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Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Geociências - IGC


Departamento de Geologia

A ORIGEM DO UNIVERSO E O
SURGIMENTO DO SISTEMA
SOLAR E DA TERRA
Teorias e práticas modernas da Geologia

A Geologia depende de experimentos em laboratórios e simulações


computacionais para descrever as propriedades físicas e quimicas
dos materiais terrestres e modelar os processos naturais que
ocorrem na superfície e no interior da Terra.

Ela se fundamenta nas observações e experimentos orientados no


local do objeto de estudo e coletados por dispositivos de
sensoriamento remoto.

O registro geológico é a informação preservada nas rochas


originadas em vários tempos da história da Terra.
Princípio do Uniformitarismo

Séc. XVIII – James Hutton:

“O presente é a chave do passado” – considera que os


processos geológicos atuantes hoje também funcionaram de modo
muito semelhante ao longo do tempo geológico. Este princípio não
significa que todo fenômeno geológico ocorra de forma lenta.
Alguns dos mais importantes processos ocorrem de forma súbita.

Forma lenta – migração de continentes, deposição de espessas


camadas de sedimentos

Forma rápida – meteorito que impacta a superfície, um vulcão em


erupção
Origem do Universo

TEORIA DO BIG BANG - Proposta por George Gamow (1904 – 1968)

O Universo começou entre 13 a 14 bilhões de anos atrás a partir de uma


explosão cósmica. Toda a matéria e energia estavam concentradas em um
único ponto de densidade inconcebível.

Desde este instante, em um processo que ainda continua, o Universo


expande-se e dilui para formar galáxias e estrelas.

A idade do Universo pode ser estimada com base na teoria da relatividade


geral de Einstein e em dados observacionais.
Origem do Universo – a nucleossíntese
primordial
O modelo cosmológico padrão, admite que o universo teve
uma fase inicial - o Big Bang - caracterizada por uma elevada
temperatura e densidade extremamente alta.

Nas fases iniciais, havia apenas partículas elementares:


elétrons, prótons, neutrinos, etc. e radiação, ou seja, fótons.

À medida que o universo se expandiu, esta radiação sofreu


um efeito de diluição, alcançando hoje valores característicos
da emissão de um corpo negro (definido como um meio ou
substância que absorve toda energia incidente sobre ele,
nenhuma parte da radiação incidente é refletida ou
transmitida.)
Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/elementos/elementos.html
Origem do Universo – a nucleossíntese
primordial

Nos primeiros instantes do universo, este era dominado


pela radiação, situação que se inverteu ao longo do
tempo, com a formação de estruturas como as estrelas e
galáxias e predomínio da matéria sobre a radiação.

As fases iniciais, onde havia essencialmente partículas


elementares e radiação podem ser caracterizadas por
temperaturas maiores ou da ordem de T ~ 1012 K e
idades menores ou da ordem de t ~ 10-4 s.

Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/elementos/elementos.html
Origem do Universo – a nucleossíntese
primordial

Com a expansão, a temperatura baixou para valores abaixo de T ~ 1010 K,


iniciando-se a nucleossíntese primordial propriamente dita em t ~ 100 s com
T ~ 109 K, em que as espécies sintetizadas foram o deutério D (ou 2H), o
trítio 3H, e os isótopos 3He, 4He e 7Li, ou seja, os principais isótopos de
elementos leves.

O núcleo mais simples (D) é produzido em colisões de prótons e nêutrons, e


o 3He é formado da captura de um próton pelo deutério, ou por meio de
colisões envolvendo dois núcleos de deutério, que podem também dar
origem ao trítio. O núcleo de 4He é formado basicamente pela captura de um
deutério pelo trítio, ou pela colisão de dois núcleos de 3He.

Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/elementos/elementos.html
Origem do Universo – a nucleossíntese
primordial
A maior parte dos elementos químicos é originada em processos que
ocorrem no interior das estrelas, ou seja, processos de nucleossíntese
estelar, em que a transformação de um elemento em outro é um subproduto
da geração de energia nas estrelas.

De maneira geral pode-se subdividir esses processos em duas classes:


nucleossíntese quiescente - caracterizada pelas reações nucleares que
ocorrem durante a vida de todas as estrelas
nucleossíntese explosiva - ocorre somente nos estágios finais de estrelas de
grande massa ou estrelas em sistemas binários, em explosões de
supernova

Os processos de nucleossíntese quiescente correspondem a uma queima


nuclear hidrostática, isto é, ocorrem enquanto a estrela está em equilíbrio
hidrostático, quando o peso das camadas superiores é equilibrado pela
pressão do gás nas camadas inferiores, onde ocorrem as reações
nucleares.
Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/elementos/elementos.html
Origem do Universo – a nucleossíntese
primordial
Nessa fase, com duração de vários bilhões de anos para estrelas com
massas próximas à do Sol, as dimensões e a temperatura superficial das
estrelas praticamente não se alteram. Estrelas maiores, cujas massas são
superiores a dez vezes a massa do Sol, aproximadamente, consomem seu
combustível nuclear muito mais rapidamente, e têm uma duração muito
menor do que as de menor massa.

Nesse caso, o colapso causado pelo esgotamento do combustível nuclear é


extremamente violento, gerando uma intensa instabilidade e uma explosão
que ejeta as camadas mais externas da estrela ou mesmo toda ela. A
energia gerada nesta explosão é extremamente alta, tipicamente 1042 a 1044
J, sendo suficiente para produzir as reações nucleares que dão origem aos
elementos mais pesados que o Fe e outros elementos, inclusive alguns
formados também pelo processo quiescente.

Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/elementos/elementos.html
Origem do Universo – a nucleossíntese
primordial
Estrelas isoladas precisam ter massas acima de dez massas solares,
aproximadamente, para sofrer o colapso que leva ao processo explosivo. No
caso de sistemas binários, o processo pode acontecer com estrelas
menores. Parte da massa de uma das estrelas é transferida para a outra,
geralmente uma estrela colapsada, formando um disco de acréscimo, onde
a matéria é precipitada violentamente, causando a explosão do objeto
colapsado.

Note-se que os eventos catastróficos que dão origem aos elementos mais
pesados que o 56Fe devem ser pouco frequentes, uma vez que a
abundância cósmica desses elementos é muito mais baixa que a dos
elementos do grupo do ferro, onde o número atômico Z está próximo de 26.
Isto pode ser visto na figura e sua explicação é dada pela existência de um
número pequeno de estrelas de grande massa relativamente às estrelas
com massas próximas da massa solar.

Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/elementos/elementos.html
Teoria do BIG BANG
O estudo do universo

Unidade de distância ano-luz: distância percorrida à velocidade da luz


(~300.000 km/s) em um ano
1 ano-luz: aprox. 10 trilhões de quilômetros
perímetro da Terra: 0,1 segundo-luz
distância Terra-Sol: 8 minutos-luz
estrela mais próxima (Alfa Centauro): 4,2 anos-luz
galáxia mais próxima (Andrômeda): 2 milhões de anos-luz
HD1 – a galaxia mais distante
Estrutura do universo

o Universo é organizado de maneira hierárquica até uma escala de


tamanho de 300 milhões de anos luz:
estrelas formam galáxias
galáxias formam grupos ou aglomerados
grupos e aglomerados formam superaglomerados

Fonte: http://www.atlasoftheuniverse.com/
Estrutura do universo

Galáxias
➢ dimensões entre 10.000 e 200.000 anos-luz
➢ pode conter mais de 100 bilhões de estrelas, além de outros
corpos celestes
➢ tipo espiral, elíptica, lenticular ou irregular
Via Láctea:
• galáxia tipo espiral
• contém o Sol e o sistema solar em um de seus braços
periféricos;
• contém todas as estrelas visíveis no céu a noite

Fonte: http://www.atlasoftheuniverse.com/
Mapa com 50.000 anos luz – A Via Lactea

200 bilhões de estrelas Fonte: http://www.atlasoftheuniverse.com/


Irregular Galaxy NGC 55
180.000 anos luz de comprimento

Grand Spiral Galaxy NGC


1232
Fonte: http://www.atlasoftheuniverse.com/
Composição do universo

Átomos estrelas distantes são todas


compostas de prótons, nêutrons e
elétrons. Prótons e nêutrons são unidos em
núcleos e átomos são núcleos cercados por
um complemento completo de elétrons. O
hidrogênio é composto por um próton e um
elétron. O hélio é composto por dois
prótons, dois nêutrons e dois elétrons. O
carbono é composto por seis prótons, seis
nêutrons e seis elétrons. Elementos mais
pesados, como ferro, chumbo e urânio,
contêm números ainda maiores de prótons,
nêutrons e elétrons. Os astrônomos gostam
de chamar todo material composto de
prótons, nêutrons e elétrons de "matéria
bariônica".

Fonte: https://wmap.gsfc.nasa.gov/universe/uni_matter.html
Composição do universo

Matéria escura É provável que a


matéria escura seja composta de uma ou
mais espécies de partículas subatômicas
que interagem muito fracamente com a
matéria comum.

Os físicos de partículas têm muitos


candidatos plausíveis para a matéria
escura, e novos experimentos com
aceleradores de partículas provavelmente
trarão novas descobertas nos próximos
anos.

Fonte: https://wmap.gsfc.nasa.gov/universe/uni_matter.html
Composição do universo

Energia escura Os primeiros indícios


observacionais de energia escura no
universo datam da década de 1980, quando
os astrônomos tentavam entender como os
aglomerados de galáxias eram formados.

Suas tentativas de explicar a distribuição


observada de galáxias foram melhoradas se
a energia escura estivesse presente, mas a
evidência era altamente incerta. Na década
de 1990, observações de supernovas foram
usadas para traçar a história da expansão
do universo e a grande surpresa foi que a
expansão parecia estar acelerando, em vez
de desacelerar!

