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FÍSICA FRENTE A

Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães

CALOR
1 Primeira lei da Termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
O calor como energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Transferência de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Capacidade térmica e calor específico . . . . . . . . . . . . . 17
Trabalho em uma variação de volume . . . . . . . . . . . . . . 22
A primeira lei da Termodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Aplicações da primeira lei da Termodinâmica . . . . . . . . . 28
2 Mudanças de estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Estados da matéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Fusão e solidificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Vaporização e condensação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Influência da pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Sublimação – diagrama de fases . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

2124587 (PR)
MÓDULO
Calor

Termograma de um cachorro. A escala de


temperatura vai do branco (mais quente), passando
por vermelho, amarelo, verde, ciano, azul e preto
(mais frio).
SCIENTIFICA/VISUALS UNLIMITED/CORBIS/LATINSTOCK
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

Por que usamos um metal para passar roupa,


e não uma madeira? Qual a melhor posição
para instalar um aparelho de ar-condicionado?
Como o calor do Sol chega a Terra? Como fun-
ciona uma garrafa térmica? O corpo humano
emite calor como o Sol?
Apesar de parecerem um tanto desconexas, es-
sas questões tratam do mesmo assunto: calor
e temperatura. Neste módulo, veremos como
responder e relacionar essas questões com uma
ideia muito importante da Física: a primeira lei
da Termodinâmica.

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CAPÍTULO

1 Primeira lei da
Termodinâmica

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos:
O CALOR COMO ENERGIA
c Identificar o calor como
uma forma de energia. A teoria do calórico
c Abordar a transferência
De acordo com o conceito de equilíbrio térmico, se dois corpos a temperaturas diferentes são
de calor entre os colocados em contato, eles atingem, após certo tempo, uma mesma temperatura. Até o início do
corpos. século XIX, os cientistas explicavam esse fato supondo que todos os corpos continham, em seu
interior, uma substância fluida, invisível, de peso desprezível, que era denominada calórico. Quanto
c Relacionar capacidade maior fosse a temperatura de um corpo, maior seria a quantidade de calórico em seu interior.
térmica e calor Segundo esse modelo, quando dois corpos, a temperaturas diferentes, eram colocados em
específico.
contato, haveria passagem de calórico do corpo mais quente para o mais frio, acarretando uma
c Conceituar trabalho diminuição na temperatura do primeiro e um aumento na temperatura do segundo. Quando os
em uma variação de corpos atingiam a mesma temperatura, o fluxo de calórico era interrompido e eles permaneciam, a
volume. partir daquele instante, em equilíbrio térmico.
Apesar de essa teoria ser capaz de explicar satisfatoriamente um grande número de fenôme-
c Reconhecer as
nos, alguns físicos mostravam-se insatisfeitos em relação a certos aspectos fundamentais da ideia do
aplicações da primeira
calórico e tentaram substituí-la por outra, mais adequada, na qual o calor é considerado uma forma
lei da Termodinâmica.
de energia.

Calor é energia
A ideia de que o calor é energia foi introduzida por Rumford, um engenheiro militar que,
em 1798, trabalhava na perfuração de canos de canhão. Observando o aquecimento das peças
ao serem perfuradas, Rumford teve a ideia de atribuir esse aquecimento ao trabalho que era
realizado pelo atrito na perfuração. Em outras palavras, parte da energia empregada na realização
LEIA O LIVRO
daquele trabalho era transferida para as peças, provocando uma elevação em sua temperatura.
Breve história da Ciência Moder- Portanto, a antiga ideia de que um corpo mais aquecido possui maior quantidade de calórico
na: a belle époque da Ciência. começava a ser substituída pela ideia de que esse corpo possui, realmente, maior quantidade de
Marco Braga, Andreia Guerra e energia em seu interior.
José Cláudio Reis. Rio de Janeiro:
Zahar, 2008.
Ambiente
Ambiente
A B
Calor
Calor

Calor é a energia que se transfere de um corpo


para outro em virtude de uma diferença de
temperatura entre eles.

4 Calor
A divulgação dessas ideias provocou muitas discussões entre os cientistas do século XIX. Al-
guns deles realizaram experiências que vieram confirmar as suposições de Rumford. Entre esses
cientistas, devemos destacar James P. Joule (1818-1889), cujas célebres experiências acabaram por
estabelecer, definitivamente, que o calor é uma forma de energia.
Atualmente, considera-se que, quando a temperatura de um corpo é aumentada, a energia que
ele possui em seu interior, denominada energia interna, também aumenta. Se esse corpo é colocado
em contato com outro, de temperatura mais baixa, haverá transferência de energia do primeiro para o
segundo, energia esta que é denominada calor. Portanto, o conceito moderno de calor é o seguinte:

Calor é a energia transferida de um corpo para outro em virtude, unicamente, de uma


diferença de temperatura entre eles.

Observações:
1a) O termo calor só deve ser usado para designar a energia em trânsito, isto é, enquanto ela
está sendo transferida de um corpo para outro, em virtude de uma diferença de temperatura.
A transferência de calor para um corpo acarreta um aumento na energia de agitação de seus
átomos e moléculas, ou seja, acarreta um aumento da energia interna do corpo, o que, em
geral, provoca uma elevação em sua temperatura. Não se pode, portanto, dizer que “um corpo
possui calor” ou que “a temperatura é uma medida do calor no corpo”.
2a) A energia interna de um corpo pode aumentar sem que o corpo receba calor, desde que
receba alguma outra forma de energia. Quando, por exemplo, agitamos uma garrafa com
água, sua temperatura se eleva, apesar de a água não ter recebido calor. O aumento de
energia interna, nesse caso, ocorreu em virtude da transferência da energia mecânica à água,
ao realizarmos o trabalho de agitar a garrafa.

Unidades de calor
Uma vez estabelecido que o calor é uma forma de energia, é necessário que determinada
quantidade de calor deve ser medida em unidades de energia. Então, no SI, mediremos o calor em
joule – em homenagem a James Prescott Joule, que descobriu as relações entre calor e trabalho
mecânico (fig. 1).
Entretanto, na prática, é até hoje usada uma outra unidade de calor, muito antiga (da época do
calórico), que não pertence ao SI, denominada 1 caloria 5 1 cal. Por definição, 1 cal é a quantidade
de calor que deve ser transferida a 1 g de água para que sua temperatura se eleve 1 °C (fig. 1).
Na década de 1940, a comunidade científica decidiu que a relação entre essas duas unidades é:

1 cal 5 4,18 J

A “caloria” (Cal) utilizada em nutrição, aquela que aparece no rótulo das informações nutricio-
nais dos alimentos, na realidade equivale a 1 kcal, ou seja, 1 Cal nutricional 5 1 000 cal 5 1 kcal. Um
jovem do sexo masculino, por exemplo, com 20 anos e 72 kg, consome 2 900 kcal por dia quando está
em repouso, enquanto uma jovem do sexo feminino, com mesma idade e 58 kg, gasta 2 200 kcal por dia.

14,5 °C 15,5 °C

FRENTE A
FÍSICA

A água recebeu
1 cal de calor. Fig. 1 – 1 cal é a quantidade de calor transferido necessário para elevar
1 °C a temperatura de 1 g de água.

Calor 5
As competências e habilidades do Enem estão indicadas em questões diversas ao longo do módulo. Se necessário, explique aos alunos que a utilidade
deste “selo” é indicar o número da(s) competência(s) e habilidade(s) abordada(s) na questão, cuja área de conhecimento está diferenciada por cores (Lin-
guagens: laranja; Ciências da Natureza: verde; Ciências Humanas: rosa; Matemática: azul). A tabela para consulta da Matriz de Referência do Enem está
disponível no portal.
PARA CONSTRUIR

1 Dois blocos idênticos, A e B, ambos de ferro, são colocados c) Então, qual foi a causa do aumento da energia interna do
em contato e isolados de influências externas, como mostra bloco de chumbo?
a figura deste exercício. As temperaturas iniciais dos blocos A energia interna do bloco de chumbo aumentou porque ele
são TA 5 200 °C e TB 5 50 °C. recebeu energia mecânica por meio do trabalho realizado pelos
golpes do martelo.
A B
Fe Fe 4 a) No exercício 1, suponha que 100 cal de calor foram trans-
m
Ene-6
feridas de A para B. Qual é, em joules, o valor dessa quan-
C 1
H-2 tidade de calor?
TA TB m Como 1 cal 5 4,18 J, temos:
Ene-5
C 1 100 cal 5 100 ? 4,18 J 5 418 J
H-2
a) Depois de um certo tempo, o que ocorreu com a tempe-
ratura TA? E com TB?
O valor de TA terá diminuído e o de TB terá aumentado.

b) De acordo com os cientistas anteriores a Rumford e Jou-


le, qual era a explicação das variações das temperaturas b) Suponha que o trabalho total realizado pelo martelo so-
T A e T B? bre o bloco de chumbo, no exercício anterior, tenha sido
A causa era a passagem de calórico do corpo A, mais quente (que de 836 J. Qual a quantidade de calor, em calorias, que de-
possuía maior quantidade de calórico), para o corpo B, mais frio. veria ser fornecida ao chumbo para provocar nele a mes-
ma elevação de temperatura?
2 Considere, ainda, os blocos do exercício anterior. De acordo Usando novamente a equivalência 1 cal 5 4,18 J, temos:
m
Ene-5
com o ponto de vista dos cientistas atuais: 4,18 J ––– 1 cal
C 8 836 J –––– x
H1
-
a) Depois de um certo tempo, o que ocorreu com a energia 836
m ∴ x5 5 200, isto é, 836 J 5 200 cal
Ene-6 interna de A? E com a de B? 4,18
C 1
H-2
Sabemos que, quanto maior for a temperatura de um corpo, maior Então, se fossem cedidas 200 cal ao chumbo, sua temperatura
sofreria o mesmo acréscimo provocado pelo trabalho de 836 J
é sua energia interna. Consequentemente, a energia interna
realizado sobre ele pelo martelo.
de A diminuiu e a de B aumentou.

b) Houve transferência de energia de um bloco para outro?


Em que sentido?
Sim, houve transferência de energia de A para B.
5 (Vunesp) Desde 1960, o Sistema Internacional de Unidades (SI)
c) Como se denomina essa energia transferida? m adota uma única unidade para quantidade de calor, trabalho
Ene-5
C 7
Essa energia que se transferiu de A para B, em virtude da H-1 e energia, e recomenda o abandono da antiga unidade ainda
diferença de temperatura entre eles, é denominada calor. em uso. Assinale a alternativa que indica na coluna I a unidade
adotada pelo SI e na coluna II a unidade a ser abandonada. a
3 Uma pessoa, usando um martelo, golpeia repetidas vezes um
m
Ene-5
bloco de chumbo. Verifica-se que a temperatura do bloco se I II
C 8
H-1 eleva apreciavelmente. Lembrando-se da 2a observação feita
na página 5, responda: a) joule (J) caloria (cal)
m
Ene-6
C 1
H2
- a) A energia interna do bloco de chumbo aumentou? b) caloria (cal) joule (J)
Sim, pois sua temperatura aumentou.
c) watt (W) quilocaloria (kcal)
b) Houve alguma transferência de calor para o chumbo?
d) quilocaloria (kcal) watt (W)
Não, pois o chumbo não foi colocado em contato com nenhum
corpo a uma temperatura superior à dele. e) pascal (Pa) quilocaloria (kcal)

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 3 Para aprimorar: 1 e 2

5. No Sistema Internacional de Unidades (SI), adota-se o joule (J) para unidade


das grandezas físicas – trabalho, energia e calor –, em substituição da uni-
6 Calor dade caloria (cal), que, supostamente, deveria ser abandonada.
TRANSFERÊNCIA DE CALOR
A propagação do calor acontece de três maneiras diferentes: por condução, por convecção e
LEIA O LIVRO
por radiação. Qualquer que seja o processo, a transmissão do calor ocorre espontaneamente, indo
sempre de um corpo com maior temperatura para um corpo de menor temperatura. Física 2: Física Térmica e Óptica.
Grupo de Reelaboração do En-
Condução sino de Física (Gref ). São Paulo:
Edusp, 1991.
Suponha que uma pessoa esteja segurando uma das extremidades de uma barra metálica e que
a outra extremidade seja colocada em contato com uma chama (fig. 2-A). Os átomos ou moléculas
dessa extremidade, aquecida pela chama, adquirem uma maior energia de agitação. Parte dessa ener-
gia é transferida para as partículas da região vizinha a essa extremidade, e a temperatura dessa região
também aumenta. Esse processo continua ao longo da barra (fig. 2-B) e, após certo tempo, a pessoa
que segura a outra extremidade perceberá uma elevação de temperatura nesse local.
Ocorre, portanto, uma transmissão de calor ao longo da barra, que continuará enquanto existir
uma diferença de temperatura entre as duas extremidades. Observe que essa transmissão é feita
pela agitação dos átomos da barra, transferida sucessivamente de um para outro, sem que esses
átomos sofram translação ao longo do corpo. Esse processo de transmissão de calor é denominado
condução. A maior parte do calor que é transferido através dos corpos sólidos é transmitida, de um
ponto a outro, por condução.

A Calor
ILUSTRAÇÕES: AVITS ESTÚDIO
GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

Barra metálica

Muito agitada Agitada Pouco agitada


(b)
BAIXA TEMPERATURA
ALTA TEMPERATURA

Fig. 2 – O calor se transfere, por condução, ao longo de um sólido, através da agitação dos átomos e moléculas
desse sólido.

Dependendo da constituição atômica de uma substância, a agitação térmica é transmitida de


um átomo para outro com maior ou menor facilidade, fazendo com que essa substância seja boa
ou má condutora de calor. Assim, os metais, por exemplo, são bons condutores de calor, enquanto
CALOR
outras substâncias, como o isopor, a cortiça, a porcelana, a madeira, o ar, o gelo, a lã, o papel, etc., são
isolantes térmicos, isto é, conduzem mal o calor.
O fenômeno de condução térmica é muito utilizado no cotidiano. A propriedade de isola-
mento térmico pode ser empregada, por exemplo, para manter um corpo em uma temperatura
mais elevada ou mais baixa que a temperatura ambiente. Esse princípio é utilizado nas geladeiras de
isopor, nas paredes de fogões e refrigeradores e nas próprias roupas de inverno que utilizamos, que
são fabricadas com material isolante para nos proteger do frio.

Fluxo de calor T 2 . T1
Consideremos dois corpos mantidos em temperaturas fixas T1 e T2, tais que T2 . T1 (ou seja,
sempre existirá essa diferença de temperatura). Unindo esses corpos por uma barra de seção unifor- L FRENTE A
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA

me de área A e de comprimento L (fig. 3), haverá condução de calor, através da barra, do corpo mais
quente para o mais frio, como poderíamos prever. Seja ΔQ a quantidade de calor que passa por uma T2 Fluxo de calor T1
Q
FÍSICA

seção qualquer da barra, durante um intervalo de tempo Δt. O quociente é denominado fluxo
t A Isolante
de calor através daquela seção, grandeza que vamos representar pela letra grega F (fi maiúsculo), isto é:
Q Fig. 3 – Em uma barra sólida, o calor se
F5
t transfere por condução.

Calor 7
Se a barra da figura 3 for envolvida por um isolante térmico, verifica-se que depois de certo tem-
po ela atinge uma situação denominada regime estacionário, que é caracterizado por ter o mesmo
valor de fluxo de calor em qualquer seção da barra. Em consequência, a temperatura de um ponto
qualquer da barra atinge um valor que não se altera com o decorrer do tempo. Em nosso estudo
vamos trabalhar sempre com barras conduzindo calor em regime estacionário.
Verifica-se experimentalmente que o fluxo de calor F é:
1o) diretamente proporcional à área A da seção reta da barra, isto é, F ~ A.
2o) diretamente proporcional à diferença de temperatura entre as extremidades da barra, isto é,
F ~ (T2 2 T1).
1
3o) inversamente proporcional ao comprimento da barra, isto é, F ~ .
L
Podemos escrever:
T 2 T1
F~A 2
L
ou, introduzindo a constante de proporcionalidade K, temos:

T2 2 T1
F 5 KA
L

A constante K é característica do material de que é feita a barra e se denomina condutividade


térmica da substância. Na tabela 1 estão apresentados valores da condutividade térmica de alguns
materiais. Quanto maior o valor de K, maior é o fluxo de calor que a barra conduz e, portanto, melhor
condutora de calor será a substância de que é feita a barra.

Tabela 1 – Condutividade térmica


(temperatura ambiente)

W/m ? K kcal/s ? m ? °C

Prata 429 0,10

Cobre 401 0,096

Ouro 317 0,076

Alumínio 237 0,057

Chumbo 35,3 8,4 ? 1023

Titânio 21,9 5,2 ? 1023

Ferro 80,2 0,019

Aço-carbono 65 0,016

Aço inox 14 3,3 ? 1023

Ar 0,0262 6,3 ? 1026

Hidrogênio 0,187 45 ? 1026

Gelo a 0 °C 2,2 0,53 ? 1023

Amianto 0,09 22 ? 1026

Vidro 0,6 a 0,8 0,14 ? 1023 a 0,19 ? 1023

8 Calor
Tabela 1 – Condutividade térmica
(temperatura ambiente)

Concreto 0,8 0,19 ? 1023

Baquelite 1,4 0,33 ? 1023

Madeira 0,04 a 0,26 9,6 ? 1026 a 62 ? 1026

Cortiça 0,06 14 ? 1026

Aerogel 0,003 0,7 ? 1026

Mylar 0,0001 0,02 ? 1026

Obs.: Os gases estão em condições normais de temperatura e pressão.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Uma barra de alumínio de comprimento L 5 80 cm e de se- Observe que o valor de K está expresso usando-se o me-
ção reta de área A 5 200 cm2 tem uma de suas extremidades tro como unidade de comprimento. Então, os valores de A
introduzida em uma caldeira com água em ebulição (veja a e L devem ser expressos nessa unidade, isto é:
figura a seguir). A outra extremidade da barra encontra-se, no L 5 80 cm 5 80 ? 1022 m e A 5 200 cm2 5 200 ? 1024 m2
ar ambiente, a 20 °C. Logo:
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA

(100 2 20)
1022 ? 200 ? 1024 ?
F 5 5,77 ? 10
80 ? 1022
Isolante
∴ F 5 11, 4 ? 1022 kcal/s

A unidade obtida nessa resposta vem da combinação de


Φ unidades de cada grandeza presente na equação que for-
100 ºC
nece F:
20 ºC kcal ? m2 ? °C 5 kcal
s ? m ? °C m s

a) Determine o fluxo de calor F que é transferido através da Como 1 kcal 5 1 quilocaloria 5 103 cal, temos:
barra para o ar ambiente. F 5 11,4 ? 1022 ? 103 cal/s 5 114 cal/s
b) Qual é em watts a potência térmica, P, que está sendo
transferida através da barra para o ar? b) O fluxo F é a própria potência transferida, expressa em
c) Supondo que a situação descrita no item a seja mantida cal/s. Supondo que 1 cal 5 4,2 J, temos:
invariável, durante 10 minutos, calcule, em calorias, a quan- F 5 P 5 114 ? 4,2 J/s ou P 5 478 J/s 5 478 W
tidade total de calor transferida ao ar durante esse tempo.
Observe, apenas para comparação, que essa potência
RESOLUÇÃO: equivale aproximadamente à potência emitida por 5 lâm-
padas de 100 W.
a) Supondo o regime estacionário, sabemos que o fluxo de
FRENTE A
calor por condução é dado pela equação: c) De F 5 Q , obtemos Q 5 F ? t.t Temos que Δt 5
T 2 T1 t
F 5 KA 2 5 10 min 5 600 s
L
Logo:
FÍSICA

Na tabela 1, encontramos a condutividade térmica do


alumínio: Q 5 F t 5 144 cal ? 600 s
s
K 5 5,7 ? 1022 kcal/s ? m ? °C 6,8 ? 10 4 cal
∴ Q 5 6,8

Calor 9
Convecção
COMO O CALOR ESCAPA
Quando um recipiente com água é colocado sobre uma chama, a camada de água do fundo do
DE UMA CASA
recipiente recebe calor da chama, por condução. Consequentemente, o volume dessa camada aumenta
Aproximadamente e sua densidade diminui, fazendo com que ela se desloque para a parte superior do recipiente e seja

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


Cerca de 25% 35% é perdido substituída por água mais fria e mais densa, proveniente dessa região superior.
escapa pelo através das paredes.
telhado. O processo continua, com a circulação contínua de corrente de água mais quente para cima e mais
fria para baixo, denominadas correntes de convecção (fig. 4-A e 4-B). Assim, o calor que é transmitido, por
condução, às camadas inferiores vai sendo distribuído, por convecção, a toda a massa do líquido, através do
Cerca
movimento do próprio líquido. A transferência de calor, nos líquidos e gases, pode ser feita por condução,
de 10% mas o processo de convecção é o responsável pela maior parte do calor transferido através dos fluidos.
escapa
Cerca
pelas janelas. A B
de 15%
pode fluir
através de Aproximadamente
várias gretas. 15% escapa pelo chão. Ar quente
Ar frio
Correntes de
Em regiões frias, para evitar convecção

o escape do calor do interior


de uma casa, costuma-se isolar
a residência empregando mate- Fig. 4 – Em um líquido, o calor se transfere de um ponto a outro devido à formação de correntes
riais que não conduzem calor. de convecção. A água se aquece em contato com o fundo da chaleira, sua densidade diminui
e ela se dilata, subindo para a superfície, enquanto que a água fria que está nas camadas
Espaços nos telhados podem superiores desce para o fundo da chaleira (A). No refrigerador, a fonte fria localiza-se na parte
ser revestidos com fibra de vidro, superior e resfria o ar ao redor, reduzindo a agitação das moléculas e provocando contração.
por exemplo, para impedir o es- O ar frio, mais denso, desce para a parte inferior do refrigerador, enquanto o ar quente sobe (B).
cape de calor através do telha-
Note que no processo de condução o transporte de energia térmica ocorre através do trans-
do. Também pode-se empregar
porte de matéria.
janelas com vidros duplos com
O fenômeno de convecção térmica também pode ser observado no cotidiano, como em um
ar no interior, pois o ar é um mau
refrigerador (fig. 4-B). As camadas de ar em contato com o congelador do refrigerador perdem calor
condutor de calor.
para ele. Assim, há uma diminuição na temperatura dessas camadas e um consequente aumento
em sua densidade. Por esse motivo, essas camadas movimentam-se para baixo no interior do refri-
gerador. Se o congelador fosse colocado na parte inferior do refrigerador não haveria formação das
correntes de convecção, porque o ar de maior densidade (em contato com o congelador) já estaria na
parte inferior da geladeira, ali permaneceria e não daria origem, portanto, às correntes de convecção.
Podemos observar o fenômeno de convecção no radiador dos automóveis, em que a água quente
aquecida pelo motor, sendo menos densa, sobe, e a água fria da parte superior desce; e também
na localização dos aparelhos de ar-condicionado próximo ao teto: o resfriamento é feito pela parte
superior porque o ar frio tende a descer, fazendo o ar do recinto circular.
LUCCICOMUNIC

Dia
Noite
Ar frio
Ar frio

Ar quente

Ar quente

Fig. 5 – Durante o dia, o ar aquecido e menos denso da superfície terrestre sobe e o ar mais
frio e denso do mar desloca-se para o continente terrestre, formando a brisa marítima.
Durante a noite, o ar sobre o mar permanece aquecido mais tempo do que o ar sobre a
terra, invertendo o processo e formando a brisa terrestre.

As brisas litorâneas são exemplos naturais de convecção (fig. 5), fenômeno conhecido como
inversão térmica. Numa região litorânea, a areia da praia fica mais quente que o mar durante o dia,
aquecendo o ar em contato com ele. O ar aquecido sobe e produz uma região de baixa pressão,
aspirando o ar que está sobre o mar (brisa marítima) e produzindo correntes de convecção. Durante
a noite, a areia esfria mais rapidamente que o mar e o processo se inverte (brisa terrestre).

10 Calor
Radiação
Suponha que um corpo aquecido, nesse caso uma lâmpada de filamento, seja colocado no
interior de uma campânula de vidro, onde se fez o vácuo (fig. 6). Um termômetro, situado no exterior
da campânula, acusará uma elevação de temperatura, mostrando que houve uma transmissão de
calor através do vácuo existente entre o corpo aquecido e o exterior. Essa transmissão não pode ter
sido feita por condução ou por convecção, pois esses processos só podem ocorrer quando há um
meio material através do qual o calor é transmitido. Nesse caso, a transmissão de calor foi feita por
um outro processo, denominado radiação térmica. O calor que recebemos do Sol chega até nós
por esse mesmo processo, uma vez que entre o Sol e a Terra existe vácuo.
SCIENTIFICA/VISUALS UNLIMITED/CORBIS/LATINSTOCK

Radiação

Fonte de
calor

Vácuo

Fig. 6 – Na figura da esquerda, temos uma


imagem térmica de uma lâmpada incandescente.
Na figura da direita, o calor emitido pela lâmpada
se propaga, no vácuo, por radiação.

Espectro eletromagnético
Espectro visível ao ser humano
700 nm 600 nm 500 nm 400 nm

Rádio Micro-onda Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios gama


Comprimento 103 1022 1025 0,5 ? 1026 1028 10210 10212
de onda
(metros)

Aproximadamente
o tamanho de...
Prédios Humanos Abelhas Alfinetes Protozoários Moléculas Átomos Núcleos atômicos

Frequência
(Hz)
104 108 1012 1015 1016 1018 1020
Temperatura
dos corpos
emitindo dado
comprimento
1K 100 K 10 000 K 10 000000 K
FRENTE A
de onda (K)
2272 °C 2173 °C 9 727 °C .10000000 °C Fig. 7 – Espectro eletromagnético.

Todos os corpos aquecidos emitem radiações térmicas que, ao serem absorvidas por outro
FÍSICA

corpo, podem provocar, nele, uma elevação de temperatura. Quando um corpo está mais quente
que o meio onde se encontra, ele irá esfriar, pois a taxa de emissão de energia é maior do que a taxa
de absorção, até atingir o equilíbrio térmico. Em Física, radiação significa transferência de energia
por ondas eletromagnéticas. Toda onda eletromagnética é capaz de se propagar no vácuo com a
velocidade da luz, igual a 3 ? 108 m/s. A luz que enxergamos é um exemplo de onda eletromagnética,

Calor 11
assim como também o são as ondas de rádio, as micro-ondas, a radiação infravermelha, a radiação
ultravioleta, os raios X e os raios gama. O que diferencia esses vários tipos de onda eletromagnética
é sua frequência de vibração (fig. 7). A frequência de uma onda eletromagnética se relaciona com a
frequência por:

V 5 λƒ

em que v é a velocidade de luz (3 ? 108 m/s), λ é o comprimento de onda e ƒ é a frequência.


No caso da luz, as várias cores correspondem a frequências diferentes. A luz visível situa-se no es-
pectro eletromagnético na faixa que se estende da luz violeta (comprimento de onda de 400 nm) até a
luz vermelha (comprimento de onda de 700 nm). O tipo predominante da radiação que transporta o
calor pode variar, dependendo da temperatura do corpo aquecido (fig. 6). Um corpo numa tempera-
tura próxima do zero kelvin emite radiação térmica predominantemente na região das micro-ondas.
Na temperatura ambiente, cerca de 300 K, a emissão se situa praticamente no infraver-
melho. Um corpo a 1 000 K irradia a maior parte da energia no infravermelho, mas já consegue
emitir radiação visível, com uma tonalidade de luz avermelhada. O Sol, a 5 800 K, emite luz
branca (45% da energia irradiada), além de irradiar no infravermelho (45%) e no ultravioleta
(10%). A temperaturas muito altas os corpos, como as estrelas, têm luminosidade própria, logo,
podemos dizer que os corpos com luminosidade própria são muito quentes. A distribuição de
energia emitida pela superfície de uma estrela é similar à distribuição de energia de um corpo
negro, que é um corpo opaco que emite radiação térmica. Um corpo negro perfeito pode ser
definido como um corpo quente, cujas superfícies absorvem toda a radiação térmica que sobre
ele incide, não podendo refleti-la. À temperatura ambiente, um corpo negro irá aparecer negro,
o que lhe atribui o nome corpo negro, mas quando aquecido à alta temperatura, um corpo
negro irá emitir luz intensamente. Esse fenômeno ocorre, por exemplo, em um pedaço de metal
aquecido a altas temperaturas. Assim, o corpo negro, além de absorvedor ideal, é um emissor
ideal. Independentemente da sua composição, os corpos negros à mesma temperatura T emitem
radiação térmica com mesmo espectro. Chamamos de espectro um gráfico em que na abscissa
(eixo x) está o comprimento de onda ou a frequência da radiação eletromagnética e no eixo
das ordenadas (eixo y) temos a intensidade ou a potência por unidade de área (fig. 8), e a partir
dele podemos estudar as radiações emitidas.
Na figura 8, temos um espectro contínuo emitido por corpos aquecidos desde 3 000 K até
6 000 K. Observe que quando a temperatura do corpo é baixa (3 000 K) a radiação emitida está na fai-
xa do infravermelho. À medida que a temperatura do corpo aumenta, a radiação emitida vai do ver-
melho para o laranja até chegar ao violeta, faixa esta que corresponde à radiação visível que os olhos
humanos conseguem perceber. Podemos observar no gráfico que quanto maior a temperatura do
corpo, mais radiação ultravioleta é emitida. Para cada curva de tem-
peratura, a maior quantidade de energia emitida pelo corpo ocorre no
Ultravioleta

Visível

Infravermelho

ponto de comprimento de onda máximo (λmáx). Se considerarmos o


Sol (6 000 K), o pico de máximo ocorre na faixa da luz visível entre as
cores amarelo e verde. Mas, devido ao Sol emitir frequências em todo
Potência por unidade de área

T5 espectro visível, sua cor é branco-amarelada. Observe que o espectro


6 000 K
se desloca para maiores frequências à medida que a temperatura (T)
5 000 K aumenta, o que é conhecido como lei do deslocamento de Wien.
λmáx 4 000 K

3 000 K λmáx ? T 5 2,898 ? 1023 m ? K


λmáx

0 1,0 2,0
Fig. 8 – Espectro de emissão por um corpo negro
Comprimento de onda (? 1026 m) aquecido a diferentes temperaturas.

12 Calor
A lei de Stefan-Boltzmann
A potência irradiada (eixo y da figura 8) varia com a temperatura e pode ser determinada pela
lei de Stefan-Boltzmann, que iremos apresentar a seguir.
Consideremos um corpo cuja superfície externa tenha uma área A, emitindo através dela uma
radiação total de potência P (energia irradiada por unidade de tempo, por toda a superfície). Deno-
mina-se radiância ou poder emissivo, R, do corpo a relação:
P
R5
A
A unidade de medida dessa grandeza no SI é 1 W/m2. Vemos que o valor de R, no SI, representa
a quantidade de energia, em joules, emitida por segundo em cada metro quadrado da superfície do
corpo.
Na segunda metade do século passado, os cientistas austríacos J. Stefan e L. Boltzmann chega-
ram (o primeiro experimentalmente, e o segundo teoricamente) a um resultado, referente aos corpos
negros, denominado lei de Stefan-Boltzmann.
O enunciado da lei de Stefan-Boltzmann é o seguinte:

A radiância, RN, de um corpo negro é proporcional à quarta potência de sua temperatura


Kelvin T, isto é:
RN ~ T4 ou RN 5 σT4

A constante de proporcionalidade s (letra grega sigma minúsculo) é denominada constante


de Stefan-Boltzmann, e seu valor no SI é:
W
s 5 5,67 ? 1028
m2K 4

Qualquer emissor não ideal, isto é, um corpo real qualquer, terá, a uma dada temperatura, uma
radiância (R), menor do que a do corpo negro, ou seja, R , RN. Define-se emissividade (e) de um
corpo qualquer da seguinte maneira:

e 5 R ∴ R 5 eR N ou
RN
R 5 esT 4

Com essa equação, podemos calcular a radiância de um corpo qualquer quando conhecemos
sua temperatura e emissividade.
Para um corpo negro, temos e 5 1 e, para um refletor ideal, ou seja, um corpo que não emite
radiação alguma, temos e 5 0. Outros corpos terão emissividade compreendida entre esses limites.
Por exemplo: para o aço polido, temos e 5 0,07; para o cobre polido, e 5 0,3; para uma pintura
metálica preta, e 5 0,97, etc.
Observação:
A equação R 5 esT 4 nos mostra que a quantidade de radiação emitida por um corpo aumenta
muito rapidamente à medida que sua temperatura se eleva. Verifica-se, além disso, que o tipo da
radiação também se altera, dependendo da temperatura do corpo emissor.
Em temperaturas mais baixas, até nas proximidades de 1 000 K, praticamente todas as radiações
emitidas são invisíveis. A partir dos 1 000 K, o corpo começa a emitir no visível; quando sua tempe-
FRENTE A
ratura atinge cerca de 2 000 K, 1% da radiação térmica já é visível e a tonalidade do emissor torna-se
avermelhada; nas proximidades de 3 000 K (temperatura do filamento de uma lâmpada incandes-
cente), cerca de 10% da radiação térmica emitida é visível e o corpo adquire tonalidade amarelada; a
5 800 K (temperatura da superfície do Sol), o corpo emite luz (cerca de 45% da emissão total) com
FÍSICA

tonalidade do branco intenso; um corpo a 10 000 K (temperatura de algumas estrelas muito quentes)
passa a emitir mais na região do ultravioleta (cerca de 44%) – emite cerca de 16% de infravermelho
e 40% no visível, aparentando uma cor azulada. Para temperaturas superiores, a aparência do corpo
é azulada, com um brilho cada vez mais intenso.

