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Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães
MECÂNICA CELESTE
1 Gravitação universal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4
As leis de Kepler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
A lei da gravitação universal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 FRENTE B
Evolução das estrelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
Movimento de satélites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
A atração da Terra está dirigida para o centro . . . . . . . .21
FÍSICA
Mecânica celeste
MÓDULO
Mecânica celeste
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
1 Gravitação universal
Objetivos: Para analisar o movimento de um objeto em uma trajetória curvilínea, é preciso entender as leis
e os conceitos envolvidos nesses movimentos.
c Confrontar os modelos
A lei da gravitação universal estabelecida por Newton permitiu compreender a formação
de Universo.
das marés nos oceanos e os movimentos dos planetas e outros corpos celestes, além dos saté-
c Reconhecer e aplicar lites artificiais.
as leis de Kepler.
NASA
c Utilizar os conceitos
estudados na
gravitação universal
para resolver
problemas.
Imagem da Estação Espacial Internacional, em órbita, mostrando o horizonte terrestre e a escuridão do espaço.
O conhecimento da lei da gravitação universal possibilitou a montagem em órbita da estação espacial.
INTRODUÇÃO
A Astronomia é a mais antiga das ciências. A quantidade e a precisão dos dados astronômi-
cos, obtidos desde épocas remotas, são realmente surpreendentes. Isso se deve, provavelmente, à
influência que os fenômenos celestes exerciam sobre a vida dos povos antigos. A necessidade de
estabelecer as épocas ideais de plantio e de colheita e sua relação com as posições do Sol, da Lua e
das estrelas levaram os astrônomos da Antiguidade a coletar um grande número de dados sobre os
movimentos desses astros.
4 Mecânica celeste
O sistema de Ptolomeu
Quem conseguiu aperfeiçoar as teorias geocêntricas propos-
AS LEIS DE KEPLER
As contribuições de Kepler para o heliocentrismo
Alguns anos após a morte de Copérnico, o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe começou
a desenvolver um importante trabalho, a fim de obter medidas mais precisas das posições dos
corpos celestes.
Em seu obser vatório, muito bem equipado para a época, Tycho Brahe fez, durante cerca de
20 anos, rigorosas obser vações dos movimentos planetários, verificando que o sistema de Co-
pérnico não se adaptava satisfatoriamente a essas obser vações.
Os dados colhidos por Tycho Brahe, cuidadosamente tabelados, constituíram a base do FRENTE B
trabalho que foi desenvolvido, após sua morte, por seu dis cípulo, o astrônomo alemão Johannes
Kepler (1571-1630). Entusiasmado pela simplicidade do sistema de Copérnico, Kepler acreditava
que seria possível fazer alguma correção nesse modelo, ajustando-o aos movimentos realmente
FÍSICA
obser vados dos corpos celestes. Desenvolveu seu trabalho durante cerca de 17 anos analisando
cuidadosamente e com muita habilidade matemática a grande quantidade de dados coletados
por Tycho Brahe, conseguindo reestruturar e aprimorar o modelo de Copérnico ao reafirmar o
modelo heliocêntrico, que teria mais tarde contribuições de Newton.
Mecânica celeste 5
BIOGRAFIA
Primeira lei de Kepler
Os estudos de Kepler o levaram a concluir que, realmente, os planetas se movem em torno
As observações de Johannes do Sol, mas suas órbitas são elípticas e não circulares, como supunha Copérnico. Além disso, Kepler
Kepler (1571-1630) levaram-no
verificou que o Sol está em um dos focos da elipse (fig. 2):
a descobrir a força que mantém
os planetas em suas órbitas e ao
redor do Sol. Planeta
Semieixo
Em 1609, ele publicou uma de menor
suas obras mais importantes: As-
tronomia nova (Uma nova Astro-
nomia), resultado de suas obser- Periélio Afélio
Semieixo maior
vações do planeta Marte e dos Sol
estudos a partir dos trabalhos
de Tycho Brahe, na qual conclui
que os movimentos dos corpos
celestes são elípticos, e não cir-
culares, como se acreditava até Fig. 2 – A órbita de um planeta em torno do Sol é uma
então. elipse. O Sol situa-se em um dos focos da elipse.
Muitas das ideias elaboradas por
Kepler demoraram anos para se-
rem compreendidas. Entre elas, a
observação de que a velocidade
Primeira lei de Kepler
de um astro aumenta em relação Qualquer planeta gira em torno do Sol descrevendo uma órbita elíptica na qual o Sol
direta à proximidade de seu pon- ocupa um dos focos.
to de atração, comportamento
elucidado posteriormente pela
lei da gravitação universal, de
Newton. Observe que a órbita de um planeta não é uma elipse tão alongada como sugere a figura 2.
Na realidade, as órbitas pouco diferem de uma circunferência, o que pode ser percebido na
Kepler realizou um trabalho pio-
neiro, além de ousado, levando-se tabela 1, quando se compara os valores do semieixo maior com o semieixo menor. Kepler con-
em conta o período de intolerân- seguiu descobrir que as órbitas são elipses devido às cuidadosas observações astronômicas rea-
cia religiosa vigente. lizadas por Tycho Brahe.
WERNER OTTO/ALAMY/GLOW IMAGES
Tabela 1
Período de Raio médio da T2 Semieixo Semieixo
Planeta revolução (T) órbita (r) r3 maior menor
(em anos) (em UA)* (ano)2/(UA)3 (em UA)* (em UA)*
Mercúrio 0,241 0,387 1,002 0,39 0,38
Vênus 0,615 0,72 1,000 0,72 0,72
Terra 1 1 1 1 1,00
Marte 1,881 1,52 0,999 1,52 1,51
Júpiter 11,86 5,20 0,997 5,20 5,19
Saturno 29,6 9,58 0,996 9,6 9,5
Urano 83,7 19,14 1,000 19,2 19,1
Netuno 165,4 30,2 0,998 30,2 30,1
Plutão** 248 39,4 1,004 39,6 38,3
(*) 1 UA = 1 unidade astronômica = raio da órbita da Terra (1,495 ? 10 cm).
13
6 Mecânica celeste
Segunda lei de Kepler
Preocupando-se com a velocidade dos planetas, Kepler verificou que eles se movem mais rapi-
damente quando mais próximos do Sol e mais lentamente quando mais afastados dele. Na figura 3,
por exemplo, o planeta desenvolve maior velocidade entre A e B do que entre C e D.
Enquanto o planeta se desloca de A para B, a reta que une o planeta ao Sol “varre” a área A1.
Ao se deslocar de C para D, essa reta “varre” a área A2 (fig. 3). Kepler verificou que, se o tempo que
o planeta gasta para ir de A até B for igual ao tempo necessário para ir de C até D, as áreas A1 e A2
serão iguais. Com base nesse princípio, formulou sua segunda lei.
Planeta
A
D
A1 A
A22
C
B
Fig. 3 – A velocidade de um
planeta é maior quando ele
está mais próximo do Sol.
T2
5K
r3
em que K é uma constante para todos os planetas que orbitam em torno de um mesmo astro.
Dessa relação, tiramos T2 5 Kr3, isto é, T2 ~ r3. Podemos, assim, enunciar a terceira lei de Kepler:
Com o trabalho de Kepler, as leis básicas do movimento dos planetas haviam sido descobertas
e as bases da Mecânica Celeste estavam lançadas. Entretanto, o que Kepler fez foi descrever esse
movimento sem se preocupar com suas causas. Em outras palavras, as leis de Kepler constituem a
Cinemática do movimento planetário.
Mecânica celeste 7
1. Os gregos estabeleceram um modelo no
qual a Terra situava-se no centro do Univer-
so (teoria geocêntrica), e os planetas, o Sol,
a Lua e as estrelas estariam incrustados
em esferas que giravam em torno da Terra.
PARA CONSTRUIR
1 (Udesc) Analise as proposições abaixo sobre as principais ca- 3 a) O que é um sistema heliocêntrico?
racterísticas dos modelos de sistemas astronômicos.
É aquele que tem o Sol como centro (em grego, hélios = Sol).
I. Sistema dos gregos: a Terra, os planetas, o Sol e as estrelas es-
tavam incrustados em esferas que giravam em torno da Lua.
II. Ptolomeu supunha que a Terra encontrava-se no centro
do Universo; e os planetas moviam-se em círculos, cujos b) Qual foi a razão alegada por Copérnico para apresentar
centros giravam em torno da Terra. seu modelo em substituição ao de Ptolomeu?
