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FUNDAMENTOS DA

ASTRONOMIA
AULA 3

Profª Sophia Feld


CONVERSA INICIAL

O objetivo geral desta aula é reconhecer a fase atual do Sol e descrever as fases
evolutivas pelas quais passa uma estrela. Os objetivos específicos são:

 Descrever a estrutura do Sol e entender a produção de energia desse corpo


celeste;
 Entender os espectros estelares como uma maneira de estudar a composição e
natureza das estrelas;
 Descrever as fases para as quais estrelas de diferentes massas evoluem;
 Identificar que a relação massa-luminosidade permite estimar a massa das
estrelas baseadas em seu tipo espectral;
 Calcular o tempo de vida de uma estrela.

Nesta aula, vamos discutir o Sol como uma estrela composta de gás
incandescente e que possui estruturas diferenciadas assim como a Terra, possuindo uma
fotosfera, uma camada convectiva logo abaixo da fotosfera e uma camada radiativa mais
abaixo. No centro do Sol, assim como no caso de qualquer outra estrela, há um núcleo
onde das temperaturas podem chegar até 15 milhões de graus Celsius. Essa é a região da
estrela onde ocorre o processo de fusão nuclear, o qual provê a energia necessária para a
estrela brilhar.
Pode-se analisar uma estrela a partir da luz que ela emite a partir da
espectroscopia estelar, que dá pistas sobre a composição da estrela e sobre sua
luminosidade. A partir da espectroscopia estelar, pode-se classificar as estrelas como
supergigantes, gigantes, estrelas da sequência principal, estrelas azuis, estrelas azul-
esbranquiçadas, estrelas brancas, estrelas branco-amareladas, estrelas amarelas, estrelas
alaranjadas e estrelas vermelhas. A diferenciação dessas estrelas tem base na
temperatura de sua superfície e de sua luminosidade. O Sol, por exemplo, é uma estrela
da sequência principal amarela. Com base na temperatura de sua superfície e na sua
luminosidade, pode-se elaborar o diagrama HR, que relaciona essas propriedades com a
massa e a idade das estrelas.
Essa idade pode ser determinada pela relação massa-luminosidade de uma
estrela: quanto maior a massa e a luminosidade de uma estrela, menor será seu tempo de
vida e vice-versa.

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TEMA 1 – SOL: ESTRUTURA E

1.1 Estrutura do Sol

O Sol é a nossa fonte de energia, faz a vida prosperar. É a estrela mais próxima
da Terra e, a partir do Sol, podemos conhecer um pouco as outras estrelas do universo.
Sua energia vem de reações nucleares que ocorrem em seu núcleo e que elevam sua
temperatura a patamares difíceis de imaginar. Conclui-se, desse modo, que o Sol é
basicamente uma esfera quase perfeita de gás incandescente (Kepler; Saraiva, 2014).

Figura 1 – As camadas superiores e inferiores do Sol

Créditos: SIBERIANART/Shutterstock.

O Sol é de longe o corpo mais brilhante do céu, mas não passa de uma estrela
comum. Da mesma maneira que a Terra, que possui uma crosta, manto e núcleo, o Sol
também apresenta uma estrutura interna com regiões diferenciadas. Sua parte mais
externa é a fotosfera, com uma espessura de 330 km e uma temperatura de
aproximadamente 5.500 °C. É a camada que podemos ver de forma direta.
Abaixo da fotosfera, existe uma zona convectiva, com pouco mais de
100.000 km de espessura, onde os gases mais quentes das regiões mais interiores do Sol
sobem e perdem calor. Abaixo da zona convectiva, existe uma

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zona radiativa onde a energia flui por irradiação. Abaixo da zona radiativa, há o núcleo
solar, a uma temperatura de 10.000.000 °C, onde as reações nucleares acontecem.
Acima da fotosfera, existe uma atmosfera solar chamada de cromosfera, e acima dela
há a coroa solar, vista em eclipses totais do Sol (Zeilik; Gregory, 1998).
A fotosfera parece a superfície da água fervente, repleta de bolhas, chamadas de
granulações, com 1.500 km de diâmetro cada e sobrevida de 15 minutos. São os topos
das correntes convectivas que vêm de regiões mais interiores. Regiões escuras entre os
grânulos são mais frias, enquanto as mais brilhantes também são as mais quentes. Em
algumas épocas, em meio aos grânulos, aparecem manchas solares mais escuras, mais
frias, relacionadas a campos magnéticos do Sol (Zeilik; Gregory, 1998). Já se sabia da
existência de manchas solares desde a antiguidade, com os chineses, e registradas
detalhadamente por Galileu Galilei em 1610 (Kepler; Saraiva, 2014). Estas aparecem
com mais frequência a cada 11 anos, o que resulta em uma maior atividade magnética
do Sol associada a mais auroras na Terra na mesma frequência (Zeilik; Gregory, 1998).