Calor 13
Convém ressaltar que nem toda radiação eletromagnética é de natureza térmica. A lâmpada
fluorescente, ao contrário da lâmpada incandescente, não é uma fonte de radiação térmica. Outros
exemplos comuns de fontes não térmicas de radiação eletromagnética são os LEDs, os lasers, o con-
trole remoto de infravermelho, o forno de micro-ondas, o radar, os telefones celulares e as estações
de televisão e rádio. Nenhum desses exemplos segue as leis que estudamos para a radiação térmica,
como a lei de Stefan-Boltzmann ou a dependência do tipo de radiação emitida com a temperatura
da fonte.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

2 a) Um objeto a uma temperatura T1 está envolvido por um que caracteriza a emissividade de determinado corpo é
ambiente à temperatura T2. O objeto emite radiações para o mesmo coeficiente e que caracteriza sua absorvidade.
o ambiente e absorve radiações emitidas por ele. Sendo e Portanto, a potência absorvida pelo objeto será dada por:
a emissividade e A a área do objeto, determine a potência
P 2 5 esA
ATT24
térmica líquida (diferença entre o fluxo emitido e o fluxo
absorvido) irradiada por ele. Logo, a potência líquida irradiada pelo objeto é:
P 5 P1 2 P2 ou P 5 esA ( T1 2 T2 )
4 4

b) Uma pessoa sem roupa está em pé em uma sala cujas pa-


redes estão à temperatura de 15 °C. Sabe-se que a área b) Temos:
da superfície do corpo da pessoa é A 5 1,5 m2 e que a
T1 5 273 1 34 5 307 K e T2 5 273 1 15 5 288 K
temperatura de sua pele é de 34 °C (a pele se apresenta
sempre em temperatura um pouco inferior à do interior Então, usando o resultado obtido no item a, vem:
do corpo). Considerando a emissividade da pele e 5 0,70,
P 5 0,70 ? 5,67 ? 1028 ? 1,5 (3074 2 2884) ∴ P 5 120 W
determine a potência líquida irradiada pela pessoa.
De modo geral, uma pessoa em repouso produz calor, pelo
RESOLUÇÃO:
metabolismo interno, com uma potência inferior a 120 W.
P Assim, nas condições deste exemplo, a temperatura da pes-
a) Da expressão R 5 , vem:
A soa, em virtude da irradiação e de outras perdas de calor,
P 5R ?A P 5 esA
AT 4 tenderá a cair, causando-lhe um considerável desconforto.
Então, o objeto emite uma potência: Seu organismo reage a esse desconforto e começa a tremer,
P1 5 esA
ATT14 o que ocasiona aumento da taxa metabólica para compen-
sar a perda e manter estável a temperatura de seu corpo.
A capacidade de absorção de um corpo é igual à sua ca- Evidentemente, o uso de roupas ou agasalhos, diminuindo
pacidade de emissão. Isso significa que o coeficiente e as perdas de calor, pode evitar o desconforto mencionado.

Quando certa quantidade de energia radiante incide em um corpo, parte dela é absorvida pelo
corpo, outra parte é transmitida através dele e a parte restante é refletida. Na figura 9, essas partes
estão representadas pelas faixas a, t e r.
r

Fig. 9 – Quando um corpo recebe energia radiante, esta pode t


ser refletida, absorvida ou transmitida por ele.

14 Calor
De modo geral, o calor que uma pessoa recebe quando está próxima de um corpo Parede
aquecido chega até ela pelos três processos: condução, convecção e radiação. Quanto
Ambiente
maior for a temperatura do corpo aquecido, maior será a quantidade de calor transmitida Exterior condicionado
por radiação, como acontece quando você se encontra próximo a um forno. 34 °C 24 °C
Conhecer os processos de transferência de calor é muito importante para o ser hu-
mano. Uma casa, por exemplo, pode ser aquecida pela luz do sol quando os raios solares
atingem a parede da residência. Como a transmissão de calor acontece no sentido da
temperatura mais elevada para a menos elevada, quando a luz do sol atinge a parede a
transmissão de calor acontece por radiação, condução e convecção (fig. 10). Mas, se o
exterior da residência for muito úmido, é possível isolar o interior do exterior através da
construção de paredes duplas, ou seja, paredes constituídas por dois planos de alvenaria
Transmissão por condução
e um espaço com ar entre elas. Chamamos esse procedimento de isolamento térmico
e essa técnica é largamente empregada na construção civil. Existem materiais especiais, Transmissão por radiação
como o aerogel, que podem ser utilizados no isolamento das casas e construções.
Transmissão por convecção

AEROGEL
Fig. 10 – Transferência de calor através de
O aerogel é um novo material extremamente leve porque sua estrutura interna é constituí- uma parede.
da de um grande número de cavidades muito pequenas. Um pedaço de aerogel pode ter uma
área interna da ordem de grandeza de um campo de futebol. Sua densidade é apenas cerca de
4 vezes a densidade do ar, e por esse motivo é chamado de “fumaça congelada”.
Além da leveza, outra propriedade notável do aerogel é aliar baixa condutividade térmica com
uma boa capacidade de resistir a altas temperaturas. O aerogel pode vir a melhorar significativamente
o isolamento térmico, como no caso de refrigeradores, fornos e residências em países de clima frio,
contribuindo para a economia de energia.
SPL/LATINSTOCK

Foto de uma
pessoa com sua
mão encostada
em uma amostra
FRENTE A
de aerogel
mantida sobre
a chama de um
bico de Bunsen.
A cena ilustra
FÍSICA

as propriedades
que tornam esse
material atrativo
para diversas
aplicações.

Calor 15
6. Como o processador e as placas difusores estão
em contato, a transmissão do calor acontece por
condução.
PARA CONSTRUIR

6 (UEL-PR) O cooler, encontrado em computadores e em apa- sobre um tapete aí existente. O tapete e o ladrilho estão a
m relhos eletroeletrônicos, é responsável pelo resfriamento do uma mesma temperatura. Em qual dos dois pés o menino
Ene-6
C 1
H-2 microprocessador e de outros componentes. Ele contém um terá maior sensação de frio? Explique.
ventilador que faz circular ar entre placas difusoras de calor. Como o ladrilho é melhor condutor de calor do que o tapete, o pé
No caso de computadores, as placas difusoras ficam em con- esquerdo do menino perderá calor mais rapidamente do que seu
tato direto com o processador, conforme a figura a seguir.
pé direito. Consequentemente, o menino terá maior sensação
de frio em seu pé esquerdo (em contato com o ladrilho).
Ventilador

Cooler 8 (UFMT) A coluna da esquerda apresenta processos de termo-


Placas difusoras m
Ene-5
transferência e a da direita, fatos do cotidiano relacionados a
C 8
H1
- esses processos. Numere a coluna da direita de acordo com a
m da esquerda.
Ene-6
C 1
H-2
Processador 1. Condução ( ) O movimento do ar no interior das
geladeiras.
Vista lateral do cooler e do processador.
2. Convecção ( ) O cozinheiro queimou-se com a
Sobre o processo de resfriamento desse processador, assinale colher aquecida.
a alternativa correta. c
a) O calor é transmitido das placas difusoras para o processa- 3. Radiação ( ) Energia que recebemos do Sol.
dor e para o ar através do fenômeno de radiação.
b) O calor é transmitido do ar para as placas difusoras e das ( ) Ar-condicionado deve ser instalado
placas para o processador através do fenômeno de con- próximo ao teto.
vecção.
c) O calor é transmitido do processador para as placas difu- Assinale a sequência correta. c
soras através do fenômeno de condução. a) 2, 1, 3, 1
d) O frio é transmitido do processador para as placas di- b) 1, 2, 3, 3
fusoras e das placas para o ar através do fenômeno de c) 2, 1, 3, 2
radiação. d) 3, 1, 1, 2
e) O frio é transmitido das placas difusoras para o ar através e) 1, 3, 2, 2
do fenômeno de radiação.
T2 2 T1
9 a) Suponha que, na equação F 5 KA , a quantidade
L
m
7 a) Uma pessoa afirma que seu agasalho é de boa qualidade Ene-6
C 1 de calor seja medida em kcal (1 kcal 5 103 cal), o tempo
H2
-
m “porque impede que o frio passe através dele”. Essa afirma- em segundos, L em metros, A em m2 e as temperaturas
Ene-1
C 3
H- tiva é correta? Explique. m
Ene-5 em °C. Qual seria, nesse caso, a unidade da condutividade
C 1
H-2 térmica K?
m Não, pois não existe essa grandeza que as pessoas leigas
Ene-6
C 1 O valor de K é dado por:
H-2
denominam frio. Como vimos, a sensação de frio é causada por FL
K5
uma perda de calor sofrida por nosso corpo. Assim, o agasalho A ( T2 2 T1 )

impede que o calor seja transmitido do corpo da pessoa para Então, a unidade de K, usando as unidades mencionadas, será:
o exterior. kcal
?m
kcal
K 5 1 s2 51 ou 1 kcal ? s21 ? m21 ? °C21
m ? °C s ? m ? °C

b) Consulte a tabela 1 e verifique se a unidade ali usada para


b) Um menino descalço, em uma sala ladrilhada, coloca seu K coincide com sua resposta do item anterior.
pé esquerdo diretamente sobre o ladrilho e seu pé direito Esta é exatamente a unidade de K usada na tabela 1.

16 Calor
10 (Fuvest-SP) Um contêiner com equipamentos científicos é 11 (UPE) Sobre os processos de transmissão do calor, analise as
m
Ene-5
mantido em uma estação de pesquisa na Antártida. Ele é fei- m
Ene-5
proposições a seguir dizendo se são verdadeiras ou falsas.
C 1 C 8
H-2 to com material de boa isolação térmica e é possível, com H-1 0. O calor sempre se propaga de um corpo com maior tem-
m um pequeno aquecedor elétrico, manter sua temperatura m peratura para um corpo de menor temperatura.
Ene-6 Ene-6
C 1
H-2 interna constante, Ti 5 20 °C, quando a temperatura externa C 1
H-2 1. Na transmissão de calor por condução, a energia térmica
é Te 5 240 °C. As paredes, o piso e o teto do contêiner têm a se propaga de partícula para partícula, sem que elas se-
mesma espessura, L 5 26 cm, e são de um mesmo material, jam transladadas.
de condutividade térmica K 5 0,05 J/(s ? m ? °C). Suas dimen-
2. Na convecção, o calor se propaga por meio do movimen-
sões são 2 3 3 3 4 m.
to de fluidos de densidades diferentes.
Para essas condições, determine: 3. A irradiação térmica exige um meio material, para que
a) a área A da superfície interna total do contêiner; ocorra a propagação de calor.
A área é: 4. O poder emissivo do corpo negro é proporcional à quarta
A 5 2 ? (2 ? 3 1 3 ? 4 1 2 ? 4)
A 5 52 m2 potência de sua temperatura absoluta.
V –V –V – F –V
0. Afirmativa verdadeira, pois os corpos estão buscando o
b) a potência P do aquecedor, considerando ser ele a única equilíbrio térmico.
fonte de calor; 1. Afirmativa verdadeira, pois a transmissão é feita pela agitação
A potência corresponde ao fluxo de calor que é dissipado para o
meio, logo, dos átomos, transferida sucessivamente de um para outro, sem
T 2 T1 que esses átomos sofram translação ao longo do corpo.
P 5 Φ 5 kA 2
L
[20 2 (240)] 2. Afirmativa verdadeira, pois esta é a definição das correntes
P 5 5 ? 1022 ? 52 ?
26 ? 1022 de convecção.
P 5 6 ? 102 W
P 5 0,6 kW 3. Afirmativa falsa, pois não há necessidade de um meio para a
propagação das ondas eletromagnéticas. Lembre-se do calor
do Sol que atinge a Terra, propagando-se pelo vácuo.
c) a energia ε, em kWh, consumida pelo aquecedor em um 4. Afirmativa verdadeira, pois esta é a lei de Stefan-Boltzmann,
dia. ou seja, R 5 σT4, em que R é a potência irradiada por área
A energia consumida é:
(poder emissivo do corpo negro) e σ 5 5,67 ? 1028 W/m2K4, que
ε 5P t
ε 5 0,6 ? 24 é a constante de Stefan-Boltzmann.
ε 5 14,4 kWh

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 4 a 7 Para aprimorar: 3 a 9

CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO


Capacidade térmica
Suponha que uma quantidade de calor igual a 100 cal fosse fornecida a um corpo A e que sua
temperatura se elevasse de 20 °C. Entretanto, fornecendo-se a mesma quantidade de calor (100 cal)
a um corpo B, poderemos observar uma elevação de temperatura diferente, por exemplo, de 10 °C.
Portanto, fornecendo a mesma quantidade de calor a corpos diferentes, eles, em geral, apresentam
variações diferentes em suas temperaturas. FRENTE A
Para caracterizar esse comportamento dos corpos, define-se uma grandeza, denominada ca-
pacidade térmica, do seguinte modo:
FÍSICA

Se um corpo recebe uma quantidade de calor ΔQ e sua temperatura varia de ΔT, a capa-
cidade térmica desse corpo é dada por:
Q
C5
T

Calor 17
Assim, calculando as capacidades térmicas dos corpos A e B do exemplo anterior, teremos:
QA
CA 5 5 100 cal ∴ C A 5 5,0 cal/°C
TA 20 °C
QB 100 cal
CB 5 5 ∴ CB 5 10 cal/°C
TB 10 °C
Esses resultados indicam que devemos fornecer ao corpo A 5,0 cal para cada 1 °C de elevação
em sua temperatura, enquanto, para o corpo B, são necessárias 10 cal para provocar esse mesmo efei-
to. Logo, quanto maior for a capacidade térmica de um corpo, maior será a quantidade de calor que
devemos fornecer a ele para provocar determinada elevação em sua temperatura e, do mesmo modo,
maior será a quantidade de calor que ele cede quando sua temperatura sofre determinada redução.
Q
Sendo a capacidade térmica de um corpo dada pela relação C 5 , uma unidade para a
T
medida dessa grandeza é 1 cal/°C, que já usamos nesta seção. Como sabemos que o calor é uma
forma de energia e pode, portanto, ser expresso em joules, podemos usar, também, como unidade
de capacidade térmica 1 J/°C.

Calor específico
De modo geral, o valor da capacidade térmica varia de um corpo para outro. Mesmo que sejam
feitos de um mesmo material, dois corpos podem ter capacidades térmicas diferentes, desde que
suas massas sejam diferentes.
Assim, se tomarmos blocos feitos de um mesmo material, de massas m1, m2, m3, etc., suas capaci-
dades térmicas C1, C2, C3, etc. serão diferentes. Entretanto, verificou-se que, dividindo-se a capacidade
térmica de cada bloco pela sua massa, obtém-se o mesmo resultado para todos os blocos, isto é:
C1 C C
5 2 5 3 5 ⊃ (para o mesmo material)
m1 m2 m3

Então, o quociente C é constante para dado material, variando, porém, de um material para
m
outro. Esse quociente é denominado calor específico (c) do material. Logo:

Se um corpo de massa m tem uma capacidade térmica C, o calor específico (c) do material
que constitui o corpo é dado por:
C
c5
m

Por exemplo, tomando-se um bloco de chumbo cuja massa é m 5 170 g, verificamos que sua
capacidade térmica é C 5 5,0 cal/°C. Consequentemente, o calor específico do chumbo vale:

c 5 C 5 5,0 cal/°C ∴ c 5 0,030 cal


m 170 g g ? °C
Observe a unidade para a medida do calor específico: cal/g°C. É claro que poderíamos também
expressá-lo em joules/kg°C. O resultado obtido acima indica que, para elevarmos de 1 °C a tempe-
ratura de 1 g de chumbo, devemos fornecer-lhe 0,030 cal de calor.

Cálculo do calor absorvido por um corpo


Q
A capacidade térmica de um corpo foi definida como C 5 . Então, a quantidade de calor,
T
ΔQ, que um corpo absorve (ou libera) quando sua temperatura varia de ΔT é dada por:
ΔQ 5 C ? ΔT
Podemos, ainda, expressar ΔQ em função do calor específico c e da massa m do corpo, lem-
brando que c 5 C , ou seja, C 5 m ? c. Assim, teremos, para ΔQ:
m
ΔQ 5 mcΔT

18 Calor
Chegamos, portanto, ao seguinte resultado:

A quantidade de calor, ΔQ, absorvida ou liberada por um corpo de massa m e calor espe-
cífico c, quando sua temperatura varia de ΔT, pode ser calculada pela relação:
ΔQ 5 mcΔT

Se colocarmos uma panela com água para aquecer em um fogão, a água aquecerá mais rápida se
a chama do fogão estiver alta, ou seja, quando o fogão estiver com maior potência térmica. Podemos,
então, escrever uma relação entre quantidade de calor e potência, ou seja:
Q
P 5 ε ou P 5
t t
Em palavras, potência é a quantidade transmitida de energia (calor) por unidade de tempo (Δt).
No Sistema Internacional, potência é dada por Watt (W) ou joule por segundo (J/s), mas também
pode ser escrita como cal/s, cal/min, kcal/min, J/min, entre outros.

COMENTÁRIOS

1o) Sendo o calor específico característico de cada material, seus valores, para cada substância,
são determinados cuidadosamente nos laboratórios e apresentados em tabelas, como na
tabela 2.
2 ) Vimos que 1 cal é a quantidade de calor que deve ser fornecida a 1 g de água para que sua
o

temperatura se eleve de 1 °C. Podemos concluir que o calor específico da água é:


c 5 1 cal
g ? °C
O calor específico da água é bem maior do que os calores específicos de quase todas as de-
mais substâncias (veja a tabela 2). Isso significa que, cedendo-se a mesma quantidade de calor
a massas iguais de água e de outra substância, observa-se que a massa de água se aquece
muito menos (veja figura a seguir).
3o) Verifica-se que o calor específico de um material pode apresentar variações em determinadas
circunstâncias. Assim, quando uma substância passa do estado sólido para o estado líquido
(ou para o gasoso), seu calor específico é alterado. Por exemplo, na tabela 2, vemos que o calor
específico da água (estado líquido) é 1,0 cal/g°C, enquanto o do gelo é 0,55 cal/g°C e o do
vapor d’água é 0,50 cal/g°C.

Tabela 2 – Calores específicos

Substância J/kg ? K cal/g ? °C


Massas iguais
Água 4 186 1,00
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA

Água
Gelo 2,3 ? 103 0,55
Vapor d’água 2,1 ? 10 3
0,50
Ferro
Alumínio 897 0,21
Vidro 0,84 ? 103 0,20 Chamas iguais
Ferro 449 0,11
FRENTE A
Latão 0,39 ? 103 0,094 Quando dois corpos de massas iguais
recebem iguais quantidades de calor, o
Cobre 385 0,093 de menor calor específico sofrerá maior
Prata 235 0,056 elevação de temperatura.
FÍSICA

Desafio
Mercúrio 140 0,033 Acesse o Material Comple-
Chumbo 129 0,031 mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.

Calor 19
EXERCÍCIO RESOLVIDO

3 Um bloco de alumínio, cuja massa é m 5 200 g, absorve calor e sua temperatura se eleva de 20 °C para 140 °C. Qual a quantidade
de calor absorvida pelo bloco?

RESOLUÇÃO:
Como já sabemos, essa quantidade de calor pode ser calculada por ΔQ 5 mcΔT. Consultando a tabela 2, encontramos o valor
do calor específico do alumínio: c 5 0,21 cal/g ? °C. A variação de temperatura do bloco foi ΔT 5 140 °C 2 20 °C 5 120 °C. Assim:
ΔQ 5 mcΔT 5 200 ? 0,21 ? 120 ∴ ΔQ 5 5,04 ? 103 cal
Observe que o valor de ΔQ foi expresso em calorias porque tomamos m em gramas, c em cal/g ? °C e Δt em °C. Então:
g ? cal ? °C 5 cal
g ? °C

Se a temperatura do bloco retornasse de 140 °C para 20 °C, ele liberaria 5,04 ? 103 cal de calor, isto é, a mesma quantidade de calor
que absorveu ao ser aquecido.

PARA CONSTRUIR

12 O gráfico representa, aproximadamente, como varia a tem- d) o calor se propaga facilmente na região por condução,
m peratura ambiente no período de um dia, em determinada uma vez que o ar seco é um excelente condutor de ca-
Ene-6
C 1
H-2 época do ano, no deserto do Saara. Nessa região a maior lor. Dessa forma, a energia retida pela areia durante o dia
parte da superfície do solo é coberta por areia e a umidade se dissipa pelo ambiente à noite, causando a queda de
m
Ene-6
C 4 relativa do ar é baixíssima. A água tem maior calor específico do temperatura.
H-2
que a areia, logo, quase não existirá e) a grande massa de areia existente na região do Saara apre-
u (°C) vapor d’água no ar. senta grande mobilidade, causando a dissipação do calor
60
absorvido durante o dia e a drástica queda de temperatu-
50
ra à noite.
40
30 13 (Uerj) Uma pessoa, com temperatura corporal igual a 36,7 °C,
20 m
Ene-5
bebe 0,5 litro de água a 15 °C. Admitindo que a temperatura
C 1
10
2 4
H-2 do corpo não se altere até que o sistema atinja o equilíbrio
0 m térmico, determine a quantidade de calor, em calorias, que a
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 t (h) Ene-6
210 C 1
H-2 água ingerida absorve do corpo dessa pessoa.
220
Dados: utilize calor específico da água 5 1,0 cal/g°C e massa
específica da água 5 1 g/cm3.
A grande amplitude térmica diária observada no gráfico
A quantidade de calor é dada por:
pode, dentre outros fatores, ser explicada pelo fato de que: b ΔQ 5 mcΔT
a) a água líquida apresenta calor específico menor do que o Para encontrar a massa (em gramas), utilizamos a massa específica
da areia sólida e, assim, devido à maior presença de areia da água, 1 g/cm³, que foi dada.
do que de água na região, a retenção de calor no ambien- m
ρ5
V
te torna-se difícil, causando a drástica queda de tempera- m5ρ?V
tura na madrugada. g
m 51 ? 500 cm3
b) o calor específico da areia é baixo e, por isso, ela esquen- cm3
ta rapidamente quando ganha calor e esfria rapidamente m 5 500 g
quando perde. A baixa umidade do ar não retém o calor em que ρ é a densidade e V, o volume (em cm3).
perdido pela areia quando ela esfria, explicando a queda Logo,
ΔQ 5 mcΔT
de temperatura na madrugada.
ΔQ 5 500 ? 1 ? (36,7 2 15)
c) a falta de água e, consequentemente, de nuvens no am- ΔQ 5 10 850 cal
biente do Saara intensifica o efeito estufa, o que contribui
para uma maior retenção de energia térmica na região.

20 Calor
14 Suponha que dois blocos, A e B, ambos de zinco, tenham 16 Um bloco de cobre, de massa m 5 200 g, é aquecido de 30 °C
massas mA e mB, tais que mA . mB. m
Ene-6
até 80 °C.
C 1
H-2 a) Qual a quantidade de calor que foi cedida ao bloco?
a) O calor específico de A é maior, menor ou igual ao de B?
m Essa quantidade de calor é dada por ΔQ  5  mcΔT, em
Como os dois blocos são feitos do mesmo material, o calor Ene-5
C 1 que m  5  200  g, c  5  0,093  cal/g? °C (obtido da tabela 2) e
H-2
ΔT 5 80 °C 2 30 °C 5 50 °C.
específico de A é igual ao de B.
Então: ΔQ 5 mcΔT 5 200 ? 0,093 ? 50 [ ΔQ 5 930 cal.
Deve-se notar que, sendo o valor de c expresso em cal/g? °C, de-
vemos expressar m em gramas e ΔT em °C para obter ΔQ em cal.
b) A capacidade térmica de A é maior, menor ou igual à de B?
De c 5 C temos C 5 c ? m. Como o valor de c é o mesmo
m
para os dois blocos e mA . mB, concluímos que CA . CB.

b) Se fornecermos a esse bloco 186 cal de calor, de quanto


c) Se A e B sofrerem o mesmo abaixamento de temperatura, se elevará sua temperatura?
De ΔQ 5 mcΔT obtemos:
qual deles liberará maior quantidade de calor? Q 186
Q T5 5 ∴ T 5 10 °C
De C 5 obtemos ΔQ 5 C ? ΔT. Como o valor de ΔT é o mesmo mc 200 ? 0,093
T
para os dois blocos, vemos que vai absorver ou liberar maior
quantidade de calor aquele que tiver maior capacidade térmica
(o bloco A).

15 (Uesc-BA) Considere uma barra de liga metálica, com densidade 17 (EEWB-MG) Um forno de micro-ondas produz ondas eletro-
m
Ene-6
linear de 2,4 ? 1023 g/mm, submetida a uma variação de tempe- m magnéticas que aquecem os alimentos colocados no seu in-
C 1 Ene-6
C 1
H-2 ratura, dilatando-se 3,0 mm. Sabendo-se que o coeficiente de H-2 terior ao provocar a agitação e o atrito entre suas moléculas.
m dilatação linear e o calor específico da liga são, respectivamen- m Se colocarmos no interior do forno um copo com 250  g de
Ene-5 Ene-5
C 1
H-2 te, iguais a 2,0 ? 1025 C21 e a 0,2 cal/g°C, a quantidade de calor C 1
H-2 água a 15 °C, quanto tempo será necessário para aquecê-lo a
absorvida pela barra nessa dilatação é igual, em cal, a: e 80 °C? Suponha que as micro-ondas produzam 13 000 cal/min
a) 245,0. na água e despreze a capacidade térmica do copo.
b) 132,0. Dado: calor específico sensível da água: 1,0 cal/g°C. d
c) 120,0. a) 1,25 s
d) 80,0. b) 25,0 s
e) 72,0. c) 50,0 s
A densidade linear (λ) é dada por:
m
d) 75,0 s
λ5 O calor recebido pela água vindo do forno fornece potência:
L0
Q
em que m é a massa e L0 é o comprimento da barra. P5
t
Relacionando a fórmula do coeficiente de dilatação linear e a de m?c ? T
t5
capacidade térmica, temos: P
Q 5 mc T
L 5 αL0 T } Q
L
5
mc T
αL0 T
t5
250 ? 1 ? ( 80 2 15 )
13000
Q m c Q c t 5 1,25 min
5 ? 5λ t 5 75 s
L L0 α L α
c 0,2
Q5λ L Q 5 2,4 ? 1023 ? ?3
α 2,0 ? 1025

FRENTE A
∴ Q 5 72 cal
FÍSICA

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 8 a 11 Para aprimorar: 10 a 16

Calor 21
TRABALHO EM UMA VARIAÇÃO DE VOLUME
O que é um sistema
A palavra sistema é usada, na Física, para designar um corpo (ou um conjunto de corpos) sobre
o qual fixamos nossa atenção a fim de estudá-lo. Tudo aquilo que não pertencer ao sistema, isto é, o
resto do universo, denomina-se vizinhança do sistema.
Um sistema pode trocar energia com a sua vizinhança sob a forma de calor ou pela realização
de trabalho. Realmente, se há uma diferença de temperatura entre o sistema e a vizinhança, certa
quantidade, Q, de calor poderá ser transferida de um para o outro (fig. 11).
Sistema T1 , T2 T1 . T2

T1 Q Sistema Vizinhança
T1
T2

GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
ILUSTRAÇÕES: AVITS ESTÚDIO
Q T2

Fig. 11 – Um sistema pode trocar Vizinhança


energia com a vizinhança sob a
forma de calor.

Além disso, o sistema pode se expandir, vencendo uma pressão externa e, portanto, realizando
trabalho sobre a vizinhança (fig. 12-A) ou, ainda, o sistema pode ter o seu volume reduzido, com a
realização de um trabalho da vizinhança sobre ele (fig. 12-B).
τ Nas seções anteriores, já analisamos as trocas de calor entre um sistema e sua vizinhança. Nesta
τ
seção, será analisado o trabalho realizado nas variações de volume do sistema e, na seção seguinte,
estudaremos a primeira lei da Termodinâmica, que estabelece uma relação entre essas energias que
um sistema pode trocar com a sua vizinhança.

Trabalho realizado em uma expansão


Para simplificar nosso estudo, consideraremos como sistema um gás ideal, encerrado em um
cilindro provido de um êmbolo (pistão) que pode se deslocar livremente.
Suponha que o gás se encontre em um estado inicial i, ocupando um volume Vi (fig. 13). Em
Sistema Sistema virtude da pressão do gás, ele exerce uma força F &sobre o pistão que, estando livre, desloca-se de uma
distância ΔS. Assim, o gás se expandiu até o estado final f, em que o seu volume é Vf , e realizou um
A B trabalho τ. Se a pressão, p, do gás permanecer constante (transformação isobárica), o valor da força
F&também será constante durante a expansão e o trabalho, τ, realizado pelo gás, pode ser facilmente
Fig. 12 – Um sistema pode trocar energia calculado. De fato, para esse caso (força constante e no mesmo sentido do deslocamento), temos:
com a vizinhança por meio da realização
de trabalho.
τ 5 F ? ΔS
Mas F 5 pA, em que A é a área do pistão (fig. 13). Então:
τ 5 p ? A ? ΔS
AVITS ESTÚDIO
GRÁFICO/ARQUIVO
DA EDITORA

Fig. 13 – Quando um gás se F&


A
expande isobaricamente, o
trabalho que realiza é dado
( )
por τ 5 p Vf 2 Vi . i
ΔS
f

Observe, porém, que A ? ΔS é o volume “varrido” pelo pistão durante a expansão, que é igual à
Desafio variação do volume do gás, isto é, A ? ΔS 5 Vf 2 Vi. Logo,
Acesse o Material Comple- τ 5 p(Vf 2 Vi)
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.
Portanto, essa expressão nos permite calcular o trabalho que um gás realiza, ao sofrer uma
variação de volume, sob pressão constante.

22 Calor
EXERCÍCIO RESOLVIDO

4 Suponha que, na figura 13, o gás se expandiu, exercendo uma pressão constante p 5 2,0 atm, desde o volume Vi 5 200 cm3 até o
volume Vf 5 500 cm3. Qual o trabalho realizado pelo gás nessa expansão?

RESOLUÇÃO:
Como se trata de uma expansão isobárica, esse trabalho é dado por:
τ 5 p(Vf 2 Vi)
Para obtermos o valor de τ em joules, isto é, no Sistema Internacional, devemos expressar p em N/m2 e os volumes em m3. Consi-
derando 1 atm 5 1,01 ? 105 N/m2, então:
p 5 2,0 atm 5 2,02 ? 105 N/m2
Sendo 1 cm3 5 1026 m3, obtemos:
Vi 5 200 cm3 5 2,00 ? 1024 m3 e
Vf 5 500 cm3 5 5,00 ? 1024 m3
Logo:
τ 5 p(Vf 2 Vi) 5 2,02 ? 105(5,00 ? 1024 2 2,00 ? 1024)
τ 5 60,6 J

Trabalho positivo e trabalho negativo


A expressão τ 5 p(Vf 2 Vi) pode ser usada, também, para calcular o trabalho realizado quando
o gás é comprimido isobaricamente. Na expansão, como Vf . Vi, a diferença Vf 2 Vi é positiva e
o trabalho realizado é positivo. Nesse caso, dizemos que o trabalho foi realizado pelo sistema.
Quando ocorre uma compressão do gás, o volume final é menor do que o inicial e Vf 2 Vi será
negativo, acarretando um trabalho também negativo. Nessas condições, dizemos que o trabalho
foi realizado sobre o sistema. Assim, no exercício que acabamos de resolver, o gás realizou um
trabalho positivo, de 60,6 J, ao se expandir. Se ele fosse comprimido, sob a mesma pressão, voltando
ao volume inicial, diríamos que o trabalho realizado foi de 260,6 J, ou que foi realizado, sobre o gás,
um trabalho de 60,6 J.
De maneira geral, sempre que um sistema aumenta de volume (trabalho positivo) dizemos que
ele realiza trabalho e, quando seu volume é reduzido (trabalho negativo), dizemos que um trabalho
foi realizado sobre ele. Se o volume do sistema for mantido constante (transformação isovolumé-
trica), o sistema não realiza trabalho, nem trabalho é realizado sobre ele, isto é, τ 5 0. De fato, se o
volume permanece constante, não há deslocamento e, como sabemos, nessas condições não há
realização de trabalho.

PARA CONSTRUIR

18 Suponha, na figura 13, que o gás se expandiu sob pressão b) Calcule o trabalho realizado pelo gás usando a expressão
m constante p 5 3,0 ? 10 N/m . Considerando a área do pistão
5 2 τ 5 F ? ΔS.
Ene-6
C 1
A 5 5,0 ? 1022 m2 e que ele tenha se deslocado uma distância Para obter o resultado no SI, devemos expressar ΔS em metros:
H-2
ΔS 510 cm 5 0,10 m. Logo: FRENTE A
ΔS 5 10 cm, responda:
m
Ene-5 τ 5 F ? ΔS 5 1,5 ? 104 ? 0,10
a) Qual o valor da força F &que o gás exerce sobre o pistão?
C 1
H2
-
∴ τ 5 1,5 ? 103 J
F
Da definição de pressão, p 5 , vem:
A
FÍSICA

F 5 p ? A 5 (3,0 ? 105) ? (5,0 ? 1022)


[ F 5 1,5 ? 104 N

Calor 23
19 Considere a situação descrita no exercício anterior. 21 Observando a figura 12-B, que representa um gás sendo
comprimido, responda, para esse caso, às mesmas questões
a) Qual foi a variação de volume (Vf 2 Vi) que o gás sofreu ao
m m
Ene-6 Ene-5
C 1 C 7
H-2 H-1 do exercício anterior.
se expandir?
m
Ene-5
Como se pode perceber analisando a figura 13, a variação do m
Ene-6 a) Como o gás foi comprimido, temos Vf , Vi e, então, a variação do
C 1
H-2 volume do gás, (Vf – Vi), é dada por: C 1
H-2
Vf – Vi 5 A ? ΔS 5 5,0 ? 10–2 ? 0,10 volume foi negativa.
[ Vf – Vi 5 5,0 ? 10–3 m3 b) Como a variação do volume foi negativa, o trabalho realizado
também foi negativo.
c) Quando há uma diminuição do volume do sistema, dizemos que o
b) Calcule o trabalho realizado pelo gás usando a expressão trabalho foi realizado sobre o sistema.
τ 5 p(Vf 2 Vi).
τ 5 p(Vf 2 Vi) 5 (3,0 ? 105) ? (5,0 ? 1023) ∴ τ 5 1,5 ? 103 J

c) A resposta obtida no item b coincide com a resposta do


22 Suponha que, após a expansão, o gás do exercício 18 tenha
exercício anterior?
m
Ene-6
sido comprimido, conservando a mesma pressão, até retor-
Em ambos os casos obtivemos o mesmo valor para o C 1
H-2 nar ao seu volume inicial.
trabalho τ realizado pelo gás.
a) Qual o trabalho realizado nessa compressão?
20 Como vimos, a figura 12-A mostra um sistema construído por O trabalho terá o mesmo valor numérico daquele realizado na
m
Ene-5
um gás em expansão. Observando essa figura, responda: expressão. Mas, como houve uma diminuição do volume do
C 7
H-1 a) A variação de volume do gás foi positiva, negativa ou gás, o trabalho será negativo. Logo, temos: τ 5 21,5 ? 103 J.
m
Ene-6
nula?
C 1
H-2 Como o gás se expandiu, temos Vf . Vi , e a variação do volume

foi positiva.

b) Então, o trabalho realizado foi positivo, negativo ou nulo?