III. Copérnico defendia a ideia de que o Sol estava em repou- Para Copérnico, o Universo, sendo obra de Deus, não seria tão
so no centro do sistema e que os planetas (inclusive a Ter-
complicado como o proposto por Ptolomeu.
ra) giravam em torno dele em órbitas circulares.
IV. Kepler defendia a ideia de que os planetas giravam em
torno do Sol, descrevendo trajetórias elípticas, e o Sol es-
tava situado em um dos focos dessas elipses.
c) Por que as ideias de Copérnico não foram bem-aceitas na
Assinale a alternativa correta. c
época?
a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
Porque contrariavam a filosofia de Aristóteles (cujas ideias eram
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. completamente aceitas e respeitadas no mundo ocidental) e
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. não estavam de acordo com as convicções religiosas da época.
e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
Terra Terra
120°
Júpiter d
RT
RT 10 (ITA-SP) Considere dois satélites artificiais S e T em torno da
RJ 120°
Sol Júpiter
RJ Sol
Terra. S descreve uma órbita elíptica com semieixo maior a,
e T, uma órbita circular de raio a, com os respectivos vetores
posição rS& e rT& com origem no centro da Terra. É correto afir-
mar que: c
A partir da lei dos cossenos, a distância entre Júpiter e a Terra é a) para o mesmo intervalo de tempo, a área varrida por rS& é
2 2 2
d 5 R 1 R 2 2 ? RJ ? RT ? cos 120° igual à varrida por rT& .
b) para o mesmo intervalo de tempo, a área varrida por rS& é
J T
1
d2 5 R2J 1 R2T 2 2 ? RJ ? RT ? 2
2 maior que a varrida por rT& .
d 5 R2J 1 R2T 1 RJ ? RT c) o período de translação de S é igual ao de T.
d) o período de translação de S é maior que o de T.
7 Seria possível existir um planeta a uma distância r 5 10 UA do e) se S e T têm a mesma massa, então a energia mecânica de
Sol com período T 5 10 anos? Por quê? S é maior que a de T.
TS2 TT2
Não, pois teríamos para esse planeta: Pela 3a lei de Kepler, 5 3 . Logo, os períodos de S e T são iguais.
FRENTE B
a3 a
T 2 (10 anos)2 (ano)2
3
5 3
5 0,10 . Um planeta nessas condições não po-
r (10 UA) (UA)3
deria existir, pois os dados referentes a ele estão em desacordo com
T2
a terceira lei de Kepler. O valor de 3 para esse planeta é diferente
FÍSICA
r
T2
do valor de 3 dos planetas conhecidos.
r
Mecânica celeste 9
Planeta A LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
v m Estudando o movimento dos planetas com base nas leis de Kepler, Newton obser vou que,
F
como eles descrevem órbitas em torno do Sol, devem estar sujeitos a uma força centrípeta, pois,
do contrário, suas trajetórias não seriam cur vas. Ao racio cinar dessa maneira, Newton estava
admitindo que as leis do movimento elaboradas por ele seriam válidas também para os corpos
celestes. Esse ponto de vista era contrário à filosofia de Aristóteles, que acreditava que o movi-
M mento dos corpos celestes era regido por leis especiais, diferentes daquelas verificadas para os
r movimentos na superfície da Terra.
Sol
Na figura 4, representamos um planeta em órbita circular em torno do Sol. A força F &representa
a força centrípeta que deve atuar no planeta para mantê-lo em sua órbita. Newton atribuiu essa força
à existência de uma atração do Sol sobre o planeta. Em resumo, ele concluiu:
A força centrípeta, que mantém um planeta em sua órbita, deve-se à atração do Sol sobre
Fig. 4 – A força de atração do Sol propor-
esse planeta.
ciona a força centrípeta que mantém o
planeta em sua órbita.
mM
F~
r2
Essa expressão pode ser escrita sob a forma de uma igualdade pela introdução de uma cons-
tante de proporcionalidade, que é representada por G:
mM
F 5G
r2
Gravitação universal
Analisando o movimento da Lua em torno da Terra (fig. 5), Newton percebeu que deveria
existir uma força de atração da Terra sobre a Lua, do mesmo modo que o Sol atrai os planetas.
10 Mecânica celeste
Reunindo as ideias de que o Sol atrai os planetas e de que a Terra atrai a Lua e outros objetos,
COMENTÁRIO
Newton concluiu que essa atração devia ser um fenômeno geral (universal) que se manifestava entre
dois objetos materiais quaisquer. Em outras palavras, entre você e esse material deve existir uma força Alguns livros didáticos costu-
de atração, do mesmo modo que entre você e seu colega ou entre o professor e a lousa. Surgia, assim, mam afirmar que Newton des-
a ideia de gravitação universal: dois corpos quaisquer se atraem com uma força F ,& denominada cobriu a atração da Terra com a
força gravitacional. Considerando m1 e m2 as massas de dois corpos, separados por uma distância r, queda de uma maçã. Entretanto,
Newton deixou, ao morrer, uma
haverá entre eles uma força F ,& de atração, dada por:
vasta quantidade de manuscri-
tos e jamais foi encontrada qual-
m1m2 quer descrição sua a respeito da
F 5G
r2 queda da maçã. A gravidade já
era conhecida antes de Newton
Portanto: e foram necessários muitos anos
até que seu trabalho sobre a
gravitação fosse concluído, fatos
que tornam a versão da queda
Lei da gravitação universal da maçã um tanto simplista.
Dois corpos quaisquer se atraem com uma força proporcional ao produto de suas mas-
sas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles.
Trajetória da Lua
caso não houvesse
atração da Terra
Lua
r
Terra
A força de atração gravitacional entre dois objetos comuns, existentes na Terra, é muito pequena
e Newton não foi capaz de verificá-la experimentalmente. Apenas quando grandes massas, como o
Sol e os planetas, interagem, a força de atração gravitacional torna-se apreciável.
Terra Terra
Lua Maré
Lua alta Maré alta
Maré baixaMaré baixa
FÍSICA
As alterações do nível das águas dos oceanos, conhecidas como marés, são influenciadas pela atração gravitacional da Lua e do Sol.
Mecânica celeste 11
Verificação experimental da lei de gravitação universal
BIOGRAFIA
Somente cerca de 100 anos após Newton ter apresentado seus trabalhos, foi possível verifi-
Henry Cavendish (1731-1810) car experimentalmente que a gravitação é, de fato, um fenômeno universal. O físico inglês Henry
foi responsável por demonstrar
Cavendish, usando uma balança de torção (fig. 6), fez a seguinte experiência: equilibrou cuidadosa-
que a água é composta de oxi-
gênio e hidrogênio em propor- mente duas pequenas esferas, ambas de massa m, em uma barra horizontal. Fixando próximo dessas
ções constantes, e também que massas duas esferas maiores, cada uma delas com massa M, Cavendish verificou que a barra girava,
na composição do ar predomi- provocando uma torção no fio responsável por sustentá-la. Esse fato se deve à força de atração fraca
nam nitrogênio e oxigênio. Ele entre m e M (fig. 6), como Newton havia previsto.
estudou o hidrogênio (isolado),
o qual denominou “ar inflamá-
vel”, devido às suas propriedades, Fio M
além de determinar a densidade
de vários gases. Espelho m
Autodidata, Cavendish dedicou Escala
sua vida inteira às pesquisas
científicas. É dos seus estudos,
também, que vem a contribuição Luz Fig. 6 – Experiência da
decisiva para a compreensão dos m M balança de
fenômenos de indução elétrica, torção, realizada por
assim como as primeiras noções Cavendish.
de resistência dos condutores
elétricos. Os resultados obtidos por Cavendish permitiram a determinação do valor da constante de gra-
Por meio do experimento descri- vitação universal G. No Sistema Internacional de Unidades (SI), o valor de G é:
to ao lado, Cavendish determi-
nou a densidade média da Terra
com o valor 5,48 g/cm3, bastante G 5 6,67 ? 10211 N ? m2/kg2
preciso para a época, levando
em conta que as mais atuais de-
terminações científicas fixam a Como o valor de G é muito pequeno, a atração gravitacional entre dois objetos comuns é pratica-
densidade média do planeta em mente desprezível, só podendo ser detectada com experiências muito precisas, como a de Cavendish.