Figura 2 – Aurora boreal

Créditos: SYLVIE CORRIVEAU/Shutterstock.

Da coroa solar, originam-se ventos solares, rajadas de partículas eletricamente


carregadas que se espalham por todo o Sistema Solar. Estes são

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nocivos à vida, mas o campo magnético terrestre causa o desvio dessas partículas ou seu
aprisionamento em uma região chamada Cinturão de Van Allen. As partículas que
fogem do cinturão vão aos polos, formando as auroras ao colidirem com a atmosfera
terrestre. As auroras (boreal, no Hemisfério Norte, e austral, no Hemisfério Sul) são
intensificadas quando grandes quantidades de partículas são ejetadas de uma só vez na
coroa solar, fato chamado de ejeções de massa coronal, as quais aumentam de
frequência no ciclo de 11 anos. As ejeções podem causar grandes problemas, pois
influenciam o campo magnético terrestre, causando, dessa forma, distúrbios na
distribuição de energia elétrica (Zeilik; Gregory, 1998).

1.2 Energia do sol

A energia solar recebida por cada metro quadrado na superfície terrestre equivale
à energia luminosa emitida por 14 lâmpadas incandescentes de 100 W a cada segundo.
O próprio Sol libera a energia de 4 trilhões de trilhões (4x10 24) dessas lâmpadas a cada
segundo. Toda essa energia não vem de combustão, uma conclusão já alcançada no
século XIX. Entretanto, a explicação sobre a origem de toda essa energia só veio em
1937, quando Hans Albrecht Bethe (1906-2005) propôs que a união de quatro núcleos
de hidrogênio H (quatro prótons), resultando em um núcleo de hélio, liberando energia
de acordo com a relação massa-energia (E=mc²) de Albert Einstein (1879-1955). Essa
reação nuclear não se dá em uma única vez, mas sim em etapas, cada uma delas
liberando energia: primeiramente, dois prótons colidem-se e mantém-se unidos pela
ação da força nuclear forte (que liga prótons e nêutrons a um núcleo atômico), formando
um núcleo de deutério (hidrogênio cujo núcleo é composto de um próton e um nêutron).
Nessa colisão, um pósitron e+ (antimatéria do elétron) e um neutrino v são emitidos.

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Figura 3 – Representação esquemática da reação de fusão nuclear no interior solar

Créditos: GENERAL-FMV/Shutterstock.

Em seguida, o núcleo de deutério colide-se com outro próton, formando um


núcleo de 3He (núcleo de hélio com dois prótons e um nêutron) e uma partícula gama γ
(raios gama). Surge, então, duas opções: ou dois núcleos de 3He colidem-se entre si,
formando um núcleo de 4He (dois prótons e dois nêutrons), com a ejeção de dois
prótons, ou um núcleo de 3He colide-se com um núcleo de 4He, formando um núcleo de
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Be (berílio) com a ejeção de uma partícula gama.
A última reação acima bifurca-se em dois troncos: no primeiro, o átomo de 7Be
se desintegra em um átomo de 7Li (lítio), liberando um elétron. Em seguida, esse átomo
de 7He colide com um próton, originando dois átomos de 4He. O segundo tronco, o
átomo de 7Be, colide com um próton formando um átomo de 8B (boro) com a ejeção de
uma partícula gama. O átomo de 8B desintegra-se no átomo de 8Be com a ejeção de um
pósitron e um neutrino. Por último, o átomo de 8Be se desintegra em dois átomos de
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He.
A reação geral pode ser sintetizada como:

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4H  4He+2e++2ν+γ

Há prótons (núcleos de hidrogênio) suficientes para alimentar o Sol por bilhões


de anos (Zeilik; Gregory, 1998; Kepler; Saraiva, 2014).

TEMA 2 – ESPECTROSCOPIA ESTELAR

Quando um raio de luz policromático passa por um prisma, ele é decomposto em


suas cores monocromáticas. Um exemplo disso é a luz solar, a qual é dispersada em
gotículas de chuva, formando o arco-íris. Pode-se conhecer várias características físicas
de quem emitiu a luz, como sua temperatura, composição química e densidade a partir
de suas cores monocromáticas, ou seja, a partir de seu espectro (Kepler; Saraiva, 2014).