Como a variação do volume foi positiva, o trabalho realizado
foi positivo.
b) Esse trabalho foi realizado pelo gás ou sobre ele?
c) Nesse caso, dizemos que o trabalho foi realizado pelo sis- Como o gás foi comprimido, dizemos que o trabalho foi realizado
tema ou sobre ele? sobre ele.
Quando há um aumento do volume do sistema, dizemos que
o trabalho foi realizado pelo sistema.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 12 Para aprimorar: 17 e 18

A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA


Energia interna
Vimos que a energia interna de um corpo representa a soma das diversas formas de energia
que os átomos e moléculas desse corpo possuem. De modo geral, quando estamos estudando um
sistema qualquer, a energia interna desse sistema, que representaremos por U, nada mais é do que a
energia total existente em seu interior.
Quando um sistema vai de um estado inicial i a outro estado final, f, ele geralmente troca ener-
gia com a sua vizinhança (absorve ou libera calor e realiza ou recebe trabalho). Consequentemente,
sua energia interna sofre variações, passando de um valor inicial Ui para um valor final Uf , ou seja, a
energia interna varia de:

ΔU 5 Uf 2 Ui

24 Calor
A primeira lei da Termodinâmica
Consideremos um sistema, como o gás da figura 14-A, ao qual fornecemos uma quantidade de
calor Q 5 100 J. Naturalmente, essa energia é acrescentada ao interior do sistema e, pelo princípio
de conservação da energia, tenderia a provocar um aumento ΔU 5 100 J na sua energia interna.
Entretanto, suponha que, ao mesmo tempo que isso ocorre, o sistema também tenha se expandido,
realizando um trabalho τ 5 30 J sobre a vizinhança (fig. 14-A).
Esse trabalho é feito com a utilização de energia interna do sistema, a qual, portanto, tende a de-
crescer de 30 J. Assim, se a energia interna tende a aumentar de 100 J (calor absorvido) e a diminuir de
30 J (trabalho realizado), será observada uma variação, ΔU, da energia interna do sistema, cujo valor é:
ΔU 5 100 J 2 30 J [ ΔU 5 70 J
Generalizando, se um sistema absorve uma quantidade de calor Q e realiza um trabalho τ A B

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


(fig. 14-B), o princípio de conservação da energia nos permite concluir que sua energia interna τ
30 J
sofrerá uma variação ΔU, dada por:
ΔU 5 Q 2 τ
Essa expressão poderá ser usada mesmo quando o sistema ceder calor à vizinhança, mas, nesse
caso, deve-se atribuir a Q um sinal negativo, pois a liberação de calor contribui para diminuir a ΔU 5 100 J 2 30 J ΔU 5 Q 2 τ
energia interna do sistema. Quando o trabalho é realizado sobre o sistema, a relação ΔU 5 Q 2 τ
continua válida, devendo-se lembrar que, agora, τ é negativo, como vimos na seção anterior. 100 J Q
Essas considerações que acabamos de fazer, com base no princípio de conservação da energia,
constituem, essencialmente, o conteúdo da primeira lei da Termodinâmica, uma das leis fundamen-
tais da Física e que pode ser enunciada como:

Fig. 14 – Quando um sistema absorve


Primeira lei da Termodinâmica (conservação da energia) uma quantidade de calor Q e realiza um
trabalho τ, a variação de sua energia
Quando uma quantidade de calor Q é absorvida (Q positivo) ou cedida (Q negativo) interna é ΔU 5 Q 2 τ.
por um sistema e um trabalho τ é realizado por esse sistema (τ positivo) ou sobre ele (τ
negativo), a variação da energia interna, ΔU, do sistema é dada por:
ΔU 5 Q 2 τ

EXERCÍCIO RESOLVIDO

5 Suponha que um sistema passe de um estado a outro, tro- Esse resultado nos diz que a energia interna do sistema
cando energia com a sua vizinhança. Calcule a variação de aumentou de 218 J.
energia interna do sistema nos seguintes casos: b) Como no caso anterior, Q 5 100 cal 5 418 J e é positivo.
a) O sistema absorve 100 cal de calor e realiza um trabalho Entretanto, temos agora τ 5 2200 J, pois o trabalho foi
de 200 J. realizado sobre o sistema. Assim:
b) O sistema absorve 100 cal de calor e um trabalho de 200 J ΔU 5 Q 2 τ 5 418 2 (2200) ∴ ΔU 5 618 J
é realizado sobre ele. Portanto, a energia interna sofreu um acréscimo de 618 J,
c) O sistema libera 100 cal de calor para a vizinhança e um uma vez que tanto o calor fornecido ao sistema (418  J)
trabalho de 200 J é realizado sobre ele. quanto o trabalho realizado sobre ele (200 J) representam
RESOLUÇÃO: quantidades de energia transferidas para o sistema.
a) A variação da energia interna é dada pela primeira lei da c) Temos, nesse caso, Q 5 2100 cal 5 2418 J e τ 5 2200 J,
FRENTE A
Termodinâmica, isto é: pois o calor foi cedido pelo sistema e o trabalho foi realiza-
ΔU 5 Q 2 τ do sobre ele. Logo:
Nesse caso, temos Q 5 100 cal 5 418 J (pois 1 cal 5 ΔU 5 Q 2 τ 5 2418 2 (2200) ∴ ΔU 5 2218 J
5 4,18 J) e seu sinal é positivo, porque se trata de calor
FÍSICA

Vemos que a energia interna do sistema diminuiu de


absorvido pelo sistema. O valor τ 5 200 J também é po- 218 J. Esse resultado poderia ser previsto, pois o siste-
sitivo, porque o trabalho foi realizado pelo sistema. Então: ma perdeu 418 J sob a forma de calor e recebeu apenas
ΔU 5 418 2 200 ∴ ΔU 5 218 J 200 J pelo trabalho realizado sobre ele.

Calor 25
PARA CONSTRUIR

23 Quando um sistema troca energia com sua vizinhança: b) Calcule a variação de energia interna que o sistema expe-
m rimentou.
Ene-5 a) se o sistema absorver calor, sua energia interna tenderá a au-
C 8 Essa variação é dada por ΔU 5 Q 2 τ. Como o calor foi absorvido
H-1
mentar ou a diminuir? Então, nesse caso, em ΔU 5 Q 2  τ, pelo sistema, Q é positivo (Q 5 210 J). Sendo o trabalho realiza-
m
Ene-6 Q deverá ser positivo ou negativo? do pelo sistema, teremos τ também positivo (τ 5 320 J). Então:
C 1
H-2 ΔU 5 Q 2 τ 5 210 2 320 ∴ ΔU 5 2110 J.
A energia interna tenderá a aumentar. Então, a colaboração
de Q na equação deve ser tal que tenda a tornar ΔU positivo.
Logo, Q deve ser positivo. c) Interprete, como foi feito no exercício resolvido 5, o signi-
ficado da resposta do item b.
b) se o sistema liberar calor, sua energia interna tenderá a Como o trabalho realizado pelo sistema foi superior em 110 J
aumentar ou a diminuir? Então, em ΔU 5 Q 2 τ, Q deverá ao calor que ele absorveu, a energia interna do sistema
ser positivo ou negativo? diminuiu de, exatamente, 110 J.
A energia tenderá a diminuir. Então, Q deve colaborar
para tornar ΔU negativo. Portanto, Q deve ser negativo.
26 (UFJF-MG) A figura abaixo mostra o diagrama P 3 V para o
m
Ene-6
ciclo de um sistema termodinâmico contendo um gás ideal
C 1
24 Considere novamente o sistema do exercício anterior: H-2 monoatômico.
m
Ene-5 a) Se o sistema realizar trabalho, sua energia interna tenderá m
Ene-6 Dado: 1 atm 5 105 N/m2.
C 8 C 5
H-1 a aumentar ou a diminuir? Então, em ΔU 5 Q 2 τ, deve- H-2
P (atm)
m
Ene-6
remos considerar τ positivo ou negativo?
C 1 A B
H-2 Para realizar um trabalho, o sistema utiliza parte de sua energia 3,0

interna, a qual, então, tende a diminuir. Assim, τ deve colaborar


E
para tornar ΔU negativo e, como na equação ΔU 5 Q 2 τ o 2,0
F
sinal que precede τ é negativo, o valor de τ deverá ser positivo.
1,0
D C
b) Se for realizado trabalho sobre o sistema, sua energia
interna tenderá a aumentar ou a diminuir? Então, em 0 0,02 0,04 0,06 V (m3)
ΔU 5 Q 2 τ, deveremos considerar τ positivo ou negativo?
Quando um trabalho é realizado sobre um sistema, estamos
a) Calcule o trabalho total, em joules, realizado pelo gás no
transferindo energia para ele e, assim, sua energia interna tende ciclo completo.
a aumentar. Então, τ deve colaborar para tornar ΔU positivo e, O trabalho é dado pela área do ciclo. Logo, temos:
τ 5 [( 0,06 2 0,02)( 3,0 2 2,0 ) 1 ( 0,06 2 0,04 )( 2,0 2 1,0 )] ? 105
como na equação ΔU 5 Q 2 τ o sinal que precede τ é negativo,
τ 5 [ 0,04 + 0,02] ? 105
o valor de τ deverá ser negativo. τ 5 0,06 ? 105
τ 5 6 kJ

25 Um sistema sofre uma transformação na qual absorve


m
Ene-6
50  cal de calor e se expande, realizando um trabalho de
C 1 b) Calcule a variação da energia interna, em joules, no per-
H2
- 320 J.
curso AB.
m
Ene-5 a) Qual é, em joules, o calor absorvido pelo sistema? (Consi- Transformação isobárica. Para calcular a energia interna:
C 1 3
H-2 dere 1 cal 5 4,2 J.) U AB 5 P V AB
2
Temos: Q 5 50 cal 5 50 ? 4,2 J 5 210 J
3
U AB 5 ? 3 ? 105 ? 0,04
2
U AB 5 18 kJ

26 Calor
c) Qual é a quantidade de calor, em joules, trocada pelo sis- 28 Um gás é comprimido sob uma pressão constante p 5 5,0 ?
tema no percurso AB? m ? 104 N/m2, desde um volume inicial Vi 5 3,0 ? 1023 m3 até um
Segundo a primeira lei da Termodinâmica, para a transformação Ene-6
C 1
AB temos: H-2 volume final Vf 5 1,5 ? 1023 m3.
U AB 5 Q AB 2 τ AB m
Ene-5
C 1
a) Houve trabalho realizado pelo gás ou sobre o gás?
Q AB 5 U AB 1 P ? V AB H-2
Como o gás foi comprimido, dizemos que o trabalho foi realizado
Q AB 5 18 kJ 1 3 ? 105 ? 0,04
Q AB 5 30 kJ sobre ele.

b) Calcule esse trabalho.


27 (Udesc) O gráfico a seguir mostra a variação do volume de Como p permaneceu constante, podemos usar a expressão
m um gás perfeito, em função da temperatura. A transformação τ 5 p ( Vf 2 Vi ) .
Ene-6
C 1 Uma vez que as grandezas já estão expressas no SI, temos:
H-2 entre os estados A e B ocorre à pressão constante de 105 N/m2,
τ 5 p ( Vf 2 Vi ) 5 5,0 ? 104 ? (1,5 ? 1023 2 3,0 ? 1023 ) ∴ τ 5 275 J
m e a energia interna do gás aumenta em 1 000 J. Durante a
Ene-6
C 5
H-2 transformação entre os estados B e C, o gás recebe calor.
V (1024 m3)

80
B C
60

40

20 A
c) Se o gás liberou 100 J de calor, determine a variação de
0 200 400 600 T (K)
sua energia interna.
Como Q 5 2100 J (calor liberado),
Calcule: U 5 Q 2 τ 5 2100 2 (275 ) ∴ U 5 225 J

a) a quantidade de calor recebida pelo gás entre os estados


A e B;
A quantidade de calor recebida pelo gás entre os estados A e B
é dada por:
Q 5 ΔU 1 τ
Q 5 p ? ΔV 1 1 000 J
Q 5 105 ? (70 2 20) ? 1024 1 1 000 5 500 1 1 000 5 1 500 J

29 (UEM-PR) Sobre o consumo e a transformação da energia, dê


m
Ene-5
a soma da(s) proposição(ões) correta(s). 01 1 08 1 16 5 25
C 8
H-1 (01) Ao realizar exercícios físicos, é possível sentir a tempe-
b) o trabalho realizado sobre o gás entre os estados B e C; m
Ene-6
ratura do corpo aumentar. Isso ocorre porque as célu-
C 1
O trabalho é igual a zero, pois não há variação de volume. H-2 las musculares estão se contraindo e, para isso, estão
realizando várias reações exergônicas (exotérmicas).
(02) Durante o processo de combustão biológica, a ener-
gia é liberada de uma só vez, na forma de calor, que é
entendido como uma forma de energia em trânsito.
(04) Os organismos autótrofos, como algas e plantas, con-
c) o valor da pressão do gás no estado C. seguem transformar a energia química do ATP em
Como o volume é constante na transformação B-C (isocórica),
energia luminosa, obedecendo à lei da conservação
FRENTE A
pela lei geral dos gases temos:
P1 P da energia.
5 2
T1 T2 (08) A transformação da energia química do ATP em ener-
105 P
5 2 gia mecânica, como na contração muscular em um
350 700
mamífero, obedece à primeira lei da Termodinâmica.
FÍSICA

P2 5 2 ? 105 N / m2
(16) De acordo com a primeira lei da Termodinâmica, po-
de-se dizer que o princípio da conservação da ener-
gia é válido para qualquer sistema físico isolado.

29. (02) Afirmativa incorreta, pois a energia é liberada de forma gradual durante o processo de combustão biológica.
(04) Afirmativa incorreta, pois os autótrofos armazenam energia no ATP gerada a partir da transformação da energia luminosa em energia química.
Calor 27
APLICAÇÕES DA PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Após ter sido estudada a primeira lei da Termodinâmica, vamos agora aplicá-la a algumas si-
tuações particulares, para obter informações sobre a energia interna de um sistema nessas situações.

Transformação adiabática
Considere um gás encerrado em um cilindro, cujas paredes são feitas de um material isolante
térmico (fig. 15). Em virtude disso, se esse gás se expandir (ou for comprimido), ele não poderá ceder
nem receber calor da vizinhança. Uma transformação como essa, em que o sistema não troca calor
com a vizinhança, isto é, na qual Q 5 0, é denominada transformação adiabática.
Quando um gás sofre uma expansão (ou compressão) rápida, mesmo que as paredes do re-
cipiente não sejam isolantes, essa transformação pode ser considerada adiabática. Realmente, se a
transformação é muito rápida, a quantidade de calor que o sistema poderá ceder ou absorver é muito
pequena e, assim, podemos considerar Q 5 0.
Isolante

Fig. 15 – Quando um gás se


expande rapidamente ou em um
volume com isolação térmica, ele
realiza trabalho, mas não recebe
nem libera calor (dizemos que a
transformação foi adiabática).

Aplicando a primeira lei da Termodinâmica, Q 5 ΔU 1 τ, a uma transformação adiabática,


como Q 5 0, temos:
ΔU 5 2τ
Analisemos esse resultado. Supondo que o gás tenha se expandido, o trabalho τ que ele reali-
zou, como sabemos, é positivo. Então, a expressão anterior nos mostra que ΔU será negativo, isto é,
a energia interna do sistema diminuiu.
Uma diminuição na energia interna de um gás acarreta um abaixamento de sua temperatura.
Logo, quando um gás se expande adiabaticamente, sua temperatura diminui. Podemos constatar
esse fato deixando um gás comprimido se expandir rapidamente (transformação adiabática) e ob-
servando que ele realmente se resfria (fig. 16).
20 °C
3 atm

15 °C
Fig. 16 – Em uma expansão 1 atm
adiabática, a energia interna do
gás diminui e, portanto, há uma
diminuição em sua temperatura.

Suponha agora que o sistema tenha sido comprimido. Nesse caso, como sabemos, τ é negativo.
Da expressão ΔU 5 2τ, concluímos que ΔU será positivo, isto é, a energia interna do gás aumenta
e, consequentemente, haverá um aumento em sua temperatura. Você poderá verificar esse efeito se
tampar, com um de seus dedos, a saída de ar de uma bomba de encher pneu e comprimir rapida-
mente o pistão (compressão adiabática): com o dedo você perceberá a elevação de temperatura do
ar que foi comprimido no interior da bomba (fig. 17).

Fig. 17 – Em uma compressão rápida (adiabática), a


energia interna do gás aumenta e há, portanto, uma
elevação em sua temperatura.

28 Calor
Em um motor de explosão, no segundo tempo, quando a mistura gasosa (gasolina e ar) é
comprimida rapidamente (compressão adiabática), sua temperatura se eleva consideravelmen-
te. Isso pode provocar a explosão da mistura antes de a vela produzir a centelha (pré-ignição),
causando distúrbios no funcionamento do motor. Em um motor a diesel, essa elevação de tem-
peratura é tão grande que a ignição da mistura sempre ocorre, sem a necessidade da centelha.
Por isso, um motor a diesel não precisa de velas para seu funcionamento.
Vela
Válvula de entrada de ar

Injetor de combustível

Válvula de escape

Cilindro

Pistão

Barra

Manivela
EXPERIMENTANDO

Procure realizar a experiência mostrada na figura. Coloque uma de suas mãos nas
proximidades de sua boca e, com esta aberta, sopre sobre a mão. Em seguida, sopre
sobre a mão com a boca quase fechada. Você percebe a diferença de temperatura
nas duas situações? Essa diferença ocorre porque, no segundo caso, o gás sofre uma
expansão rápida (adiabática) ao passar pela boca quase fechada. Consequentemente,
há uma queda em sua temperatura.

FRENTE A
Transformação isotérmica
A figura 18 mostra um gás absorvendo uma quantidade de calor Q e se expandindo, realizando
um trabalho τ. Se o trabalho que o gás realiza for igual ao calor que ele absorve, isto é, se Q 5 τ,
FÍSICA

teremos, pela primeira lei da Termodinâmica:


U 5 Q 2 τ ∴ U 5 0, ou seja, U 5 constante
O fato de a energia interna permanecer constante indica que a temperatura também não sofreu
alteração e, portanto, o gás se expandiu isotermicamente. Aprendemos que, para um gás se expandir

Calor 29
isotermicamente, ele deve receber uma quantidade de calor igual ao trabalho que realiza na expansão.
Do mesmo modo, para que um gás seja comprimido sem que a sua temperatura se eleve, ele deve
liberar uma quantidade de calor igual ao trabalho realizado sobre ele.

Temperatura
τ constante

Fig. 18 – Quando um gás se expande isotermicamente, o


trabalho que ele realiza é igual ao calor que ele absorve.

Calor absorvido por um gás


Suponha que massas iguais de um mesmo gás sejam aquecidas, uma delas a volume constante
e a outra a pressão constante (fig. 19). A experiência nos mostra que, para ambas sofrerem a mesma
elevação de temperatura, a quantidade de calor que devemos fornecer a pressão constante é maior
do que aquela que devemos fornecer a volume constante (Qp . QV na figura 19). A primeira lei da
Termodinâmica nos permite entender esse resultado, como veremos a seguir.
A B

ΔT ΔT

τ50 τ

QV Qp
Fig. 19 – Na experiência ilustrada V 5 constante p 5 constante
na figura temos Qp . QV.

O aumento da energia interna foi o mesmo para as duas massas gasosas, pois ambas experi-
mentaram a mesma elevação de temperatura. Na figura 19-A, o gás não realizou trabalho, porque
seu volume permaneceu constante. Então, pela primeira lei da Termodinâmica, como τ 5 0, teremos
ΔU 5 5 QV , isto é, todo o calor absorvido foi usado para provocar o aumento da energia interna.
Na transformação isobárica (fig. 19-B), o gás se expande e, portanto, realiza um trabalho τ. Então,
o calor, Qp , fornecido ao gás, é usado para provocar o aumento da energia interna e para realizar esse
trabalho. Assim, é claro que, para provocar a mesma elevação de temperatura (mesma variação de
energia interna), será necessário fornecer maior quantidade de calor a pressão constante do que a
volume constante.

Calorímetro
O calorímetro é um aparelho usado na medida do calor trocado entre corpos colocados em
seu interior, podendo-se obter, como resultado dessa medida, o calor específico de uma substância
qualquer envolvida na experiência.
A figura 20 apresenta um tipo comum de calorímetro. Ele consiste, essencialmente, em um
recipiente interno, de paredes espelhadas, envolvido por outro recipiente fechado, de paredes iso-
lantes. Com esses cuidados, consegue-se isolar termicamente o interior do calorímetro, impedindo

30 Calor
a entrada ou a saída de calor (como em uma garrafa térmica). Comumente, o calorímetro contém Termômetro
Agitador
um líquido (água, em geral) e é provido de dois acessórios: um termômetro e uma haste destinada a
agitar o líquido para se obter rapidamente o equilíbrio térmico da mistura colocada em seu interior.
Quando um ou mais corpos são colocados no interior de um calorímetro, sendo suas tempe-
raturas diferentes da temperatura dos corpos aí existentes, haverá troca de calor entre eles, até que o
equilíbrio térmico seja alcançado. Como já vimos, não há entrada nem saída de calor do calorímetro.
Então, pelo princípio de conservação da energia, concluímos que, após ser atingido o equilíbrio térmico:

o calor total liberado pelos corpos que se esfriaram é igual ao calor total absorvido pelos corpos Isolante Líquido (água)
que se aqueceram.
Fig. 20 – Um tipo comum de calorímetro.

Ou, como se costuma dizer, resumidamente, no interior de um calorímetro, temos:


calor cedido 5 calor absorvido
O uso dessa igualdade nos permite determinar, em um laboratório, os valores de várias grande-
zas térmicas, características de um corpo ou de uma substância, como a capacidade térmica, o calor
específico e outras. O exercício resolvido a seguir mostra como um calorímetro pode ser usado na
determinação do calor específico de uma substância.
Se no interior de um calorímetro os corpos colocados trocam calor, os de maior temperatura
cedem calor aos de menor temperatura, até que seja alcançado o equilíbrio térmico, e a soma dos
calores trocados deve ser:
ΣQ 5 0
Ou seja:
Q1 1 Q2 1 Q3 1 … 1 Qn 5 0
Considerando-se a quantidade de calor recebida QR e a quantidade de calor cedida Qc, se um
corpo cede calor, sem que ocorra mudança de fase (trataremos das mudanças de fase adiante), a sua
temperatura final será menor que a inicial, (ΔT5 Tf 2 Ti), logo, ΔT , 0 e Qc , 0. Da mesma forma,
se um corpo recebe calor, ΔT . 0 e QR . 0:
ΣQc 1 ΣQR 5 0

EXERCÍCIO RESOLVIDO

6 Um calorímetro, cuja capacidade térmica é 42 cal/°C, contém 90 g de água. A temperatura do conjunto é de 20 °C. Coloca-se em seu
interior um bloco de ferro, cuja massa é de 100 g e cuja temperatura é de 85 °C. O termômetro nos mostra que, após ser atingido o
equilíbrio térmico, a temperatura da mistura é de 25 °C. Com os dados dessa experiência, determine o calor específico do ferro.

RESOLUÇÃO:
Observe que o bloco de ferro se esfriou (de 85 °C para 25 °C) enquanto a água e o calorímetro se aqueceram (de 20 °C para 25 °C).
Lembrando que, quando um corpo se aquece ou se esfria, o calor que ele absorve ou libera é dado por ΔQ 5 CΔT ou por
ΔQ 5 mcΔT, podemos escrever:
calor cedido pelo ferro 5 100 ? c ? (85 2 25);
calor absorvido pela água 5 90 ? 1 ? (25 2 20);
calor absorvido pelo calorímetro 5 CΔT 5 42 ? (25 – 20).
Usando a igualdade: FRENTE A
calor cedido 5 calor absorvido
teremos:
100 ? c ? (85 2 25) 5 90 ? 1 ? (25 2 20) 1 42 ? (25 2 20)
FÍSICA

Resolvendo essa equação, obtemos, para o calor específico do ferro:


c 5 0,11 cal
g ? °C

Calor 31
CALOR E ENERGIA MECÂNICA: A EXPERIÊNCIA DE JOULE

Os trabalhos de Rumford e de outros cientistas, no século XIX, mostraram que o calor é uma forma de energia.
Uma vez aceita essa ideia, tornava-se necessário determinar a relação entre certa quantidade de calor e a quantidade equivalente de
outra forma de energia. Em outras palavras, devia-se procurar obter, experimentalmente, a relação entre a unidade de calor (1 caloria) e a
unidade mais comumente empregada para medir qualquer forma de energia (1 joule).
Entre os trabalhos que mais contribuíram para estabelecer que o calor é uma forma de energia, devemos destacar as experiências
do físico inglês James P. Joule. Realizando medidas muito cuidadosas e repetindo-as inúmeras vezes, Joule conseguiu obter, com sucesso,
a relação procurada, isto é, quantos joules de energia mecânica seriam necessários transformar para se obter 1 caloria de energia térmica.
Das diversas experiências realizadas por Joule com essa finalidade, uma delas tornou-se muito conhecida. Joule deixava cair, de
certa altura, um peso conhecido preso a uma corda, de tal maneira que, durante sua queda, um sistema de pás fosse acionado, entrando
em rotação e agitando a água contida em um recipiente isolado termicamente (fig. 21).

Recipiente
contendo
água (isolado
termicamente)

Fig. 21 – O aparato de Joule utilizado para


Pás comparar calor com energia mecânica. Quando
os pesos caem, a energia potencial mecânica é
convertida em calor.

Em virtude do atrito das pás com a água, o peso caía com velocidade praticamente constante, isto é, sua energia cinética se mantinha
invariável. Portanto, a energia potencial perdida pelo peso era integralmente transformada em energia interna da água, devido à agitação
nela provocada pelas pás. Dessa maneira, a temperatura da água sofria uma elevação (de modo semelhante ao que ocorreria se ela estivesse
recebendo calor). Um termômetro adaptado ao aparelho permitia a Joule medir essa elevação de temperatura.
Conhecendo o valor do peso cuja queda acionava as pás e a altura dessa queda, Joule pôde calcular a energia potencial perdida por
esse peso (εp 5 mgh). Por outro lado, sabendo o valor da massa da água no recipiente e tendo medido a elevação de sua temperatura,
foi possível a ele calcular a quantidade de energia térmica transferida à água (ΔQ 5 mcΔT). Comparando esses valores (εp e ΔQ), Joule
conseguiu estabelecer a relação procurada, isto é, quantos joules de energia mecânica equivalem a 1 caloria de calor.
No exemplo numérico seguinte, procuraremos mostrar como esses cálculos foram conduzidos.
Suponha que a experiência de Joule fosse realizada com um peso de massa m 5 6,0 kg, caindo de uma altura h 5 2,0 m, em um
local em que g 5 9,8 m/s2. Para se obter uma sensível elevação na temperatura da água, é necessário deixar o peso cair várias vezes
sucessivas. Considere que, nessa experiência, o peso tenha caído 25 vezes. Então, a energia potencial total perdida pelo peso, nas
quedas, foi:
εp 5 (25)mgh 5 25 ? 6,0 ? 9,8 ? 2,0 ∴ εp 5 2 940 J
A água contida no recipiente, cuja massa era m 5 500 g, sofreu uma elevação de temperatura ΔT5 1,4 °C. Essa elevação de tempe-
ratura seria obtida se a água recebesse a seguinte quantidade de calor:
ΔQ 5 mcΔT 5 500 ? 1,0 ? 1,4 [ ΔQ 5 700 cal
Logo, 2 940 J de energia mecânica equivalem a 700 cal de calor, ou seja:
700 cal 5 2 940 J [1 cal 5 4,2 J Desafio
Esse é o resultado a que chegamos nessa experiência hipotética. Em suas cuidadosas experiên-
cias, Joule obteve 1 cal 5 4,15 J, em excelente concordância com a relação atualmente estabelecida, Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
através de sofisticadas experiências, que nos fornecem 1 cal 5 4,18 J. aprofunde-se no assunto.

32 Calor
PARA CONSTRUIR

30 Como vimos, na figura 16 representamos um gás se expan- 32 (UPF-RS) Uma amostra de um gás ideal se expande dupli-
m
Ene-5
dindo rapidamente. Suponha que o trabalho realizado por m
Ene-6
cando o seu volume durante uma transformação isobárica e
C 7
H-1 ele tenha sido τ 5 250 J. C 1
H-2 adiabática. Considerando que a pressão experimentada pelo
gás é 5 ? 106 Pa e seu volume inicial 2 ? 1025 m3, podemos
m
Ene-6 a) Se a expansão é muito rápida, o que se pode dizer sobre a m
Ene-5
C 1
H2
-
C 1
H2
- afirmar: c
quantidade de calor, Q, que o gás troca com a vizinhança?
a) O calor absorvido pelo gás durante o processo é de 25 cal.
Temos, praticamente, Q 5 0.
b) O trabalho efetuado pelo gás durante sua expansão é de
100 cal.
b) Então, como se denomina essa expansão? c) A variação de energia interna do gás é de 2100 J.
Se Q 5 0, a expansão é denominada expansão adiabática.
d) A temperatura do gás se mantém constante.
e) Nenhuma das anteriores.
A primeira lei da Termodinâmica fornece:
U5 Q2τ
c) Qual a variação ΔU da energia interna do gás? adiabática → Q 5 0
Em ΔU 5 Q 2 τ temos Q 5 0 e τ 5 250 J. Assim, ΔU 5 2250 J. U50 2τ U 5 2 p ( Vf 2 Vi )
U 5 2p ( 2Vi 2 Vi ) U 5 2pVi
U 5 25 ? 106 ? 2 ? 1025 U 5 2100 J
d) Então, a energia interna do gás aumentou, diminuiu ou
não se alterou?
Como ΔU é negativo, concluímos que a energia interna do gás
diminuiu de 250 J. 33 Observe a figura 19. Como foi dito, ela representa massas
m
Ene-5
iguais, de um mesmo gás, sofrendo a mesma elevação de
C 7
H-1 temperatura.
e) Logo, a temperatura do gás aumentou, diminuiu ou não m
Ene-6 a) A variação da energia interna na transformação mostrada
se alterou? C 1
H-2 na figura 19-A é maior, menor ou igual à da transformação
Em virtude da diminuição na energia interna, haverá uma
mostrada na figura 19-B?
diminuição na temperatura do gás.
Como o valor de ΔT foi o mesmo para as duas transformações,
concluímos que o valor de ΔU também tem o mesmo valor

31 Considere a compressão adiabática mostrada na figura 17. para ambas.


m
Ene-5
C 7
H-1
a) A temperatura do gás aumentou? E sua energia interna?
Como foi analisado no texto, na compressão adiabática há um b) Qual o trabalho realizado na transformação da figura 19-A?
m
Ene-6
C 1
aumento tanto na temperatura quanto na energia interna do gás. Como V permanece constante, não há realização de trabalho
H2
-
(τ 5 0).

c) Então, podemos afirmar que o calor QV foi totalmente usa-


b) Houve absorção de calor pelo gás? do para aumentar a energia interna do gás?
Sim, pois ΔU 5 QV 2 τ; com τ 5 0, obtemos ΔU 5 QV.
Como a compressão foi feita rapidamente, não há absorção de
calor pelo gás (compressão adiabática).
d) Na transformação da figura 19-B, o gás realizou trabalho?
Sim, pois o gás se expandiu, empurrando o pistão.
FRENTE A
c) Então, qual foi a causa do aumento de temperatura do
gás? e) Então, podemos dizer que o calor Qp foi totalmente usado
A elevação da temperatura deve-se a um aumento na energia para aumentar a energia interna do gás?
FÍSICA

interna do gás, causado pelo trabalho realizado sobre ele. Não, o calor Qp foi utilizado em parte para realizar o trabalho na

expansão e, em parte, para aumentar a energia interna do gás


(ΔU 5 Qp 2 τ).

Calor 33
f ) Baseado em suas respostas anteriores, você pode concluir 35 (UFU-MG) Para tentar descobrir com qual material sólido
que Qp é maior, menor ou igual a QV? m estava lidando, um cientista realizou a seguinte experiência:
Ene-6
Como ΔU 5 Qp 1 τ e QV 5 ΔU, teremos Qp . QV. C 1
H-2 em um calorímetro de madeira de 5 kg e com paredes adia-
m báticas foram colocados 3 kg de água. Após certo tempo, a
Ene-5
C 1
H-2 temperatura medida foi de 10 °C, a qual se manteve estabi-
34 Um calorímetro, de capacidade térmica desprezível (C 5 0), lizada. Então, o cientista retirou de um forno a 540  °C uma
m
Ene-6
m
Ene-6
contém 50 g de água a 20 °C. Coloca-se, no interior do calo- C 5 amostra desconhecida de 1,25 kg e a colocou dentro do ca-
C 1 H2
-
H-2 rímetro, um bloco de chumbo de 200 g, a uma temperatura lorímetro. Após um tempo suficientemente longo, o cientista
m de 100 °C. Observa-se, depois de um certo tempo, que a tem- percebeu que a temperatura do calorímetro marcava 30 °C e
Ene-5
C 1
H-2 peratura de equilíbrio é de 30 °C. não se alterava (ver figura abaixo).
a) Sendo c o calor específico do chumbo, como podemos Termômetro
expressar o calor perdido por ele?
Observando que o chumbo teve a sua temperatura reduzida de
100 °C para 30 °C, o valor numérico do calor por ele liberado será:
ΔQ 5 mcΔT 5 200 ? c ? (100 2 30).
Água

Recipiente
Material
desconhecido

b) Qual o calor absorvido pelo calorímetro? Material Calor específico (cal/g ? °C)
Como a capacidade térmica do calorímetro é nula (C 5 0), o calor
absorvido por ele é também nulo (ΔQ 5 C ? ΔT 5 0).
Água 1,00
Alumínio 0,22
Chumbo 0,12
Ferro 0,11
Madeira 0,42
Vidro 0,16
c) Qual o calor absorvido pela água?
Os 50 g de água têm sua temperatura elevada de 20 °C para
30 °C. Então, o calor que a água absorveu foi: Sem considerar as imperfeições dos aparatos experimentais
ΔQ 5 mcΔT 5 50 ? 1 ? (30 2 20) ∴ ΔQ 5 500 cal. e do procedimento utilizado pelo cientista, assinale a alter-
nativa que indica qual elemento da tabela acima o cientista
introduziu no calorímetro. d
a) Chumbo c) Ferro
b) Alumínio d) Vidro
• Q50
Qmadeira 1 Qágua 1 Qmaterial 5 0
(mc T)madeira 1 (mc T)água 1 (mc T)material 5 0
d) Usando suas respostas às questões anteriores, calcule o
5 ? 0,42 ? (30 2 10) 1 3 ? 1 ? (30 2 10) 1 1,25 ? c ? (30 2 540) 5 0
calor específico do chumbo.
Como, no calorímetro, temos calor cedido 5 calor absorvido, po- 42 1 60 2 637,5c 5 0
demos dizer que o calor liberado pelo chumbo é igual ao calor 637,5c 5 102
absorvido pela água. c 5 0,16 cal/g ? °C
Então: 200 ? c ? (100 2 30) 5 500 ∴ c 5 0,035 cal/g ? °C.