5,5 g/cm3.
Satélites de Plutão P4
Nix
ix
12 Mecânica celeste
A partícula m será atraída pela Terra com uma força F, que é o peso da partícula. Newton desen- m
volveu o cálculo integral e demonstrou que, na atração gravitacional entre dois corpos esféricos, tudo
se passa como se suas massas estivessem concentradas em seus centros. Assim, podemos imaginar a F2
Mas, como F representa o peso da partícula de massa m, temos, pela segunda lei de Newton:
F 5 mg
Igualando essas duas expressões para a mesma força:
Fig. 8 – Newton demonstrou que
Mm podemos calcular a atração da Terra
G 5 mg
R2 sobre uma partícula supondo a massa da
Terra concentrada em seu centro.
g ?R2
M5
G
SCIENCEPICS/SHUTTERSTOCK
Estrela Anã branca
Gigante
vermelha Nebulosa
planetária
Nebulosa
estrelar
Estrela de
neutrôns
Buraco FRENTE B
negro
FÍSICA
Estrela massiva
Supergigante
vermelha Supernova
Mecânica celeste 13
Portal Em toda estrela, como o Sol, ocorrem sempre dois processos importantes que vão determinar
SESI
Educação
seu tamanho. Um deles é a atração gravitacional entre as próprias partículas constituintes da estrela,
www.sesieducacao.com.br
que tende a juntá-las em seu centro, o que leva à redução das suas dimensões. O outro processo con-
Acesse o portal e veja o info- siste nas reações nucleares de fusão, que ocorrem entre os núcleos dos átomos ali presentes. A energia
gráfico O que tem dentro do Sol? gerada por essas reações é tão grande que tende a provocar uma expansão da estrela. A figura 10 é
um modelo desses dois processos: as setas que apontam para o centro da estrela ilustram o processo
gravitacional e as que apontam para fora representam a expansão provocada pelas reações nucleares.
O tamanho da estrela se estabiliza quando esses dois processos se equilibram.
Para o caso do Sol, cálculos complexos
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
14 Mecânica celeste
JEFF HESTER/PAUL SCOWEN/NASA
PARA CONSTRUIR
11 A força de atração do Sol sobre a Terra vale, aproximadamen- c) a distância entre a Terra e o Sol fosse duas vezes maior.
te, 4 ? 1022 N. Qual seria o valor dessa força supondo que: Como F é inversamente proporcional ao quadrado de r
1
a) a massa da Terra fosse três vezes maior; ou seja, F ~ 2 , se r for duplicado, F tornar-se-á quatro vezes
r
Como essa força é proporcional à massa do planeta (F ~ m), se 4 ? 1022 N
triplicarmos m, o valor de F ficará também três vezes maior, isto é: menor. Então: F 5 [ F 5 1 ? 1022 N
4
F 5 3 ? (4 ? 1022 N) [ F 5 12 ? 1022 N
Mecânica celeste 15
13 (Uerj) Na tirinha abaixo, o diálogo entre a maçã, a bola e a Lua, Supondo a possibilidade de haver alteração no raio e/ou na
que estão sob a ação da Terra, faz alusão a uma lei da Física. massa da Terra, assinale a opção que traz uma hipótese que
Aponte a constante física introduzida por essa lei. Indique a justificaria a diminuição do peso desse objeto, que se man-
razão entre os valores dessa constante física para a interação tém próximo à superfície do planeta: c
gravitacional Lua-Terra e para a interação maçã-Terra. a) diminuição do raio da Terra e manutenção de sua massa.
b) aumento da massa da Terra e manutenção de seu raio.
UERU/DAOU, LUISA; CARUSO, FRANCISCO
16 Mecânica celeste
MOVIMENTO DE SATÉLITES
Embora só recentemente tenha sido possível colocar um satélite artificial em órbita em torno
da Terra, já no século XVII Newton tinha uma ideia clara de como isso poderia ser feito. Entretanto,
ele não dispunha do aparato tecnológico necessário para tal missão.
Os princípios básicos relacionados a esse problema são bastante simples e serão discutidos em
nosso curso.
EOS/GSFC/NASA
OCO-2
GPM
Landsat 8
(USGS)
Suomi NPP
Aquarius
OSTM/Jason 2
Aura
CALIPSO
SORCE CloudSat
Aqua
GRACE (2)
EO-1
Terra
QuikSCAT
TRMM
Landsat 7
(USGS)
O Sistema de Observação da Terra (Earth Observing System – EOS) é um programa da Nasa formado por vários satélites artificiais que tem como missão estudar
a biosfera, a atmosfera e os oceanos do planeta. Entre a Terra e os satélites artificiais existe uma força de atração (gravitação universal).
M
FÍSICA
Mecânica celeste 17
Atingindo-se a altura desejada, o satélite, ainda por meio de foguetes, é lançado horizon-
talmente com uma velocidade v & (fig. 11). Como já sabemos, a Terra exerce sobre o satélite uma
força F ,& de atração, que alterará a direção da velocidade v &, fazendo com que ele descreva uma
trajetória cur vilínea. Muitas pessoas pensam, erroneamente, que naquela altura a força de atração
da Terra sobre o satélite é nula ou desprezível. Se isso fosse verdade, o satélite, após ser lançado
com a velocidade v &, continuaria a se mover em linha reta com essa velocidade, e não entraria em
órbita em torno da Terra.
Para que a trajetória do satélite seja uma órbita circular em torno do centro da Terra, a veloci-
dade horizontal v & deverá ter um valor determinado. Isso porque a força F & de atração da Terra deve
proporcionar a força centrípeta necessária para esse movimento ocorrer.
Uma vez colocado em órbita, e não existindo nenhuma perturbação, o satélite continuará
girando, indefinidamente, em torno da Terra.
Cálculo da velocidade do satélite
Vamos calcular agora a velocidade que deve ser comunicada a um satélite para que ele entre
em órbita circular em torno do centro da Terra. O raio r de sua órbita, como mostra a figura 11, é
dado por:
r5R1h
em que R é o raio da Terra e h, a altura do satélite.
O módulo da força F & de atração da Terra sobre o satélite é dado por:
Mm
F 5G 2
r
em que m é a massa do satélite e M, a massa da Terra (lembre-se de que podemos supor que a massa
M está concentrada no centro da Terra). Como essa força proporciona a força centrípeta que man-
2
tém o satélite em órbita, podemos concluir que seu valor é igual a mv , que é a expressão geral de
r
uma força centrípeta. Portanto:
v2 Mm
m 5G 2
r r
GM
v5
r
Logo, se soubermos a altura de um satélite em órbita, poderemos calcular sua velocidade, uma
vez que os valores de G e M são conhecidos (G 5 6,67 ? 10211 N ? m2/kg2 e M 5 5,97 ? 1024 kg). Ob-
serve que a velocidade não depende da massa do satélite e que, quanto maior for sua altura, menor
será sua velocidade.
HTTP://WWW.FYSIK.SU.SE
D
E
A
F
B
G
Este desenho se encontra no Principia (1689), a famosa
obra de Newton. Por meio dele, Newton explica como seria
possível colocar um satélite em órbita em torno da Terra.
Entretanto, a ideia de Newton só se concretizou cerca de
250 anos mais tarde, quando foi alcançado o desenvolvimento
tecnológico necessário.
18 Mecânica celeste
Período do satélite
O tempo que o satélite gasta para dar uma volta em torno do centro da Terra é o seu período.
2 pr
T5
v
Como já sabemos calcular v, essa expressão nos permitirá determinar o período do satélite.
O satélite estacionário
Suponha que um satélite seja colocado em órbita a uma altura de, aproximadamente, 36 mil
kilometros sobre um ponto do equador (fig. 13).