Fonte: https://wmap.gsfc.nasa.gov/universe/uni_matter.html
Composição do universo

Energia escura Em 2003, os primeiros


resultados (WMAP – flutuações cósmicas
de fundo em microondas) saíram indicando
que o universo era plano e que a matéria
escura compunha apenas 24% da
densidade necessária para produzir um
universo plano.

Se 71,4% da densidade de energia no


universo está na forma de energia escura,
que tem um efeito gravitacionalmente
repulsivo, é a quantidade certa para explicar
tanto a planura do universo quanto a
expansão acelerada observada.

Fonte: https://wmap.gsfc.nasa.gov/universe/uni_matter.html
Abundância dos elementos quimicos no
universo
Os principais elementos químicos têm uma distribuição
surpreendentemente semelhante, tanto no sistema solar, como nas
estrelas, nebulosas e galáxias.

Vemos que os elementos mais abundantes são H e He, seguidos pelo C


(Z=6), N (Z=7), O (Z=8), Ne (Z=10), Mg (Z=12), Si (Z=14) e S (Z=16).

Para valores maiores de Z (número atômico) as abundâncias decrescem,


com exceção do 56Fe. Este elemento tem a maior energia de ligação por
núcleo e tende a se acumular como um resto das reações nucleares que
ocorrem no interior das estrelas.

Pode-se notar o aspecto “serrilhado” desta distribuição, devido ao fato de


que os elementos com Z ímpar têm menor energia de ligação que os de Z
par.

Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/elementos/elementos.html
Tabela comparativa da distribuição dos principais
elementos quimicos

Fonte: http://www.astronoo.com/pt/artigos/abundancia-dos-elementos.html
A tabela periódica
Metais alcalinos Fonte: https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinos.htm

• São sólidos em temperatura ambiente;


• São elementos metálicos e, por isso, apresentam brilho característico;
• Têm a capacidade de conduzir calor e corrente elétrica;
• São extremamente reativos (interagem facilmente com outros elementos
químicos para formar substâncias).
• São muito solúveis em água;
• Quando dissolvidas em água ou fundidas (no estado líquido),
apresentam boa condutividade elétrica;
• Apresentam baixa dureza;
• Apresentam alta ductibilidade;
• Boa parte dos compostos formados por eles apresenta-se na cor branca.

Observação: Entre os metais alcalinos, os mais abundantes na crosta


terrestre são o Sódio e o Potássio

Os metais alcalinos, ao reagirem com a água, formam bases


inorgânicas e, por isso, recebem o nome de alcalinos. Essa reação
química é extremamente exotérmica, ou seja, libera uma grande quantidade
de calor, além da formação do gás hidrogênio.

Li + H2O → LiOH + H2
Como os metais alcalinos são muito reativos, sempre são encontrados
formando uma substância química, como sais e óxidos, com outros
elementos.
Metais alcalinoterrosos

Eles recebem esse nome porque são encontrados em


minerais rochosos na terra

• Condutores de corrente elétrica


• Condutores de calor
• Altamente reativos com outros elementos
• Formam compostos incolores
• São moles ou quebradiços (baixa tenacidade)
• São mais densos que os metais alcalinos apenas
• Apresentam-se no estado sólido em temperatura
ambiente

Fonte: https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinoterrosos.htm
Universo

❑ 100% do universo visível

❑ 270.000 super-aglomerados

❑ 10 bilhões de galáxias
grandes

❑ 2.000 bilhões de bilhões de


estrelas

Fonte: http://www.atlasoftheuniverse.com/
O que é um planeta?
A União Astronômica Internacional em sua Assembléia Geral de 24 de
agosto de 2006 aprovou resolução segundo a qual um planeta é um
corpo celeste que:

❑ está em órbita ao redor do Sol;


❑ tem forma determinada pelo equilíbrio hidrostático (arredondada)
resultante do fato de que sua força de gravidade supera as forças
de coesão dos materiais que o constituem;
❑ é um objeto de dimensão predominante entre os objetos que se
encontram em órbitas vizinhas; a vizinhança de sua órbita deve
estar “limpa”.
Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~dinamica/iau-planeta.html
Principios de Geologia – Pomerol et al. (2013)
O sistema solar
• É uma comunidade ordenada que compreende oito ou nove
planetas (dependendo do estatuto dado a Plutão), 73 satélites,
asteroides, cometas e outros pequenos corpos celestes.
• Os planetas giram em torno do Sol em órbitas elipticas praticamente
todas situadas em um mesmo plano perpendicular ao eixo de
rotação do Sol.
• O período de revolução dos planetas ao redor do Sol depende da
distância deles em relação ao Sol. Mercurio – 0,24 ano, Plutão
248,4 anos). Seu movimento orbital é regular e eles aceleram
quando se aproximam do Sol e desaceleram quando se afastam.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. (2013)


O sistema solar
• A distância entre os planetas obedece a uma lei simples: cada
planeta é duas vezes mais afastado do Sol do que seu vizinho
interior. Entre Marte e Júpiter há uma multidão de pequenos objetos
celestes: os asteroides.

• Ainda em 2006, a União Astronômica Internacional criou uma nova


classe de astros, a de planeta anão, definindo como sendo similar
a um planeta, mas sem ter limpado sua órbita e tampouco ser um
satélite. Assim, Plutão que foi classificado como planeta de 1930 a
2006, quando passou a ser considerado um planeta anão. O
Sistema solar passou a ser constituído por 8 planetas.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. (2013)


Sistema solar
Telescópio James Webb captura as fotos
mais nítidas dos anéis e luas de Netuno

Fonte: https://petapixel.com/2022/09/21/james-webb-telescope-captures-clear-
photo-of-neptunes-rings-and-moons/
Hipótese da nebulosa

1755 – o filósofo Immanuel Kant

sugeriu que a origem do sistema solar poderia ser


traçada pela rotação de uma nuvem de gás e poeira fina.
Os gases constituintes são principalmente hidrogênio e
hélio e as partículas do tamanho de pó são quimicamente
similares aos materiais encontrados na Terra.

Essa nuvem em rotação lenta contraiu-se devido a força


de gravidade, esta resultante da atração entre dois
corpos por causa de suas massas. A contração acelerou
a rotação das partículas e essa rotação mais rápida
achatou a nuvem na forma de um disco.
Hipótese da nebulosa
A formação do Sol

Sob a atração da gravidade, a matéria começou a


deslocar-se para o centro acumulando como uma proto-
estrela. Comprimindo sob seu próprio peso, o material
do proto-Sol tornou-se mais quente e denso. A
temperatura elevou-se para milhões de graus, iniciando
uma fusão nuclear (átomos de hidrogênio sob intensa
pressão e temperatura combinam-se para formar hélio –
nesse processo parte da massa é convertida em
energia).
Hipótese da nebulosa
A formação dos planetas

Embora a maior parte da matéria da nebulosa original


tenha se concentrada no proto-Sol restou um disco de
gás e poeira chamado nebulosa solar envolvendo-o.

Um vez formado, o disco começou a esfriar e muitos


gases condensaram-se mudando para formas liquidas
ou sólidas.

A atração gravitacional causou a agregação de poeira e


material por meio de colisões em pequenos blocos ou
planetesimais de cerca de 1 km de diâmetro.
Hipótese da nebulosa
A formação dos planetas

Por sua vez esses planetesimais colidiram e se


agregaram formando corpos maiores do tamanho da
Lua. Num estágio final uma pequena quantidade desses
corpos maiores arrastou os outros para formar os nove
planetas em torno de suas órbitas atuais.

Quando os planetas se formaram, aqueles cujas órbitas


estavam mais próximas do Sol desenvolveram-se de
maneira diferente daqueles de órbitas mais afastadas.
Planetas interiores

Ordem de proximidade com o Sol: Mercúrio, Vênus,


Terra e Marte. São pequenos e constituídos de rochas e
metais. Cresceram próximos ao Sol, onde as condições
foram tão quentes que a maioria dos materiais voláteis
evaporaram em temperaturas relativamente baixas.
Metais densos foram deixados para trás.

A partir de meteoritos que ocasionalmente golpeiam a


Terra e são considerados como remanescentes ao
período pré-planetário deduz-se que os planetas
interiores começaram a acrescer há cerca de 4,56
bilhões de anos.
Planetas exteriores

A maioria dos materiais voláteis varridos da região dos


planetas interiores foi impelida para a parte mais
externa e fria da nebulosa. Isso possibilitou ao sistema
solar formar os planetas exteriores gigantes constituídos
de gelos e gases: Jupiter, Saturno, Urano e Netuno e
seus satélites.

Embora tenham núcleos rochosos, são compostos


principalmente por hidrogênio e hélio além de outros
constituintes leves.
Sistema solar
Meteoritos

São corpos metálicos ou rochosos caídos na superfície


terrestre.
Região provável de origem: cinturão de asteróides

O atrito com a atmosfera chega a fundir parcialmente


as partes externas do meteorito.

Exemplos de impactos:
Meteor Crater, - Arizona, EUA
Colonia, - SP
O cinturão de asteroides
Tipos de Meteoritos
Definições
Cometas: “bola de neve suja” que orbita o Sol; detrito maioritariamente
composto por gelo e poeira, que se encontra mais longe do Sol que o planeta
Plutão, e que ao passar perto do Sol (e vê-se nos céus a partir da Terra)
ganha uma cauda brilhante devido à sublimação do gelo do cometa.

Asteróides: rocha que orbita o Sol, que (já) não tem gelo, e que se costuma
encontrar numa órbita entre Marte e Júpiter, apesar de existirem por todo o
Sistema Solar.

Meteoróides: pequena rocha, menor que o asteróide.

Meteoros: quando o meteoróide entra na atmosfera de um planeta, e


podemos ver a bola de fogo a rasgar os céus. O fenómeno luminoso que
popularmente chamamos de estrela cadente.

Meteoritos: quando fragmentos dos meteoros atingem a superfície do


planeta.