34 Calor
36 Suponha que em uma repetição da experiência de Joule b) Qual foi a causa da variação da energia interna da água?
m
Ene-6
(veja boxe na página 32) o corpo suspenso tivesse uma Houve transferência de energia para a água por meio do trabalho
C 1
H-2 massa m 5 10 kg e caísse de uma altura h 5 1,5 m (consi- realizado sobre ela.
m dere g 5 10 m/s2).
Ene-5
C 1
H-2 a) Qual o valor da energia mecânica perdida por m durante
a queda?
A energia perdida por m é representada por sua εp na altura h, 38 Ainda em relação à experiência mencionada no exercício 36,
cujo valor é: εp 5 mgh 5 10 ? 10 ? 1,5 ∴ εp 5 150 J. m
Ene-5
suponha que a massa m tenha caído 30 vezes sucessivas e
C 1
H-2 que a massa da água no recipiente seja m 5 400 g. Conside-
m rando 1 cal 5 4,2 J, determine a elevação de temperatura da
Ene-6
b) A energia potencial perdida por m durante a queda é C 1
H2
- água.
transformada em energia cinética de m, em energia inter- A energia total transferida para a água foi:
na da água ou em ambas? Δε 5 30 ? 150 ∴ Δε 5 4,5 ? 103 J
Isso equivale a uma quantidade de calor (em calorias):
Dissemos, no texto, que m cai vagarosamente e com
4,5 ? 103
velocidade constante. Portanto, praticamente toda a εp Q5 ∴ Q 5 1,07 ? 103 cal
4,2
perdida na queda se converte em energia interna da água. Em outras palavras, a água sofre elevação de temperatura ΔT como
se tivesse recebido essa quantidade de calor (na realidade, como
dissemos, não houve absorção de calor pela água).
Assim, de ΔQ 5 mcΔT, vem:
Q 1,07 ? 103
T5 5 ∴ T 5 2,6 °C
mc 400 ? 1,0
37 Considerando a situação descrita no exercício anterior, res-
m
Ene-5
ponda:
C 8
H-1
a) Houve transferência de calor para a água do recipiente
m
Ene-6
C 1
durante a queda de m?
H-2
Deve-se observar que nenhum corpo a uma temperatura
maior do que a da água foi colocado em contato com ela.
Logo, não pode ter havido fluxo de calor para a água.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 13 a 17 Para aprimorar: 19 a 23

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA

PARA PRATICAR

1 a) Verifica-se que a madeira sólida é um isolante térmico pior do que a serragem feita da mesma madeira. Procure uma explicação
m
Ene-1
para esse fato. (Sugestão: o ar é um isolante térmico muito melhor do que a madeira.)
C 3
H- b) Apesar de o ar ser melhor isolante térmico do que a madeira, para retardar a fusão de uma barra de gelo, colocada ao ar livre,
m
Ene-6
costuma-se cobri-la com serragem. Tente explicar esse conhecimento popular.
C 1
H-2

2 A massa total de água existente na Terra vale cerca de 1018 toneladas. Suponha que a temperatura de toda essa água sofresse um
m
Ene-6
abaixamento de apenas 1 °C.
C 1
FRENTE A
H-2 a) Calcule, em calorias, a quantidade de calor que seria liberada nesse processo. Expresse essa quantidade de calor em joules.
m
Ene-5
(Considere 1 cal 5 4 J.)
C 1
H-2 b) Se toda essa quantidade de calor fosse convertida em energia elétrica, durante quantos anos ela poderia ser usada para suprir
a demanda mundial? (O consumo mundial de energia elétrica é de, aproximadamente, 1020 J por ano.)
FÍSICA

3 (Unioeste-SP) Assinale a alternativa INCORRETA.


m
Ene-5
C 8
a) Calor é uma forma de fluxo de energia entre dois corpos com temperaturas diferentes.
H-1 b) A quantidade de calor transferida é proporcional ao inverso da temperatura.
c) Temperatura é associada à energia cinética das moléculas.

Calor 35
d) O calor é transferido do corpo de maior temperatura para gaivota e cera de mel de abelhas. Querendo realizar seu so-
o corpo de menor temperatura. nho de voar próximo ao Sol, ignora os conselhos de seu pai
e) A quantidade de calor transferida depende da capacidade e voa demasiado alto, o que fez com que a cera que prendia
calorífica do material, da massa e da diferença de tempe- suas asas derretesse.
ratura. Que forma de propagação de calor fez com que o Sol derre-
tesse a cera das asas de Ícaro?
4 Considere duas barras, sendo uma de metal e a outra de ma-
a) Condução c) Radiação
m
Ene-6
deira. Uma das extremidades de cada barra é introduzida em
C 1 b) Convecção d) Contato
H-2 uma fornalha.
a) Você conseguiria ficar segurando, por muito tempo, a ou- 7 (UFSM-RS) Em 2009, foi construído na Bolívia um hotel com
tra extremidade da barra de metal? Explique. m
Ene-6
a seguinte peculiaridade: todas as suas paredes são forma-
C 1
b) Por que seria possível segurar a extremidade livre da barra H-2 das por blocos de sal cristalino. Uma das características físicas
de madeira durante um tempo maior? m desse material é sua condutividade térmica relativamente
Ene-5
C 1
H-2 baixa, igual a 6 W/(m ? °C). A figura a seguir mostra como a
5 a) Por que, em uma geladeira, as camadas de ar próximas ao temperatura varia através da parede do prédio.
m
m
Ene-1
congelador, após entrarem em contato com ele, dirigem- Ene-6
C 5
C 3 H2
- T (ºC)
H- -se para baixo?
60
m
Ene-6
b) Se o congelador fosse colocado na parte inferior de uma
C 1
H-2 geladeira, haveria formação das correntes de convecção?
Explique. Interior Exterior
do prédio do prédio
6 (Cefet-RJ)
m 20
Ene-5
C 7
H-1
Tendo a Lua
Composição: Herbert Vianna & Tet Tillett
m
Ene-6
C 1
H-2 Eu hoje joguei tanta coisa fora 0 15 25 x (cm)
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora. Qual é o valor, em W/m2, do módulo do fluxo de calor por
A casa fica bem melhor assim unidade de área que atravessa a parede?
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu a) 125. c) 1 200. e) 3 000.
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz b) 800. d) 2 400.
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu 8 (UEPB) Leia o texto a seguir para responder à questão.
Tendo a Lua aquela gravidade aonde o homem flutua Ene-5
C 7
m Um forno de micro-ondas produz ondas eletromagné-
Merecia a visita não de militares, H-1 ticas de frequência aproximadamente a 2 500 MHz (2,5 ?
m ? 10  Hz) que é gerada por um magnétron e irradiada por
9
Mas de bailarinos n e
E -6
C 1
E de você e eu. H -2 um ventilador de metal, que fica localizado na parte supe-
Eu hoje joguei tanta coisa fora m rior do aparelho, para o interior do mesmo. Através do pro-
Ene-5
C 1
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz H-2 cesso de ressonância, as moléculas de água existentes nos
Cartas e fotografias gente que foi embora. alimentos absorvem essas ondas, as quais fazem aumentar
A casa fica bem melhor assim a agitação das mesmas, provocando assim o aquecimento
Tendo a Lua aquela gravidade aonde o homem flutua dos alimentos de fora para dentro. Veja o esquema abaixo.
Merecia a visita não de militares, Feixe de
Mas de bailarinos micro-ondas
E de você e eu. Ventilador
Magnétron
Tendo a Lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.
“O Céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu” porque
Ícaro, em busca de seus sonhos e “querendo ver o distante”,
encontrou a morte.
Segundo a mitologia grega, ao fugir do labirinto onde vivia o Disponível em: <www.brasilescola.com/fisica/forno-microondas.htm>.
Minotauro, Ícaro utilizou asas artificiais, feitas com penas de Adaptado.

36 Calor
Acerca do assunto tratado no texto, resolva a seguinte si- Nessas condições, calcule a variação de temperatura da
tuação-problema: em um forno de micro-ondas é colocado água após o aquecedor inserido no recipiente ficar ligado
meio litro de água (500 g) a uma temperatura de 30 °C. Supo- por 165 segundos.
nha que as micro-ondas produzem 10 000 cal/min na água e Dados: 1 cal 5 4,2 J; densidade da água do mar 5 103 kg/m3.
despreze a capacidade térmica do copo. Sabendo-se que o
calor específico da água é de 1,0 cal/g°C, o tempo necessário 12 Um gás se expande rapidamente, empurrando o pistom do
para aquecer meio litro de água, em minutos, a uma tempe- m
Ene-5
cilindro que o contém. Assinale as afirmativas corretas:
C 8
ratura de 80 °C, é: H1
-
a) O trabalho realizado pelo gás foi positivo.
a) 4,0. m
Ene-6
b) A energia interna do gás não variou.
C 1
b) 2,5. H-2 c) O gás realiza trabalho usando parte de sua energia interna.
c) 6,0. d) A energia interna diminui de uma quantidade igual ao tra-
d) 8,0. balho realizado pelo gás.
e) 5,0. e) O trabalho realizado pelo gás é igual à quantidade de ca-
lor que ele absorve.
9 (Unimontes-MG) O café é uma bebida cujo consumo se tor-
m
Ene-5
nou um hábito em muitos países do mundo. Existem esta- 13 (UEM-PR) Um cilindro com pistão, contendo uma amostra de
C 8
H-1 belecimentos comerciais especializados e diversos tipos de m
Ene-6
gás ideal, comprime a amostra de maneira que a tempera-
C 1
m máquinas desenhadas para o preparo dessa bebida com H-2 tura, tanto do cilindro com pistão quanto da amostra de gás
Ene-6
C 1
H-2 requinte. Após a seleção dos grãos e a escolha do ponto m ideal, não varia. O valor absoluto do trabalho realizado nes-
Ene-5
adequado de torrefação, conseguem-se realçar atributos e C 1
H-2 sa compressão é de 400 J. Sobre o exposto, dê a soma da(s)
características do produto, percebidos pelo degustador, a proposição(ões) correta(s).
saber: aroma, acidez, corpo, persistência. A intensidade com (01) O trabalho é positivo, pois foi realizado sobre o gás.
que se apresenta cada um desses atributos na composição (02) A transformação é denominada adiabática.
da bebida permite a classificação de diversos tipos de café,
(04) A energia interna do gás aumentou, pois este teve seu
que buscam satisfazer os mais exigentes consumidores. Mui-
volume diminuído.
tas pessoas observam e comentam que o café expresso, cuja
(08) O gás ideal cedeu uma certa quantidade de calor à vizi-
concentração é bem alta, o que torna a bebida bem forte,
nhança.
esfria muito mais rapidamente que o café comum, menos
concentrado. É correto atribuir esse fenômeno a/ao: (16) A quantidade de calor envolvida na compressão de gás
foi de 200 J.
a) um menor calor específico do café expresso em compara-
ção com o café comum. 14 (Unicamp-SP) A boa ventilação em ambientes fechados é
b) uma menor capacidade térmica do café comum em com- m um fator importante para o conforto térmico em regiões
Ene-6
paração com o café expresso. C 1
H-2 de clima quente. Uma chaminé solar pode ser usada para
c) fato de os cafés comum e expresso possuírem a mesma aumentar a ventilação de um edifício. Ela faz uso da ener-
m
capacidade térmica. Ene-5
C 1
H2
- gia solar para aquecer o ar de sua parte superior, tornan-
d) fato de os cafés comum e expresso possuírem o mesmo do-o menos denso e fazendo com que ele suba, aspirando
calor específico. assim o ar dos ambientes e substituindo-o por ar vindo do
10 (Unicamp-SP) Os cálculos dos pesquisadores sugerem exterior.
m
Ene-6
que a temperatura média de determinada estrela é de a) A intensidade da radiação solar absorvida por uma pla-
C 1
H-2 Ti 5 2 700 °C. Considere uma estrela como um corpo ho- ca usada para aquecer o ar é igual a 400 W/m2. A ener-
m mogêneo de massa M 5 6,0 ? 1024 kg constituída de um gia absorvida durante 1,0 min por uma placa de 2 m2 é
Ene-5
C 1
H-2 material com calor específico c 5 0,5 kJ/(kg ? °C). A quan- usada para aquecer 6,0 kg de ar. O calor específico do ar
tidade de calor que deve ser perdida pela estrela para que é 1 000 J/kg°C. Qual é a variação de temperatura do ar
ela atinja uma temperatura final de Tf 5 700 °C é igual a: nesse período?
a) 24,0 ? 1027 kJ. b) A densidade do ar a 290 K é ρ 5 1,2 kg/m3. Adotando-
b) 6,0 ? 1027 kJ. -se um número fixo de mols de ar mantido a pressão FRENTE A
c) 8,1 ? 1027 kJ. constante, calcule a sua densidade para a temperatura
d) 2,1 ? 1027 kJ. de 300 K. Considere o ar como um gás ideal.

11 (Uerj) Para aquecer 1 L de água contida em um recipiente de 15 (UPE) O equivalente mecânico do calor pode ser avaliado
FÍSICA

m
Ene-6
capacidade térmica desprezível, uma pessoa dispõe de um m
Ene-6
pela experiência realizada por James Prescott Joule (1818-
C 1 C 1
H-2 aquecedor elétrico portátil cuja potência é de 1 273 W, quan- H-2 -1889), na qual se utiliza de um aparelho em que um peso, ao
do submetido a uma tensão de 127 V. Considere que toda a m descer, gira um conjunto de pás em um recipiente com água,
m
Ene-5 Ene-5
C 1
C 1
H-2 energia fornecida pelo aquecedor seja absorvida pela água. H2
- como ilustrado na figura a seguir.

Calor 37
17 (Uerj) Considere duas amostras, X e Y, de materiais distintos,
m
Ene-6
sendo a massa de X igual a quatro vezes a massa de Y. As
C 1
H-2 amostras foram colocadas em um calorímetro e, após o sis-
m tema atingir o equilíbrio térmico, determinou-se que a capa-
Ene-5
C 1
H-2 cidade térmica de X corresponde ao dobro da capacidade
térmica de Y. Admita que cX e cY sejam os calores específicos,
cx
M respectivamente, de X e Y. A razão é dada por:
cy
1.
m a)
4
Pás 1
h b) .
2
c) 1.
Um bloco de massa m cai de uma altura h, girando as pás, d) 2.
que aquecem uma amostra de água de massa M. Admitindo-
-se que toda energia da queda produza o aquecimento da PARA APRIMORAR
água, a expressão que representa a variação de temperatura
ΔT da amostra de água é:
1 Algumas propagandas de refrigeradores costumam apregoar
Dado: considere a aceleração da gravidade g e o calor espe-
m
Ene-1
as vantagens desses produtos com a seguinte frase: “Nossa
cífico da água c. C 3
H- geladeira não deixa o calor entrar nem o frio sair!”. Há um erro
gh conceitual de Física nessa afirmação. Qual é este erro?
a) .
c
mgh 2 Deseja-se degelar uma geladeira. Para isso, seria melhor colo-
b) .
Mc m car em seu interior uma massa de água quente ou a mesma
Ene-1
C 3
M c H- massa de um metal, à mesma temperatura? Explique.
c) .
m gh
mh 3 (IFSC) O frasco de Dewar é um recipiente construído com o
d) . propósito de conservar a temperatura das substâncias que ali
Mc m
Ene-5
C 8
H-1 forem colocadas, sejam elas quentes ou frias. O frasco consiste
m gh
e) . em um recipiente de paredes duplas espelhadas, com vácuo
M c m
Ene-6
C 1
H-2
entre elas e de uma tampa feita de material isolante. A garrafa
16 (Vunesp) Clarice colocou em uma xícara 50  mL de café a térmica que temos em casa é um frasco de Dewar. O objetivo
m
Ene-6
80  °C, 100  mL de leite a 50  °C e, para cuidar de sua forma da garrafa térmica é evitar ao máximo qualquer processo de
C 1
H-2 física, adoçou com 2 mL de adoçante líquido a 20 °C. Sabe-se transmissão de calor entre a substância e o meio externo.
m que o calor específico do café vale 1 cal/(g ? °C), do leite vale
Ene-5
C 1 0,9 cal/(g ? °C), do adoçante vale 2 cal/(g ? °C) e que a capaci- Tampa
H-2
dade térmica da xícara é desprezível.

Vácuo

Paredes
espelhadas

É correto afirmar que os processos de transmissão de calor são:


a) indução, condução e emissão.
b) indução, convecção e irradiação.
c) condução, convecção e irradiação.
d) condução, emissão e irradiação.
Considerando que as densidades do leite, do café e do ado- e) emissão, convecção e indução.
çante sejam iguais e que a perda de calor para a atmosfera é
desprezível, depois de atingido o equilíbrio térmico, a tempe- 4 Numa noite fria de São João você pode se aquecer perto da
ratura final da bebida de Clarice, em °C, estava entre: m
Ene-1
fogueira. Mas isso só acontece com o lado voltado para as
C 3
a) 75,0 e 85,0. c) 55,0 e 64,9. e) 35,0 e 44,9. H- chamas. Analise essa situação sob o ponto de vista dos vários
b) 65,0 e 74,9. d) 45,0 e 54,9. processos de transferência de calor citados neste capítulo.

38 Calor
5 (UTFPR) Sobre trocas de calor, considere as afirmações a sua pele exposta perpendicularmente aos raios solares
m seguir. (“sol a pino”). Determine em quilocalorias a quantidade de
Ene-1
C 3
H- radiação térmica absorvida pela pessoa durante 5,0 minu-
I. Cobertores são usados no inverno para transmitir calor
tos. Considere 1 cal 5 4,2 J.
m
Ene-6
aos corpos.
C 1 b) Resolva a questão anterior supondo que o Sol esteja com
H-2 II. A superfície da Terra é aquecida por radiações eletromag-
uma elevação de 30° acima do horizonte (aproximada-
néticas transmitidas pelo Sol.
mente às 8 horas da manhã).
III. Em geral, as cidades localizadas em locais mais altos são
mais frias porque correntes de convecção levam o ar mais 9 (UFRN) A radiação térmica proveniente de uma fornalha de
frio pra cima. m altas temperaturas em equilíbrio térmico, usada para fusão
Ene-5
C 7
Está correto apenas o que se afirma em: H1
- de materiais, pode ser analisada por um espectrômetro. A in-
a) I. m tensidade da radiação emitida pela fornalha, a uma determi-
Ene-6
b) II. C 1
H-2 nada temperatura, é registrada por esse aparato em função
c) III. m
do comprimento de onda da radiação. Daí se obtém a curva
Ene-6
d) I e II. C 4 espectral apresentada na figura.
H-2
e) II e III.
Intensidade
6 (Unifor-CE) Em 2010 o Prêmio Nobel de Física foi dado a dois 50
m
Ene-5
cientistas de origem russa, André Geim e Konstantin Novo-
C 8
H1
- selov, por descobrirem em 2004 o grafeno, uma forma re- 40

m volucionária do grafite. O grafeno apresenta vários aspectos


Ene-6 30
C 1
H-2 positivos para a tecnologia de hoje, sendo uma delas o me-
lhor condutor de calor. Analise as afirmações abaixo sobre os 20
processos de propagação de calor.
I. Convecção: é o processo de transmissão de energia térmi- 10

ca feita de partícula para partícula sem que haja transpor-


te de matéria de uma região para outra. 0
1 2 3 4 5 6 Comprimento
II. Condução: é o processo de transmissão de energia térmi- de onda (mm)
ca feita por meio do transporte da matéria de uma região
para outra. A análise desse tipo de espectro levou o físico alemão
III. Radiação: é o processo que consiste na transmissão de Wilhelm Wien, em 1894, a propor que, quando a intensida-
energia térmica por meio de ondas eletromagnéticas. de da radiação emitida é máxima, o comprimento de onda
Ocorre tanto no vácuo quanto em outros meios materiais. associado obedece à expressão:
Analisando as afirmações, é(são) correta(s) apenas: λmáx T . 3 ? 103 ( mK)
a) I. em que λmáx é o comprimento de onda do máximo da curva
b) II. espectral e T é a temperatura da fornalha para um determi-
c) III. nado espectro. De acordo com essas informações, é correto
d) I e III. afirmar que a temperatura da fornalha é aproximadamente:
e) II e III. a) 2 000  K e que λmáx aumenta quando a temperatura au-
7 a) Calcule o fluxo de calor (Φ), através do vidro de uma janela menta.
de área A 5 3,0 m2 e de espessura L 5 4,0 mm, sabendo- b) 1 500 K e que λmáx diminui quando a temperatura diminui.
m
Ene-6
C 1
-se que as temperaturas das superfícies interna e externa c) 2 000 K e que λmáx diminui quando a temperatura aumenta.
H-2
do vidro são 15,0 °C e 14,0 °C, respectivamente. d) 1 500 K e que λmáx aumenta quando a temperatura diminui.
m
Ene-5
C 1 Considere K 5 1,9 ? 1024.
H-2 10 (Vunesp) A energia contida nos alimentos
b) Determine, aproximadamente, quantas lâmpadas de
m
Ene-5 Para determinar o valor energético de um alimento, pode-
FRENTE A
100  W poderiam ser mantidas acesas com o fluxo de calor C 7
H-1 mos queimar certa quantidade desse produto e, com o calor
perdido através dessa janela (considere 1 cal 5 4,2 J).
m
Ene-6 liberado, aquecer determinada massa de água. Em seguida,
8 Sabe-se que a radiação térmica do Sol, em um dia claro, C 1
H-2 mede-se a variação de temperatura sofrida pela água depois
ao chegar à superfície terrestre, possui uma intensidade de que todo o produto foi queimado, e determina-se a quan-
FÍSICA

m
Ene-6
C 5
1 000 W/m2, admitindo que ela atinja perpendicularmente a H2
- tidade de energia liberada na queima do alimento. Essa é a
superfície sobre a qual incide. energia que tal alimento nos fornece se for ingerido.
a) Suponha que uma pessoa, cuja emissividade vale e 5 0,70, No rótulo de um pacote de castanha-de-caju, está impressa a
esteja deitada em uma praia, com uma área de 0,80 m2 de tabela a seguir, com informações nutricionais sobre o produto.

Calor 39
Informação nutricional fornecer energia na razão de 500 calorias por segundo, é
utilizado no aquecimento de 500 gramas de água, da tem-
Porção 15 g
peratura de 20 °C para 80 °C. Considerando que toda ener-
Quantidade por porção gia transferida é aproveitada no aquecimento da água e
sabendo que o calor específico da água é c 5 1,0 cal/g ? °C,
Valor energético 90 kcal
o tempo necessário para atingir 80 °C é igual a:
Carboidratos 4,2 g a) 60 s. d) 84 s.
b) 68 s. e) 95 s.
Proteínas 3g c) 75 s.
Gorduras totais 7,3 g 13 (UEM-PR) Sobre os conceitos de Termodinâmica, dê a soma
m
Ene-5
da(s) proposição(ões) correta(s).
Gorduras saturadas 1,5 g C 8
H1
-
(01) Se dois corpos com diferentes temperaturas forem
Gordura trans 0g m
Ene-6
colocados em contato, uma certa quantidade de
C 1
H-2 energia térmica será transferida de um corpo ao ou-
Fibra alimentar 1g tro, devido, exclusivamente, à diferença de tempera-
tura entre eles.
Sódio 45 mg
(02) A quantidade de calor necessária para elevar em 1 °C
a temperatura de 1 g de uma substância é denomina-
Considere que 150 g de castanha tenham sido queimados
da de calor específico dessa substância.
e que determinada massa m de água, submetida à chama
(04) Quando uma quantidade de calor se transfere de um
dessa combustão, tenha sido aquecida de 15 °C para 87 °C.
corpo a outro pelo processo de condução, essa energia
Sabendo que o calor específico da água líquida é igual a
se propaga devido à agitação atômica no material.
1 cal/(g°C) e que apenas 60% da energia liberada na com-
(08) Nos líquidos, a transferência de calor ocorre, sobretu-
bustão tenha efetivamente sido utilizada para aquecer
do, por meio das correntes de convecção, as quais são
a água, é correto afirmar que a massa m, em gramas, de
formadas devido à diferença entre as densidades das
água aquecida era igual a:
regiões mais quentes e mais frias do líquido.
a) 10 000.
b) 5 000. (16) A transferência de calor por radiação é realizada por
c) 12 500. meio de ondas eletromagnéticas, que se propagam
d) 7 500. somente na presença de um meio material.
e) 2 500.
14 (UEL-PR) O homem utiliza o fogo para moldar os mais di-
11 (Uerj) Um corpo de massa igual a 500 g, aquecido por uma versos utensílios. Por exemplo, um forno é essencial para o
m fonte térmica cuja potência é constante e igual a 100 cal/min, trabalho do ferreiro na confecção de ferraduras. Para isso,
Ene-5
C 0
H-2 absorve integralmente toda a energia fornecida por essa fon- o ferro é aquecido até que se torne moldável. Consideran-
m te. Observe no gráfico a variação de temperatura do corpo do que a massa de ferro empregada na confecção de uma
Ene-6
C 5
H2
- em função do tempo. ferradura é de 0,5 kg, que a temperatura em que o ferro se
torna moldável é de 520 °C e que o calor específico do ferro
T (°C) vale 0,1 cal/g°C, assinale a alternativa que fornece a quanti-
50 dade de calor, em calorias, a ser cedida a essa massa de ferro
40 para que possa ser trabalhada pelo ferreiro.
30 Dado: temperatura inicial da ferradura: 20 °C.
20 a) 25
b) 250
10
c) 2 500
0 d) 25 000
30 t (min)
e) 250 000
Calcule o calor específico da substância da qual o corpo é
composto, bem como a capacidade térmica desse corpo. 15 (Unicamp-SP) Em abril de 2010, erupções vulcânicas na Islân-
dia paralisaram aeroportos em vários países da Europa. Além
12 (PUC-RS) Uma forma de aquecer água é usando aquece- do risco da falta de visibilidade, as cinzas dos vulcões podem
m
Ene-6
dores elétricos de imersão, dispositivos que transformam afetar os motores dos aviões, pois contêm materiais que se
C 1
H-2 energia elétrica em energia térmica, mediante o uso de re- fixam nas pás de saída, causando problemas no funciona-
sistores elétricos. Um desses aquecedores, projetado para mento do motor a jato.

40 Calor
Considere que o calor específico de um material presente A diferença no comportamento dos gases no experimento
nas cinzas seja c 5 0,8 J/g°C. Supondo que esse material decorre do fato de o gás M, em relação ao V, apresentar:
entra na turbina a 220 °C, a energia cedida a uma massa a) maior pressão de vapor.
m 5 5 g do material para que ele atinja uma temperatura b) menor massa molecular.
de 880 °C é igual a: c) maior compressibilidade.
a) 220 J. b) 1 000 J. c) 4 600 J. d) 3 600 J. d) menor energia de ativação.
e) menor capacidade calorífica.
16 (Uerj) Em um laboratório, as amostras X e Y, compostas do
m mesmo material, foram aquecidas a partir da mesma tempe- 18 (UEG-GO) Dentro de um cilindro com pistão móvel está con-
Ene-6
C 1
H-2 ratura inicial até determinada temperatura final. Durante o m
Ene-6
finado um gás monoatômico. Entre a parte superior, fixa, do
C 1
m processo de aquecimento, a amostra X absorveu uma quan- H-2 cilindro e o pistão existe uma barra extremamente fina de
Ene-3
C 0
H-1 tidade de calor maior que a amostra Y. Considerando essas m metal, de comprimento L0, com coeficiente de dilatação li-
Ene-2
C 8
amostras, as relações entre os calores específicos cX e cY, as H- near a, ligada por um fio condutor de calor a uma fonte tér-
capacidades térmicas CX e CY e as massas mX e mY são descri- mica. A barra é aquecida por uma temperatura u que provoca
tas por: uma dilatação linear ΔL, empurrando o pistão que comprime
o gás. Como a área da base do cilindro é A e o sistema sofre
a) cX 5 cY CX . CY mX . my uma transformação isobárica a uma pressão p, o trabalho
b) cX . cY CX 5 CY mX 5 my realizado é igual a:
c) cX 5 cY CX . CY mX 5 my
a) puaAL0.
d) cX . cY CX 5 CY mX . my
b) pAu2a2L20.
17 (Enem) Um sistema de pistão contendo um gás é mostra- c) p2uaAL0.
m do na figura. Sobre a extremidade superior do êmbolo, que puaAL 0
Ene-6
C 1 d) .
H-2 pode movimentar-se livremente sem atrito, encontra-se um 2
objeto. Através de uma chapa de aquecimento é possível for-
m
Ene-5
C 0
19 (Ufes) Uma massa de 20,0 g de um gás ideal com massa mo-
H-2 necer calor ao gás e, com auxílio de um manômetro, medir
m
Ene-6
lar de M 5 4,00 g/mol é aquecido de sua temperatura inicial
sua pressão. A partir de diferentes valores de calor fornecido, C 1
H-2 Ti 5 300 K para uma temperatura final de Tf 5 700 K, fazendo
considerando o sistema como hermético, o objeto elevou-se
m com que seu volume inicial aumente de Vi 5 0,300 m3 para
em valores Δh, como mostrado no gráfico. Foram estudadas, Ene-5
C 1
H-2 um volume final de Vf 5 0,900 m3, sob uma mesma pressão
separadamente, quantidades equimolares de dois diferentes
externa fixa.
gases, denominados M e V.
Dados: cp 5 1,25 cal/g ? K é o calor específico do gás sob
pressão constante e 1 cal 5 4,18 J.
Objeto
Sabendo que o processo foi quase estático, determine:
a) a pressão sob a qual se realiza o processo;
Dh b) a variação da energia interna sofrida pelo gás;
c) o trabalho realizado pelo gás nessa expansão;
d) a quantidade de calor que o gás recebe durante o processo.

20 (UPF-RS) Dois blocos metálicos A e B, ambos de materiais


Manômetro
m
Ene-6
diferentes, são colocados em contato no interior de um ca-
C 1
H-2 lorímetro ideal, de modo a isolá-los de influências externas.
Considerando que a massa do bloco A (mA) é igual ao do-
Chapa de aquecimento bro da massa do bloco B (mB), o calor específico do bloco
A (cA) é igual à metade do calor específico do bloco B (cB)
e a temperatura inicial do bloco A (TA) é igual ao triplo da
temperatura inicial do bloco B (TB), pode-se afirmar que,
M
FRENTE A
Dh

quando alcançado o equilíbrio térmico do sistema, a tem-


peratura de equilíbrio (Teq) será igual a:
a) TB.
FÍSICA

V
b) 2TB.
c) 3TB.
d) 4TB.
Calor fornecido e) 5TB.

Calor 41
21 (Unifesp) Um calorímetro de capacidade térmica 10 cal/°C, contendo 500 g de água a 20 °C, é utilizado para determinação do calor
m
Ene-6
específico de uma barra de liga metálica de 200 g, a ser utilizada como fundo de panelas para cozimento. A barra é inicialmente
C 1
H-2 aquecida a 80 °C e imediatamente colocada dentro do calorímetro, isolado termicamente. Considerando o calor específico da
m água 1,0 cal/(g ? °C) e que a temperatura de equilíbrio térmico atingida no calorímetro foi 30 °C, determine:
Ene-5
C 1
H-2 a) a quantidade de calor absorvido pelo calorímetro e a quantidade de calor absorvido pela água.
b) a temperatura final e o calor específico da barra.

22 (IFSC) Em uma atividade experimental, o professor de Física pede para que seus alunos adicionem 40 g de gelo a 210 °C em um
m
Ene-6
calorímetro ideal, que contém uma quantidade de água a 80 °C. Quando o sistema atinge o equilíbrio térmico, é observado que
C 1
H2
- 25% do gelo continua boiando. Sabendo que o calor específico da água é 1 cal/g°C e que o do gelo é 0,5 cal/g°C, que o calor
m latente de fusão do gelo é 80 cal/g, dê a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
Ene-5
C 1
H-2 (01) O calorímetro em questão participa das trocas de calor, influenciando na temperatura final de equilíbrio térmico.
(02) A quantidade de calor cedido pela água não foi igual à quantidade de calor recebido pelo gelo, pois não foi suficiente para
fundi-lo totalmente.
(04) A temperatura de equilíbrio térmico do sistema é 0 °C.
(08) A dilatação anômala da água tem influência direta na temperatura final de equilíbrio térmico do sistema.
(16) A massa inicial de água no calorímetro é 32,5 g.
(32) Para que a temperatura final de equilíbrio seja de 10 °C, uma possibilidade é mudar a quantidade inicial de água no caloríme-
tro para aproximadamente 54,2 g.

23 Em um calorímetro, chamado calorímetro de fluxo, um líquido cujo calor específico deseja-se medir atravessa esse aparelho com
uma vazão de 10,0 cm3/s. No interior do calorímetro há um aquecedor elétrico de 240 W que fornece calor ao líquido. Verifica-se
que há uma diferença constante de 15 °C entre as temperaturas do líquido ao entrar e ao sair do calorímetro. Sabendo-se que a
densidade desse líquido é de 0,80 g/cm3, determine em J/kg°C seu calor específico.