O raio de sua órbita será r 5 R 1 h e, como o raio da Terra é aproximadamente 6 mil km, teremos,
GM
para o raio da órbita, cerca de 42 mil km. Substituindo esse valor de r na expressão v 5 , obtemos,
r
para o satélite, v 5 10 800 km/h. Conhecendo essa velocidade, podemos calcular o período do satélite
2pr
pela relação T 5 . Efetuando os cálculos, obtemos:
v
T 5 24 h
Observe que esse período é igual ao período de rotação da Terra, o que torna esse satélite
muito importante. Como ele está situado no plano do equador terrestre (fig. 13) e gira com a Terra,
gastando ambos o mesmo tempo para dar uma volta, o satélite parecerá estar parado para um obser-
vador na Terra. É isso que ocorre com os satélites geoestacionários Star One autorizados para operar
no Brasil. Os satélites geoestacionários são utilizados para comunicação, como TV aberta, TV por
Fig. 12 – Estas antenas parabólicas da
assinatura, internet em banda larga e telefonia, além de outros serviços, como fornecer informações Embratel, na Estação de Tanguá em
sobre previsão do tempo, vigilância de fronteira e fiscalização ambiental. Itaboraí, no Rio de Janeiro, são usadas para
Quando você assiste a um programa via satélite, o sinal de TV, antes de chegar ao seu aparelho, a transmissão e recepção de sinais dos
foi enviado até o satélite, a cerca de 36 000 km de altura, e retornou à Terra. satélites estacionários.
Terra
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA
36 000 km
Equador
Fig. 13 – O satélite estacionário parece estar parado para um FRENTE B
observador na Terra, porque ele gira sobre um ponto do
equador com um período igual ao de rotação da Terra.
FÍSICA
Esse sinal é recebido por antenas parabólicas, como as da figura 12, e distribuído para as diver-
sas regiões do país. Como os sinais de TV se propagam com velocidades muito próximas à da luz
(300 000 km/s), o tempo que eles gastam para ir até o satélite e voltar à Terra é muito pequeno. Por
isso, é possível assistir a um lance de uma partida de futebol realizada na Europa, por exemplo, pra-
ticamente no mesmo instante em que ele ocorreu no gramado.
Mecânica celeste 19
Em uma transmissão via satélite, o sinal emitido por uma antena na Terra é dirigido para o satélite, que o transmite de volta para
outro ponto da Terra, onde será captado por outra antena. O tempo gasto pelo sinal nesse percurso de ida e volta é cerca de 0,25 s.
Satélite
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA
Estação Estação
terrestre terrestre
América Europa
do Norte
Mas qual o valor da velocidade horizontal que deve ser comunicado a um objeto para que ele
entre em órbita rasante à superfície da Terra?
Órbita rasante significa que a altura do satélite é nula (h 5 0) e que o raio de sua órbita é o raio
da Terra (r 5 R), como sugere a figura 14. Nesse caso, o valor de v será muito grande, pois sabemos
que v é tanto maior quanto menor for h.
GM
Substituindo em v 5 os valores conhecidos de G, M e R, encontramos:
R
v . 8,0 ? 103 m/s
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
20 Mecânica celeste
A ATRAÇÃO DA TERRA ESTÁ DIRIGIDA PARA
O CENTRO
Qualquer corpo situado na superfície da Terra é atraído gravitacionalmente por ela (peso do
corpo). Newton demonstrou que essa força de atração está dirigida para o centro C da Terra, como
se a massa da Terra estivesse toda ela concentrada em C.
Portanto, qualquer que seja o local da Terra onde uma pessoa ou um objeto qualquer esteja,
seu peso P estará dirigido para o centro C (fig. 15). Em cada local, a direção do peso define o que se
denomina vertical do lugar.
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA
Para
cima
P1
Para
baixo
Vertical
Fio de prumo
Vertical
P2
Vertical
C P
P
Para Para Para Para
cima baixo baixo cima
P4
P
GLOSSÁRIO
Vertical
Fio de prumo:
o prumo é instrumento formado por
uma peça metálica presa à extremi-
Para dade de um fio que serve para deter-
baixo P3
minar a direção vertical
FERNANDO FAVORETTO/CRIAR IMAGEM
Para
cima
Fig. 15 – A força gravitacional da Terra sobre um corpo situado em um ponto qualquer de sua
superfície é dirigida para o centro de nosso planeta.
Por esse motivo, quando se deseja obter a vertical de dado lugar, usa-se o fio de prumo.
FRENTE B
Quando uma pessoa está na superfície da Terra (fig. 15), o sentido para baixo é sempre o da
força peso, e o sentido para cima é o sentido contrário. Considere, então, duas pessoas, P1 e P3, situa-
das em posições diametralmente opostas. Essas pessoas são denominadas antípodas (do grego anti
+ podos, “de pés opostos”). Observe que o peso delas tem sentido contrário e as noções de para
FÍSICA
Mecânica celeste 21
PARA CONSTRUIR
16 As afirmativas seguintes costumam ser feitas por pessoas que 19 (UFRGS-RS – Adaptada) Um satélite geoestacionário está em
não conhecem muito bem as leis da Física. Apresente argu- órbita circular com raio de aproximadamente 42 000 km em
mentos que mostrem que essas afirmativas não são corretas. relação ao centro da Terra (Considere o período de rotação
da Terra em torno de seu próprio eixo igual a 24 h.). Sobre
a) “A força de atração da Terra sobre um satélite artificial é nula,
esta situação, são feitas as seguintes afirmações.
porque eles estão muito afastados de seu centro.”
I. O período de revolução do satélite é de 24 h.
A força de atração da Terra sobre o satélite não é desprezível,
II. O módulo da velocidade do satélite é constante e vale
pois é graças a essa força que ele se mantém em órbita
3 500p km/h.
em torno da Terra. Se a força de atração fosse nula, ao ser Qual(is) está(ão) correta(s)? d
lançado, o satélite se deslocaria em linha reta, afastando-se a) Apenas I.
indefinidamente da Terra. b) Apenas II.
c) Nenhuma.
d) I e II.
I – Afirmativa correta, pois para ser um satélite geoestacionário deve
ter período igual ao período de rotação da Terra, isto é, 24 horas.
b) “Um foguete não será mais atraído pela Terra quando ele II – Afirmativa correta, pois a velocidade do satélite pode ser calcu-
chegar a regiões fora da atmosfera terrestre.” lada por v 5
∆S
, em que ΔS é o espaço percorrido em uma volta
∆t
A força de atração da Terra sobre um corpo manifesta-se
(2pr), logo, teremos:
quer esse corpo esteja dentro, quer fora da atmosfera terrestre.
2pr 2p ⋅ 42000
v5 5 5 3 500 p km /h
T 24
sua órbita, e ele acabaria caindo na superfície da Terra (ou o calor 20 (Fuvest-SP) Há um ponto no segmento de reta unindo o Sol à
Terra, denominado “Ponto de Lagrange L1”. Um satélite artifi-
gerado pelo atrito destruiria o satélite).
cial colocado nesse ponto, em órbita ao redor do Sol, perma-
necerá sempre na mesma posição relativa entre o Sol e a Terra.
Sol Terra
18 Suponha que Júpiter possuísse um satélite cuja órbita tives-
L1
se um raio igual ao da órbita da Lua em torno da Terra. O
período do movimento da Lua em torno da Terra, como você
d
já deve saber, é cerca de 27 dias. O período desse suposto
satélite de Júpiter seria maior, menor ou igual a 27 dias? Jus- R
tifique.
Menor.
Nessa situação, ilustrada na figura acima, a velocidade an-
A velocidade de um satélite em torno de um planeta é dada por gular orbital vA do satélite em torno do Sol será igual à da
GM
v5 . Como r é o mesmo para os dois satélites e M para Júpiter é Terra, vT.
r
maior do que para aTerra, concluímos que o satélite de Júpiter possuiria Dados:
uma velocidade maior do que a da Lua. Como, em uma volta, ambos 1 ano . 3,14 ? 107 s.
O módulo da força gravitacional F entre dois corpos de
percorrem a mesma distância (2pr), é claro que o satélite de Júpiter,
massas M1 e M2, sendo r a distância entre eles, é dado por
possuindo maior velocidade, teria um período menor do que 27 dias.
GM M
F 5 21 2
r
Considere as órbitas circulares.
22 Mecânica celeste
Para essa condição, determine: c) a expressão do módulo Fr da força gravitacional resultan-
a) vT em função da constante gravitacional G, da massa MS te que age sobre o satélite, em função de G, MS, MT, m, R
do Sol e da distância R entre a Terra e o Sol; e d, sendo MT e m, respectivamente, as massas da Terra e
A resultante centrípeta será igual à força gravitacional: do satélite e d a distância entre a Terra e o satélite.