Fonte: http://www.astropt.org/2008/12/30/cometas-asteroides-meteoroides-meteoros-meteoritos/
Cometa – um corpo sólido de gelo, rocha,
poeira e gases congelados. Como os cometas
se desintegram eles deixam uma trilha de
fragmentos sólidos Núcleo – 16 a 60 km.
Cauda: centenas de milhões de km

Meteoroide – pequenos fragmentos rochosos,


ferrosos ou gelo flutuando no espaço.
Dimensões: Microns a 1 metro

Asteroide – um meteoroide grande.


Dimensões: 1 metro a centenas de km

Chuva de meteoros – um evento que ocorre


quando a Terra passa em uma região
contendo uma grande concentração de
fragmentos, tais como as partículas deixadas
pelo cometa.

Fireball – um meteoro mais brilhante que o


planeta Venus

Boude – um meteoro/fireball que explode na


atmosfera

Meteorito – o fragmento de um meteoroide ou


asteroide que sobrevive a passagem da
atmosfera e atinge a superfície terrestre.

Fonte: http://www.astropt.org/2008/12/30/cometas-
asteroides-meteoroides-meteoros-meteoritos/
Importância dos Meteoritos

O estudo dos meteoritos fornece informações da


evolução primitiva do sistema solar:

• os meteoritos condríticos sobre o processo de


acresção planetária
• os meteoritos diferenciados (acondritos, metálicos e
ferro-pétreos) sobre a estrutura interna dos planetas
Importância dos Meteoritos
Tipos de Meteoritos

Meteorito pétreo que é Meteorito de ferro – niquel que é


semelhante em composição ao semelhante em composição ao
manto silicático da Terra, tem núcleo da Terra, tem densidade
densidade em torno de 3 g/cm3 de aproximadamente 8 g/cm3
Outros sistemas planetários?

Há evidências da presença de planetas orbitando outras


estrelas (extra-solares)

➢ 4389 exoplanetas (mai/2021)


➢ 3260 sistemas planetários
➢ 5941 possíveis candidatos a exoplanetas

Fonte: //exoplanets.nasa.gov
A Terra primitiva

A Terra provavelmente tenha se iniciado como uma mistura


de planetesimais e outros remanescentes da nebulosa.
Uma fusão de grande proporção ocorreu como resultado
de um gigantesco impacto.

Especula-se que cerca de 30 a 65% da Terra fundiram-se


formando uma camada externa com algumas centenas de
quilômetros de espessura. O interior aqueceu-se até um
estado “leve”(menos denso) no qual os seus componentes
podiam mover-se.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)


A forma da Terra
O conceito de que a Terra é esférica foi proposto por
filósofos gregos e indianos por volta do sec. IV a.C
sendo a base para a obra de Aristóteles (Metereologica)
publicado em torno de 330 a.C.

Eratóstenes tinha calculado o raio da Terra no sec. III


a.C

Medições precisas demostraram que e Terra não é uma


esfera perfeita. Por causa da rotação, ela é levemente
abaulada no equador e um pouco achatada nos polos.

A curvatura suave da Terra é quebrada por montanhas e


vales além de outros altos e baixos.
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)
A Terra primitiva

O material pesado mergulhou para o interior para formar


o núcleo e o material mais leve flutuou para a superfície
e formou a crosta. Este material mais leve carregou
consigo calor interno para a superfície que foi irradiado
para o espaço.

Deste modo, a Terra resfriou e grande parte solidificou e


foi transformada em um planeta diferenciado em três
camadas principais: crosta, manto e núcleo.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)


Estrutura da Terra
A Terra primitiva
Como a partir de uma massa rochosa a Terra
evoluiu até um planeta vivo com continentes,
oceanos e atmosfera?

A resposta reside na diferenciação gravitacional:

Transformação de blocos de materia primordial em um


corpo cujo interior é dividido em camadas concêntricas
que diferem umas das outras tanto fisicamente quanto
quimicamente.

Esta diferenciação ocorreu nos primeiros momentos da


história da Terra, quando ela adquiriu calor suficiente
para se fundir.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)


Qual a densidade da Terra?

A teoria das camadas da Terra foi proposta por Emil Wiechert no final
do sec. XIX; ele queria entender porque a Terra é tão pesada ou mais
precisamente tão densa.

Cálculo da densidade: meça a massa em uma balança e divida pelo


volume; granito: 2,7 g/cm3

Em torno de 1680 – Isaac Newton descobriu como calcular a massa


da Terra a partir da força gravitacional que atrai objetos a superficie

Cavendish em 1798 – realizou experimentos para calibrar a lei de


gravitação de Newton – calculou então a densidade média da Terra
– 5,5 g/cm3

𝑀1𝑀2
F=G 𝐷2
A densidade da Terra

O valor está muito alto:

• maioria das rochas comuns: abaixo de 3 g/cm3

• algumas rochas trazidas por vulcões : 3,5 g/cm3

• pressões no interior da Terra comprimem as rochas,


tornando a densidade mais alta

• o efeito da pressão era pequeno demais para explicar a


densidade calculada por Cavendish
A densidade da Terra

Wiechert volta sua atenção para o sistema solar e aos meteoritos.

1. Alguns meteoritos são compostos de uma liga de dois metais (Fe


e Ni) e que portanto tem densidades de até 8 g/cm3
2. Esses dois elementos são relativamente abundantes no sistema
solar

1896 – propôs uma hipótese:

Em algum momento no passado remoto da Terra, a maioria do


ferro e do niquel do seu interior havia caido para o centro sob a
força da gravidade. Esse movimento criou um nucleo denso que
foi cercado por uma capa de rocha rica em silicato, a qual
chamou de manto.
A densidade da Terra

• Esta hipótese conseguia elaborar um modelo da Terra


com duas camadas que estava de acordo com o valor
de Cavendish para a densidade média da Terra.

• Conseguia também explicar a existência de meteoritos


de Fe-Ni: eram pedaços do nucleo de um planeta como
a Terra que haviam se quebrado, provavelmente pela
colisão com outros planetas
A densidade da Terra

• Em 1906, um sismologo britânico, Robert Oldham


conseguiu classificar os caminhos percorridos por
ondas sísmicas e determinar que o núcleo, pelo menos
na sua parte externa era liquido.

• Beno Gutemberg – 1914 – determinou que a


profundidade do limite núcleo-manto era de
aproximadamente 2890 km.
Núcleo
Ferro e outros elementos
pesados, como o niquel
mergulharam para formar o
núcleo central.

Começa a uma profundidade


de cerca de 2900 Km, sendo
liquido na parte externa mas
sólido no núcleo central (5200
a 6400 Km).

O núcleo interno é sólido


porque a pressão no centro é
muito alta para o ferro fundir-
se (a temperatura em que
qualquer material se funde
eleva-se com o aumento de
pressão).
Crosta
Materiais liquidos e menos
densos flutuaram em direção a
superficie do oceano de magma.
Resfriaram-se e formaram a
crosta, uma fina camada externa
com cerca de 40 km de
espessura.

Composição: a maioria dos


materiais da crosta é composta
de elementos de silício, alumínio,
ferro, cálcio, magnésio, sódio e
potássio combinados com
oxigênio.
Abundância dos elementos na crosta
Manto
Encontra-se situado entre o
núcleo e a crosta formando
a maior parte da Terra
sólida.

O Manto é o material
deixado na zona
intermediária depois que
grande quantidade da
matéria pesada afundou e
a matéria mais leve
emergiu. Consiste de
rochas silicáticas
ultramáficas com
densidade intermediária
em sua maioria compostas
de oxigênio com magnésio,
ferro e silício.
Formação dos continentes

O crescimento dos continentes


começou logo após a
diferenciação e continuou ao
longo do tempo geológico.

Tem-se uma noção geral do


que levou a sua formação.
Formação dos continentes

O magma partindo do interior


derretido da Terra ascendeu a
superfície onde esfriou e
solidificou para formar a crosta
rochosa.

Esta crosta primitiva fundiu-se e


solidificou repetidamente
fazendo com que os materiais
mais leves se separassem dos
mais pesados e ascendessem
ao topo para formar os núcleos
primitivos dos continentes.
Formação dos continentes
Água da chuva e outros
constituintes da atmosfera
erodiram as rochas, levando-as
a se decomporem e
desintegrarem.

Água, vento e gelo


desprenderam os detritos
rochosos e os moveram para
lugares de deposição mais
baixos. Ai se acumularam em
camadas espessas formando
praias, deltas, e os assoalhos
dos mares .

A repetição desse processo


durante muitos ciclos estruturou
os continentes.
Formação dos oceanos e atmosfera

Os planetesimais que se agregaram para formar a Terra


continham gelo, água e outros materiais voláteis como
nitrogênio e carbono, ligados nos minerais.

Quando a Terra se aqueceu e seus materiais fundiram-se


parcialmente, o vapor d’agua e outros gases foram liberados e
levados para a superfície pelos magmas, sendo lançados na
atmosfera pela atividade vulcânica.
Formação dos oceanos e atmosfera

Os gases emitidos pelos vulcões há cerca de 4 bilhões de anos


consistiam provavelmente das mesmas substâncias que são
expelidas dos vulcões atuais (embora não necessariamente na
mesma quantidade relativa), fundamentalmente: hidrogênio,
dióxido de carbono, nitrogênio, vapor d’água e alguns outros
gases. Quase todo o hidrogênio escapou para o espaço exterior
enquanto os gases pesados envolveram o planeta.

Parte do ar e da água pode ter vindo de corpos do sistema


solar externo ricos em voláteis, como cometas, que atingiram
o planeta após a sua formação. Incontáveis cometas podem
ter bombardeado a Terra nos primordios de sua história
fornecendo água, dióxido de carbono e gases que assim
deram origem aos oceanos e à atmosfera primitivos.
Formação dos oceanos e atmosfera

A atmosfera primitiva era destituida de oxigênio, elemento


que constitui 21% da atmosfera atual. Este não fazia parte
da atmosfera até que organismos fotossintéticos
evoluissem.
A evolução da atmosfera

A composição da atmosfera sofreu importantes variações


que podem ser esquematizadas em 4 etapas:

A atmosfera cósmica
Quase totalmente constituida de H e He. Esses gases
persistem na atmosfera dos planetas gigantes afastados
do Sol e nos planetas mais proximos foram afastados pelo
vento solar e se concentraram nas regiões externas, mais
afastadas do sistema solar. Mercurio, Venus e Terra
ficaram desprovidos deles.