ANOTAÇÕES

42 Calor
CAPÍTULO

2 Mudanças de estado

Objetivos: Dependendo dos valores da pressão e da temperatura, uma substância pode-se apresentar em
qualquer uma das três fases (ou estados) da matéria: sólida, líquida e gasosa. Essas transformações
c Reconhecer os estados físicas da matéria são o objeto de estudo deste capítulo.
sólido, líquido e gasoso,

ROBERT BRUCE LILLEY/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


relacionando-os a seus
usos em diferentes
contextos.

c Relacionar os
processos de
fusão, solidificação,
vaporização e
condensação
aos fenômenos
físicos, sistemas,
procedimentos
tecnológicos e
finalidades a que se
destinam.

c Utilizar as leis das


mudanças de estado
para interpretar
processos naturais
ou tecnológicos
no contexto da
Termodinâmica. Na foto, é possível identificar a água nas três fases da matéria: o vapor no ar (que se condensa para formar as
nuvens), a água líquida do mar e a ponta de um iceberg.

ESTADOS DA MATÉRIA
É um fato conhecido que as substâncias se apresentam, na natureza, em três estados (ou fa-
ses) diferentes, denominadas estado sólido, estado líquido e estado gasoso. Recentemente, foi
acrescentado a essa relação o plasma, que é considerado o quarto estado da matéria. A pressão e
a temperatura a que uma substância é submetida determinam o estado na qual ela se apresenta.
Assim, o ferro, que nas condições ambientes se apresenta no estado sólido, poderá se tornar líquido
quando sua temperatura for suficientemente elevada; a água, que normalmente é encontrada no
estado líquido, poderá tornar-se gás pela elevação de sua temperatura ou pela redução da pressão
FRENTE A
a que ela está submetida.
Em Química, vimos que tudo que nos rodeia é formado de matéria e esta por sua vez é forma-
da de átomos. Um conjunto de átomos iguais (ou diferentes) unidos por certas ligações químicas
é chamado molécula. A teoria cinético-molecular da matéria afirma que todas as substâncias são
FÍSICA

formadas por moléculas (menor porção da matéria com mesmas propriedades químicas), que estão
em contínuo movimento desordenado e que, quando estão muito próximas, interagem entre si. Com
base nesse modelo, a seguir estudaremos a matéria nos seus três estados e as possíveis mudanças
de um estado para outro.

Calorr 43
Estado sólido
Nesse estado, as moléculas, e consequentemente os átomos de uma substância, se encontram
muito próximos uns dos outros e ligados por forças eletromagnéticas relativamente grandes, que
dificultam sua movimentação. Eles não sofrem translação ao longo do sólido, mas encontram-se em
constante movimento de vibração (agitação térmica) em torno de uma posição média de equilíbrio.
Em virtude da forte ligação entre os átomos, os sólidos possuem volume e forma própria e oferecem
certa resistência a deformações.
Devido ao movimento térmico, as moléculas no estado sólido não estão fixas, mas seus átomos
mantêm uma distância bem determinada entre si. Na natureza, as moléculas de quase todos os sólidos
se organizam de maneira regular, numa estrutura que se repete ordenadamente ao longo do sólido, de-
nominada rede cristalina. Os físicos e químicos, usando métodos modernos de pesquisa, conseguiram
determinar a organização dos átomos na estrutura cristalina de um grande número de substâncias sóli-
das. A figura 1, por exemplo, apresenta o modelo da estrutura cristalina do cloreto de sódio, mostrando
a distribuição ordenada dos íons de sódio (esferas menores) e de cloro (esferas maiores). O cloreto de
sódio, famoso sal de cozinha, é um dos temperos mais utilizados na culinária do mundo todo. O sal
Fig. 1 – Modelo da estrutura cristalina do pode ser extraído a partir da evaporação da água do mar ou de lagos salgados represados, ou pode ser
sal (cloreto de sódio), formada por cátions retirado de minas subterrâneas, antigos mares e lagos que secaram. Na figura 2, temos como exemplo
de sódio (Na1) e ânions de cloro (Cl–).
a extração dos cristais de cloreto de sódio do deserto Salar de Uyuni, na Bolívia.
Uma mesma substância pode se apre-
PHOTOGRAPHY/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

sentar em estruturas cristalinas diferentes. O


diamante e a grafite, por exemplo, são cons-
tituídos apenas de átomos de carbono, distri-
buídos, porém, de maneiras diferentes, como
mostra a figura 3. Observe que a estrutura
molecular do diamante é tetraédrica, com
cinco carbonos, em que cada átomo liga-se
a outros quatro. Esse arranjo compacto torna
o diamante duro e com capacidade para cor-
tar ferro. Note que o grafite, por outro lado,
tem seus átomos de carbono em forma de
anel, em que cada átomo tem apenas uma
ligação com outros planos desses anéis mo-
Fig. 2 – Extração de sal
leculares. Além do grafite e do diamante, o
no maior deserto de
sal do planeta, o Salar carbono tem mais três formas conhecidas:
de Uyuni, na Bolívia. amorfa, fulerenos e nanotubos.

Grafite

LEIA O LIVRO
Diamante
Sal: uma história do mundo, de
Mark Kurlansky. Editora Senac,
2004.

Fig. 3 – O diamante e a grafite, apesar de serem constituídos unicamente por átomos de carbono, apresentam
propriedades diferentes em virtude de possuírem estruturas cristalinas diferentes.

44 Calor
Alguns sólidos deixam de apresentar, em sua estrutura interna, a regularidade dos cristais, isto
é, seus átomos não estão distribuídos em uma estrutura organizada, sendo denominados sólidos
amorfos. Um exemplo típico de sólido amorfo é o vidro, podendo-se citar, ainda, o asfalto, os plás-
ticos, a borracha, etc.

Costuma-se dizer que os sólidos amorfos, como o

MEUNIERD/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
vidro, possuem estrutura interna semelhante à de um
líquido e, por isso, apresentam algumas propriedades
típicas de um fluido. Por exemplo, o vidro pode escoar
como um líquido de altíssima viscosidade. Nas antigas
catedrais da Europa, como a de Notre Dame, em Paris,
os vitrais das janelas apresentam maior espessura na
parte inferior, em virtude de centenas de anos de “es-
coamento”. Esse mito muito antigo da Física foi desfeito
recentemente com novas pesquisas sobre o assunto.
Se fosse verdade que o vidro escoa como um líquido
a ponto de percebermos alteração na espessura das
janelas, esse processo levaria bilhões de anos. A expli-
cação para os vitrais medievais mais espessos na parte
inferior deve-se exclusivamente às falhas no processo
de fabricação do vidro para o vitral. Outra evidência
histórica está nos vasos e peças de vidro das civiliza-
ções egípcias e romana, muito mais antigos do que os
vitrais das catedrais europeias, em que não ocorria es-
coamento do vidro. O mito foi cientificamente desfeito
pelos pesquisadores da Universidade do Texas (EUA),
que analisaram um polímero orgânico com proprie-
dades similares às de um vidro de 20 milhões de anos,
submetendo-o a diferentes temperaturas e observando
o comportamento dos seus átomos. Não foi identifi-
cado qualquer comportamento similar ao que ocorre Vitrais na catedral de Notre Dame, em Paris,
com os vitrais das catedrais. na França.
Com base em: MACKENNA, G. B.; SIMON, S. L.; ZHAO, J. Using 20-million-year-old amber to test the
superArrhenius behaviour of glass-forming systems. Nature Communications, n. 4,
artigo 1783, 30 abr. 2013. Disponível em: <http://www.nature.com/ncomms/journal/v4/
n4/full/ncomms2809.html#affil-auth>. Acesso em: 7 abr. 2015.

Estado líquido
Os átomos ou moléculas de uma substância líquida se apresentam mais afastados uns dos
outros do que no estado sólido e, consequentemente, as forças de ligação entre eles são mais fracas.
Assim, o movimento de vibração dos átomos se faz mais livremente, permitindo que eles sofram
pequenas translações com troca de posições no interior do líquido quando são submetidos a forças
externas. A troca de posição na direção em que atua a força externa possibilita compreender por
que os líquidos escoam com certa facilidade, não oferecem resistência à penetração e tomam a forma
FRENTE A
do recipiente onde são colocados.
Do mesmo modo que nos sólidos amorfos, os átomos não estão distribuídos ordenadamente nos
líquidos. Portanto, quando um cristal se funde, passando para o estado líquido, sua rede cristalina é desfeita.

Estado gasoso
FÍSICA

A separação entre os átomos ou moléculas de uma substância no estado gasoso é muito maior
do que nos sólidos e líquidos, sendo praticamente nula a força de ligação entre essas partículas. Por
esse motivo, elas se movimentam livremente em todas as direções, fazendo com que os gases não
apresentem forma definida e ocupem sempre o volume total do recipiente em que estão contidos.

Calor 45
A intensidade do movimento desordenado (movimento térmico) durante os choques entre si e com
as paredes do recipiente depende da temperatura da substância. Quanto mais elevada a temperatura
do gás, mais agitadas estão as moléculas do gás e maior sua energia cinética. Quando uma substância
está na temperatura mais baixa possível, ao redor de 2273 °C, a velocidade das moléculas é pratica-
mente nula. Essa temperatura é denominada zero absoluto na escala Kelvin.
Além das mudanças de estado que podem ocorrer com uma substância, e que iremos estudar
a seguir, na figura 4 podemos comparar a distribuição e a separação dos átomos (ou moléculas)
nos três estados. No estado sólido, as moléculas estão muito próximas umas das outras e seu único
movimento é o de vibração. No estado líquido, as moléculas podem vibrar e trocar de lugar umas
com as outras, aglomerando-se conforme a força externa aplicada. Já no estado gasoso, as moléculas
estão muito distantes entre si e se movem em alta velocidade.
212 1
5 átomos 2
121 Desenho fora
1 5 núcleos 21 21
2 5 elétrons de escala
12 1 2
Fig. 4 – Estados da matéria: sólido, líquido, gasoso e Sólido Líquido Gasoso Plasma
plasmático. Observe a organização e a separação das
moléculas em cada caso. Calor

Fulerenos e nanotubos de carbono


Em 1985 foi descoberta uma nova família de formas elementares do carbono,
os fulerenos, constituídos de arranjos de carbono em pentágonos e hexágonos
formando uma casca esférica, como mostra a figura ao lado.
O nome dessa estrutura foi dado em homenagem ao arquiteto norte-ame-
ricano Richard Buckminster Fuller, que projetou em suas obras, na Europa, formas
semelhantes à da molécula referida.
É na Medicina que se espera uma aplicação revolucionária para essas moléculas.
São moléculas pequenas que podem atravessar a membrana celular e, como são
“ocas”, são ideais para transportar substâncias para o interior das células. Quando
ligadas a anticorpos específicos, localizam com precisão as células nas quais o
medicamento transportado no interior do fulereno deverá atuar. Dessa forma, com
um medicamento “inteligente”, que procura seu alvo, o tratamento torna-se mais A molécula de C60 , o fulereno, constituída de 60 átomos
eficaz, além de ser possível diminuir a dosagem, o que reduz os efeitos colaterais. de carbono, lembra uma bola de futebol.

SPL/LATINSTOCK

Na foto, um cientista opera um


microscópio eletrônico de transmissão
(MET) para estudar a química
das nanopartículas (os resultados
são apresentados no monitor).
Nanopartículas especiais de carbono
já foram acrescidas ao alumínio, por
exemplo, produzindo uma nova liga
quase tão dura quanto o aço, com
aplicações aeroespaciais, entre outros
usos, como melhorar o desempenho
de turbinas e equipamentos de
tomografia.

46 Calor
Em 1991, outra família de formas elementares do carbono foi descoberta, os nanotubos. Esse nome justifica-se pelo diâmetro
desses objetos, da ordem de um nanômetro (nm), ou seja, um milionésimo do milímetro. Para se ter uma ideia desse tamanho, basta
dizer que seriam necessários milhares de nanotubos colocados lado a lado para se atingir a espessura de um fio de cabelo. Nanotubos
unem-se uns aos outros, formando feixes, como mostrado na figura abaixo.

Nanotubos de múltiplas
camadas (NMC) e nanotubo de
camada única (NUC).

Em grande quantidade, esses feixes se enovelam em um material que pode ser visto a olho nu, apresentando o aspecto de fuligem:
nanotubos podem ser considerados um tipo especial de fuligem.
Existem nanotubos de uma única camada e nanotubos de múltiplas camadas, como também mostrado na figura acima. Os
de múltiplas camadas são mais fáceis e baratos de serem produzidos. O principal tipo usado comercialmente é encontrado em sua
mistura com polímeros (ou plásticos). Dessa associação surgem duas propriedades importantes: dureza e condutividade elétrica. A
dureza apresentada pelos nanotubos se deve à sua extrema resistência à tração. Com efeito, são os materiais mais resistentes à tração
que existem. Quanto à condutividade elétrica, ela advém parcialmente do fato de os nanotubos se comportarem como metais ao
conduzirem eletricidade.
Nanotubos e fulerenos levaram ao surgimento de um novo tipo de engenharia, trabalhando agora com estruturas e ferramentas
nanométricas. A essa aplicação do conhecimento foi dado o nome de nanotecnologia.

Plasma
Além dos estados sólido, líquido e gasoso, um

REPRODUÇÃO/<HTTP://WWW.IMAGENS.USP.BR/WP_CONTENT/
UPLOADS/21092011_MSPLASMAIF032.JPG>
quarto estado da matéria costuma ser incorporado
nas referências mais atualizadas. Trata-se do plasma,
estado no qual as partículas que constituem o ma-
terial se apresentam carregadas eletricamente, ou
seja, em forma de íons. Para que esse estado seja
alcançado, um gás, por exemplo, deve ser supera-
quecido, rompendo as ligações entre os elétrons e
os núcleos. Esse processo fará com que uma fração
significativa do material esteja ionizada, o que não
caracteriza o estado gasoso, em que as moléculas
se movem livremente e interagem por colisões
provocadas apenas pelo aumento da temperatura.
Dessa forma, quando no estado de plasma, as mo-
FRENTE A
léculas sofrem interações eletromagnéticas, além
das interações térmicas usuais do estado gasoso.
Ademais, o plasma como um todo é neutro do
ponto de vista elétrico, pois ele contém quantidade
FÍSICA

igual de cargas negativas e positivas. O Sol e outras estrelas são constituídos por plasma. O plasma Fig. 5 – Tokamak para confinamento de
pode ser criado e confinado em laboratório, em reatores de fusão nuclear do tipo Tokamak (fig. 5). plasmas de alta temperatura do Instituto
de Física da USP.
Além dos quatro estados da matéria mencionados aqui, existem mais três que os cientistas estão
estudando e são cientificamente comprovados: condensado de Bose-Einstein, gás fermiônico e
o superfluido de polaritons.

Calor 47
Sublimação
inversa
Solidificação Condensação

Ionização

Plasmático
Recombinação
Fig. 6 – Denominações que Fusão Vaporização
Sólido Líquido Gasoso
recebem as passagens de um
Sublimação
estado físico para outro.

Mudanças de estado
Quando fornecemos calor a um corpo e sua temperatura se eleva, há aumento na energia de agitação
de seus átomos. Esse aumento de agitação faz com que a força de ligação entre os átomos seja alterada,
podendo acarretar modificações na organização e separação desses átomos. Em outras palavras, a absor-
ção de calor por um corpo pode provocar nele uma mudança de estado de fase. Naturalmente, a retirada
de calor deverá provocar efeitos inversos aos que são observados quando o calor é cedido à substância.
As mudanças de estado que podem ocorrer com uma substância recebem denominações
especiais, como ilustra a figura 6, e conforme citaremos a seguir:
fusão: passagem do estado sólido para o líquido;
solidificação: passagem do estado líquido para o sólido;
vaporização: passagem do estado líquido para o gasoso;
Atividade condensação (ou liquefação): passagem do estado gasoso para o líquido;
Experimental sublimação: passagem direta do estado sólido para o gasoso (sem passar pelo estado líquido);
Acesse o Material Comple-
ressublimação ou sublimação inversa: passagem direta do estado gasoso para o sólido (sem passar
mentar disponível no Portal e pelo estado líquido);
aprofunde-se no assunto. ionização: passagem do estado gasoso, por aquecimento, para o plasmático;
recombinação: passagem do estado plasmático para o gasoso.

PARA CONSTRUIR

1 Quais são as grandezas que determinam em qual fase uma -Einstein. Agora, pesquisadores da Universidade do Colorado
m substância se apresenta? e do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (Nist), nos
Ene-6
C 1
H-2
EUA, acabam de descobrir o sexto estado da matéria: o con-
A pressão e a temperatura da substância são as duas grandezas
densado fermiônico. Os pesquisadores empregaram feixes de
que determinam se ela estará sólida, líquida ou gasosa. laser para aprisionar uma pequena nuvem de átomos de po-
tássio, aplicando um campo magnético e resfriando-os a uma
temperatura de apenas 50 bilionésimos de um grau acima do
zero absoluto (2273,16 °C). A nova descoberta será útil para
2 Cite duas maneiras de fazer com que um líquido passe para o entender melhor o fenômeno da supercondutividade.
m estado gasoso. PHYSICAL REVIEW LETTERS, v. 92, n. 4, 30 jan., artigo número 040403.
Ene-5 Disponível em: <http://prl.aps.org>. Acesso em: 11 set. 2007. Adaptado.
C 8
H1
-
No início desta seção, estudamos que a água (ou outro líquido Com base na teoria dos estados da matéria, é INCORRETO
m
Ene-6 qualquer) passará para o estado gasoso se elevarmos convenien- afirmar: b
C 1
H-2
temente sua temperatura ou se reduzirmos suficientemente a a) A luz laser consiste em ondas que apresentam um com-
pressão sobre ela. primento de onda específico que corresponde à distância
entre dois máximos e dois mínimos, medida na direção
em que a onda está se movimentando.
b) As substâncias podem mudar de estado físico (sólido, lí-
quido, gasoso, etc.) e esse fenômeno depende exclusiva-
mente da temperatura a que estão expostas.
3 (UEG-GO) Descoberto sexto estado da matéria c) O zero absoluto é um conceito no qual um corpo, classi-
m
Ene-6
C 1
Os três estados da matéria (sólido, líquido e gasoso) são camente, não conteria energia alguma. Todavia, as leis da
H2
-
bem conhecidos. O quarto, o plasma, já não é novidade e Termodinâmica mostram que esta temperatura continua
poucos conhecem o quinto estado: o Condensado de Bose- experimentalmente inatingível.
3. As substâncias podem mudar de estado físico (sólido, líquido, ga-
soso, etc.) e esse fenômeno depende da temperatura e da pressão
48 Calor a que estão expostas.
d) A supercondutividade é um fenômeno que se manifesta c) Um pedaço de naftalina “desaparece” no interior de uma
em alguns materiais que se tornam capazes de transpor- gaveta.
tar corrente elétrica sem nenhuma resistência abaixo de A naftalina (sólida) passa diretamente para o estado gasoso, isto
certa temperatura.
é, ocorre sublimação da naftalina.
4 Dê o nome da mudança de fase que ocorre em cada um dos
m
Ene-1
fenômenos descritos a seguir.
C 3
H-
a) Um pedaço de gelo derrete ao ser retirado da geladeira. d) A superfície externa de uma garrafa de cerveja, muito fria,
m
Ene-6
C 1
H-2
Temos um sólido (gelo) passando para o estado líquido (água), torna-se coberta de gotículas de água em um dia úmido.
isto é, ocorre a fusão do gelo. As gotículas de água que se formam sobre a garrafa encontravam-
-se no estado de vapor no ar atmosférico (umidade do ar). Em con-

b) Uma roupa molhada seca ao Sol. tato com a superfície fria da garrafa, ocorre a condensação

A água da roupa passa para o estado gasoso, isto é, ocorre a (ou liquefação) desse vapor.
vaporização da água.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 3

FUSÃO E SOLIDIFICAÇÃO
Fusão
Consideremos um sólido cristalino recebendo calor, como mostra a figura 7. Essa energia recebi-
da pelo sólido provoca aumento na agitação dos átomos na rede cristalina, ou seja, provoca elevação
na temperatura do corpo. Quando a temperatura alcança determinado valor, a agitação térmica
atinge um grau de intensidade que é suficiente para desfazer a rede cristalina. Então, a organização
interna desaparece, a força entre os átomos ou moléculas torna-se menor e, consequentemente,
essas partículas terão maior liberdade de movimentação (fig. 7). Em outras palavras, ao atingir aquela
temperatura, o corpo passa para o estado líquido, isto é, ocorre a fusão do sólido.
Sólido

Líquido
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

Fusão

Fig. 7 – A estrutura cristalina de um sólido se desfaz quando ele


passa para o estado líquido.
FRENTE A
A experiência nos mostra que os cristais, ao se fundirem, apresentam comportamentos seme-
lhantes, podendo-se, então, estabelecer leis gerais que descrevem a fusão desses sólidos. Essas leis
são as seguintes:
FÍSICA

1) A uma dada pressão, a temperatura na qual ocorre a fusão (ponto de fusão) é bem deter-
minada para cada substância.

Calor 49
Assim, quando submetidos à pressão de 1 atm, o gelo se funde a 0 °C, o chumbo, a 327 °C, o
mercúrio, a 239 °C, etc. (ver a tabela 1).

Tabela 1 – Pontos de fusão e calores de fusão


(à pressão de 1 atm)

Substância Ponto de fusão (°C) Calor de fusão (J/kg) Calor de fusão (cal/g)

Platina 1 775 114 · 103 27


Prata 961 105 · 103 21
Chumbo 327 23 · 103 5,8
Enxofre 119 54 · 103 13
Água 0 335 · 103 80
Mercúrio –39 11 · 103 2,8
Álcool etílico –115 105 · 103 25
Nitrogênio –210 26 · 103 6,1

2) Se um sólido se encontra em temperatura de fusão, é necessário fornecer calor a ele para


que ocorra a mudança de estado. A quantidade de calor que deve ser fornecida, por
unidade de massa, é denominada calor latente de fusão, que é característico de cada
substância.

Na tabela 1, que apresenta calores latentes de fusão de algumas substâncias, vemos que o calor
de fusão do chumbo, por exemplo, vale 5,8 cal/g. Isso significa que, para fundir totalmente um bloco
de chumbo que se encontra no seu ponto de fusão (327 °C), devemos fornecer 5,8 cal de calor a
cada grama do bloco.

3) Durante a fusão, a temperatura do sólido permanece constante.

Isso acontece porque o calor que é fornecido ao sólido, durante a fusão, é usado para aumentar
a separação entre seus átomos, rompendo a rede cristalina, sem ocasionar variação na agitação térmi-
ca desses átomos. Assim, no exemplo da fusão de um bloco de chumbo, sua temperatura permanece
em 327 °C, embora estejamos fornecendo 5,8 cal para cada grama que se funde. O líquido que resulta
da fusão se encontra, também, a 327 °C.
Consideremos outro exemplo. Suponha um cubo de gelo em um freezer a 240 °C. O cubo
de gelo é formado por água que está no estado sólido. Se colocarmos esse cubo de gelo em uma
panela e o aquecermos até atingir 80 °C, veremos que sua temperatura
Temperatura (°C)
irá aumentar gradativamente (fig. 8). Quando atingir 0 °C (ponto de
80
fusão), o gelo começará a derreter e a água estará tanto no estado
líquido quanto no estado sólido. Isso quer dizer que a temperatura do
60 gelo não aumentará até que todo ele se transforme em água no estado
40 líquido. No gráfico da figura 8, a mudança de estado é caracterizada
Aquecimento da água líquida por um patamar onde está ocorrendo troca de calor sem variação de
20
temperatura. Quando tivermos apenas água novamente, a temperatura
Fusão
da água começará a subir até atingir o equilíbrio térmico com o meio.
0 Q (cal)
220
Na figura 8, a temperatura subirá até alcançar 80 °C.
Aquecimento do gelo
240
Fig. 8 – Curva de aquecimento da água a 1 atm.

50 Calor
Essas leis são válidas apenas para os sólidos cristalinos que, ao se fundirem, passam diretamente
do estado sólido para o líquido. Os sólidos amorfos, como o vidro, por exemplo, sofrem um processo
diferente, pois sua fusão é gradual, passando por estados intermediários, nos quais ele se apresenta
pastoso, antes de se tornar líquido.

Calor latente
Vimos que o calor latente está relacionado com a quantidade de calor que é necessária para
modificar o estado físico de um grama de certa substância. Então, podemos expressá-lo matemati-
camente por:
Q 5 mL
ou

Q
L5
m

em que L é o calor latente de uma substância, ΔQ é a quantidade de calor fornecida ou cedida e m,


a massa da substância. Note que, quanto maior for a massa da substância, maior será a quantidade
de calor fornecida para que a mudança de estado ocorra.

Solidificação
Na solidificação, os processos ocorrem em sentido inverso ao da fusão. Dessa maneira, se reti-
rarmos calor de um líquido, sua temperatura diminui e, quando ela atinge certo valor, inicia-se a soli-
dificação. A experiência mostra que essa temperatura é a mesma na qual ocorreu a fusão. Durante a
solidificação, a temperatura permanece constante e devemos retirar do líquido a mesma quantidade
de calor, por unidade de massa, que fornecemos para que ocorresse a fusão. Em outras palavras, o
calor latente de solidificação é igual ao calor latente de fusão.
Água Gelo
0 °C 0 °C
10 gramas 10 gramas

➟➟
Fig. 9 – Deve-se retirar 80 cal por grama da água no estado líquido,
800 cal a 0 °C, para que ela se transforme em gelo, também a 0 °C.

Então, se o líquido da figura do exercício resolvido 1 fosse colocado de volta ao congelador,


os processos ocorreriam em sentido inverso. Quando a temperatura atingisse 0 °C, a água ainda se
encontraria no estado líquido e só depois de ceder 800 cal (80 cal por grama) ao ambiente ela se
transformaria totalmente em gelo a 0 °C (fig. 9).
Da mesma forma, se considerarmos o inverso do exemplo discutido Temperatura (ºC)
na seção anterior, em que tínhamos um cubo de gelo (água no estado só-
lido) a 240 °C que foi aquecido até 80 °C, ou seja, se tomarmos a água no 80
estado líquido (80 °C) e a colocarmos em uma forma de gelo e a levarmos
60
para um freezer, após algum tempo a água se transformará em gelo, atin-
Resfriamento da água líquida FRENTE A
gindo a temperatura de 240 °C. A água permanecerá no estado líquido até 40
atingir 0 °C, quando ocorrerá o processo de solidificação (patamar do grá-
fico da figura 10) até que não exista mais água no estado líquido. Quando 20

tivermos apenas gelo, a temperatura começará a baixar até atingir 240 °C. Solidificação
FÍSICA

0 Q (cal)
220
Resfriamento do gelo
240
Fig. 10 – Curva de resfriamento da água a 1 atm.

Calor 51
EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Um bloco de gelo, de massa m 5 10 g, é retirado do congelador à temperatura de 28 °C e colocado em um recipiente aberto, em


contato com o ar ambiente (ver figura a seguir). Depois de algum tempo, verificou-se que no recipiente havia 10 g de água a uma
temperatura invariável de 20 °C. Descreva os processos que ocorreram com o gelo até ser atingida essa situação final.

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


r

r
Calo

r
Calo

Calo
A B C D
28 °C 0 °C 0 °C 20 °C

RESOLUÇÃO:
Como a temperatura final da água permanece invariável em 20 °C, concluímos que ela está em equilíbrio térmico com o ambiente,
isto é, a temperatura do ambiente é de 20 °C. Então, na situação inicial (A), o ambiente está cedendo calor ao gelo e sua tempera-
tura se elevará até atingir 0 °C, que é seu ponto de fusão (situação B). Se, nesse momento, fosse interrompido o fluxo de calor para
o gelo, ele não se fundiria, permanecendo sólido a 0 °C. Entretanto, como o ambiente continua a fornecer calor, o gelo começa a
se fundir.
Na tabela 1, vimos que é necessário fornecer 80 cal para fundir 1 g de gelo. Portanto, após o bloco ter atingido 0 °C, como sua mas-
sa é de 10 g, ele terá de receber 800 cal do ambiente para fundir-se completamente. Recebendo essa quantidade de calor, o bloco
se transforma em 10 g de água a 0 °C (situação C). Essa água, estando ainda em temperatura inferior à do ambiente, continuará a
receber calor e sua temperatura vai se elevando, até que seja atingido o equilíbrio térmico, a 20 °C (situação D).

PARA CONSTRUIR

5 Uma moeda de prata possui massa igual a 100 g. Consultan- 6 Considere a mesma moeda do exercício anterior.
m
Ene-5
do a tabela 1, responda: m
Ene-5
C 7 C 7 a) Ao ser atingido o ponto de fusão, qual a mínima quanti-
H-1 H-1
a) Aquecendo-se a moeda, em qual temperatura ela come- dade de calor que deve ser cedida à moeda para ela se
m
Ene-6
C 1
çará a se fundir? m
Ene-6
C 1
fundir totalmente?
H-2 H-2 Pela tabela 1, vemos que o calor de fusão da prata é de 21 cal/g.
Pela tabela 1, vemos que o ponto de fusão da prata é 961 °C,
Então, como a massa da moeda é de 100 g, para ela se fundir
isto é, aquecendo-se a moeda, quando for atingida aquela totalmente devemos fornecer-lhe a seguinte quantidade de calor:
ΔQ 5 21 ? 100 ⇒ ΔQ 5 2 100 cal
temperatura, ela começará a se fundir.

b) Se, ao ser atingida essa temperatura, o fornecimento de


calor for interrompido, a moeda se fundirá?
Não, pois, como vimos, para que ocorra a fusão é necessário b) Enquanto a moeda recebe calor, durante a fusão, o que
fornecer calor à moeda. ocorre com sua temperatura?
Durante a fusão, a temperatura da moeda permanece constante
a 961 °C.

52 Calor
c) Logo após ser fornecido o calor calculado no item a, qual Sendo Q a quantidade de calor absorvida pelo corpo, em
será a temperatura da prata líquida resultante da fusão? calorias, e T a temperatura do corpo, em graus Celsius, de-
A quantidade de calor fornecida após ser atingida a temperatura termine:
de fusão (2 100 cal) é exatamente aquela necessária para fundir a a) o calor específico do corpo, em cal/(g°C), na fase sólida e
moeda. Então, a temperatura da prata líquida será ainda de 961 °C.
na fase líquida.
Observando o gráfico, temos para a fase sólida (0 °C a 40 °C):
Q 5 mc T
Q
7 Uma pedra de enxofre, de massa igual a 200 g, encontra-se à c sólida 5
m T
m
Ene-5
temperatura de 119 °C. Consulte a tabela 1 e responda: c sólida 5
(400 2 0)
C 7 100(40 2 0)
H-1
a) Se fornecermos 650 cal de calor a essa pedra, qual será a c sólida 5 0,1 cal/(g C)
m
Ene-6
C 1
massa de enxofre que se fundirá?
H-2 Devemos observar, pela tabela 1, que o enxofre já se encontra
no seu ponto de fusão (119 °C). Então, o calor fornecido será to-
talmente utilizado para fundir o sólido. Como o calor de fusão do
Observando o gráfico, temos para a fase líquida (40 °C a 60 °C):
enxofre é de 13 cal/g, a massa m dessa substância que se fundirá
pode ser determinada pela seguinte proporção: Q 5 mc T
13 cal fundem 1 g Q
clíquida 5
650 cal fundirão m m T
650 (1200 2 800)
Então: m 5 m 5 50 g clíquida 5
13
100(60 2 40)
b) Então, qual será a temperatura final do enxofre sólido?
clíquida 5 0,2 cal/(g°C)
E do líquido?
Como não ocorreu a fusão total do enxofre, teremos, no final,
150 g de enxofre sólido e 50 g de enxofre líquido, ambos a 119 °C.
b) a temperatura de fusão, em °C, e o calor latente de fusão,
em calorias, do corpo.
8 a) No exercício anterior, qual a quantidade mínima de calor Observando o gráfico, temos que a temperatura de fusão é 40 °C
(patamar) e o calor latente de fusão pode ser calculado pela
que deveríamos fornecer para fundir totalmente a pedra fórmula:
de enxofre? Q
L fusão 5
Como para fundir 1 g são necessárias 13 cal, para fundir 200 g de m
enxofre será necessária uma quantidade de calor: ( 800 2 400 )
L fusão 5
ΔQ 5 13 ? 200 ⇒ ΔQ 5 2 600 cal 100
L fusão 5 4 cal/g
b) Se tivéssemos fornecido 3 000 cal a essa pedra, a tempera-
tura final do enxofre seria maior ou igual a 119 °C?
Seria maior do que 119 °C, pois 2 600 cal seriam utilizadas pa-
ra fundir o enxofre (sem elevar sua temperatura) e as 400 cal 10 (PUC-RJ) Três cubos de gelo de 10,0 g, todos eles a 0,0 °C, são
restantes provocariam uma elevação de temperatura no enxofre m
Ene-6
colocados dentro de um copo vazio e expostos ao sol até
C 1
líquido.
H-2 derreterem completamente, ainda a 0,0 °C. Calcule a quan-
m tidade total de calor requerida para isso ocorrer, em calorias.
Ene-5
9 (Unifesp) O gráfico representa o processo de aquecimento e C 1
H-2 Considere o calor latente de fusão do gelo LF 5 80 cal/g. e
m
Ene-5
mudança de fase de um corpo inicialmente na fase sólida, de a) 3,7 ? 1021
C 7
H-1 massa igual a 100 g. b) 2,7 ? 101
m
Ene-5
Q (cal) c) 1,1 ? 102
C 1
H2
- 1 200 d) 8,0 ? 102
m 1 000
e) 2,4 ? 103
Ene-6
C 5
H-2 Q 5 mL
800
FRENTE A
Q 5 3 ? 10 ? 80
600 Q 5 2400 cal
Q 5 2,4 ? 103 cal
400

200
FÍSICA

0
10 20 30 40 50 60 T (ºC)

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 4 a 8 Para aprimorar: 1 a 9

Calor 53
VAPORIZAÇÃO E CONDENSAÇÃO
Vaporização
A passagem do estado líquido para o estado gasoso pode ocorrer de três maneiras:
1) por evaporação: quando a passagem se faz lentamente, a qualquer temperatura. Uma roupa
molhada, por exemplo, torna-se seca em virtude da evaporação da água.
2) por ebulição: quando a passagem se faz rapidamente, a uma temperatura bem determinada
para cada líquido. A água em uma panela só começa a ferver, isto é, só entra em ebulição
quando sua temperatura atinge determinado valor.
3) por calefação: quando a passagem se faz muito rapidamente a uma temperatura muito
acima da temperatura de ebulição. Uma gota de água quando cai sobre a superfície aquecida
do ferro de passar roupa, por exemplo, é convertida em vapor em poucos segundos.
Vapor A seguir vamos aprofundar nos dois primeiros processos de vaporização.