Sol A força resultante é a soma vetorial das forças gravitacionais:
Terra
F=ST
Sol
Terra
FS= A FT=
R
Fst 5 P ⇒ MT ? ac 5 MT ? g ⇒ ac 5 g;
R2d
d
M M
v ? R 5 G 2S ⇒ v T 5 G 3S
2
T
R R R
b) o valor de vA em rad/s;
A velocidade angular orbital vA é igual a vT.
GMSm GMTm MS M
2p 2p Fr 5 FS 2 FT ⇒ Fr 5 2 Fr 5 Gm 2 2T
v A 5 v T ⇒ vA 5 ⇒ vA 5 5 2 ? 1027 rad / s (R 2 d)2 d2 (R 2 d)
2
d
T 3,14 ? 107
GMSm GMTm MS M
2 Fr 5 Gm 2 2T
(R 2 d)2 d2 (R 2 d)2
d
M M
g 5G
r2
FÍSICA
Mecânica celeste 23
GM
Analisando a equação g 5 :
r2
Observe que o valor da massa m do corpo não aparece na equação, isto é, o valor de g não depen-
de de m. Esse resultado, que decorre da lei de gravitação universal, já havia sido observado expe-
rimentalmente por Galileu, alguns anos antes de Newton, ao constatar que todos os corpos, em
queda livre, caem com a mesma aceleração.
GM 1
Pela expressão g 5 2 , vemos que g ~ 2 , isto é, quanto mais nos afastamos do centro da Terra,
r r
menor será o valor de g. Assim, o valor de g no alto de uma montanha é menor do que em sua
base. Nesse caso, a diferença entre os dois valores de g é muito pequena, mas, se nos deslocarmos
bastante acima da superfície da Terra, notaremos uma diminuição apreciável em g (veja a tabela 2).
Vamos analisar, agora, o valor de g sobre a superfície da Terra. Nesse caso, sendo R o raio da Terra,
teremos r 5 R e, consequentemente:
M
g 5G
R2
Como a Terra não é perfeitamente esférica e o valor de R no equador é maior do que o valor
de R nos polos, podemos concluir que a aceleração da gravidade, no equador, é menor do que nos
polos, isto é:
24 Mecânica celeste
Aceleração da gravidade na superfície de outros corpos celestes
GM
A expressão g 5 , usada para calcular a aceleração da gravidade na superfície terrestre,
R2
pode ser empregada para se determinar o valor de g na superfície de qualquer outro corpo celeste.
Nesse caso, evidentemente, M representa a massa desse corpo celeste e R, seu raio. Observe que
a aceleração da gravidade na superfície de um planeta é proporcional à sua massa e inversamente
proporcional ao quadrado de seu raio.
Imagine um planeta que tivesse uma massa oito vezes maior do que a massa da Terra e cujo raio
fosse duas vezes maior do que o raio terrestre. Qual seria o valor de g nesse planeta?
Como g ~ M, concluímos que, se apenas M variasse, g seria oito vezes maior do que na Terra.
1
Em g ~ 2 , notamos que o raio tornará quatro vezes menor o valor de g.
R
Como g é multiplicada por 8 por influência de M e dividida por 4 por influência de R, g será
multiplicada por 2. A aceleração da gravidade no planeta seria:
g 5 2 ? 9,8 m/s2 ou g 5 19,6 m/s2
GMm v2
P5 2 m
R2 R
Temos, assim, a expressão que nos fornece o peso aparente P do corpo no equador. Vemos que esse
FRENTE B
mv 2
peso aparente é menor do que o peso real P0, sendo a diferença entre eles dada pela expressão .
R
Essa diferença entre o peso real e o peso aparente tem como consequência uma variação no
FÍSICA
Mecânica celeste 25
GM v 2
ge 5 2
R2 R
GM
Como vimos, nos fornece o valor da aceleração da gravidade g se a Terra não estivesse
R2
GM
em rotação, isto é, 2 5 g. Portanto:
R
v2
ge 5 g 2
R
PARA CONSTRUIR
A
22 Os astronautas que desceram na superfície da Lua verificaram
E
experimentalmente que a aceleração da gravidade em nosso
GM
satélite vale cerca de 1,6 m/s2. Usando a expressão g 5 2 , B
Terra D
R
calcule o valor de g na Lua e verifique se sua resposta coinci-
de com o resultado encontrado pelos astronautas.
C
Dados:
G 5 6,7 ? 10211 N ? m2/kg2;
massa da Lua: M 5 7,4 ? 1022 kg; Qual gráfico melhor representa as intensidades das forças
raio da Lua: R 5 1,7 ? 106 m. que a Terra exerce sobre cada satélite em função do tempo? b
26 Mecânica celeste
a) A b) E
Planetas g/gT Massa Raio
Força
Força
Mercúrio 0,38 0,055 MT 0,38 RT
Vênus 0,90 0,81 MT 0,95 RT
B D
Marte 0,39 0,11 MT 0,53 RT
Júpiter 2,52 316,5 MT 11,2 RT
C C
Saturno 1,07 94,8 MT 9,4 RT
D B Urano 0,90 14,4 MT 4,0 RT
E A Netuno 17,1 MT 3,9 RT
1,12
Tempo Tempo
a) Marte, Urano e Saturno. Mercúrio, Vênus, Marte e
c) A b) Vênus, Urano e Netuno. Urano são os possíveis pla-
B netas para onde Garfield
c) Marte, Vênus e Saturno. poderia ir, pois apresentam
C d) Mercúrio, Vênus e Marte.
Força
g , gT .
D e) Mercúrio, Vênus e Júpiter.
E
Tempo
d) A B
25 (Uerj) A intensidade F da força de atração gravitacional entre
A força de atração entre duas massas
C é dependente das massas dos corpos
o Sol e um planeta é expressa pela seguinte relação:
e da distância entre eles. Como os sa- mM
Força
FRENTE B
Garfield, com a finalidade de diminuir seu peso, poderia ir
para quais planetas?
Considere a tabela a seguir e gTerra 5 9,8 m/s2, MT 5 massa da
FÍSICA
Mecânica celeste 27
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
28 Mecânica celeste
o que chamamos “conhecimento”, muitas vezes também cha- c) 16 anos2/(UA)3
mado “saber”. E indivíduos e a espécie como um todo se des- 1
d) ano2/(UA)3
tacam entre seus pares e atingem seu potencial de criatividade 8
porque conhecem. e) 1 ano2/(UA)3
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática.
2. ed. Campinas: Papirus, 1997. p. 18.
6 (IFSP) Muitos ainda acreditam que como a órbita da Terra em
Sempre que se ouve alguma referência a embates – torno do Sol é uma elipse e o Sol não está no centro dessa
reais ou imaginários – entre ciência e religião, o nome elipse, as estações do ano ocorrem porque a Terra ora fica
Galileu (1564-1642) é invariavelmente invocado. No en- mais próxima do Sol, ora mais afastada. Se isso fosse verdade,
tanto, J. A. Connor apresenta em seu texto “A bruxa de como se explica o fato de o Natal ocorrer numa época fria
Kepler” um pensador que, segundo o autor, teria sido real- (até nevar) nos países do hemisfério norte e no Brasil ocorrer
mente fiel a seus princípios intelectuais, morais e religio- numa época de muito calor? Será que metade da Terra está
sos, muito mais que Galileu: Johannes Kepler (1571- mais próxima do Sol e a outra metade está mais afastada?
-1630). Vivendo em uma parte da Europa dilacerada pelas Isso não faz sentido. A existência das estações do ano é mais
guerras de religião, sofrendo perseguições por causa da bem explicada:
sua fé luterana, Kepler ainda assim revolucionou a com-
preensão que temos do mundo. a) pelo fato de o eixo imaginário de rotação da Terra ser per-
HADDAD, T. A sombra de Galileu. Scientific American, pendicular ao plano de sua órbita ao redor do Sol.
ano 4, n. 46, mar. 2006. Adaptado. b) pelo fato de em certas épocas do ano a velocidade de
translação da Terra ao redor do Sol ser maior do que em
CATEDRAL DE ESTRASBURGO, FRANÇA / ARQUIVO DA EDITORA
outras épocas.
c) pela inclinação do eixo imaginário de rotação da Terra em
relação ao plano de sua órbita ao redor do Sol.
d) pela velocidade de rotação da Terra em relação ao seu
eixo imaginário não ser constante.
e) pela presença da Lua em órbita ao redor da Terra, exer-
cendo influência no período de translação da Terra ao
redor do Sol.