Fonte: Princípios de Geologia. Pomerol et al (2013)


A evolução da atmosfera

A atmosfera redutora
Em torno de 4 G.a. a crosta ainda não acolhia água
liquida, estava submetida a intensa atividade vulcânica e
sob intenso bombardeamento de meteoritos. Uma das
consequências disso, foi uma importante liberação de
gases (CO2, NH3, N, SO2…) mas também H2O.

A Terra possuia então uma atmosfera comparável com a


atual de Venus, rica em vapor d’água e desprovida de
oxigênio.

Fonte: Princípios de Geologia. Pomerol et al (2013)


A evolução da atmosfera

O nascimento da hidrosfera e suas consequências


À medida que a crosta resfriava, o vapor dágua
condensava permitindo a formação de chuvas. Ha
aproximadamente 3,8 G.a. a Terra encontrava-se a uma
temperatura ligeiramente superior que a atual.

A formação dos primeiros oceanos teve uma grande


influência sobre a evolução da Terra:
• Dissolução dos sais minerais e dos gases atmosféricos
–CO2, NH3, CH4… resultou em uma sopa primordial que
submetida a radiação ultravioleta do Sol, pode
engendrar a vida

Fonte: Princípios de Geologia. Pomerol et al (2013)


A evolução da atmosfera

• Constituição de jazidas minerais – a água quente dos


primeiros oceanos tinha grande poder reacional

• Processos de erosão e sedimentação: geração muito


intensa de rochas sedimentares porque os continentes
eram desprovidos de vegetação

• Sobrecarga nas depressões: nas zonas menos


espessas da crosta havia maior taxa de deposição,
provocando respostas isostáticas e deformações

• Apagamento da herança geomorfológica da era


cataclismica, cuja superficie da lua é o reflexo disso
Fonte: Princípios de Geologia. Pomerol et al (2013)
A evolução da atmosfera

O nascimento da biosfera e da atmosfera oxidante

É possivel que a fotólise do vapor d’água e amônia tenha


começado em torno de 4,0 G.a a enriquecer a atmosfera
em oxigênio, mas foram os primeiros organimos a
realizarem a fotossintese os responsáveis por esse
processo.

No inicio, oxigênio permaneceu preso na hidrosfera,


oxidando os elementos redutores que ela continha,
especialmente ferro e enxofre. É o periodo de formação
das formações ferriferas bandadas.

Fonte: Princípios de Geologia. Pomerol et al (2013)


Formações ferríferas bandadas
Origem da atmosfera

O ferro é solúvel em água quando concentrações de oxigênio são


baixas como teria sido o caso na Terra antes da evolução das
cianobactérias.

Quando as concentrações de oxigênio são altas, o ferro reage com o


oxigênio para formar compostos altamente insoluveis. Portanto o
oxigênio produzido por cianobactérias teria imediatamente feito com
que o ferro precipitasse da água do mar e afundasse para o assoalho
oceânico.

O processo teria continuado até que a maioria do ferro dissolvido


fosse consumido, possibilitando que o oxigênio se acumulasse no
oceano e na atmosfera.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A evolução da atmosfera
De oceânica, a oxidação tornou-se atmosférica,
conduzindo a formação de “red beds” sobre os
continentes a partir de 1,7 G.a. e até que a maioria do
ferro continental fosse oxidado.

A absorção na alta atmosfera dos raios ionizantes


provocou a transformação do O2 para O3 e a implantação
da ozonosfera em torno de 1,0 G.a.

Quase impenetrável para a radiação ionizante do Sol,


esse cinturão impediu toda nova sintese orgânica mas
permitiu a proteção e o desabrochamento de seres vivos
cada vez mais aperfeiçoados.
Fonte: Princípios de Geologia. Pomerol et al (2013)
Origem da atmosfera
Concentrações atmosféricas de oxigênio começaram a se
desenvolver há aproximadamente 2,4 bilhões de anos e atingiram um
patamar inicial em 2,1 a 1,8 bilhões de anos quando os primeiros
fosseis eucarióticos entraram no registro geológico.

Essa época marca também a primeira aparição de “red beds” –


depósitos incomuns de arenitos e folhelhos unidos por cimento de
óxido de ferro – que dá a eles uma cor avermelhada.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A evolução da atmosfera

O processo de respiração, fonte de energia nos animais,


pode então se desenvolver e favorecer a evolução dos
seres vivos, quando graças aos pulmões, a respiração dos
animais tornou-se aérea (cerca de 400 M.a.)

Fonte: Princípios de Geologia. Pomerol et al (2013)


Origem da atmosfera
Cianobactérias alteraram de forma permanente o ambiente da Terra
pela alteração de composição de sua atmosfera, enquanto um outro
grupo de organismos (eucariotos) foi influenciado por essa mudança
para evoluir em outra direção.

A oxigenação ocorreu em duas etapas separadas por mais de 1


bilhão de anos.

1ª etapa – o primeiro grande aumento de oxigênio começou com a


evolução das cianobactérias. O oxigênio produzido por elas reagiu
com o ferro dissolvido na água do mar fazendo com que minerais
como hematita e magnetita, assim como silicatos de ferro
precipitassem e afundassem para o assoalho oceânico. Formações
das BIF’s (Banded Iron Formation).

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Origem da atmosfera
2ª etapa – Há aproximadamente 580 milhões de anos, as
concentrações atmosféricas de oxigênio subiram drasticamente. O
motivo não é bem entendido mas pode estar relacionado a um
aumento do soterramento de carbono orgânico por
sedimentação.

O oxigênio reage com a matéria orgânica com a ajuda de


microorganismos. Existindo matéria orgânica por perto o oxigênio
será consumido. Porém se a materia orgânica for removida do
sistema por soterramento em sedimentos, ela não reage com o
oxigênio.

A elevação na produção de sedimentos poderia estar relacionada ao


aumento do oxigênio atmosférico.

Eventos – soerguimento de montanhas e posterior erosão durante


eventos tectônicos globais – como a amalgamação de
supercontinentes Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
Origem da Lua
A Lua coalesceu como um grande corpo fundido depois que um gigantesco
impacto ejetou sua matéria da Terra.
Diversidade dos planetas

Há cerca de 4,4 bilhões de anos, em menos de 200 milhões de anos,


desde a sua origem a Terra tornou-se um planeta diferenciado; o
núcleo ainda estava quente e em grande parte fundido, o manto
razoavelmente bem solidificado, existia uma crosta primitiva e os
continentes tinham começado a se desenvolver.

Oceanos e atmosfera haviam se formado e os processos geológicos


estavam iniciando seu funcionamento.

Informações obtidas de sondas espaciais indicam que todos os


planetas terrestres sofreram diferenciação gravitacional para
estruturas em camadas com um núcleo de ferro-niquel, um
manto de silicato e uma crosta externa.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)


Diversidade dos planetas
Mercúrio: em uma tênue atmosfera, formada principalmente por hélio. Não
há ação de ventos ou água para erodir ou suavizar a superfície cheia de
crateras e detritos. Grande variação de temperatura: 467ºC a -170ºC a noite.
Densidade é quase a mesma da Terra, supõem-se que o nucleo de Fe-Ni
componha 70% de sua massa.

Vênus: está envolto em uma atmosfera pesada, venenosa e quente (475ºC)


composta por dióxido de carbono e ácido sulfúrico. 85% da superfície é
coberta por derrames de lavas, o restante é predominantemente montanhoso.
Similar à Terra em massa e tamanho. Seu núcleo parece ter o mesmo
tamanho do núcleo terrestre com partes liquidas e sólidas.

Marte: conta com uma fina atmosfera composta quase inteiramente por
dióxido de carbono. Água liquida não é presente. Redes de vales e canais
secos de rios indicam que a água liquida já foi abundante há mais de 3,5
bilhões de anos. A vida pode ter existido em um planeta úmido de bilhões de
anos atras e pode existir hoje como microbios. A maior parte da superficie do
planeta tem mais de 3 bilhões de anos.
Diversidade dos planetas
Jupiter, Saturno, Urano e Netuno: são imensas bolas de gases
quimicamente distintas e tão grandes que devem ter seguido uma trajetória
evolutiva bastante diferente dos planetas interiores. Acredita-se que todos os
quatro planetas gigantes tenham núcleos rochosos, ricos em sílica e ferro e
circundados por massas espessas de hidrogênio liquido e hélio.

Plutão: mistura congelada de gás, gelo e rocha com uma órbita incomum.
Habitabilidade do sistema solar
O conceito de vida
As definições modernas de vida na Terra incluem as seguintes
características:

• Os organismos vivos consistem de células cercadas por


membranas semipermeáveis
• Tem um metabolismo, mecanismos que exploram e utilizam fluxos
de energia para que possam reorganizar átomos e moléculas em
estruturas complexas e dinâmicas que usam para sobreviver
• Podem ajustar-se a ambientes em mudança por homeostase
(estado de equilibrio) usando informações sobre seus ambientes
internos e externos
• Podem reproduzir usando informações genéticas para fazer cópias
quase idênticas de si mesmos
• As cópias diferem em detalhes minusculos dos pais e ao longo de
muitas gerações mudam lentamente a medida que evoluem e se
adaptam a ambientes em mudança

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
O conceito de vida

Há um consenso para considerar que um organismo é dito vivo


quando ele troca matéria e energia com seu ambiente,
conservando sua autonomia e quando se reproduz evolui por
seleção natural.