Evaporação
Sabemos que as moléculas de um líquido, a qualquer temperatura, encontram-se em constante
agitação, movendo-se em todas as direções, com velocidades variáveis, desde zero até valores muito
grandes. Algumas moléculas, com velocidades suficientemente elevadas, ao alcançarem a superfí-
cie, conseguem escapar pela superfície do líquido. Após escaparem, essas moléculas passam a uma
situação em que se encontram muito afastadas umas das outras, de modo que a força entre elas é
Líquido praticamente nula, isto é, elas se encontram no estado gasoso (fig. 11).
Esse é o processo da evaporação do líquido. Observe que, à medida que ocorre a evaporação,
as moléculas de maior velocidade vão abandonando o líquido. Consequentemente, sua temperatura
Fig. 11 – Um grande número de tende a diminuir, pois a energia cinética média das moléculas que nele permanecem torna-se menor.
moléculas de um líquido, em virtude
de sua constante agitação, consegue Colocando-se um termômetro em um copo que contenha éter, por exemplo, notamos diminuição
escapar através da superfície do líquido, sensível na temperatura, causada pela evaporação do líquido.
passando para o estado gasoso.
Velocidade de evaporação
A velocidade com que um líquido evapora depende de alguns fatores, que examinaremos a
Geralmente, quando uma seguir:
pessoa sai de uma piscina (ou
1) Verifica-se que, quanto maior for a temperatura de um líquido, maior será a rapidez com
do mar), sente mais frio que
que ele evapora. Isso ocorre porque, quando aumentamos a temperatura de um líquido,
quando se encontrava dentro
a energia cinética média de suas moléculas aumenta e, portanto, haverá maior número de
da água. Essa sensação é conse-
moléculas capazes de escapar pela superfície do líquido.
quência da evaporação da água
2) Enquanto ocorre a evaporação, algumas moléculas do vapor, que se localizam próximas
aderida à sua pele.
à superfície do líquido (fig. 11), em seu constante movimento, incorporam-se novamente
ao líquido. Assim, se o número de moléculas no estado de vapor, próximas à superfície, for
Portal muito grande, a velocidade de evaporação será pequena, pois muitas moléculas voltam para
SESI
Educação
a fase líquida. Por esse motivo, em um dia úmido (ou seja, quando há grande quantidade de
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vapor de água na atmosfera) uma roupa molhada demora mais tempo para secar. Por outro
Acesse o portal e assista à anima- lado, removendo-se o vapor que vai se formando próximo à sua superfície (por exemplo,
ção Ciclo da água. se soprarmos o ar nas proximidades do líquido), a velocidade de evaporação aumenta. Por
isso uma roupa molhada seca mais depressa se estiver ventando.
3) Colocando-se a mesma quantidade de um mesmo líquido em dois recipientes, tais como
os da figura 12, o líquido contido no recipiente (B) evapora muito mais rapidamente. Isso
porque a velocidade de evaporação aumenta quando a área da superfície livre do líquido
A
é aumentada. De fato, quanto maior for essa área, maior será o número de moléculas que
poderão atingir a superfície e escapar. Assim, para que uma roupa molhada seque mais
B
depressa, devemos colocá-la estendida, de modo que a área de evaporação da água seja
aumentada.

Fig. 12 – A velocidade de evaporação de um líquido


é tanto maior quanto maior for a área de sua superfície livre.

54 Calor
Ebulição
Conforme estudamos, quando a temperatura de um líquido atinge determinado valor, observa-
-se uma formação rápida e tumultuosa de vapores, isto é, o líquido entra em ebulição. Experimen-
talmente, verifica-se que o processo de ebulição obedece a leis semelhantes àquelas que estudamos
para a fusão, que são as seguintes:

1) A uma dada pressão, a temperatura na qual ocorre a ebulição (ponto de ebulição) é bem
determinada para cada substância.

Para a água, por exemplo, à pressão de 1 atm, o ponto de ebulição é 100 °C. A tabela 2 apresenta
os pontos de ebulição de outras substâncias.

2) Se um líquido se encontra em seu ponto de ebulição, é necessário fornecer calor a ele para
que o processo seja mantido. A quantidade de calor que deve ser fornecida para que o
processo se complete por unidade de massa é denominada calor latente de vaporização,
que é característico de cada substância.

Na tabela 2, vemos que o valor de vaporização da água é 540 cal/g, isto é, a cada 1 g de água que
se encontra em seu ponto de ebulição, devemos fornecer 540 cal de calor para que ela se vaporize.

Tabela 2 – Pontos de ebulição e calores


de vaporização (à pressão de 1 atm)

Ponto Calor de Calor de


Substância
de ebulição (°C) vaporização (J/kg) vaporização (cal/g)

Mercúrio 357 0,27 ? 106 65


Iodo 184 0,10 ? 106 24
Água 100 2,50 ? 106 540
Álcool etílico 78 0,85 ? 106 204
Bromo 59 0,18 ? 106 44
Nitrogênio 2196 0,20 ? 106 48
Hélio 2269 0,025 ? 106 6

3) Durante a ebulição, apesar de se fornecer calor ao líquido, sua temperatura permanece


constante e o vapor que vai sendo formado encontra-se à mesma temperatura do líquido.

Retomemos o exemplo da seção anterior, em que tínhamos


um cubo de gelo que foi aquecido até se transformar em água Temperatura (ºC)
à temperatura de 80 °C. Se continuarmos aquecendo a água até
120
120 °C (fig. 13), veremos que ao atingir 100 °C (ponto de ebuli- Ebulição
Aquecimento
100 do vapor
ção) a água entrará em ebulição e começará a evaporar. Dessa
FRENTE A
forma, no patamar de 100 °C (fig. 13), a água estará tanto no 80
estado líquido quanto no estado gasoso. Isso quer dizer que a 60
Aquecimento da água líquida
temperatura da água não aumentará até que toda ela se trans- 40
forme em vapor. Quando tivermos apenas vapor, a temperatura
FÍSICA

20
do vapor continuará a subir até atingir 120 °C. Fusão
0 Q (cal)
220
Aquecimento do gelo
240
Fig. 13 – Curva de aquecimento da água a 1 atm.

Calor 55
Condensação
Retirando-se calor do vapor de uma substância que esteja a uma temperatura superior ao seu
ponto de ebulição, a temperatura do vapor diminuirá e, quando ela atingir o valor no qual ocorreu
a ebulição, o vapor começará a
se condensar (liquefazer), isto Temperatura (ºC)
Resfriamento do vapor
é, o ponto de condensação é 120
igual ao ponto de ebulição. 100
Condensação
Sendo a condensação um
80
processo inverso ao da vapo-
rização, o vapor deverá liberar 60 Resfriamento da
água líquida
calor para se liquefazer, sendo 40
o calor latente de condensa- 20
ção igual ao calor latente de Solidificação
0 Q (cal)
vaporização. Assim, quando 220
Resfriamento do gelo
1 g de vapor de água, que se
240
encontra a 100 °C, condensa-
-se, libera 540 cal. A água que
se originará da condensação se Fig. 14 – Curva de aquecimento da água a 1 atm.
encontrará também a 100 °C.
Da mesma forma, se considerarmos o exemplo da seção anterior, e abaixarmos a temperatura do
vapor que estava a 120 °C até 240 °C (fig. 14), veremos que, ao atingir 100 °C (ponto de condensação),
o vapor se condensará em água no estado líquido. No patamar de 0 °C, a água se solidificará e, so-
mente após toda água se transformar em gelo, a temperatura continuará a baixar até atingir 240 °C.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

2 Qual a quantidade de calor que devemos fornecer a 20 g de gelo a 0 °C para transformá-lo em vapor de água, superaquecido, a
200 °C?

RESOLUÇÃO:
No intervalo de 0 °C a 200 °C, teremos duas mudanças de estado: o gelo se funde a 0 °C e a água entra em ebulição a 100 °C. Em
virtude disso, o cálculo da quantidade de calor necessária deve ser feito em etapas, da seguinte maneira:
1) Para fundir o gelo: como o calor de fusão do gelo é de 80 cal/g (tabela 1), para fundir 20 g devemos fornecer uma quantidade
de calor dada por:
Q1 5 80 20 ∴ Q1 5 1, 6 ? 103 ccal
80 ? 20

2) Para elevar a temperatura da água resultante da fusão de 0 °C para 100 °C: a quantidade de calor necessária, neste processo, é
dada por:
Q2 5 mc 1, 0 ? 100 ∴ Q2 5 2,0 ? 103 cal
mc T 5 20 ? 1,0

3) Para transformar a água a 100 °C em vapor a 100 °C: como o calor de vaporização da água é 540 cal/g (tabela 2), para vaporizar
20 g devemos fornecer uma quantidade de calor:
Q3 5 540 ? 20 ∴ Q3 5 10, 8 ? 103 ccal
4) Para elevar a temperatura do vapor de 100 °C a 200 °C: tratando-se de um processo em que há apenas elevação de tempera-
tura, teremos, como na etapa (2), Q 4 5 mc T. O valor de c (calor específico do vapor de água) é c 5 0,50 cal/g ? °C. Então:
Q 4 5 mc 0, 50 ? 100 ∴ Q 4 5 1,0 ? 103 cal
mc T 5 20 ? 0,50
Logo, a quantidade total de calor ΔQ necessária para transformar 20 g de gelo a 0 °C em vapor a 200 °C, será:
Q 5 Q1 1 Q2 1 Q3 1 Q 4 ∴ Q 5 1, 54 ? 10 4 cal

56 Calor
PARA CONSTRUIR

11 Costuma-se soprar sobre a superfície de um líquido quente 14 a) É comum observarmos que, em dias de chuva, ao fechar-
m
Ene-1 para esfriá-lo mais rapidamente. m
Ene-1 mos os vidros de um automóvel, eles se tornam embaça-
C 3 C 3
H- H- dos. Explique.
a) Quando se faz isso, o que acontece com a velocidade de
m m
Ene-6
C 1 evaporação do líquido? Ene-6
C 1
Ao formular esta questão não pretendemos que seja analisada
H-2 H-2
Ao soprar sobre a superfície do líquido, removemos o vapor em termos de “saturação” ou “tensão de vapor” (conceitos
nele acumulado e, como vimos, isso acarreta aumento na velo- que, aliás, não foram tratados no texto). Deseja-se apenas
cidade de evaporação do líquido. que o aluno perceba que o embaçamento do vidro é devido à
condensação do vapor de água já existente na própria atmosfera.

b) Explique, então, por que, procedendo dessa maneira, con-


seguimos fazer com que o líquido esfrie mais depressa. b) Para desembaçar o para-brisa, alguns automóveis pos-
Como a evaporação provoca abaixamento na temperatura do lí- suem um ventilador (desembaçador). Explique por que
quido, ao aumentarmos a velocidade de evaporação, o líqui- esse processo é eficaz.
do se esfriará mais rapidamente (um maior número de molé- De maneira semelhante ao que ocorre quando sopramos

culas mais velozes escapa do líquido). sobre a superfície de um líquido, o desembaçador remove o vapor
que se acumula próximo ao vidro, permitindo que o líquido
12 Certo volume de éter está contido em um vidro aberto, de
condensado torne a se evaporar.
m
Ene-6
gargalo estreito. Um volume igual desse líquido é derramado
C 1
H-2 em uma superfície lisa e horizontal, espalhando-se sobre ela.
Qual dos dois volumes evaporará mais depressa? Explique. 15 Uma massa de 100  g de álcool etílico encontra-se sólida à
A velocidade de evaporação é tanto maior quanto maior for a área m
Ene-5 temperatura de 2115 °C. Sabe-se que o calor específico des-
C 7
da superfície livre do líquido. Por esse motivo, o éter derramado
H-1 se álcool, na fase líquida, vale 0,50 cal/g ? °C. Consultando as
m tabelas 1 e 2, calcule a menor quantidade de calor que deve
“secará” mais depressa. Ene-6
C 5
H2
- ser fornecida ao álcool sólido para transformá-lo totalmente
em vapor.
13 (Unicamp-SP) Na preparação caseira de um chá aconselha- Os alunos não terão dificuldade em resolver este exercício orien-
tando-se pelo exercício resolvido no final do tema “condensação”
m
Ene-1
-se aquecer a água até um ponto próximo da fervura, retirar (recomendamos não deixar de discutir esse exercício com os alunos).
C 3
H- o aquecimento e, em seguida, colocar as folhas da planta e 1) O álcool sólido encontra-se em seu ponto de fusão, que é de 2115 °C
tampar o recipiente. As folhas devem ficar em processo de (tabela 1). Então, sendo 25 cal/g seu calor de fusão (tabela 1), para
m
Ene-6 fundir os 100 g dessa substância devemos fornecer uma quanti-
C 1
H-2 infusão por alguns minutos. dade de calor:
Caso o fogo seja mantido por mais tempo que o necessário, a Q1 5 25 ? 100 ∴ Q1 5 2 500 cal
m
Ene-5
C 1 2) Tendo-se obtido 100 g de álcool líquido a –115 °C, devemos agora
H2
- água entrará em ebulição. Considere que a potência forneci-
elevar sua temperatura até o ponto de ebulição, que é de 78 °C
da pelo fogão à água é igual a 300 W, e que o calor latente de (tabela 2), isto é, devemos provocar nele uma elevação de tem-
vaporização da água vale 2,25 ? 103 J/g. Mantendo-se o fogo peratura:
com a água em ebulição e o recipiente aberto, qual é a massa T 5 78 2 (2115 ) ∴ T 5 193 °C
de água que irá evaporar após 10 minutos? c Para isso, devemos fornecer a esse álcool uma quantidade de calor:
a) 18 g b) 54 g c) 80 g d) 133 g Q2 5 mc T 5 100 ? 0,50 ? 193 ∴ Q2 5 9 650 cal
A partir da quantidade de calor que é liberado pelo fogão, pode- 3) Finalmente, estando o álcool em seu ponto de ebulição e sendo
mos obter a massa de água que irá evaporar após 10 minutos. de 204 cal/g seu calor de vaporização (tabela 2), para vaporizá-lo
Logo, temos: completamente devemos fornecer uma quantidade de calor:
P5
ε Q3 5 204 ? 100 ∴ Q3 5 20 400 cal
t
Q Portanto, a quantidade total de calor empregada no processo será: FRENTE A
P5 Q 5 Q1 1 Q2 1 Q3 ∴ Q 5 32 550 cal
t
Q5P t Ou, observando os algarismos significativos, teremos:
mL vaporização 5 3 t Q 5 32,5 ? 103 cal 5 3,25 ? 104 cal
FÍSICA

P t
m5
L vaporização
300 ? 600
m5
2,25 ? 103
m 5 80 g

Calor 57
16 (Fuvest-SP) Em um recipiente termicamente isolado e mantido a pres- T (ºC)
m
Ene-6
são constante, são colocados 138 g de etanol líquido. A seguir, o etanol 140
C 1
H-2 é aquecido e sua temperatura T é medida como função da quantidade 120
m de calor Q a ele transferida.
Ene-5 100
C 1
H-2 A partir do gráfico de T × Q, apresentado na figura ao lado, pode-se
80
m
Ene-6
determinar o calor específico molar para o estado líquido e o calor la-
C 5
H2
- tente molar de vaporização do etanol como sendo, respectivamente, 60
próximos de: a 40
Dados: fórmula do etanol: C2H5OH; massas molares: C  (12  g/mol),
20
H (1 g/mol), O (16 g/mol).
a) 0,12 kJ/(mol°C) e 36 kJ/mol. 0
b) 0,12 kJ/(mol°C) e 48 kJ/mol. 220
c) 0,21 kJ/(mol°C) e 36 kJ/mol.
d) 0,21 kJ/(mol°C) e 48 kJ/mol. 0 50 100 150 Q (kJ)

e) 0,35 kJ/(mol°C) e 110 kJ/mol.


A massa molar (M) do etanol é:
M 5 2(12) 1 5(1) 1 16 1 1 5 46 g
O número de mols contido nessa amostra é dado por:
m
n5
M
138
n5
46
n53
Observando o gráfico, temos a variação de temperatura ΔT 5 78 2 (218) e a respectiva energia absorvida na forma de calor sensível
ΔQ 5 35 kJ. Substituindo esses valores na equação do calor sensível na forma molar, temos:
Q 5 n ? cL ? T
Q
cL 5
n? T
35
cL 5
3 ? [78 2 (218)]
cL 5 0,12 kJ/mol C
Observando o gráfico, temos a quantidade de calor absorvida durante a vaporização ΔQ 5 145 2 35 5 110 kJ. Aplicando na equação do
calor latente, temos:
Q 5 n ? LL
Q
LL 5
n
110
LL 5
3
LL 5 36,7 kJ/mol

17 (UFRGS-RS) Uma amostra de uma substância encontra-se, inicialmente, no estado sólido na temperatura T0. Passa, então, a receber
m
Ene-5
calor até atingir a temperatura final Tf, quando toda a amostra já se transformou em vapor. O gráfico abaixo representa a variação
C 7
H-1 da temperatura T da amostra em função da quantidade de calor Q por ela recebida.
Início da Término da
m
Ene-6
C 1
Considere as seguintes afirmações, referentes ao gráfico. T vaporização vaporização
H-2 I. T1 e T2 são, respectivamente, as temperaturas de fusão e de vapo-
m
Ene-6 rização da substância. Tf
C 4
H2
- II. No intervalo X, coexistem os estados sólido e líquido da substância. Y
Vapor
III. No intervalo Y, coexistem os estados sólido, líquido e gasoso da T2

substância. Início da
fusão
Quais estão corretas? e
a) Apenas I.
X
b) Apenas II. T1 Líquido
Sólido e vapor
c) Apenas III.
T0
d) Apenas I e II.
e) I, II e III. 0 Q
No intervalo Y, coexistem apenas os estados líquido e gasoso da substân- Sólido e Término da Líquido
líquido fusão
cia conforme, podemos ver na figura.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 9 a 18 Para aprimorar: 10 a 15

58 Calor
Ar comprimido
INFLUÊNCIA DA PRESSÃO A
Verifica-se experimentalmente que, se variarmos a pressão exercida sobre uma substância, a
temperatura na qual ela muda de fase sofre alterações. Assim, quando estudamos que o gelo se funde p . 1 atm
a 0 °C e a água entra em ebulição a 100 °C, destacamos que isso ocorre se a pressão for de 1 atm. Nes-
ta seção, vamos analisar a influência da variação de pressão nas temperaturas de mudanças de fase.

Influência da pressão na temperatura de fusão


Quando uma substância se funde, de modo geral aumenta de volume. Para uma substância
que tenha esse comportamento, observa-se que um aumento na pressão exercida sobre ela acarreta
elevação na temperatura de fusão (e, consequentemente, na temperatura de solidificação). Pb (330 ºC)
Pb (330 ºC)
Assim, o chumbo, que aumenta de volume ao se fundir, tem seu ponto de fusão em 327 °C à
pressão de 1 atm. B
Submetendo-o a uma pressão mais elevada, ele se fundirá a uma temperatura mais alta. A figura Bomba de vácuo
15-A mostra um bloco de chumbo que atinge uma temperatura superior a 327 °C, porque a pressão
sobre ele é maior do que 1 atm. Evidentemente, a uma pressão inferior a 1 atm, o chumbo se fundirá p , 1 atm
abaixo de 327 °C (fig. 15-B).

A água é uma exceção


Algumas poucas substâncias, entre elas a água, fogem do comportamento geral, pois diminuem
de volume ao se fundirem. Portanto, o volume de uma dada massa de água aumenta quando ela se
transforma em gelo. É por esse motivo que uma garrafa cheia de água, colocada em um congelador,
estoura quando a água se solidifica. Para essas substâncias, um aumento na pressão acarreta di-
minuição na temperatura de fusão. Pb (320 ºC)
O gelo se funde a 0 °C somente se a pressão sobre ele for de 1 atm. Se aumentarmos essa pres-
são, ele se fundirá a uma temperatura inferior a 0 °C; reciprocamente, a uma pressão inferior a 1 atm Fig. 15 – Um aumento na pressão faz
aumentar o valor da temperatura de
seu ponto de fusão será superior a 0 °C. Uma aplicação desse fato é mostrada na figura 16: o gelo fusão do chumbo.
sob a lâmina da bota do patinador (pressão muito grande) se funde, apesar de sua temperatura ser
inferior a 0 °C, permitindo que se deslize facilmente sobre a pista. Assim que o patinador acaba de
passar, a pressão retorna a 1 atm e a água volta ao estado sólido, pois sua temperatura é inferior a 0 °C.
IURII OSADCHI/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

PARA
REFLETIR

A água das chuvas penetra em


frestas existentes nas rochas e
fica acumulada nelas. Em países
de clima frio, como o Canadá, é
comum observar o rompimento
dessas rochas, quando a água se
congela. Por que isso acontece?

Você se lembra da experiência


“Esmagando latas”?
Uma lata de alumínio (de refri-
gerante, por exemplo), com um
pouco de água, é aquecida por FRENTE A
uma fonte de calor até o ponto
de ebulição. Em seguida, a lata é
rapidamente mergulhada, de ca-
beça para baixo, num recipiente
FÍSICA

com água gelada (fonte fria). No


Fig. 16 – Apresentação de momento do contato, a lata é
patinação artística de Deividas comprimida instantaneamente.
Stagniunas e Isabella Tobias nos Por que isso acontece?
Jogos Olímpicos de Inverno.

Calor 59
A B Influência da pressão na temperatura de ebulição
Válvula de Qualquer substância, ao se vaporizar, aumenta de volume. Por esse
segurança
Pino móvel motivo, um aumento na pressão acarreta aumento na temperatura de
ebulição, pois uma pressão mais elevada tende a dificultar a vaporização.
Borracha Esse fato ocorre nas panelas de pressão. Em uma panela aberta, com
de pressão de 1 atm, a água entra em ebulição a 100 °C e sua temperatura não
vedação
ultrapassa esse valor. Ao tamparmos uma panela de pressão os vapores
formados são impedidos de escapar devido ao pino, que é pesado e móvel,
Pressão se manter para baixo (fig. 17-A). A movimentação do pino se dá quando
(atm) a pressão do vapor da água no interior da panela aumenta, podendo a
4
pressão total atingir cerca de 2 atm (fig. 17-B). Com isso, a água só entrará
(B) em ebulição nas proximidades de 120 °C, fazendo com que os alimentos
3
sejam cozidos mais rapidamente. Nesse momento, a pressão de 2 atm é
120 °C
suficiente para compensar a pressão externa e o peso do pino permitindo
2
que o vapor seja liberado pela válvula.
1
98 °C
(A)
A diminuição na pressão provoca abaixamento na temperatura de
ebulição. É um fato conhecido que, em locais situados acima do nível do
mar, onde a pressão atmosférica é menor do que 76 cmHg (1 atm), a água
250 0 50 100 150 Temperatura (°C) entra em ebulição a uma temperatura inferior a 100 °C (observe a figura 18).
No alto do Monte Everest, por exemplo, cuja altitude é de 8 848 m e a
Fig. 17 – Em uma panela de pressão, a água atinge temperaturas
pressão atmosférica é de apenas 26 cmHg, a água entra em ebulição a 72 °C.
superiores a 100 °C.

Monte Everest

Zermatt
La Paz (Suiça)
Manizales (Bolívia)
Brasília (Colômbia)

Rio de Janeiro

Oceano

Altitude (m) nível do mar (0) 1 100 2 150 3 640 4 000 8 848

Pressão
atmosférica 760 752 607 478 462 231
(mmHg)
Temperatura de
Bomba de vácuo ebulição da 97 96 93 90 86 72
água (°C)
Temperatura (°C)
15/40 12/18 11/22 1/19 –4/10 –35/–20
mínima/máxima
p 5 17 mmHg

Fig. 18 – Quanto maior a altitude (menor pressão atmosférica), menor é a temperatura de ebulição da água.

20 °C Reduzindo-se gradualmente a pressão sobre a superfície da água, sua temperatura de ebulição


Fig. 19 – É possível fazer a água entrar em
torna-se cada vez menor, podendo-se obter água em ebulição mesmo a temperaturas muito baixas.
ebulição a temperaturas relativamente Por exemplo, se com uma bomba de vácuo reduzirmos a pressão a 17 mmHg, poderemos fazer a
baixas reduzindo a pressão. água ferver a 20 °C (fig. 19).

60 Calor
21. Note que, na afirmação 02, a temperatura de mudança de estado é influenciada pela pressão. Durante a fusão, por exemplo, grande parte das substâncias
aumenta seu volume, logo, um incremento de pressão dificulta a mudança de fase. No caso da água ocorre o contrário, ou seja, durante a fusão ela se contrai.
Assim, um acréscimo de pressão diminuiria a temperatura de fusão.
Na afirmação 08, para aumentar a velocidade de evaporação, aumenta-se a temperatura, pois com isso aumenta-se a energia cinética média das moléculas
e, consequentemente, haverá maior número de molé-
culas capazes de escapar pela superfície do líquido. PARA CONSTRUIR

18 Sabe-se que o ferro, como a maioria das substâncias, ao se b) Com base na resposta do item anterior, você pode con-
m fundir tem um comportamento igual ao do chumbo. Basean- cluir que a densidade do gelo é maior ou menor do que a
Ene-5
C 8
H-1 do-se nessa informação, responda: da água?
Como a água aumenta de volume ao se solidificar, a
m
Ene-6
C 1
a) Uma barra de ferro, ao se fundir, aumenta ou diminui de
H-2 volume? densidade do gelo é menor do que a da água.

A barra de ferro, tendo um comportamento igual ao da maioria


das substâncias, aumentará de volume ao fundir.
c) Então, você pode entender por que um iceberg flutua no mar?
Como sabemos, a condição para um sólido flutuar em um líquido

b) Então, o ferro líquido tem densidade maior ou menor do é que sua densidade seja menor do que a do líquido. Assim, o
que o ferro sólido? gelo deve flutuar na água (deve-se observar que isso não ocorre
Como há aumento de volume na fusão, a densidade do ferro com a maioria das substâncias, pois o ferro sólido afunda no
líquido é menor do que a do ferro sólido. ferro líquido, o chumbo sólido afunda no chumbo líquido, etc.).

21 (UEPG-PR) No que se refere à mudança de estado da matéria,


c) Assim, uma barra de ferro sólido, colocada em ferro líqui- m
Ene-5
dê a soma da(s) proposição(ões) correta(s).
C 8
do, afunda ou flutua? H-1
(01) A quantidade de calor por grama necessária para que
Conforme vimos no estudo de Hidrostática, o ferro sólido, sendo m ocorra a mudança de estado é denominada de calor la-
Ene-6
C 1
mais denso, afundará no ferro líquido. H-2 tente. Essa propriedade pode ser utilizada para diferen-
ciar os materiais, adequando-os a seus diferentes usos.
(02) A temperatura de mudança de estado é influenciada
pela pressão a que a substância está submetida.
19 O ponto de fusão do ferro é de 1 535 °C sob uma pressão de
(04) Tanto a vaporização como a condensação são proces-
1 atm. Aquecendo-se uma barra de ferro que está submetida
sos que ocorrem por meio de troca de energia entre a
a uma pressão de 5 000 atm, ela se fundirá abaixo ou acima
substância e o meio no qual ela se encontra.
de 1 535 °C?
(08) A evaporação ocorre a qualquer temperatura, mas a
Como o ferro aumenta de volume ao se fundir, um aumento de velocidade de evaporação do líquido aumenta com a
pressão provoca aumento em sua temperatura de fusão. Portanto, elevação da temperatura.
sob pressão de 5 000 atm a barra de ferro se fundirá acima de 01 1 02 1 04 1 08 5 15
1 535 °C.
22 (UFF-RJ) Quando se retira uma garrafa de vidro com água de uma
m
Ene-5
geladeira, depois de ela ter ficado lá por algum tempo, veem-se
C 8
H1
- gotas d’água se formando na superfície externa da garrafa.
20 a) Algumas rochas apresentam fendas ou porosidades que m
Ene-6
Isso acontece graças, principalmente, à: a
C 1
m permitem a infiltração de água. Nos países de clima muito H-2 a) condensação do vapor de água dissolvido no ar ao en-
Ene-5
C 8
H-1 frio, observa-se que essas rochas, no inverno, fragmen- contrar uma superfície à temperatura mais baixa.
tam-se em várias partes. Explique por que isso ocorre. b) diferença de pressão, que é maior no interior da garrafa e
m
Ene-6 que empurra a água para seu exterior.
C 1
H2
- Como sabemos, a água aumenta de volume ao se congelar.
c) porosidade do vidro, que permite a passagem de água do
FRENTE A
Então, quando a água existente nos poros ou fendas das interior da garrafa para sua superfície externa.
rochas se congela, ao aumentar de volume origina enormes d) diferença de densidade entre a água no interior da garrafa
tensões que fragmentam as rochas. e a água dissolvida no ar, que é provocada pela diferença
de temperaturas.
FÍSICA

e) condução de calor através do vidro, facilitada por sua po-


rosidade

22. As gotas d´água são formadas na superfície externa da garrafa a partir da condensação do vapor TAREFA PARA CASA: Para praticar: 19 e 20
de água que está no ar quando ele entra em contato com a superfície fria da garrafa. Esse fenô-
meno também ocorre nos aparelhos de ar-condicionado. Para escoar as gotas d´água resultantes
da condensação do vapor devido ao resfriamento do ar ambiente existe uma mangueira em todo
Calor 61
aparelho de ar-condicionado.
SUBLIMAÇÃO – DIAGRAMA DE FASES
Sublimação
Tempos atrás costumava-se colocar uma bola de naftalina em armários e gavetas, pois baratas
e traças são repelidas pelos vapores exalados dela. A naftalina passa para o estado gasoso sem passar
pelo estado líquido, isto é, ocorre a sublimação. Pouco se utiliza a naftalina hoje em dia, pois os
vapores exalados por ela são tóxicos tanto para os insetos quanto para o homem.
A sublimação também ocorre com o CO2 sólido e, por isso, ele é denominado gelo-seco
(fig. 20). Outro exemplo é o iodo. Embora sejam poucas as substâncias que se sublimam nas condi-
ções ambientes, verifica-se que esse fenômeno pode ocorrer com qualquer substância, dependendo
da temperatura e da pressão a que ela estiver submetida.
O estudo do diagrama de fases, que faremos a seguir, nos permitirá definir em que condições
a sublimação de uma substância poderá ocorrer.

CHARLES D. WINTERS/PHOTORESEARCHES/LATINSTOCK
Fig. 20 – Uma porção de gelo-seco se sublima. Observe o
vapor desprendendo diretamente do sólido.

Diagrama de fases
Como estudamos, uma dada substância pode se apresentar nos estados sólido, líquido ou ga-
soso, dependendo de sua temperatura e da pressão exercida sobre ela. Em um laboratório, é possível
determinar, para cada substância, os valores de p e T correspondentes a cada um desses estados.
Com esses valores podemos construir um gráfico, denominado diagrama de fases, que tem aspecto
semelhante ao da figura 21. Observe que esse diagrama está dividido em três regiões, indicadas
por S, L e V. Se forem fornecidos os valores da pressão e da temperatura em que uma substância
p
M se encontra, seu diagrama de fases nos permitirá determinar se ela está no estado sólido, líquido
ou gasoso. Para isso, devemos localizar, nesse diagrama, o ponto correspondente ao par de valores
S
N
de p e T fornecidos. Se esse ponto estiver localizado na região S, a substância estará na fase sólida
L
(por exemplo, o ponto A da figura 21); se estiver na região L, estará na fase líquida, e se estiver na
A B C região V, na fase gasosa (vapor).
PT
V
E D

0
Fig. 21 – Diagrama de fases de uma substância. Conhecendo-se a pressão e a temperatura de uma substância, esse
T
diagrama nos permite determinar o estado em que ela se encontra.

62 Calor
Ponto triplo

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


As linhas que aparecem no diagrama de fases e que o dividem nas regiões S, L e V correspondem
a valores de p e T nos quais podemos encontrar a substância, simultaneamente, em dois estados.
Assim, qualquer ponto da linha PTM corresponde a um par de valores de p e T no qual a substância Vapor

se apresenta, simultaneamente, nos estados sólido e líquido. A linha PTN corresponde ao equilíbrio
entre líquido e vapor e a linha OPT, entre sólido e vapor. O ponto de encontro dessas três linhas
(ponto PT da figura 21) nos fornece os valores da pressão e da temperatura nos quais a substância Gelo
pode se apresentar, simultaneamente, nos três estados. Esse ponto (PT) é denominado ponto triplo
da substância. A água, por exemplo, à pressão de 4,6 mmHg e a uma temperatura de 0,01 °C, pode
ser encontrada, simultaneamente, nos estados sólido, líquido e gasoso (fig. 22) e, portanto, esses Água
valores correspondem ao seu ponto triplo.

COMENTÁRIOS Fig. 22 – À pressão de 21 4,6 mmHg


e à temperatura de 0,01 °C é possível
Consideremos uma substância com uma pressão e temperatura correspondentes ao ponto A
encontrar a água, simultaneamente, nos
da figura 21, a qual se encontra no estado sólido. Já sabemos que, mantendo constante a pressão estados sólido, líquido e gasoso.
e aumentando a temperatura, ocorrerá a fusão da substância em um certo valor de T. No dia-
grama, esse processo corresponde a um deslocamento ao longo da linha AB, ocorrendo a fusão
quando essa linha cruzar a curva PTM.
No ponto B, a substância se encontra no estado líquido. Já vimos que temos duas maneiras para
fazer um líquido se vaporizar (entrar em ebulição): aumentando sua temperatura à pressão cons-
tante ou reduzindo sua pressão à temperatura constante. Observe que no diagrama o primeiro
processo corresponde a um deslocamento ao longo de BC e, o segundo, ao longo de BD. Em
ambos os casos, a vaporização ocorre no cruzamento dessas linhas com a curva PTN.
Consideremos, agora, uma substância no estado sólido, na situação correspondente ao ponto E,
no qual sua pressão é inferior à pressão do ponto triplo. O diagrama nos mostra que, mantendo
constante a pressão e aumentando a temperatura (deslocamento ao longo de ED), a substância
passa diretamente do estado sólido para o estado de vapor, isto é, ela se sublima. Observe pelo
diagrama que, se uma substância sólida estiver submetida a uma pressão inferior à pressão de seu
ponto triplo, ao ser aquecida ela passará diretamente para o estado de vapor. Logo, um sólido só
poderá se sublimar se a pressão a que ele estiver submetido for inferior à pressão de seu ponto triplo.