Mecânica celeste 29
9 (UFPA – Adaptada) O mapa abaixo mostra uma distribuição 155° 150° 145° 140° 135° 130°
Marte
110
30 Mecânica celeste
14 (UFMT) No Sistema Solar, Netuno é o planeta mais distante c) A maré cheia é vista por um observador quando a Lua pas-
do Sol e, apesar de ter um raio 4 vezes maior e uma massa 18 sa por cima dele, ou quando a Lua passa por baixo dele.
vezes maior do que a Terra, não é visível a olho nu. Conside- d) As massas de água que estão mais próximas da Lua ou do
rando a Terra e Netuno esféricos e sabendo que a aceleração Sol sofrem atração maior do que as massas de água que
da gravidade na superfície da Terra vale 10 m/s2, pode-se afir- estão mais afastadas, devido à rotação da Terra.
e) As marés alta e baixa sucedem-se em intervalos de apro-
mar que a intensidade da aceleração da gravidade criada por
ximadamente 6 horas.
Netuno em sua superfície é, em m/s2, aproximadamente,
a) 9. b) 11. c) 22. d) 36. e) 45. 17 (Vunesp) Desde maio de 2008 o Ibama recebe imagens do
ALOS (satélite de observação avançada da Terra) para moni-
15 (UEM-PR) Considerando que um planeta A possui 2 vezes a torar o desmatamento na floresta Amazônica. O ALOS é um
massa e 4 vezes o diâmetro da Terra, some o valor das alter- satélite japonês que descreve uma órbita circular a aproxima-
nativas que forem corretas. damente 700 km de altitude. São dados o raio e a massa da
(01) A aceleração gravitacional na superfície do planeta A Terra, RT 5 6 400 km e M 5 6,0 ? 1024 kg respectivamente, e a
1 constante gravitacional, G 5 6,7 ? 10211 N ? m2/kg2. Determine
é g, em que g é a aceleração gravitacional na super- o módulo da aceleração da gravidade terrestre, em m/s2, na
8
fície da Terra. altitude em que esse satélite se encontra.
(02) A densidade do planeta A é menor que a da Terra. 18 (UFT-TO) Equipe de cientistas descobre o primeiro exopla-
(04) Se a velocidade angular de rotação do planeta A for neta habitável.
igual a da Terra, um dia no planeta A tem 96 horas.
O primeiro exoplaneta habitável foi encontrado de-
08) Se dois pêndulos simples idênticos forem colocados a pois de observações que duraram 11 anos, utilizando uma
2 metros da superfície, tanto do planeta A quanto da Ter- mistura de técnicas avançadas e telescópios convencio-
ra, os períodos de oscilação terão o mesmo valor. nais. A equipe descobriu mais dois exoplanetas orbitando
(16) Desprezando o atrito com os gases atmosféricos, se um ob- em volta da estrela Gliese 581.
jeto for solto da mesma altura com relação ao solo, na Terra O mais interessante dos dois exoplanetas descobertos
e no planeta A, os tempos de queda serão os mesmos. é o Gliese 581g, com uma massa três vezes superior à da
Terra e um período orbital (tempo que o planeta leva para
16 (Udesc) A maré é o fenômeno natural de subida e descida do dar uma volta completa em torno de sua estrela) inferior a
nível das águas, percebido principalmente nos oceanos, cau- 37 dias. O raio da órbita do Gliese 581g é igual à 20% do
sado pela atração gravitacional do Sol e da Lua. A ilustração raio da órbita da Terra, enquanto sua velocidade orbital é
a seguir esquematiza a variação do nível das águas ao longo 50% maior que a velocidade orbital da Terra. O Gliese 581g
de uma rotação completa da Terra. está “preso” à estrela, o que significa que um lado do plane-
Lua
ta recebe luz constantemente, enquanto o outro é de perpé-
tua escuridão. A zona mais habitável na superfície do exo-
planeta seria a linha entre a sombra e a luz, com
temperaturas caindo em direção à sombra e subindo em
Terra direção à luz. A temperatura média varia entre 231 ºC e
212 ºC, mas as temperaturas reais podem ser muito maio-
res na região de frente para a estrela (até 70 ºC) e muito
Lua Terra Terra Lua menores na região contrária (até 240 ºC). A gravidade no
Gleise 581g é semelhante à da Terra, o que significa que um
ser humano conseguiria andar sem dificuldades.
Terra Os cientistas acreditam que o número de exoplanetas
potencialmente habitáveis na Via Láctea pode chegar a
20%, dada a facilidade com que Gliese 581g foi descoberto.
Se fossem raros, dizem os astrônomos, eles não teriam en-
Lua
contrado um tão rápido e tão próximo. No entanto, ainda
vai demorar muito até que o homem consiga sair da Terra FRENTE B
Considere as seguintes proposições sobre maré, e assinale a e comece a colonizar outros planetas fora do Sistema Solar.
alternativa INCORRETA. Veja, edição 2185, ano 43, n. 40, 8 out. 2010. Adaptado.
a) As marés de maior amplitude ocorrem próximo das situa- Considerando as órbitas do Gliese 581g e da Terra circulares
FÍSICA
ções de Lua nova ou Lua cheia, quando as forças atrativas, com movimento uniforme, leia os itens abaixo:
devido ao Sol e à Lua, se reforçam mutuamente. I. Para que a aceleração gravitacional na superfície do Gliese
b) A influência da Lua é maior do que a do Sol, pois, embora 581g tenha valor igual à aceleração gravitacional na su-
a sua massa seja muito menor do que a do Sol, esse fato perfície da Terra, o raio do Gliese 581g deve ser menor do
é compensado pela menor distância à Terra. que o raio da Terra.
Mecânica celeste 31
II. A massa da estrela em torno da qual o Gliese 581g orbita Sol, e não de uma estrela mais distante. Assim, um outro ci-
é inferior à metade da massa do Sol. clo foi observado e batizado de “ano solar” ou “ano trópico”.
III. O Gliese 581g gira em torno de seu próprio eixo com a O ano trópico dura 365,24219 dias solares, ou 365 dias, 5
mesma velocidade angular com que orbita a sua estrela. horas, 48 minutos e 45,2 segundos (cerca de 20 minutos
IV. A velocidade angular com que o Gliese 581g orbita sua mais curto que o ano sideral). Esta é a duração do ano que
estrela é menor do que a velocidade angular com que a usamos na construção do nosso calendário.
Terra orbita o Sol. [...] Não é mistério que o eixo da Terra (ao redor do
Marque a opção correta: qual nosso planeta realiza sua rotação) é inclinado em re-
a) I e III são verdadeiras. d) III e IV são verdadeiras. lação ao plano de sua órbita em volta do Sol. Esta inclina-
b) I e II são verdadeiras. e) II e IV são verdadeiras. ção de cerca de 23°27' em relação à direção perpendicular
c) II e III são verdadeiras. ao plano, junto ao movimento de revolução, é responsável
19 (ESPCEX-SP) Consideramos que o planeta Marte possui um pelo vai e vem das estações. Ao longo de uma órbita com-
décimo da massa da Terra e um raio igual à metade do raio pleta da Terra, seus hemisférios norte e sul recebem quan-
do nosso planeta. Se o módulo da força gravitacional sobre tidades diferentes de luz solar, dependendo da época do
um astronauta na superfície da Terra é igual a 700 N, na su- ano. Este ciclo é de fácil percepção (talvez não em latitu-
perfície de Marte seria igual a: des baixas, como no caso da maior parte das cidades bra-
sileiras) e seu domínio pelo homem foi um passo decisivo
a) 700 N. c) 140 N. e) 17,5 N.
no surgimento da civilização como a conhecemos.
b) 280 N. d) 70 N. CHERMAN, A.; VIEIRA, F. O tempo que o tempo tem.
20 (Ufam) Um satélite na superfície da Terra tem massa m e Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
aceleração da gravidade g. Quando o satélite for colocado De acordo com o texto, é correto afirmar que:
em órbita, a uma altitude igual ao raio da Terra, sua massa e a) o uso do nome translação está errado do ponto de vista da
aceleração da gravidade serão, respectivamente: Física, e não deve ser usado no estudo dos movimentos.
g g m g b) o uso do termo revolução se justifica unicamente como
a) m e . c) m e . e) e .