Alguns cientistas acrescentam também o fato de que a matéria


viva é capaz de se auto-organizar sem ser programada.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


Condições para a vida
Onde há misturas complexas de elementos quimicos e muita energia
livre podem surgir moléculas que estimulam a formação de outras
moléculas e eventualmente criam as moléculas com as quais a
reação começou.

É um ciclo, uma reação cujos componente permitem ou catalisam a


produção de outros components do ciclo, inclusive de seus
ingredientes originais para que o ciclo possa se repetir. O ciclo então
produzirá seus componentes em quantidades cada vez maiores à
medida que extrai mais energia. Pode inclusive modificar-se
lentamente se aparecerem novos tipos de alimentos.

Ja temos aqui algo semelhante a vida, algo que pode persistir e se


reproduzir, aproveitando a energia de seus arredores.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Condições para a vida
Em um ambiente quimicamente rico, muitas das moléculas simples a
partir das quais a vida é construida pode se formar mais ou menos
espontaneamente.

São moléculas pequenas (< 100 átomos) como os aminoácidos de


que são feitas todas as proteínas, nucleotídeos de que é feito todo o
material genético, os carboidratos que são frequentemente usados
como baterias para armazenar energia e os fosfolipideos com os
quais se constroem as membranas celulares.

Na Terra primitive quase não havia oxigênio livre na atmosfera, de


modo que essas moleculas simples podiam se formar quando
recebiam alguns solavancos de energia de ativação.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
A vida primitiva
A melhor evidência direta da mais antiga forma de vida na Terra
consiste em fósseis microscopicos encontrados na região de Pilbara
(Australia), parecendo ser de bacterias que viveram ha cerca de 3,4
bilhões de anos.

Set/2016 – artigo na Nature descreve fosseis de 3,7 bilhões de anos,


possivelmente surgindo apos o bombardeamento pesado tardio que
aconteceu na Terra.

2017 - com base em formações fósseis descobertas no norte de


Quebec, cientistas alegaram que a vida poderia ter surgido ha 4,2
bilhões de anos.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
LUCA – LAST UNIVERSAL COMMON
ANCESTOR
O primeiro organismo vivo estava presente antes das primeiras
formas de vida e compartilhava muitas características com os
modernos organismos conhecidos como procariontes.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
LUCA – LAST UNIVERSAL COMMON
ANCESTOR

Luca tinha dispositivos bioquimicos puros, entre eles muitas das


receitas para a maquinaria metabolica e reprodutiva das celulas
modernas. Provavelmente tinha um genoma baseado em RNA de
modo que pudesse reproduzir com muito mais exatidão e precisão do
que meras substancias quimicas e isso sugere que pode ter evoluido
rapidamente.

Usava os fluxos de energia que acessava para produzir ATP (tri


fosfato de adenosina), a mesma molecula que transporta energia
dentro das celulas modernas.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
De LUCA a procariontes

Luca carecia de uma membrana que pudesse carregar para onde quer
que fosse e de um metabolismo que não tivesse ligado a fluxos de
energia perto de fonte vulcânicas.

Também ainda não tinha o mecanismo reprodutivo mais sofisticado que


está presente na maioria dos organismos modernos.

Ocorreu um salto – membranas


celulares são compostas de longas cadeias de fosfolipideos, sendo facil
se unirem em camadas que formem estruturas semipermeáveis. Os
descendentes de Luca desenvolveram métodos elegantes e eficientes
de reprodução baseados em uma molécula fundamental – DNA.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
De LUCA a procariontes

Com membranas proprias, metabolismo independente e uma


maquinaria genética mais precisa e estável, os primeiros procariontes
podiam deixar as fontes vulcânicas nas quais nasceram e viajar pelos
oceanos da Terra primitiva. Provavelmente ja faziam isso ha 3,8
bilhões de anos.

O maquinário da tectônica de placas talvez já estivesse presente há


4,4 bilhões de anos assim que a Terra se diferenciou em camadas
distintas.

A circulação de materiais entre a atmosfera, a superfície e o manto


terrestre causou um impacto profundo na química das camadas
superiores da Terra, gerando novos tipos de rochas e minerais. A
tectonica de placas deu ao planeta Terra um dinamismo químico e
geológico excepcional.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Procariontes

Organismos unicelulares diminutos que não possuem um núcleo


distinto nem organelas especializadas. Dominaram a biosfera por
mais de 7/8 de sua história, até 600 M.a. atras.

Os primeiros procariontes foram provavelmente quimiotróficos, isto é


obtinham energia de reações geoquímicas entre a agua e as rochas
que liberavam substancias simples como sulfeto de hidrogênio e
metano.

Os procariontes processam informações e de certo modo podem até


aprender. Embutidos em suas membranas há milhares de sensores
que podem detectar gradientes de luz e acidez, perceber quando há
alimentos ou venenos potenciais nas proximidades e “dizer se
esbarraram em algo duro”.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Procariontes

O processamento de informações posssui três principais


componentes pra sua execução: entradas, processamento e saídas.
O gerenciamento da informação deu aos procariontes mais controle
sobre fluxos locais de energia.

Com o tempo, os procariontes evoluíram para obter, controlar e


gerenciar energia em muitos dos diversos ambientes dos oceanos da
Terra.

Mas nos primeiros oceanos havia um suprimento limitado de


substancias químicas facilmente digeríveis que pudessem liberar
energia. Esse tipo de substância só estava prontamente disponível
em ambientes raros como as fontes suboceânicas.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Procariontes e fotossintese
Há cerca de 3,5 bilhões de anos, uma inovação evolucionária, a
fotossíntese, permitiu que alguns organismos capturasse a energia do
Sol. Os procariontes que sobreviviam a base da fotossíntese tinham
de estar perto dos oceanos ou dos litorais. Muitos formaram estruturas
semelhantes a corais conhecidas como estromatólitos que se
transformavam em recifes nas bordas dos continentes.

H2O + CO2 + energia solar CH2O + O2

CH2O – carboidratos que funcionam como reservas de energia

O aparecimento de uma atmosfera rica em oxigênio a partir de 2,5


bilhões de anos atras alterou a química da biosfera e dos níveis
superiores da crosta terrestre. A energia química impulsionou novas
reações químicas que criaram muitos minerais hoje existentes. No
alto da atmosfera, átomos de oxigênio se combinaram para formar
ozônio que começaram a proteger a superfície da radiação
ultravioleta.
Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Procariontes e fotossintese
O acumulo do oxigênio foi um choque para organismos vivos, porque
para a maioria deles este era venenoso. Muitos organismos
procarióticos morreram e outros recuaram para ambientes protegidos
nos níveis mais profundos dos oceanos.

O oxigênio decompôs o metanos atmosférico, enquanto a fotossíntese


das cianobactérias consumia enormes quantidades de gás carbônico.
Quando os níveis de oxigênio aumentaram e os níveis de gases do
efeito estufa diminuíram no inicio do eon Proterozoico (2,5 G.a – 546
M.a.) a Terra congelou, evento que durou 100 M.a.

As geleiras bloquearam a fotossíntese, reduzindo a produção de


oxigênio. Sob as geleiras, vulcões continuara a lançar dióxido de
carbono e outros gases de efeito estufa de volta aos oceanos.

Os gases de efeito estufa acumulados, romperam então as geleiras e


a superfície da Terra aqueceu novamente.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Procariontes e fotossintese
Os níveis de oxigênio caíram para 1 ou 2% da atmosfera, e durante
quase 1 bilhão de anos permaneceram baixos e os climas
permaneceram quentes.

Eucariontes
Agora a biologia vem socorrer ao desenvolver novos tipos de
organismos que poderiam suplementar os termostatos da Terra
sugando o oxigênio do ar.

Esses organismos, eucariontes ajudaram a estabilizar as


temperaturas globais e também marcam uma revolução biológica que
permitirá a evolução de grandes organismos. Todos os grandes
organismos são constituídos de células eucariotas.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Eucariontes
Estas células podem usar o oxigênio de forma sistemática explorando
sua energia química em um processo chamado respiração, sendo
esta o reverso da fotossíntese.

Enquanto a fotossíntese usa a energia solar para transformar CO2 e


água em carboidratos que armazenam energia, deixando O2 como
resíduo, a respiração usa a energia química do oxigênio para roubar a
energia armazenada em carboidratos deixando CO2 e água como
resíduos.

CH2O + O2 CO2 + H2O + energia

Ao usar o oxigênio, a respiração pode extrair pelo menos 10 vezes


mais energia de moléculas orgânicas. Com mais energia para
alimentar seu metabolismo, a produção de organismos vivos pode ter
aumentado de 10 a 1000 vezes.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Eucariontes
Indícios genéticos sugerem que os primeiros eucariontes surgiram há
cerca de 1,8 bilhão de anos. A medida que proliferavam bombeavam
CO2 de volta para a atmosfera. Há então um novo termostato
planetário biologicamente controlado. Os eucariontes começaram a
remover grande parte do oxigênio atmosférico gerado pelas
cianobactérias e o clima terrestre permaneceu relativamente estável
durante grande parte do eon proterozóico.

A células eucarióticas são muito maiores que as procariotas,


membranas se formam dentro das células, criando compartimentos
separados abrindo espaço para a especialização. O núcleo agora
protegido, assegurou que o DNA fosse mais estável, podendo ser
armazenado em maior quantidade e copiado com mais facilidade.

Tinham também novas capacidades de processamento de informação


e controle do corpo significando que podiam reagir de maneiras mais
complexas.
Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Eucariontes
Eles também trocam parte de seu material genético com outro
individuo da sua espécie de tal modo que os descendentes recebam
metade do código de cada um dos genitores.

O resultado foi acrescentar nova reviravolta a evolução. Estava


garantido pequenas variações genéticas leves a cada geração que
era transmitida para gerações futuras e a evolução então tinha muito
mais opções acelerando nos últimos bilhões de anos.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Vida grande
A vida pequena dominou a biosfera por 3,5 G.a. e ainda domina
grande parte dela. Demorou cerca de 3 G.a. para ir de Luca aos
primeiros espécimes de vida grande – os primeiros animais
multicelulares ou metazoários.