Figura 4 – Dispersão da luz branca em raios monocromáticos pela ação de um prisma


óptico

Créditos: RADIORIO/Shuttersock.

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Anders Jonas Ångström (1814-1874) identificou, em 1862, comprimentos de
ondas de luz específicas do hidrogênio ao analisar o espectro do Sol. Esses
comprimentos de onda específicos são chamados de linhas ou raias espectrais. Seis
anos mais tarde, Sir Joseph Norman Lockyer (1836-1920) identificou uma linha
espectral não conhecida no Sol e previu a existência de um elemento químico não
conhecido, o hélio, descoberto na Terra somente 27 anos depois. O hélio é o segundo
elemento mais abundante do Sol, seguido do hidrogênio (Kepler; Saraiva, 2014).

TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRELAS: DIAGRAMA HR

O espectro de uma estrela varia de acordo com sua temperatura: quanto mais
alta, maior será a intensidade da luz total emitida e mais para o azul será a cor
monocromática dominante. Sir William Higgins (1824-1910) percebeu que, embora
parecidos, há ligeiras diferenças nos espectros das estrelas. Para catalogá-las de acordo
com suas emissões espectrais, técnicas de fotografia tiveram que ser aperfeiçoadas, e
mais de 225 000 estrelas foram analisadas, principalmente por Anne Jump Cannon
(1863-1941). Além disso, essas estrelas foram catalogadas de acordo com as linhas de
emissão do hidrogênio. As estrelas “A” possuíam fortes linhas de hidrogênio, sendo que
as estrelas “B” possuem linhas de hidrogênio ligeiramente mais fracas; as estrelas “C”,
mais fracas ainda, e assim por diante (Kepler; Saraiva, 2014).

Figura 5 – Estrelas azuladas e avermelhadas

Créditos: ZAKHARCHUK/Shutterstock.

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Hoje em dia, a classificação é feita de acordo com a temperatura de superfície da
estrela (Kepler; Saraiva, 2014):

 Estrelas “O” – estrelas azuis: Temperatura de superfície entre 20.000 °C e


40.000 °C, com linhas de He+ pronunciadas e linhas de H fracas, com grande
intensidade na região do ultravioleta.
 Estrelas “B” – estrelas branco-azuladas: Temperatura de superfície em torno de
15.000 °C, com linhas de He e de H visíveis.
 Estrelas “A” – estrelas brancas: Temperatura de superfície em torno de
9.000 °C, com linhas de H muito fortes.
 Estrelas “F” – estrelas branco-amareladas. Estrelas “B” – Temperatura de
superfície em torno de 7.000 °C, com linhas de emissão de elementos metálicos,
especialmente o Ca+.
 Estrelas “G” – estrelas amarelas: Temperatura de superfície em torno de
4.000 °C, com linhas de metais bastante pronunciadas.
 Estrelas “M” – estrelas vermelhas: Temperatura de superfície em torno de
3.000 °C, com linhas de TiO (monóxido de titânio) muito evidentes.

Figura 6 – Estrela anã, estrelas gigantes e estrelas supergigantes

Créditos: ALIONA URSU/Shutterstock.

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Essa classificação só leva em conta a temperatura das estrelas, não sua
luminosidade total, relacionada ao tamanho da estrela. O tamanho das estrelas é
dividido em seis grupos (Kepler; Saraiva, 2014):

 Ia – estrelas supergigantes superluminosas;


 Ib – estrelas supergigantes;
 II – estrelas gigantes luminosas;
 III – estrelas gigantes;
 IV – estrelas subgigantes;
 V – estrelas anãs.

3.1 Diagrama HR

A relação entre a temperatura de superfície e a luminosidade das estrelas foi


relacionada por Ejnar Hertzsprung (1873-1967) e Henry Norris Russell (1877- 1957) no
Diagrama de Hertzsprung-Russel (Diagrama HR). Estrelas de mesma cor podem ser
anãs ou gigantes. O Sol é uma anã, pois é 100 vezes menos luminoso que Capella, uma
gigante, embora as duas estrelas sejam amarelas (Kepler; Saraiva; Müller, 2010).
Figura 7 – Diagrama de Hertzsprung-Russel

Créditos: DESIGNUA/Shutterstock.