2 4 2 2 sendo uma homenagem a Nicolau Copérnico.
g m g c) o ano usado no calendário atual é uma média entre o ano
b) 2m e . d) e .
4 4 4 sideral e o ano solar.
d) as estações do ano não são resultados da variação da dis-
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR tância Terra-Sol, e sim da inclinação do eixo de rotação da
Terra em relação ao plano da órbita.
1 (IFSC) e) os solstícios marcam a entrada de estação: no hemisfério
norte, o verão; e no sul, a primavera.
Revolução
É quase certo que o leitor tenha aprendido, na escola 2 (UFRGS-RS) O ano de 2009 foi proclamado pela Unesco o Ano
e nos livros que tratam do assunto, o nome do movimen- Internacional da Astronomia para comemorar os 400 anos
to da Terra como “translação”. Aqui o chamaremos de das primeiras observações astronômicas realizadas por Ga-
“revolução”. Por que não usar o nome consagrado? Em lileu Galilei através de telescópios e, também, para celebrar
primeiro lugar, porque, de um ponto de vista físico, está a Astronomia e suas contribuições para o conhecimento
errado. Translação, na Dinâmica e na Cinemática (as áreas humano. O ano de 2009 também celebrou os 400 anos da
da Física que estudam a movimentação dos corpos), é um formulação da lei das órbitas e da lei das áreas por Johannes
movimento paralelo a um determinado eixo. Kepler. A terceira lei, conhecida como lei dos períodos, foi
A órbita da Terra, por ser uma curva fechada, obvia- por ele formulada posteriormente. Sobre as três leis de Ke-
mente não é paralela à reta alguma! [...] É o nome mais pler são feitas as seguintes afirmações:
adequado também do ponto de vista histórico, já que o
I. A órbita de cada planeta é uma elipse com o Sol em um
próprio Nicolau Copérnico, quando, em 1543, publicou
dos focos.
sua obra defendendo o heliocentrismo, batizou-a de “So-
II. O seguimento de reta que une cada planeta ao Sol varre
bre a revolução das orbes celestes”.
áreas iguais em tempos iguais.
O tempo que a Terra leva para dar uma volta completa
em torno do Sol é chamado de “ano sideral”, e é igual a III. O quadrado do período orbital de cada planeta é direta-
365,2556363 dias solares (ou, ainda, 365 dias, 6 horas, 9 mi- mente proporcional ao cubo da distância média do pla-
nutos e 9,8 segundos). Sideral vem de sidus, que em latim neta ao Sol.
significa “astro”. Na Astronomia, usamos este adjetivo quan- Qual(is) está(ão) correta(s)?
do queremos fazer referência às estrelas distantes. [...] É na- a) Apenas I. d) Apenas I e II.
tural entendermos que os primeiros astrônomos tinham mais b) Apenas II. e) I, II e III.
facilidade para medir o tempo por meio da observação do c) Apenas III.
32 Mecânica celeste
3 (ITA-SP) Na ficção científica A estrela, de H. G. Wells, um gran- Determine as diferenças (f1z 2 f0z) e (f2z 2 f0z) sabendo que
de asteróide passa próximo à Terra que, em consequência, 1
deverá usar a aproximação 5 1 2 ax, quando x ,, 1.
fica com sua nova órbita mais próxima do Sol e tem seu ciclo (11 x)a
lunar alterado para 80 dias. Pode-se concluir que, após o fe-
nômeno, o ano terrestre e a distância Terra-Lua vão tornar-se,
Lua z
respectivamente,
Terra
a) mais curto – aproximadamente a metade do que era antes.
b) mais curto – aproximadamente duas vezes o que era antes. m2
m0
c) mais curto – aproximadamente quatro vezes o que era m1
antes. x
d) mais longo – aproximadamente a metade do que era antes.
e) mais longo – aproximadamente um quarto do que era 7 (FGV-SP) A massa da Terra é de 6,0 ? 1024 kg, e de Netuno é de
antes. 1,0 ? 1026 kg. A distância da Terra ao Sol é de 1,5 ? 1011 m, e a de
Netuno ao Sol é de 4,5 ? 1012 m. A razão entre as forças de inte-
4 (IME-SP) Três satélites orbitam ao redor da Terra: o satélite S1 ração Sol-Terra e Sol-Netuno, nessa ordem, é mais próxima de:
em uma órbita elíptica com o semieixo maior a1 e o semieixo
a) 0,05. c) 5. e) 500.
menor b1; o satélite S2 em outra órbita elíptica com semieixo
b) 0,5. d) 50.
maior a2 e semieixo menor b2; e o satélite S3 em uma órbita
circular com raio r. 8 (UEL-PR) Observe a figura e responda:
Considerando que r 5 a1 5 b2, a1 Þ b1 e a2 Þ b2, é correto
afirmar que:
a) os períodos de revolução dos três satélites são iguais.
b) os períodos de revolução dos três satélites são diferentes.
c) S1 e S3 têm períodos de revolução idênticos, maiores do
que o de S2.
d) S1 e S3 têm períodos de revolução idênticos, menores do
que o de S2.
e) S2 e S3 têm períodos de revolução idênticos, maiores do
que o de S1.
Mecânica celeste 33
Veja no Guia do Professor, as respostas da “Revisão”.
REVISÃO
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
1 (Fuvest-SP) A Estação Espacial Internacional, que está sen- de 8 ∙ 104 s. Com base nessas informações e desprezando
do construída num esforço conjunto de diversos países, o movimento da Terra, é correto afirmar que esse satélite
deverá orbitar a uma distância do centro da Terra igual a gira em torno da Terra com uma velocidade orbital de:
F Dados: G = 6 ∙ 10–11 N ∙ m2/kg2; massa da Terra = 6 ∙ 1024 kg;
1,05 do raio médio da Terra. A razão R 5 e , entre a força
F p = 3.
Fe com que a Terra atrai um corpo nessa Estação e a força a) 1 000 m/s.
F com que a Terra atrai o mesmo corpo na superfície da b) 1 500 m/s.
Terra, é aproximadamente: c) 2 000 m/s.
a) 0,02. d) 3 000 m/s.
b) 0,05. e) 3 500 m/s.
c) 0,10.
d) 0,50. 4 (EEAR-SP) Em relação ao movimento dos planetas em tor-
e) 0,90. no do Sol, segundo as leis de Kepler, é correto afirmar que
a velocidade linear, em módulo, dos planetas é:
2 (UFF-RJ) Considerando que a Lua descreve uma órbita
a) maior quando eles estão no periélio.
circular em torno da Terra, assinale a opção em que estão
b) menor quando eles estão no periélio.
mais bem representadas a força resultante (FR& ) sobre o sa-
c) maior quando eles estão no afélio.
télite e sua velocidade ( v &).
d) sempre constante.
a) v&
F&R 5 0 GM 2 GM 2
a) . c) .
d R
1 1
d) v& GM 2 GMm 2
b) . d) .
d + R R
3
3 (UFPB) Os satélites artificiais são uma conquista da tecno- b) .
4
logia moderna e os seus propósitos são variados. Existem
satélites com fins militares, de comunicação, de monito- 2
ramento, etc. e todo satélite tem uma órbita e uma veloci- c) .
4
dade orbital bem determinadas. Nesse contexto, conside-
re um satélite de comunicação que descreve uma órbita 3
d) .
circular em torno da Terra com um período de revolução 2
34 Mecânica celeste
7 (Fuvest-SP) No Sistema Solar, o planeta Saturno tem mas- da rotação da própria Terra, não modificando sua altitude
sa cerca de cem vezes maior do que a da Terra e descre- nem se afastando do equador.
ve uma órbita, em torno do Sol, a uma distância média O Brasilsat B4 é um satélite de telecomunicações que se
dez vezes maior do que a distância média da Terra ao Sol encontra em uma órbita geoestacionária de raio, aproxi-
(valores aproximados). A razão FS entre a força gravita- madamente, 3,6 ? 104 km. Nessas condições, os valores
FT aproximados da velocidade e da aceleração centrípeta a
cional com que o Sol atrai Saturno e a força gravitacional que está submetido são, respectivamente:
com que o Sol atrai a Terra é aproximadamente: a) 2,6 km/s; 1,9 ? 1024 km/s2.
a) 1 000. b) 5,0 ? 108 km/s; 1,4 ? 104 km/s2.
b) 10. c) 2,6 km/s; 7,4 ? 1023 km/s2.
c) 1. d) 5,0 ? 108 km/s; 1,9 ? 1024 km/s2.
d) 0,1. e) 15,0 km/s; 5,4 ? 105 km/s2.
e) 0,001.