Desenvolver organismos multicelulares foi muito mais complicado do


que evoluir os procariontes. Se há vida no universo, os metazoários
devem ser raros.

Metazoários representam um novo nível e tipo de complexidade entre


os organismos vivos.

Muitos mecanismos moleculares tinham de estar em vigor antes que


se pudesse pensar em construir organismos multicelulares.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Vida grande
• Maneiras confiáveis de unir milhões de células em estruturas
exatas
• Novos canais de comunicação entre as células
• Treinamento de células para papéis específicos
• Novas formas de gerenciar e compartilhar informações e energia
entre bilhões de células
• Maquinário para construir asas, olhos, garras, corações, antenas,
tentáculos, nadadeiras, conchas, esqueletos

Uma vez que organismos grandes captavam, processavam e reagiam


a muito mais informações: desenvolvimento de órgãos especiais:
cérebros. Isto é um monte de infraestrutura nova.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Vida grande

Condições propicias a vida não são suficientes

➢ Longo tempo para que a vida continuasse a evoluir e experimentar


➢ Um sol estável – ele é confiável, sendo improvável que aconteça
alguma coisa imprevisível
➢ Orbitas planetárias estáveis
➢ Lua ajudou a estabilizar a órbita e inclinação da Terra
➢ Placas tectônicas, erosão e a própria vida forneceram termostatos
que impediram que temperaturas oscilassem demais na superfície
da Terra

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Vida grande
Muita coisa podia dar errado

❑ Supernova de um sistema estelar vizinho poderia ter explodido

❑ Colisão fatal com outro planeta

❑ A Terra evitou esses perigos e permaneceu propícia a vida por


mais de 3 bilhões de anos, tempo suficiente para a vida grande
evoluir

❑ Depois de aparecer, a vida grande transformaria a biosfera tanto


quanto a vida pequena fez mas de novas maneiras. Os
metazoários colonizaram os continentes e os transformaram. As
plantas grandes trituraram rochas e fizeram delas solos,
aceleraram a erosão e transformaram superfícies poeirentas e
rochosas da Terra primitiva, com litorais cercados de estromatólitos
em exuberantes e exóticos jardins.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Vida grande

❑ Enquanto bombardeavam oxigênio no ar, as plantas verdes


terrestres transformavam a atmosfera. A partir de 400 M.a. atras, a
Terra se acostumou a uma nova norma atmosférica de altos níveis
de oxigênio (acima de 15%) e baixos níveis de dióxido de carbono.

❑ Os animais vagavam pelos novos nichos criados pelas grandes


plantas e fungos e bactérias limpavam, decompunham e
reciclavam os restos dos mortos.

❑ Os metazoários também transformaram os oceanos, enchendo-os


de novas criaturas estranhas.

Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
O conceito de vida

Levantar o problema da origem da vida envolve procurar as


respostas para três grandes questões:

❑ Como surgiram as primeiras moléculas autorreplicativas que


permitiram o suporte da hereditariedade e a transferência da
informação necessária a reprodução com possibilidade de
evolução?

❑ Quais eram os metabolismos primitivos?

❑ Como ocorreu o desenvolvimento (“invenção”) de uma


membrana capaz de proteger o organismo do meio externo
mas também de fazer trocas com esse meio?

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


O conceito de vida

As especulações sobre as condições e os processos da origem


da vida são numerosos, podendo agrupa-las em três grandes
tipos de hipóteses:

1. O cenário atmosférico
2. O cenário das fontes quentes oceânicas
3. O cenário cósmico

Como os metabolismos biológicos e o oxigênio estão muito


ligados não se pode tratar da origem e da evolução precoce da
vida sem considerar a evolução da atmosfera terrestre.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


1) Hipótese atmosférica
Trata-se de um conceito de evolução da matéria inerte para a
matéria viva proposto de maneira independente pelo bioquimico
russo Oparin (1929) e o biólogo inglês Haldane (1929).

HIPÓTESE OPARIN – HALDANE

Na Terra primitiva, os compostos da atmosfera primitiva redutora, em solução no


mar primitivo, combinam-se sob a ação de uma radiação ultravioleta intensa, para
gerar moléculas orgânicas. Quando o vapor d’água condensou-se para formar os
oceanos primitivos, ele dissolveu uma parte dos gases da atmosfera (CO2, N,
NH3, SO2, CH4, NCH) e dos sais minerais da crosta.

Resultou em uma sopa primitiva quente, submetida a intensa radiação ultravioleta


do sol (a camada de ozônio ainda não tinha se formado). Nessas condições e
também sob a ação de raios (descargas elétricas) efetuou-se a síntese de
moléculas orgânicas, sendo as mais simples: formaldeído (HCHO) e ácido fórmico
(CH2NH2COOH) e as mais complexas são os aminoácidos, polipeptídeos e
polissacarídeos)

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


1) Hipótese atmosférica

HIPÓTESE OPARIN – HALDANE

Esta hipótese recebeu um princípio de confirmação experimental 30 anos mais


tarde pelo químico americano Miller que ao introduzir faíscas em um recinto
contendo vapor d’água, metano, hidrogênio e amoníaco, obteve a síntese de
aminoácidos.

Essa experiência foi repetida várias vezes com misturas gasosas variadas,
seguindo protocolos mais e mais complexos e em todos os casos, obtiveram-se
moléculas pré-biológicas.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


O experimento original sobre a origem da
vida
No inicío da década de 50, Miller um aluno de pós-graduação
da Universidade de Chicago, conduziu o primeiro experimento
projetado para explorar as reações quimicas de criação de vida
nos primórdios da Terra.

Na parte inferior de um frasco, ele criou um “oceano” de água


que foi aquecido para gerar vapor d’água. O vapor era
misturado com outros gases para produzir uma “atmosfera”
contendo alguns dos compostos considerados mais
abundantes na atmosfera inicial da Terra: metano (CH4),
amônia (NH3), hidrogênio (H2) e vapor d’água. Oxigênio
provavelmente estava ausente.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O experimento original sobre a origem da
vida

No próximo passo, expôs essa atmosfera a faiscas elétricas


que fizeram com que os gases reagissem entre si e com a
água.
O experimento gerou compostos chamados de aminoácidos
além de outros compostos contendo carbono.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O experimento original sobre a origem da
vida

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O experimento original sobre a origem da
vida

Os aminoácidos assumem fundamental importância pois são os


blocos de construção fundamentais das moléculas de
proteínas, cruciais para a vida.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Aminoácidos

Os aminoácidos são moléculas que se ligam para a formação


das proteínas. Essencialmente são cadeias de carbono ligadas
a hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre. Apresentam
também um grupo carboxila – COOH e um grupamento amina
(NH2).

Os vegetais fabricam todos os aminoácidos que necessitam a


partir da cadeias de açucares produzidos na fotossíntese e do
nitrato retirado do ambiente. Os animais, incluindo a espécie
humana, fabricam apenas alguns, obtendo os demais na
alimentação.

Fonte: https://www.biologianet.com/biologia-celular/aminoacidos.htm
O experimento original sobre a origem da
vida

A hipótese da sopa pré-biótica previa que os materiais


planetários iniciais poderiam conter aminoácidos.

Os aminoácidos poderiam ter se formado em um planeta sem


oxigênio. Mas o oposto também é verdadeiro: onde o oxigênio
está presente, os aminoácidos não se formam ou estão
presentes em quantidades diminutas.

A Terra inicial era um planeta sem oxigênio.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Hipóteses sobre a origem da vida

Microorganismos unicelulares eram as formas mais antigas de


vida e evoluiram para todos os organismos multicelulares que
são encontrados nas partes mais jovens do registro geológico.

Pode-se encontrar microfósseis em rochas com 3,5 bilhões de


anos mas organismos multicelulares irão aparecer somente em
rochas com menos de 1 bilhão de anos.

O ancestral universal teria diversas características importantes


mas a mais essencial seria a informação genética: instruções
para crescimento e reprodução. Outra característica é que
deveria ter sido constituído de compostos ricos em carbono.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A vida inicial
Os fósseis mais antigos na Terra surgiram há aproximadamente
3,5 bilhões de anos. Os estromatólitos oferecem algumas das
melhores evidências disponíveis para a vida nessa época.

Antes da evolução das plantas e


animais, tapetes microbianos eram
predominantes, sendo uma das
feições mais comuns preservadas
formadas em ambientes aquáticos.