PARA CONSTRUIR

Os exercícios de 23 a 25 se referem ao diagrama de fases do 23 a) Se o CO2 estiver submetido a uma pressão de 50 atm e a uma
CO2, que está representado na figura abaixo (o gráfico não foi m temperatura de 280 °C, em que estado ele se encontra?
Ene-5
construído em escala uniforme). C 7
H-1
Verifica-se, no diagrama, que o ponto correspondente a T 5 280 °C
p m
Ene-6 e p 5 50 atm encontra-se situado na região S. Portanto, nessas
(atm) C 1
H-2
condições, o CO2 apresenta-se no estado sólido.
m
Ene-6
C 4
H2
-
73

S L
b) Certa massa de CO2, nas condições de temperatura e pres-
56 são de sua sala de aula (aproximadamente 1 atm e 20 °C),
em que estado se apresentará? FRENTE A

De forma semelhante, vemos que, para T 5 20 °C e p 5 1 atm,


o ponto estará na região V, isto é, o CO2 estará na forma
5,2
FÍSICA

V gasosa (de fato, sabemos que nas condições citadas o


CO2 é um gás existente em nossa atmosfera).

0 –57 20 31 T (°C)

Calor 63
24 a) Em um tanque tem-se CO2 líquido, submetido à pressão
m
Ene-5
de 56 atm. Aquecendo-se esse líquido e mantendo-se
C 7
H-1 constante a pressão sobre ele, em que temperatura o CO2
m
começará a se vaporizar?
Ene-6
C 1
H-2 No diagrama, vemos que a linha correspondente à pressão
m de 56 atm (paralela ao eixo das temperaturas) cruza a curva
Ene-6
C 4
H2
-
de vaporização no ponto correspondente à temperatura de 20 °C.
Assim, concluímos que, sob a pressão de 56 atm, o CO2
começará a se vaporizar a 20 °C (entrará em ebulição a 20 °C).

b) A que pressão e temperatura devemos submeter o CO2


para que seja possível encontrá-lo, simultaneamente, nas
três fases?
Devemos submetê-lo a uma pressão e temperatura correspon-
dente ao seu ponto triplo. Pelo diagrama, vemos que esses
valores são p 5 52 atm e T 5 257 °C.

O processo de liofilização segue as seguintes etapas:


25 a) Considere uma pedra de gelo-seco sob uma pressão de O alimento é resfriado até temperaturas abaixo de 0 °C para
m
Ene-5
3,0 atm. Mantendo-se constante essa pressão e aquecen- que a água contida nele seja solidificada.
C 7
H-1 do-se a pedra, em certa temperatura, ela mudará de fase. Em câmaras especiais, sob baixíssima pressão (menores do
m
Qual será essa mudança de fase? que 0,006 atm), a temperatura do alimento é elevada, fazen-
Ene-6
C 1
H-2 Pelo diagrama, vemos que, aquecendo-se o gelo-seco à pressão do com que a água sólida seja sublimada. Dessa forma, a
m água sai do alimento sem romper suas estruturas molecula-
Ene-6 de 3,0  atm, ele passará diretamente de sólido para vapor, isto
C 4
H-2
res, evitando perdas de proteínas e vitaminas.
é, ele se sublimará.
O gráfico mostra parte do diagrama de fases da água e cin-
co processos de mudança de fase, representados pelas setas
numeradas de 1 a 5.
Pressão
b) Para que, ao ser aquecida, ocorra a fusão de uma pedra de
gelo-seco, que condição deve satisfazer a pressão à qual
ela está submetida?
Líquido
Para que haja fusão do gelo-seco ao ser aquecido, isto
1
é, para que ele passe de sólido para líquido, vemos, no
2
diagrama, que sua pressão deve ser superior a 5,2 atm.
Sólido 5

3
Vapor
4

Temperatura
26 (Vunesp) A liofilização é um processo de desidratação
m
Ene-5
de alimentos que, além de evitar que seus nutrientes A alternativa que melhor representa as etapas do processo
C 7
H-1 saiam junto com a água, diminui bastante sua massa e de liofilização, na ordem descrita, é: c
m seu volume, facilitando o armazenamento e o transporte. a) 4 e 1. d) 1 e 3.
Ene-6
C 1
H2
- Alimentos liofilizados também têm seus prazos de validade b) 2 e 1. e) 5 e 3.
aumentados, sem perder características como aroma e sabor. c) 2 e 3.

26. Na etapa 1, a água sofre o processo de solidificação, passando do estado líquido para sólido (seta 2) TAREFA PARA CASA: Para praticar: 21 e 22
e na etapa 2, o gelo sofre o processo de sublimação, passando do estado sólido para vapor (seta 3).

64 Calor
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos. 

TAREFA PARA CASA

a) Em qual temperatura a platina começará a se solidificar?


PARAPARA PRATICAR
PRATICAR b) Enquanto a platina está se solidificando, sua temperatura
aumenta, diminui ou permanece constante?
1 A figura abaixo representa as estruturas internas de duas c) Enquanto a platina está se solidificando, ela continua a ce-
m
Ene-6
substâncias sólidas, A e B. der calor para o ambiente?
C 1
H-2
A B
6 Considerando a platina mencionada no exercício anterior:
a) qual a quantidade de calor que ela libera para o meio am-
biente durante o processo de solidificação?
b) qual é a temperatura da platina sólida no instante em que
a solidificação se completa?
c) depois de certo tempo, qual será a temperatura final da
platina?

7 (UFPE) O gálio (Ga) é um metal cuja temperatura de fusão,


a) Qual delas se apresenta sob forma de cristal? m à pressão atmosférica, é aproximadamente igual a 30 °C.
Ene-5
b) Como se denomina a estrutura da substância B? C 7
O calor específico médio do Ga na fase sólida é em torno de
H-1
c) Qual das duas substâncias poderia ser o vidro? 0,4 kJ/(kg · °C) e o calor latente de fusão é 80 kJ/kg. Utilizan-
m
Ene-6
2 Por que um sólido apresenta forma própria e isso não ocorre
C 1
H-2
do uma fonte térmica de 100 W, um estudante determina a
energia necessária para fundir completamente 100 g de Ga, a
com os líquidos? m
Ene-5
C 1 partir de 0 °C. O gráfico mostra a variação da temperatura em
H2
-
3 Por que um gás tende a ocupar todo o volume do recipiente função do tempo das medições realizadas pelo estudante.
m
Ene-6
que o contém, enquanto isso não ocorre com um líquido? C 5
H-2
T (°C)

4 (IFPE) Uma amostra de determinada substância com massa 30


m
Ene-5
30 g encontra-se inicialmente no estado líquido, a 60  °C.
C 7
H-1 Está representada pelo gráfico abaixo a temperatura des-
m sa substância em função da quantidade de calor por ela
Ene-6
C 1
H2
- cedida. 0
tT t (s)
m
Ene-6 u (ºC)
Determine o tempo total tT que o estudante levou para reali-
C 4
H-2
60 zar o experimento. Suponha que todo o calor fornecido pela
fonte é absorvido pela amostra de Ga. Dê a sua resposta em
30 segundos.
10
8 (Ifsul-RS) Muitas pessoas gostam de café, mas não o apre-
0 m
Ene-6
ciam muito quente e têm o hábito de adicionar um pe-
30 60 90 Q (cal) C 1
H-2 queno cubo de gelo para resfriá-lo rapidamente. Deve-se
Analisando esse gráfico, é correto afirmar que: m
considerar que a xícara tem capacidade térmica igual a
Ene-5
a) a temperatura de solidificação da substância é 10 °C.
C 1
H2
- 30 cal/°C e contém inicialmente 120 g de café (cujo calor
b) o calor específico latente de solidificação é 21,0 cal/g. específico é igual ao da água, 1 cal/g ? °C) a 100 °C, e
que essa xícara encontra-se em equilíbrio térmico com
c) o calor específico sensível no estado líquido é 1 cal/g°C. o líquido. Acrescentando-se uma pedra de gelo de 10 g,
3
inicialmente a 0 °C, sendo que o calor latente de fusão do
d) o calor específico sensível no estado sólido é 1 cal/g°C. gelo vale 80 cal/g, após o gelo derreter e todo o sistema FRENTE A
45 entrar em equilíbrio térmico, desprezando-se as perdas
e) ao passar do estado líquido a 60 °C para o sólido a 10 °C a de calor para o ambiente, a temperatura do café será
substância perdeu 180 cal. igual a:
FÍSICA

5 Um recipiente refratário, contendo 10 g de platina líquida, é a) 86,15 °C.


retirado de um forno a 2 000 °C e colocado em contato com b) 88,75 °C.
o ar ambiente, cuja temperatura é de 25 °C, passando, então, c) 93,75 °C.
a perder calor. d) 95,35 °C.

Calor 65
9 Certa quantidade de mercúrio, à temperatura ambiente, é aque- Dados: calor específico da água: 1,0 cal/g°C; calor latente de
m cida por meio de uma chama. Consulte a tabela 2 e responda: vaporização da água: 540 cal/g; densidade absoluta da água:
Ene-5
C 7
H-1 a) Em que temperatura o mercúrio entrará em ebulição? 1,0 kg/L; 1 cal 5 4,2 J.
m b) Continuando-se a fornecer calor ao mercúrio, o que a) 1 h e 13 minutos. d) 1 h e 30 minutos.
Ene-6
C 1
H-2 ocorre com sua temperatura enquanto ele estiver em b) 1 h e 18 minutos. e) 2 h e 10 minutos.
ebulição? c) 1 h e 25 minutos.
c) Verifica-se que foi necessário fornecer 3,9 ? 104 cal de calor,
13 Normalmente, em dias quentes, uma pessoa transpira. Se o
durante a ebulição, para vaporizar totalmente o mercúrio.
m
Ene-1
suor se evaporar, haverá absorção de calor da pele da pessoa
Calcule, então, o valor da massa desse líquido. C 3
H- e ela se sentirá melhor, apesar da elevada temperatura do
d) Logo após ser fornecido ao líquido o calor mencionado
meio ambiente. Baseando-se nessa informação, explique:
no item c, qual será a temperatura do vapor de mercúrio m
Ene-6
C 1
resultante da vaporização? H-2 a) Por que um clima quente e seco é mais agradável do que
um clima quente e úmido?
10 (UFRGS-RS) Qual a quantidade de calor necessária para trans- b) Por que, em um dia quente, liga-se o ventilador de uma
m
Ene-6
formar 10 g de gelo à temperatura de 0 °C em vapor à tem- sala para tornar o ambiente mais agradável?
C 1
H-2 peratura de 100 °C?
14 Um ebulidor elétrico cuja potência é de 1 000 W é mergulha-
m
Ene-5 Dados: o calor específico da água é c 5 4,2 J/g°C, o calor de
C 1 do em um recipiente contendo 2,0 L de água a 20 °C. Supo-
H-2 fusão do gelo é Lf 5 336 J/g e o calor de vaporização da água
nha que 80% do calor gerado no ebulidor seja absorvido pelo
é Lv 5 2 268 J/g.
líquido e considere 1 cal 5 4,2 J. Determine o tempo necessá-
a) 4 200 J
rio para que metade da água do recipiente se evapore.
b) 7 560 J
c) 22 680 J 15 a) Suponha que 3,0 g de água (aproximadamente 1 colher
d) 26 040 J m de chá) a 100 °C caiam sobre a pele de uma pessoa (tem-
Ene-1
e) 30 240 J C 3
H- peratura de 37 °C). Determine a quantidade de calor que
11 (PUC-RS – Adaptada) Responda a esta questão com base na m
Ene-6
será transferida para a pele.
C 1
figura a seguir, na qual um diagrama relaciona o comporta- H-2 b) Responda ao item anterior supondo que a mesma massa
m
Ene-5
C 7
mento das temperaturas T e as quantidades de calor Q rece- m de vapor de água, a 100 °C, entrasse em contato com a
H-1 Ene-5
bidas por três substâncias diferentes, A, B e C, todas sujeitas à
C 1
H2
- pele.
m
Ene-6 c) Compare as respostas dos itens a e b e explique por que
C 1
H-2 mesma pressão atmosférica.
se deve tomar muito cuidado ao se lidar com vapor de
m T (°C) água em ebulição.
Ene-6
C 4 A
H2
-

B 16 Uma pessoa está sentada à sombra, em um ambiente com


m
Ene-5
temperatura de 37  °C, que é a temperatura do seu corpo.
C 1
C H-2 Nessas condições seu metabolismo gera 120 W de calor. Para
0 m manter a temperatura de seu corpo constante, esse calor
Q (J) Ene-6
C 1
H2
- gerado passa a ser liberado quase que exclusivamente por
evaporação de suor. Quantos gramas de suor a pele deverá
Com base na figura, podemos afirmar que: liberar em 1,0 hora?
a) a substância B possui uma temperatura de fusão mais ele- Dados: o calor de vaporização da água, a 37 °C, vale 580 cal/g
vada do que a substância A. e 1 cal 5 4,2 J.
b) a substância B é necessariamente água pura.
17 Suponha que 200  g de água a 0  °C (no estado líquido) te-
c) a substância B possui uma temperatura de solidificação
m
Ene-5
nham sido derramados em um recipiente contendo grande
mais elevada do que a substância A. C 1
H-2 quantidade de nitrogênio líquido em seu ponto de ebulição
d) o calor de vaporização da substância B é maior do que o
m (2196 °C). Sabendo-se que o calor latente de vaporização do
da substância C. Ene-6
C 1
H2
- nitrogênio é de 48  cal/g, calcule a massa dessa substância
e) a fase final da substância A é sólida.
que se vaporiza (considere o calor específico do gelo igual a
12 (IFSP) Um estudante de Física, ao nível do mar, possui um 0,50 cal/g°C).
m
Ene-6
aquecedor de imersão de 420 W de potência e o coloca den-
C 1
H-2 tro de uma panela contendo 2 litros de água a 20 °C. Supon- 18 Considere as afirmações a seguir.
m do que 80% da energia dissipada seja absorvida pela água, o m
Ene-5 I. Durante as mudanças de fase, a temperatura de uma
Ene-5 C 8
C 1 intervalo de tempo necessário para que 20% dessa água seja H1
-
substância permanece constante.
H-2
vaporizada será aproximadamente de: II. O calor latente é expresso em calorias ou em joules.

66 Calor
III. O calor latente é a razão entre a quantidade de energia cedi- (08) A quantidade de calor por unidade de massa, requerida
da ou absorvida por unidade de massa de uma substância. para que qualquer substância sofra uma mudança de
Quais estão corretas? fase, é denominada de calor latente.
a) Apenas I. c) Apenas III. e) Apenas I e III. (16) A mudança da fase líquida para a gasosa pode ocorrer de
b) Apenas II. d) Apenas I e II. três formas distintas: ebulição, evaporação ou condensação.
19 Responda se cada uma das afirmativas seguintes está certa 22 Veja o gráfico abaixo e responda.
ou errada. m p
Ene-5
C 7
a) Sempre que uma substância absorve calor, sua tempera- H-1 (atm)
tura aumenta. m
Ene-6
b) Quando uma substância muda de fase, ela absorve ou C 1
H-2
cede calor. 73
m
Ene-6
c) Sempre que uma substância absorve calor, seu volume C 4
H-2 S L
aumenta.
56
20 Um frasco aberto, parcialmente preenchido com água, é
m
Ene-1
aquecido até que ela entre em ebulição. Fechando-se o fras-
C 3
H- co e retirando-o da fonte de calor, a ebulição se interrompe.
m Resfriando-se a superfície externa do frasco com água fria
Ene-6 5,2
C 1
H-2 (veja a figura deste problema), observa-se que a água no fras- V
co torna a entrar em ebulição. Explique por que isso ocorre.
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

0 –57 20 31 T (°C)

Um recipiente contém uma mistura de CO2 nos estados sóli-


do, líquido e vapor, em equilíbrio.
a) Mantém-se constante a temperatura e aumenta-se a
pressão sobre a mistura. Em que estado, então, se apre-
sentará toda a massa de CO2?
b) Responda ao item anterior supondo que a pressão foi
mantida constante e a temperatura, aumentada.
c) O que deveria ser feito para que o CO2 passasse totalmen-
te para o estado líquido?

PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

21 (UEPG-GO) De um ponto de vista macroscópico pode-se 1 (UFPA) O alumínio é obtido por meio da eletrólise ígnea do
m considerar que a matéria pode se apresentar em três fases m
Ene-6
óxido de alumínio hidratado (Al2O3 ? nH2O), também deno-
Ene-5 C 1
C 8
H-1 (ou estados): sólida, líquida e gasosa. A fase de uma determi- H-2 minado de alumina. Esse processo consome muita energia,
nada substância depende da sua temperatura e da pressão m pois além da energia para a eletrólise é também necessário
m Ene-7
Ene-6 C 4 manter a alumina a cerca de 1 000 °C. Entretanto, para reciclar
C 1
H-2 que é exercida sobre ela. Sobre as fases da matéria e as pos- H-2

síveis mudanças entre elas, dê a soma da(s) proposição(ões) m


o alumínio é necessário fundir o metal a uma temperatura
Ene-5
correta(s). C 1
H-2
bem menor. Tendo como referência os dados sobre o alumí-
nio, abaixo, e considerando a temperatura ambiente de 25 °C,
(01) Temperatura crítica de uma substância é aquela que é correto afirmar que a energia mínima necessária, em kJ,
determina o valor de temperatura acima do qual não para reciclar um mol desse metal é aproximadamente igual a:
mais se consegue liquefazer um vapor, por compressão FRENTE A
Dados sobre o alumínio: massa molar 5 27,0 g/mol; ponto
isotérmica, por maior que seja a pressão aplicada.
de fusão 5 660 °C; calor específico 5 0,900 J/g°C; entalpia de
(02) O ponto triplo representa as únicas condições de tem- fusão 5 10,7 kJ/mol.
peratura e pressão para as quais as fases sólida, líquida e a) 11,3.
FÍSICA

gasosa, de uma mesma substância, podem coexistir em b) 26,1.


equilíbrio. c) 26,7.
(04) A variação da energia interna de uma substância, ao d) 289.
passar da fase sólida para a líquida, é negativa. e) 306.

Calor 67
Para resolver as questões de 2 a 6, considere cinco barras de 6 Cada uma das barras, inicialmente a 120 °C, é colocada em
massas iguais, construídas, respectivamente, de platina, alu- m contato com um grande bloco de gelo a 0 °C, provocando
Ene-5
mínio, ouro, prata e chumbo. A tabela abaixo apresenta cons- C 7
H-1 a fusão de parte do bloco, até entrar em equilíbrio térmico
tantes físicas desses metais. m com ele. Qual das barras causará a fusão de maior quantida-
Ene-6
C 1
H-2 de de gelo?
Calor Calor de Ponto Coeficiente de
a) Pt. d) Ag.
Metal específico fusão de fusão dilatação linear b) Al. e) Pb.
(cal/g°C) (cal/g) (°C) (°C21) c) Au.
Platina (Pt) 0,032 27 1 775 9 · 10–6 7 Uma pessoa, para medir o calor de fusão do gelo, colocou
m
Ene-6
100 g de água quente em um calorímetro, cuja capacidade
C 1
Alumínio (Al) 0,22 77 659 23 · 10–6 H-2 térmica era 30 cal/°C. Após certo tempo, observou que a
m temperatura de equilíbrio da água com o calorímetro era de
Ene-5
Ouro (Au) 0,031 16 1 063 13 · 10–6
C 1
H-2 40 °C. Colocou, então, no calorímetro uma pedra de gelo fun-
dente (gelo a 0 °C) com massa igual a 25 g. A pessoa verificou
que a temperatura final de equilíbrio era de 20 °C.
Prata (Ag) 0,056 21 961 17 · 10–6
a) Qual a quantidade total de calor liberada pela água e pelo
calorímetro ao se esfriarem?
Chumbo (Pb) 0,031 5,8 327 29 · 10–6
b) Sabendo que esse calor foi usado para fundir o gelo e ele-
var a temperatura da água resultante dessa fusão, a pes-
2 Aquecendo-se cada uma das barras de 20 °C até 700 °C, soa calculou o calor de fusão do gelo. Qual foi o resultado
m aquelas que não vão se fundir serão as construídas de: que ela encontrou?
Ene-5
C 7
H-1 a) Pt. 8 Uma bala de chumbo, de massa igual a 20  g, movendo-se
m
Ene-6
b) Al. com velocidade de 400 m/s, está a uma temperatura de 50 °C.
C 1
H-2 c) Au. A bala penetra em um grande bloco de gelo a 0 °C e perma-
d) Ag. nece em seu interior. Calcule a quantidade de gelo que se
e) Pb. fundirá. (1 cal 5 4,2 J.)
3 Se todas as barras forem aquecidas de 20 °C até 300 °C, aque-
m la que absorverá maior quantidade de calor será a de: 9 Uma massa de 1,0 kg de água, a 0 °C, é convertida em gelo a
Ene-5
C 7 0 °C. Se todo o calor liberado nesse processo fosse convertido
H-1 a) Pt.
em energia cinética do bloco de gelo, qual a velocidade que
m
Ene-6
b) Al.
C 1 ele adquiriria? (1 cal 5 4,2 J.)
H-2 c) Au.
d) Ag. 10 (Fuvest-SP) Um forno solar simples foi construído com uma cai-
e) Pb. m
Ene-6
xa de isopor, forrada internamente com papel alumínio e fecha-
C 1
4 Na questão anterior, suponha que as barras apresentassem o H-2 da com uma tampa de vidro de 40 cm × 50 cm. Dentro desse
mesmo comprimento a 20 °C. Após o aquecimento, aquela m forno, foi colocada uma pequena panela contendo 1 xícara de
m
Ene-5 Ene-5
C 7
H-1 que apresentará menor comprimento será a barra de:
C 1
H-2 arroz e 300 ml de água à temperatura ambiente de 25 °C.
m a) Pt. Suponha que os raios solares incidam perpendicularmente
Ene-6
C 1
H-2 b) Al. à tampa de vidro e que toda a energia incidente na tampa
c) Au. do forno a atravesse e seja absorvida pela água. Para essas
d) Ag. condições, calcule:
e) Pb. Dados: potência solar incidente na superfície da Terra:
1 kW/m2; densidade da água: 1 g/cm3; calor específico da água:
5 Imagine que cada uma das barras se encontrasse no estado 4 J/(g°C); calor latente de evaporação da água: 2 200 J/g. Des-
m
Ene-5
sólido e na temperatura de seu ponto de fusão. Cedendo-se considere as capacidades caloríficas do arroz e da panela.
C 7
H-1 calor às barras até que elas se fundam totalmente, aquela que a) A potência solar total P absorvida pela água.
m terá absorvido menor quantidade de calor será a barra de: b) A energia ε necessária para aquecer o conteúdo da pane-
Ene-6
C 1
H-2 a) Pt. la até 100 °C.
b) Al. c) O tempo total t necessário para aquecer o conteúdo da
c) Au.
panela até 100 °C e evaporar 1 da água nessa tempera-
d) Ag. 3
e) Pb. tura (cozer o arroz).

68 Calor
11 (UFTM-MG) Em determinada região do hemisfério Norte, du- do flutua em equilíbrio assim que é colocado no copo.
m rante o período de inverno, um gramado de jardim foi cober- b) a temperatura da bebida, em °C, no instante em que o
Ene-6
C 1
H-2 to por uma espessa camada de 10 cm de neve, a 0 °C. sistema entra em equilíbrio térmico.
m
Ene-5
C 1
13 (PUC-SP) O gráfico seguinte representa um trecho, fora de
H-2
m
Ene-5
escala, da curva de aquecimento de 200  g de uma subs-
C 7
H-1 tância, aquecida por uma fonte de fluxo constante e igual a
m 232 cal/min.
Ene-6
C 1
H-2
Temperatura (°C)
m
Ene-6
C 5 T
Temperatura
H2
-
de ebulição

40

20

Considere a densidade da neve ρn 5 70 kg/m3 e seu calor laten- 0 Tempo de


te de fusão Lf 5 80 cal/g. Em um dia de sol, a neve derreteu e 20 30
∆t aquecimento
conseguiu se converter em vapor de água (cágua = 1 cal/(g ? °C) e (min)

ρágua 5 103 kg/m3), a uma temperatura de 10 °C. Considere que Sabendo-se que a substância em questão é uma das apre-
o volume de água formado seja igual ao da neve. Sabe-se que sentadas na tabela abaixo, o intervalo de tempo Δt é, em mi-
o calor latente de vaporização da água, a essa temperatura, é nutos, um valor:
Lv 5 600 cal/g.
a) Qual foi a quantidade de calor emitida pelo Sol, absorvida Calor específico no Calor latente
pela neve, em um metro quadrado de superfície, consi- Substância estado líquido de ebulição
derando que não houve troca de energia térmica entre a (cal/g°C) (cal/g)
neve e o solo?
b) Calcule a massa de lenha necessária a ser aquecida de Água 1,0 540
modo a evaporar essa mesma quantidade de neve, sa-
bendo que o calor de combustão da madeira é LC 5 5 130 Acetona 0,52 120
cal/g.
Ácido acético 0,49 94
12 (Unifesp) Em um copo, de capacidade térmica 60 cal/°C e a
m
Ene-5
20 °C, foram colocados 300 mL de suco de laranja, também a Álcool etílico 0,58 160
C 7
H-1 20 °C, e, em seguida, dois cubos de gelo com 20 g cada um,
m a 0 °C. Benzeno 0,43 98
Ene-6
C 1
H2
-
Considere os dados da tabela:
a) acima de 130.
Densidade da água líquida 1 g/cm3 b) entre 100 e 130.
c) entre 70 e 100.
Densidade do suco 1 g/cm3 d) entre 20 e 70.
e) menor do que 20.
Calor específico da água
1 cal/(g°C)
líquida 14 (UFV-MG) Colocando água gelada no interior de um copo de
m vidro seco, observa-se, com o passar do tempo, a formação
FRENTE A
Calor específico do suco 1 cal/(g°C) Ene-1
C 3
H- de gotículas de água na parede externa do copo. Isso se deve
Calor latente de fusão do gelo 80 cal/g m ao fato de que:
Ene-6
C 1
H-2 a) a água gelada atravessa a parede do copo.
b) as gotas de água sobem pela parede interna do copo al-
FÍSICA

Sabendo que a pressão atmosférica local é igual a 1 atm, des-


prezando perdas de calor para o ambiente e considerando cançando a parede externa, onde se depositam.
que o suco não transbordou quando os cubos de gelo foram c) a água fria cria microfissuras na parede do copo de vidro,
colocados, calcule: pelas quais a água passa para fora.
a) o volume submerso de cada cubo de gelo, em cm3, quan- d) o vapor de água presente na atmosfera se condensa.

Calor 69
e) o copo é de vidro.

15 (Ufscar-SP) A tabela mostra os valores dos pontos de fusão e dos respectivos calores latentes de fusão de algumas substâncias.
m
Ene-5
C 7
H-1 Ponto de fusão Calor latente de fusão
Substância
m
Ene-6 (°C) (cal/g)
C 1
H2
-
Platina 1 775 27
m
Ene-5
C 1
H-2 Prata 961 21
m
Ene-6
C 4
H-2
Chumbo 327 5,8
Enxofre 119 13,8
Água 0 80
Mercúrio 239 2,8
Álcool etílico 2115 25

Com base nas informações fornecidas pela tabela, são feitas três afirmações.
I. A massa de 1 kg de chumbo sólido, a 327 °C, necessita receber 5 800 cal para se fundir totalmente.
II. Se um bloco sólido de 200 g de prata, a 961 °C, receber 1 000 cal, não se fundirá totalmente.
III. Quando 50 g de mercúrio líquido, a –39 °C, cederem 200 cal, solidificarão totalmente.
Sobre as afirmações, pode-se dizer que:
a) apenas I é correta.
b) apenas II é correta.
c) apenas III é correta.
d) há apenas duas corretas.
e) as três são corretas.
ANOTAÇÕES

70 Calor
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Revisão”. As resoluções encontram-se no portal,

REVISÃO
em Resoluções e Gabaritos.

1 (Cefet-MG) No senso comum, as grandezas físicas calor Pode-se afirmar corretamente que:
m
Ene-1
C 3
e temperatura geralmente são interpretadas de forma a) o fluxo de calor na seção reta 1 é maior que o fluxo de
H-
equivocada. Diante disso, a linguagem científica está cor- calor na seção reta 2.
retamente empregada em: b) o fluxo de calor na seção reta 2 é maior que o fluxo de
a) “Hoje, o dia está fazendo calor”. calor na seção reta 1.
b) “O calor está fluindo do fogo para a panela”. c) o fluxo de calor na interface é nulo.
c) “A temperatura está alta, por isso estou com muito calor”. d) o fluxo de calor é o mesmo em qualquer uma das três
d) O gelo está transmitindo temperatura para água no seções retas.
copo?
4 (UTFPR) Sobre os conceitos de Irradiação Térmica é
2 (UEPG-PR – Adaptada) Calor pode ser conceituado como m
Ene-5 INCORRETO afirmar que:
C 8
m
Ene-5
C 8
sendo uma forma de energia que é transferida de um H-1 a) a irradiação térmica em uma lâmpada incandescen-
H-1 sistema físico para outro sistema físico devido, exclusiva- m
Ene-6
te acesa é acompanhada de luz. A irradiação térmica
e m
En -6
mente, à diferença de temperatura existente entre os dois C 1
H-2 num ferro de passar roupa não é acompanhada de luz.
C 1
H-2 sistemas. Sobre o fenômeno da transferência de calor, dê b) o calor do Sol chega a Terra por irradiação.
a soma da(s) proposição(ões) correta(s). c) todos os objetos estão irradiando calor continuamente.
(01) A transmissão do calor por convecção, em um meio, d) o corpo negro, sendo absorvedor ideal, é também
consiste essencialmente no deslocamento de molé- emissor ideal ou perfeito.
culas de diferentes densidades, de uma região para e) a irradiação térmica dá-se por meio das ondas eletro-
outra desse meio. magnéticas, predominando os raios ultravioletas.
(02) A condução do calor pode ser atribuída à transmis-
são da energia através de colisões entre as molécu- 5 (UFSM-RS) As plantas e os animais que vivem num
las constituintes de um corpo. Por isso, os sólidos são m ecossistema dependem uns dos outros, do solo, da
Ene-5
melhores condutores de calor do que os líquidos e C 8
H-1 água e das trocas de energia para sobreviverem. Um
do que os gases. m processo importante de troca de energia é chamado
n e
(04) Fluxo de calor corresponde à quantidade de calor E -6
C 1
H-2 de calor.
que atravessa uma seção reta do corpo que o con-
duz, na unidade de tempo. Analise, então, as afirmativas:
(08) O calor, espontaneamente, se propaga do corpo de I. Ondas eletromagnéticas na região do infravermelho
maior temperatura para o corpo de menor temperatura. são chamadas de calor por radiação.
(16) Quando dois corpos, em contato, estão em equilí- II. Ocorre calor por convecção, quando se estabelecem,
brio térmico, pode-se afirmar que o fluxo de calor num fluido, correntes causadas por diferenças de tem-
entre eles é constante e não nulo. peratura.
III. Calor por condução pode ocorrer em sólidos, líquidos,
3 (Unimontes-MG) Duas barras metálicas de comprimentos gases e, também, no vácuo.
m
Ene-6
C 1
L1 e L2, de materiais diferentes, estão acopladas (ver figura Está(ão) correta(s):
H-2abaixo). A barra de comprimento L1 possui condutividade a) apenas I.
térmica K1, e a barra de comprimento L2 possui condutivi- b) apenas II.
dade térmica K2, sendo K1 . K2. As duas extremidades são c) apenas III.
mantidas a temperaturas fixas e diferentes, T1 e T2. Con- d) apenas I e II.
sidere as três seções retas destacadas na figura. A seção e) apenas II e III.
FRENTE A
reta 1 está na barra 1; a 2, na barra 2; a 3, na interface ou
região de acoplamento das barras. 6 (UFSC) Calor é energia em trânsito, devido a uma diferença
Seção reta 3 m
Ene-5 de temperatura. No momento em que não existe mais esta
Seção reta 1 Seção reta 2 C 8
H-1 diferença de temperatura, o calor deixa de existir. O calor
FÍSICA

e m
En -6
não pode ser armazenado ou contido por um corpo. Em
C 1
T1 T2 H-2 uma situação na qual existe uma diferença de temperatura,
o calor surge e, dependendo do meio em que isto ocorre, o
L1 L2
calor vai apresentar formas distintas de se propagar.