11 (Unioeste-PR) Em fevereiro de 2009 foi anunciada a des-
8 (Fuvest-SP) Satélites utilizados para telecomunicações são coberta de um pequeno planeta extra-solar, o CoRoT-7b,
colocados em órbitas geoestacionárias ao redor da Terra, que orbita a estrela TYC da Constelação de Unicórnio, a
ou seja, de forma que permaneçam sempre acima de um 500 anos-luz da Terra. Com base em observações indire-
mesmo ponto da superfície da Terra. Considere algumas tas e em cálculos astrofísicos, soube-se que o CoRoT-7b
condições que poderiam corresponder a esses satélites. tem uma massa cinco vezes superior à terrestre e seu raio
I. Ter o mesmo período, cerca de 24 horas. é 80% maior. Se denominarmos por gT e gC as respectivas
II. Ter, aproximadamente, a mesma massa. acelerações gravitacionais nas superfícies da Terra e de
III. Estar, aproximadamente, à mesma altitude. CoRoT-7b, é correto afirmar que
IV. Manter-se num plano que contenha o círculo do a) gC = gT
equador terrestre. b) gT é aproximadamente 2,8 vezes maior que gC.
O conjunto de todas as condições, às quais satélites em c) gT é aproximadamente 1,5 vezes maior que gC.
órbita geoestacionária devem necessariamente obede- d) gC é aproximadamente 2,8 vezes maior que gT
cer, corresponde a: e) gC é aproximadamente 1,5 vezes maior que gT.
a) I e III.
b) I, II e III. 12 (Mack-SP) Devido ao movimento de rotação da Terra,
c) I, III e IV. uma pessoa sentada sobre a linha do equador tem ve-
d) II e III. locidade escalar, em relação ao centro da Terra, igual a:
e) II e IV. 22
Adote: raio equatorial da Terra 5 6 300 km e p 5 .
7
9 (Mack-SP) Um satélite estacionário possui órbita circular a) 2 250 km/h c) 1 300 km/h e) 460 km/h
equatorial a 1 600 km da superfície da Terra. Sabendo que b) 1 650 km/h d) 980 km/h
o raio do equador terrestre é 6,4 ? 103 km, podemos dizer
que nesta altura: 13 (UFV-MG) Dois satélites, S1 e S2, são colocados em órbitas
a) o peso do satélite é praticamente zero, devido à au- circulares, de raios R1 e R2, respectivamente, em torno da
sência de gravidade terrestre no local. Terra, conforme figura abaixo.
b) o peso do satélite é igual ao peso que ele teria na su-
perfície do nosso planeta.
c) o peso do satélite é igual a 80% do peso que ele teria
na superfície do nosso planeta.
d) o peso do satélite é igual a 64% do peso que ele teria
Terra
FRENTE B
R1
na superfície do nosso planeta. S1
e) o peso do satélite é igual a 25% do peso que ele teria
na superfície do nosso planeta.
R2
FÍSICA
Mecânica celeste 35
a) a aceleração é nula para S1 e S2. 16 (IME-RJ) A figura apresenta um pequeno corpo de massa
b) a velocidade de S2 é maior que a velocidade de S1. m em queda livre na direção do centro de um planeta de
c) a aceleração de S2 é igual à aceleração de S1. massa M e de raio r sem atmosfera, cujas superfícies dis-
d) a aceleração de S2 é maior que a aceleração de S1. tam D.
e) a velocidade de S1 é maior que a velocidade de S2. m
C
r
Terra M
36 Mecânica celeste
20 (PUC-GO) Um corpo astronômico instável, de forma esfé- de, é d, que pode variar de 0 (zero) até R – a, causando,
rica com um raio R e uma densidade de massa uniforme assim, uma variação do campo gravitacional em um
e constante, possui um campo gravitacional g em sua su- ponto P, sobre a superfície da Terra, alinhado com O e C
perfície. (veja a figura). Seja G1 a intensidade do campo gravita-
Devido à sua instabilidade, ele perde massa superficial de cional em P sem a existência da cavidade na Terra, e G2
maneira que o seu raio passa a ser aR (com a , 1). a intensidade do campo no mesmo ponto, consideran-
Podemos, então, afirmar que o novo valor do campo gra- do a existência da cavidade. Então, o valor máximo da
vitacional g' em sua superfície será (assinale a alternativa variação relativa (G1 2 G2 ) , que se obtém ao deslocar a
correta): G1
g posição da cavidade, é:
a) g' = 2 .
α
b) g' = g .
c) g' = αg.
g
d) g' = . R
α
21 (ITA-SP) Sabe-se que a atração gravitacional da Lua sobre O
a
P
a camada de água é a principal responsável pelo apareci- C
mento de marés oceânicas na Terra. A figura mostra a Ter-
ra, supostamente esférica, homogeneamente recoberta
por uma camada de água. d
Terra
Lua a3
a) .
[(R 2 a)2R]
B A
3
b) .
a
R
Água
2
c) .
a
R
Nessas condições, considere as seguintes afirmativas: a
d) .
R
I. As massas de água próximas das regiões A e B experi-
e) nulo.
mentam marés altas simultaneamente.
II. As massas de água próximas das regiões A e B expe- 23 (Furg-RS) A segunda lei de Newton é aplicada à força
rimentam marés opostas, isto é, quando A tem maré peso, que é a força através da qual os objetos são atraídos
alta, B tem maré baixa e vice-versa. pela Terra. A lei da gravitação universal é uma força pela
III. Durante o intervalo de tempo de um dia ocorrem qual os dois objetos sofrem atração de campo e obedece
duas marés altas e duas marés baixas. à lei do inverso do quadrado da distância. Considerando
Então, está(ão) correta(s) apenas: que a força peso de um objeto pode ser igualada à força
a) a afirmativa I. gravitacional, podemos determinar a aceleração da gravi-
b) a afirmativa II. dade conhecendo a massa do planeta Terra e a distância
c) a afirmativa III. do seu centro ao ponto de interesse. De um modo geral,
d) as afirmativas I e II. utilizamos o raio médio terrestre para obter g (médio). En-
e) as afirmativas I e III. tretanto, nosso planeta é achatado nos polos em relação
FRENTE B
ao equador. Assim sendo, podemos afirmar, quanto ao
22 (ITA-SP) Variações no campo gravitacional na superfície valor de g, que:
da Terra podem advir de irregularidades na distribuição a) g (médio) . g (polos) . g (equador).
de sua massa. Considere a Terra como uma esfera de b) g (polos) . g (médio) . g (equador).
FÍSICA
Mecânica celeste 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ASIMOV, I. Antologia 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
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NEWTON, I. Principia: princípios matemáticos de filosofia natural. São Paulo: Nova Stella/Edusp, 1990.
ANOTAÇÕES
38 Mecânica celeste
MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias
Órbita
da Terra
1988 1996
2006
2016
1986
2036
2062 2046
2061 2056
Órbita de
Órbita do Netuno
cometa Halley
T2
Na relação da 3a lei de Kepler, a distância r deve ser considerada como um raio médio da órbita, isto é, a semissoma da menor e da
r3
maior distância ao Sol. Para os planetas, essas duas distâncias são praticamente iguais, mas para os cometas, cujas órbitas são elipses
muito alongadas, elas diferem bastante. Para o cometa Halley, a distância mínima ao Sol foi determinada pelos astrônomos, que en-
contraram um valor de 0,60 unidades astronômicas (UA), mas a distância máxima não pode ser medida diretamente porque o cometa
não é visível ao passar por essa posição.
Sabendo-se que o período desse cometa é de 76 anos, e considerando o raio médio da Terra de 1 UA (distância da Terra ao Sol:
RTerra 5 1 UA), a máxima distância do cometa em relação ao Sol (afélio), em unidades astronômicas, é: d
a) 32 UA , d , 33 UA.
b) 33 UA , d , 34 UA.
c) 34 UA , d , 35 UA.
d) 35 UA , d , 36 UA.
e) 36 ua , d , 37 UA.
39
QUADRO DE IDEIAS
Vários autores.
14-11297 CDD-373.19
Impressão e acabamento
Uma publicação
40 Mecânica celeste