Estromatólitos – rochas com


lâminas delgadas distintivas que se
formaram a partir de antigos
tapetes microbianos.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O acamamento revela como estromatólitos antigos e
modernos se desenvolvem
Microorganismos vivem na
superfície dos estromatólitos
Sedimento é depositado sobre os
microorganismos
... os quais reagem crescendo para
cima através do sedimento,
formando uma nova camada

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A vida
inicial

Estromatólitos: pequenos
edifícios biossedimentares
formados pelo empilhamento
de folhelhos calcários,
através de delgadas
laminações que expressam
um crescimento rítmico.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A vida
inicial

Estromatólitos do Arqueano (3,4 bilhões de anos) no oeste da Australia. As formas


cônicas sugerem que os tapetes microbianos que formaram essas rochas cresciam
na direção da luz solar.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A vida
inicial

Estromatólitos com 2,1 bilhões de anos, sul de Ontário, Canadá.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Estromatólitos modernos em Shark Bay, Austrália,
desenvolvendo na zona intermaré

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


2) A hipótese das fontes termais
oceânicas

Essa hipótese, foi proposta em 1977 por Corliss após a


descoberta, nas proximidades das fontes quentes de
comunidades luxuriantes de vida baseadas em uma cadeia
alimentar quimiossintética levando a supor que as primeiras
formas de vida tenham se originado nessas situações.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


Fonte: https://www.pmel.noaa.gov/eoi/PlumeStudies/global-vents/images/global-vents-map.png
Plumas hidrotermais
Água quente liberada de
fontes hidrotermais ao
longo das dorsais
oceânicas (visivel aqui
como uma pluma do que
parece fumaça negra)
está repleta de nutrientes
minerais, dos quais os
microorganismos
quimioautotróficos obtém
energia.
É possível que a vida
tenha se originado em
tais ambientes.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A hipótese das plumas termais oceânicas

Fumarolas Negras – que emitem a mais de 350°C (devido a


pressão de 270 atm e profundidades de 2700 m – a água não
ferve) plumas carregadas de particulas de sulfetos

Fumarolas brancas – plumas mais frias – 30 a 300°C


carregadas de sulfatos de bario – BaSO4

Domos de óxidos de ferro e manganês e campos de sulfetos


polimetálicos em edificios colunares de 1 a 8 m de altura e 5 m
de largura de coloração variada contendo 29% de Zn, 6% de
Cu, e 0,5% de Ag.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


As plumas termais oceânicas

Fonte: https://oceanexplorer.noaa.gov/explorations/02fire/background/hirez/chemistry-hires.jpg
2) A hipótese das plumas termais
oceânicas

Oásis de vida
Para alguns pesquisadores, seria possivel que essas fontes
hidrotermais submarinas tenham sido o lugar da síntese de
compostos orgânicos que deram origem aos primeiros seres
vivos.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


2) A hipótese das plumas termais
oceânicas

Oásis de vida
Ecossistemas incomuns, onde a produção não depende da
fotossintese mas da atividade quimiossintética de bactérias que
utilizam os produtos emitidos nas plumas (sulfatos, CH4, NH4
ou H2).

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


2) A hipótese das plumas termais
oceânicas

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


3) A hipótese da origem extraterrestre da
matéria orgânica - panspermia

Trata-se de cenários de inseminação da Terra por compostos


orgânicos, trazidos por meteoritos ou cometas que se
organizam depois em formas de vida simples.

São baseados na presença de moléculas complexas no meio


interestelar e na descoberta nos meteoritos de aminoácidos e
compostos orgânicos.

Meteorito de Murchinson (Australia, 1969) libertou 80


aminoácidos, dentre os quais 8 pertenciam a biosfera. O
intenso bombardeamento meteorítico dos primeiros tempos
teria assegurado essa inseminação dos oceanos da Terra.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al. 14 ed. (2013)


Consequência do desenvolvimento da
atmosfera

Consequências – surgiram os primeiros animais


multicelulares e todos os grupos modernos de animais
evoluiram a seguir, anunciando o Éon Fanerozoico (542
milhões de anos) com seus organismos complexos e
diversos.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Explosão Cambriana
O aparecimento súbito de grandes animais com conchas e esqueletos
no final do Pré- Cambriano (542 M.a.) talvez seja o evento
geobiológico mais notável da história da Terra.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Explosão Cambriana - hipóteses

1) Uma hipótese para a explosão cambriana é que os genes desses


primeiros animais mudaram de alguma forma que os possibilitou
superar algum tipo de barreira evolutiva. Estava armado o palco
para o desenvolvimento da multicelularidade.

2) Também é possível que os animais ancestrais tivessem que


atingir um determinado tamanho antes de se poderem se
diversificar. Alguns embriões de animais são tão pequenos que
somente podem ser vistos com um microscopio.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Explosão Cambriana - hipóteses

3) O desenvolvimento de conchas e esqueletos pode ter sido um gatilho


para uma maior diversificação: assim que um grupo tivesse evoluído
partes rígidas, os outros também teriam, senão teriam sido eliminados
por competição.

Um embrião de
animal fossilizado da
ultima parte do Pré-
Cambriano

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Explosão Cambriana

A irradiação de animais, após quase 3 bilhões de anos de evolução


lenta, foi tão rápida que é geralmente chamada de explosão
cambriana ou Big Bang da Biologia.

Cada importante grupo animal que existe na Terra hoje, bem como
alguns outros que foram extintos, surgiu em menos de 10 milhões de
anos. Todos os principais ramos da árvore da vida animal originaram-
se durante a explosão cambriana.

O que permitiu que esses animais desenvolvessem formas


corporais tão complexas de maneira tão rápida?

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Explosão Cambriana

Teoria da evolução por seleção natural:

A mudança sistemática em organismos por muitas gerações é


denominada evolução sendo esta motivada pela seleção natural –
processo pelo qual populações de organismos adaptam-se a
mudanças no ambiente.

Ao longo de muitas gerações, os indivíduos com os traços mais


favoráveis tem maior probabilidade de sobreviverem e reproduzirem,
passando esses traços para a prole.

Se as condições ambientais mudarem ao longo do tempo, os traços


que são favorecidos também se alteram. Esse processo pode, por
fim, levar a emergência de novas espécies.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Breve história da Terra
4,6 a 3,8 bilhões de anos: A Terra evoluiu de uma massa muito quente,
sacudida por explosões para uma fina crosta que retém a atmosfera (dióxido
de carbono, amoníaco, metano, nitrogênio e vapor d’água). Durante essa fase
o crescimento do campo gravitacional da Terra passa a atrair os elementos
mais pesados enquanto os mais leves sobem a superficie.

3,8 a 2,5 bilhões de anos: teve início a formação dos continentes e redução
das atividades vulcânicas. Queda de meteoros. As rochas mais antigas
conhecidas encontram-se na Groenlândia (3,8 b.a). Mares habitados por
cianobactérias (3,5 b.a.) acumulando em camadas concêntricas –
estromatólitos. Estas começam a sintetizar a luz solar e produzir oxigênio.

2,5 a 542 milhões de anos: acumulação do oxigênio da atmosfera, formação


da hematita. A luz solar filtrada pela camada de ozonio permitiu a evolução de
células com núcleo nos oceanos primitivos. Rodinia foi o primeiro
supercontinante formado (1,1 b.a.) fragmentando-se no final do Proterozóico
(700 m.a.). Ainda nesta época, organismos monocelulares mais complexos
evoluiram para dar origem as plantas e organismos multicelulares.
Breve história da Terra

542 a 488 milhões de anos: Inicio da formação do continente Gondwana.


Degelo e elevação do nível do mar favoreceram a proliferação de organismos
cuja diversidade e quantidade encontram-se registrados nos sedimentos por
meio de fósseis de conchas ou esqueletos. Todos os grupos de invertebrados
estavam presentes. Esponjas, briozoários, moluscos, equinodermas,
artropodes (trilobita). Final do período: extinção em massa. O avanço do gelo
causa a diminuição da temperatura oceânica e a redução do oxigênio nas
águas, obrigando os organismos a migrarem para regiões mais profundas.

488 a 443 milhões de anos: Deposição de rochas calcárias e sedimentos


finos e escuros. Organismos que sobreviveram sofreram novas adaptações e
novas formas surgiram. Aparecimento de peixes sem mandíbulas e com
carapaça externa. Nova glaciação extingue 60% da vida marinha. Surgem as
primeiras plantas não vasculares com talos e sem folhas.
Breve história da Terra

443 a 416 milhões de anos: populações marinhas voltavam a se expandir.


Colisões de placas formaram uma cordilheira de montanhas que bordeava os
Estados Unidos, Inglaterra, Groenlândia e Noruega. O restabelecimento do
clima permitiu a transgressão do mar sobre vários continentes,
desenvolvimento da vida marinha e de recifes calcários. Rápida expansão dos
peixes atingindo a água doce. Aparecimento de peixes ósseos e das primeiras
plantas com sistema vascular primitivo. Aparecem os artropodes aquaticos,
aracnídeos e miriápodes.

416 a 359 milhões de anos: A Terra dividia-se em três continentes. Clima


quente, desenvolvimento de recifes e fauna marinha (braquiopodes,
equinodermes, conodontes).Evolução dos trilobitas, desenvolvimento de
peixes pulmonados e com nadadeiras lobadas. Expansão de plantas com
sementes, formação das primeiras florestas. Insetos voadores e anfibios
deslocavam-se nesse ambiente.
Breve história da Terra

359 a 299 milhões de anos: Grande diversificação dos peixes ósseos e


fauna marinha. Extensos depósitos de calcários formados as custas da
acumulação de carapaças calcarias. Desenvolvimento de árvores de grande
porte e insetos. Oxigênio na atmosfera atinge 35%. Aparecimento de repteis,
descendentes dos anfíbios. Aparecimento do ovo com membrana externa
rígida. Extensas camadas de carvão. O continente Gondwana compreende a
Antartica, Australia, África, parte da Ásia e América do Sul.

299 a 251 milhões de anos: Diversificação dos répteis de grande porte.


Extinção dos trilobitas e desenvolvimento dos amonites (carapaças em forma
de espiral). Tubarões dominavam os oceanos. Pangeia constituia o continente
único. Diminuição da profundidade dos oceanos – extinção de 90% das
espécies marinhas e 70% das terrestres. Clima árido – ambientes deserticos.
Breve história da Terra

251 a 199 milhões de anos: Desagregação do supercontinente Pangeia,


separação da Gondwana e da Laurásia. Intensa atividade vulcânica
representada por extensos derrames basalticos. Repteis conquistam todos os
habitats (aquaticos, terrestres e aéreos). Dinossauros pequenos ocupam
grande parte dos continentes, surgimento de corais. Extinção em massa com
desaparecimento de 35% das familias existentes.

199 a 145 milhões de anos: Prossegue o fenômeno da deriva continental ,


intenso vulcanismo e formação de diversos oceanos. Clima ameno,
desaparecimento dos grandes desertos, aumento do nível do mar.
Breve história da Terra

145 a 65 milhões de anos: Desenvolvimento das cordilheiras mesoceânicas


Diferenciação da fauna e da flora. Grandes repteis marinhos (plesiossauros)
dominavam os mares. Desenvolvimento das plantas com flores e grande
diversificação dos dinossauros (tiranossauro e tryceratops) Nova extinção em
massa. Os mamíferos começam a ocupar os espaços deixados pelos répteis.