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Ao elaborar um gráfico listando as estrelas que possuem luminosidade e
temperaturas bem conhecidas em um plano cartesiano temperatura x luminosidade,
percebe-se que a maior parte delas, cerca de 80%, está distribuída em uma única faixa
estreita na diagonal do plano, chamada de sequência principal. Isso porque a massa da
estrela determina tanto sua luminosidade quanto a sua temperatura de superfície; quanto
menor a massa, mais fraca é a estrela e menor será a sua temperatura de superfície.
Estrelas maciças são muito luminosas, e sua temperatura de superfície é maior (Kepler;
Saraiva; Müller, 2010).
Algumas estrelas fogem da sequência principal. As estrelas de luminosidade I, II
e III são muito luminosas e representam menos de 1% das estrelas, embora possuam
temperaturas de superfície baixas. Outras são fracas e representam cerca de 20% do total
de estrelas, mas possuem temperaturas de superfície altas, chamadas de anãs brancas
(Kepler; Saraiva; Müller, 2010).
O diagrama HR dá pistas sobre a origem das estrelas na galáxia. A maior parte
de estrelas de um mesmo aglomerado estelar possuem as mesmas características de
luminosidade e temperatura de superfície. Como se sabe que as estrelas desses
aglomerados se formaram mais ou menos ao mesmo tempo, o diagrama HR dá muitas
pistas sobre a idade estelar, além de dar pistas sobre a distância das estrelas em relação à
Terra (Kepler; Saraiva; Müller, 2010).

TEMA 4 – RELAÇÃO MASSA-LUMINOSIDADE


A massa das estrelas tem uma estreita relação com a sequência do diagrama HR:
quanto menos luminosa e mais fria é uma estrela, menor é a sua massa. Fisicamente,
podemos estabelecer as seguintes proporcionalidades (Kepler; Saraiva, 2014):

 Estrelas maiores que três massas solares: luminosidade proporcional à massa da


estrela ao cubo;
 Estrelas com massas entre meia e três massas solares: luminosidade proporcional
à massa da estrela à quarta potência;
 Estrelas com massas inferiores a meia massa solar: luminosidade proporcional à
raiz quadrada da massa da estrela elevada à quinta potência.

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Como as massas das estrelas observadas possuem massas que variam entre 0,08
e 100 massas solares, a luminosidade dessas estrelas varia entre 0,0001 a 1.000.000 de
vezes a luminosidade solar.
As estrelas mais luminosas já observadas são azuis e com massa aproximada de
100 massas solares, no topo da sequência principal, com uma luminosidade um milhão
de vezes maior do que a luminosidade do Sol. Outras estrelas superluminosas são as
supergigantes, com luminosidade milhares de vezes maior do que a luminosidade do
Sol, e tamanho centenas de vezes maior do que o tamanho do Sol (Kepler; Saraiva,
2014).
As estrelas menos luminosas são as anãs vermelhas, na base da sequência
principal. As menores possuem massas equivalentes a 8% da massa solar (menos do que
isso não há fusão nuclear) e raios que equivalem a 10% do raio solar (Kepler; Saraiva,
2014).
Alvan Graham Clark Jr. (1832-1897) descobriu que Sirius, a estrela mais
brilhante do céu noturno, possuía uma companheira bem mais fraca, com uma massa
equivalente à do Sol (Sirius é maior) e com uma temperatura de superfície de 24.000 °C,
embora com baixa luminosidade. Com alguns cálculos, é possível prever que o raio da
companheira de Sirius é de 5.800 km, menor que o raio terrestre e pequeno demais para
as dimensões estelares. Essas estrelas extremamente pequenas foram conhecidas como
anãs brancas. Sabe-se, hoje em dia, que anãs brancas são remanescentes de estrelas que
não mais possuem fusão nuclear e que já encerraram seus ciclos de vida (Kepler;
Saraiva, 2014).

TEMA 5 – TEMPO DE VIDA DAS ESTRELAS

O tempo de vida de uma estrela depende de sua massa e de sua luminosidade:


quanto maior sua luminosidade, mais rápido é o processo de fusão nuclear e mais rápido
consumirá hidrogênio, diminuindo seu tempo de vida, ou vice-versa (Kepler; Saraiva,
2014).
Durante seu ciclo de vida, a estrela pode pertencer à sequência principal, se
tornar uma gigante ou supergigante e terminar como uma anã branca. Na maior parte de
sua vida, a estrela pertence à sequência principal, consumindo hidrogênio em seu núcleo
(Kepler; Saraiva, 2014).
A massa consumida pela estrela não chega a 0,7% de sua massa total, ou 10% de
seu núcleo. Usando a relação massa-energia de Einstein, uma estrela

