses
fragmentos se organizam em anéis em torno dos planetas, na região equatorial. O
exemplo mais clássico são os anéis de Saturno, embora os outros planetas gasosos
também possuam anéis mais discretos.
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Recentemente, descobriu-se que até mesmo asteroides possuem anéis (Comins;
Kaufmann III, 2010).
5.5 Cometas
Outros pequenos corpos orbitam o Sistema Solar, embora suas órbitas sejam
muito alongadas. Em geral, são pequenos demais para serem vistos até mesmo por
grandes telescópios. No entanto, quando se aproximam do Sol, ganham caudas
brilhantes que podem ser vistas até mesmo a olho nu. São compostos basicamente por
rochas e água. Antigamente, acreditava-se que isso não passava de um evento
atmosférico, mas Edmond Halley (1656-1742) percebeu a periodicidade de um
determinado cometa muito brilhante a cada 76 anos, episódios que ficaram conhecidos
como Cometa Halley. A composição desses corpos indica que se formaram a grandes
distâncias do Sol, além do Cinturão de Kuiper. Essa região de formação dos cometas
ficou conhecida como a Nuvem de Oort, e estima-se que ela tenha até mesmo 1 ano-luz
de raio (Comins; Kaufmann III, 2010).
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NA PRÁTICA
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FINALIZANDO
Kepler descobriu que a órbita dos planetas não era circular, mas elíptica, e que as
velocidades orbitais dos planetas eram maiores quanto mais próximos do Sol.
O astrônomo também estabeleceu uma lei harmônica, que relaciona o período
orbital do planeta com sua distância média em relação ao Sol, explicada anos mais tarde
por Isaac Newton por meio de suas leis do movimento e pelo fato de a gravidade ser
reflexo de uma força de atração entre corpos, não somente na Terra, mas também nos
céus.
O entendimento do Universo começou na Antiguidade, com um sistema
geocêntrico, evoluindo para um sistema heliocêntrico já na Renascença.
Nosso Sistema Solar é composto pelo Sol, pelos planetas, rochosos e gasosos,
seus satélites, por asteroides, cometas e outros corpos menores.
O Sistema Solar formou-se de uma imensa nebulosa que continha gás e poeira
em sua rotação, o que, aos poucos, foi contraindo-se pela ação gravitacional, formando-
se primeiramente o Sol e os planetesimais, e estes se aglutinaram para formar os
planetas.
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REFERÊNCIAS
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