65 a 1,8 milhões de anos: Era dos mamíferos, surgimento das gramíneas.


Os continentes atingem as suas posições atuais, irradiação dos primatas,
separação dos macacos e hominídeos entre 6 e 4 milhões de anos.

1,8 milhões de anos - atual: episodios glaciais sucessivos, America do


Norte conectava-se a Ásia pelo estreito de Bering. Há 2 milhões de anos
aparece o gênero Homo, 130.000 anos surge o homem moderno. Extinção
dos grandes mamíferos, proliferação dos hominideos em todos os
continentes.
Breve história da Terra

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Extinções em massa

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Extinção em massa 1 – 251 M.a.
1) Fim do Permiano – 251 M.a.
2) 95% de todas as espécies na Terra foram extintas

Depósitos de basaltos de platô na Sibéria tem exatamente


essa idade. Basaltos são rochas igneas extrusivas
formadas a partir de enormes volumes de lava que se
derramam pela superficie da Terra em tempos curtos.

Sibéria – 3.000.000 Km3 de lava basaltica cobrindo uma


área de 4.000.000 de km2, formado em 1.000.000 de anos
ou menos.
Erupção catastrófica que pode ter injetado quantidades
enormes de gases de dióxido de carbono e dióxido de
enxofre na atmosfera.
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
Extinção em massa 2 - A morte dos
dinossauros – 65 M.a.
O limite representa um dos maiores eventos da face da Terra:

• todos os ecossistemas globais foram afetados


• cerca de 75% de todas as espécies do planeta, tanto em terra como no
oceano foram extintas para sempre (dinossauros, amonoides, repteis
marinhos, moluscos, plantas e plancton)

Causa: gigantesco impacto de um asteroide

1980 – ge[ologos descobriram uma camada fina de poeira contendo iridio –


um elemento quimico de materiais extraterrestres – em sedimentos
depositados no fim do Cretáceo na Itália. Esta poeira foi encontrada em
outros locais em todo o mundo, em todos os continentes, em todos os
oceanos mas sempre exatamente no limite entre o Cretáceo (145 – 65 M.a.)
e o Paleogeno-Neogeno.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Limite Cretáceo –
Extinções em massa 2 Paleogeno/Neogeno,
65 M.a.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A morte dos dinossauros
O acúmulo dessa poeira contendo irídio exigiria que um asteroide com
diâmetro aproximado de 10 km atingisse a Terra, explodisse e
enviasse detritos por todo o globo.

Provável ponto de impacto


Cratera com quase 200 km de diâmetro e 1,5 km de profundidade
soterrada sob sedimentos proximos a provincia de Yukatan, no
México
Cidade chamada Chicxulub

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A morte dos dinossauros

❑ O asteroide atingiu a superfície em mach 40 (1 mach = 1234,8


km/h)
❑ Ângulo de aproximadamente 20 a 30° da horizontal
❑ Estrondo seis milhões de vezes mais poderoso que a erupção do
Monte Santa Helena em 1980
❑ Ventos de fúria inimaginável
❑ Tsunami com altura de até 1 km (100 vezes maior que o de 2004)
❑ Ceu teria ficado preto com volumes maciços de poeira e vapor
❑ Incêndio incontrolável e fragmentos flamejantes caindo de volta na
Terra
❑ Clarão brilhante vaporizando a crosta superior da Terra em
temperaturas de até 10.000ºC

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


A morte dos dinossauros

❑ Rochas quentes flamejantes voaram pelos ares com velocidades


de até 40.000 km/h e depois cairam na América do Norte
❑ Plumas de detritos, gás e material fundido que aqueceu parte da
atmosfera a centenas de graus
❑ A alta concentração de detritos na atmosfera teria bloqueado o Sol
reduzindo a luz para a fotossintese
❑ Gases venenosos contendo enxofre e nitrogênio teriam sido
injetados na atmosfera e reagido com o vapor d´água para formar
ácidos sulfúricos e nítricos que teriam caido sobre a Terra.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O limite Cretáceo – Paleogeno/Eogeno

O canivete marca uma camada


de argila contendo materiais
extraterrestres e de rochas
locais. SW dos EUA.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


O limite Cretáceo – Paleogeno/Eogeno
Extinções em massa 3 – 55 M.a.

Limite Paleoceno -
Eoceno, 55 M.a.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Extinção em massa 3 – 55 M.a.
Evento relevante na evolução da vida, possibilitou que os mamíferos,
inclusive primatas, irradiassem como um grupo importante.

Causa – aquecimento global abrupto. Os oceanos subitamente


expeliram uma quantidade enorme de metano (CH4) na atmosfera.
Um potente gás de efeito estufa.

Origem

1) Algas e cianobactérias retiram carbono da atmosfera. Após a


morte desses organismos marinhos, eles se depositam no
assoalho oceânico onde se acumulam na forma de detritos
orgânicos. Alguns desses detritos são soterrados em sedimentos,
outros são consumidos como alimento.
2) Alguns desses organismos heterotróficos (não produzem o seu
próprio alimento) que vivem em ambientes anaeróbicos produzem
metano como subproduto da respiração.
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)
Extinção em massa 3 – 55 M.a.

3) O metano produzido acumula-se nos poros de


sedimentos do assoalho oceânico. Se o assoalho é tão
frio como é em nosso clima atual, o metano combina-
se com a água para formar um sólido congelado.
4) Geólogos encontraram camadas com abundantes
gelos de metano nos 1500 m mais superiores de
sedimentos em muitas margens continentais.
5) Basta as temperaturas subirem alguns graus, para o
gelo de metano derreter e ser rapidamente
transformado em gás. No fim do Paleoceno as
temperaturas médias no mar profundo podem ter
subido em até 6ºC.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Extinção em massa 3 – 55 M.a.
6) Estimativa – dois trilhões de toneladas de carbono, na
forma de metano escaparam para a atmosfera por um
período tão curto quanto 10.000 anos

7) Metano reage facilmente com oxigênio para produzir


dióxido de carbono. A liberação de metano faz com
que concentrações de oxigênio nos oceanos
despenquem. Organismos marinhos afetados pela
diminuição de oxigênio e aumento de temperatura
extinguiram-se.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Extinção em massa 3 – 55 M.a.

8) 100.000 anos passaram-se até que a Terra retornasse


a seu estado anterior. Durante esse tempo, as
temperaturas permaneceram altas até que a Terra
conseguisse absorver todo o carbono extra que havia
sido liberado na atmosfera. Expansão rápida das
florestas em altas latitudes – ex. sequoias na California
e palmeiras tropicais em Londres.

9) Evolução dos mamíferos – surgimento dos primatas.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Depósitos atuais de metano

Estima-se que o inventário global de depósitos de metano


contenha 10 a 20 trilhões de toneladas de carbono.

As atividades humanas estão adicionando gases de efeito


estufa à atmosfera a uma taxa sem precedentes fazendo
com que o clima aqueça de modo significativo.

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger e Jordan – 6 ed. (2013)


Cronologia
Anos atrás
13,5 bilhões Surgem matéria e energia. Começo da Física. Aparecem
átomos e moléculas. Começo da Quimica

4,5 bilhões Formação da Terra


3,8 bilhões Surgimento de organismos. Começo da Biologia

6 milhões Ultimo ancestral em comum de humanos e chipanzés


2,5 milhões Evolução do gênero Homo na África. Primeiras ferramentas
de pedra
2 milhões Humanos se espalham da África para a Eurásia. Evolução
de diferentes espécies humanas
500 mil Surgem os Neandertais na Europa e no Oriente médio
300 mil Uso cotidiano do fogo

Fonte: Uma breve historia da humanidade Sapiens – Yuval Noah Harari. (2012)
Cronologia
Anos atrás
200 mil Surge o Homo sapiens na África Oriental
70 mil Revolução cognitiva. Surge a linguagem ficcional. Começo
da história. Os sapiens se espelham a partir da África
45 mil Os sapiens povoam a Australia. Extinção da megafauna
australiana
30 mil Extinção dos neandertais
16 mil Os sapiens povoam a América. Extinção da megafauna
americana
13 mil Extinção do Homo florensiensis. O Homo sapiens é a única
espécie humana sobrevivente
12 mil Revolução agrícola. Domesticação de plantas e animais.
Assentamentos permanentes
5 mil Primeiros reinos, sistemas de escrita e dinheiro. Religiões
politeístas

Fonte: Uma breve historia da humanidade Sapiens – Yuval Noah Harari. (2012)
Cronologia
Anos atrás
4.250 Primeiro império – Império Acádio de Sargão
2.500 Invenção da moeda – um dinheiro universal
Império persa – uma ordem politica universal “em prol de
todos os humanos”
Budismo na India – uma verdade universal “para libertar
todos os seres do sofrimento”
2.000 Império Han na China – Imperio romano no Mediterrâneo.
Cristianismo
1.400 Islamismo
500 Revolução Científica. A humanidade admite a sua ignorância
e começa a conquistar a América e os oceanos.O planeta
inteiro se torna um só palco histórico. Ascensão do
capitalismo
200 Revolução industrial. Familia e comunidade são substituídas
por Estado e mercado. Extinção em massa de plantas e
animais
Fonte: Uma breve historia da humanidade Sapiens – Yuval Noah Harari. (2012)
Cronologia
Anos atrás
O presente Os humanos transcendem os limites do planeta Terra. As
armas nucleares ameaçam a sobrevivência da humanidade.
Cada vez mais, os organismos são moldados por design
inteligente e não por seleção natural
O futuro O design inteligente se torna o princípio básico da vida? O
Homo sapiens é substituído por super-humanos?

Fonte: Uma breve historia da humanidade Sapiens – Yuval Noah Harari. (2012)

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