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permanece na sequência principal por 10 bilhões de anos, inclusive o Sol (Kepler;
Saraiva; 2014).
Ao sair da sequência principal, uma estrela ainda brilha devido à fusão nuclear
no interior de seu núcleo, mas a transformação de hidrogênio em hélio não é mais a
única reação nuclear possível em seu interior. O hélio pode se transformar em carbono e
oxigênio por sucessivas colisões atômicas e assim por diante, até que se forme ferro se a
estrela possuir massa suficiente para isso (o Sol tem uma massa que permite apenas a
fusão do hélio em carbono e em oxigênio). Uma estrela pode estar nessa fase por
milhares de anos até um bilhão de anos (Kepler; Saraiva, 2014).
À medida que a fusão nuclear no interior da estrela enfraquece, a estrela perde
luminosidade e temperatura, contraindo-se pela sua própria gravidade. Nessa etapa, a
energia potencial gravitacional de suas camadas mais externas torna-se energia interna à
medida que a estrela se contrai, mantendo sua temperatura e luminosidade por mais
algum tempo até se transformar em anã branca. Nessa etapa, a liberação de energia
perdura por bilhões de anos, até que a anã branca se resfrie para uma anã negra, incapaz
de emitir radiação significativa (Kepler; Saraiva, 2014).

NA PRÁTICA
Em uma folha de papel, elabore um mapa mental que aborde a classificação das
estrelas quanto à sua luminosidade e quanto à sua temperatura de superfície. Para
facilitar, imagine que você está em uma nave espacial que tolere apenas certas
luminosidades e certas temperaturas. Por exemplo, sua nave pode passar perto de uma
estrela da sequência principal amarela, como o Sol, mas pode ser destruída ao passar
perto de uma estrela azul, mais quente, gigante, com maior luminosidade.
Para isso, visualize o diagrama HR em
<http://zebu.uoregon.edu/disted/ph122/dlec13.html>. Quais cores das estrelas possuem
maior temperatura de superfície? Onde estas estão posicionadas no diagrama HR? Onde
estão posicionadas as estrelas de maior luminosidade? Quais tipos de estrelas fogem da
sequência principal?
Para finalizar, quais estrelas sua nave espacial pode visitar? Quais estrelas
poderiam destruir sua nave?

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FINALIZANDO

O Sol não passa de uma simples estrela da sequência principal, com uma
temperatura de superfície igual a 5.500 °C, o que classifica como uma estrela amarela
anã, muito comum no universo.
O Sol possui estruturas próprias, como a fotosfera, camada na superfície solar
que emite seu brilho característico.
Quem fornece energia para o Sol, assim para todas as outras estrelas do universo
é a reação de fusão nuclear que ocorre em seus núcleos, onde a temperatura pode
alcançar os 15 milhões de graus Celsius.
Porém, as estrelas diferem umas das outras, especialmente na temperatura de
superfície e na luminosidade.
A temperatura de superfície de uma estrela pode ser relacionada à sua cor: as
estrelas azuis são as mais quentes, enquanto as estrelas mais vermelhas são as mais
frias.
Quanto à luminosidade, existem as estrelas superluminosas e as de baixa
luminosidade. A luminosidade de uma estrela está relacionada ao seu tamanho: as
superluminosas também são as supergigantes, enquanto as menos luminosas são as
estrelas anãs.
Relacionando a luminosidade com a temperatura de superfície, percebe- se que a
maior parte das estrelas seguem um padrão no diagrama HR: essas pertencem à
sequência principal.
Conhecendo-se a massa e a luminosidade de uma estrela, pode-se inferir a sua
idade e, portanto, pode-se descobrir quais estrelas vivem mais e quais vivem menos e o
motivo dessa diferença: quanto maior a massa e a luminosidade de uma estrela, mais
rápida será o processo de fusão nuclear e menor será o tempo de vida estelar. O inverso
é verdadeiro.

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REFERÊNCIAS

HETEM, J. C. G. Classificação Estelar. São Paulo: USP/UNIVESP/EDUSP, 2014.

KEPLER, S. O.; SARAIVA M. F. O. Astronomia e Astrofísica. Porto Alegre:


UFRGS. 2014.

.; MÜLLER, A. M. Classes de Luminosidades e Diagrama HR: Notas de


Aula. Porto Alegre: UFRGS. 2010.

MACIEL, W. J. Introdução à Estrutura e Evolução Estelar. São Paulo: Editora da


USP,1999.

ZEILIK, M., GREGORY, S. A. Introductory Astronomy & Astrophysics. 4. ed.


Fort Worth: Saunders College, 1998.

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