Calor 71
Em relação às formas de propagação do calor, dê a soma temperatura na qual está submetido. Para aumentar o
da(s) proposição(ões) correta(s). fluxo de calor de um corpo, sem alterar o material e a di-
(01) Na ausência de matéria, o calor se propaga por ra- ferença de temperatura, deve-se:
diação, ondas eletromagnéticas em que a frequên- a) manter a área da secção transversal e aumentar a es-
cia do calor está na faixa do ultravioleta. pessura (comprimento) do corpo.
b) aumentar a área da secção transversal e a espessura
(02) O calor também pode se propagar na faixa da radia-
(comprimento) do corpo.
ção de micro-ondas, a mesma usada nos fornos de
c) diminuir a área da secção transversal e a espessura
micro-ondas para aquecer e cozinhar alimentos. (comprimento) do corpo.
(04) O fluxo de calor através de um sólido depende da d) diminuir a área da secção transversal e aumentar a es-
sua geometria e do material do qual é composto. pessura (comprimento) do corpo.
(08) O calor se propaga por três processos: na condução e) aumentar a área da secção transversal e diminuir a es-
a energia é transferida pela interação dos átomos ou pessura (comprimento) do corpo.
moléculas; na convecção a energia é transferida pelo
transporte direto de matéria e na radiação a energia 10 (UFSM-RS) Um dos métodos de obtenção de sal consiste
m
Ene-5 em armazenar água do mar em grandes tanques abertos,
é transferida por meio de ondas eletromagnéticas. C 8
H-1 de modo que a exposição ao Sol promova a evaporação
(16) A garrafa térmica, ou frasco de Dewar, pode ser consi-
n e m da água e o resíduo restante contendo sal possa ser, final-
E -6
derada um recipiente de paredes adiabáticas, pois seu C 1
H-2 mente, processado. A respeito do processo de evapora-
objetivo é evitar qualquer tipo de propagação de calor. ção da água, analise as afirmações a seguir:
(32) O processo de aquecimento de um fluido se dá por I. A água do tanque evapora porque sua temperatura
convecção, por isso a fonte de calor deve estar prefe- alcança 100 °C.
rencialmente localizada na região superior desse fluido. II. Ao absorver radiação solar, a energia cinética de algu-
mas moléculas de água aumenta, e parte delas escapa
7 Lembrando-se da definição de radiância, R, e da lei de para a atmosfera.
Stefan-Boltzmann, procure determinar a unidade, no SI: III. Durante o processo, linhas de convecção se formam
a) da radiância R. b) da constante s. no tanque, garantindo a continuidade do processo
até que toda a água seja evaporada.
8 (UFSM-RS) O inverno é caracterizado pela ocorrência de Está(ão) correta(s):
m
Ene-1
C 3
baixas temperaturas, especialmente nas regiões ao sul a) apenas I. d) apenas I e II.
H-
do Brasil. Por essa razão, é alto o índice de incidência de b) apenas II. e) I, II e III.
m doenças respiratórias, de modo que a primeira recomen-
Ene-5 c) apenas III.
C 8
H-1 dação é manter-se abrigado sempre que possível e aga-
m salhar-se adequadamente. 11 (Cefet-MG) Na construção dos coletores solares, esque-
Ene-6
C 1
H-2 Considerando os aspectos termodinâmicos dos fenôme-
m
Ene-5
C 8
matizado na figura a seguir, um grupo de estudantes afir-
H-1 maram que o tubo:
nos envolvidos, analise as afirmações:
I. Os aquecedores devem ser mantidos próximos ao n e
E -6
m I. é metálico;
C 1
piso do ambiente, porque a condutividade térmica do H-2 II. possui a forma de serpentina;
ar é maior quando próxima à superfície da Terra. III. é pintado de preto;
II. Energia é transferida continuamente entre o corpo e as IV. recebe água fria em sua extremidade inferior.
suas vizinhanças por meio de ondas eletromagnéticas. E, a respeito da caixa dos coletores, afirmaram que:
III. O ato de encolher-se permite às pessoas diminuir sua V. a base e as laterais são revestidas de isopor;
área exposta ao ambiente e, consequentemente, di- VI. a tampa é de vidro.
minuir a perda de energia.
Está(ão) correta(s):
Caixa-d’água
a) apenas I. d) apenas II e III. Reservatório térmico
b) apenas II. e) I, II e III. (boiler)
c) apenas I e III.
Coletores solares
9 (IFSC) A lei de Fourier, ou lei da condução térmica serve (placas)
n e
E -5
C 8
m
para analisar e quantificar o fluxo de calor através de um
H-1 sólido. Ele relaciona esse fluxo de calor com o material,
n e m com a geometria do corpo em questão e à diferença de
E 6
C- 1
H-2

72 Calor
Considerando-se as afirmações feitas pelos estudantes, centração no ar estiver abaixo do limite de absorção de
aquelas que favorecem a absorção de radiação térmica vapor de água pelo ar. Esse limite é chamado de pon-
nesses coletores são apenas: to de orvalho e caracteriza a saturação a partir da qual
a) I e V. ocorre a precipitação de neblina ou gotículas de água. O
b) II e III. ponto de saturação de vapor de água no ar aumenta com
c) II e V. a temperatura. Um fato interessante ligado à umidade do
d) III e VI. ar é que, em um dia muito quente, o ser humano sente-
e) IV e V. -se termicamente mais confortável em um ambiente de
baixa umidade. Esse fato se deve ao calor:
12 (Unifor-CE) Para diminuir os efeitos da perda de calor pela a) recebido pelo corpo por irradiação.
m
Ene-1
C 3
pele em uma região muito “fria” do país, Gabrielle realizou b) cedido para a água por convecção.
H-
vários procedimentos. Assinale abaixo aquele que, ao ser c) recebido do vapor por condução.
e m
En -5 realizado, minimizou os efeitos da perda de calor por irra- d) cedido para o vapor por convecção.
C 8
H-1 diação térmica. e) cedido pelo corpo por condução.
m a) Fechou os botões das mangas e do colarinho da blusa
Ene-6
C 1
H-2 que usava. 15 (UFPR) Recentemente houve incidentes com meteoritos
m
b) Usou uma outra blusa por cima daquela que usava. Ene-6
C 1
na Rússia e na Argentina, mas felizmente os danos foram
H-2
c) Colocou um gorro, cruzou os braços e dobrou o corpo os menores possíveis, pois, em geral, os meteoritos ao so-
sobre as pernas. n e
E -5
m frerem atrito com o ar se incineram e desintegram antes de
C 1
d) Colocou um cachecol de lã no pescoço e o enrolou H-2 tocar o solo. Suponha que um meteorito de 20 kg formado
com duas voltas. basicamente por gelo entra na atmosfera, sofre atrito com
e) Vestiu uma jaqueta jeans sobre a blusa que usava. o ar e é vaporizado completamente antes de tocar o solo.
Considere o calor latente de fusão e de vaporização da
13 (Enem) Em um experimento, foram utilizadas duas garra- água iguais a 300 kJ/kg e 2 200 kJ/kg, respectivamente. O
m
Ene-5
C 8
fas PET, uma pintada de branco e a outra de preto, aco- calor específico do gelo é 0,5 cal/(g ? °C) e da água líquida
H-1 pladas cada uma a um termômetro. No ponto médio da é 1,0 cal/(g ? °C). Admita que 1 cal é igual a 4,2 J.
m distância entre as garrafas, foi mantida acesa, durante al-
Ene-6
C 1
Supondo que o bloco de gelo estava à temperatura de
H-2 guns minutos, uma lâmpada incandescente. Em seguida, 210 °C antes de entrar na atmosfera, calcule qual é a quan-
a lâmpada foi desligada. Durante o experimento, foram tidade de energia fornecida pelo atrito, em joules, para:
monitoradas as temperaturas das garrafas: a) enquanto a a) aumentar a temperatura do bloco de gelo de 210 °C
lâmpada permaneceu acesa e b) após a lâmpada ser des- até gelo a 0 °C.
ligada e atingirem equilíbrio térmico com o ambiente. b) transformar o gelo que está na temperatura de 0 °C
Termômetro em água líquida a 20 °C.

16 (PUC-RJ) Um líquido é aquecido através de uma fonte tér-


mica que provê 50,0 cal por minuto. Observa-se que 200 g
deste líquido se aquecem de 20,0 °C em 20,0 min. Qual é
o calor específico do líquido, medido em cal/(g ? °C)?
a) 0,0125 c) 5,0 e) 4,0
b) 0,25 d) 2,5

17 (Vunesp) Uma bolsa térmica com 500 g de água à tem-


m
A taxa de variação da temperatura da garrafa preta, em Ene-6
C 1
peratura inicial de 60  °C é empregada para tratamento
H-2
comparação à da branca, durante todo experimento, foi: da dor nas costas de um paciente. Transcorrido um certo
a) igual no aquecimento e igual no resfriamento. n e
E -5
m tempo desde o início do tratamento, a temperatura da

FRENTE A
C 1
b) maior no aquecimento e igual no resfriamento. H-2 água contida na bolsa é de 40 °C. Considerando que o
c) menor no aquecimento e igual no resfriamento. calor específico da água é 1 cal/(g ? °C), e supondo que
d) maior no aquecimento e menor no resfriamento. 60% do calor cedido pela água foi absorvido pelo corpo
e) maior no aquecimento e maior no resfriamento. do paciente, a quantidade de calorias recebidas pelo pa-
FÍSICA

ciente no tratamento foi igual a:


14 (UFG-GO) Umidade é o conteúdo de água presente em a) 2 000. d) 8 000.
uma substância. No caso do ar, a água na forma de vapor b) 4 000. e) 10 000.
pode formar um gás homogêneo e incolor se sua con- c) 6 000.

Calor 73
18 (Uerj) Um sistema é constituído por uma pequena esfe- 20 A partir dos dados do gráfico, pode-se afirmar que esse
m
Ene-5
C 7
ra metálica e pela água contida em um reservatório. Na m
Ene-5
C 7
elemento apresenta uma temperatura de fusão e um calor
H1
-
tabela, estão apresentados dados das partes do sistema, H1
-
específico no estado líquido que são, respectivamente:
e m
En -6 antes de a esfera ser inteiramente submersa na água. m
Ene-6 a) 70 °C e 180 J/(kg ? K).
C 1 C 1
H-2 H-2
b) 70 °C e 200 J/(kg ? K).
Temperatura Capacidade térmica
m
Ene-6 Partes do sistema m
Ene-5 c) 40 °C e 150 J/(kg ? K).
C 5
H-2
inicial (°C) (cal/°C) C 1
H-2 d) 40 °C e 180 J/(kg ? K).
Esfera metálica 50 2 m e) 40 °C e 200 J/(kg ? K).
Ene-6
C 4
Água do reservatório 30 2 000 H-2

21 O processo que ocorre na fase sólida envolve um trabalho


A temperatura final da esfera, em graus Celsius, após o m
Ene-5total 0,1 kJ. Nessa fase, a variação de energia interna da
equilíbrio térmico com a água do reservatório, é cerca de: C 7
H-1amostra é:
a) 20. m
Ene-6 a) 6,1 kJ.
b) 30. C 1
H2
-
b) 5,9 kJ.
c) 40. m
Ene-5 c) 6,0 kJ.
d) 50. C 1
H-2 d) 25,9 kJ.
19 (UCS-RS) Assumindo que o calor específico da água vale m
Ene-6
e) 26,1 kJ.
C 4
m 1 cal/(g ? °C), considere que 100 g de água a 60 °C foram H-2
Ene-6
C 1
H-2 depositadas em uma cuia de chimarrão que já possuía 22 (UFPE) Uma pessoa que deseja beber água fresca, mistu-
n e m erva-mate e bomba. Suponha que após um rápido in- ra duas porções, de 150 ml cada; uma, à temperatura de
E -5
C 1
H-2 tervalo de tempo a água transmitiu 100 calorias para a 5 °C, e a outra, à temperatura de 31 °C. Após algum tem-
bomba, 100 calorias para a erva e 30 calorias para a cuia. po, ela verifica que a temperatura da mistura é de 16 °C.
Qual a temperatura da água no instante exato após terem Determine o módulo da quantidade de calor que é cedi-
ocorrido essas transmissões de calor? Para fins de simplifi- do para o ambiente (sala mais copo). Expresse sua respos-
cação, ignore qualquer outro evento de perda de energia ta em unidades de 102 calorias.
interna da água que não esteja entre os citados acima.
a) 57,7 °C c) 45,0 °C e) 23 °C 23 (UFG-GO) A figura a seguir ilustra a estrutura e o funciona-
b) 52,3 °C d) 28,2 °C
m
Ene-1
C 3
mento de uma cafeteira italiana. Na sua parte inferior, uma
H-
fração do volume é preenchido com água e o restante por
As questões 20 e 21 referem-se ao enunciado e gráfico m
Ene-5
um gás contendo uma mistura de ar e vapor de água, todos
C 8
abaixo. H-1 à temperatura ambiente. Quando a cafeteira é colocada so-
(UFRGS-RS) O gráfico representa, em um processo iso- e m bre a chama do fogão, o café produzido é armazenado no
En -6
C 1
bárico, a variação em função do tempo da temperatura H-2 compartimento superior da cafeteira em poucos minutos.
de uma amostra de um elemento puro cuja massa é de
1,0 kg, observada durante 9 minutos.
T (ºC)
Café
80
70
60 Pó de café
50 Gás
40
Água
30
20
10 O processo físico responsável diretamente pelo funciona-
0
mento adequado da cafeteira é:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 t (min)
a) isolamento adiabático da água.
A amostra está no estado sólido a 0 °C no instante t 5 0 b) a condensação do gás.
e é aquecida por uma fonte de calor que lhe transmite c) o trabalho realizado sobre a água.
energia a uma taxa de 2,0 ? 103 J/min, supondo que não d) a expansão adiabática do gás.
haja perda de calor. e) o aumento de energia interna do gás.

74 Calor
24 (UFMG) Uma seringa, com a extremidade fechada, con- Uma alavanca em forma de gatilho expõe o conteúdo do
m
Ene-5 tém certa quantidade de ar em seu interior. Sampaio extintor à pressão atmosférica e o CO2 é violentamente
C 8
H-1 puxa, rapidamente, o êmbolo dessa seringa, como mos- expelido pelo bocal, na forma de gás.
Ene
m trado nesta figura:
C-6 1
H-2
Tampa

Gelo
CO2

Considere o ar como um gás ideal. Sabe-se que, para um


gás ideal, a energia interna é proporcional à sua tempe- Durante sua utilização, verifica-se o surgimento de cristais
ratura. de gelo sobre o plástico do bocal, resultante da conden-
Com base nessas informações, é correto afirmar que, no sação e rápida solidificação da umidade do ar ambiente.
interior da seringa: a) Em termos da termodinâmica, dê o nome da transfor-
a) a pressão do ar aumenta e sua temperatura diminui. mação sofrida pelo CO2 ao passar pelo bocal e des-
b) a pressão do ar diminui e sua temperatura aumenta. creva o processo que associa o uso do extintor com a
c) a pressão e a temperatura do ar aumentam. queda de temperatura ocorrida no bocal.
d) a pressão e a temperatura do ar diminuem. b) O que deveria ser garantido para que um gás ideal rea-
lizasse o mesmo tipo de transformação, num processo
25 (Vunesp) A energia interna U de certa quantidade de gás, bastante lento?
m
Ene-6 que se comporta como gás ideal, contida em um reci-
C 1
H-2 piente, é proporcional à temperatura T, e seu valor pode 28 (ITA-SP) Um centímetro cúbico de água passa a ocupar
n e m ser calculado utilizando a expressão U 5 12,5T. A tempe- m
Ene-6 1 671 cm3 quando evaporado à pressão de 1,0 atm. O ca-
E -5 C 1
C 1
H-2 ratura deve ser expressa em kelvin e a energia, em joule. H2
-
lor de vaporização a essa pressão é de 539 cal/g. O valor
Se inicialmente o gás está à temperatura T 5 300 K e, em m que mais se aproxima do aumento de energia interna da
Ene-5
C 1
uma transformação a volume constante, recebe 1 250 J H-2 água é:
de uma fonte de calor, sua temperatura final será: a) 498 cal. d) 2 082 J.
a) 200 K. d) 600 K. b) 2 082 cal. e) 2 424 J.
b) 300 K. e) 800 K. c) 498 J.
c) 400 K.
29 (UFLA-MG) Considere a superfície de um líquido aquecido
26 O que ocorre com a estrutura de um sólido cristalino m
Ene-5 no qual as moléculas escapem dessa superfície forman-
C 8
quando ele passa para o estado líquido? H-1 do sobre ela uma camada de vapor. Parte das moléculas
e m
En -6
desse vapor, devido ao seu movimento desordenado,
27 (Ufscar-SP) Importante para o combate a incêndios de C 1
H-2 chocam-se com a superfície e retornam ao líquido.
m
Ene-5
C 8
categorias B e C, o extintor de CO2 é nada mais que um Com relação aos processos térmicos envolvidos na situa-
H-1 recipiente resistente à pressão interna, capaz de armaze- ção descrita acima, é correto afirmar que:
m nar gás CO na forma líquida.
Ene-6 2 a) o aumento da pressão de vapor sobre a superfície do
C 1
H-2
líquido acarreta um aumento na evaporação e uma
diminuição na condensação.
b) os processos de evaporação e condensação de vapor
não ocorrem simultaneamente. FRENTE A
c) próximo à superfície da substância líquida, tanto a va-
Bocal
porização quanto a condensação ocorrem mediante
trocas de energia entre a substância e o meio no qual
FÍSICA

a substância se encontra.
d) o aumento da pressão de vapor sobre a superfície do
líquido acarreta um aumento tanto na evaporação
quanto na condensação.

Calor 75
30 (Mack-SP) Uma pessoa deseja aquecer 2,0 L de água Durante a obtenção de sal em uma salina:
m
Ene-6 numa panela metálica de 500 g de massa, até atingir o a) a água sofre evaporação.
C 1
H-2 ponto de ebulição, sob pressão normal. Para isso, utiliza b) a água sofre sublimação.
Ene-5
m um aquecedor elétrico de imersão, de potência constan- c) o sal sofre fusão.
C 1
H -2 te e igual a 0,84 kW. Sabe-se que a temperatura inicial do d) a água e o sal sofrem sublimação.
conjunto (panela 1 água) era 20 °C e que a panela e a e) a água e o sal sofrem solidificação.
água estão sempre em equilíbrio térmico entre si. Admi-
tindo que apenas o referido conjunto recebeu calor do 33 (Acafe-SC) Com 77% de seu território acima de 300 m
aquecedor, o tempo mínimo necessário para se atingir o m
Ene-5
C 7
de altitude e 52% acima de 600 m, Santa Catarina figura
H-1 entre os estados brasileiros de mais forte relevo. Florianó-
objetivo foi: (Dados: cmetal 5 0,20 cal/(g ? °C); rágua 5 1 g/cm3;
cágua 5 1,0 cal/(g ? °C); 1 caloria 5 4,2 joules.) n e m polis, a capital, encontra-se ao nível do mar. Lages, no pla-
E -5
C 8
H-1 nalto, varia de 850 a 1 200 metros acima do nível do mar.
a) 1,4 min.
m Já o Morro da Igreja, situado em Urubici, é considerado o
b) 2,8 min. Ene-6
C 1
H -2 ponto habitado mais alto da região Sul do Brasil.
c) 7,0 min.
A tabela abaixo nos mostra a temperatura de ebulição da
d) 14 min.
água nesses locais em função da altitude:
e) 28 min.

31 (PUC-RJ) Os mecanismos de troca de calor entre dois cor- Temperatura


Altitude em relação
m
Ene-6 pos são: Localidade aproximada de ebulição
C 1 ao nível do mar (m)
H-2 da água (°C)
a) evaporação, radiação e convecção.
b) condução, radiação e sublimação. Florianópolis 0 100
c) evaporação, condensação e convecção.
Lages (centro) 916 97
d) evaporação, sublimação e condução.
e) condução, radiação e convecção. Morro da Igreja 1 822 94
32 (CPS-SP) Uma atração turística da Áustria é Salzburgo, ci-
Considere a tabela e os conhecimentos de termologia e
m
Ene-5
C 8
dade natal de Mozart, construída na Antiguidade graças analise as afirmações a seguir.
H-1 às minas de sal.
m Salzburgo significa castelo do sal, pois nessa cidade está
l. Em Florianópolis, os alimentos preparados dentro da
n e
E -6
C 1
H-2
água em uma panela comum são cozidos mais de-
localizada a mina de sal mais antiga do mundo, em ativi-
pressa que em Lages, utilizando-se a mesma panela.
dade desde a Idade do Ferro (1 000 a.C.).
ll. No Morro da Igreja, a camada de ar é menor, por con-
No passado, o sal era um importante e quase insubstituível sequência, menor a pressão atmosférica exercida so-
conservante alimentar e, além de cair bem ao nosso pala- bre a água, o que implica em um processo de ebulição
dar, ele é uma necessidade vital, pois, sem o sódio presente a uma temperatura inferior a Florianópolis.
no sal, o organismo seria incapaz de transmitir impulsos Ill. Se quisermos cozinhar em água algum alimento no
nervosos ou mover músculos, entre eles o coração. Morro da Igreja, em uma panela comum, será mais
Disponível em: <www.terra.com.br/turismo/roteiros/2000/11/10/009.
htm>. Acesso em: 16 ago. 2013. Adaptado.
difícil que em Florianópolis, utilizando-se a mesma pa-
nela. Isso porque a água irá entrar em ebulição e secar
O sal também pode ser obtido da água do mar, processo
antes mesmo que o alimento termine de cozinhar.
que ocorre em salinas.
lV. Se quisermos cozinhar no mesmo tempo em Lages e
Florianópolis um mesmo alimento, devemos usar em
ETEC

Florianópolis uma panela de pressão.


Todas as afirmações corretas estão em:
a) I, II e III. c) II, III e IV.
b) I, II e IV. d) III e IV.

34 (Enem) A panela de pressão permite que os alimentos se-


m
Ene-5
C 7
jam cozidos em água muito mais rapidamente do que em
H1
-
panelas convencionais. Sua tampa possui uma borracha
e
En -6
m de vedação que não deixa o vapor escapar, a não ser atra-
C 1
H-2 vés de um orifício central sobre o qual assenta um peso
n e m que controla a pressão. Quando em uso, desenvolve-se
E
C-6 4
H-2

76 Calor
uma pressão elevada no seu interior. Para a sua operação a) condensação. d) vaporização.
segura, é necessário observar a limpeza do orifício central b) sublimação. e) calefação.
e a existência de uma válvula de segurança, normalmente c) fusão.
situada na tampa.
36 (UFF-RJ) Gelo-seco nada mais é que gás carbônico (CO2)
O esquema da panela de pressão e um diagrama de fases
da água são apresentados abaixo.
m
Ene-6 solidificado. Sua aplicação vai de efeitos especiais em
C 1
H-2 shows à conservação de alimentos. Essa substância é
Diagrama de fases da água
m conhecida desde meados do século XIX e recebeu esse
Pressão (atm) Ene-5
C 1
H2
- nome devido ao fato de não passar pela fusão, quando
5
submetida à pressão atmosférica e à temperatura am-
4 biente, como ocorre com o gelo comum.
Considere um cubo de 0,10 kg de gelo-seco, a 278 °C, e
3
Líquido
um bloco de gelo comum de 1,0 kg, a 210 °C, colocados
2 em um recipiente.
Vapor Desprezando a capacidade térmica do recipiente e a tro-
1
ca de calor com o ambiente:
0 Dados: temperatura de sublimação do gelo-seco 5 278 °C;
20 40 60 80 100 120 140 160 Temperatura (°C)
temperatura de fusão do gelo comum 5 0 °C; calor laten-
Válvula de
te de vaporização do gelo-seco 5 134 cal/g; calor especí-
segurança fico do vapor de gelo-seco 5 0,20 cal/g°C; calor específi-
Vapor
co do gelo comum 5 0,50 cal/g°C.
a) determine a temperatura de equilíbrio térmico;
b) descreva os elementos que comporão o sistema no
equilíbrio térmico.

37 (UFSC) “Epagri confirma registro de neve em Palhoça.


m Houve registro do fenômeno também em Rancho Quei-
Ene-5
C 7
H-1 mado, Alfredo Wagner e Angelina, na Grande Florianópolis.
m
Ene-6
C 1
Os morros na região do Cambirela, em Palhoça, amanhe-
Líquido H-2 ceram com paisagem europeia nesta terça-feira. A neve
e m
En -6 que caiu na cidade pintou o topo de branco e chamou a
C 4
H-2 atenção de moradores […].”
Esta notícia, publicada no ClicRBS – Diário Catarinense, em
23/07/2013, registra um evento que não ocorria há mais
A vantagem do uso de panela de pressão é a rapidez para de 29 anos na região e que transformou a paisagem do
o cozimento de alimentos e isto se deve: Cambirela em um belíssimo cartão-postal.
a) à pressão no seu interior, que é igual à pressão externa. Neve é um fenômeno meteorológico em que ocorre a
b) à temperatura de seu interior, que está acima da tem- precipitação de flocos formados por pequenos cristais de
peratura de ebulição da água no local. gelo, ou seja, água na fase sólida.
c) à quantidade de calor adicional que é transferida à pa-
nela.
d) à quantidade de vapor que está sendo liberada pela
válvula.
e) à espessura da sua parede, que é maior que a das pa-
nelas comuns. FRENTE A

35 (UEA-AM) É possível passar a matéria do estado sólido


m
Ene-6
C 1
para o gasoso, evitando a fase líquida. Tal fenômeno físico
H-2
FÍSICA

se verifica comumente no gelo-seco e na naftalina, mas


também pode ocorrer com a água, dependendo das con-
dições de temperatura e pressão. A essa passagem dá-se
o nome de:

Calor 77
p (32) Sublimação é a mudança da fase sólida para a fase
gasosa, sem passar pela fase líquida, somente com o
Líquido
aumento da pressão.
(64) A curva de fusão/solidificação indica que, à medida
Sólido que aumentamos a pressão sobre a substância água
p1
PT durante a mudança de fase, a temperatura de fusão/
solidificação diminui.
Gasoso

0 38 (UFV-MG) Observe o diagrama p × T para uma substância


T1 T (°C) m
Ene-5
C 7
qualquer, mostrado na figura abaixo.
H-1
Com base no diagrama de fase da água apresenta- p
m
do e nas mudanças de fase da água, dê a soma da(s) Ene-6
C 1
H-2
proposição(ões) correta(s).
m
(01) É fato que na pressão de 1,0 atm a água atinge a Ene-5
C 0
H-2
densidade máxima a 4 °C e, à medida que sua tem-
m
peratura se aproxima de 0 °C, sua densidade diminui. Ene-6
C 4
H2
-
Este fato é consequência das ligações pontes de hi-
drogênio que surgem entre as moléculas de água,
causando um aumento dos espaços entre as molé-
culas.
(02) No ponto PT, que no diagrama de fase representa o
ponto triplo, é possível encontrar a substância em 0 T1 T2 T
uma das três fases da matéria de cada vez.
Sabe-se que a substância está no estado sólido para bai-
(04) Quando uma substância no estado gasoso é lique-
xas temperaturas e baixas pressões, e no estado gasoso
feita somente com o aumento da pressão, ela é clas- para altas temperaturas e baixas pressões. Deseja-se so-
sificada como vapor. lidificar a substância, inicialmente no estado gasoso, sem
(08) O processo de vaporização da água, passagem da que ela passe pelo estado líquido, aumentando a pres-
fase líquida para a fase sólida, pode ocorrer de três são externa nela exercida. Para isso, é necessário que a
maneiras: evaporação – lento; ebulição – muito rápi- temperatura inicial T da substância satisfaça a seguinte
do; calefação – rápido. condição:
(16) A sensação de frio é maior quando a neve derrete do a) T . T2.
que quando ela se forma. Isto é explicado pelo fato b) T1 , T , T2.
de que a fusão é uma reação exotérmica, enquanto c) 0 , T , T1.
que a solidificação é uma reação endotérmica. d) T 5 T2.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAMINHOS da Ciência (coleção). São Paulo: Scipione, 1996. 8 v.
CANIATO, R. As linguagens da Física Mecânica. São Paulo: Ática, 1990.
CHAVES, A. Física. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2000. v. 1-4.
FEYNMANN, R.; LEIGHTON, R. B.; SANDS, M. Lectures on Physics. New York: Addison-Wesley, 1972.
GRUPO de Reelaboração do Ensino de Física (Gref). Física. São Paulo: Edusp, 1990. 3 v.
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TIPLER, P. A. Física. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1978.
________. Física moderna. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1981.

78 Calor
MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

A Medicina Nuclear é uma das áreas de Medicina que permite da iodoterapia, é importante que, no período que antecede a cirur-
diagnosticar e tratar doenças graves, como o câncer, empregando o gia, o paciente faça dieta alimentar evitando alimentos com iodo. O
uso de isótopos radioativos. A imagem do corpo é obtida através da iodo é necessário para que a tireoide funcione normalmente; assim,
marcação de moléculas participantes nos processos fisiológicos dos a dieta deficiente em iodo fará com que, no momento em que o
tecidos que se quer estudar com elementos químicos que emitem iodo radioativo estiver presente no organismo, ele seja direcionado
radiação e, com isso, permitem que um detector localize sua posição quase que exclusivamente para a glândula. A taxa de cura após o
dentro do corpo humano. A cintilografia da glândula tireoide (fig. 1), tratamento é de aproximadamente 80%.
por exemplo, é um exame que permite determinar o estado funcio- Massa da amostra
nal das glândulas tireoide e paratireoide, além de detectar nódulos m
100%
cancerígenos a partir de 3 mm e possíveis metástases.
SPL/LATINSTOCK

% núcleos radioativos
iodo-131

50%
m
2

25%
m
4
12,5%
m
8

0 8 16 24 Dias
Fig. 1 – Cintilografia da glândula tireoide utilizando o iodo-131. 
Áreas em verde são de menor concentração do isótopo radioativo Fig. 2 – Função exponencial da meia-vida do iodo-131.
e, em azul, de maior concentração.
1 O iodo tem número atômico 53, massa atômica de 126,9  u,
Para fazer uma cintilografia, uma pequena quantidade do isóto- ponto de fusão e ebulição em 114 °C e 184 °C, respectivamen-
po 131 do iodo (radioativo), após administração oral, é rapidamente te. Em um laboratório de Medicina Nuclear, um frasco de iodo-
absorvida pelo trato gastrointestinal e chega à tireoide em 20 a 30 -131, que fora utilizado na terapia de disfunções da glândula
minutos, quando torna-se possível fazer a aquisição da imagem em tireoide, foi hermeticamente fechado contendo 0,08 mol de re-
uma câmara gama. Quando o diagnóstico de câncer de tireoide é síduo sólido de iodo radioativo depositado no fundo do frasco.
confirmado, uma possível solução é submeter o paciente ao trata- O frasco ficou em repouso, armazenado no depósito provisório
mento cirúrgico, com retirada total da glândula e, em casos selecio- de rejeitos radioativos do laboratório sob condições de tem-
nados, submetê-lo à iodoterapia. Iodoterapia é um tratamento em peratura e pressão ambiente. Nota-se que, após 16 dias, todo
que o paciente, seis semanas após a cirurgia de remoção da glândula, o resíduo sólido de iodo radioativo do fundo do frasco grudou
engole uma cápsula com alta dose de iodo radioativo na forma de
na tampa do frasco na forma de cristais. Pode-se dizer que o
pequenos grânulos. O iodo-131 tem meia-vida, tempo necessário
número de mols de iodo radioativo restante e o processo que
para o número de núcleos radioativos ser reduzido à metade, de
o iodo sofreu para se depositar na tampa correspondem, res-
aproximadamente 8 dias (fig. 2). O paciente ficará internado em Inicialmente, havia 0,08 mol de
pectivamente, a: c
quarto individual durante até três dias, sem receber visitas, pois estará iodo radioativo; como a meia-vida
emitindo radiação neste período. Espera-se que os efeitos deletérios a) 0,04 mol – fusão do iodo. é de 8 dias, temos:
8 dias 8 dias

da radiação emitida pelo iodo-131 elimine qualquer resíduo do tu- b) 0,02 mol – ebulição do iodo. 0,08 mol → 0,04 mol → 0,02 mol
O iodo é volátil e é um exemplo
mor de tireoide que ainda possa existir no corpo. Em pouco tempo, c) 0,02 mol – sublimação do iodo. clássico dos elementos que sofrem
a radiação será eliminada pelo organismo via fezes, urina e suor, e a d) 0,04 mol – sublimação do iodo. mudança de estado porque subli-
pessoa poderá voltar às atividades normais. Para assegurar o sucesso e) 0,01 mol – fusão do iodo. mam naturalmente em condições
de temperatura e pressão ambiente.

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QUADRO DE IDEIAS

Termodinâmica
CEO: Mário Ghio Júnior
Direção: Carlos Roberto Piatto
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Conselho editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves,
Trabalho Capacidade Transferência Mudança Carlos Roberto Piatto, Daniel Augusto Ferraz Leite,
Eduardo dos Santos, Eliane Vilela, Helena Serebrinic,
térmica de calor de fase Lidiane Vivaldini Olo, Luís Ricardo Arruda de Andrade,
Marcelo Mirabelli, Marcus Bruno Moura Fahel,
Marisa Sodero Cardoso, Ricardo Leite,
Primeira lei da Ricardo de Gan Braga, Tania Fontolan
Termodinâmica Condução, Sólido, Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello
Calor convecção, líquidos,
Edição: Tatiana Leite Nunes (coord.), Pietro Ferrari
específico radiação gases e Assistência editorial: Carolina Domeniche Romagna,
plasma Rodolfo Correia Marinho
Aplicações Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.),
Danielle Modesto, Edilson Moura, Letícia Pieroni,
Marília Lima, Tatiane Godoy, Tayra Alfonso,
Vanessa Lucena
Fusão, solidificação,
Coordenação de produção:
vaporização, Fabiana Manna da Silva (coord.),
condensação Adjane Oliveira, Dandara Bessa
Supervisão de arte e produção: Ricardo de Gan Braga
Edição de arte: Daniela Amaral
Diagramação: Antonio Cesar Decarli,
Claudio Alves dos Santos, Fernando Afonso do Carmo,
Flávio Gomes Duarte, Kleber de Messas
Influência da pressão Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão),
Marcella Doratioto; colaboração: Fábio Matsuura,
Fernanda Siwiec, Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Edson Carnevale
Sublimação Capa: Daniel Hisashi Aoki
Foto de capa: Eduardo Mariano Rivero/Alamy/Latinstock
Projeto gráfico de miolo: Daniel Hisashi Aoki
Diagrama de Editoração eletrônica: Casa de Tipos

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(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Luz, Antônio Máximo Ribeiro da
Sistema de ensino ser : ensino médio, caderno
7 : física : frente A : PR / Antônio Máximo
Ribeiro da Luz, Beatriz Alvarenga Álvares,
Carla da Costa Guimarães. -- 2. ed. -- São Paulo :
Ática, 2015.
1. Física (Ensino médio) I. Álvares, Beatriz
Alvarenga. II. Guimarães, Carla da Costa.
III. Título.
15-05296 CDD-530.07

Índices para catálogo sistemático:


1. Física : Ensino médio 530.07

2015
ISBN 978 85 0817 524-6 (AL)
ISBN 978 85 0817 529-1 (PR)
1ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

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